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#Terêncio
clumpsydumpty · 11 months
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Terêncio Verde( Green Terence )
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mrjosepedrojacinto · 2 years
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Terêncio Zua - "Anda Dançar" no palco do Angola Encanta"
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jose-pedro-jacinto · 3 days
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Angola Encanta 2012 1ªGala - Terêncio Zua
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flavia0vasco · 6 months
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SEQÜÊNCIA 10 - A ILHA DO PESCADOR
Até arribar por sobre as águas o quanto pôde, uma corda testou antes sua briga com o destino, quando lançada aos pés do ubá e recuperada em meio à remação. Fora presa a uma árvore e atada no assento, salvando André da descida. Algum salvador a arrastava agora pra perto, deixando-o em segurança. Ia enrolando-a numa pedra tombada pontiaguda, cravada no solo, que servia de apoio. Não fosse isso não sabia no que ia dar. No pulo pra ribanceira, dificultado pela tralha que levava, um galho de árvore foi estendido até ele pra que se aproximasse mais e se visse livre do perigo. A lama afundou seus pés, e olhos perturbados interrogaram sua presença.
Respirou fundo por instantes, até se recuperar, e antes dele a figura a sua frente se acalmou. Era um aborígene semi-nu sem saber como se comunicar, depois que viu que isso não era possível. Através de gestos pôs André a segui-lo.
Foram deixando pra trás o barulho do aguaceiro. Apenas o chacoalhar das folhas sobre suas cabeças tilintando. O último refúgio dos ribeirinhos pra aquém das águas do mar, era no entroncamento do delta com o estuário. Lá, um imberbe lograria um jeito de André fretar nave que o levaria pelo oceano até o posto baleeiro - Terêncio lhe apaziguara o espírito. Pra isso, além do nome espalhado que este tinha, André foi obrigado a memorizá-lo num dialeto local, e também levou a fotografia do amigo pra servir de ligação com aquela gente. Era um mundo desconhecido, aquele. Era preciso ganhar alguma confiança. A imagem digital não mentia. De cara, intrigou os adultos, e roubou assustadoramente as crianças, as mais curiosas. Mas, muitos a temiam, achando que por detrás dela, se escondia na verdade a alma capturada do agora temido Terêncio. Tinham medo de também terem suas almas roubadas com aquele negócio estranho, a câmera digital. Acabavam saindo de perto, vendo na fotografia um sinal de mau agouro, como um objeto mágico poderoso que os impedia inclusive de tocá-lo, quanto mais de o destruir. Como se fosse uma velha crença sobrevivida, e perpetuada desde seus antigos ancestrais indígenas.
Por seu lado, o contato, mesmo fugidio, com a floresta e seu povo, deixou em André impressões:
“A floresta estava marcada com suas superstições, tangíveis em sua essência mais pura, virgem e natural. Isso me fazia querer registrar imagens munidas de uma certa ‘aura’, contida certamente nas rezas, rituais de cura, na sobrevivência em meio ao modo de vida tradicional, vivida no roçado do arroz, do feijão, da mandioca, do milho ... e, na pesca artesanal, caça e extrativismo vegetal. Mas, como um estranho eu não podia. Eu era uma ameaça a esse equilíbrio”.
Em suma, André foi repudiado e temido como um feiticeiro. Um só ribeirinho não ficou presa de tal crença. E foi Curimã. Foi ele quem o ajudou. De apelido emprestado de uma espécie de peixe dali, esse viajante nativo cresceu travando contato com o litoral entre uma subida e outra do rio. Ia lá em busca do óleo de baleia. Para suas residências mal iluminadas. Uma chalana motorizada dava cabo da empreitada. Era grande o suficiente para entulhar 20 barris de óleo, o que correspondia a 1 mês de consumo por habitação. O que o obrigava a idas e vindas ao longo do ano para manter o estoque.
Traquejava o linguajar caiçara nesses anos de aprendizagem e camaradagem. Era por ele e por Terêncio que corriam as histórias do Pescador em meio à gente do interior. Faziam segredo de suas fontes como se suas palavras chegassem carregadas pelo vento, mágicas, sendo guardadas em suas cabeças e coração. Cabia a eles espalhá-las como sementes e fecundar a imaginação daquele povo. Mas, tinham entre o mundo dos vivos um guia espiritual acima de autoridade que bebia daquela mesma água de sabedoria herdada pelo tempo, e que se difundia em meio a uma tradição oral passada de pai para filho. Eles, os três, eram guardiões dessas histórias ... e era a partir do litoral, onde o Pescador fez sua morada na ilha, que todo esse repositório de crenças e estórias cabia na figura de um só homem trabalhador, simples, humilde e calado. Daí pro mundo o mito do Pescador se espalhou milagrosamente para além das fronteiras da imaginação.
Assim, foi com Curimã também que André se comunicou, tal como com Terêncio. Ambos tinham na raiz de sua sabedoria ancestral os traços lingüísticos próprios da origem longínqua do Pescador para além dos confins da ilha. Encarregavam-se de transmitir essa tradição a iniciados de seu tempo como se fossem verdadeiros xamãs. Pertenciam à linhagem dos dotados de dons sobrenaturais que descendiam de Criolo e a contemporânea cigana.
