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#Rainha Favelada
capipardo · 1 month
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Obra: Entre ânsia e o hímeneu, 2024 (Rainha Favelada)
Técnica mista. Coleção da artista, obra comissionada para a exposição.
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"No limiar do compromisso eterno, onde os corações se entrelaçam como folhas dançantes ao vento, ergue-se o altar de casamento. Este santuário de amor, adornado com a tapeçaria das esperanças compartilhadas e sonhos entrelaçados, é o palco onde o amor escreve seus votos em páginas de promessas. Sob um arco de promessas, flores desabrocham como juras de eternidade, cada pétala uma nota na sinfonia do compromisso. Velas lançam seu brilho tênue, iluminando caminhos entrelaçados e testemunhando a chama ardente da paixão que arde nos corações dos amantes. Cadeiras alinhadas, não apenas para acomodar corpos, mas para dar lugar aos sorrisos cúmplices, lágrimas de alegria e olhares que transcendem o tempo. Cada assento é um testemunho silencioso daqueles que compartilham este sagrado momento, onde as almas se unem na jornada da vida. Desmistificar o amor, é o caminho que se pôs sob meus pés desde o entendimento do meu pertencimento no mundo, ou até mesmo, a falta dele. Usarei a falta, já que essa vem se fazendo minha companheira no caminho que encontrei pronto, com sinalizações de siga, onde se aponta a rua do desafeto, solidão e relações descartáveis, na cidade da cisgeneridade e país da brancura. O encontro com o afeto, já é algo que corpos negros não têm fácil acesso, adicionar a este corpo a travestilidade, elucida a solitude que escancaro e que me faz pavimentar caminhos possíveis, onde subverto a ideia universalista do amor romântico como padrão de relacionamento.
A instalação de um matrimônio protagonizado por uma travesti preta estabelece uma nova relação semiótica com a travestilidade. A partir da descrição de Lélia Gonzalez dos locais sociais previstos para as mulheres negras cisgêneras: a ama de leite, a doméstica e a passista de samba, a obra sustenta-se na construção de um sonho, de um local social ainda inexistente. O que se pretende é criar um cenário no qual uma travesti preta tenha a representação visual e material de um cenário do qual é sistematicamente descartada: o matrimônio. Gonzalez debate o casamento como uma instituição na qual mulheres negras são destituídas até mesmo de sua representação visual. Na grande mídia, filmes, músicas e demais instituições responsáveis pela propagação de imagens, não é usual vermos a figura de uma mulher negra com véu e grinalda sendo exaltada e assumida para família e amigos. O local da travestilidade, historicamente protagonizado por feminilidades negras, vem carregado de representações visuais e sociais que evocam a agressividade, a prostituição e a violência. A travestilidade negra não possui representação iconográfica do casamento, sequer existe um lugar de convite como meras espectadoras para cerimônias matrimoniais, uma vez que o ambiente familiar, a possibilidade de fazer parte de uma família, é automaticamente descartada. A interlocução que se pretende com esse trabalho é dialogar diretamente com as travestis negras, para que, deste modo, possamos construir juntas imagens ainda inexistentes de novos imaginários sociais. Interlocução essa que é fielmente inspirada no diálogo que Lélia constrói com mulheres negras cisgêneras em seus textos, esse trabalho é uma conversa, um presságio, um desejo íntimo meu às travestis pretas". - Depoimento da artista sobre sua obra comissionada.
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A primeira obra que nos foi apresentada, é de autoria da artista Rainha F, mulher trans, negra e carioca que teve como inspiração o texto “Racismo e sexismo na cultura brasileira”, escrito por Lélia.
A obra possui como elementos fundamentais: um manequim apenas do torso, vestido com uma roupa de empregada doméstica, no centro; um salto de passista na parte inferior e atrás disso, um móvel com um simpatia característica da cultura popular, várias Imagens de Santo Antônio, colocadas de cabeça para baixo dentro de copos d’água, além da fotografia de uma mulher em um porta-retrato.
Assim, fez-se referências a conceitos abordados no artigo de Lélia, sobre os papéis atribuídos a mulheres negras cisgêneras no Brasil. O papel como empregada doméstica (dado pelo manequim vestido); o mito da democracia racial que se dá durante o rito carnavalesco, em que mulheres negras são postas como “protagonistas” e exaltadas durante essa época do ano, para depois voltarem ao estado de marginalidade (demonstrado pelo salto de passistas ao lado do manequim). Além da ausência do encontro com o afeto imposta a corpos negros (em especial femininos), abordando conceitos como a “mucama” (a mulher negra que trabalha como doméstica), a “mulata” (a mulher negra que é sexualizada) e a “mãe preta” (o papel atribuído a mulheres negra, de não só como doméstica, mas também de responsável pela criação das crianças brancas) denunciando a sexualização do corpo de mulheres negras, o acesso limitado (a essas mulheres) ao amor, os papéis sociais à elas atribuídos e os seus anseios por carinho (dado pelas diversas simpatias feitas com Santo Antônio, santo conhecido por ser casamenteiro, demonstrando o desejo dessas mulheres em encontrarem um espaço de amor e afetuosidade), e por fim, como todas essas questões são recentes (demonstrado pela fotografia, que apresenta a mãe da autora da obra, uma mulher negra cisgênera, doméstica e que nunca se casou).
