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#1 ANO RICHAS FEZ 1 ANO DE IDADE
inquebrar · 1 month
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FELIZ ANIVERSÁRIO RICHINHAS
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amydivalerie · 5 months
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Pais e Filhos
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Capítulo 1: Nada é fácil de entender
Pairing: qsmp!Cellbit/qsmp!Roier Word count: 3721 Summary: No ponto mais remoto do Oceano Pacífico há um arquipélago pertencente à sua própria nação chamada Ponto Nemo. Um lugar singular com união de culturas diversas, mas ainda longe do resto do mundo, perfeito para pessoas que precisam de um novo começo, como qCellbit, mas ele não esperava que seu novo começo resultaria em um marido e dois filhos que ama mais do que qualquer coisa… Pelo menos, até uma viagem de trabalho eram apenas dois filhos. Warnings: None Fandom & Personagens: QSMP | Quackity SMP; qsmp!Cellbit; qsmp!Roier; qsmp!Cellbit; Bobby (QSMP); Richarlyson (QSMP); Pepito (QSMP) Agradecimentos especiais para: Kel, para sempre minha beta revisora! Daune, minha guapita que ajudou na revisão dos das partes em espanhol e ouviu minhas divagações sobre essa história; Thata, que não só ouviu minhas divagações, mas me ajudou nas indecisões e fez com que fosse possível essa história existir tão cedo; e @jinanxia no twitter, que criou a prompt e headcanons que inspiraram essa história. Disclaimer: - História baseada no prompt de @jinanxia no twitter: “Em um universo alternativo eu imagino guapoduo com os filhos nas seguintes idades: Bobby com 8 anos, Richas com 6 e Pepito com 3” - Obviamente os personagens em que foram baseados não me pertencem. - A história se trata dos cubitos, personagens de minecraft, não nos criadores.  - O “q” não será usado por questões de estética. EDIÇÃO 10/01: Retcon para remoção de personagem, e menção de outros adicionada.
O trabalho de Cellbit costuma ser tranquilo ao ponto dele poder trabalhar de casa na maior parte do tempo, a polícia de Quesadilla faz um bom trabalho reunindo informações e pistas para que ele encontre as soluções dos casos que precisam da sua assistência. Porém, às vezes, as investigações o levam para outras cidades ou ilhas de Ponto Nemo para analisar cenas ou pistas que não podem ser movidas. Apesar de gostar do senso de aventura, estar longe de seu marido e filhos não é algo que ele aprecia; como acontecera em seu último caso, no qual precisou ficar duas semanas inteiras fora de casa em uma ilha afastada do centro de Ponto Nemo com quase nenhum sinal de comunicação. Era frustrante não ter um meio de matar as saudades de sua família, pelo menos isso deu mais um gás para ele resolver o caso rápido e finalmente voltar para casa.
— Pai! — Richarlyson, o caçula da família, foi quem o recebeu assim que abriu a porta de casa, se jogando para um abraço. — Demorou pra caralho! ‘Cê não vai acreditar no que aconteceu com o pa Roier! —
Cellbit abraçou apertado o filho de seis anos, aproveitando para mexer na touquinha de vaca que o menino adora e bagunçar os cachos que cobriam seus olhos. Era uma surpresa Richas estar em casa, não que ele fosse reclamar, adorava a presença do filho, mas, antes mesmo de viajar, tinha combinado com Pac que Richas ficaria com ele nesse fim de semana.
— Ei, Cabeçudo! Que demorei?! Foi um dos casos mais rápidos que já fiz, Richarlyson. — Apesar da ansiedade subindo por sua garganta, o humor de Richas o confortou de que não era algo ruim. O menino tentava conter o sorriso para manter uma carranca irritada. — Como assim? O que aconteceu com seu pai? — 
— Vem ver essa palhaçada. — Richarlyson respondeu puxando o pai pela mão, o homem estava confuso demais para contestar então só colocou a mala de viagem do lado da escada e se deixou ser levado.
Cellbit percebeu que estavam indo para a cozinha (o que era perfeito depois de uma viagem de cinco horas, ele realmente precisava comer algo) e quanto mais se aproximavam, mais forte o cheiro de macarrão com frango ficava. Não duvidava que até Richas conseguia ouvir seu estômago roncando. Ao entrar na cozinha, porém, toda a fome do investigador foi esquecida com a cena em sua frente: sentado na mesa de jantar estava seu amado esposo e, ao lado dele, em uma cadeira especial, estava uma criança desconhecida. Os óculos infantis vermelhos, de silicone, fazia com que seus olhos verdes parecessem ainda maiores, a haste em volta de sua cabeça deixava os óculos bem presos  e a cor combinava com sua blusa listrada branca e vermelha, o pequeno não deveria ter mais de 3 anos.
