O primeiro texto que publiquei. Segue também abaixo:
Respirei fundo. Tensionei cada músculo do meu corpo, na dança réplica do sentimento que me esmagou quando fui tomada pela não centralidade. Tornei-me elástica para ser capaz de dimensionar-me como quem anda na beirada e tem gosto por isso. E descobri o quanto tenho sido habitada por você. No centro, nas bordas, por todo canto. A memória corpo do teu toque ecoa como quando uma criança grita em vales montanhosos só para se ouvir de volta, se divertindo consigo mesma, brincando de explorar a própria voz e descobrindo os agudos, graves, sustenidos e lá maiores. Brinquei, brinquei, brinquei… e me perdi. Me perdi ao encontrar o que foi deixado lá nas profundezas, dentre as fissuras que, em raras estações do ano, a luz do sol é capaz de penetrar e quarar o que foi introjetado e esquecido. Como a luz do outono, que faz tudo parecer mais silenciosamente vivo sobre a terra. Ou a do inverno, brilhando tão pouco que permite que vejamos aquilo que ilumina desde dentro. Com mais perguntas do que respostas, faço mosaico dos pedaços de concha que envolveram o feitio sereno desta breve vida que, agora, rompeu a casca caracol para criar uma nova que a acolha.
Mudar é doloroso. Se recuso a dor, me recuso a ser inteira. Se a seguro, me vejo tentando controlar o incontrolável e a introjeção verte a medicina em veneno. Tento dar passagem - as palavras servem para isso? Escrever liricamente é sublimar a angústia através da arte, dizer não dizendo tudo aquilo que precisa não ser dito. Rio de mim mesma. Urano quadra Vênus e a Lua Cheia desvela o rabo de peixe, no espelho das águas, da cabra mater Amalteia. É o amor tensionado pela liberdade, visto pelos olhos maduros que precisam imergir em si à procura de doses cavalares de criatividade para construir o que se quer fazer pouso e não prisão. Na senda do tempo, o novo e o velho se reconhecem na mesma face tríplice, familiaridade, presença e devir. Na fenda iluminada, os sonhos depositados pela vida precedente e, constituinte do eu, ainda criam tremores subterrâneos. Na terra, os passos largos e ligeiros de Mercúrio se tornam miúdos e vagarosos para deixar que Kairós sufoque Chronos e alquimize as substâncias do sentido (à nível molecular, desejo e limite) na flor do real.
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Oi mods, vocês poderiam falar mais sobre como funcionaria a reencarnação dos animais míticos?
Oi! Seria basicamente como de deuses normais, mesmo. Obviamente que não daria para aplicar como "cabra mitológica", mas como "Amalteia" seria possível. Seria bem engraçado quando a pessoa começasse a lembrar das vidas pregressas, imagina o quão confusa ficaria... Será que isso conta como furry?
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@amaltlhea -- “ are they in pain ? ”
WOULD YOU BE SO KIND
>> ⚔️ << THE WOLF FROWNS, crouched down by what he’s looking into at the moment ; the outcome reminds him of SARAH and her little games she played. how the little godling had kept a SOOTHESLAYER in her nightmares for a period of time ; they were far from novigrad however, as well as velen where she ENDED up. brows knit, looking up to his current COMPANION.
❝ no, it’s just a nightmare. need to find a way to wake them without HARMING THEM however. ❞
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