Tumgik
#cap204
Capitulo 204
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Já se passaram alguns dias desde que o Nathaniel e a Nina foram mortos pelo Lysandre.
Por um lado, estamos bem na medida do possível com o Armin do passado tentando arrumar  a máquina que abre portais dimensionais.
Por outro lado… Tá sendo difícil de superar tudo que aconteceu…
Saber que o Lysandre se encontra na linha que era pra ser segura, saber que ele sabia do nosso plano desde o início, tudo isso doí muito…
Sophie está arrasada, nunca pensei que teria pena dela, mas eu a entendo perfeitamente, se o Armin morresse eu acho que perderia minha mente completamente.
Ela com certeza quer traze-lo de volta, não tenho dúvidas, e não a impedirei, sinceramente. Cansei.
Acordei cedo hoje de manhã, sentindo-me um pouco inquieta. Não consegui dormir bem na noite anterior, não consegui dormir bem noite alguma… Só piora.
Armin estava dormindo, então deixei ele, ele tem estado muito exausto ultimamente, não o julgo…
Pra ser bem sincera, hoje foi um dia estranho e assustador. 
Desde que Lysandre apareceu no nosso mundo, as coisas têm sido diferentes e confusas. 
Não que já não fossem, mas parecem estar pior sabe?
Parece que ele trouxe com ele um monte de problemas extras, e nós estamos lutando para lidar com eles.
Seria fácil sem ele, só iriamos pra dimensão dele, pegaríamos aquele portal e iriamos pro bunker, acabou, mas ele complicou tudo!
E hoje, foi o dia de dar um ponto final nisso tudo…
Vi o Armin do futuro sozinho na cozinha jogando PSP como sempre, meu pai Eliott tinha acabado de sair de lá.
Decidi me aproximar dele.
“Você tem andando bem distante ultimamente.” eu puxei a cadeira já me sentando do lado do Armin.
“Estou pensativo apenas. Mas não acha que quer muito não? Antes o problema era o Armin do presente não falar com você, agora sou eu que não falo e ele voltou a falar contigo. Você quer todos os Armins pra você dona Boreal?” ele falava em tom de piada.
“Querer você sabe que eu quero, mas de todo modo, eu não posso querer que todos falem normalmente comigo?” falei devolvendo a piada, ele riu, claramente.
“Já que quer todos os Armin, esse Armin aqui eu posso te providenciar, o que acha?” ele apertava meu queixo.
Nem parecia que estava todos esses dias sem dirigir uma única palavra a mim, muito menos que nossos companheiros tinham morrido.
“Dúvido que consiga convencer o Armin que namora comigo a uma loucura dessas.” falei provocando.
“Eu me referia a eu sozinho mas posso tentar essa proeza. E se eu conseguir ganho o que?” ele dizia rindo.
“Ué, eu não sou um bom premio?” eu tava com fogo no cu como diz o Alexy, por causa das provocações dele, não vou mentir, mas eu sabia bem o que estava fazendo, e definitivamente eu não estava com as segundas intensões que ele pensava.
“Oh! Vou me empenhar agora mesmo então.” ao ouvir isso eu mordi os labios enquanto me aproximava de seu rosto lentamente de forma sedutora.
“Sabe, podíamos ter uma prévia.” eu puxei sua gola.
“Uma prévia? Que tal, agora?” ele falava me provocando de volta. Foi quando mandei a alfinetada que eu queria.
“Pode ser… Mas vai ter que me excitar antes. E eu to com vontade de algo muito específico…” eu pude notar que ele estava cada vez mais empolgado com a ideia.
“Fala no meu ouvidinho, o quanto você sabe da merda toda que estamos vivendo?” eu falei bem baixo com meu labio colado em seu ouvido.
Pelo seu silêncio ele claramente estava se controlando, tanto no estrago que fiz com seu corpo ao deixa-lo animado com a ideia de fazermos algo, quanto com o estado que deixei seu psicológico com minha pergunta.
Armin pareceu um pouco tenso com a pergunta e fez uma pausa antes de responder, voltando a sua postura inabalável, provavelmente imperceptível pra quem o conhece pouco do quanto de sofrimento ele estava escondendo. 
"Eu sei o suficiente para saber que precisamos agir rápido e com cuidado. Mas também sei que não podemos fazer nada sem um plano sólido", ele finalmente respondeu. 
Sua expressão era séria e preocupada, o que me fez perceber o quanto ele realmente se importava com o que estava acontecendo. 
