Bom dia!!!!
Por: Fred Borges
Miserere -Salmo 51 de Gregorio Allegri e Wolfgang Amadè* Mozart.
Gênios não nascem, são iluminados por anjos, enviados por Deus, que abrem as portas do paraíso para todos terem acesso.
Ninguém nasce gênio, aliás nascemos todos vocacionados a realizar algo. Inúmeros fatores levam ao reconhecimento desta vocação.
A palavra “vocação” tem origem no latim “vocare”, que significa “chamar”. Assim, a vocação é o chamado à nossa essência, à nossa habilidade natural.
Basta saber o que e quem chamou.
Levanto aqui, neste momento,a hipótese do anjo.
A palavra anjo em português deriva da palavra latina angelus, que por sua vez deriva da palavra grega: aggelus.
Significa em ambas as línguas: mensageiro.
A ideia de anjo se faz presente em diferentes religiões como: judaico-cristã, espírita, muçulmana, hindu, budista.
A hipótese do anjo ou dos anjos é única, a que existirá ou existirão anjos enviados por Deus para identificar,conhecer, e reconhecer a vocação de uma pessoa.
Portanto o gênio não nasce, ele é identificado, conhecido e reconhecido por seu anjo que faz mais que tornar carvão em diamante, o lapida, trabalha, orienta, educa, treina exaustivamente até atingir a excelência, o que por fim o torna de uma genialidade fenomenal é justamente " sair da curva", não aceitar as várias negativas, a mediocridade, a banalidade, a superficialidade.
O treino constante, o esforço durante toda a vida e a autocrítica severa sobre suas obras foram os fatores que realmente levaram Wolfgang Amadeus Mozart a ser lembrado e venerado como é hoje.
Existe uma história sobre Amadè*, assim como o chamava seu pai, Leopoldo, que vale a pena ser contada.
Tudo começa com uma escrita a sua esposa, mãe de Amadè.
Em carta à esposa datada de 14 de abril de 1770, dia em que ele e o filho chegaram a Roma, Leopoldo dizia o seguinte:
"Chegamos aqui em segurança no dia 11.
Eu poderia ter sido facilmente persuadido a voltar para Salzburgo em vez de vir a Roma, pois a viagem de Florença a Roma durou cinco dias e foi feita sob uma terrível chuva com ventos frios.
Ouvi dizer que em Roma tem chovido constantemente nos últimos quatro meses, e com certeza sentimos isso na pele quando fomos até a Capela Sistina para escutar o Miserere na quarta e na quinta.
Inicialmente, o tempo estava bom, mas no caminho de volta para casa fomos atingidos por um aguaceiro tão intenso que jamais os nossos casacos haviam ficado tão ensopados como naquela ocasião [...].
Em Roma, fala-se com frequência do famoso Miserere, levado em tão alta conta que os músicos da capela são proibidos (sob pena de excomunhão) de levar consigo um único trecho da partitura, muito menos de copiá-la ou passá-la a outra pessoa.
Porém, nós já o temos!
Wolfgang já o copiou, e se não fosse necessária a nossa presença para executá-la, nós o teríamos enviado a Salzburgo junto com esta carta.
O modo de executá-la deve desempenhar um papel mais importante do que a obra em si; portanto, nós o levaremos para casa.
Por ser parte de um dos segredos de Roma, não queremos que ele caia nas mãos erradas, ut non incurramus mediate vel immediate in censuram Ecclesiæ [para que não incorramos, mediata ou imediatamente, na censura da Igreja].
Já exploramos a Basílica de São Pedro, e tenho certeza de que não deixaremos de ver nenhum lugar importante.
Se Deus quiser, amanhã ouviremos o sermão de Sua Santidade."
É fato que Wolfgang Amadè Mozart, “da bela terra onde o si ressoa”, compôs pouca, mas escutou muita música sacra.
“O milagre que Deus fez nascer em Salzburgo” — era assim que Leopoldo apresentava o filho aos italianos e, por meio deles, ao mundo inteiro — conheceu o milagre da polifonia sacra, na qual várias vozes se seguem umas às outras, entrelaçam-se harmonias, calam-se os instrumentos e ecoam as abóbadas de basílicas.