No Brejo d'as Águas rezava uma lenda, dizia Curimã, que o Pescador fez chover a cântaros feito um dilúvio a fonte que inundava o rio e o cardume de betaras se multiplicou pra matar a fome do ribeirinho que sofria de escorbuto e não podia arar nem plantar nem colher o alimento tão debilitado estava pela pandemia. A noite era enferma e a insônia agoniada, o calor febril chupava o caroço da fruta até desidratá-la e subia da cratera da terra esturricando o que visse pela frente, e era mato e era gente. Era a seca rondando feito praga no ar fremindo os corpos. Nunca se vira coisa assim, por esses cantos. O evento castigou com uma sentença antiga brotada da alma da inconsciência coletiva das baleias, segundo a qual tirar a vida de um bebê recém-nascido no dia da oferenda do baleote para os deuses das baleias trazia um azar e uma punição de morte no seio da coletividade transgressora. Esse era o tabu. E cabia ao assassino a sina de viver na pele de um pescador um ancestral imemorial das baleias exilado para todo o sempre. É que a criança morta era para ser em seu destino um pescador. E sem pescador não tinha pesca, e sem a pesca a fome reinava. As oferendas é que garantiam a salvação por meio das preces ao Omni, deus supremo das baleias, que aparecia do nada pra alimentar sua prole pescadora raquítica. A cada ano ele fazia um milagre, o da multiplicação dos peixes. E chegou o tempo do pescador que não veio. E a chuva não veio. O chão crestou. O rio secou. A água parou. O peixe sumiu. A hora parou. Tudo ficou suspenso. Foi a geração perdida. Aquele ano a seca vingou. E a fome vingou. A sobrevivência restou num pacto jorrado do sangue do recém-nascido natimorto. Um substituto benfeitor se encarregaria da pescaria à altura. E o pedido era feito à Dracca. O barqueiro Creonte se encarregaria de abrir o Portal do Tempo e enviar o semeador. É que além dos peixes ele traria a abundância nos campos do milho. O alimento sagrado reservado ao deus das baleias para agradecer a conquista de um arauto da fartura. O totem era o milho. E pra cumprir o pedido a prole se absteria do alimento durante 15 solstícios de verão. Mas, a ofensa a Omni não foi de todo aplacada pelo pacto. Ficou vaticinado de que uma nova seca inclemente se abateria sobre aquele povoado. E se refletiria no ciclo evolutivo das baleias. Uma nova adaptação entraria em curso e uma cadeia alimentar toda modificada se encarregaria de nutri-las e gestar baleotes fortes. Garantindo-lhes a sobrevivência e supremacia no mundo dos mamíferos e outorgando-lhes uma inteligência ímpar de conexão interplanetária e energética, inclusive com um aparelhamento como nunca visto antes do seu sistema de comunicação, que se elevaria à condição de música, capaz de sinfonias complexas e magistrais.
Coube ao Pescador os peixes espalhar e o milho prover às baleias. E o equilíbrio se restabeleceu.
***
O ubá cedeu lugar à catraia movida a motor e vela. Carimã, um remeiro dos bons, foi escalado pro circuito marítimo não a salvo de inconvenientes e sobressaltos, ou peças pregadas a experientes navegadores do mar. A travessia requeria mais que sabedoria, coragem. Impunha-se uma forte corrente marítima quente, sob influência da qual se encontrava a floresta, plainando no ar as massas de ar dela derivadas, e que caracterizavam aquele clima quente e úmido. Convinha ser presto em atravessar, e cauto em manobrar no vencer as águas. Para além do continente, outro território se desvelava, a leste, sob o domínio de outro povo singular em sua constituição primordial entre a natureza e o homem: os caiçaras.
Cena “X”: (Plano Panorâmico) André e o remeiro na catraia, em alto-mar.
Presidia certa inquietação no mar. Bolsões de ar, conferindo acalentado rubor às faces, deram lugar a frígidos arrepios na pele. E, os descalabros do termômetro em queda, que outrora, do hemisfério caiçara traziam as gaivotas para o veraneio nos açudes e rios da floresta, fez-se sentir. O céu estancava inerte na imensidão. Por ora, petrificado, erigia em si ergum, uma catedral do silêncio.
Uma avalanche inaudível de nuvens algodoadas, amontoadas de negro azul, cingiu de sombras a enclausurada visão. Mediante um pensamento temeroso e outro cumpria a respiração suspensa tomar, para superar - de todo - o pavor do derradeiro livramento não alcançar. Pra todos os longes urdia fazer o céu desabar. Livres não estavam com esses rogatórios ensimesmados de, sob a circunferência de suas cabeças, não se porem protegidos à santidade como à coroa de um monge. A essa hora viam próximo, como nunca anunciado, o vaticínio do prelúdio de uma hecatombe sobre o mar.
O primeiro clarão ressoou seco, mudo. O motor já rompia as bordas do pequeno golfo, vencida a foz mista, quando soprou a primeira brisa. Veio refugada. De supetão. E de viés. Sem se necessitar do propulsor, obrigou-se o lançar velas, pra corrigir o rumo. E em pouco tempo, não só a correnteza aumentou, como lhe fez forçosa a ventania. A margem de manobra era infinitamente épica para as dimensões da embarcação. Teriam que remar a toda velocidade, e ao limite de suas forças, por horas a fio, para darem sinal de vida junto à armação baleeira, caso o pior se confirmasse.