Depois de um breve momento de silêncio, ele continuou: "Nós precisamos encontrar uma maneira de pegar o Lysandre de surpresa e neutralizá-lo antes que ele possa causar mais estragos." Eu concordei com a cabeça, sabendo que ele estava certo. Precisávamos agir rapidamente e com cuidado, ou então mais vidas seriam perdidas. Mas no fundo, eu ainda estava com medo do que estava por vir.
“Tá Armin, mas eu quero saber o quanto você sabe sobre tudo que aconteceu. Você quer que eu acredite que você não pensou nada a respeito do Nathaniel, amigo do Lysandre ter se juntado ao nosso grupo? E de estarmos em outra DIMENSÃO? Você não comentou nada a respeito até agora.” questionei.
Ele me olhava sério e em silêncio absoluto.
Enquanto eu falava com o Armin, pude sentir a tensão em seu rosto e em seu corpo. 
Ele parecia estar lidando com muitas coisas ao mesmo tempo, e eu não queria sobrecarregá-lo ainda mais. 
"Desculpe, não era minha intenção te deixar mais preocupado", eu disse, colocando a mão em seu ombro em um gesto reconfortante. 
"Eu só estou tentando entender a situação toda." eu não acreditava nele, não completamente. 
Sinto que por algum motivo ele estava escondendo o jogo pra mim do quanto ele sabia.
Armin respirou fundo e pareceu se acalmar um pouco. 
"Eu sei, e você tem o direito de saber", ele disse. 
"Mas a verdade é que no momento atual, independente disso tudo, ainda estamos juntando as peças do quebra-cabeça. Temos que focar no problema atual e não sabemos exatamente o que o Lysandre está planejando ou o que ele já fez. Tudo o que sabemos é que ele é uma ameaça e que precisamos detê-lo o mais rápido possível." Eu assenti, entendendo a situação. 
Era difícil lidar com um inimigo que parecia estar um passo à frente o tempo todo. Mas não podíamos desistir. Tínhamos que continuar lutando.
“Mas e sobre mim? Não pensa nada a meu respeito? Sobre meu envolvimento com tudo? Não tem nenhuma pergunta pra fazer pra mim?”
Ele continuou calado, só se levantou.
“Eu não acredito que não pensou nada a respeito. Não tá em choque com o Nathaniel? Você não falou nada sequer a respeito dele ter se unido a gente” insisti mais uma vez.
“Você sabe muito bem que eu não sou idiota.” Armin falou puxando meu queixo e me dando um selinho antes de sair do ambiente.
Ele sabe mais do que ele fala, isso eu podia ter certeza, e eu fui atrás dele.
Eu queria respostas.
Nesse momento, quando me levantei pra ir atrás do Armin do futuro e segurei seu pulso, a porta da cozinha se abriu e entrou o Armin do presente, que ficou visivelmente surpreso ao nos ver tão próximos. 
“Tá tudo bem?” ele falava com tom de dúvida, claramente notando a tensão no ar. 
“Oi Armin, tudo bem sim.” falei tentando amenizar o clima. 
“Sim, sim. Só estava pensando em algumas coisas e me retirando.” Armin do futuro respondeu, parecendo ainda meio desconfortável. 
A atmosfera não era a mesma de antes, muito menos agradável.
Armin do futuro saiu da cozinha sem dizer nada depois disso e eu e Armin do presente ficamos lá, um pouco sem saber o que fazer. 
“Ei, você tá bem? De verdade, o que houve?” ele perguntou.
“Só to tentando obter respostas, nada de mais. Ele sabe das coisas e não quero abrir o jogo sem que ele abra antes pra saber o quanto ele sabe.” 
“Boa sorte. Se ele sou eu mesmo que minimamente você dificilmente vai conseguir respostas se ele não quiser dar.” Armin do presente dizia pegando um chocolate em cima da mesa.
“Eu sei tirar respostas de você, por que não vou saber tirar dele? Aliás, Armin do passado teve avanços com a máquina dimensional?” perguntei mordendo um pedaço do chocolate na mão do Armin.
“Sim, depois que o Azriel pegou as peças com a Sophie foi mais fácil. E você? Vai tirar dele como as respostas?”
Quando o Armin perguntou isso, eu segurei o cabelo dele por trás e dei um beijo no pescoço dele. Eu tava disposta a tudo nesse dia, e eu ia descobrir o quanto o Armin do futuro estava disposto a ajudar.
“Ah não… você não vai seduzir ele vai?! BOREAL! ELE NÃO SOU EU!! ISSO É TRAIÇÃO!!” Armin gritava enquanto eu só acenava e me retirava até o quarto do Armin do futuro. Já fechando a porta atrás de mim.
Ele não ia ter escapatória.