— Guapito…? — Perguntou hesitante, ainda parado na porta. Richas soltou sua mão e foi para o lado do menino, começando a cutucar ele, causando um ataque de risos no garoto mais novo.
— Ah mira quien es, Pepito, mi pinche esposo que no tiene casa... — Roier cruzou os braços fingindo irritação. — Bueno, ¿te vas a quedar ahí? — 
Apesar de ainda estar confuso quanto à criança, não conteve o sorriso com a provocação, preferindo ceder as carências do marido, não que Cellbit algum dia fosse negar dar atenção a Roier, ainda mais depois de semanas longe, a verdade é que, dos dois, Cellbit provavelmente era quem mais sentia falta da companhia. Ele esteve sozinho a vida inteira, passando por experiências traumatizantes o suficiente para ignorar a solidão, em alguns momentos não tendo nada para pensar além disso. Desse modo,  depois de se aproximar de Roier e conhecer o que era parceria, companheirismo e carinho, não pôde evitar se viciar no sentimento de ter alguém do seu lado.
— Desculpa, Guapito, eu não achei que o sinal naquela ilha ia ser tão ruim…— Foi em sua direção e depositou um beijo no topo da cabeça do marido, que corou feliz com a atenção.  —  Quem é esse garotão aqui? —
Perguntou olhando para o menino desconhecido, a risada do pequeno ecoava pela cozinha. Agora Richas brincava de tentar roubar a comida dele, e conhecendo o filho,  Cellbit imaginava que logo ele iria realmente pegar e comer algo do prato do menor.
— Pelo jeito a Federação está em necessidade de voluntários para o programa de guardiões, convocaram eu, Mariana e o Quackity para cuidar desse chamaco… E outros dois de primeira viagem também. — Roier explicou enquanto chamava a atenção da criança de volta para o almoço. — Richas! Deja su pollo, hay más en la sartén para ustedes. —
— Pai, coloca pra mim?! — 
Richarlyson pediu olhando manhoso para Cellbit, o que não era comum para seu filho de seis anos, pois sempre foi uma criança independente, que gostava de se provar pros pais desde que eram apenas guardiões, e ele só tinha quatro anos na época! Apesar de não ter permissão de mexer nas panelas, ele nunca fazia manha para pedir coisas, até mesmo comida.
— Pera, então… Você tá como guardião de novo? Isso nem é necessidade, é desespero. Pensei que não podia ser guardião de duas crianças. — Cellbit falava enquanto servia o prato de Richas, a criança se apressou para sentar na cadeira de frente para o novo menino.
Uma curiosidade sobre o país Ponto Nemo é o programa de guarda de crianças órfãs: orfanatos não são comuns no arquipélago que forma a nação, ao invés disso, o governo faz uma extensa pesquisa dos cidadãos que se voluntariam para o banco de dados do programa, e com testes de compatibilidade seleciona as melhores opções para serem guardiões de uma das crianças carentes. Geralmente, uma criança recebe mais de dois guardiões que, muito provavelmente, mal se conhecem. Pode parecer uma receita para o desastre, mas os responsáveis pela compatibilidade fazem um trabalho incrível o suficiente para que mesmo duas pessoas completamente opostas, que mal falam a mesma língua, consigam cuidar de uma criança com o carinho que ela dificilmente receberia em uma casa onde teria que dividir tudo com outras cem crianças. Foi assim que Cellbit e Roier conheceram seus, agora legalmente, filhos: Bobby e Richarlyson.
— Eles colocam seu nome de volta se você adotar também, mas vai pro final da lista, por isso nem me preocupei quando adotei o Bobby- ¡No mames, Pepiux! ¡El Richarlyson ya va a comer, no tiene necesidad de darle tu comida! — 
Roier interrompeu sua explicação ao ver a criança tentando jogar pedaços de frango para Richas no outro lado da mesa, o menino brasileiro se jogava em cima da mesa para pegar a carne de bom grado.
— Pepiux? — Cellbit perguntou, sinalizando para Richas sentar direito enquanto colocava o prato na frente do menino, “Pepiux” parecia envergonhado pela bronca de Roier.
