Os 60 anos do início do Concílio Vaticano II, da destruição da Igreja Católica, da edificação da Contra-Igreja e da fusão com a Religião Mundial
Este que foi o último Concílio Ecumênico, o Vaticano II (CVII), que se reuniu de 1962 a 1965 no próprio Vaticano, sob a presidência dos papas João XXIII (1881-1963, eleito em 1958) e Paulo VI (1897-1978, eleito em 1963), foi e continua sendo elogiado por muitos como o concílio que promoveu “a abertura para os grandes temas da atualidade no mundo”, mas na verdade não foi senão um deliberado e devastador assalto à Igreja e à fé católicas. Os “reformistas” ou “modernistas” lograram destruir todo e qualquer vestígio da Igreja e da fé tradicionais ao orientarem a Igreja para uma direção completamente nova, no que a atualização do rito da Missa, que passou a ser rezada não mais em latim (que sempre foi odiado pelos inimigos da Igreja), mas em língua vernácula, constitui um tímido exemplo quando comparada às nefandas resoluções de se estabelecer um “diálogo” com comunistas e maçons, seus inimigos declarados, e de se abandonar o ensinamento de que a Igreja Católica Romana é exclusivamente a única e verdadeira Igreja de Cristo, dispensando-a assim de procurar a reconversão e o regresso dos hereges e cismáticos. A "mundanização" da Igreja e a descristianização do mundo, teve início, precisamente, a partir do Vaticano II.
Por Cláudio Tsuyoshi Suenaga
Há pouco mais de 60 anos, no dia 11 de outubro de 1962, era inaugurado em rito extraordinário pelo Papa João XXIII (1881-1963,eleito em 1958) o XXI Concílio Ecumênico da Igreja Católica, o Vaticano II (CVII), que havia sido convocado no dia 25 de dezembro de 1961 por meio da bula papal "Humanae salutis" por este mesmo Papa. O Concílio, que era para durar três meses, durou mais de três anos e só terminou após quatro sessões, no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo VI.
Abertura do Concilio Vaticano II
O cardeal Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini ascendeu ao trono de Pedro com o nome de Paulo VI após a morte do Papa Angelo Giuseppe Roncalli, ocorrida em 3 de junho de 1963.
O discurso de abertura do Concílio Vaticano II sendo pronunciado pelo Papa João XXIII
Em 22 de junho, o novo Papa anunciou que a parte preeminente de seu pontificado seria dedicada à continuação do CVII. No dia seguinte, no Angelus na Praça de São Pedro, na janela do Palácio Apostólico, ele chamou ao seu lado o cardeal belga Leo-Jozef Suenens (1904-1996), a quem atribuiu um papel dominante na orientação dos trabalhos conciliares.
Papa Paulo VI na janela do Palácio Apostólico em Roma.
O historiador italiano Roberto de Mattei (1948-), professor emérito da Universidade de Roma e agraciado em 2008 pelo Papa Bento XVI (1927-, Papa de 2005 a 2013) com a comenda da Ordem de São Gregório Magno em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à Igreja, em seu referencial livro Il Concilio Vaticano II. Una storia mai scritta (O Concílio Vaticano II, Uma História Nunca Escrita, Rio de Janeiro, Ambientes & Costumes, 2013), descreve a ascensão do comunismo na Itália e o envolvimento de Paulo VI na geopolítica da época.
Roberto de Mattei
Já no final dos anos 50, Montini havia mostrado suas preferências pelo movimento da Democracia Cristã da Itália em direção aostatus não confessional e ao socialismo. Tornou-se suplente do secretário de Estado em 1937 e lá permaneceu até 1954, quando foi nomeado arcebispo de Milão, mas sem o chapéu de cardeal. Na verdade, a promoção foi um rebaixamento. De Mattei apresenta evidências de que Montini mantinha relações secretas com comunistas na Itália e lhes havia passado informações confidenciais do Secretário de Estado e dos países do Leste.
A eleição de Montini como Papa sob o nome de Paulo VI efetivamente deu uma bênção papal ao “compromisso histórico” do presidente Aldo Moro na Itália e, de fato, entre 1963 e 1964, o Papa salvou duas vezes a Democracia Cristã do colapso total.
