Tumgik
TODOS OS LINKS ESTÃO ATUALIZADOS YAY~
obrigada mais uma vez a quem avisou E se encontrarem qualquer outro problema, não deixem de me avisar~
Links arrumados
Eu arrumei todos os links de [Proximo capitulo] e [Capitulo anterior] da primeira e da quinta temporada já, vou arrumar das demais aos poucos.
Por favor, se encontrarem QUALQUER outro link com defeito me avisem, arrumarei o mais rápido possível.
Obrigada pela compreensão e desculpem a inconveniência mais uma vez <3
Em breve saíra o epílogo!
Spoilers no grupo do FB:
Todos os capítulos estão funcionando normalmente no índice (Só exibido no navegador) e na pagina de capitulo
Tumblr media Tumblr media
Pro navegador:
Pro app do tumblr:
4 notes · View notes
Links arrumados
Eu arrumei todos os links de [Proximo capitulo] e [Capitulo anterior] da primeira e da quinta temporada já, vou arrumar das demais aos poucos.
Por favor, se encontrarem QUALQUER outro link com defeito me avisem, arrumarei o mais rápido possível.
Obrigada pela compreensão e desculpem a inconveniência mais uma vez <3
Em breve saíra o epílogo!
Spoilers no grupo do FB:
Todos os capítulos estão funcionando normalmente no índice (Só exibido no navegador) e na pagina de capitulo
Tumblr media Tumblr media
Pro navegador:
Pro app do tumblr:
4 notes · View notes
Gostaria muito que os links da fic voltassem a funcionar ( não consigo mais ler, nem ver as imagens ) Isso me deixa muito triste, pois ler as aventuras da Boreal e do Armin me faziam ter nostalgia da adolescência. Fico voltando do trabalho torcendo que funcione mas nunca vai lol #atualiza_os_links_kazu T^T #sadgirl
só quebrou os links de [proximo capitulo] e [capitulo anterior]
os demais links ainda estão funcionando normalmente
versão desktop:
Tumblr media
nos arquivos também tem tudo normalmente:
Tumblr media
infelizmente eu sou uma só T0T
e atualizar tudo tá muito tenso ai to tendo que fazer aos poucos... perdão
eu não consegui sequer tempo pra terminar a ultima imagem do epilogo de tão cheia de trabalho que estou ultimamente T_T
o site inteiro quebrou pois eu não estou mais usando o dominio antigo e parei de pagar
no nyah também está funcionando normalmente
se algum link estiver ruim, apenas substitua na barra (se estiver usando navegador) o kazumitakashi por tumblr
por exemplo:
Tumblr media Tumblr media
perdão o transtorno mais uma vez T0T
2 notes · View notes
Tumblr media
7 notes · View notes
Servidor do Discord!
Oi oi gente~
Novidades, a primeira é: vou tentar postar o epílogo esse mês ainda.
Minha vida tava muito MUITO atarefada, ai não consegui acabar as imagens antes (17 imagens) mas agora falta só uma C:
A segunda novidade é: Estou com um servidor no discord onde sou BEM ativa.
Tem muita gente de vários países lá, mas tem uma área exclusiva pra BR, então sintam'se em casa C:
Tem como "casar" com os personagens da fic, fóruns, e muita coisa focada em arte por lá o/
(SIM, O SERVER SE CHAMA 404 SERVER NOT FOUND, NÃO É ERRO)
E por último e não menos importante: talvez eu lance num futuro não muito distante por aqui o livro da Chapeuzinho adormecida no país das maravilhas só de meme, então fiquem ligados nessa também lol
Fora isso, após o epílogo pretendo postar uns conteúdos que tenho aqui no drive, historias, spinoffs, paralelos e soltar os appendices aos poucos pra vocês, então mais uma vez, fiquem ligados por aqui.
