Tumgik
#HalloweenNTFM
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Going out tonight, changes into something red | Greta Catchlove; Amélia Bones
A mãe de Greta, Celline, havia ensinado a filha desde pequena que dormir era o melhor dos remédios para quando se estava mal. Além de fazer com que a pessoa parasse de pensar um pouco, ainda a levava para mundos longes o bastante para não se lembrar deles depois. O problema era que ela havia falado aquilo para filha quando ela era criança, na intenção de fazer com a menina dormisse naquela vez que teve uma forte gripe, não em momentos como esse, não para esquecer o quanto estava com fome e o quanto suas mãos tremiam pela falta de glicose no sangue, não quando ela estava dormindo para não desmaiar. Algumas vezes ela pensava o que sua mãe pensaria caso ela contasse como estava, ou caso ela visse o corpo da filha. Talvez se culparia, era isso que as mães faziam quando suas crias estavam mal, mas Catchlove não a culpava. Não era culpa de sua mãe e nem de seus cursos de culinária, também não era culpa de seu pai que sendo quase um aborto não pode ensinar a menina tudo sobre o mundo bruxo. A verdadeira culpa era dela. Não só dela, como daquele corpo enorme e cheio de gordura que ela viva sempre que se olhava no espelho, era culpa daquela vontade imensa de comer tudo que via pela frente, aquela fome enorme que parecia devorar até sua alma e correr todas as suas tentativas de emagrecer, de ficar bonita e bela, de ser amada. Greta dormia, dormia para não ver suas amigas lindas ao seu lado, para não precisar enxergar Peter olhando com amor para uma garota já comprometida e mil vezes melhor do que ela, dormia porque seu corpo todo tremia, porque seu estomago doía e porque não queria que tudo continuasse igual.  Dormir sempre havia sido uma forma da garota fugir da sua realidade, mas após ter sido rejeitada por Peter, como ela já sabia que seria, nada para ela mais parecia bom o suficiente. Apaixonada pelo garoto desde seu quatorze anos, Greta via nele alguém bom, lindo, gentil, engraçado e até parecido com ela. Queria ir com ele ao baile desde que ouviu sobre isso, mas demorou demais para ir perguntar se ele aceitava sua companhia na festa, acabou que ele já tinha arrumado um par e agora ela estava sozinha de novo. Não tinha ido perguntar, pois sabia que ele negaria, entretanto após uma conversa com Amélia ela decidiu que nada de ruim poderia acontecer e que talvez ele até gostasse dela. Só que não foi isso que aconteceu.
A garota resmungava enquanto era balançada pelos outros. Abriu levemente os olhos para poder ver os olhos azuis e os cabelos loiros de Amélia ao seu lado, em pé. – Não, não. Deixa eu dormir. – pediu a garota, virando de costas para a amiga em uma tentativa de voltar a dormir. – Nem venha werezumbi, eu não vou ir para hogsmead nem que você me arraste pelos cabelos com sua força sobrenatural. – respondeu ela, sentando-se na cama. Quando era acordada, quase nunca conseguia dormir de volta e por isso acordava sempre cedo sem nenhum problema. Coçando os olhos e bocejando, Greta focou seu olhar na amiga. – Me diga por que a gente só não pode ficar no dormitório invés de ir pra esse baile estúpido? – recolheu as pernas, abraçando-as com os próprios braços e apoiando o queixo nos joelhos. – Nós não temos par, Mia. E a regra é bem clara sobre ter um par. – argumentou, sabia que lá no fundo ela gostaria de ir à festa. Havia ficado animada quando pensou que poderia ir com Peter, que seria finalmente notada por ele e que, talvez, eles fossem dançar e dançar por todo o salão como se ele realmente quisesse estar lá com ela. Quando ele lhe disse não foi como se toda usa animação tivesse ido por água abaixo e ela estava seriamente pensando em se juntar a Septima nos protestos contra o evento. Não queria ir para ficar se sentindo desconfortável, porque era sempre isso que acontecia quando estava em publico. Ficaria vendo aquelas garotas com os corpos perfeitos em vestidos lindos, de salto e com os cabelos arrumados, enquanto