Paulo VI apoiou desde o início a “abertura à esquerda” dos democratas-cristãos, que em 23 de novembro de 1963, sob a liderança de Aldo Moro (1916-1978), membro ativo da Igreja Católica e um dos líderes mais destacados da democracia cristã na Itália e que acabou morto pelas Brigadas Vermelhas (um grupo paramilitar de guerrilha comunista italiana formada em 1969), formaram o primeiro governo italiano com os socialistas. No CVII, Paulo VI foi quem bloqueou pessoalmente, em 1965, a iniciativa de quase quinhentos padres conciliares que exigiam a condenação do comunismo, não só por suas convicções particulares, mas por um certo motivo que exporemos logo adiante. No plano internacional, a exemplo de seu antecessor, ele apoiou a chamada Ostpolitik, que estendeu a mão aos regimes comunistas da Europa Oriental.
O Papa Paulo VI entrega ao Metropolita Ortodoxo Meliton de Heliópolis um decreto durante a sessão de dezembro de 1965 do Concílio Ecumênico Católico Romano na Cidade do Vaticano. O decreto cancela as excomunhões que levaram ao rompimento entre as igrejas romana e ortodoxa nove séculos antes. Foto: Associated Press.
Este que é o último e definitivo Concílio Ecumênico, elogiado por muitos como o concílio que promoveu “a abertura para os grandes temas da atualidade no mundo”, não foi senão uma fratura radical, uma descontinuidade com o passado, um deliberado e devastador assalto à Igreja e à fé católicas.
Os "progressistas", "reformistas" ou "modernistas" lograram destruir todo e qualquer vestígio da Igreja e da fé tradicionais ao orientarem a Igreja para uma direção completamente nova, no que a atualização do rito da Missa, que passou a ser rezada não mais em latim (que sempre foi odiado pelos inimigos da Igreja), mas em língua vernácula, constitui um tímido exemplo quando comparada às nefandas resoluções de se estabelecer um “diálogo” com comunistas e maçons, seus inimigos declarados, e de se abandonar o ensinamento de que a Igreja Católica Romana é exclusivamente a única e verdadeira Igreja de Cristo, dispensando-a assim de procurar a reconversão e o regresso dos hereges e cismáticos.
O filósofo, historiador e cientista político alemão Eric Voegelin (1901-1985) assinalou esse enfraquecimento da Igreja, “abalada por uma crescente inquietação no seu interior” e que cada vez mais assumia uma posição meramente defensiva “contra os movimentos intelectuais dominantes do nosso tempo”. [Palavras proferidas por Eric Voegelin na abertura de sua conferência intitulada “The Gospel and Culture”, editada em 1971 em Jesus and Marys Hope (Pittsburgh Theological Seminary Press, p.59-101) e mais tarde sob o título Evangelho e Cultura, in “The Collected Works of E. Voegelin”, vol. 12, Published Essays, 1966-1985 (Louisiana State University PressBaton Rouge/London, 1988, p. 172-212; trad. de Mendo Castro Henriques, Luís Salvador, M.ª Eduarda Barata, Mário Jorge e Nuno Bettencourt).
Eric Voegelin com seus alunos
De Mattei em seu já citado livro, avaliou que o CVII causou "O colapso da segurança dogmática; o relativismo da nova moral permissiva; a anarquia no campo disciplinar; o abandono do sacerdócio e da vida religiosa da parte de sacerdotes e religiosos, e o afastamento da prática religiosa de milhões de fiéis; a infiltração da heresia através dos novos catecismos e dos novos ritos; as contínuas profanações da Eucaristia; o massacre das almas à medida que as igrejas se livravam de altares, balaustradas, crucifixos, estátuas de santos, mobiliário sagrado, quadros que acabaram em armazéns de antiquários." (Lindau, Turim, 2011, p.575),
No discurso que proferiu no dia 11 de outubro último em celebração aos 60 anos do CVII, o Papa Francisco (1936-, eleito em 2013) disse que "O Concílio recorda-nos que a Igreja, à imagem da Trindade, é comunhão. Em vez disso, o diabo quer semear a cizânia da divisão", e apelou para que "Não cedamos às suas adulações, não cedamos à tentação da polarização". Como bem lembrou de Mattei, "O Papa Francisco evocou o diabo [...], mas já em 29 de junho de 1972, em um célebre discurso, Paulo VI advertia sobre a 'fumaça de Satanás' que havia entrado no 'templo de Deus'. Passaram-se cinquenta anos e, no templo de Deus, a fumaça de Satanás é sufocante, mal se consegue respirar. Por que fenda entrou, e quando ocorreu, se não por ocasião do acontecimento que o Papa Francisco, de maneira triunfal, celebrou?"(Mattei, Roberto de. O Vaticano II e a fumaça de Satanás dentro do templo de Deus, in https://www.robertodemattei.it/pt-br/o-vaticano-ii-e-a-fumaca-de-satanas-dentro-do-templo-de-deus/)
Papa Francisco em 11 de outubro de 2022 proferindo o discurso de celebração dos 60 anos do CVII.