Durante muito tempo, o gênio de Salzburgo preservaria a memória da polifonia e a lição aprendida com ela, a ponto de ter escrito em 4 de setembro de 1776 ao Pe. Martini (1706–1787), famoso teórico e músico bolonhês, além de seu maestro durante a temporada na Itália: “Nossa música de igreja é um tanto diferente da que é feita na Itália [...]. É necessário um estudo específico desse tipo de composição”
Composto em 1638, o Miserere era executado duas vezes por ano, durante o Ofício das Trevas, que hoje é chamado de Ofício das Leituras da Quinta-feira e do Sábado Santos (na Sexta-feira Santa cantava-se o Miserere de Felice Anerio ou o de Sante Naldini), depois das Vésperas do dia anterior — isto é, depois do pôr do sol da Quarta-feira e da Sexta-feira Santas — exclusivamente na Capela Sistina no Vaticano.
Bem, Mozart, então um jovem adolescente, decorou e transcreveu a composição logo após chegar em casa.
Ao chegar em casa, Wolfgang anotou quase perfeitamente a música de 15 minutos para 9 vozes. Isso. 15 minutos, 9 vozes. Isso demonstra uma compreensão musical que não dá pra entender. E uma memória que se tornaria lendária.
Ele chegou a voltar para escutar uma segunda vez, fazendo uns pequenos ajustes.
Mas seu feito foi tão grandioso que, em vez de puni-lo, o Papa Clemente XIV o chamou para uma conferência e lhe concedeu uma medalha.
Tome essa medalha, meu filho.
Miserere, também conhecido como Miserere mei, Deus (em latim: "Tende misericórdia de mim, Deus") é uma versão musicada a cappella do Salmo 51 (50) feita pelo compositor italiano Gregorio Allegri, durante o papado de Urbano VIII, provavelmente durante a década de 1630.
Como já dito, chegou a ter a transcrição de sua música proibida por lei, e só podia ser executada em serviços privados — o que aumentava o mistério em torno da obra.
A versão que acabou por "escapar" do Vaticano é na realidade uma compilação de versos musicados por Allegri em 1638 e finalmente tornou-se conhecida pela execução por Wolfgang Amadeus Mozart.
O que teria originado letra e música foi o próprio Salmo 50 ou 51a depender da versão bíblica.
Miserere é um dos salmos atribuído a Davi, rei de Israel.
O número cinquenta. E é um clamor de piedade por um crime feroz;/Davi desejou Bate-Seba, esposa de seu soldado mais fiel, Urias, o hitita, e deitou-se com ela, que ficou grávida. O rei então fez com que Urias morresse em batalha.
O bebê nasceu, mas morreu.
Davi pediu perdão e casou-se com Bate- Seba, que lhe deu outro filho: Salomão.
Postas estes dados históricos, de anjos que iluminam caminhos de vocacionados vindo a se tornarem gênios, se faz necessário fazer- se acompanhar a letra com uma das magistrais músicas sacras.
Tem misericórdia de mim, ó Deus: segundo a tua grande misericórdia.
Miserere mei, Deus: secundum magnam misericordiam tuam.
E de acordo com a multidão de tuas misericórdias, apaga minha iniquidade.
Et secundum multitudinem miserationum tuarum, dele iniquitatem meam.
Pois eu conheço a minha iniquidade, e o meu pecado está sempre contra mim.
Quoniam iniquitatem meam ego cognosco: et peccatum meum contra me est semper.
Só tu pequei e fiz o mal diante de ti: para que sejas justificado em tuas palavras, e para que venças quando fores julgado.
Tibi soli peccavi, et malum coram te feci: ut justificeris in sermonibus tuis, et vincas cum judicaris.
Pois eis que em iniqüidades fui concebido, e em pecados me concebeu minha mãe.
Ecce enim in iniquitatibus conceptus sum: et in peccatis concepit me mater mea.
Pois eis que amaste a verdade: revelaste-me as coisas incertas e ocultas da tua sabedoria.
Ecce enim veritatem dilexisti: incerta et occulta sapientiae tuae manifestasti mihi.
Asperge-me com hissopo e ficarei limpo; lava-me e ficarei branco sobre a neve.
Asperges me hysopo, et mundabor: lavabis me, et super nivem dealbabor.
Tu darás alegria e alegria aos meus ouvintes: e os ossos humilhados se regozijarão.
Auditui meo dabis gaudium et laetitiam: et exsultabunt ossa humiliata.
Desvia o teu rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades.
Averte faciem tuam a peccatis meis: et omnes iniquitates meas dele.
Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova em minhas entranhas um espírito reto.
Cor mundum crea in me, Deus: et spiritum rectum innova in visceribus meis.
Não me expulses da tua presença e não retires de mim o teu espírito santo.
Ne proiicias me a facie tua: et spiritum sanctum tuum ne auferas a me.
Dê-me a alegria do seu salvador: e fortaleça-me com o seu espírito principal.
Redde mihi laetitiam salutaris tui: et spiritu principali confirma me.