Dessa maneira, a obra faz intersecção, também, com a questão da travestilidade negra, apresentando o modo como mulheres negras transgêneras têm ainda menor acesso ao amor e ao afeto. Além da pretensão de dialogar com essas mulheres travestis, para a construção de um novo imaginário, em que essas mulheres podem e devem ser amadas.
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everythingesbleu · 5 years
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Linn como sempre arrasando.
Respeitem o T' de LGBTQI+
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recgnze · 7 years
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eu se fosse você, fingia que a extriper não existe, até porque ela acha que é a dona do site e que é a ABELHA RAINHA, mas tem uma coisa, ela não é melhor que ninguém e digamos que esse "estilo dela" com certeza não foi espontâneo, até porque ela é mais forçada que gemido de atriz pornô e segundo que NINGUÉM precisa da fama de alguém, que não sabe argumentar e ao invés disso de querer expandir a inteligência que ser a favelada que não é, e ainda quer falar de familia. Nós poupe amor.
chega desse assunto!!!!!!!!!
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roncatripa · 5 years
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Dos arquivos de Felipe Ferrare: beira mar, ô ô, beira mar... - 27/04/2002
Exmo Sr. Governador Valladares, aqui vão meus votos de estima, consideração e pau dentro.
Gov. my Gov., como diria a Rainha Mãe de seu país de coração, "fui, minha nêga". Fato é que até agora não entendi qual é o novo processo de atualização de minha coluna que foi decretado pelos maconheiros que colocam essas caprichadas escarradas no Ronca Ronca´s Site. Você me disse que tinha acertado com os maconheiros que a coluna passaria a ser semanal, mas pelo visto, impregnados pelo efeito do THC, princípio ativo da maconha, essa sua equipe já está gravemente sequelada. Perdeu a memória, perdeu a hora, perdeu o CPF, perdeu o PIS/PASEP, enfim, perdeu até a própria bunda.                       Diante dessa esculhambação, deixei o Banco para afagar uma bucetinha em Ricardo de Albuquerque, e aproveitando que no caminho uma caganeira me pegou, entrei num posto de gasolina com meu notebook e aqui, sentado na privada, gemendo e cagando, escrevo sobre a notícia da semana que é a libertação de Fernandinho Beira-Mar. Ha! Ha! Ha! Ha! Ha! Tiraram  o cara da jaula em Brasília e trouxeram para Bangu I, onde por 10 reais você liberta um estuprador de fetos, por 20 um mutilador de freiras e por 30 aquele cidadão que matou a família e foi ao cinema. Fernandinho Beira Mar não vai gastar mais do que 12 reais para muito em breve estar nadando nas águas azuis e transparentes de algum paraíso fiscal, onde as contas correntes, ao contrário do mar, são pretas e opacas. Olha a cara dele, a gargalhada do filho da puta na hora da transferência!!!! Olha, Gov. my Gov. !!! Olha, buceta!!!!!!                   Enquanto isso, a governadora Maria Benedita Antonia Pitanga ex-Negra ex-Fodida e ex-Favelada ex-da Silva brinca de Cinderela no Palácio Laranjeiras!!!!! "Meu sonho era viver num palácio" disse aos jornais a Governadora, que dia após dia se transforma numa burguesona que daqui a pouco vai estar trocando beijo na boca com Vera Loyola e suas cadelas emergentes, dando bofetada em empregada e chamando jardineiro de "vem cá escravo filho da puta". Perto da Imperatriz Benedita, Martha Suplicy é engraxate. Puta merda, diria Rui Barbosa. Benedita deveria se inspirar no exemplo dessa mulher, que como diz você, Gov. my Gov., foi bater papo com Jimmy Page segunda-feira. Eis o obituário dessa autêntica heroína (feminino de herói e não injeção de babaca na veia) que saiu no Globo, que é um jornal diário aqui do Rio:
Linda Lovelace, ex-atriz pornô, 53