— É só um apelido. O nome dele é José, mas quando um José é criança chamamos ele de Pepito. Então ele é o Pepito, Pepiux, Pepitinho… —
— Pepito! — O menino concordou levantando os braços, ele gostava do próprio nome, e o sorriso no rosto de Roier dizia que ele já sente certo carinho pelo garoto.
— Hola, Pepito, yo soy Cellbit, soy el esposo de tu papá… — Sorriu gentil para o menino depois de se abaixar e ficar mais ou menos na altura do pequeno. 
Pepito sorriu de volta o cumprimentando com um “Hola, pa Cellbit!” animado, o que rendeu um levantar de sobrancelha questionador na direção de Roier; o mexicano ignorou, mais uma vez chamando a atenção do garoto para seu prato, Pepito foi rapido em imitar Richas ao ver ele comer apressado.
— E quando isso tudo aconteceu?? — Cellbit se levantou, a atenção voltando totalmente para seu marido, contente em ter conseguido dar atenção para a nova criança. 
— Uns cinco dias depois de você ter viajado, creio… Dois dias depois já estava com a gente. — 
Roier também se levantou para colocar o prato do menino na pia, enquanto Pepito encarava Cellbit com olhos incrivelmente grandes atrás dos óculos redondos, o brasileiro chegou a considerar estar sendo analisado pelo pequeno, mas sentia que não tinha muitos pensamentos passando por aquela cabecinha. Logo viu bracinhos sendo levantados em sua direção e instintivamente o tirou da cadeirinha, porém, ao tentar colocar a criança no chão sentiu ela se agarrar em seu corpo.
— Você não queria descer?? — Perguntou olhando para Pepito confuso, e como resposta recebeu um aperto ainda maior em volta de seu pescoço e a risada do marido ecoando pelo cômodo. Olhou para o Roier buscando auxílio. — Guapito…? —
— Te valió verga, Cellbo, esse é o niño mais carente que já vi, não vai te soltar tão cedo. —
A mente do investigador estava cada vez mais confusa com toda a situação: como o menino que acabou de conhecê-lo já estava tão disposto a se apegar? O quão forte pode ser a carência de uma criança ao ponto de ignorar sua autopreservação? De chamá-lo de “pa”? Apesar de que, pela reação do marido mais cedo, imaginava que tinha dedo de Roier quanto o menino já o chamar de pai.
No programa de guardiões, oficialmente chamado “It Takes a Village”, é recomendado não criar um relacionamento de pais e filhos com as crianças, já que se trata de uma guarda temporária e elas podem ser adotadas por pessoas de qualquer lugar de Ponto Nemo e assim perder contato com seus guardiões. Porém, isso é muito mais fácil dito do que feito, algumas pessoas conseguem manter uma relação apenas de tios-sobrinhos, mas é comum encontrar crianças chamando seus guardiões de pais e serem respondidos como filhos. Roier é uma dessas pessoas que não se importam de tratar seus protegidos como filhos, por sorte Cellbit também não.
— Roier, eu também quero comer… — Pediu para o marido na esperança que ele pegasse Pepito de seu colo, mas o mexicano achou a situação engraçada o suficente para preferir servir o prato de Cellbit. — Ele já aprendeu a ser assim com o Quackity, foi? —
Se dando por vencido, Cellbit sentou do lado de Richas com Pepito em sua perna, mas percebeu que o filho não ficou muito feliz em ver outro menino no colo do pai. Richarlyson sempre mostrou ciúmes dos pais com outras crianças. A única exceção foi com Bobby, mas isso porque os meninos tiveram uma conexão de irmãos logo que se conheceram. Sabia que teria que conversar com o filho sobre como Pepito e nem ninguém o substituiria, mas pelo momento preferiu mexer na touca dele de novo, até porque acabou de chegar em casa, não é como se não fossem ter tempo.
— Na realidade, Pepito até agora só ficou comigo. —
— O que? Como assim?? Por que? — 
Roier colocou o prato na frente do marido, vendo Pepito tentar mexer com o cabelo de Richas, não alcançando a toca como o adulto havia feito, o garoto brasileiro afastava a mão do menor com irritação, então Cellbit achou melhor posicionar Pepito em sua outra perna distanciando os dois. Pepito aceitou que não era hora de brincar e simplesmente encostou todo seu corpo contra o de Cellbit. O homem ainda não sabia se o menino estava prestando atenção na conversa ou completamente se desligando da realidade. 