A noite cairia tão logo o ocaso se pusesse. E saberiam se estariam vivos até lá. Até se cumprir a metade de todo um dia, a visibilidade poderia, eventualmente, lhes render o que faltaria de força, e restituir sucessivamente a esperança. A carta da liberação de um tarô, como que aberta, na previsão da jornada, lá pela réstia da madrugada, quando partiram, sob bons augúrios, não os poupou do desatino repentino da natureza bravia, pouco depois, em uma de suas (im)perfeições mais implacáveis: o tufão. Mais uma prova, de que vacilantes, éramos. Certeira, era ela. Sempre. A Natureza. A fazer-nos duvidar de nossos cálculos a priori incertos, ainda que munidos de certa previsão. Respeito, nós lhe devíamos sempre; mas, de certeza se tinha, que de sofrer vive o pescador do mar. Não por serem certos os percalços de seu ofício, mas por ser triste a sua sina. Assim, como certa a sua glória ao morrer no lançar-se sobre as águas do mar no cumprimento de seu dever:
♫♪ “É doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar”. ♪♫       
Como um mote do homem do litoral da Bahia que vive da pesca, nos lábios do cantador, a morte é doce nos braços de Iemanjá, a Senhora das Águas. Mas, aqui o remeiro navega, normalmente, em águas doces, ribeirinhas. Não conhece o traiçoeiro mar. Os caiçaras, sim: destes, porém, são outras as lendas e crenças, diferentes das da Bahia. Algumas, só, parecidas. Povos primitivos, os caiçaras se constituíram desde tempos imemoriais junto ao litoral, ligados à pequena pesca, agricultura itinerante, artesanato e extrativismo vegetal.  Certo era que no trato com o mar em horas de pescaria tinha de se haver também com o imprevisto, e até com o infortúnio como manda o refrão. Seu melhor amigo era traiçoeiro. Podia lhe pregar uma peça. E fazer ver entre os companheiros soçobrar um à morte, como findou Pedro, em meio à tempestade, numa trágica peça musical entoada na conhecida canção praieira. Na minha lembrança, nada mais comovente que ouvir de um narrador baiano a história de Pedro, o pescador, e seus amigos Lino, Chico e Zeca, junto à amada Rosinha, que endoidecia na falta do seu amado. Foram inconsoláveis, os companheiros, em cortejo, por entre o povo da vila abrindo caminho até a igreja, a chorar a morte do querido pescador.
E o remeiro corajoso, conhecedor, mas não adestrado em águas oceânicas turbulentas, para além de seu habitat, foi, em tempestade ter, a certo modo, o mesmo fim - ainda que em nada se igualasse a sua pescaria no interior da floresta à do povo do litoral. Engolido foi pelas águas salgadas, sem peixe do mar pescar, nem história de pescador do mar carregar. Mas, cumpriu seu dever, eventual, de leva-e-traz entre os dois destinos da ilha. Embarcou, em vias de despropósito, e em ventura solitária, a cargo de André, garoto misterioso, até quase o outro ponto extremo da ilha, como se fizesse mais uma de suas travessias entre um ponto e outro do rio, no transporte de pessoas, cargas e víveres. Em sua lida, não contumaz, fadou à fatalidade.
Ambos, temendo não sobreviverem ao endemoniado furacão, achavam que teriam suas chances subtraídas, se caíssem às portas do grande olho da ventania. Ainda a certa distância dele, era imprevisível o rumo que ele iria tomar. E dito e feito, pesando a má sorte contra todo o peditório, o redemoinho os alcançou, e fez a nau voar no ar, desembestada, rota feita a engrenagem e estilhaçado o mastro à vela; em trapos, o pano encardido. Rastejantes e curvos, os navegantes contra os uivos lancinantes do mau tempo e assovios cortantes como vidro, nada puderam. Cravantes as unhas e os dedos das mãos no vão dos bancos, sem onde mais se aterem, renovaram logo os rogos a todo vapor. O furioso golpe das sucessivas voltas atordoou o estado de consciência de ambos, mas coube ser o remeiro, - antes que desfalecesse - ser lançado às alturas, abrupta e longemente, rodopiando à mercê do bote, em que se transformara a catraia, deixando pra trás qualquer esperança de salvação. André ainda tentou com um solavanco alcançar-lhe a mão desesperada, mas a dura “parede de concreto” do furacão, formada pelo negrume dos estilhaços de água, pedra, terra e areia, levou para fora do campo de visão o pobre. E, cuspiu-o, sufocando-o, estrupiado e morto na tangente centrífuga daquele tortuoso e impiedoso “pião” giratório.
André só não repetiu na pele essa cena, quem sabe, talvez, por pôr em questão sua falta de fé: esse instante, subjugado às mãos de um poder assolador fora da magnitude humana e alheio a qualquer possibilidade de controle, ultrapassa as raias da razão, e inaugura um estado de forças e poderes desconhecidos, cuja comprovação é de natureza intraduzível e improvável.
Jogada em tempo a mochila nas costas, mergulhou a cara no piso da catraia e orou. Não uma missa, um rosário, uma prece, um Deus ... mas um pensamento sem nome e infindo, verdadeiro, sem tempo nenhum a lhe tomar, senão apenas a presença de um absoluto e desconhecido BEM. Por quem se reconheceu rodeado, quando ao tornar a cabeça pra cima, descortinou sobre si, revolta e súbita, uma abertura, em que mirou nela, num relance, o céu azul e límpido. Sentiu, nesse instante, algo possante recolher-se à mão, como quando do calor que sentira ao pousar ali o Pescador a moeda, daquela vez. E abriu-a. Lá estava ela. A moeda. Como um milagre. Agora já nada o atingia. A própria nave a flutuar incrédula sobre as águas abaixo. Até pousar sobre a superfície, fixa. Por um ínfimo instante isso se deu. Lembrou então de Caronte, o condutor de almas, e do canoeiro ... . Então, como no Portal do Tempo, o círculo torvelinho acima se fechou, abruptamente. E antes que diminuísse de todo a sua força, mudou de rumo ribombando a embarcação para fora de si, e chacoalhando impiedosamente André, em seu interior. Este só não foi atirado para além dela, porque amarrou-se o quanto antes no amarrador de proa para do impacto se proteger. No impulso de toda expulsão, a partir do centro, ele trombou fortemente a cabeça contra a carcaça da catraia, desfalecendo imediatamente.
A passagem paga salvou-lhe a vida, como se lhe garantisse o atendimento de um único pedido a que tivesse direito. Isso o guia da barca, nem o pescador lhe haviam dito, nem diriam. Apenas o seu coração saberia quando cobrá-la, a moeda – sua fé. E isso ele agora entendia. Mais ainda quando abriu os olhos, e se deu conta de que não estava mais no mar. Pelo menos não em alto-mar, mas na praia. Em algum ponto dela, guardada apenas por uma cabana de madeira.