É isto~
Até mais~
3 notes · View notes
Text
Notas: Cap210
Atrasou eu sei, mas é que tava osso fazer as imagens DO ZERO (poize, mesmo usando fragmentos de imagens da chino dessa vez eu decidi que faria tudo por ser o ultimo capitulo) enquanto desenhava quadrinho e tinha que entregar trabalho com prazo. Infelizmente a fic TODA tava feita exceto as imagens do último capitulo (iam ser 3, descartei a última)
Ainda terá o epilogo, então deixarei o textão de despedida pro epilogo e eu irei liberar os appendices com infos da fic (depois que eu revisar ja que nào planejava deixar publico) pra saberem como me organizei pra fazer tudo, tem desde aniversarios, acontecimentos até cronologia de 100% tudo imagens extras que nunca postei NOVAS imagens nos instagrams voltarei com o ask docete ciclope pra valer agora
Ask: https://askdoceteciclope.kazumitakashi.com/
Talvez libere umas fics spinoff que eu fiz só por diversão que são pós fic Então, sim, a fic acabou, maaas tem conteudo pra eu ir soltando que eu fiz durante esse tempo todo
Você pode se inscrever no newsletter pra receber tudo direto no seu email quanto tiver atualização~! [Newsletter]
Tumblr é o lugar mais certeiro pra ter atualização frequente, aconselho quem quiser mais informações e acesso a esses itens a irem pro tumblr, darem follow e ligarem as notificações
Enfim... fiquem com o ultimo capitulo...que tem mais versões escritas que também pretendo soltar...
Se quiser acompanhar uma historia minha que ta em andamento, to lançando um quadrinho (ate o momento somente em ingles por motivos de estar tentando lançar em pt no webtoons tbm) chamado Weather Child Vou ficar mó feliz de ver vocês por lá o/
Weather child: https://www.webtoons.com/en/challenge/weather-child/list?title_no=212227
Todos os links necessarios (instagrams, pinterest, etc):  https://asaventurasdeumadoceteciclope.kazumitakashi.com/links
6 notes · View notes
Text
Capitulo 210
Tumblr media
Quando a porta se abriu, era uma sala branca onde a Boreal se encontrava.
Pude ver ela lá, ao longe, em uma enorme e luxuosa cama, nesse enorme quarto branco, ela, a original.
Aquela era a Boreal verdadeira.
Não eu, não a ex do Nathaniel.
Aquela que o Armin do futuro tanto prezava e cuidava.
Aquela que estava protegida de tudo e todos, e a que deu início a todo esse inferno que passamos.
Todos olhavam pra ela estasiados.
Ela parecia tão frágil… mesmo vendo meu rosto ali eu só conseguia ver outra pessoa.
E sim, de fato era outra pessoa.
Mesmo que nossa vida tenha sido tão parecida ao ponto de que o Armin tinha todas as memórias do meu Armin, eramos diferentes.
E agora, veja onde eu estava, de frente com ela, finalmente.
Todos ficaram na porta me esperando enquanto o Armin me acompanhava pra dentro.
Mesmo com todos morrendo de curiosidade pra vê-la, eles se mantiveram na porta.
“Não vão me acompanhar?” eu perguntei ao notar a falta de movimento.
“Eu pedi pra que eles ficassem, por agora, acho que só você deve falar com ela…” O Armin do futuro dizia com olhar cansado e apreensivo, enquanto todos se mantinham em silêncio.
Ninguém se atrevia a entrar, eu caminhei pouco a pouco até sua cama, lentamente, enquanto chamava por seu nome, meu nome, "Boreal".
Bastou uma pequena olhada para a porta pra que seu semblante mudasse completamente.
Armin, que dizia que ela nunca mais havia expressado algo estava claramente chocado, ela olhava pra cada um que estava em pé ali na porta e estava visivelmente surpresa.
"...B…Bo…Boreal…" ela repetia em um timbre baixo e quase que impossível de se ouvir.
Armin estava muito surpreso, ele olhava pra ela com grande espanto.
"Quanto tempo… eu não ouvia sua voz…" ele dizia engasgado tão baixo quanto a voz da Boreal.
Boreal começou a reconhecer a presença de Armin e dos demais na porta. 
Seu olhar percorria cada rosto ali presente, e uma mistura de surpresa e emoção tomava conta de seu olho. 
Enquanto Armin lutava para conter a emoção que tomava conta dele, dei mais um passo em direção à cama onde ela estava. Apenas o som suave de sua voz repetindo seu próprio nome preenchia o quarto. Aquele quarto completamente branco.
