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#SAI FEMINICÍDIO
01298283 · 1 year
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Meu feminismo termina quando (...)
Hoje quero falar sobre um assunto que pode soar rude,mas eu não sigo parâmetros sociais que adentram em padrões de politicamente correto para me encaixar em meios A ou B e ser isenta de críticas,podem me criticar e jogar pedras a vontade esse é o preço que se paga pela liberdade,aliás,estou tão acostumada com difamações que entra por um ouvido e sai pelo outro.
Eu defendo mulheres e crianças que foram abusadas e sempre exponho assuntos de pautas sociais e políticas que frequentemente são ignorados pela sociedade e tratados com descaso, principalmente casos de abusos já que o país em que vivemos é formado por uma política e lei onde massacram mulheres e crianças e enaltecem abusadores,principalmente abusadores ricos e não posso deixar de ressaltar que o meio cristão ama proteger e defender abusadores e culpar a vítima, principalmente com o dogma e filosofia extremamente tóxica e abusiva do "perdão cristão",antes que venha alguém enviar mensagens na minha caixa privada de asks e mensagens sobre Jesus e sua religião,não perca seu tempo,eu li toda a sua bíblia mais de uma vez,estudei hebraico e versões em hebraico e judaica da Bíblia,eu sei mais que muitos pastores que pregam sem ao menos ter estudado o mínimo e muitos cristãos que nunca leram nem 30 páginas seguidas desse livro cancerígeno,digamos que a maioria dos religiosos usam a bíblia como esconderijo e crêem que postar e propagar versículos é sinônimo de caráter e que eles sejam bons,quando na verdade a maioria é lobo em pele de cordeiro e não vivem o que pregam.
Pois bem,eu sempre prego contra a rivalidade feminina mas realmente existem alguns tipos de mulheres que é impossível defender e falar algo bom sobre elas ou até mesmo protegê-las,me refiro a classe de mulheres que defendem abusadores e o patriarcado que anda de mãos dadas com o sexismo,misogenia e machismo e AJUDA a violência contra mulheres e crianças a serem propagas como pragas,contribuindo com injustiças e a morte e adoecimento de inocentes. Então sim,meu senso de defesa,justiça e feminismo termina quando eu me encontro com mulheres assim, principalmente pelo fato de que quando você compactua com um abusador consequentemente você está prejudicando a vítima a contribuindo com o patriarcado,feminicídio e o ciclo continuo do abuso, resumindo você está ajudando o abusador a derramar sangue inocente e o pior é que geralmente essa classe de criaturas é o famoso "Deus,pátria e família" , "Cidadão de bem,conservador" , moralista mas embora aparente viver de acordo com aspectos conservadores não vamos esquecer de ressaltar que a maioria desses homens possuem amantes,traem e são gays enrustidos, inclusive estudei isso em um livro de psicologia,a maioria realmente ama dar a bunda às ocultas no português claro,não é a toa que criticam tanto a comunidade LGBT.
Eu realmente tenho nojo desse tipo de mulher ou melhor parasita sangue suga,é o tipo submissa que fala amém para tudo o que o namorado/marido faz,mesmo que esteja explícito o tipo de canalha que ele é ou ela tenha sido traída ou abusada de alguma forma por ele,aonde eu quero chegar é justamente nesse ponto sabe aquele tipo de mulher submissa que finge demência e vê o parceiro dela fazendo coisas erradas ou sabe o que ele já fez e mesmo assim acusa outras mulheres do erro dele é isso, recentemente eu estava sendo perseguida por um homem casado e eu nunca dei espaço para ele, primeiro que NUNCA me envolvi com homens comprometidos porquê eu não encontrei minha dignidade e autoestima no lixo e tenho amor próprio e caráter,segundo que ESTOU NOIVA e construindo minha vida e família ao lado dessa pessoa e estou uma ótima fase nesse sentido,eu realmente vivo um relacionamento muito saudável e feliz,tanto que evito ficar expondo porquê inveja tem sono leve,terceiro infelizmente essa criatura que é casada é da mesma cidade que eu e a pior parte em tudo isso é que quando eu fui contar para a esposa dele o que ele vinha fazendo eu simplesmente ouvi às seguintes palavras "Biscate,safada, vagabunda,louca,você não presta e mais outros substantivos "carinhosos ".
Sim,eu saí como a errada da história e com insinuações de que eu estava flertando com um homem que tem idade para ser meu pai e algo que tenho a dizer a vocês é que discutir com pessoas desse nível não vai levar a lugar nenhum,você vai surtar e elas vão gravar e depois dizer que foi você que começou tudo isso,eu já vivi situações assim e sei bem como funciona esse tipo de alcatéia a melhor opção é fingir demência e eu ando fingindo demência para tudo ultimamente,pelo bem da minha saúde mental,aliás,se você socar a cara de algum deles (embora eles mereçam) você simplesmente será processada,embora você tenha razão.
A questão é que esse tipo de coisa não acontece apenas comigo,eu vejo acontecer todos os dias com várias mulheres e é justamente esse tipo de mulher "corna conformada" que são os piores e são perigosas, porquê para proteger o "presente de Deus" delas,elas são capazes de qualquer coisa,elas simplesmente podem ir até uma delegacia e abrir um B.O contra você defendendo o Chernobyl e inventar horrores a seu respeito,não é a primeira vez que isso acontece comigo então sei o que eu estou falando.
Então é comum elas (cornas conformadas) verem uma mulher independente,gostosa,bonita,que usa roupas curtas e automaticamente o sangue delas ferver e elas associar isso de que nós estamos provocando o Chernobyl que não controla a libido dele e não a respeita ou que temos culpa de que elas são feias,se for cristã será mais tóxico ainda porquê dentro dessas igrejas eles ensinam que mulheres que usam roupas curtas e chamativas são prostitutas e estão levando homens a perdição,então é o casal Cianeto e Chernobyl.
O fato de não usarmos uma burca e não sermos submissas é pretexto para elas propagar que somos vagabundas e biscates,então a maioria delas sabem que seus maridos ou namorados tem amantes e se fazem de cegas e às que não sabem talvez de fato não venham descobrir porquê o agrotóxico delas possuem outros e-mails,redes sociais e celulares reservados para a putaria e dentro do próprio whatsapp é possível esconder conversas e grupos com senhas.
Então esse tipo de mulher ou melhor parasita do inferno não tem a minha empatia e eu não perderia meu tempo defendendo ela de um abusador,merece chumbo grosso na testa. Eu realmente fico observando esse tipo de mulher e me pergunto como conseguem viver em um relacionamento assim e ainda contribuir para prejudicar a vida de outras mulheres,ou elas estão na seca ou não tem um pingo de amor próprio mas a verdade é a falta de caráter mesmo, semelhantes se atraem.
Eu não perco meu tempo me envolvendo em brigas fúteis,então podem latir a vontade dizendo que sou puta,esse tipo de apelido não me importa muito, porquê realmente sou uma puta entre 4 paredes com meu noivo e amo isso e ele ama mais ainda,eu teria vergonha se fosse uma corna conformada,cristã e submissa a um traste,então amor ser uma puta para ele e ele adora.
Um tipo de gente que eu não suporto é esse tipo que adora latir e quando a bomba explode para o lado deles e eles encontram alguém que podem tranquilamente devolver na mesma moeda o que fizeram,tiro,porrada e bomba são justamente esses que procuram meios ou pessoas para que possam defender eles depois e não levar um chutão na fuça e quando leva vai para o Facebook chorar,eu sempre digo,tem peito para bater então tenha peito para levar de volta, porquê meu clã não tolera palhaçada não,aqui bateu,levou e se eu não der conta chamo minha "gangue" e meu noivo me defende de unhas e dentes e conhece muita gente,isso é o de menos se alguém tocar um dedo em mim ele é capaz de tudo,ele realmente faz tudo por mim e cuida de mim o tempo todo,uma pessoa que se preocupa muito mesmo comigo.
Mas realmente esse tipo de gente me dá náuseas, principalmente porquê é o tipo que provoca e quando acha um "coringa" na vida corre igual gazela covarde para esconder-se e se faz de vítima e se você é uma corna conformada e está lendo isso,toma vergonha na sua cara fantoche de macho escroto.
Mas realmente,não apenas cornas conformadas mas esse texto se aplica a qualquer mulher (parasita) que sabe que o seu Chernobyl está errado e não vale porra nenhuma menos que bosta de urubu e continua defendendo o Cianeto e culpando outras mulheres pelos erros deles ou defendendo abusador safado,tomem vergonha na cara e façam algo útil para o mundo porquê só estão fazendo peso.
Então sim,minhas políticas sociais não defendem essas escórias e merecem se foder muito na vida,chaveiros de agrotóxicos.