ela parecia mais um pato dançando e algum tipo de bolinho enfeitado quando usava vestido. Nunca havia sido uma garota muito feminina, isso colaborava para ela não chamar a atenção de garoto nenhum por mais que tentasse. Pensava que se ela fosse um pouco mais como as outras, um pouco mais bonita e um pouco mais magra tudo daria certo na vida dela. Mas esse não era o caso. – Okay, okay, eu estou indo. Mas você tem que me prometer que nós vamos comer alguma coisa antes de ir porque eu estou faminta e poderia comer um boi inteiro. – levantando-se, andou até seu malão e pegou uma roupa qualquer, indo em direção ao banheiro para poder se trocar. Greta não se sentia confortável expondo qualquer parte de seu corpo na frente de alguém, era como se a pessoa fosse olhar para seus braços, para suas coxas, para sua barriga e rir, sentir nojo daquela gordura toda que ela acumulava, talvez até apontaria o dedo, mandando ela fazer alguma coisa para retirar aquilo tudo de seu corpo. Mas ela já tentava.  Corria durante duas horas por dia, comia cada vez menos, passava dias sem colocar alguma coisa na boca e mesmo assim lá estava ela, parecendo uma bola de tão gorda e querendo se jogar da janela mais próxima. Quando começou a se trocar, evitou olhar para seu corpo o maximo possível. Sabia que caso o fizesse iria querer correr para os gramados e se exercitar até desmaiar de cansaço – ou de fome,o que viesse primeiro -, se sentiria feia e iria rejeitar a amiga que a esperava no dormitório. Vestiu-se com a maior rapidez do mundo, jogando seus cabelos loiros para frente e escovando os dentes.
Guardou seu pijama no malão assim que voltou para o quarto. – Já digo que não vou comprar vestido nenhum, mas eu posso te ajudar a achar um que encubra a marca das suas mordidas de carinho daquela garota maluca. – brincou ela, enquanto saia do dormitório para o salão comunal. Gostava de ficar com Amélia, sentia-se bem com a garota e isso era uma raridade porque ela não se sentia bem perto de ninguém. Nunca havia contado para a amiga como se sentia de fato, mas desconfiava que a outra soubesse. Ela achava que todo mundo sabia sobre suas inseguranças, que enquanto andava pelos corredores os outros riram dela e apontavam os dedos, falando coisas como: “olha, lá vai a garota que é apaixonada pelo Peter! Tadinha, será que ela sabe o quanto é gorda para querer um garoto daqueles?” ou “nossa, isso é um terremoto? Ah, não. É só aquela hufflepuff obesa andando”. Era como se conseguisse ouvir eles lhe falando aquilo, chegava aos seus ouvidos e batia com uma tremenda força em seu coração, fazendo com que ele quase parasse de bater para tentar aliviar o sofrimento da garota. Saiu do salão comunal e seus pulmões foram tomados pelo cheiro de comida vindo da cozinha. Amava sua casa, mas o que mais odiava era tentar emagrecer perto da cozinha. O cheiro de bolinhos, bolos, pães, sucos, vitaminas, doces e salgados subia por seu nariz e ia parar em seu estomago, que protestava pela falta de alimento. – Vamos. – ela puxou a outra para dentro da cozinha. O primeiro lugar que Greta conheceu em Hogwarts foi a cozinha, desde então ia lá quase todos os dias até seu quarto ano e depois desse ia pelo menos duas ou três vezes por semana, sempre que precisava comer e não tinha mais para onde. Os elfos serviram para ela um grande pedaço de bolo (120 calorias) e um suco de laranja (45 calorias), mesmo com fome ela não estava disposta a ingerir 160 calorias logo na sua primeira refeição, por isso dividiu o bolo no meio (60 calorias) e tomou só uns dois goles do suco antes de sair da cozinha. Não estava satisfeita, poderia comer muito mais, pois seu estomago ainda roncava, mas ela não queria engordar ainda mais. Foi com Mia até o caminho que as levava para o vilarejo, pelo menos já não estava mais passando tão mal. – Você quer mesmo ir? E não me diga que vamos só para roubar doces, isso dói lá no fundo. Ainda acho que ficar no quarto é a melhor opção nisso tudo, mas não vou te deixar sozinha lá se quiser mesmo ir, Amy.