— Mariana, Quackity e Rivers estão em viagem, Dios lo sabe quando voltam; e Carre tá com a casa em reforma, Pepito é um pouco sensível a algumas coisas, com o pó que tá naquela casa, ele ia acabar morrendo em duas horas. — Se encostou na pia, tendo uma visão perfeita dos três. — Então vai ser a gente e o Pepito por um tempo. — 
— Roier… — Cellbit alternou olhares entre Pepito, Richas e Roier. — Você tá me dizendo que basicamente a gente tem um terceiro filho? — 
—... Talvez, um pouco… Por enquanto, não sei… — 
— Quer dizer, não que seja problema, só é um pouco repentino, mas não acho que tem problema a gente ter mais uma boca pra sustentar… —
Até porque a Federação não larga as crianças nas mãos dos cidadãos e parte pra próxima, todos os guardiões recebem uma pensão mensal para garantir as necessidades básicas da criança e um bônus como token de gratidão. Não paga o esforço que é cuidar e educar uma criança, é claro, o trabalho é muito mais que apenas alimentar bocas, mas é um bom incentivo para os voluntários.
— Pac não conseguiu te buscar, Richas? — 
Decidiu dar mais atenção para o filho, aproveitando que tinha a curiosidade do porquê dele estar em casa. Os outros ex-guardiões de Richarlyson não passam mais tanto tempo com o menino depois dele ter sido adotado por Cellbit e Roier, e por isso raramente cancelavam quando marcavam de passar um tempo com ele. O menino fez uma careta remexendo no macarrão, claramente não feliz com o que sejá lá que tenha acontecido. 
Olhando para o passado era engraçado pensar no quanto Richas se aproximou dos quatro guardiões que tinha: logo no primeiro dia de guarda, os quatro se reuniram na casa que Pac e Mike dividiam para cuidar do pequeno, e o dia terminou com o quarteto cantando totalmente fora de tom, tempo e ritmo, e esperando que Richarlyson dormisse. Foi uma festa para o garotinho que mal tinha quatro anos, ele não demorou uma semana para começar a chamar eles de pais, o que derreteu por completo o coração dos brasileiros.
 Com um ano de guarda, Cellbit não podia imaginar viver sem o garotinho correndo por seu escritório querendo ajudar em seus enigmas e o chamando de pai. Então fez um acordo com os outros três, no qual eles ganhavam guarda compartilhada permanente, e Richas tinha o nome de Cellbit em sua certidão, eram legalmente pai e filho.
— Ramon pegou catapora. —
O garoto explicou irritado, ou pelo menos tentou explicar, já que a frase não fez sentido algum para o adulto. Conhecia Ramon, é claro, é um amigo dos seus filhos que também fazia parte do programa de guarda. Mas um de seus guardiões simplesmente desistiu do posto e deixou a responsabilidade para Fit, um veterano de guerra como Cellbit, e que, como Cellbit, encontrou conforto no seu protegido. Sabia que tinha algo entre Pac e Fit, mas não via como isso afetava o acordo que fez com Pac. 
— Tá… E o Pac pegou catapora dele? Que que tem a ver, Richarlyson? — Perguntou confuso, esperando que o filho desse mais do que uma resposta curta.
— O tio Fit foi pra Austrália e deixou o Ramon com o pai Pac, mas o cabeça de carne podre pegou catapora e o pai Pac não queria que eu pegasse também, então falou pra eu não ir. —
Cellbit percebeu então: Richas não tinha só Pepito pra dividir a atenção dos pais, também tinha Ramon entrando na vida de Pac. E é claro que Cellbit entendia o amigo, não podia mandar Ramon pra outra pessoa só pra ficar com Richas, ainda mais quando Fit confiou em Pac para cuidar do menino. Ainda assim, é difícil para uma criança entender e se acostumar com esse tipo de mudanças.
— Pac se fudeu então, enquanto ele fica de enfermeiro do Ramon, eu posso aproveitar o fim de semana com meu filho. — Sorriu e fez cócegas em Richas com o braço livre, o menino riu tentando se afastar.