Eu sabia que precisava ser cuidadosa. O Armin do futuro era diferente, e eu não queria fazer nada que pudesse prejudicar nosso relacionamento, isso poderia ruir o grupo todo. 
Mas eu precisava de respostas, e ele parecia saber mais do que estava dizendo.
Quando entrei no quarto, ele estava sentado na cama, parecendo perdido em pensamentos. Eu me aproximei lentamente, sentando ao seu lado. 
Ele me olhou no meu olho e, por um momento, eu vi a tristeza em seu olhar. 
"Por que está tão triste?" perguntei, colocando minha mão em seu rosto. 
Ele suspirou, passando a mão pelo cabelo. 
"Não é fácil saber o que o futuro reserva, especialmente quando se sabe que algo ruim está por vir. Eu não quero que você se machuque, mas não sei como impedir isso." Eu me aproximei mais, abraçando-o. 
"Eu sei que é difícil, mas precisamos lutar juntos. Eu confio em você." Ele me abraçou de volta, e por um momento, tudo parecia certo. Mas eu sabia que ainda havia muito a ser discutido. "Armin, eu preciso saber o que você sabe. Por favor, me ajude. Eu preciso saber como me portar contigo." Ele se afastou um pouco, olhando-me no olho. 
"Eu não posso dizer tudo. Mas eu posso te dar algumas dicas." 
"Porque você tem que ser tão complicado… Enfim, qualquer coisa é melhor do que nada." Ele respirou fundo, pensando por um momento. 
"O Armin do passado não é confiável. Ele tem suas próprias motivações, e elas não são as mesmas que as nossas." Eu franzi a testa. 
"O que você quer dizer?" 
"Ele quer a máquina do tempo para si mesmo. Ele quer mudar o passado para seu próprio benefício." Eu fiquei chocada. 
“O quanto conhece e sabe sobre ele Armin? Como pode me convencer que está?”
“Como ele te convenceu que ele está do nosso lado?” ele perguntou rapidamente me cortando.
“Ele me provou me ajudando ativamente esse tempo todo e me protegendo do Lysandre.” Armin ficou quieto por uns instantes.
“Quanto tempo vocês estão se ajudando embaixo do meu nariz?” essa pergunta dele parecia genuína, e ali eu notei que ele não tinha noção total das coisas, se soubesse de algo era por alto.
“Meses.” respondi.
Ele se calou e ficou com o olhar distante e pensativo.
“Eu só quero saber o quanto você sabe e o quanto está disposto a nos ajudar Armin.” repeti parando na frente dele e segurando seu rosto o direcionando a meu olhar.
Ele ficava calado só me encarando.
Eu fiquei quieta o encarando de volta.
Armin então começou a acariciar meu rosto. Ele estava com um olhar melancólico, eu queria muito estar dentro de sua cabeça pra saber o que ele estava pensando naquele momento exato.
“Quanto tempo ainda temos?” ele perguntou.
“Do que se refere?” 
“De vida.” ele perguntou. Eu não sabia o que responder, obviamente, eu não sabia a resposta, então me mantive em silêncio.
“Você tá nessa situação vai fazer 3 anos. Eu estou nessa situação vai fazer seculos. Eu perdi as contas dos dias, horas, anos e meses. Quanto tempo ainda me resta? Quanto tempo resta pra realidade antes de se desfazer completamente?” eu continuei olhando nos olhos dele sem ter respostas.
“Karma existe? Você acredita nisso Boreal?” ele perguntou, eu só balancei a cabeça negativamente, eu não acreditava em karma, afinal, pessoas feito o Ken que nunca fizeram nada de errado sofrem por quê? Não tem sentido…
“Espero que esta certa… Pois tenho medo de tudo isso que está acontecendo ser meu karma por ter brincado de Deus e tentado controlar o tempo e a morte.” Armin falava desviando o olhar.
Ele estava muito, MUITO melancólico.
Só tinha uma luz leve da vela do quarto em seu rosto, e ela refletia bem seus olhos azuis que estavam mais azuis do que nunca devido à umidade excessiva, claramente ele estava sufocado e quase chorando.
Eu me sentei de frente pra ele em seu colo e segurei seu rosto pra me olhar.
“Armin, eu preciso que você seja sincero comigo pras que possamos seguir em frente. Se tiver qualquer plano ou algo em mente que nos ajude, por favor, exponha.” repeti.
Armin parecia segurar algo dentro de sua boca, ele parecia engasgado querendo por algo pra fora.
Foi quando ele repentinamente me beijou.
Meu coração disparou de tal forma que parecia que nunca tínhamos nos beijado antes.
Eu não esperava por isso.