Sabe,parem de pensar que toda mulher quer essa porcaria que vocês mantém ao lado de vocês,se for da mesma laia que vocês podem até querer mais uma mulher em sã consciência jamais se rebaixaria e se você defende homens que abusam de mulheres não venha choramingar quando ele abusar de alguma forma de você,vai lá servir o café da manhã dele e levar porrada de graça e ficar em casa limpando o chão enquanto ele mente que está em uma reunião ou viagem a trabalho quando na verdade está transando com outra e falando mal de você trouxa,não chora não em,aceita que dói menos.
Só tenho uma coisa para finalizar esse texto,esse tipo de mulher tem que se foder e sim é muito trouxa em todos os sentidos.
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rotting-creation · 2 years
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It shocks me how some of you don't realise how privileged you are to be in the countries you live in. That's not to say that your country doesn't have problems, but god damn, as someone who came from a third world country and lives in a first world one. God fucking damn it. Best thing I can compare the feeling of it all to (basically not a spoiler but warning just in case) is that one scene in TLOU where Ellie reads the diary of a girl and asks, 'Is this really what they had to worry about?'
Yes there are still problems, and yes I will also continue to work to fix those problems. But id be lying if I hadn't said how glad I am to be where I am. How safe I am. Where I come from, we have a LEGAL term called 'feminicídio' (femicide in English) which means to KILL A WOMAN BECAUSE SHE IS A WOMAN. Do you understand how much rape culture there is in my culture? Do you understand how many people are killed in my culture for being queer? Do you understand how dangerous it is to just walk down the street from where I come from? None of you will ever understand that fear and trauma that you carry, and I hope you never do.
I hope none of you ever know what it's like to know that your own parents have been robbed at gun point, and could've been killed. I hope none of you ever know what it's like to have been raised on the basis of, 'You have to walk quickly everywhere. The slower you walk, the more likely you are to be assaulted'. I hope none of you know what it's like to have been taught to never fight with anyone in school - that if someone steps on you, you apologise - because just looking at someone wrong could get you killed.
I'm so grateful to be here. To be so much safer.
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otomelavenderhaze · 4 years
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I suggest y'all search about the movement #metoo on France and the new law that came from it about sexual harassment, created in 2018.
That of course if you never heard of it before.
Here in Brazil we have two laws that reminds me of that one "Lei Maria da Penha" and "Feminicídio", the first one is about domestic violence and the second one is a type of murder based on a main character of the victim: be a woman and get killed for being a woman - this sounds subjective, but if you go and read for yourself you will understand.
If that's not enough, I got curious and have been search for cases from Law and Order SVU that reminds me of Rayan's case. I actually found one, but I'm not done with my research.
I won't be doing a post about it pointing out the similarities, but if anyone get curious, I can say which ones picked my interest.
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colunatortado15 · 6 years
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São Paulo, 09 de Março de 2019
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Boa tarde habitantes do país em que morre uma mulher a cada duas horas. Dê graças a Deus que esta mulher não é nem a sua mãe, avó, irmã, namorada ou sua filha, mas lamente por ser alguém querido de alguma pessoa.
Eu, Rodrigo já tive uma amiga que trabalhou comigo e sofreu feminicídio, antes dela ser morta, ela foi estuprada, depois esquartejada e teve seu corpo escondido para que ninguém soubesse. Ela era uma agente de atendimento que trabalhou comigo quando estava na Contax e depois na Teleperformance, nesta época já estava no planejamento e ela ainda atendia.
Eu estava preparando este texto para ontem, mas seria chover no molhado e o anuncio do namoro do Will se fez mais urgente, uma vez sendo que a internet estava inundada de postagens sobre o dia internacional da mulher. Alguém ainda não sabe o motivo que colocaram esta data como simbolo da luta feminina por seus direitos?
Para quem não sabe ainda eu aconselho a ler este texto (clique aqui)publicado pela BBC. Outra dica do blogueirinho deixem de ler jornais como Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Veja e Carta Capital, pois estes tem editoriais de esquerda ou de direita, sendo assim escrevem distorcendo as informações para suas pretensões políticas, deixando assim de serem imparciais. Eu aconselho vocês lerem a BBC Brasil, DW Brasil e o El País Brasil. 
O que mais me choca no feminicídio é a muitas vezes a brutalidade com que eles são feitos. Assassinar alguém já é para mim um crime hediondo, que deveria ter prisão do energúmeno pelo mesmo tempo em que a pessoa estiver morta, ou seja, pelo resto de suas vidas. Entretanto o feminicídio é cometido por ódio, são homens mimados que não sabem ouvir um “não” ou que se acham dono de um objeto (amigo, mulher não é um objeto, é uma pessoa mais evoluída que você).
A mulher não trai porque quer trair, elas não tem essa necessidade como o homem tem e se elas traírem é porque você deu motivo. Mesmo ela traindo não é motivo de matar, você tem que colocar o rabinho entre as pernas e entender o porque ela te traiu. Muitas das mulheres não veem o homem como o homem vê uma mulher, ou seja, não vê pela aparência e sim pelo interior, na segurança e confiança que você dá a ela. Não é porque ela te trata bem que ela está querendo fazer um amorzinho gostoso com você, acredite que ela esteja sendo somente simpática.
Eu nunca sei quando uma garota está interessada em mim. Comecei a psicologia para entender como as mulheres pensavam, se comportavam ou agiam, queria entender o real motivo delas me acharem invisível e porque tinha algo que as repeliam. Ainda não sei, mas uma coisa eu aprendi, para que uma mulher te note você precisa ter algo especial, ou fazê-las ter uma vida mais leve, que te dê segurança para um futuro, que saiba que será amada sem o risco de ser traída ou que tenha algo que ela admire em você. Ficar escondido atrás das portas observando é se manter invisível mesmo. 
O problema quando ela o acha muito para seu caminhão, a você se ferrou, é hora de buscar outro caminho. Eu tenho quase 40 anos e já conheci algumas garotas, pois eu tenho o sonho de casar, sonho este que cada vez mais se envelhece e um dos momentos mais lindos que eu tive foi quando eu sai com uma pessoa e ao falar minhas maluquices ela me olhava com admiração, naquele momento eu entendi que era aquilo que queria para mim, pois era algo recíproco.
Mãe, vó, minha pequena e idealizada Beatrice, eu falhei com vocês. Porque por mais que eu tente ser um homem respeitador com as mulheres, tentando entender os motivos de suas atitudes, ao estar sozinho e perdido em meus pensamentos eu as desejo e tenho profundo sentimento com elas. Imagino como que eu poderia abordá-las, mostrar quem eu sou e sair do anonimato. Ainda costumo julgar pela aparência para depois entender seu interior e isso é errado, quando vejo que estou ganhando a atenção da pessoa eu perco a mão e começo a falar besteira.
As mulheres são poesias e eu não sei lê-las, só sei admirá-las e tentar respeitá-las como merecem. Eu ainda não consegui respeitá-la como se deve, mas uma coisa eu juro, que tentarei ser menos machista a cada dia da minha vida, a cada hora do meu dia, cada minuto dessa hora e cada segundo desse minuto. Eu preciso, não por mim, mas por elas e porque se um dia eu for pai de um menino preciso ser inteligente o suficiente para ensiná-lo a continuar de onde parei na luta de aprender a tratar uma mulher como ela deve ser tratada. 
Ontem a dupla dinâmica Jaque e Carol colocaram uma frase no serviço e vou colocar ela aqui e com esta elas se dirigiam a outras mulheres que trabalhavam e a frase é “Lutem até a luta acabar.”. Quando eu li essa frase me veio a referência a ilustração do ilustrador Flávio Wetten que tem a página “Life on Draw” que uso como imagem tema do post.
Beijos, Fui! (17/28)
PS: Eu bati a meta de 16 postagens, agora eu aumentei a meta, vamos para as 28 postagens)
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pirathe · 2 years
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Após uma doença que apenas afetava homens fez com que grande parte da população masculina fosse à óbito. As mulheres se tornaram a verdadeira maioria. Controlando empresas, fazendo todos os trabalhos que costumeiramente eram ocupados pelo sexo masculino. A doença faz com que eles se tornem fracos, debilitados o suficiente para apenas trabalhos simples sem necessidade de grandes movimentos. Por esse motivo, a maior parte das mulheres que haviam tomado o poder de grandes empresas onde o monarca da família não teria qualquer problema em trabalhar começaram a contratar mercenárias para mata-los. Mulheres estavam no poder e a cada dia isso se tornava supremo.