A cizânia a que se referiu Francisco, é a que opõem de um lado os progressistas, que procuram avançar junto com o mundo moderno, fazendo-lhe todo tipo de concessões, e de outro os conservadores ou tradicionalistas que com suas próprias paróquias e seminários continuam em um curso diferente do restante da Igreja, em uma tentativa quixotesca de restaurar o catolicismo romano e a teologia católica a um modelo anterior ao CVII e até mesmo anterior ao século XX.
Por muitos caminhos tortuosos, o embate dos primeiros tempos cristãos e da Idade Média com os inimigos da Igreja continuaram durante a Idade Moderna e a Época Contemporânea, mas a partir de então seus ataques passaram da guerra aberta para a penetração pacífica, o que estava mais de acordo com o espírito da época. A diretiva da Maçonaria e da complexa rede de sociedades secretas sinistras sempre foi a de que “Satanás deve reinar no Vaticano e que o Papa deve ser seu escravo”.
Em A Crucificação de São Pedro: A Paixão da Igreja” (Le Crucifiement de Saint Pierre: la Passion de l'Église, Éd. Notre-Dame-des-Grâces, 2009), Pascal Bernardin, autor de Maquiavel Pedagogo (1995) e O Império Ecológico ou a Subversão da Ecologia pelo Globalismo (1998), demonstra que o CVII pôs em marcha um processo de autodestruição da Igreja, que a abalou desde seus fundamentos. Como consequência, todos os países católicos e todas as nações foram gravemente afetados.
Pascal Bernardin
Bernardin concluiu que o CVII e a Nova Teologia inspiraram-se na doutrina panteísta da Maçonaria, que confunde o Criador e a criatura, a natureza e a graça. Esta “Espiritualidade Global” será a Religião Global, indissoluvelmente ligada ao Governo Global. Compreendemos melhor, nessa perspectiva, porque a igreja Conciliar tinha necessidade do CVII e porque esta igreja apóstata – que não tem mais nada a ver com a autêntica Igreja Católica – deve se fundir à Religião Universal em curso de edificação.
Bernardin mostrou ainda porque o espírito maçônico soprou sobre o CVII: “A História da Humanidade é a história da salvação e da luta entre as Duas Cidades pela conquista das almas, única questão que vale a pena. De essência diabólica, a Revolução é uma revolta contra Deus, inspirada constantemente por Satã. Seu fim último é a destruição da Igreja e a edificação da Contra-Igreja. Com esta verdade elementar esquecida, o fio condutor partido, a História se obscurece, perde seu sentido e se torna um mistério incompreensível.”
A respeito dessa Revolução, de Mattei confirmou os detalhes de uma reunião secreta realizada em Metz (cidade no nordeste da França) em agosto de 1962, dois meses antes da abertura do CVII, entre o cardeal francês Eugène-Gabriel-Gervais-Laurent Tisserant (1884-1972) e o Metropolita Nikodim (1929-1978, arcebispo ortodoxo russo de Leningrado e Novgorod de 1963 até sua morte e agente do Serviço Secreto Soviético, o Comitê para Segurança do Estado [Komitet Gosudartsvennoi Besorpasnosti (KGB)].