A conversa mudou enquanto Cellbit comia, Richas e Roier contaram como foram as últimas semanas, Cellbit explicou sobre o caso que foi investigar e as descobertas que teve, e que ainda precisava fazer um relatório mais organizado de tudo. Continuaram conversando mesmo quando já não tinha mais comida em seu prato, Richas decidiu ir jogar em seu quarto, e Cellbit só percebeu que Pepito dormiu em seu colo quando olhou para baixo e viu o garoto babando em sua camiseta. Seu sorriso se desfez ao acariciar a cabeça de Pepito e sentir o quão quente ele estava.
— Parece que ele tá com febre… Guapito?! —
— Deve estar passando o efeito do remédio — Roier foi até os dois e também checou a temperatura de Pepito com a mão. —  Ele tá resfriado desde anteontem, hoje parece estar melhor até. —
— Quer acordar ele pra dar mais? — Questionou preocupado. Curiosamente foram poucas as vezes em que Richas esteve doente enquanto estava sob seus cuidados, Felps sempre tomava a frente quando acontecia, então não era algo com que estava acostumado.
— Não, se ele acordar reclamando de dor sim, mas a febre não está tão alta pra se preocupar agora. Se quiser pode colocar ele na cama. — 
Roier, por outro lado, cuidava de Bobby a mais de quatro anos e durante os três primeiros esteve com o menino quase todos os dias, já que ele e Jaiden, a outra guardiã, se tornaram colegas de quarto para cuidar de Bobby. Pode-se dizer que dos dois maridos, Roier era o que tinha mais experiência em cuidar de crianças.
— Onde ele tá dormindo? — 
A menção de cama fez com que a ficha caísse, fazia pouco menos de duas semanas que Pepito estava com Roier e a casa não tinha mais de três quartos além de seu escritório. Quando se casaram, escolheram uma com espaço o suficiente para eles e os dois filhos, não sentiram necessidade de um quarto de visitas já que todos os seus amigos moravam perto, e Cellbit não queria nem um pouco que o avô do marido tivesse uma desculpa para ficar na casa dos dois, seja para uma estadia longa ou curta.
— Por enquanto, no nosso quarto… —
Fazia sentido por ser uma criança pequena (e agora doente), mas não era muito seguro já que o quarto ficava no segundo andar, e até onde se lembrava, não tinham nenhum tipo de segurança para bebês instalado.
— Já tem uma ideia? —
— No, deixei pra quando voltasse, assim quem vai levar a culpa vai ser você. — 
Roier deu uma risada maléfica que fez Cellbit sorrir, não era incomum o mexicano brincar sobre deixar decisões difíceis pro marido, mas a verdade é que sempre chegavam em soluções com uma boa conversa. Essa seria uma complicada, mesmo que Bobby e Richas tivessem uma boa relação de irmãos, eles ainda foram criados por um bom tempo como filhos únicos, por isso Cellbit e Roier fizeram questão de dar um quarto para cada um, com espaço para colocar as coisas que ganhavam de seus outros pais também. Colocar Pepito com um dos dois ou juntar os irmãos não seria fácil.
— Claro, claro… — Ele olhou novamente para Pepito em seus braços. — Acho que o quarto do Bobby é grande o bastante pra ele e Richas, a gente pode deixar o do Richas pro Pepito… Também sempre tem a opção de perguntar o que eles preferem. — 
— Não penso que eles vão entrar em consenso, mas podemos conversar, sim, como família. — 
— Tentamos isso, e se complicarem demais a gente faz o que achar melhor, e é isso. — 
— Bueno, suena bien. Jaiden deve trazer Bobby antes do jantar, vamos ter tempo pra conversar hoje. — 
— Uhum, bom, aproveitando então, tenho um relatório pra terminar… — 
Cellbit levantou pronto para passar Pepito para Roier, mas sentiu pequenos braços se prenderem ao seu pescoço junto de um murmúrio de desaprovação.
— Ah bueno, pinche niño ingrato hijo de tu puta madre, yo te cuidé dos semanas y ahora prefieres el pinche pendejo? — Roier vociferou ofendido, abaixando os braços que estavam prontos para receber o menino. — Bueno, quedate con el pinche Cellbit. Vete a la verga, pídele a él tu pinche medicina. — 
A risada de Cellbit ficou mais alta quando Roier começou a tirar a mesa e organizar a louça para lavar. Pepito continuava dormindo profundamente em seu colo.
— Eu vou cuidar dessa casa, porque ninguém me ajuda mesmo, se eu não fizer ninguém vai fazer. Fica vocês dois aí sem fazer nada, eu sempre faço tudo por aqui mesmo… Hijos de puta… — 
As reclamações continuaram enquanto Cellbit saia da cozinha, subia as escadas e, até mesmo depois de entrar em seu quarto, podia ouvir Roier murmurando.