Sei que entrei no quarto pra seduzir ele e conseguir informações, mas eu já não via espaço pra isso, há que ele foi receptivo sem a necessidade disso.
Eu me entreguei aquele beijo, aquelo momento era mais do que um beijo pra mim, era conforto, era consolo, era descanso.
Eu só queria tirar a mente desses problemas todos por um momento, e acredito que ele estava da mesma forma.
Armin me beijava intensamente e ele me virou pra cama rapidamente, tudo aconteceu rápido demais, e era algo que sendo muito sincera, eu não esperava que fosse acontecer naquele momento, naquela ocasião especifico em que tudo estava acontecendo.
Tudo foi rápido demais e intenso demais.
As carícias, os toques, os beijos.
E por fim, eu me entreguei completamente a ele, depois de todo esse tempo sem contato com ele, parecia que nunca tínhamos parado de nôs falar.
Nosso momento foi intenso e passou rápido, mas foi o suficiente para nos deixar mais próximos do que nunca. 
Após nos recuperarmos, Armin se levantou da cama e se vestiu rapidamente, como se tivesse acabado de acordar de um sonho. 
Eu o observei enquanto ele se arrumava, ele estava tenso, era notavel e perguntei: "O que foi isso, Armin? Você não tinha nada a me dizer?". 
Ele suspirou e olhou para mim com os olhos tristes novamente. "Sinto muito, eu não deveria ter feito isso. Eu sei que é errado e que temos problemas maiores para lidar no momento", respondeu ele. 
Eu sabia que ele estava certo, mas eu também sabia que o que aconteceu entre nós foi mais do que apenas um momento de fraqueza. 
"Armin, eu não me arrependo do que aconteceu. Foi intenso, mas eu precisava disso. Precisava de um momento de conforto e de esquecer os problemas por um instante. E eu sei que você também precisava", disse eu, tentando acalmá-lo. 
Ele se aproximou de mim e me abraçou com força. "Eu também não me arrependo, mas precisamos pensar no que isso significa para nós agora. Não podemos deixar nossos sentimentos pessoais interferirem na nossa missão", falou ele, com a voz embargada. 
Eu sabia que ele estava certo, mas era difícil ignorar o que acabara de acontecer entre nós. "Eu entendo, Armin. Mas eu preciso de você, agora mais do que nunca. Precisamos trabalhar juntos para resolver essa situação", respondi eu, tentando ser forte. 
Ele me soltou e olhou no meu olho com determinação. 
"Você tem razão. Precisamos focar em resolver essa situação e depois podemos ver o que acontece entre nós", falou ele, com a voz firme. Eu sabia que ele estava certo e que precisávamos focar em nossa missão. Mas não conseguia deixar de pensar no que aconteceu entre nós e no que isso poderia significar para o nosso futuro.
Não por causa da transa em si, mas porque eu sabia que ele poderia estar se despedindo por algum motivo interno ou externo que fosse… eu tinha medo de descobrir.
Eu comecei a me vestir, foi quando o Armin começou a falar olhando pra chama.
“A força do pensamento é a capacidade que a mente humana tem de influenciar a realidade por meio de pensamentos e emoções. 
É como se a nossa mente tivesse um poder criativo capaz de moldar o mundo ao nosso redor. Uma analogia que pode ajudar a entender a força do pensamento é a da semente. 
Quando plantamos uma semente, temos a expectativa de que ela cresça e se torne uma árvore. Esse pensamento positivo influencia a semente, e ela acaba crescendo de acordo com as nossas expectativas. Da mesma forma, quando temos pensamentos positivos e acreditamos que algo pode acontecer, isso cria uma energia que influencia a realidade ao nosso redor. No contexto religioso, a força do pensamento é frequentemente associada a milagres. Por exemplo, quando uma pessoa reza fervorosamente e acredita que pode ser curada, isso cria uma energia positiva que pode ajudar a melhorar sua condição, o Nathaniel eleva isso ao extremo. Dessa mesma forma, a fé pode influenciar a realidade, fazendo com que coisas aparentemente impossíveis aconteçam. Tempos atrás eu te expliquei que as lendas urbanas também podem ser explicadas pela força do pensamento. Quando um grande número de pessoas acredita em uma história assustadora, isso pode criar uma energia negativa que alimenta a lenda. Com o tempo, essa energia pode se tornar tão forte que a lenda parece ganhar vida própria, levando as pessoas a acreditarem que ela é real. Em resumo, a força do pensamento é uma capacidade poderosa da mente humana que pode influenciar a realidade ao nosso redor. Seja por meio de pensamentos positivos, fé ou lendas urbanas, nossas crenças e emoções podem moldar o mundo ao nosso redor e até mesmo criar coisas que parecem ter vida própria.” ele voltou com esse papo.