O Cardeal Johannes Gerardus Maria Willebrands (1909-2006) acompanhado pelo Metropolita Nikodim (1929-1978, metropolita ortodoxo russo de Leningrado e Novgorod de 1963 até sua morte) no último dia do Concílio Vaticano II. O Pacto de Metz foi respeitado. O comunismo não foi condenado, nem sequer mencionado, nos documentos oficiais do Concílio.
Nesse infame encontro que ficaria conhecido como o Pacto de Metz ou mais popularmente o Acordo Vaticano-Moscou, Tisserant e Nikodim acertaram que o Papa João XXIII, como era de seu desejo, seria "favorecido" com a presença de dois observadores ortodoxos russos no Concílio; em troca, a Igreja Católica concordava que o CVII não condenaria o comunismo soviético nem a Rússia soviética. Em outras palavras, aceitava-se uma "presença ecumênica" no Concílio em troca da garantia de que a questão do comunismo não seria tocada durante os trabalhos. Em essência, isso significava que o CVII iria comprometer a liberdade moral da Igreja Católica ao fingir que aquela forma mais sistemática do Mal humano na História da Humanidade (o Comunismo) não existia – apesar de, na mesma altura em que o CVII iniciava os seus trabalhos, os soviéticos e o patriarcado de Moscou, controlado pelo Kremlin, perseguirem, prenderem e assassinarem milhões de católicos.
O Pacto de Metz não só explica porque a questão do comunismo não foi sequer mencionada, o que deu total aval às revoluções esquerdistas e à Teologia da Libertação que nos solapam até hoje, como porque não foi atendido, também até hoje, o pedido de Nossa Senhora de Fátima para a Consagração da Rússia ao Seu Imaculado Coração, apesar de, na época, por ocasião do cinquentenário da aparições na Cova de Iria, católicos de todo o mundo aguardarem com expectativa a divulgação do Terceiro Segredo e a Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Que melhor ocasião, com cerca de 3.000 bispos reunidos ao redor do Papa no próprio coração da cristandade, de atender solene e unanimemente os pedidos de Nossa Senhora? Em 3 de fevereiro de 1964, Monsenhor Dom Geraldo de Proença Sigaud (1909-1999), Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Diamantina, em Minas Gerais, entregou pessoalmente a Paulo VI uma petição assinada por 510 prelados de 78 países que implorava ao Pontífice, em união com todos os bispos, consagrar o mundo, e de maneira explícita, a Rússia, ao Imaculado Coração de Maria. O Papa e a maioria dos Padres conciliares, no entanto, ignoraram o apelo e as demais campanhas em massa que foram feitas nesse sentido.
Monsenhor Dom Geraldo de Proença Sigaud em 1964.
As consequências da rejeição do Concílio ao apelo de Nossa Senhora para a Consagração da Rússia foram imensas e terríveis e as sentimos até hoje. Se o pedido da Consagração tivesse sido atendido, grandes graças teriam sido derramadas sobre a humanidade e teria começado um movimento de retorno à lei natural e cristã. O comunismo teria sido extirpado, a Rússia se convertido e o mundo teria experimentado uma era de paz e ordem. A consagração malograda permitiu que a Rússia continuasse espalhando seus erros pelo mundo.
O alcance revolucionário do CVII foi muito mais além e propiciou a revolução cultural dos 60 com suas modificações profundas na mentalidade, na linguagem e nos costumes. Maio de 1968 com seu caráter internacionalista, policultural e interclassista, na verdade começou em Outubro de 1962. Quando o lema satanista auto-contraditório "É proibido proibir" [derivado da lei da Thelema "Fazes o que tu queres, há de ser o todo da Lei", do ocultista inglês Aleister Crowley (1875-1947)] foi proclamado nas ruas de Paris, as igrejas cristãs não podiam negar que muitas das ideias de 68 tinham sido aceitas no CVII e nos encontros do Conselho Mundial de Igrejas (evangélicas e ortodoxas).
Além da revolução sexual e da comoção do comunismo na França e em outros países (os Estados Unidos e a Guerra do Vietnã), a América do Sul viu o surgimento da Teologia da Libertação, que pretendia receber um placet (por favor) da encíclica Populorum Progressio, que abordava “situações cuja injustiça clama aos céus” e das violações da dignidade humana que poderiam legitimar a revolta armada. Na América Latina, os bispos católicos reunidos em Medellín (Colômbia) na Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-americano de 24 de agosto a 6 de setembro de 1968, acolheram a caminhada das comunidades eclesiais de base, aprovaram que a pastoral fosse apropriada pelos esquerdistas, e oficialmente aceitaram a Teologia da Libertação.