— Esse é seu papa, Pepito, é o melhor que vai encontrar, mas às vezes é dramático assim. — 
Disse baixo apesar de não achar que o menino fosse acordar. Olhou em volta, mas não encontrou a segunda cama que esperava, em vez disso seu lado da cama de casal estava com uma barreira de travesseiros e almofadas. Não podia acreditar que todo esse tempo Roier deixou Pepito dormir na cama dos dois, o mexicano realmente aproveitou que o marido não estava em casa para fazer as coisas como sabia que Cellbit não aprovava. Uma das coisas que aprendeu com guias de paternidade que leu quando recebeu a guarda de Richas era que crianças não devem dormir na cama dos pais ou com eles para que não se acostumassem, nem tirasse a intimidade dos responsáveis, era ainda menos recomendado para crianças na idade de Pepito. 
Respirou fundo achando melhor não discutir sobre isso agora e ir terminar o bendito relatório, não é como se pudesse voltar no tempo e comprar uma cama para a Pepito. Deixou o velho computador ligando em seu escritório e voltou para o quarto para colocar Pepito na cama, mas novamente o menino se recusou a soltá-lo, e quando ele ameaçou chorar, Cellbit decidiu que hoje seria um berço móvel levando ele de volta para o escritório.
(...)
Poucas horas depois, Roier subiu com um chamado de Bobby. O menino tinha ido cumprimentar Cellbit depois do tempo sem vê-lo (inclusive, estava curioso sobre o caso que ele foi investigar), além de ter que chamar ele e Pepito para jantar. Roier encontrou o menino parado na entrada para o escritório com os braços cruzados.
— Ese gordo ya está marcando su territorio, eh? — Bobby caçoou, Roier não precisava ver o sorriso em seu rosto para saber que não tinha peso na frase do menino, o filho gostava de implicar com os outros, e é como mostra afeição, pelo menos era o que Roier esperava.
Dentro do escritório, a tela do computador de Cellbit estava apagada no modo hibernar, o marido estava dormindo assim como Pepito, que parecia confortável em seu peito, o braço esquerdo de Cellbit estava por cima das costas do menino para impedir que ele caísse, os óculos vermelhos de Pepito pendurado em sua mão. Roier sabia que o marido nunca iria se opor a cuidar de mais uma criança, o brasileiro adorava crianças mesmo pensando não ter muito tato com elas, e encontrar ele em um momento tão doméstico com o menino que conheceu no mesmo dia era só a confirmação.
— No este celoso, Bolby. — 
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srtthomann-blog · 7 years
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PAUTA
Redator: Sarah Thomann, Amanda Pires, Letícia Pacheco
Data: 24/03/2017
Retranca: k-pop, coreia, dança, música
Fonte: Redação
Tema:
Adolescência e coreia: como a música pop coreana vive e sobrevive no Brasil.
Histórico/Sinopse:
O número de fãs dos grupos coreanos de dança e música vem crescendo no Brasil desde seu nascimento; trazidos pela cultura japonesa dos animes que já era forte por aqui. Nossa reportagem visa abordar esse microuniverso que junta adolescentes online e em centros culturais, para ouvir, imitar e trocar experiências sobre os grupos coreanos de k-pop.
Enfoque/Encaminhamento:
Fazer um panorama geral da história do k-pop no Brasil; entrevistar fãs e grupos de dança que se inspiram no k-pop para participar de competições e eventos, bem como representantes políticos da Coreia no Brasil que possam opinar sobre a forte cultura do k-pop em nosso país. Abordar influenciadores e representantes que falam sobre assuntos relacionados online e em outras mídias, e acabam por ajudar a difundir essa cultura.
Editoria: música e cultura.
Fontes:
Fãs e grupos de dança, representantes do consulado da Coreia do Brasil, influenciadores e “representantes”.
Sugestões de perguntas:
Como surgiram os grupos e competições de dança?
Quais as dificuldades encontradas pelos fãs de promover e crescer a cultura do pop coreano por aqui?
Como funcionam as hierarquias entre os grupos de dança?
O que os coreanos acham dessa difusão cultural?
Entrevistas:
Entrevistada: Greice Kelly “Shun” da Luz
Idade: 22
Estudante de Educação Física, participante do grupo K-NRGY.