“Armin, como pretende usar força pensamento pra nos salvar? Eu já te perguntei inúmeras vezes e nunca tenho uma resposta concreta. Você já testou isso pra saber que funciona?” perguntei.
“Eu não, mas o Nathaniel, Thomas e até mesmo o Castiel sim.” quando ele falou isso eu comecei a conectar os pontos.
“Os 3 tem uma fé que move montanhas e os 3 conseguem o que querem só acreditando. Assim que a fé do Nathaniel estremeceu ele perdeu seus poderes, e agora que o Nathaniel do passado e da sua linha estavam ajudando ele a reconstruir sua fé, ele voltou a ter as tais habilidades.” eu estava começando a entender, finalmente.
“E como pretende usar isso?”
“Eles creem em um Deus cristão e em um Diabo cristão certo? Eu quero ter tanta fé quanto eles pra criar meu próprio Deus que irá nos salvar.” ele falando, a ideia me parecia cada vez mais absurda e fantasiosa.
“Armin, isso não é algo palpável, você sabe né?”
“E os poderes sagrados do Nathaniel são?” ele me calou ao falar isso.
“Eu estou trabalhando minha fé esse tempo todo pra conseguir isso. Eu não tenho outra esperança Boreal, mas a crença de que isso irá funcionar é o que me mantem de pé. Se um novo Deus surgir, um Deus que eu consiga ter contato direto surgir, vou poder pedir como se fosse um gênio da lampada pra que ele conserte tudo.” ele dizia. Apático.
“OK, e vê algum resultado? Você consegue acreditar em uma entidade divina que você sabe que é criação da sua cabeça dessa forma?” perguntei.
“Não… E por isso foquei em algo que existe. Deus cristão é a razão para que muitos se mantenham vivos. Eu só fiz o mesmo…” tudo soava confuso, mas ele parecia falar coisas obvias.
“Você é minha razão de viver.” ele me olhava enquanto falava.
Eu não sabia como responder a isso. 
Por um lado, era bonito que ele se importasse tanto comigo, mas por outro, sua fé em algo que ele sabia que era uma criação de sua própria mente me preocupava.
Eu precisava pensar sobre o assunto antes de dar uma resposta.
“Armin, eu entendo que você está lutando para encontrar uma solução para nossa situação, mas você precisa entender que acreditar em algo que é apenas uma criação da sua mente pode não ser a resposta. Eu quero ajudá-lo a encontrar uma solução realista e prática para o nosso problema, mas precisamos trabalhar juntos para isso.” Armin me ouvia atentamente enquanto eu falava, e eu podia ver a dor em seus olhos. 
Ele sabia que o que eu estava dizendo era verdade, mas não queria desistir de sua fé. 
Depois de um momento de silêncio, ele finalmente falou: “Eu entendo o que você está dizendo, Boreal. E eu quero encontrar uma solução realista para nosso problema também. Mas, por favor, não me peça para desistir da minha fé. É a única coisa que me mantém de pé nessa situação já que não vejo outra solução até o momento.” Eu olhei para ele por um momento, vendo a sinceridade em seus olhos, e finalmente assenti. 
“Tudo bem, Armin. Eu não vou pedir que você desista de sua fé. Mas vamos continuar trabalhando juntos para encontrar uma solução realista, e se no final sua fé ajudar, então estaremos gratos por isso.” Ele sorriu para mim de forma melancolica, porém,, parecendo aliviado. 
Eu sabia que essa não era a solução perfeita para nosso problema, mas era um começo. Juntos, poderíamos encontrar uma solução para salvar nossa linha do tempo e aqueles que amamos.
Eu não fiquei mais no quarto, depois do que fizemos eu me retirei, eu não via sentido em continuar naquele quarto, não no momento.
Eu estava voltando pro meu quarto quando ouvi um grito na sala e corri desesperada pra baixo.
Era a Chani.
Lysandre estava segurando ela pelo pescoço.
“Então estavam aqui esse tempo todo? Como não os achei antes?” ele dizia apertando ela mais e mais.
Todos correram pra sala apreensivos.
“CHANI!!” Thomas gritava direcionado a ela enquanto ela pedia por socorro.
Foi quanto Nathaniel do passado pulou em cima de Lysandre com um terço em mãos, como se quisesse usar algum poder religioso, mas só serviu para que Lysandre o arremesse longe usando a propria Chani como arma, assim, deixando ambos inconscientes e sangrando no canto.