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leituranlouisecruz · 2 years
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Algumas semelhanças e diferenças entre Peças teatrais Aululária, de Platão e Eunuco, de Terêncio
Olá, amores, indico acessar os seguintes vídeos (disponíveis no LEITURAN® - Youtube):
Algumas semelhanças entre Peças teatrais Aululária, de Platão e Eunuco, de Terêncio
Algumas diferenças entre Peças teatrais Aululária, de Platão e Eunuco, de Terêncio
Algumas Semelhanças:
● Personagens cômicas, vivacidade e dinamicidade nas estórias segundo as temáticas da época e do cotidiano romano (p. ex.: sentimentos de dúvida, ira e temor provocavam tensões que se desfaziam repentinamente em gargalhadas).
● Obras “contaminadas” com duas ou até três peças já existentes, Eunuco se baseia em duas comédias de Menandro. Isso é resultado da contaminatio.
Algumas Diferenças:
● Em Aululária (O Pote de Ouro ou Comédia da Panela), há denúncias de sociedade mesquinha, materialista e sofrida. Obteve muita popularidade pelo fato de a platéia se identificar com as personagens que não eram apenas ricas, mas também pobres e essas oposições e fortes contrastes.
● Uma das grandes características é a menção, no prólogo, de todas informações necessárias acerca dos espectadores e fazia que tomassem partido daquele que seria o vitorioso da “luta”.
● Em Aululária, como comédia de caráter, converge para um dos centros de interesse: a avareza de Euclião, tema em torno do qual gravitam preocupações e temores do velho avarento, como também suas manias e infundadas suspeitas.
● Em Eunuco, planos e personagens são simples e convencionais. O sofrimento dos jovens amantes, seus esforços para se livrarem das armadilhas dos mais velhos, formam fundo geral dessas peças teatrais.
● Os escravos que são descritos ao lado da juventude e do prazer são cheios de descaramento e de desculpas.
● Todas personagens possuem boa qualidade que os salva.
● Seguia meticulosamente os modelos gregos, com utilização do refinamento urbano, perfeição formal de seus diálogos e personagens que são cuidadosamente desenhadas.
● Aululária obteve mais popularidade que Eunuco pela estória ter mais proximidade com realidade social dos espectadores os levava a interagir mais durante as apresentações.
● Terêncio era menos cômico que Plauto. Podemos traduzi-lo como moralista sério que preferia representação das classes baixas da sociedade e suas diversões grosseiras.
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oholoceno · 4 years
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Nada do que é humano me é estranho
Terêncio
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fuxico · 3 years
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Waldyr Sant’anna
Waldyr Sant’anna Você que assistiu a novela Roque Santeiro da Rede Globo que foi ao ar no ano de 1985 entre o período de 24 de junho de 1985 até 22 de fevereiro de 1986, com certeza deve lembrar-se de Terêncio Apolinário que interpretou muito bem o papel de capataz do “coronel” Sinhozinho Malta (Lima Duarte). Em minha opinião, o melhor papel desempenhado pelo ator Waldir Sant’anna que também…
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ferdinand97 · 3 years
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A vida há de ser melhor,e será.
- Terêncio
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sczerbetto · 2 years
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“Não há coisa tão fácil que não pareça dificílima quando feita de má vontade.” — Terêncio #bibliobibuli #leitura #livros #leitores #frases #citações #pensamentos #colagensdasandra https://www.instagram.com/p/Ce3cB9urAph/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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alpha-survivor · 2 years
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“Nada do que é humano me é estranho.”
-Terêncio
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noheinfancia · 3 years
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"Auribus teneo lupum" Tradução: Segurar um lobo pelas orelhas. Esse provérbio é bastante antigo e pode ser encontrado nos escritos do dramaturgo romano Terêncio (185-159 a.C.). Trata-se de um ditado usado para definir uma situação extremamente problemática e para a qual, ao menos aparentemente, não há uma solução favorável. Segurar um lobo pelas orelhas impõe um dilema cruel: ao mesmo tempo que é impossível continuar segurando a fera, também é impossível soltá-la com segurança. De acordo com o escritor latino Suetônio (69-141 d.C.), essa expressão era muito usada pelo imperador Tibério (42 a.C.-37 d.C.). O terceiro presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson (1743-1826), costumava usar esse provérbio em suas cartas Nobre Ordem para a Excelência Humana - NOHE www.noheinfancia.com ( web oficial) www.infancianohe.com ( Blog de noticias sobre direitos das crianças) #infancia #infancianohe #nonprofits #direitosdacrianca #direitoshumanos #Tweeter/Instagran/Pinterest/ Flipboard/Tumblr/youtub/Flickr ( acesse usando : noheinfancia https://www.instagram.com/p/CYMxuzflZ9K/?utm_medium=tumblr
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clumpsydumpty · 1 year
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Terêncio( Terence )
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mrjosepedrojacinto · 2 years
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Terêncio Zua e Matias Damásio - "Mãe Querida" no palco do Angola Encanta
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flavia0vasco · 6 months
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SEQÜÊNCIA 9 - A ILHA DO PESCADOR