"Boreal... sou eu, Boreal", eu disse, finalmente conseguindo encontrar a voz para falar mais alto. 
Seu olho se voltou para mim e, por um instante, pude ver uma centelha de reconhecimento em seu olhar. 
Era como se ela estivesse tentando entender a conexão entre nós, as semelhanças e diferenças que nos uniam. Senti um misto de ansiedade e esperança enquanto esperava por sua resposta.
Ela me encarava em silêncio, com um olhar extremamente confuso.
“B…Boreal…” ela dizia ainda mais audível, deixando seus cabelos gigantescos caírem pro lado mostrando um rosto magro e um olhar sem vida começando a brilhar aos poucos.
"Você... Você é a outra... A que viveu uma vida tão semelhante à minha", ela sussurrou, com a voz fraca, mas cheia de significado. 
Assenti com a cabeça, sabendo que ela estava se referindo à minha existência como uma cópia, uma versão alternativa de si mesma que havia vivido uma realidade paralela, ela sabia, sabia bem de tudo com toda certeza. 
A expressão de Boreal era um misto de tristeza e curiosidade, ela apresentava certa dificuldade pra falar.
Nós ficamos em silêncio por um tempo apenas encarando uma a outra.
Ela olhava pra baixo com olhar perdido e pensativo como se buscasse algo pra me dizer.
"Eu sinto muito pelo que você passou, Boreal. Eu... nunca quis causar tanto sofrimento. Tudo isso... começou comigo", ela disse, com a voz embargada e falha. Dava pra ver com clareza que ela não se comunicava há tempos. Ela embaralhar a pronúncia das palavras e às vezes até a ordem das sentenças, claramente pela falta de hábito.
Armin do futuro por sua vez, tremia, era notável seu nervosismo. Mas ele se manteve quieto e forte.
“Boreal. O mundo lá fora se desfez completamente, não temos mais pra onde voltar, você é nossa última esperança.” Eu falei sem delongas.
Boreal fixou seu olhar em mim, absorvendo minhas palavras. Sua expressão mostrava um misto de compreensão e pesar. Ela sabia que tudo estava em suas mãos, que sua existência poderia determinar o futuro de todos nós.
 Armin do futuro se aproximou mais, ele queria falar, mas estava tendo muita dificuldade pra soltar qualquer som, foi quando eu, segurando sua mão delicadamente decidi falar. Minha voz estava carregada de emoção quando falei: "Boreal, você é a chave para consertar tudo o que deu errado. Podemos restaurar a ordem, salvar as vidas perdidas e trazer paz ao nosso mundo."
“E… o que espera que eu faça? Sou só uma acamada suicida…” Boreal dizia com um olhar melancólico enquanto desviava completamente seu olhar. Ainda em seu tom baixo, praticamente inaudível.
“Não é verdade Boreal!” Armin dizia em agonia pela primeira vez desde que entramos no quarto.
Ela olhou pra ele com certo espanto, e logo desviou seu olhar.
“Eu perdi todos que se aproximaram de mim… E se o mundo está se destruindo, é porque eu pisei nele… Me deixem em paz, foi um erro abrir a boca…” ela dizia se virando na cama em grande choro. Seu corpo era magro e frágil parecia que ia quebrar com um simples toque.
“Boreal… Não é verdade.” Armin estava quase aos prantos.
“O dia que essa Boreal perder tudo que eu perdi ela irá entender meus pontos…” Boreal dizia se direcionando a mim e abafando seu próprio choro com a colcha.
Eu comecei a falar ignorando tudo que ela dizia.