Ambre e Thomas foram correndo na direção dos dois.
"Olá, Boreal", disse ele, com um sorriso sinistro no rosto. 
"O que você quer aqui, Lysandre?" perguntei, tentando manter a calma. 
"Eu vim atrás de você. E você sabe muito bem o porquê", respondeu ele.
Nós o encaramos em silêncio e desespero, mas Lysandre não pareceu se importar com tanta gente ao redor. 
Ele se aproximou de nós com um sorriso no rosto, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo. 
O coração começou a bater mais forte. Como ele havia conseguido nos encontrar? 
"Fique longe de mim, Lysandre", disse, tentando me afastar dele. 
"Você não pode mais fugir, Boreal. Eu sou o seu destino", respondeu ele, avançando em minha direção. Foi quando Nathaniel manifestou seus poderes. Ele nunca mais havia feito isso antes, mas parecia saber exatamente o que estava fazendo. Ele criou uma barreira de energia que nos protegeu do ataque de Lysandre, mas Lysandre pacientemente parou e sorriu.
"Vejo que encontraram a minha casa. Afinal, eu construí essa cabana anos atrás usando o receptor. Inclusive, Armin, se terminou a máquina dimensional, eu a quero de volta.", disse ele, Armin do passado ficou assustado e ficava o encarando com raiva, isso mostrava claramente que ele estava contra o Lysandre. 
"De qualquer forma, Eu sabia que não demoraria muito para que descobrissem a verdade." Eu levantei minha arma, apontando para ele. Desde sempre ando com essa arma, mas eu evito usa-la. Não tem porque me conter quando o assunto é o Lysandre. 
"O que você acha que vai fazer Boreal?" Lysandre riu. 
Eu o encarava com raiva.
Daniel então começou a gritar.
“O QUE FEZ COM A NINA?! ELA TE IDOLATRAVA! PORQUE FEZ AQUILO!?” Daniel não se segurou nenhum pouco.
"Ah, ela? Eu simplesmente a removi do jogo. Ela era uma distração desnecessária. Além do mais, ela estava se unindo a vocês. Não precisa ter 2 neurônios funcionais pra entender o porquê de eu te-la matado." Eu senti uma raiva tão grande que mal conseguia controlar minha respiração. 
"Você não pode simplesmente fazer isso com as pessoas! Ela tinha uma vida, uma família!" Lysandre encolheu os ombros. 
"Vida, família... tudo isso são apenas conceitos. Coisas que nos impedem de alcançar a grandeza que buscamos. E vocês, meus queridos, são apenas peões no meu jogo." Eu não aguentei mais. Disparei minha arma em direção a ele, mas Lysandre era rápido. Ele desviou facilmente e avançou em minha direção em um momento de fraquejo do Nathaniel.
Ele ainda estava despreparado mesmo conseguindo manifestar seus poderes novamente. 
Eu me preparei para o confronto, mas Lysandre era mais forte do que eu imaginava. 
Mesmo com super força, ele era infinitamente mais forte que eu. Como ele chegou nesse ponto?
A luta foi intensa, mas finalmente eu consegui jogá-lo no chão, apontando a arma em sua cabeça. 
Ele tratava com total naturalidade, como se fosse nada. Ele realmente não se sentia ameaçado, e aquilo me deixava apreensiva.
“Tá com medo Boreal?” ele sorria sadicamente pra mim.
Eu podia sentir meu corpo tremer num misto de medo e raiva, mas eu tentava não transparecer.
Mesmo com a arma em sua cabeça, ele foi mais rápido e me empurrou contra a parede, e com certeza meu medo foi o que me atrapalhou.
Eu comecei a chorar, sentindo meu pescoço ser cada vez mais pressionado contra a parede.
Todos estavam estáticos, eles sabiam que qualquer passo em falso eu seria morta.
Armin gritava meu nome ao ponto de ficar rouco.
Eu tentei me manter forte e acordada, mas a dor e a falta de ar tomavam conta de mim.
Quanto mais o Lysandre falava, mais ele apertava meu pescoço.
“Eu queria te torturar, mas torturar MUITO antes de te matar. Mais do que qualquer pessoa.
Eu queria te manter viva em carcere e te torturar das piores formas possíveis, de formas que talvez nem existam registros de alguém que chegou a fazer no mundo. Eu iria cuidar de todas as suas infecções assim, como fiz com minha mãe pra te manter viva o maior período de tempo possível só pra poder continuar te torturando. E se você se atrevesse a morrer eu te traria de volta só pra fazer o triplo de horas de tortura. E quem sabe eu ainda não consigo isso? Você vai se arrepender de ter nascido e estar se mantendo viva esse tempo todo.” ele falava com muito ódio.