A estiagem prometia vingar. A roupa seca e limpa acalentava os planos de André de seguir os passos do Pescador. Mas, os revezes do tempo encharcavam em dilúvio o suadouro do vapor que subia. Era um pé d’água que caía. Coisa comum pelas bandas quentes de lá; mesmo na invernada. A charneca de repente toda inundada num lamaçal só. O mormaço amornava o cangote do disposto caminhante, tal se mostrava André, que a despeito da torrente, abria picada na mata, recusando-se a esperar dias a fio no mesmo lugar. Um índio curumim desafiava em sua noviça forma física cada pernada numa carreira que deixava qualquer pé-de-vento pra trás. Dizia-se ser fragosa empresa pra encurtar as noites e os dias. E André, mais fragoso ainda em seu encalço. Alteadas as horas finais da silente jornada, quedaram empedernidos, livres de desventuras. Dali em diante, era André tomar o rio em curso, e dar no litoral. Mas, os humores na atmosfera não cediam. Ambos deram na extremidade do aguaçal que violentava o rio. Amarrado a uma árvore, desemborcaram ali um casco de madeira e botaram-no no escoadouro das águas: O ubá. Dando com o volumoso caudal no peito o curumim embalou o que pôde pra longe o "bote", e o deixou correr abaixo. André não se pegou com os anjos, nem coisa nenhuma de fé, porque não cria. Ou esperava um dia em que de fato precisasse. Era ali onde ela agia. A fé. O algo invisível a que nos apegamos pra tornar possível o impossível. Mas ali, era medo. Medo de perder o controle: do ubá. De ser arrastado no meio da correnteza. E de morrer afogado no meio do rio. Não sabia remar. A coisa para manter-se grudado no banco da frente da embarcação não tinha nome: era um misto de muito necessitar de coragem, com sorte, e um sem explicar de acreditar, que é esperança. Agia. Sabia que agia. A coisa toda. E sentia que agia. Mas, nesse caso, achava que só se atrevia a reconhecer como um pequeno milagre a intrépida travessia em seu disfarce de tiquinho de façanha, depois de passado pelo perrengue da aventura. Terêncio o avisara: "no rio não tem segredo. Vai onde a água flui. Mas, antes da corredeira que vai dar no mar, embica pra margem. Dá canseira, se água tiver forte. Rio enche na chuva. Não dá no mar que a sorte tá lançada. Ubá não güenta, vira".
Naquele primeiro embalo balangou traiçoeiramente pra lá e pra cá, e estranhou o desequilíbrio da falta de apoio, sentindo-se refém da ondulação. Tomou jeito aos poucos, pondo na vista e nos ouvidos a atenção pra se guiar. Não havia muito o que fazer. O remo ainda era de pouca utilidade. O chuvisqueiro forte chiado na cabeça ia longe na paisagem mergulhado no rio. Num marulho. Varreu 2 km de extensão, e uma caudalosidade maior foi sentida. As corredeiras deviam estar mais fortes dali a uns 5 km. Ao longe, viu pedras no caminho. Ficou atento ao esforço que faria até a margem. E temeu não conseguir. Sentiu a pressão sob o remo, e não gostou. Como desviar num ângulo preciso, não sabia. Provou do esforço, e não arredou pé um milésimo. Remou à direita, direcionando pra esquerda, e nada. Sacou que tinha que impôr mais velocidade. Mas, antes que seus braços cansassem, decidiu guardar energia pra hora da necessidade. E essa passou. Seus braços acordaram tarde. O rio acelerou. Num minuto estava em cima das pedras e um chumaço de espuma já se formava. À destreza e à velocidade, agora tinha que juntar a força. E tinha a pressão contra o tempo. Já logo era o mar. E cabia num só braço de beiral de terra o espaço em quê se agarrar. Era quase tarde quando sua vista o desenganou. O que de longe parecia mal decerrar a figura de mãos no ar acenando entre frondosos troncos de árvore, inacreditavelmente era real. E um ímpeto de energia o impeliu até lá. Até ali era uns 500 metros. Arredou como pôde das pedras, e num minuto só, aprendeu a remar. Uns arranhões foram necessários. Era fatal qualquer letargia. Na verdade estava lançado numa espécie de fé prática, daquela que move montanhas quando posta em prática, mas ali aparecia apequenada.
(Mas, não era exatamente nisso que acreditava: na fé. Também no que cria não se tratava de acaso ou destino (predestinado); sabia que eram coisas diferentes. Mas, achava que se o homem pudesse mudar sua sorte (frente ao acaso ou ao destino, o que era indiferente - um ou outro) era um herói, e aí não cabia uma questão de fé. E sim, um super-homem. Era um ato de vontade. Por isso não cria. Não numa metáfora religiosa, distorcida de dogmas e preceitos morais limitantes que passassem por cima do filtro científico e filosófico na compreensão e entendimento das coisas do mundo e do universo para além do que é mesmo conhecido. Pra ele era bem-vinda a necessidade de postura científica ou analítica nos fenômenos de natureza inexplicável, e nisso também entrava a fé. Mas, sabia que isso não bastava: a explicação não basta à experiência. Como explicar o que é fé a alguém que a sente? A vive, a experiencia ... gostava de encarar a questão da crença como objeto de estudo como a tomava uma Antropologia ou Neurologia da vida, ainda que fosse um bruto nisso. Podia viver uma experiência de fé na vida um dia, mas preferia permanecer estóico e existencialista enquanto pudesse. Porque a razão o guiava. Não a dogmática, cientificista, positivista. Tinha, curiosamente, afeição pelos paradigmas científicos mais flexíveis que desafiavam o limite em que a ciência deixa de ser "ciência": fossem fenômenos sobrenaturais, práticas ocultistas, a própria metafísica, ou medicinas holísticas, ou Psicanálise Analítica Juinguiana, ou o infinito campo de manifestação desse não "provado". Esses paradigmas, como já de conhecimento, aproximam muito ciência de espiritualidade.
Ele era crente nesse sentido. Em cultivar uma essência humana atrelada ao divino dinâmico que é harmonia e paz. Mas, que ao longo da racionalização crescente da humanidade, sobretudo com a rapidez com que se deu nos últimos séculos, foi sendo cada vez mais encoberta. Acreditava num si mesmo que nos conecta ao Todo saudavelmente ... que desperta e realiza em cada um o que há de melhor, e multiplica. Não um EU egóico adoecido, sem vida. Mas, uma consciência não direcionada pras coisas nem pra sobrevivência de um tempo das cavernas. Mas, pra um autoconhecimento e potencialidade pra realizar o propósito a que se veio ao mundo. Isso era crença pra ele. Isso era libertador. E contagiante.