“Eu perdi minha mãe pra diretora, digo, pra Sophie. Eu perdi meus dois melhores amigos pro Neuralyzer. Eu perdi meu melhor amigo de infância pro Boris e depois pro Lysandre e vi de perto ele sendo morto as duas vezes que ele morreu, eu toquei em seus miolos e até hoje ainda sinto aquela sensação asquerosa na minha pele e mal consigo comer ovos mexidos sem me lembrar da textura dos seus miolos entre meus dedos. Eu perdi minha casa. Eu perdi meu filho pra ele mesmo. Eu fui deixada pelo pai do meu filho por causa do Armin. Eu vi muita gente morrer na minha frente. Eu fui violentada por uma versão do meu filho. Eu já matei literalmente com minhas próprias mãos, de sentir as vísceras das pessoas que matei entre meus dedos de forma tão asquerosa quanto os miolos do Ken.  Eu vi aliados e muitas pessoas que estavam me protegendo morrerem… Quer que eu prossiga Boreal, ou já tá bom? Tem muito mais de onde veio essas informações… Tem certeza que preciso viver mais coisas? Porque eu tô farta dessa merda toda, sinceramente.” eu dizia friamente, enquanto notava que ela havia parado de chorar, mas não conseguia ver seu rosto ainda.
“Eu não espero que tenha uma solução magica, mas que entenda que eu sei muito bem o que é querer se isolar na esperança de que vai tudo melhorar sem sua presença. Por muito tempo pensei que me matando resolveria tudo. Ou até mesmo te matando resolveria tudo, mas… não é bem assim.” eu completei.
O quarto ficou em silêncio por um momento, enquanto minhas palavras ecoavam no ar. 
Boreal virou-se para encarar-me, seu olho marejados refletindo a dor e a compreensão. 
Sua expressão era de profunda tristeza, mas também havia uma centelha de empatia. 
"Eu... sinto muito por tudo o que você passou", ela disse, sua voz embargada. 
"Não tinha ideia de que as consequências do meu isolamento eram tão devastadoras. Eu... nunca quis causar tanto sofrimento a você ou a qualquer outra pessoa."
Eu olhei para Boreal, sentindo uma mistura de tristeza e compaixão. 
"Nós entendemos que você está machucada e que enfrentou suas próprias batalhas. Mas você não está sozinha nesta jornada. Estamos aqui para apoiá-la e ajudar a consertar o que foi quebrado. Eu me culpei esse tempo todo Boreal. Eu imagino como se sente, eu sei como se sente, tenho total certeza que sei…" Boreal respirou fundo, seu olho encontrando o meu novamente. 
"Eu... quero acreditar que posso fazer a diferença, que posso ajudar a trazer a paz de volta. Mas não sei por onde começar."
Eu me aproximei e me sentei na cama e segurei suas mãos com ternura. "Vamos descobrir juntos. Boreal. Temos recursos e pessoas dispostas a lutar ao nosso lado. Ainda há esperança, mesmo nas situações mais sombrias. Não temos mais o que fazer, ou achamos uma solução, ou tudo acabou. Não tem mais nada lá fora Boreal… Acabou tudo." Boreal olhou ao redor, para Armin, para os demais na porta e, finalmente, para mim.
“Eu… sempre fui uma aberração…” ela dizia aos prantos.
“Não Boreal, você nunc—” Antes que o Armin terminasse eu o interrompi. Ele ia dizer coisa gentis, ele ia me por pra cima, mas eu me conheço, eu sei que ali, não era o que eu precisava, eu só sinalizei pra ele com a mão o fazendo calar a boca.
“Sim… sempre fomos. Pra esse mundo do qual não pertencemos. No nosso mundo somos iguais a todos. Você sabia?” falei.
“Eu… tenho noção…” ela respondeu mais calma.
“E se só… fossemos embora…?” ela completou.
Eu podia ouvir a respiração ofegante do Armin, ele queria se meter, queria muito.
“O portal está aberto… Não acho que ia acontecer nada… Sequer sabemos como esse portal se abriu.” respondi.
“Sim… provavelmente iria diminuir, mas as coisas continuariam vazando de uma dimensão pra outra…” ela dizia.
“Temos que achar uma solução pra nossa nova realidade. Essa realidade em que existimos, que essas cosias misticas existem, que tem alienígenas ativamente fazendo coisas, essa realidade que existe por conta da nossa presença… mas como?” falei apreensiva.
“... Força pensamento…” Armin falou ao fundo em tom baixo. De novo ele veio com essa ideia de força pensamento.
Eu olhei para Armin com curiosidade, intrigada com sua sugestão. "Força pensamento? De novo isso?" perguntei, buscando entender melhor o que ele queria dizer. 