Eu sentia urina descer de tanto desespero que meu corpo estava com a situação, e o ar estava cada vez mais escarço.
“Me leve contigo, por favor.” Armin dizia direcionado ao Lysandre.
Eu nunca o vi agir assim, Armin? Justo o Armin?? Ele sabe que seria inútil, por que ele fez aquilo?
Claro que não era difícil de pensar no desespero que ele estava passando…
Lysandre olhava pra ele com desprezo e nojo.
“Você não tem utilidade alguma pra mim.” ele dizia aliviando um pouco meu pescoço.
"Por que você fez isso?" Eu perguntei a Lysandre, com lágrimas nos olhos. "Por que você matou Nathaniel? Ele era seu aliado!" 
"Ele estava no meu caminho", foi a única resposta que Lysandre me deu antes de me encarar no fundo do olho. 
Eu não sabia o que fazer. Eu não conseguia processar o que estava acontecendo. 
Nathaniel estava morto e Lysandre estava vivo. 
Nina também estava morta. Ela tinha lutado até o fim para nos proteger, e acabou pagando com sua própria vida. Eu sabia que tínhamos que fazer algo. 
Nathaniel do nosso tempo parecia estar tentando descobrir uma maneira de parar Lysandre antes que ele causasse mais danos. 
Nessa hora o Ariel se soltou de Priya que tentava leva-lo pra fora discretamente.
“PARA!!” ele gritava abraçando a perna de Lysandre.
“Suspeitei que estaria aqui.” Lysandre falava.
“Por favor papai… Não machuca a Boreal.” Ariel falava chorando.
“Eu estou fazendo isso pro seu bem, pro nosso bem, então saia daqui agora.” Lysandre dizia empurrando o Ariel que não soltava sua perna.
“Não! Por favor!” ele gritava mais e mais.
Por algum motivo o Lysandre hesitava, aquilo me fazia pensar que talvez ele não fosse de todo mal, como a Sophie disse, cada um tem seus motivos individuais.
“Eu to te protegendo!!” Lysandre gritava aliviando meu pescoço, isso foi suficiente pra que eu me soltasse e corresse pros braços do Armin, deixando Lysandre muito irritado.
“VIU!? ELA FUGIU!!” Lysandre gritava com Ariel.
“Papai, vamos pra casa, por favor…” Lysandre parecia hesitar ao ouvir o Ariel falar.
“Não até eu acabar com a Boreal. É a única coisa que me falta.” Lysandre dizia irritado.
“PORQUE ESSA OBSESSÃO COM ELA?! SÓ POR CAUSA DA IRIS?!” Azriel se meteu.
“Cala a boca Azriel. Você está sendo poupado, aproveite minha gentileza. E não se meta.” Lysandre encarava Azriel friamente.
“Eu sei que tudo que tivemos não vale de nada pra você. Você só me usou, cada beijo e caricia nossa era tudo manipulação sua, mas por favor, pense Lysandre… Você conseguiu tudo que queria! Nos deixe ir embora!” Azriel gritava chorando num misto de raiva e tristeza.
“Nunca. Não com a Boreal. Me entreguem ela que os deixo sair com vida. Essa é minha proposta. Mas sei que não vão dar o braço a torcer, vocês todos são escravos dessa desgraçada e preferem morrer do que acabar com o próprio sofrimento.”
“Lysandre, isso é porque ela te aconselhou a deixar a Iris falar com o Ken?” Rémy se meteu.
“Pensem um pouco, quando a vida de vocês se tornou miserável? Foi após conhecer essa vadia.” ele falava com muita raiva.
“Minha vida era miserável antes dela, eu tentei suicídio varias vezes já e sempre tinha alguém pra me salvar, e só depois da Boreal entrar na minha vida que eu consegui enxergar as coisas ao meu redor com olhos melhores. Ela não me causou nenhuma miséria.” O Armin do futuro dizia.
“Eu vim de um futuro distópico em que eu morreria de uma doença mortal, e foi graças a maquina que o Armin criou pra salvar a Boreal que eu agora estou aqui, vivo, passar isso tudo pela Boreal não representa metade do agradecimento que eu gostaria de dar pra ela.” Nathaniel completou.
Eu me sentia tão feliz…
“Você veio do lixo, e isso não tem nada a ver com a Boreal seu merda…” Castiel dizia baixo.