Minguantes é uma gangue de mercenárias que são conhecidas por serem as melhores no que fazem. Quando uma minguante é contratada o trabalho é rápido e eficiente. Todos os homens temem o dia que receberão um cartão de visita sem nenhuma escrita à não ser uma lua minguante de cores variadas. E de nada adianta fugir do seu destino escrito pela mão delas, se foi marcado, irá encontrar seu fim de qualquer jeito.
Jinsoul é designada à um alvo dias antes de se casar com sua noiva, Kim Lip. Mas diferentemente de qualquer outro caso ela desaparece sem deixar qualquer rastro, preocupando sua noiva e toda a equipe Minguantes já que nada disso jamais havia acontecido. O que teria acontecido com Jinsoul? Seja o que for, todas irão juntar forças para que ela volte sã e salva, custe o que custar.
~~
A televisão na sala fala sozinha sobre um caso recente de feminicídio, mais uma mulher havia sido vítima da maldade protagonizada pelos homens. Mais uma vida perdida. Jinsoul estava na pia da cozinha lavando uma faca, em seu primeiro enxague a coloração da água era vermelha indicando o sangue que ficara impregnado no utensílio. Logo após a água começar a sair limpa, Jinsoul joga na pia uma pequena quantidade de sangue que havia em um saquinho transparente, um jeito que achava confiável de encobrir o sangue humano com o animal. Suas roupas manchadas já estavam queimando em um balde de ferro na varanda e a faca fora o último utensilio que precisaria de limpeza. Ela havia terminado a Faxina após um caso e teria o resto de dia para si.
Uma comoção no programa ao vivo fez Jinsoul prestar atenção, o apresentador parecia nervoso e preocupado enquanto algumas pessoas da produção claramente não ligavam de aparecer no enquadramento, algo que nunca havia acontecido. Pareciam estar preparando o apresentador para uma viagem enquanto ela falava sem se importar com todas as mãos o tocando.
“Pelo visto o governo acabou de soltar uma notícia dizendo para que todos os homens se dirijam para suas casas, é algo sobre saúde. Deixem tudo nas mãos das mulheres, é o que uma parte do comunicado diz. As últimas notícias que chegam pra mim aqui no ponto é que o exército está nas ruas para ter certeza de que todos os homens estão, de fato, indo para suas casas.” O homem continua sendo ajudado por produtores, enquanto falava seu terno se transformou em apenas uma camiseta e calça jeans. “Eu não sei o que está acontecendo, mas é de grande importância que façam isso. Como podem ver estou indo para casa como solicitado, deixarei o programa nas mãos da minha grande amiga Hani. Conto com vocês para fazer o mais consciente, vejo todos no programa de amanhã!” O apresentador se despede ao sair do enquadramento e dar espaço para Hani, vestida de um terno vinho, ela assente assim que o homem sai.
“Não sabemos o que está acontecendo, mas podem ter certeza que daqui alguns minutos todas as informações que recebermos será compartilhada com vocês! Mas enquanto isso volto a repetir o pedido: todos os homens por favor vão para casa, deixem tudo na mão das mulheres. É uma questão de saúde, de acordo com o governo uma possível pandemia.” Hani ajeita o ponto no ouvido ao escutar o que sua diretora diz: todos os homens estão morrendo.
Na rua as pessoas caminhavam para seus compromissos, entravam e saíam de cafés, mas no quarto escuro de Jinsoul tudo que ela sentia era o calor do corpo de Kim Lip contra o dela. As respirações em sincronia, ambas não se mexiam, mas estavam despertas, se saciando no momento que geralmente era quebrado às exatas 8 da manhã por um toque metálico do celular indicando que seus serviços eram necessários. Ambos celulares estavam na cabeceira, o de Jinsoul com sua capa de um reconhecível azul dando contraste ao vermelho vivo de Kim Lip.
08:00. Um toque metálico revela que a primeira a ser chamada fora Jinsoul.
Haseul: Bom dia Jinsoul, hoje preciso de você no posto Y. Chegando lá procure por Yeojin, ela estará com as informações necessárias para achar o sortudo da vez.
Jinsoul: Bom dia Haseul, tudo bem. Estou a caminho.
Haseul: Vou avisar a Yeojin, tome cuidado.
Jinsoul: Sempre.
Antes de levantar da cama Jinsoul abraça Kim Lip, ela sempre volta pra casa no final do dia, mas se despede como se fosse a última vez. Homens são fracos, mas nunca se sabe o que pode acontecer. Essa semana as despedidas têm durando mais do que o normal pois o casamento de ambas está se aproximando, daqui 7 dias será o grande evento e cada despedida é uma forma profunda de dizer sem palavras o quanto se amam. Jinsoul deita sobre Kim Lip e encaixa o rosto em seu ombro, os cabelos de sua amada inundando seu nariz com cheiro de lavanda. A pele de seu pescoço é quente e a convida para um beijo, convite o qual ela aceita sem pensar duas vezes. Por um segundo ambas ficam imóveis, apenas conscientes de suas presenças. Jinsoul afasta os lábios alguns milímetros do pescoço quente de Kim Lip e inunda o quarto com sua voz: eu te amo, ela diz. Eu te amo mais, responde Kim Lip.
~~
O vento gelado açoita Jinsoul como milhares de pequenas adagas, seu rosto despido de máscara parece estar sofrendo constantes ataques. Mas ela está próxima do posto Y, um café, e logo vai conseguir se esquentar com uma bebida quente. Em passos largos ela logo chega à lanchonete, La Fleur diz no letreiro sob a porta de vidro, lá dentro ela não tem qualquer problema em reconhecer os cabelos loiros de Yeojin digitando em seu pequeno notebook com dois cafés sobre a mesa. Jinsoul sem fazer qualquer barulho se senta de frente para a menina e sem tirar os olhos da tela do notebook Yeojin fala.
“Toma seu café antes que esfrie, você demorou um pouco hoje.” Seus dedos continuam digitando mesmo enquanto fala, por esse motivo tem um tom calmo e entediante como quem presta atenção para não dizer em voz alta o que digita.
            “Você talvez tenha chego cedo demais, já considerou essa probabilidade?” Jinsoul toma um gole de seu café que ainda está bem quente. Talvez Yeojin só queria força-la a se sentir culpada por algo que nem aconteceu. Ela tira os olhos do computador, encara Jinsoul por alguns segundos antes de dar risada.
            “Sim, eu estava adiantada mesmo, mas isso não vem ao caso.” Ela ri e toma um gole de sua bebida antes de retomar sua fala com o mesmo tom monótono de antes enquanto checa a tela de seu notebook. “Rua Blanca, número 27, Lee Taeyong. Ele já recebeu seu cartão, não parece estar fazendo as malas, mas não saiu de casa ainda. Não tenho olhos dentro da casa, mas ele não parece morar com ninguém e nem ter animais de estimação então não acho que vá ter algum problema com esse.”
            Jinsoul se levanta. “Ok, obrigada. Inclusive, o loiro fica bom em você. Espero que mantenha ele até o casamento, te vejo mais tarde.” Yeojin assente, sorrindo e vê Jinsoul sair pela porta enquanto carrega seu copo.
~~
            Rua Blanca. Calmo, apenas alguns apartamentos cinzas tristes demais para ter qualquer indicio de vida dentro deles. O número 27, por sua vez, ainda é triste, entretanto mais moderno. Sua fachada é elegante e mesmo sem qualquer porteiro têm um hall de entrada bonito. Um bom lugar para se morar, pensou Jinsoul. Nas identificações dos apartamentos é mostrado que Lee Taeyong mora no quarto andar, ela se dirige às escadas e começa a subir.