Armin se aproximou nervoso e ansioso. 
"Boreal, a força do pensamento, a capacidade de moldar nossa realidade através da vontade e da concentração é algo que tenho me segurado esse tempo todo. E desde que aprendi que as habilidades do Nathaniel e do Castiel vem disso eu fiquei determinado a explorar isso. A vinda de vocês pra Terra fez com que facilitasse o uso da força pensamento. A força pensamento sempre existiu, mas vocês fizeram com que isso se tornasse algo mais fácil." Boreal e eu nos entreolhamos, processando as palavras de Armin. A ideia de que poderíamos influenciar a nossa realidade através do pensamento parecia surreal, mas também trazia uma centelha de esperança. Convenhamos, nossas vidas eram caóticas demais pra descartarmos essa ideia por mais louca que parecesse. Eu sou um ciclope alienígena de outra dimensão com magnetismo sobrenatural, claro que força pensamento seria o de menos.
 "Você está sugerindo que, juntas, possamos usar essa força para encontrar uma solução para os problemas que enfrentamos?", perguntei, um brilho de otimismo surgindo em meu olho.
“Certamente… O mundo gira em torno de vocês, da original pra ser mais exata.” Armin dizia.
“Se sua teoria de força pensamento estiver certa Armin, você quem moldou a realidade inteira, isso inclui a solução.” a Boreal dizia em tom baixo e bem, bem contido enquanto encarava o longe, seu olhar parecia perdido, porem, como se tivesse achado uma resposta.
“O que quer dizer…?” ele falou apreensivo.
“Armin… Você começou tudo junto comigo. Eu trouxe a paranormalidade pra realidade, mas você quem começou a viajar no tempo pra me deixar feliz. Você moldou a realidade com a máquina acreditando estar me ajudando. Você foi o responsável pela destruição das linhas, pelas mortes, por tudo.” ela falava sem medo de machucar ele. E ele? Prestava atenção em silêncio.
“Você moldou tudo com sua força pensamento, e se tudo está girando em torno de mim a culpa é sua.” ela completava enquanto ele se mantinha em silêncio, nervoso e quieto.
“Você acreditou que eu precisava ser feliz pra que você pudesse ser feliz, e começou uma jornada pra me deixar bem após as coisas que aconteceram comigo. Você não esperava que suas atitudes de me privar do sofrimento iriam me levar pra uma tristeza ainda mais profunda e fazer com que as coisas saíssem mais do controle. Na nossa frente temos a prova de que se tivesse respeitado meu espaço e me ajudado a superar o luto ao invés de só voltar no tempo, eu teria amadurecido e superado o problema.” ela dizia apontando pra mim, a sua versão que não foi privada da dor.
E ele? Se mantinha em silêncio só a ouvindo.
“Você não notou quando fez isso Armin, nem eu notei, mas, se tudo começou a girar em torno de mim a culpa foi sua querendo me deixar feliz com sua máquina. Você tentou moldar a realidade inteira pra que ela se adequasse aos meus sentimentos até chegar a um ponto que destruiu a realidade por completo. A partir dai, tudo passou a girar em torno de mim, de verdade, afinal, a realidade já estava simplesmente existindo pra me manter, por culpa sua…” ela disse.
“Eu sou o centro do universo por culpa sua. E sua força pensamento faz parte disso… Mas por agora acreditar que essa Boreal pode ajudar, talvez juntas possamos fazer algo, afinal, a realidade foi moldada pra mim.” ela dizia agora me encarando.
Estava tudo muito confuso, mas eu tentava acompanhar sua linha de raciocínio, que era assustadora.
A sugestão de Boreal trouxe um novo olhar para a situação. 
Se Armin do futuro realmente tivesse moldado a realidade através da força pensamento junto a sua maquina, isso significaria que a solução para os problemas que enfrentamos também estaria dentro de nós. 
Eu olhei para Armin, percebendo a seriedade em seus olhos. 
Ele estava convicto a tempos de que essa era a chave para resolver tudo, me pergunto se ele já pensou isso tudo que foi dito, não duvido. 