“VOCÊ FOI LITERALMENTE ENCONTRADO NA PORRA DE UMA CAÇAMBA DE LIXO PELOS SEUS PAIS!! COMO PODE VIR FALAR DA MISÉRIA DE ALGUÉM AQUI SEU FILHO DE UMA PUTA?! EU FIQUEI FAZENDO RITUAIS POR ANOS POR CULPA SUA QUE ME ENFIOU NESSA MERDA! MESMO QUE QUEM TIVESSE COMEÇADO ISSO FOSSE O NATHANIEL, VOCÊ QUEM ME TRANSFORMOU NA MERDA DE UM ASSASSINO SEU PSICOPATA FILHO DA PUTA!! QUEM TROUXE MISÉRIA PRA MINHA VIDA FOI VOCÊ!!” Castiel então entrou em cena levantando o Lysandre que estava muito assustado.
Ariel chorava intensamente enquanto era puxado por Priya, assim causando certa distração em Lysandre que olhava preocupado.
“ME SOLTA CASTIEL!” Lysandre por mais que estivesse com raiva e claramente pronto pra matar o Castiel, ele evitava.
No fundo dos olhos do Lysandre, Castiel viu algo que o surpreendeu, e mais tarde ele falou pra mim que por pouco ele não desistiu de tudo: era medo. 
Era a primeira vez que ele via Lysandre demonstrar medo, e isso o fez recuar um pouco.
Porém, ele seguiu em frente.
“Acabou Lysandre, chega. Assim como você não tem piedade de ninguém, eu não vou ter de você. Obrigado pela merda de vida que me deu.” e assim Castiel sem enrolar nada enfincou seu braço na barriga do Lysandre o atravessando.
Lysandre tinha força pra se soltar, mas ele abaixou completamente a guarda, ficou totalmente vulnerável, e isso levou sua derrota. 
Ele cuspia sangue, Castiel e ele estavam com seus rostos a 3 dedos de distância apenas.
Eles se encaravam.
“Porque tem que acabar assim Lysandre…?” Castiel falava com a voz tremula. E ficando cada vez mais sujo do sangue de Lysandre.
“... Cuide do Ariel… Não me permita sofrer o que sofri novamente…” Lysandre dizia fechando os olhos.
Castiel estava ofegante, sua mão estava cheia do sangue de Lysandre e alguns pedaços das entranhas dele. Era nojento de olhar.
Castiel se jogou no chão e encarava o corpo morto do Lysandre, foi quando ele começou a chorar, mas chorar MUITO mesmo.
“Você foi meu melhor e único amigo por anos… como isso terminou assim…?” Castiel chorava mais e mais, ele gritava grunhidos que transmitiam toda a dor que ele estava sentindo.
Era como ver sua alma ali, nua, mostrando sua maior invulnerabilidade.
Todos estavam em silêncio só ouvindo os grunhidos do Castiel.
Ele matou seu melhor amigo com as próprias mãos, no literal.
Ele encarava o corpo do Lysandre com muita dor.
Azriel se retirou do local querendo vomitar e aos prantos, sendo carregado por Rémy e Violette.
Azriel amou o Lysandre, e eu tenho certeza que ele ainda acreditava que dava pra fazer algo por ele.
Ariel foi retirado do local por Priya, infelizmente ele viu o Lysandre morto, aquilo pra uma criança pequena feito ele ia deixar sequelas pra sempre.
“Como vai ficar o Ariel…?” perguntei baixinho e tremendo com a situação.
“Ele vai ficar bem, só temos que ficar de olho em como isso vai afetá-lo, não podemos deixar o Lysandre se repetir.” Armin do passado dizia.
“Não vai, Ariel é doce, diferente do Lysandre que nunca foi.” Castiel falava de costas.
“Não sei Castiel… Sei que escondi isso por muito tempo, mas, o Ariel, na verdade, é o Lysandre gente… Desculpa falar isso só agora. O Lysandre tava tentando dar uma vida boa pra ele mesmo. Ele tava tentando incansavelmente dar boas memorias pra ele mesmo. Lysandre tem muita autopiedade.” todos ficaram em silêncio ao som do choro de Ariel na outra sala com a Priya.
Ariel claramente não sabia que ele era o próprio “pai”.
Castiel se levantou e foi até o banheiro se lavar em silêncio.
O clima estava de grande tensão, mas acho que finalmente esse arco do Lysandre acabou por completo.
Foi um alívio ver que finalmente tudo havia acabado. Mas eu sabia que nunca esqueceria o que havia acontecido.
E por agora, vamos apenas voltar pra outra linha após dormir um pouco antes de finalmente partirmos pro bunker… Estamos perto do fim, seja da nossa existência, da nossa jornada ou somente dessa aventura.
Mas finalmente… vai acabar…
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