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portaletvgurupi · 2 years
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Homem sai de culto em igreja e mata ex-mulher grávida na casa dela
Homem sai de culto em igreja e mata ex-mulher grávida na casa dela
O que a família da jovem Daniara Rodrigues do Couto temia, acabou acontecendo. Mãe de três filhos e grávida do quarto, aos 20 anos, ela foi assassinada a facadas pelo ex-companheiro Erisvaldo Souza Silva. O homem havia saído do culto de uma igreja evangélica pouco antes de cometer o feminicídio. Após matar a mulher com várias facadas, o assassino simulou suicídio, cortando a garganta…
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obrittoney · 3 years
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Parabéns hoje, amanhã e sempre, pra guerreira que é a mulher, ser mulher não é fácil, tida e rotulada como sexo frágil, quando na verdade de frágil não tem nada, cara sai um bebê de lá de dento, só a mulher sabe a dor de um parto, um homem nunca saberá essa dor, a mulher nunca teve seu lugar de direito como um ser IGUAL, com os mesmos diretos de um homem, ganhando o mesmo salário que um homem, todos os dias morrem mulheres vítimas de feminicídio por homens. A mulher tem que trabalhar, chega em casa muita das vezes ainda tem que fazer comida, limpar a casa, então não venham fazer textinhos e fotos homenageando a mulher não, quando o respeito não acontece na prática, elas merecem homenagem todos os dias, mulheres, mães que que fazem o seu corre, seja rifeira, doméstica, vendedora, cozinheira, tudo isso pra manter a casa, sem falar que a grande maioria criam seus filhos sozinhas, porque o que se dizem homens acabam abandonando e nem assumindo os filhos, então para cada dor de cada mulher, para cada cicatriz criada por um homem, um rio de refrigerio com muita paz, e recomeço, parabéns guerreiras, parabéns pra você que é mulher de verdade. ❤️
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redebcn · 3 years
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Homem dispara 6 vezes contra mulher, 5 tiros falham e vítima sai ilesa de tentativa de feminicídio em Rio das Pedras
Homem dispara 6 vezes contra mulher, 5 tiros falham e vítima sai ilesa de tentativa de feminicídio em Rio das Pedras
Indiciado confessou aos policiais que teria cometido o crime por ter sido denunciado pela vítima por estupro contra a filha. Homem é preso após atirar contra mulher em Rio das Pedras Um homem de 21 anos foi preso na noite de segunda-feira (20) após atirar seis vezes contra a avó de 48 anos de sua enteada, em Rio das Pedras (SP). A arma falhou cinco vezes e o sexto tiro não atingiu a vítima. A…
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apoliticamoraaolado · 6 years
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Os homens que (não) amavam as mulheres
Porto Alegre, junho de 2018
No Brasil, uma em cada quatro meninas é abusada sexualmente antes dos 18 anos. 24% das mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. No nosso País se mata mulher 48x mais que no Reino Unido, 24x mais que na Irlanda e 16x mais que no Japão. Enquanto os homens brasileiros morrem em sua maioria vítimas de desconhecidos, nas ruas e por arma de fogo, as mulheres são mortas por conhecidos - normalmente o parceiro ou o ex - dentro da própria casa e por estrangulamento ou qualquer objeto que possa machucá-las.
A gente não resolve uma equação sem antes saber quais os números que a compõem. A gente não vai resolver a epidemia grave de feminicídio que assola o País sem, no mínimo, falarmos sobre o problema.
Esses dados doem principalmente porque o brasileiro tem um comportamento de idolatria com a brasileira. “Agora chegou a vez, vou cantar: mulher brasileira em primeiro lugar!”. The girl from Ipanema. Corpão violão. A mais bela entre as belas. De Martha Rocha a Gisele Bündchen: é produto nacional de primeiríssima qualidade.  
O problema é que toda essa idolatria não aparece quando analisamos dados reais de violência contra a mulher. A pergunta - difícil, dolorosa, que quase não sai - é: como, afinal, estamos tratando as mulheres no Brasil? É uma reflexão urgente pois, diferentemente de outros países da América Latina, em que o homicídio associado à violência sexual por gangues ou desconhecidos é o mais preocupante, no Brasil a maior parcela desses homicídios é praticada por alguém que manteve uma relação de afeto com a vítima. Para piorar, a maioria dos crimes ocorre quando a mulher quer deixar o relacionamento e o homem não aceita, o que é o suprassumo da mulher vista como objeto.
O estupro no Brasil não é cometido por um anônimo que puxa a mulher para um beco escuro. Que as nossas mulheres e meninas tenham o lar como espaço mais perigoso, mais que as ruas, e uma pessoa que amam como potencial agressor ou assassino é um problema que ultrapassa qualquer limite de aceitação, de civilização. Está no plano da barbárie. O Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial de feminicídios: são 13 por dia. Essa situação equivale a um estado permanente de Guerra Civil. Como o feminicídio não acontece no contexto de violência urbana, não cabe dizer que as mortes de homens em latrocínios, acidentes ou brigas, por exemplo, deveriam também se chamar “homenicídios”. Além de passar um papelão daqueles, você está ignorando todo um contexto histórico e cultural que foi estudado, pesquisado e comprovado - tanto que virou lei federal. O feminicídio é a ponta, é o último degrau de uma pirâmide de violência que começa, sim senhores, no fiu fiu, no olhar encarando ostensivamente um decote, no ignorar as opiniões de mulheres da família no almoço de domingo ou das colegas de trabalho em uma reunião. Quando um caso de feminicídio chega no Tribunal, há uma tendência a desumanizar o autor do crime - “estava bêbado”, “estava sob o efeito de drogas”, "estava inconformado", “teve um lapso”, “experimentou uma forte emoção”, “era um pervertido sexual”, “era um monstro”. Ou seja: o criminoso não é um homem racional e tentam nos convencer que aquele caso foi pontual, específico, e não um episódio recorrente. Como não é recorrente se são 13 feminicídios por dia? Não é pontual. Não é mimimi. Não é coisa de "feminazi". Afinal de contas, são números de Guerra Civil.
Mas nem tudo são trevas: com a ajuda de um time para lá de porreta de voluntárias e voluntários, a Minha Porto Alegre conseguiu um feito histórico no ano passado e, desde primeiro de janeiro de 2018, constam nos boletins de ocorrência de todo o Rio Grande do Sul o subtítulo “feminicídio”. Só sabendo os números da equação é que a gente pode chegar em uma solução, lembra?
Clara Corleone
PS: achou dahora a gente se preocupar com essa questão? A Minha Porto Alegre tem diversas campanhas e mobilizações atualmente, e 4 delas são voltadas para a mulher. Fazemos o que podemos com a confiança de dezenas de portoalegrenses que nos apoiam com quinze pilinhas mensais. Tá sobrando aí? Manda aqui que fazemos multiplicar para a Cidade ;)
PS2: a ilustração do post é um trabalho incrível do Saint Hoax. A partir da figura de princesas da Disney machucadas, o artista da Síria questiona “quando ele parou de tratar você como uma princesa?”. 
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noticiasbh · 3 years
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'Sabemos que a Hilma não se matou, isso era o mais importante', diz irmão de mulher que caiu de cobertura em BH
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Justiça mineira determinou o arquivamento do inquérito sobre a morte de Hilma Balsamão. Investigações concluíram que houve acidente. Mauro Filho, irmão de Hilma Balsamão, mulher e advogado participam de reunião no MP Reprodução TV Globo O irmão da administradora de imóveis Hilma Balsamão, de 38 anos, que caiu de uma cobertura no bairro Castelo, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, Mauro Filho, disse que a família está aliviada e satisfeita com o arquivamento do inquérito pela Justiça, após as investigações concluírem que houve acidente. Na época, o caso foi registrado como suicídio. “Aquela primeira versão que as pessoas que estavam na festa afirmaram, que a Hilma tinha pulado, que ela havia se suicidado, isso nunca existiu. E era exatamente isso que a família tentou provar desde o primeiro momento, a Hilma nunca faria isso, ela era uma pessoa extremamente alegre. A família recebe essa conclusão da investigação com um alívio de que conseguimos descobrir o que de fato aconteceu com ela”, afirmou Mauro. Ele, a mulher e o advogado da família se reuniram na noite desta quarta-feira (14) com representantes do Ministério Público, que explicaram todo o trabalho de investigação. “A família não vai ter a Hilma de volta, a filha dela não vai ter a mãe de volta, a mãe nunca mais vai ter a filha de volta. Mas sabemos que a Hilma não se matou, isso era o mais importante. Não imputamos a culpa em ninguém, mas precisávamos saber o que de fato tinha acontecido”, disse Mauro. Polícia Civil conclui inquérito sobre a morte de mulher que caiu de prédio na Região da Pampulha Polícia investiga morte de mulher que caiu da cobertura do namorado, em BH; ‘Ela tinha planos’, diz família Justiça arquiva inquérito sobre morte de mulher que caiu de cobertura em BH e aponta acidente Segundo ele, as pessoas que estavam na festa, que afirmaram que Hilma tinha se jogado do prédio, nunca procuraram a família para prestar solidariedade e explicar o que tinha acontecido. Ele disse também que os familiares só foram avisados sobre o fato três horas depois. Hilma Balsamão morreu depois de uma queda de uma cobertura, no bairro Castelo, em BH Polícia Civil Hilma caiu da cobertura do namorado, Gustavo de