Quanto à sua "fé" ainda, ele primeiro ponderava que não se tratava da fé em sentido religioso restrito, mas que a questão da fé era uma coleção de coisas. E que ele na sua pequena bolha sequer podia imaginar. Meramente cogitar; mas, que sim fazia bem explorar. No sentido de conexão com esse divino que humaniza. E freiar, pelo menos, o que desencanta. Um quinhão de sagrado na beleza das coisas é fundamental para dar sentido à existência. Sem a qual ela não há. Ou não é possível. E vivamos! Ele concluía. No fim achava, era uma opção - no fundo -, acreditar no "ser", e trabalhar pra ele. As maneiras eram várias, mas davam no mesmo lugar: a Ética, a Moral, a Religião, a Espiritualidade. Quem vê luz, tem luz; quem vê treva, tem treva. Nisso, enfatizava o livre-arbítrio. Talvez a luz fosse a melhor escolha, mesmo em meio à treva, a que um indivíduo se dispusesse considerando que pudesse ser mais feliz; do que se tomasse o outro caminho de não crer, fosse no que fosse, como fosse. Talvez crer trouxesse luz, e desse ao quê enxergar de melhor. Não necessariamente de bom. Pois, há limitações para além do controle.
Não questionava que existisse o poder de se mudar a sina de uma pessoa se esta acessasse pela fé essa fonte primordial de poder transformador, sendo mesmo coadjuvante nela. Pensava que se fosse isso, talvez a fé que era correntemente vista - ele achava -, como algo enigmático pra uns e concreto pra outros, sem forma física a priori ou impalpável, invisível ... agisse como uma força espiritual posta em movimento, e que fazia alcançar no final de um árduo ou desprendido processo de entrega a um Ser Superior, uma "graça", um objetivo, um "livramento", uma "salvação", seja pra conquistar um objetivo bom, seja pra superar um obstáculo até mesmo insuperável.
Para ele, havia aqueles que viam a fé por todos os lados o tempo inteiro, e talvez esses fossem, ele achava, os mais felizes! E era desses que ele mais gostava! Nesses, os milagres eram incorporados no cotidiano. E vividos a cada gota de alegria e suor, tristeza e dor, perda e vitória. Viviam sem desculpas, com gratidão e coragem. Eram realistas. Mas, eram poucos, ele achava. E viam no ar que respiravam, e na beleza da sutileza contemplativa das coisas o maravilhoso efêmero e eterno no vôo de um pássaro. Nesses milagres ele acreditava! Exatamente, principalmente, esses pequenos milagres de todos os dias. Para ele, esses eram sagrados. Não tinham que nos testar com o sofrimento extenuante, desses enormes e insanos, para saírmos mártires ou "purificados" e sacramentados como um dever que devêssemos prestar a um Deus. Deus pra ele não era nem punitivo, nem corretivo. Se existisse, e claro existia sim, mas pra ele sob outra ótica, a da majestade da criação encontrada na natureza, em que ele se encontra escondido por trás dos mistérios de forma contemplativa, mas por cá entre os humanos era sobretudo um ato de consciência plenamente dotado de liberdade sobre a qual nos pesa uma terrível responsabilidade sobre nosso destino (aquele feito por nós) e o dos outros concomitantemente, sendo o que nos faz justamente seres de moral ... nesse Deus ele acreditava. Pra ele, esse existia. Sem necessidade de muitas definições e certezas, que era o que criava barreiras entre tantos homens e culturas, mas um estado de presença apenas. Acreditava num Deus simples. Orador. De orar. O que no fundo ele acreditava - e que entendia por fé -, era um truque do nosso cérebro pra dar conta da finitude do nosso ser e da nossa condição de sofrimento e solidão, que no fundo não agüentamos. A aceitação era a conquista maior sobre essa condição. Era uma postura mais filosófica, numa embocadura com a Psicanálise. O homem é frágil, simplesmente isso, concluía. E tem que dar conta disso. Nem por isso deve se deixar abater. E, como dizia Sartre, filósofo do Existencialismo, Deus pode até existir, mas não é necessário. Cabe a cada um fazer o trabalho. Para André, filho de uma civilização ocidental, milagres eram sempre provas de autosuperação. No mais não passavam de "crendices". Mas, as respeitava como um ronco profundo do longo sono de um povo. Com a diferença que os mais primitivos tinham a vantagem de não criar fora de suas crenças as porcarias que a civilização criava justamente pela ênfase dada à razão).
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leituranlouisecruz · 2 years
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Considerações acerca da tragédia grega Antígona (de Sófocles)
Olá, meus amores! Mais um vídeo (disponível no LEITURAN® - Youtube) para vcs com muito carinho. Mil beijinhos e toda luz do Universo!
Venho com Considerações acerca da tragédia grega Antígona (de Sófocles).
Não comentei no vídeo, mas também indico a obra Édipo Rei, também de autoria de Sófocles:
(a) A tragédia de Édipo — significando seu sofrimento e angústia — começa e termina dentro de sua própria existência. Suas escolhas (pré-determinadas ou não) e ações selam seu destino;
(b) A saga de Édipo apresenta, em linguagem simbólica e criativa, a descrição de uma realidade universal da alma humana;
(c) As paixões nos movem, afetando nossa capacidade de juízo e de decisão, o que pode nos tornar tão imprudentes. Elas são sentimentos que nos compelem a cometer ações que poderemos descobrir, posteriormente, serem danosas e injustas tanto com outros quanto conosco;
(d) Escapa-nos o tipo de sabedoria na lida com as paixões, posto que conhecer a nós mesmos é, também, conhecer a natureza das paixões;
(e) O desfecho da estória é o reconhecimento da força implacável do destino.