"Se a força pensamento tem o poder de moldar a realidade, então talvez possamos usá-la para consertar as coisas", eu disse, ponderando as possibilidades. 
"Podemos nos unir, concentrar nossas energias e direcionar nossos pensamentos para criar uma nova realidade, uma realidade em que tudo esteja em harmonia." Boreal olhou para mim, seu olho demonstrando um misto de esperança e dúvida. 
"Mas como podemos ter certeza de que isso vai funcionar? Como podemos controlar a força pensamento? N!ao tem sentido. Basta pensarmos positivo? Qual certeza teremos que isso está sequer funcionando?" eu falava.
“Eu sou o centro de tudo… E Você é a única versão minha que conseguiu superar tudo e me alcançar. Armin me colocou como centro do universo. O que é considerado o centro do universo pra maior parte das pessoas?” ela dizia.
Eu não conseguia entender sua lógica e nem achar onde ela queria chegar.
Armin, finalmente falou baixo, e um pouco em choque.
“…Deus…?” ouvir aquilo me deixou em choque. Deus? Boreal?
Ela só fechou o olho.
“Deus é o responsável pela vida, pelas mudanças e pelas criações. Não importa o que é Deus ou quem é Deus, mas essa força da qual chamamos de Deus é a responsável por tudo. Se eu sou o centro de tudo… talvez…” ela falava pausadamente. 
Tudo estava começando a fazer sentido, e eu estava ficando assustada…
Armin e eu trocamos um olhar, surpresos com a perspectiva que Boreal apresentava. 
Ela estava certa em suas palavras, afinal, se a força pensamento realmente moldava nossa realidade, então a solução para todos os problemas também poderia ser alcançada através dela.
Armin e eu olhamos para Boreal, processando suas palavras. 
Era uma perspectiva intrigante: a ideia de que poderíamos usar a força do pensamento para moldar a realidade e encontrar uma solução para todos os problemas que enfrentávamos. Soa tão estupido sabe? Ainda assim era uma responsabilidade enorme, mas também uma oportunidade única. 
"Você está sugerindo que a solução para tudo isso está em nossas mãos?", perguntei a Boreal, minha voz carregada de esperança e expectativa. 
Boreal assentiu lentamente, olhando para nós com um misto de seriedade e determinação em seu olhar. 
"Sim, Boreal, você e eu temos o poder de influenciar a realidade ao nosso redor. E se conseguirmos direcionar essa força para um objetivo comum, podemos encontrar uma saída para essa situação caótica." 
Armin se aproximou ainda mais, seus olhos brilhando com certa esperança. 
"Boreal, acredito que, juntas, podemos canalizar nossa força de vontade e focar em criar uma realidade melhor. Podemos imaginar um mundo onde todos os danos sejam reparados, onde a paz e a harmonia prevaleçam. Claro, após sua criação, não teremos controle do que venha a acontecer, e estaremos a merecer do destino novamente. Mas se4 acharmos uma forma de deixar um aviso sobre tudo isso que aconteceu, creio que as coisas não se repetirão da mesma forma" Boreal olhou para nós com intensidade, e estávamos absorvendo cada palavra. 
"Acredito que seja possível usar a força pensamento para corrigir os erros do passado e construir um futuro melhor. Mas isso não será fácil. Requererá concentração, foco e união. Precisamos estar completamente alinhadas em nossa visão e trabalhar juntos para alcançar nossos objetivos." ela completava.
Eu olhei para Boreal com um misto de choque e compreensão. Suas palavras ecoaram em minha mente, e de repente tudo fez sentido. 
A culpa que o Armin carregava era imensa, pois ele havia moldado toda a realidade, mesmo que acidentalmente, foi ele quem moldou toda e realidade transformando Boreal original na figura central, na "Deusa" de tudo. 
O peso dessa responsabilidade estava estampado em seu olhar. 
Boreal, ainda abalada pelas palavras que trocamos, ela falava tudo com um olhar sempre chocado, porém, ela não escondia nada.
Armin por sua vez, olhou para ela e para mim com incredulidade. 