Almeida Veloso, durante uma festa no dia 20 de novembro do ano passado. Três linhas foram investigadas: suicídio, acidente ou crime — com prática de feminicídio ou instigação ao suicídio. “Nós excluímos primeiramente a ocorrência do autoextermínio, justamente pela vida pregressa da vítima demonstrar que ela era uma pessoa alegre, não possuía esse perfil de se matar. (…) A de feminicídio ou de intervenção de terceiros também foi descartada, não houve nenhuma ação externa ou de terceiros, para que Hilma fosse ao parapeito e caísse daquele local”, disse a delegada Ingrid Estevam, que presidiu o inquérito. Segundo a delegada, momentos antes da queda, ocorreu uma discussão entre Hilma e Gustavo. Parte do desentendimento foi filmado pelo celular do filho do empresário. O aparelho foi jogado no chão pela administradora de imóveis, mas a polícia conseguiu recuperar o registro. “Neste momento, ela sai e vai em direção à piscina. Fato que nos chamou a atenção é que todos relataram que a Hilma parecia que iria pular na piscina, só que, de repente, ela jogou uma perna no parapeito e a outra perna a derrubou. Na verdade, ela não queria pular”, descreveu a delegada. Arquivamento Segundo a Justiça mineira, além de indícios de acidente, as investigações apontaram que a administradora havia consumido alto teor bebida alcoólica. Um exame demonstrou “presença de etanol na amostra [de sangue] na concentração de 23,2 dg/L”. De acordo com a decisão, parecer do MPMG afirma que “se tratou de acidente trazido pelas circunstâncias de falta de juízo crítico após ingestão imoderada de bebidas e agressões por palavras, em uma pessoa com perfil tendente à impulsividade”. O juiz também afirma, com base nas investigações, que Hilma não tinha discernimento adequado do perigo que corria quando se dirigiu para a área da piscina da cobertura do edifício e se sobrepôs ao guarda-corpo, antes da queda. Vídeos mais vistos no G1 MG:
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trabalho-acdp · 4 years
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Entendendo as contingências de manutenção de relacionamentos abusivos por um viés analítico-comportamental; uma entrevista com o Prof. Dr. Alex Gallo
       As discussões acerca de relacionamentos abusivos, apesar de terem ganhado mais destaque nos últimos anos, ainda são vistas com descaso e até mesmo evitadas nas conversas entre amigos e família. Os números mostram, no entanto, que essas discussões são cada vez mais urgentes. Os abusos dentro dos relacionamentos começam de forma discreta e se intensificam com o passar do tempo, o que dificulta a identificação do início da relação abusiva e aumenta as chances de que esses abusos cheguem à violência física e ao feminicídio. No ano de 2017, o Instituto Maria da Penha publicou um dado mostrando que a cada dois segundos uma mulher sofre violência física ou verbal. Segundo o Conselho Nacional de Justiça – CNJ, em 2015, o Brasil se encontrava no 5º lugar no ranking de países com mais ocorrências de assassinatos de mulheres. Esses números se apresentam intimamente ligados a cultura do machismo, uma vez que em 95% dos casos de violência contra a mulher, o agressor é um homem (Waiselfisz, 2012). 
       Diversas áreas do conhecimento têm o relacionamento abusivo como tema de estudo, principalmente as ciências sociais, o direito e a psicologia. Nesta última, no que tange a Análise do Comportamento, esse fenômeno é estudado sob os aspectos da manutenção de comportamentos abusivos; da violência física, psicológica e financeira; das variáveis e contingências que atuam na manutenção de um relacionamento abusivo; das consequências psicológicas para a vítima; do papel da família e do modo com que o analista comportamental pode ajudar nesses casos. 
       Diante disso, a fim de compreender tal fenômeno através de um olhar analítico-comportamental, foi realizada uma entrevista com o Prof. Dr. Alex Eduardo Gallo*, psicólogo e professor associado da Universidade Estadual de Londrina do departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento. Seu trabalho tem ênfase em desvios de conduta, com foco nos temas de psicologia forense, adolescentes em conflito com a lei e violência intrafamiliar (conjugal, doméstica e envolvendo menores de idade).
1. Segundo a Análise do comportamento quais seriam as características definidoras de relacionamento abusivo?
“De grosso modo, o nome diz que é um relacionamento onde há abusos. Esses abusos podem ser de diferentes naturezas, como física, sexual, psicológica, financeira, patrimonial...”
2. Quais os tipos de violência podem ocorrer em um relacionamento abusivo? Você poderia descrevê-los?
“A violência física quando ocorre agressões, que deixam marcas e são fáceis de serem comprovadas em um processo criminal. A violência sexual que pode também deixar marcas físicas, mas dependendo da forma como ocorre é difícil para a mulher distinguir que é uma violência, especialmente quando ela entende que faz parte do relacionamento ceder mesmo quando não quer. A violência sexual também pode envolver comportamentos que não envolvem contato físico, como exposição e compartilhamento de nudes sem permissão. A violência psicológica é quase impossível de ser provada em um processo criminal pois não deixa marcas visíveis. A violência psicológica envolve depreciar a vítima, humilhar, fazer se sentir culpada. A violência financeira e patrimonial envolve o controle financeiro e de patrimônio da vítima.” 
3. Do ponto de vista analítico-comportamental, seria possível indicar as variáveis (biológicas, ontogenéticas e ou culturais) que estariam envolvidas na construção de relacionamentos abusivos?  
“Sim. Não do ponto de vista filogenético, senão estaríamos aceitando que existem características biológicas que explicam a violência e isso poderia ser entendido que mulheres sofrem porque são naturalmente assim ou assado. Variáveis ontogenéticas e culturais explicam a construção e manutenção de relacionamentos abusivos. A partir da cultura, práticas culturais que colocam o homem como superior (machismo), práticas culturais do patriarcado, que colocam a mulher na condição de aceitar e ser submissa. Do ponto de vista ontogenético, experiência de privação de reforçadores positivos e modelos de relacionamentos.” 
4. Existem estudos indicando que eventos ocorridos na história de vida da vítima podem contribuir para que ela se envolva em um relacionamento abusivo? Se sim, que eventos seriam esses?
“Eventos ocorridos na história de vida da pessoa são as variáveis ontogenéticas. Uma história de vida pobre em reforçadores positivos pode contribuir para a mulher aceitar um relacionamento abusivo quando este vem acompanhado de reforçadores. Além disso, poucos reforçadores levam a uma baixa autoestima, que também contribui para aceitar comportamentos abusivos.” 
5. Você poderia dar exemplos de contingências que atuam na manutenção de um relacionamento abusivo? 
“O controle aversivo muitas vezes é sútil e não percebemos quando estamos respondendo sob controle de uma contingência aversiva. Outras vezes, uma punição positiva (apresentação de um estímulo aversivo, como um xingamento, uma depreciação), vem acompanhada de outros reforçadores positivos, como um pedido de desculpas ou uma reparação. Isso mantem o relacionamento. A cultura vem dizer que é assim mesmo, que relacionamentos são complicados e problemáticos, que ela precisa perseverar, mudar o jeito do marido. Quando a cultura estabelece essa afirmação, coloca contingências que reforçam o comportamento abnegado da mulher e não punem o comportamento do agressor.” 
6. É comum que as vítimas só percebam que estão em um relacionamento abusivo após a primeira agressão física?
“Sim, essa afirmação é verdadeira. O controle aversivo muitas vezes é sútil e não percebemos quando estamos respondendo sob controle de uma contingência aversiva. Outras vezes, uma punição positiva (apresentação de um estímulo aversivo, como um xingamento, uma depreciação, vem acompanhada de outros reforçadores positivos, como um pedido de desculpas ou uma reparação. Isso mantem o relacionamento. Quando a agressão física ocorre, por ser amplamente divulgada como abusiva, aí a mulher tem noção do problema.” 
7. Existem medidas preventivas para um relacionamento abusivo?
“Sim e não. A primeira coisa para se prevenir a manutenção de um relacionamento abusivo é a pessoa entender que aquele relacionamento é abusivo. Para isso existem fontes de informação. Existem campanhas informativas que recomendam denúncia. Mas informação não muda comportamento e sim consequências. Aí faltam políticas públicas amplas. Existem delegacias especializadas em atender esses casos, mas não existe formação específica para quem trabalha lá. Em 1998 fizemos um trabalho de treinamento de policiais da delegacia da mulher (publicado em 2000) e nada mudou nesses 22 anos. E mesmo que a mulher identifique que ela vive num relacionamento abusivo e que esteja correndo risco de ser agredida até a morte, o que ela pode fazer? Para onde ir? Como sobreviver?” 
8. Quais intervenções podem ser consideradas terapêuticas para alguém que se encontra nesse contexto?
“Difícil dizer de modo geral. Cada caso é diferente. Grosso modo a primeira coisa é a mulher identificar que vive num relacionamento abusivo. A segunda coisa tem um nome que nem sei se a Análise do Comportamento usa, mas é o empoderamento. Seria trazer mais consequências reforçadoras positivas para ela, o que resultaria em aumento da autoestima, autoconfiança. A terceira seria fortalecer uma rede de apoio social com metas para independência, como ter amigos, contato regular com a família, emprego, para que ela não dependa do agressor e tenha pessoas em quem confiar.” 