Finalizando, é importante asseverar que a obra é atemporal, valiosíssima em reflexões existencialistas e de grande amplitude e potencial de interpretações, em virtude de sua capacidade de mimetizar-se no tempo e no espaço; permitindo-nos compreender a opinião de Aristóteles da obra ser o mais perfeito exemplo de tragédia grega, tanto na forma quanto no conteúdo.
Indico acessar os vídeos (disponíveis no LEITURAN® - Youtube):
Algumas semelhanças entre Peças teatrais Aululária, de Platão e Eunuco, de Terêncio
Algumas diferenças entre Peças teatrais Aululária, de Platão e Eunuco, de Terêncio
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Texto apresentado sobre Antígona:
 A obra “Antígona” é classificada como tragédia[1], tão rica em personagens e tão fértil em peripécias. Aristóteles considerava que o objetivo das tragédias era provocar forte impressão no público para que refletisse sobre as paixões (pathos) e os vícios humanos. Em sua obra Poética (IV-26), o pensador conceitua a tragédia como “a representação de uma ação elevada, de alguma extensão e completa, em linguagem adornada, distribuídos os adornos por todas as partes, com atores atuando e não narrando; e que, despertando piedade e temor, tem por resultado a catarse dessas emoções.”
Na estória, Antígona e Ismênia (filhas de Édipo) encontram-se em situação delicada: seu irmão Polinices está morto e foi proibido de ser enterrado pelo Rei Creontes. Por determinação do rei, seu corpo é deixado aos abutres e dilacerado pelos cães. Assim, caso Antígona não enterre seu irmão, ela não concederá o culto religioso a Polinices, a fim de possibilitá-lo completar o ciclo da vida. Um erro impensável para a família da protagonista. No entanto, se Antígona enterrá-lo, cometerá um crime de desobediência ao rei.
Um dos objetivos da obra é refletir sobre alguns conflitos. Um desses conflitos refere-se ao destino das personagens versus (em face de) suas ações humanas. Um dos conflitos é apresentado no paradoxo de Antígona seguir às leis divinas[2] ou às leis dos homens[3]. Explicamos: há paradoxo entre a vontade da heroína em sepultar o irmão e a realidade objetiva impedida por decreto do rei Creontes. A morte da protagonista acaba retratando o destino trágico da decisão (e posterior ação humana) de Antígona em enterrar o irmão, pois terá que pagar com a própria vida pelo erro de desobedecer ao rei (que representava a lei dos homens). Segundo Aristóteles, a inobediência é acentuada por se tratar de uma mulher[4], em face da inferior condição feminina naquela sociedade.
A tragédia[5] coloca em dúvida a ética[6] da protagonista, uma vez que não conseguimos encontrar respostas para se suas decisões e ações estavam certas ou erradas e para se ela era boa ou má. De acordo com o pensamento aristotélico, Antígona estava certa e era boa no sentido de querer o “BEM” para seu familiar posto que, era um direito (segundo as leis divinas) de seu irmão ter o corpo enterrado, pois se assim não o fosse Polinices seria uma alma errante. Assim, Antígona se posiciona favoravelmente às leis divinas, à religião, à família e em respeito aos mortos, por conseguinte assumindo, sem esmorecimento, seu final trágico.
Do conjunto de valores simbólicos que a obra possui um importante valor a destacar é a capacidade de insurgir as massas contra a opressão de um tirano que se mantinha irredutível aos apelos, inclusive do filho, para clemência ou reconsideração do crime cometido por Antígona. Tal irredutibilidade pôs fim à possibilidade de abertura de um canal de diálogo que objetivasse um desfecho razoável ao destino da heroína. Na obra, Creontes representa o Estado que escraviza e que é insensível aos apelos do povo; Antígona, a nação que se “rebela”. Tal rebeldia manifesta-se mediante o inconformismo e o descontentamento da protagonista pela não inumação do irmão.  Na obra, Antígona acaba preterindo as leis humanas em favor das leis divinas tendo em vista o direito inalienável de todo ser humano à inumação, segundo seus rituais sagrados. Nesse aspecto, a jovem representa o sagrado, o divino e o particular; enquanto Creontes, a cidade e o valor do Estado.
Os valores de Creontes são conhecidos desde o momento em que ele se apresenta, pois as personagens de Sófocles têm a compulsão de se explicar, de contar suas regras de conduta. No decorrer da estória percebemos que Sófocles projeta Creontes um ser prepotente, autoritário, ganancioso, soberbo, tirânico e inflexível. Atributos que endossam uma personalidade cujos fins justificam os meios, independente de razão ou crença pessoal, o que o capacita a manter — a todo e qualquer custo — a ordem e o poder[7] por ele estabelecido.
 As irmãs Antígona e Ismênia não guardam similitudes em posturas e ações. Ao delinear as personalidades dessas duas personagens, Sófocles concebe Antígona como ícone de atitudes renovadoras e elevada consciência na luta dos direitos humanos. E concebe Ismênia como representação da conformidade e da passividade em relação às convenções sociais, assim como da submissa e estereotipada condição da mulher naquela sociedade de outrora.
Decisões e ações da protagonista e de seu antagonista, devido ao conflito entre dois princípios de vida, dois ideais, dois conceitos de dever, conduzem-nos à reflexão sobre a relatividade das coisas, sobretudo, daquilo que é moral, justo e legal. A posição inflexível da protagonista — ao infringir o decreto do rei — traz-nos à luz um valor universal, que vai além do poder de um governante: o respeito que todo um ser humano é merecedor, independente de culpa. Ao antagonista — também inflexível, posto que se recusou a admitir um canal de diálogo —, faltou prudência (equilíbrio aristotélico e platônico), tal como afirmado por Hêmon[8] ao seu pai. Nada obstante, Antígona e Creontes não estavam totalmente errados, pois cada um defendia o direito de todo cidadão lutar por seus direitos.