Em 1972, pela primeira vez um filme pornográfico repercutiu em larga escala e virou fato cultural por si só. “Garganta profunda” usava a história de uma moça cujo clitóris ficava na garganta como desculpa para o sexo explícito regulamentar, mas, nos EUA pós-revolução sexual, acabou ganhando a simpatia popular. A princípio lançado num poeira de Nova York, circuito-padrão do pornô, logo teve de migrar para cinemas comuns graças ao boca-a-boca. O impacto na sociedade americana foi grande (não por acaso, os repórteres do “Washington Post” Bob Woodward e Carl Bernstein chamariam de “Garganta profunda” sua testemunha na investigação do caso Watergate). A protagonista do filme-evento, Linda Lovelace (nascida Linda Boreman, em 1949, no Bronx nova-iorquino), passou anos lamentando ter feito parte dele. Linda chegou a capitalizar a fama, fazendo um “Garganta profunda II” e comparecendo à cerimônia do Oscar, em 1974. Nos anos 80, após cair no ostracismo e ressurgir a bordo de um livro autobiográfico, “Ordeal”, ela denunciou o ex-marido Chuck Traynor, alegando ter sido forçada por ele a participar dos filmes, às vezes sob a mira de um revólver, e dizendo-se “prisioneira da indústria pornô”. As acusações foram refutadas por Traynor e jamais provadas. A ex-estrela pornô virou militante radical antipornografia. Vivendo desde 1990 em Denver com os dois filhos e o segundo marido, Larry Marchino (de quem se separou em 96), se dedicava à igreja e a palestras contra o seu antigo modo de vida. Lovelace morreu segunda-feira, de ferimentos de um acidente de carro sofrido no início do mês. Pois é Gov. my Gov. Benedita está indo para onde Linda Lovelace já tinha voltado. Mas, foda-se !!! Isso não é problema meu, e sim seu, Gov. my Gov. pois aí no seu continente impera a guerra civil enquanto que na minha Paquetá o máximo que acontece é tiro em cabeça de cavalo que faz cagada em charrete. Beira-mar vai ser Governador do Estado do Rio pois, livre, leve e solto como vai ficar em breve, com o apoio da Facs colombiana e do PCC das penitenciárias brasileiras, ele vai dar um golpe de estado regional e assumir o trono de Benedita porque ninguém, absolutamente ninguém pode conter o poder do narcotráfico, Gov. my Gov. Com o Rio nas mãos, Beira-mar vai transformar toda a população em aviões, vai estabelecer a pena de morte e (nesse ponto eu concordo) vai importar do Pantanal 5000 ariranhas e atirar na piscina do Flamengo. Deixará as ariranhas sem comer uma semana e quando a fome chegar no pico, ariranha começar a comer ariranha, ele despejará na piscina todos os desembargadores, juízes, promotores e oficiais de justiça do Estado. Vai ser uma carnificina digna de Macunaíma, o filme.                 Os marginais já estão no maior sanhaço com a libertação de Beira-Mar. Hoje, meu amigo, de apelido Guisado, se afogou na Lagoa Rodrigo de Freitas. Remador do Vasco da Gama, seu barco colidiu com um cagalhão gigantesco que boiava no meio da lagoa. O barco virou e Guisado, esbaforido, acabou...não sei se devo Gov. my Gov....,sim, vou falar. Guisado engasgou com o cagalhão e só não morreu porque um garoto de 7 anos, que andava de pedalinho, o salvou. Refeito podes crer, como Maria Bethania após uma didascália grelal, Guisado foi para o vestiário do Vasco, gargarejou com criolina, tomou um banho, trocou a roupa e pegou seu Chevette 78 em direção a Gávea. No sinal do Gato Pardo, um alegre avião da futura brigada de Fernando Beira-Bar fingia fazer evoluções circenses girando uma tocha de fogo. Chegou perto de Guisado e jogou a tocha no colo dele, coitado. Guisado saiu do carro, ficou rodopiando no asfalto com o saco pegando fogo enquanto o avião levava seu Chevette. Isso é normal, Gov. my Gov.????? Sim, isso é normal. Felipe Ferrare é tratado como couro de pica pelos maconheiros que fazem o site do Ronca Ronca. Historiador, descobriu que o primeiro baseado chegou ao Rio em 1565, à bordo da caravela Morrão Fumegante, que era comandata pelo capitão Manoel Berlota. Ensaísta, escreve para a revista Ti Ti Ti o texto "sempre haverá uma buceta no fim do túnel". Articulista, escreve para a Folha de S. Paulo a pensata "o flagelo do narcotráfico arranca o tecido social brasileiro a dentadas".
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justagirl1316-blog · 8 years
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Eu sou negra,sou mulher e tenho orgulho !
Sim,sou mulher ! Sou guerreira,sou verdadeira Sou o que sou, não o que falam ! Sou a deusa do amor Sou a rainha da dor Sou a junção dos dois Sou julgada pois Sou negra,pobre e "favelada" São termos que falam de mim Só que eu não sou assim ! Sou a bela flor Sou a chama de um amor Sou preta com orgulho No racismo não me misturo Da minha história tenho orgulho Minha história tem palmares Minha história tem zumbi Fazer o que ? Eu sou assim ! Preta, cabelo crespo,olho escuro Tudo isso é meu escudo O sorriso tão profundo ! Eu sou mulher Sou negra Sou perfeita !
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