9. Amigos e familiares podem ajudar a pessoa que está em um relacionamento abusivo? De que forma?
“Sendo a rede de apoio. Sendo fonte de reforçadores positivos que aumentam autoestima e autoconfiança. Sendo fonte de segurança para onde ela possa correr e se proteger, sendo discriminativos para ela entender o relacionamento abusivo.” 
10. Quais as principais dificuldades encontradas pela vítima ao tentar sair do relacionamento abusivo?
“Sobrevivência. É comum num relacionamento abusivo a mulher perder contato com outras pessoas. Ela se isola, não trabalha, não tem vida social. Se não tem ninguém para apoiar e não tem recursos para se sustentar, como ela sai do relacionamento? Paralelamente há a variável cultural que ele vai mudar, que é uma fase ruim, que ele está estressado com o trabalho, que não é culpa dele.” 
11. Quais as consequências de aceitar um pedido de perdão do agressor? Por que ele é aceito mesmo após a ocorrência do abuso?
“Um pedido de perdão pode ser entendido como um reforçador negativo para o agressor. Ele agrediu e sabe das consequências aversivas disso, mas quando é perdoado, essas consequências aversivas são removidas e isso é um reforço negativo. Qual a função do reforço? Aumentar a frequência do comportamento. Pronto, agora o comportamento de pedir desculpas foi reforçado, mas uma consequência reforçadora acaba reforçando toda a cadeia de comportamentos, em grau decrescente de magnitude, então reforçou o comportamento de agredir. E por que ela aceita? Porque ama. Todas as mulheres dizem que amam seus companheiros, mas não gostam do que eles fazem. Quando pedem perdão, elas entendem que ele reconheceu que estava errado e vai mudar.”
12. O que leva uma pessoa a se comportar de forma abusiva?
“Inúmeras coisas. Do ponto de vista ontogenético uma agressão pode ser reforçada positivamente e negativamente. Positivamente quando ele consegue o que quer ao agredir e negativamente quando ele afasta uma cobrança, uma exigência, uma admoestação. Desde criança o comportamento de agredir vai sendo modelado. Em nível cultural existem as contingências sociais que apresentam consequências reforçadoras quando ele se comporta como o chefe da casa, como o modelo de macho, viril. E não tem consequências punitivas quando ele agride.”
13. Como o analista do comportamento poderia contribuir para prevenir e solucionar este problema social?
“Pergunta difícil. Análise do comportamento consegue explicar os fenômenos e processos envolvidos nesse problema social, então o analista do comportamento pode contribuir em tornar esse conhecimento acessível, que podem influenciar na formulação de políticas públicas e também na criação e oferta de serviços especializados.”
       Conforme explicitado pelo entrevistado, a violência contra a mulher é um fenômeno multifacetado, o que o torna complexo quando levado em conta que ele abrange também aspectos culturais e não somente ontogenéticos. Ou seja, por mais que os casos tenham suas individualidades, há aspectos comuns como regras  sociais e práticas culturais que não permitem que haja o estabelecimento da igualdade entre os gêneros. Apesar de complexa, a violência contra a mulher é passível de ser estudada e a Análise do Comportamento tem exercido seu papel ao explicar como funcionam os mecanismos que permeiam essas relações abusivas, possibilitando que futuramente práticas de intervenção e prevenção como formulação de políticas públicas e também a criação e oferta de serviços especializados possam ser usufruídas por mais pessoas e se tornem cada vez mais efetivas. 
 Trabalho Final da disciplina de Análise Comportamental do Desenvolvimento e da Personalidade da Graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Londrina. Apresentado pelas discentes Ana Clara Dal Bem Busetto, Beatriz de Souza Marques, Isabelly Maria Soares Felix, Karla Alves Ribeiro e Julia Belatto Dablander. Orientadas pela docente Profª. Drª. Silvia Cristiane Murari e mestranda Denise Silveira Barbosa.
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*Prof. Dr. Alex Eduardo Gallo, psicólogo pela Universidade Federal de São Carlos e mestre e doutor em Educação Especial pela mesma instituição, com período no exterior. Atualmente, é professor associado da Universidade Estadual de Londrina e membro do Laboratório de Análise e Prevenção da Violência (LAPREV). 
 Referências 
Waiselfisz, J. J. (2012). Mapa da Violência 2012: Os novos padrões da violência homicida no Brasil. São Paulo: Instituto Sangari. 2012.
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yuribraga · 4 years
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Mais uma vez os responsáveis pelo caso de minha irmã foram trocados. Não nos cabe julgar quem entra ou sai. Apenas continuaremos a buscar justiça incansavelmente. Já são 30 meses sem respostas desse feminicídio político. Quem mandou matar Marielle?
— Anielle Franco (@aniellefranco) September 18, 2020
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chicamarrenta · 4 years
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Mulher é apedrejada até a morte pelo namorado em Goiás
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Feminicídio de Janária foi gravado por câmeras de segurança Janária Beatriz Pereira da Conceição, 29, é mais uma vítima de feminicídio no Brasil. A mulher foi espancada, apedrejada e arrastada pelo namorado, Lucas Santos de Sousa, de 27 anos, que “desconfiava de uma traição”. O crime bárbaro foi gravado por câmeras de segurança da região, em via pública da cidade de Águas Lindas de Goiás. As imagens, que duram pouco mais de oito minutos, mostram o assassino confesso atacando a jovem. O vídeo mostra Janária Beatriz e o namorado caminhando pela rua, quando, de repente, Lucas dá um tapa no rosto da vítima. Ela se abaixa, momento em que o agressor a puxa pelos cabelos e começa a falar com a mulher. Depois, ele a levanta à força pelas mechas e continua as agressões. Aos 50 segundos da filmagem, Lucas joga a namorada, já sem reação, no chão. Ele dá um chute tão forte no rosto da vítima que o sapato se solta do pé. O homem calça o chinelo e se volta para Janária novamente, que continua imóvel. Ela é puxada pelos cabelos de novo, e, quase sem forças para continuar de pé, continua sendo espancada. Pouco antes de dois minutos de vídeo, o criminoso deixa a namorada deitada no chão e se senta no meio-fio. Ele reflete por alguns segundos e, em seguida, passa a apedrejar Janária Beatriz ininterruptamente. Quase aos sete minutos, ele para e chuta o rosto da mulher, que provavelmente já estava morta. Lucas deixa a namorada desfalecida e sai do local. Read the full article
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magraeleveemagrecer · 5 years
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Violência doméstica contra a mulher: um problema de saúde pública
Em 2018, a escritora Patrícia Melo recebeu uma encomenda das editoras Leila Name e Izabel Aleixo, da LeYa, para escrever um livro, o 12º de sua carreira. Ao convite, seguiu-se um pedido: que a obra procurasse tratar da realidade da mulher brasileira. Em pouco tempo de pesquisa, a autora de Acqua Toffana, O Matador e Inferno (clique aqui para comprar), entre outros títulos de conteúdo policial, já tinha decidido o tema que gostaria de abordar: o feminicídio.
Quinto país do mundo em ranking de violência contra a mulher – atrás somente de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia –, o Brasil registra uma mulher agredida a cada quatro minutos e uma morta a cada oito horas. “Há uma espécie de padrão para a matança de mulheres. Os feminicidas têm um modus operandi. Eles caçam suas presas, as isolam, e as torturam, física e psicologicamente, por um longo tempo, antes de matá-las. O que me embrulha o estômago é ver como a sociedade naturaliza essas mortes”, afirma a autora.
O insight para escrever o recém-lançado Mulheres Empilhadas nasceu de uma notícia de jornal: em agosto de 2018, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) organizou, em parceria com os Tribunais de Justiça dos estados, um mutirão, “Justiça pela Paz em Casa”, para julgar 10 mil casos de violência contra a mulher.
A protagonista é uma jovem advogada que, depois de sofrer uma agressão do namorado, decide engajar-se na luta. Para tanto, viaja até o Acre, onde participa de um mutirão de julgamentos de mulheres assassinadas – em 90% dos casos, o agressor é um conhecido (pai, tio, avô ou ex-marido) e, em 36% deles, o parceiro (marido ou namorado).
“A opção pelo Acre como cenário do romance não foi aleatória. Foi o estado com a maior taxa de feminicídio do país em 2018”, explica Patrícia. Segundo levantamento do Monitor da Violência, uma parceria do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Acre tem uma média de 3,2 assassinatos para cada 100 mil mulheres. Em números absolutos, foram 14 casos de feminicídio em 2018.