Como já foi dito, as divergências entre Antígona e Creonte representavam o conflito entre os deveres familiares e as razões do Estado. Isto é verdade, mas ao mesmo tempo não é. Creonte, autoritário e orgulhoso, não age inteiramente pelo bem do Estado — e acaba reconhecendo isso. Antígona combina, na sua decisão, certo senso familiar, um sentido de pura humanidade e muita religião.
Creontes acaba sendo punido com a morte da esposa Eurídice[9] e do filho Hêmon devido à falta ao desequilíbrio nas ponderações, ao autoritarismo e à ganância, os quais o cegaram[10], a ponto de levá-lo ao extremo em sua decisão. Vergou-se à devoção ao poder; sucumbindo à lei imposta por ele mesmo.
A Antígona é punida por ter assumido posição que só competia aos deuses, i.e, a aplicação das leis divinas. Entretanto, é redimida com a morte. A catarse (ato de purgação e purificação) é sentida pelo leitor no momento em que devido à morte da irmã de Ismênia, Hêmon suicida-se na frente do pai, imputando ao rei a responsabilidade pelo deplorável ato suicida.
Antígona é um caso extremo e admirável daquilo que o homem pode ser, da grandeza que ele pode atingir. Embora sofresse e estivesse isolada moralmente, ela não esmorece e recusa-se a baixar a cabeça e abdicar de seu ideal. Queixa-se, todavia parte para a morte resolutamente, pois ela não é senhora de seu destino e sim de suas escolhas. Ou seja, a irmã de Polinices é a primeira a sofrer seus contragolpes. Tais golpes são a marca da condição humana. Isto é, o sofrimento da jovem representa simultaneamente a condição e a consequência de sua coragem heróica: Antígona é o reverso da grandeza.
Como moral a peça mostra-nos que a prudência é a primeira das virtudes, o que deixa notório o valor do equilíbrio nas decisões e a susceptibilidade das duas leis ao erro.
[1] Aristóteles descreve a tragédia como imitação de uma ação completa e elevada, em uma linguagem que tem ritmo, harmonia e canto. Afirma que suas partes se constituem de passagens em versos recitados e cantados, e nela atuam as personagens diretamente, não havendo relato indireto. Por isso é chamada (assim como a comédia) de drama. Sua função é provocar por meio da paixão e do temor a expurgação ou purificação dos sentimentos (catarse). São seis elementos que constituem a qualidade da tragédia: fábula, caracteres, falas, ideias, espetáculo e canto.
[2] As leis divinas são transmitidas pela família, de pai para filho, com raízes na moral, bons costumes, justiça e equilíbrio nas decisões.
[3] As leis dos homens, geralmente, emanam da autoridade constituída e que pode ser corrompida pela soberba, gerando injustiça e, muitas vezes, fere a moral e os bons costumes ditados pelas leis divinas.
[4] Para Aristóteles: “...a mulher é mulher em virtude da falta de certas qualidades...”
[5] O gênero trágico apresenta estória sobre a liberação do sofrimento por meio do sofrimento extremo. Este tema é, em si mesmo, um paradoxo cuja percepção e enunciação não escapou aos mais argutos filósofos. Como o sofrimento extremo pode liberar do sofrimento é a questão que toda tragédia deve responder, cada uma à sua maneira. O sucesso de uma tragédia depende, em grande parte, do quão inovadora e bem construída for sua resposta à essa questão.
[6] Para o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, ética é: (a) a parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social; (b) para a filosofia, em doutrinas racionalistas e metafísicas, o estudo das finalidades últimas, ideais e, em alguns casos, transcendentes, que orientam a ação humana para o máximo de harmonia, universalidade, excelência ou perfectibilidade, o que implica a superação de paixões e desejos irrefletidos; (c) no empirismo, materialismo ou positivismo, o estudo dos fatores concretos (afetivos, sociais etc.) que determinam a conduta humana em geral, estando tal investigação voltada para a consecução de objetivos pragmáticos e utilitários, no interesse do indivíduo e da sociedade; e (d) por extensão de sentido, o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.
[7] O Estado exerce a coerção e a dominação principalmente por intermédio do direito, seus instrumentos e instituições. Na República de Platão, Trasímaco diz que a Justiça é a conveniência do mais forte.
[8] Transcrevemos da obra Antígona, com tradução de Jean Melville, o afirmado para mais amplo entendimento: “Ouve, meu pai: nenhum Estado pertence a um único homem!” (p.105). Percebemos que Hêmon representa humanidade e um certo senso político, visto que ele se baseia na opinião, no que dizem as pessoas.
[9] Após tomar conhecimento do suicídio do filho, a fim de culpabilizar o rei pelo ato, a rainha também se suicida.
[10] Lembremo-nos que Tirésias – ele representa a religião – é contra o impedimento de Creontes na questão do sepultamento de Polinices, argumentando-lhe que toda Tebas está contra o rei. Tirésias recomenda-lhe dominar sua cólera e cultivar sentimentos mais humanos. Corifeu apóia a posição de Tirésias, estimulando Creontes a libertar Antígona. Em face da personalidade de Creontes, tardiamente, tais aconselhamentos demoveram o rei a libertar Antígona quando já morta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARISTÓTELES. Poética. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Coleção Os Pensadores)
SÓFOCLES. Édipo Rei e Antígona. Tradução de Jean Melville. São Paulo: Martin Claret, 2002. 143 p.
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
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robertogamitwo · 4 years
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(Túnel de Vento)
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