Ensinarei os teus caminhos aos ímpios, e os ímpios se voltarão para ti.
Docebo iniquos vias tuas: et impii ad te convertentur.
Livra-me do sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exultará na tua justiça.
Libera me de sanguinibus, Deus, Deus salutis meae: et exsultabit lingua mea justitiam tuam.
Ó Senhor, tu abrirás os meus lábios, e a minha boca declarará o teu louvor.
Domine, labia mea aperies: et os meum annuntiabit laudem tuam.
Pois se você quisesse um sacrifício, eu certamente o teria dado: você não terá prazer em holocaustos.
Quoniam si voluisses sacrificium, dedissem utique: holocaustis non delectaberis.
Um sacrifício oferecido a Deus pelo espírito: um coração quebrantado e humilhado, ó Deus, não desprezarás.
Sacrificium Deo spiritus contribulatus: cor contritum, et humiliatum, Deus, non despicies.
Faze benevolência, ó Senhor, em tua boa vontade para com Sião: para que os muros de Jerusalém sejam reconstruídos.
Benigne fac, Domine, in bona voluntate tua Sion: ut aedificentur muri Ierusalem.
Então aceitarás o sacrifício de justiça, as oblações e os holocaustos; então colocarão os bezerros sobre o teu altar.
Tunc acceptabis sacrificium justitiae, oblationes, et holocausta: tunc imponent super altare tuum vitulos.
Fonte: Musixmatch
Compositores: Gregorio Allegri / David Marcus Fuller / Beatrix Benedict
Letra de Miserere Mei © Bruton Music Ltd., Naxos Ltd., Focus Music Publishing Ltd., Chester Music
Lava-me ainda mais da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado.
Amplius lava me ab iniquitate mea: et a peccato meo munda me.
Miserere - Salmo 51 por Gregorio Allegri.
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Aperte le iscrizioni alla tredicesima edizione del Premio Bindi
Sono aperte le iscrizioni alla tredicesima edizione del Premio Bindi di Santa Margherita Ligure (GE), uno dei più prestigiosi concorsi e festival italiani dedicati alla canzone d’autore, intitolato a Umberto Bindi, indimenticato cantautore genovese.
Da quest’anno la direzione artistica è affidata a Zibba, uno dei più stimati cantautori e autori italiani, già vincitore del Bindi nel 2011. “Sono davvero onorato – dichiara – di essere stato scelto come nuovo direttore artistico. Sono molto legato a questo Premio, e felice di ereditare il ruolo da uno dei miei miti, Giorgio Calabrese, al quale proprio in collaborazione con il Bindi dedicammo un disco nel 2013. Cercherò di fare il mio meglio per portare novità e allo stesso tempo rispettare la grande tradizione del Premio. Farò di tutto affinché la mia presenza possa davvero servire a qualcosa.”
Il concorso è riservato a singoli o band che compongano le proprie canzoni. Non ci sono preclusioni per il tipo di proposte artistiche, da quelle stilisticamente più tradizionali a quelle più innovative. Fra tutti gli iscritti, una commissione selezionerà dieci artisti che si esibiranno nella finale dell’8 luglio 2017 a Santa Margherita Ligure, di fronte ad una prestigiosa giuria composta da musicisti, giornalisti e addetti ai lavori.
Caratteristica del Premio Bindi è quella di non premiare una singola canzone ma l’artista nel suo complesso, dal momento che tutti i finalisti avranno modo di eseguire ben quattro canzoni, tre proprie e una cover.
Il 1° classificato riceverà una targa di riconoscimento e una borsa di studio. Ma molti altri sono i premi in palio.
L’iscrizione è gratuita. La domanda deve essere spedita entro e non oltre il 1° maggio 2017 esclusivamente tramite il sito www.premiobindi.com nell’apposita sezione. Sul sito è disponibile anche il bando completo del concorso con il dettaglio dei vari premi.
Il concorso è indetto dal Comune di Santa Margherita Ligure con il patrocinio della Regione Liguria. Le scorse edizioni del Premio sono state vinte da artisti che si sono spesso poi affermati nel mondo della musica: Lomè (2005), Federico Sirianni (2006), Chiara Morucci (2007), Paola Angeli (2008), Piji (2009), Roberto Amadè (2010), Zibba (2011), Fabrizio Casalino (2012), Equ (2013), Cristina Nico (2014), Gabriella Martinelli (2015), Mirko e il cane (2016).
Per maggiori informazioni:
Associazione Culturale Le Muse Novae – Tel 0185-311603 – www.premiobindi.com –
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