Durante a fase da pesquisa, que contou com a ajuda da jornalista Emily Sasson Cohen, Patrícia leu incontáveis casos de feminicídio em sites, jornais e revistas. A sensação que teve é que, dada a incrível semelhança, estava lendo sempre sobre o mesmo caso o tempo todo. Muda um detalhe ou outro, mas, em geral, é a história de um homem que, num dado momento, se sente autorizado a praticar violência contra a mulher, não importando se ela é sua mãe, mulher ou irmã.
Na maioria das vezes, tudo começa com um relacionamento abusivo. Aos poucos, evolui para a violência doméstica. E, por fim, se algo não for feito, termina em morte. “Como dar um fim a esse círculo vicioso é a grande questão. É preciso romper com o silêncio. Falar sobre feminicídio. Mais que isso: denunciar, processar, julgar com rigor esses matadores de mulheres. Precisamos de mais políticas públicas voltadas a amparar essa mulher que tem seu algoz dentro de casa”, diz a escritora.
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A escritora Patrícia Melo aborda a violência contra a mulher em seu novo livro, Mulheres EmpilhadasFoto: Kyrhiam Balmelli/SAÚDE é Vital
As origens do mal
O feminicídio não é uma doença. Mas parece. Tanto que, lá atrás, em junho de 2013, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ligou o alerta vermelho: a violência contra mulher tornou-se uma “epidemia global”. Segundo dados da instituição, mais de um terço (38%) de todas as mulheres do mundo é vítima de violência física ou sexual.
Identificar traços de um relacionamento abusivo não é difícil. De acordo com a enfermeira Kerle Dayana Tavares de Lucena, doutora em Modelos de Decisão e Saúde pela Universidade Federal da Paraíba e autora da tese Violência Doméstica Contra a Mulher e Qualidade de Vida, o ciclo da violência doméstica pode ser dividido em três fases: aumento de tensão, ataque violento e “lua de mel”.
Na primeira delas, o marido ou namorado passa a criar atrito por qualquer coisa e, em alguns casos, chega a se comportar de maneira ameaçadora. Por vezes, chega a ofender a mulher ou namorada, reclamar de sua aparência ou criticar seu trabalho. Na segunda fase, o que era ameaça vira agressão física ou sexual. Muitas vezes, a vítima costuma buscar ajuda médica ou apoio familiar, e chega a registrar boletim de ocorrência em delegacias.
Na terceira e última fase, há uma aparente calmaria. Nela, o marido ou namorado, supostamente arrependido, tenta se redimir das agressões. Não faltam juras de amor eterno e promessas de dias melhores. “Os efeitos são irreparáveis e devastadores e vão muito além da vítima. Crianças que testemunham esse tipo de violência tendem a apresentar dificuldades de relacionamento e até desenvolver fobias e depressão”, relata Kerle.
Os estragos causados pela violência doméstica, alerta Ludmila Fontenele Cavalcanti, coordenadora do Grupo de Prevenção à Violência Sexual do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, são imensuráveis. Vão desde insônia, dor de cabeça e uso abusivo de álcool a ansiedade e depressão. E não para por aí. Os riscos para a saúde sexual e reprodutiva da mulher incluem traumas ginecológicos, infecções sexualmente transmissíveis e gravidez não planejada.
“O impacto da violência doméstica repercute até na esfera social. Muitas dessas mulheres chegam a abandonar os estudos ou a perder seus empregos”, observa. Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a mulher em situação de violência doméstica tende a faltar mais ao serviço, concentrar-se menos no trabalho e ficar menos tempo no mesmo emprego.
O perigo mora em casa
Na maioria das vezes, não tem erro: o relacionamento abusivo de hoje tende a se transformar na violência doméstica de amanhã. Por isso, aos primeiros sinais de perda de autonomia, isolamento social ou dano a autoestima, Scheila Krenkel, pós-doutoranda do Laboratório de Psicologia da Saúde, Família e Comunidade da Universidade Federal de Santa Catarina, é taxativa: procure ajuda o mais depressa possível, seja com familiares, amigos, vizinhos e colegas de trabalho, seja com médicos ou psicólogos.
“É importante que a mulher denuncie, vá a Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (DEAM) e faça o Boletim de Ocorrência. Se não houver DEAM, vá a qualquer DP. Se a mulher estiver em risco de morte e o município tiver uma casa-abrigo, a própria Polícia poderá encaminhá-la para esses locais sigilosos, onde receberá atendimento psicológico e assistencial. Há, ainda, o Disque 180, uma central de atendimento e denúncia da violência contra a mulher”, orienta Scheila. O Disque 180 funciona todos os dias da semana, inclusive sábados, domingos e feriados.
O que esperar, então, do futuro? Os casos de violência contra a mulher tendem a cair no Brasil ou, ao contrário, a situação periga se agravar? A escritora Patrícia Melo não disfarça seu pessimismo. “Não estou otimista. Acho muito difícil mudar essa realidade. Hoje, como diz minha protagonista, é perigoso ser mulher. O governo precisa fazer sua parte, caso não queira continuar cúmplice nessa matança”.
Já Kerle Dayana Tavares de Lucena pensa diferente. “A violência contra a mulher é fruto de uma sociedade machista, racista, misógina e patriarcal. Tudo que é construído socialmente é passível de transformação. Reconheço os avanços, mas ainda precisamos ampliar o debate. Só assim, discutindo a violência e ouvindo as mulheres, conseguiremos erradicar esse terrível mal”, defende.
O teste do relacionamento abusivo
Ao responder as perguntas abaixo, que fazem parte da Cartilha Namoro Legal, do Ministério Público do Estado de São Paulo, você poderá ter uma noção se o comportamento do seu parceiro representaria uma ameaça. Se você responder SIM a alguma dessas perguntas, fique ligada! Seu namorado ou crush é do tipo controlador. Aprenda a colocar limites e, se ele não respeitar, caia fora porque é cilada.
Seu namorado ou crush…
1. …deixa você insegura, coloca defeitos em tudo que faz ou exagera suas falhas? 2. …diz que ninguém vai te querer e você tem muita sorte dele estar com você? 3. …é do tipo ‘chiclete’, que aparece sem ser convidado? 4. …pediu sua senha ou monitora seus e-mails, ligações e mensagens? 5. …faz você se sentir sufocada ou vigiada? 6. …critica você o tempo todo, mas faz questão de elogiar outras pessoas bem na sua frente? 7. …tem ciúmes dos seus amigos, das suas atividades e da sua família? 8. …cismou que você dá bola pra todo mundo? 9. …cria confusão com tudo o que você faz? 10. …quer te forçar a fazer alguma coisa que você não gosta, apesar de você já ter dito não? 11. …quando é contrariado, diz que você está louca? 12. …paquera ou sai com outras e, depois, te acusa de ser ciumenta? 13. …depois da crise, fica cheio de mimimi dizendo que só perdeu a cabeça porque te ama muito?
Violência doméstica contra a mulher: um problema de saúde pública publicado primeiro em https://saude.abril.com.br/bem-estar
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coracaodecaprica · 8 years
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Eu fui morta e ninguém quer contar a minha história. Não por falta de conhecimento, Não por não ver o tormento. Por não quererem a cura, a minha morte é numérica. Sou estatística, prontuário esquecido desde a Idade Média. Dizem não ver o sangue e não saber onde esconderam a faca O corte é profundo e todo mundo sabe quem me mata. Eu virei um número triste na folha do jornal. Embora fosse conhecimento público esse acontecimento "casual". Seguem dizendo que foi crime passional. Morri de amor, então? Virou realidade essa ilusão? Vamos voltar à legitima defesa de honra? Honra pra quem? Pra mulher que morreu muito antes do coração parar Ou pro homem que achou que era tranquilo essa mulher matar? Mas se minha história não sai no jornal, Eu conto pra vocês como não foi nada acidental. Eu fui condenada à morte ainda no ventre. Eu nem tinha vida ainda e já era delinquente. Eu fui jogada à margem dessa rodovia Sem direito a resgate, opinião ou felicidade. Eu fui mutilada por não ser a mais bonita. E se empenharam em infiltrar a competição na minha vida. Eu via as mulheres sangrando, morrendo, gritando. Eu sempre me perguntei como elas continuavam andando. Com o rosto roxo, a boceta rasgada, o útero doutrinado. E toda a sociedade escolhia o outro lado. O lado que não era o delas E nunca foi o meu. Eu fiquei sem oxigênio cada vez que uma vizinha "sumia". Era o tipo de divórcio que diziam que ela merecia. Perguntei-me muitas vezes por que existia. E pra sobreviver eu precisava ser fria. Aprendi que eu precisava me cuidar E torcer pro mundo inteiro não me odiar. Mas minha história não saiu no jornal. Eu virei um número na ocorrência policial. Fui pra gaveta. Duplamente. Caso arquivado. Fui só mais uma mulher morta E ninguém deixou eu dar meu recado. Culparam o amor, botaram meu nome no sistema. E eu tô morta e ninguém vai ler esse poema. Mas eu vou contar a minha história. Não para os homens, esses não me importam. Eu vou contar minha história para as outras mortas. E juntas, vamos viver. Juntas, vamos voltar a crer. Juntas, vamos ser maiores. Juntas, vamos estancar o sangue. É preciso enfrentar a morte pra voltar a viver. E eu entendi que toda morte feminina é um feminicídio a prestação. Mas essa conta quem vai pagar? Não sou eu, não!