“Il est interdit d'interdire” (É proibido proibir), lema dos estudantes de maio de 68 pixado nos muros de Paris.
Por muito tempo ignorado e até mesmo classificado como uma "teoria da conspiração" por muitos estudiosos, o Pacto de Metz foi revelado inicialmente pela própria imprensa comunista e depois comprovado com elementos inéditos e irrefutáveis primeiro por Jean Arfel, nacionalista francês e escritor católico tradicionalista, mais conhecido por seu pseudônimo Jean Madiran (1920-2013), em seu artigo "O Acordo Roma-Moscou" (Itinéraires, n° 280, fevereiro de 1984), e depois por de Mattei em seu já citado livro O Concílio Vaticano ll: Uma História Nunca Escrita (Rio de Janeiro, Ambientes e Costumes, 2013), publicado originalmente em 2011 na Itália e que recebeu o Prêmio Acqui Storia 2011 de melhor obra científica. De Mattei encontrou no Arquivo Secreto do Vaticano uma nota escrita por Paulo VI que confirma a existência deste acordo.
George Weigel (1951-), autor católico norte-americano, analista político e ativista socia, publicou no segundo volume de sua biografia do Papa João Paulo II, Witness to Hope e Tranquillitas Ordinis: The Present Failure and Future Promise of American Catholic Thought on War and Peace (New York, HarperCollins, 1999), documentos que encontrou nos arquivos do KGB, da Służba Bezpieczeństwa (SB) polonês e da Stasi da Alemanha Oriental que confirmam que os governos comunistas e os serviços secretos dos países de Leste tinham penetrado no Vaticano, chegando a infiltrar-se até aos mais altos níveis da hierarquia católica para promoverem os seus interesses.
O Padre Paul Kramer (1933-2020), conhecido sacerdote que em 28 de novembro de 2013 declarou a vacância da Sé Romana devido às heresias de Jorge Mario Bergoglio, também denunciou a existência do Pacto de Metz em seu abalizado e alarmante livro The Devil's Final Battle (O Derradeiro Combate do Demônio), compilado e editado em 2003 junto com a equipe de redação da Missionary Association de Buffalo, Estados Unidos, consolidando aprofundados estudos sobre a Mensagem de Fátima e especialmente sobre o Terceiro Segredo.
Segundo o Padre Kramer, que considera publicamente que a sede está vacanti desde a eleição do ilegítimo Papa Francisco, "o acordo era substancialmente o seguinte: o Papa João XXIII, de acordo com o seu ardente desejo, seria 'favorecido' com a presença de dois observadores ortodoxos russos no Concílio; em troca, a Igreja Católica concordava que o Concílio Vaticano II não condenaria o comunismo soviético nem a Rússia soviética. Significava isto, em essência, que o Concílio iria comprometer a liberdade moral da Igreja Católica ao fingir que aquela forma mais sistemática do Mal humano na História da Humanidade (o Comunismo) não existia – apesar de, na mesma altura em que o Concílio iniciava os seus trabalhos, os soviéticos perseguirem, prenderem e assassinarem milhões de católicos." [Kramer, Pe. Paul, O Derradeiro Combate do Demônio, Coimbra (Portugal), Associação Missionária/edição on-line, 2009].