1) Como/quando você conheceu o kpop?
Shun: “Conheci faz bastante tempo, acho que em 2009, foi porque a minha irmã gostava muito de ficar no youtube ouvindo música, e em algum momento ela caiu em um vídeo de kpop e ela gostou e começou a ouvir, e eu comecei a ouvir por “osmose”. Mas até então eu não tinha me interessado, até que um dia eu parei para procurar e eu achei um vídeo do G-Dragon de ‘Heartbreaker’ e eu gostei, e comecei a procurar mais.”
2)  Você já dançava antes de conhecer o kpop? Como conheceu os grupos de dança?
S: “Não… Eu sempre gostei muito de musicais, por exemplo de Disney, gostava de ficar imitando mas nunca fiz nada sério. Aí eu comecei a ver as coreografias do kpop, e tinha algumas que eram muito elaboradas e eu ficava em casa imitando os passos.
Eu descobri os grupos no flashmob do ‘MBLaq’, em 2010 ou 2011, quando o grupo veio ao Brasil, que foi o primeiro que veio, e o pessoal combinou de fazer um flashmob dançando as musicas deles para eles verem. Uma amiga minha me chamou para ir, eu fui. Lá eu comecei a aprender as coreografias. Conheci uma menina chamada Mika que me passou as coreografias e eu descobri que tinham pessoas que imitavam as coreografias e se encontravam de fim de semana pra treinar e se apresentar em eventos de anime, ou em qualquer lugar que pudesse apresentar dança. Aí eu gostei e procurei entrar em um grupo.”
3) Como é participar de um grupo de dança kpop? Vocês se sentem de certa forma mais perto próximas dos seus “idols”?
S: “Participar de um grupo de dança kpop ou kpop cover são duas coisas, dois extremos, é muito divertido e muito estressante ao mesmo tempo, principalmente agora. Antigamente, lá em 2011/12 era mais ‘for fun’, o pessoal vinha se encontrava e dançava… Hoje eles levam muito a sério por causa das competições.
Sobre se sentir perto do idol, acho que qualquer fã quando está fazendo algo que diz respeito ao grupo que gosta, a banda que gosta, se sente perto do idol, e quando a gente vê algum reconhecimento de algum artista, ‘tipo’ ele viu um vídeo e gostou, como já aconteceu no meu grupo mesmo (Energy), teve uma kidol que veio para o Brasil e dançou com as meninas do meu grupo… Essas coisas que acontecem com o tempo são coisas que fazem você se sentir perto dos ídolos, mesmo só quando o grupo vem e você faz um flashmob pra ele, tendo 100 pessoas juntas…”
4) Existe algum tipo de rivalidade/hierarquia entre os grupos? Como “funciona” essa parte?
S: “Rivalidade sempre tem, uma hora ou outra vai ter uma “richa”, mas a questão é que os grupos em si começaram a se aprofundar mais em dança, e com isso veio o ‘povo’ que gosta de fazer eventos e criaram eventos específicos para a dança kpop, e isso gerou mais competição entre os grupos, pra cada um ser o melhor…
Quando se trata dos ensaios aqui no Centro Cultural, geralmente usamos o bom senso para dividir o espaço, quem chega primeiro pega o melhor lugar, os grupos maiores ficam com os maiores espelhos.”
5) Você já participou de alguma competição? E o que vocês ganham geralmente?
S: “Tem eventos agora que levam os grupos pra Coreia, tipo o Korean Pop Festival, que inclusive meu grupo participou e a gente ganhou, ficamos em 1°… Essa competição vem da própria Coreia, já acontecia em outros países e eles trouxeram aqui pro Brasil… Eles fazem competições pela América Latina, e quem ganhar representa a América Latina na Coreia. Normalmente é dinheiro, o fator motivacional. Mas não só dinheiro, tem competições que dão prêmios como cds, bonés, camisetas, outras dão bastante dinheiro, e acho que varia de competição pra competição, porque tem algumas que estão só começando e elas não tem grana pra dar prêmios em dinheiro.”
Entrevistada: Bárbara “Babi” Dewet
Idade: 30
Escritora, Digital Influencer
1) Sabemos que o kpop é uma cultura/conceito novo, nascido em 1992. Como você acha que o Brasil alcançou o kpop, sendo um país e uma cultura tão distância da nossa?