Laza
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homensdehoje · 4 years
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O que é um relacionamento abusivo? Veja os principais sinais!
Veja o conteúdo no site: O que é um relacionamento abusivo? Veja os principais sinais!
Um dos assuntos que mais têm sido tratado nos últimos tempos é, sem dúvida, o feminicídio. Ele, normalmente, é fruto de um relacionamento abusivo, seja de cunho físico ou psicológico. E é sobre esse tipo de relacionamento insustentável que vamos tratar hoje.
A minha intenção é clarear a mente das mulheres para que consigam identificar relacionamentos com essa natureza e fugir deles correndo! Claro que esse post vale também para os homens – afinal, todo mundo é sujeito a ser abusado – mas a coisa fica muito pior para o lado das mulheres.
Sabe por quê? Porque mulher sofre pelo machismo, opressão, violência doméstica, entre outros aspectos que estão atrelados ao abuso e que podem tomar proporções muito mais perigosas e delicadas.
Quem me acompanha no instagram ou por aqui no blog, sabe o quanto gosto de tratar desses assuntos polêmicos e necessários. Portanto se você desconfia que está passando por um tipo de relacionamento abusivo, seja como vítima ou abusador(a), ou conhece alguém que pode estar sofrendo com isso, acompanhe a leitura e aprenda como proceder.
Relacionamento abusivo: o que é?
Relacionamento abusivo é a situação em que uma das partes do relacionamento exerce extremo poder e influência sobre a outra, minimizando-a ao máximo e tornando a sua vida infeliz e até mesmo dificilmente suportável.
Ao contrário do que muita gente pensa, relacionamentos abusivos não são aqueles em que necessariamente resultam em violência doméstica – muito mais do que ameaça física, esse tipo de relação tem potencial risco para o emocional e psicológico. Aí, fica ainda mais difícil identificar.
Engana-se também quem acha que apenas o homem é detentor do poder de exercer tal papel. Apesar de ser um pouco menos frequente e menos falado, também existem muitas de nós, mulheres, que repercutem esse tipo de relação.
Não confunda abuso com amor
É muito difícil perceber quando se está passando por um relacionamento abusivo. Isso porque muitos “sintomas” dessa doença se assemelham com o entendimento precipitado que as pessoas têm do amor.
Ciúme excessivo, controle emocional, financeiro, privações e muito mais atitudes tóxicas são tomadas com o pretexto de “faço isso porque te amo”. Normalmente, o relacionamento é vicioso: se você não aguenta mais sofrer e resolve terminar, ele promete que vai mudar, você acredita e o ciclo se reinicia.
A ordem normalmente é: abuso – término – promessa de mudança – reconciliação – abuso/agressão/feminicídio.
Acendeu a luzinha de emergência? Então está na hora de repensar seu relacionamento.
Veja os principais sinais de um relacionamento abusivo
A boa notícia é que, por mais que seja difícil, é possível correr de um relacionamento abusivo. Mas a primeira etapa é conhecer quais são os sinais que ele apresenta:
1. Controle absoluto
Um dos primeiros grandes sinais de um relacionamento abusivo é o controle que uma das partes exerce sobre a outra. Geralmente, o controle começa com coisas simples como o horário em que o par chega e sai dos lugares. Com o tempo, entretanto, até mesmo os gastos financeiros já são do conhecimento da outra pessoa e isso mesmo que não vivam matrimonialmente.
2. Desrespeito
Se o respeito é a base de um relacionamento firme e sadio, o desrespeito obviamente é o que sustenta um relacionamento abusivo. Infelizmente, tal situação é bastante comum e acontece com o passar do tempo. Diz-se que uma vez que o respeito foi perdido não há mais formas de se manter uma relação.
3. Humilhação constante
Em tom de brincadeira ou piadinha, o seu par sempre coloca o outro para baixo principalmente em rodas de amigos e familiares. A humilhação é tanta que a parte, chamada aqui de vítima, simplesmente deixa de querer o convívio social principalmente quando acompanhada, devido a tal situação crítica e visivelmente insalubre ao emocional.
4. Pedir permissão virou rotina
Esse sem dúvida é o marco de um relacionamento abusivo, por isso preste atenção! Você é dona de si assim como o par também. Ninguém precisa pedir autorização para fazer aquilo que tem vontade, como ir a lugares, conversar com pessoas e muito mais. Em uma relação sadia há diálogo, não pedido de permissão!
5.   Reprovação
O olhar censurador quando você está vestida como realmente gosta, a situação de ficar sem conversar porque uma das partes não teve o seu desejo atendido. Isso são apenas alguns exemplos que dizem respeito à reprovação! E vale lembrar que um casal deve estar junto, batalhando lado a lado para ser algo saudável e não reprovando um ao outro, certo?
6.   Sentimento de culpa
Esse sinal é sentido pela vítima e tem o poder de mexer completamente com o bem-estar emocional dela. Sabe aquela sensação de não ter sido suficiente? De não ter satisfeito ao parceiro ou tê-lo desapontado? Essa é uma característica sentida por quem está dentro de um relacionamento abusivo e quem se sente dessa forma deve se libertar já!
7. Tratamento infantil
Por fim, entre os sinais aqui trazidos, vale destacar ainda o tratamento infantil com que a parte abusiva tem com a vítima da relação. Em síntese, mescla muito do que foi trazido nos tópicos anteriores e em muito se assemelha ao estabelecimento de uma relação que mais se parece com pai e filho do que como um casal. Isso também é relacionamento abusivo!
Como lidar com um relacionamento abusivo?
Existem várias formas de proceder a um relacionamento abusivo. Isso vai depender, especialmente, de que personagem é você nessa história.
Se você é a vítima: run, Forest, run!
Se você acha fortemente que está passando por um relacionamento dessa natureza ou se alguém está te alertando sobre tal possibilidade, a melhor dica é: corra!
Dificilmente a mulher que passa por isso consegue perceber, então escute seus amigos, familiares, pessoas próximas a você e fuja dessa relação.
É muito importante pedir ajuda pras pessoas próximas a você, pois você precisa de apoio. Uma pessoa abusiva que levou um fora da parceira – principalmente se for homem – pode ser perigosa. Chantagens psicológicas e emocionais são frequentes no término. Muito cuidado, ok?
Se possível, procure uma mulher profissional da psicologia para te ajudar a lidar com seus sentimentos, afinal, é uma mudança muito difícil na sua vida, que vai te desestabilizar e te deixar confusa por um momento. Mas prometo: é só uma fase ruim. Vai passar.
Se você é o(a) abusador(a): vai se tratar, amado(a)
Se você percebeu que faz isso com sua parceira ou parceiro, é hora de procurar ajuda psicológica. É difícil controlar alguns aspectos e a ajuda de um profissional é a melhor saída. Você precisa pensar no seu bem, mas, especialmente no da vítima.
Se você é próximo à vítima: meta a colher
Em briga de marido e mulher, se mete a colher, sim! Se você é amigo, parente ou, sei lá, porteiro do prédio e presencia cenas de abuso, converse com ela ou com alguma amiga dela. Como viu, é muito difícil para a vítima perceber e tentar sair desse labirinto.
Mas se você presenciou um quadro agravado de abuso, como agressão física, interfira sem hesitar. Seja qual for o caso, a ajuda é o principal meio para acabar com o relacionamento abusivo.
Ajude-se, ajude sua amiga ou qualquer pessoa que vivencia esse trauma. Você pode salvar a vida dela ou a sua, já pensou nisso?
Bem, esse post foi meio pesado, admito, mas precisamos falar sobre isso. Se você quiser ter acesso a mais conteúdos polêmicos ou apenas dar um ar para a cabeça e ler um conteúdo descontraído sobre relacionamento, confira os outros posts do nosso blog – tem muito texto bacana para você!
> Dona Coelha
O que é um relacionamento abusivo? Veja os principais sinais! publicado primeiro em hhttps://www.donacoelha.com/blog/
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