Padre Paul Leonard Kramer
O Papa João Paulo II (1920-2005, eleito em 1978), que se de um lado engajou-se pessoalmente para livrar o Leste Europeu e a sua terra natal, a Polônia, das garras do comunismo, do outro pouco fez para deter o avanço das correntes ditas "progressistas" como a Teologia da Libertação na América Latina, mormente no Brasil, deixando, por exemplo, de extirpar os quadros assumidamente marxistas, limitando-se a aplicar-lhes tímidas recomendações e reprimendas. No início de 1981, ainda praticamente no início, portanto, de seu pontificado, descreveu com dramaticidade a crise e o paroxismo a que chegara a Igreja e os católicos pós-CVII, dando-nos a esperança de que pudesse modificar tal situação que, no entanto, para nos causar ainda mais espécie, só se agravou nos últimos anos:
“Temos que admitir realisticamente e com sentimentos de intensa dor que hoje os Cristãos, na sua grande parte, sentem-se perdidos, confusos, perplexos e mesmo desapontados; abundantemente se espalham ideias contrárias à verdade que foi revelada e que sempre foi ensinada; heresias, no sentido lato e próprio da palavra, propagaram-se na área do dogma e da moral, criando dúvidas, confusões e rebelião; a liturgia foi adulterada. Imersos num relativismo intelectual e moral e, portanto, no permissivismo, os Cristãos são tentados pelo ateísmo, pelo agnosticismo, por um iluminismo vagamente moral e por um Cristianismo sociológico desprovido de dogmas definidos ou de uma moralidade objetiva.” (Citado em L’Osservatore Romano, 07-02-1981).
Papa João Paulo II
O cardeal Gerhard Müller, ex-prefeito da Doutrina da Fé, demitido por Francisco em 2017 e que em 2021 foi encarregado por este de ser membro do Tribunal da Assinatura Apostólica, depois de quatro anos sem encargo vaticano apesar de vivendo em Roma, denunciou em um artigo publicado em 19 de julho no site The Catholic Thing, que a intenção “clara” do Papa Francisco com o seu “motu proprio Traditionis Custodes” é “condenar à extinção a longo prazo” a celebração da Missa na Forma Extraordinária, introduzida por Bento XVI com “Summorum pontificum” (2007) do Missal que existiu de Pio V (1570) a João XXIII (1962).
Cardeal Gerhard Müller. Crédito: Daniel Ibáñez / ACI Prensa.
Em seu último manifesto “REPETITA JUVANT: Como com sua própria autorreferencialidade a ‘igreja conciliar’ se coloca fora do caminho da Tradição da Igreja de Cristo”, publicado no dia 27 outubro, o arcebispo italiano Carlo Maria Viganò (1941-) ressalta que graças ao Vaticano II, “A vida civil tornou-se uma barbaridade indescritível, e junto com ela a moralidade pública, a santidade do matrimônio, o respeito pela vida e a ordem da Criação”, e que, ainda assim e apesar disso, com total cinismo e descaramento, “esses propagandistas do Vaticano II respondem com os desafios da bioengenharia, do transumanismo, sonhando com seres produzidos em massa conectados à rede global, como se manipular a natureza humana não fosse uma aberração satânica indigna mesmo de hipótese.” ]
Viganò avalia ainda que a “A igreja pós-Vaticano II eclipsou quase inteiramente a Igreja de Cristo”, e ao ajoelhar-se “zelosamente às exigências do mundo”, seguir “a ideologia verde e o transumanismo”, revela “algo terrivelmente egocêntrico, típico do orgulho luciferiano, em afirmar-se melhor do que aqueles que nos precederam, censurando-os erroneamente por um autoritarismo de que quem fala é o primeiro exemplo, com propósitos diametralmente opostos à salvação das almas.”
Arcebispo Carlo Maria Viganò
O Padre Prior, Frei Tiago de São José, do Monte Carmelo, em sua conferência em 5 de novembro último, comentou sobre a homilia de Francisco por ocasião dos 60 anos do Concílio Vaticano II. Para o Frei Tiago, “dentro de uma leitura segundo os critérios do Catolicismo, este Concílio representou uma ruptura com o que a Igreja manteve em todos os séculos. Nesse sentido, vemos a abordagem de Monsenhor Viganò, membro da hierarquia atual da Igreja que percebeu que tudo isso que está acontecendo não corresponde ao que Cristo determinou para a sua Igreja e o que todos os Papas prescreveram. Por isso, o seu testemunho nos ajuda a despertar para a realidade difícil que estamos enfrentando. Além disso, a Encíclica do Papa Leão XIII, Immortale Dei nos é apresentada como um farol seguro para nos direcionar no correto sentido segundo os princípios do verdadeiro Catolicismo.”