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It’s almost Halloween || Narcissa & Jonathan
               Narcissa soprou seus cabelos para longe do rosto enquanto avaliava as pessoas que saiam e entravam do Três Vassouras. Ela preferia não se envolver diretamente com os planos da revolução, mas entendia o motivo de terem requisitado que fosse ela a repassar as informações do plano. Afinal de contas, ela havia se formado a pouco tempo e, por isso mesmo, ela não atrairia tanta atenção se estivesse conversando com algum aluno da escola.
           A loira tomou o resto de sua cerveja amanteigada e apreciou o calor que a bebida proporcionava. Apesar das janelas fechadas barrarem a maior parte do frio cortante típico das tardes de outono, as portas que se abriam a todo momento para permitir a entrada de novos clientes infelizmente também permitam a entrada de um vento que pressagiava a vinda do inverno, e Narcissa precisava se controlar para não se virar a todo momento e lançar olhares tão gelados quanto o clima lá fora para as pessoas que entravam.
           Quando o sino logo acima da porta tocou pelo que parecia ser a milionésima vez naquela tarde, Narcissa nem ao menos se deu ao trabalho de se virar para olhar e apenas fez um gesto de mão para que a dona do estabelecimento lhe trouxesse mais uma bebida.
           Deixando seus olhos vagarem pelo balcão, Narcissa retorceu seus lábios num pequeno sorriso ao ver quem havia entrado. Com um dos dedos, a loira apontou para a pessoa e depois para o banco logo a sua frente, num sinal claro de que queria conversar.
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dolohov-a · 9 years
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If this is love, I don't wanna be loved | Alectonin
Em sete anos, Antonin havia comparecido há exatamente um e apenas um passeio ao pitoresco vilarejo de Hogsmeade, em algum momento de seu terceiro ano quando seus amigos queriam lhe provar que era a coisa mais legal. Depois daquela ocasião, nunca mais havia colocado seus pés lá. Antonin simplesmente não conseguia ficar confortável no meio de tanta gente afobada, esbarrando nele, falando com ele. E enquanto todos estavam lá, o castelo ficava completamente vazio, um quadro que raramente acontecia e portanto, não deveria ser desperdiçado. Naquela tarde, precisamente, o castelo todo estava num furor completo para ir para Hogsmeade o que tornava sua tarefa de ir para lá ainda mais difícil. Normalmente já era uma confusão, com os humores do baile então, seria ainda mais difícil aguentar um contingente tão grande de pessoas. Mas isso não o impediria de fazer o que precisava. 
O pedido expresso de discrição disfarçava o ar de excitação e ansiedade entre os outros jovens que estavam indo para o vilarejo pela mesma razão que ele, mas para Antonin, não era difícil reconhecer o nervosismo nos outros garotos e até se divertir um pouco com isso. Nunca havia tido esse problema do nervosismo, e isso não se aplicava apenas àquele âmbito, mas à tudo que precisava realizar. Não sentia a menor necessidade de bradar por aí o quanto se achava bom, mas se achava. Se achava não, era. Tinha confiança plena em tudo que fazia e por isso, não via a menor necessidade de dissipar energia em preocupação. Caminhava sozinho pelas ruas do vilarejo em meio aos alheios ao que realmente de importante acontecia, preocupados demais com frivolidades, pares e vestimentas para o baile, enquanto o caminho até o Cabeça de Javali se encurtava. Não estava lá muito feliz em pisar num lugar tão sujo quanto o pub, mas se era o que precisava fazer, ele faria sem pestanejar. Nenhum empecilho o impediria de chegar até Narcissa Malfoy, e se tentasse, ele não pensaria duas vezes antes de contorná-lo - ou melhor, passar por cima dele. Exceto se esse empecilho fosse sua noiva. Antonin não fez a menor ideia de onde e como ela havia surgido, mas ela havia se materializado em sua frente. 