Babi: Somos distantes, mas temos muitos descendentes asiáticos aqui no pais. Se não me engano, somos tipo a segunda maior colônia coreana no mundo, fora da Coreia. E, como um povo miscigenado, somos abertos à novas culturas. O kpop veio um pouco depois da cultura japonesa já estar consolidada entre jovens brasileiros, por exemplo, e se infiltrou em eventos para esse público-alvo há alguns anos atrás. Com o Youtube e o PSY, a neo Hallyu (como chamamos a nova onda coreana) se espalhou mundialmente, consequentemente trazendo mais à tona a força que a cultura coreana e o kpop tem aqui no Brasil. De lá pra cá, tivemos eventos exclusivamente sobre a Coreia, algo que não se pensava muito antes.
2) No penúltimo final de semana, o grupo BTS veio pela terceira vez ao Brasil, porém eles são um dos poucos grupos a virem à América do Sul. Porquê você acha que os fãs continuam tão fiéis aos seus grupos, apesar da pouca atenção que recebem?
B: Na verdade, muitos grupos vem e já vieram à América do Sul, mas não passaram no Brasil. A cultura coreana e o kpop é muito forte em alguns países como o Peru e o Chile, onde novelas coreanas passam até na televisão. Por lá, os shows de kpop são feitos em estádios e lotam há anos. Aqui, estamos engatinhando. Até temos público, mas não temos dinheiro, patrocínio e nem casas de shows com porte para alguns grupos que querem vir, por exemplo. Acho que os fãs continuam fieis porque é basicamente o que fãs fazem. Fora que, quando um grupo vem lá da Coreia, é algo ainda mais emocionante do que quando o artista que a gente gosta mora perto da gente. Da uma sensação de vitória muito maior.
3) Não é segredo que, apesar do crescimento do kpop no Brasil, ainda há muito preconceito, por ser uma cultura diferente da nossa, embora musicalmente falando os estilos sejam parecidos. Como você acha que os fãs devem lidar e combater isso? Você acha que esse é um dos motivos do kpop não ter tanta visibilidade aqui?
B: Aqui no Brasil não temos costume de ouvir músicas em outras línguas que não em inglês ou espanhol e isso é algo geral. Não toca na rádio, nem na TV e é algo que causa estranheza. Como um país onde muitos jovens nem falam essas línguas próximas, é fácil entender esse bloqueio com o coreano, por exemplo. Que, linguisticamente, é tão distante do português. Os fãs precisam continuar divulgando, combatendo preconceito dentro do próprio fandom, dando exemplo, procurando explicar e cuidar de novos interessados. Aprender coreano e estimular escolas e professores da língua também é bacana. Ir a shows e eventos também. Dá visibilidade e abre portas.
4) O kpop é um grande comércio na Coréia, onde os kidols são preparados durante muito tempo até o momento de debutarem. Dessa forma, essa indústria não tem muitos olhos para o Brasil, por não ser algo que lhes pareça muito lucrativo. Como digital-influencer, que lida na hora de escolher cidades e lugares para turnês de livros, como você acha que os fãs devem se mostrar presentes e garantir que os shows serão lotados como o do BTS, por exemplo?
B: O Brasil realmente não é lucrativo, mas fomenta fama e visibilidade para artistas na Coreia. Dizer que fez show do outro lado do mundo é status. Por isso muitos grupos aceitam vir de qualquer forma, entrando em acordos. Muitos realmente não se interessam pelo Brasil porque não precisam desse status e, como não é lucrativo, não faz sentido se locomoverem pra cá. Os que vem, certamente vão passar por SP e pelo sudeste e raramente para outros locais do Brasil, porque normalmente é mais barato para as produtoras. Show em SP é quase certo que faz sucesso. E em SP os vôos são mais baratos, tem mais opções de hospedagem, translado, etc. Algumas produtoras estão tentando levar grupos para o Norte e Nordeste, por exemplo, mas é extremamente caro viajar dentro do Brasil e muitas vezes não existem passagens da Coreia direto para esses estados, o que dificulta bastante. Os fãs precisam se organizar, participar de eventos, criar grupos e encontros e chamar atenção! Os produtores estão de olho, eu prometo!
5) Você é fã tanto de kpop quanto de McFly, que são músicas e artistas de culturas opostas, você acha que os fãs se diferem um dos outros? Ou o sentimento de fã é o mesmo independente do artista?
B: Independente. Inclusive, encontro muitos fãs de McFLY que hoje são fãs de kpop também. É bem divertido.
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