Frei Tiago de São José
Assista a esta conferência de Frei Tiago em seu canal Monte Carmelo no YouTube:
Recomendo ainda a conferência de 26 de setembro de 2020, “Viganò revela os principais erros do Concílio Vaticano II”, em que Frei Tiago comenta o pronunciamento do Arcebispo Viganò do dia 21 de setembro daquele ano, pelo qual podemos entender porque o “Concílio” não passou de uma armadilha para destruir a Igreja, fundando uma nova igreja que tende a substituir o catolicismo. Dentro desta perspectiva, o Padre Carmelita nos dá alguns conselhos e orientações importantes para permanecer na verdadeira Fé e sermos fiéis a Deus neste tempo de profunda apostasia e escuridão:
Segue também a recomendação para a conferência “Arcebispo Viganò declara FALSA E ILEGÍTIMA a Igreja de Bergoglio”, transmitida em 20 de de novembro de 2020 e na qual Frei Tiago comenta o pronunciamento de Viganò feito em 26 de outubro: “De fato, nós sabemos que uma Anti-Igreja ocupou a Igreja Católica Apostólica Romana e deu lugar ao nascimento de uma nova religião, com uma nova doutrina, uma nova moral, nova liturgia e outra disciplina.”
Frei Tiago, além de mostrar a posição do Arcebispo, ex-núncio Apostólico dos EUA, também explica a coerência e o realismo da sua conclusão fundamental, ou seja: a Igreja de Bergoglio, resultado final do processo de demolição do Vaticano II, não é a Igreja Legítima de Jesus Cristo. O problema da crise da Igreja é aqui bem resumidamente apresentado numa tríplice reflexão que desenvolve os argumentos em torno de três palavras chaves: APOSTASIA — ECLIPSE — PAIXÃO DA IGREJA. Nessa perspectiva BÍBLICA, PROFÉTICA E MÍSTICA, podemos entender a situação grave em que vivemos desde o Concílio Vaticano II, especialmente após a eleição de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, S.J. (1936-, eleito em 2013).
Não perca no meu Canal no YouTube, minha conferência a respeito do Concílio Vaticano II com muitas mais considerações e análises:
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Os 60 anos do início do Concílio Vaticano II, da edificação da Anti-Igreja e da fusão com a Religião Mundial, por Cláudio Suenaga
Este que foi o último Concílio Ecumênico, o Vaticano II (CVII), que se reuniu de 1962 a 1965 no próprio Vaticano, sob a presidência dos papas João XXIII (1881–1963, eleito em 1958) e Paulo VI (1897–1978, eleito em 1963), foi e continua sendo elogiado por muitos como o concílio que promoveu “a abertura para os grandes temas da atualidade no mundo”, mas na verdade não foi senão um deliberado e devastador assalto à Igreja e à fé católicas. Os “reformistas” ou “modernistas” lograram destruir todo e qualquer vestígio da Igreja e da fé tradicionais ao orientarem a Igreja para uma direção completamente nova, no que a atualização do rito da Missa, que passou a ser rezada não mais em latim (que sempre foi odiado pelos inimigos da Igreja), mas em língua vernácula, constitui um tímido exemplo quando comparada às nefandas resoluções de se estabelecer um “diálogo” com comunistas e maçons, seus inimigos declarados, e de se abandonar o ensinamento de que a Igreja Católica Romana é exclusivamente a única e verdadeira Igreja de Cristo, dispensando-a assim de procurar a reconversão e o regresso dos hereges e cismáticos. A “mundanização” da Igreja e a descristianização do mundo, tiveram início, precisamente, a partir do Vaticano II.
Saiba mais em meu artigo: "Os 60 anos do início do Concílio Vaticano II, da edificação da Anti-Igreja e da fusão com a Religião Mundial"
Leia também: "De como a Igreja Católica vem sendo destruída desde dentro"
Cláudio Suenaga é mestre em História pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde defendeu a primeira dissertação de mestrado sobre o Fenômeno OVNI no Brasil. Colaborador de inúmeras revistas e escritor com cinco livros publicados, milita como jornalista investigativo à caça de civilizações desaparecidas, cidades perdidas, monumentos megalíticos, tecnologia avançada antiga, fenômenos ufológicos, paranormais, milagrosos e sobrenaturais, seitas messiânicas, milenaristas e satânicas, sociedades secretas e todo tipo de teorias conspiratórias e mistérios em geral.
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