A situação daquele noivado estava no mínimo complicada. Assim como os outros noivos (com exceção de Nicolai, mas seu amigo também não estava lá sendo muito exemplar ultimamente), ele não agia como um exemplo. Sua consciência funcionava de forma diferente, é verdade, e ele não podia dizer que estava se sentindo culpado. Mas podia dizer que estava incomodado por não estar sendo o melhor em alguma coisa - melhor noivo, no caso. Ou quase-noivo. Ele e Alecto ainda tinham que dar a última palavra no assunto quando fossem jantar com seus pais no Natal, mas não era como se pudessem simplesmente dizer "não". O tempo que havia sido dado aos dois era só uma formalidade, e àquela altura, seu pai e Sr. Carrow já haviam escolhido até as flores que estariam no altar (quando deveriam estar escolhendo as flores que jogariam no caixão de Antonin, uma vez que Alecto o mataria antes da lua de mel). E no final das contas, Antonin nem sabia se queria dizer não. Não podia dizer que queria uma garota como Alecto sendo sua noiva. Mas não podia negar também que um casamento era de fato a aliança mais forte que poderia existir entre famílias, e uma aliança dos Dolohov com os Carrow seria satisfatória para ambos os lados. Ele seria o herdeiro de um complexo de poder tão grande, que mal podia colocar em palavras - Alecto - Antonin saudou, acenando com a cabeça e sorrindo educadamente. Ele não sabia como deveria cumprimentar sua noiva com quem mal trocava palavras além de farpas e possíveis facadas algum dia, mas tentou seguir o protocolo social a risca. Deveria estar acompanhando-a a droga do passeio, como o bom noivo que poderia ser. Mas deveria estar fazendo muitas coisas que não estava - Having fun, already?
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c-meloni · 9 years
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Round and round like horse on a carousel, we go | Milloni
Era o dia anterior ao baile, Hogwarts inteira encontrava-se em estado de êxtase pelo evento tão aguardado. Em um dos quartos do sétimo ano na torre da Grifinória, Carlotta olhava indecisa para o vestido que encontrava-se apoiado na cadeira em frente a sua cama. Não era tarde, algumas pessoas ainda voltavam do jantar enquanto que Lotta sequer havia dado as caras no grande salão. A fome não vinha desde tarde, quando sua mente constantemente lhe lembrava que o dia seguinte seria o dia. Quando parava pra pensar um pouco, a garota respirava devagar e sorria bobamente para si mesma, ainda não acreditava que estava indo para o baile com Remus Lupin. Como dizia Aurora, já estava mais do que na hora de alguma coisa acontecer. Não tomaria nenhuma atitude drástica, estava planejando deixar tudo fluir com o ar romântico que todo baile tinha.
Encolhendo as pernas rentes ao peito, Carlotta esperava sua melhor amiga subir para o dormitório e quando a mesma apareceu na porta, a morena levantou-se rapidamente de sua cama. "Já não era hora." Comentou em um falso tom de acusação acompanhado a uma expressão miseravelmente carrancuda. "Aury..." Carlotta parou em frente a amiga e dividia o olhar entre ela e o vestido. "Tem certeza que o vestido é certo? Nem um pouco decotado, chique e pouco extravagante... Não sei se é o ideal." Sua face contorceu-se em uma careta rápida pra depois retornar ao normal com a urgência de outras preocupações. "Ei, vamos ensaiar. Vamos, vamos, não quero pisar no pé dele e você também não vai querer pisar no pé do seu descabelado, o que eu duvido que aconteça já que ambos afirmam dançar muito bem" andou até a própria cama e abaixou-se para apanhar os pares de sapato ali embaixo. "Sorte que você calça o mesmo que eu... Hm, veste isso enquanto eu pego uma música." A grifina buscou por meio de seu computador ligado a rede de Hogwarts uma música clássica que pudessem dançar tranquilamente sem a preocupação de se dispersarem com a letra de uma música atual e não clássica. Não demorou muito para Inverno estar ecoando pelo dormitório quase vazio e logo Carlotta voltar-se para perto de sua amiga, vestindo os sapatos com a rapidez de alguém que sabia se trocar antes que o dia clareasse.
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