Enquanto Boreal, estava começando a perceber o tamanho do poder que tinha em suas mãos e a culpa que carregava por tudo o que aconteceu. Mesmo que quem tivesse começado tudo fosse o Armin.
"Então... tudo isso foi culpa minha?", Boreal perguntou em um sussurro, as lágrimas escorrendo por seu rosto. 
"Eu sou a causa de toda essa destruição... de toda essa dor." ela dizia.
“Eu quem sou Boreal… eu quem te fiz ser o centro… você mesma disse.” ele falava cansado.
“Então você já sabia de tudo…?” Eu falei em espanto.
“... Porque acha que eu estava no estado que me encontrei esse tempo todo. Eu sei a merda que eu fiz…” Armin estava com os olhos brilhantes de tantas lagrimas.
“Mas… Eu comecei tudo, eu vim pra ca e–” antes que ela pudesse completar, se perdendo em seus pensamentos, Armin se aproximou dela, segurando suas mãos trêmulas. 
"Não, Boreal, você não é a única culpada. Você sequer tem culpa de ter vindo parar em nosso mundo. Eu fui ingênuo e inconsequente, mexendo com poderes que não compreendia totalmente. E você... você foi arrastada para essa confusão sem escolha. Desde que pisou aqui na Terra até toda essa confusão que eu criei ao seu redor." ele dizia tremendo muito e pude ver um choro intenso vindo a superfície.
Eu observava a cena, sentindo o peso da culpa pairando sobre todos nós.
Boreal e Armin estavam mergulhados em remorso e dor, cada um se responsabilizando pela situação caótica em que nos encontrávamos.
Mas eu sabia que não era o momento de nos perdermos em autocomiseração.
Era hora de assumir a responsabilidade e buscar uma solução.
"Armin, Boreal, todos cometemos erros, mas agora precisamos olhar adiante", eu disse com firmeza, aproximando-me deles. 
"Não podemos mudar o passado, mas podemos aprender com ele e usar esse conhecimento para construir um futuro melhor. O erro desde o início de todos nós foi justamente esse. Não aceitamos o passado. Não aceitamos os problemas. Agora, juntos, temos o poder de corrigir os erros e encontrar uma saída." Boreal levantou o olho para me encarar, seu olho inchado e cheio de tristeza. 
"Mas como podemos consertar tudo isso? Parece tão impossível." Boreal dizia. 
"Não será fácil, mas é possível", respondi, buscando as palavras certas para transmitir esperança. 
"A força do pensamento que possuímos pode ser nossa maior aliada.” eu dizia tentando me encontrar.
“Desculpe ter colocado tanta responsabilidade sob seus ombros Boreal…” Armin dizia chorando.
Ela só sorriu pro Armin enquanto tocava seu rosto gentilmente “Isso tudo acabou Armin, acabou.” Armin encarava ela com muita tristeza, ele começou a chorar de soluçar enquanto olhava pra ela. Ele parecia aliviado apesar de desesperado. Boreal enxugava suas lagrimas e deu um beijo em seu rosto que desabou de chorar mais ainda, nem parecia aquele cientista com quem convivi.
Ela sorria na minha direção enquanto Armin soluçava. Armin estava mal.
Ele ficou ainda pior ao notar que Boreal acabou soltando uma pequena gargalhada ao notar que Castiel e Ambre estavam brigando na porta.
“Para de gritar seu infeliz! Tá vendo que eles tão falando de coisa séria?!” Ambre gritava.
“EU NÃO TO GRITANDO PORRA! QUE INFERNO! VOCÊ QUEM COMEÇOU PUXANDO MEU CABELO SÓ PORQUE EU TAVA ESCREVENDO NA PAREDE!” conseguíamos ouvir com clareza.
Aquilo deixou o Armin abalado, da mesma forma que ele ficou quando eu estava gravida. E a Boreal notou…
"Antes que eu prossiga, saiba Armin… se eu estou sorrindo agora é graças a você. Não quero que se repita seu sentimento de achar que não conseguiu nada comigo. Foi você que moveu mundos por mim. Foi você que trouxe todos aqui pra me ver. Você conseguiu Armin." Boreal falava olhando terno pra ele.
O Armin mesmo perto de mim é muito contido.
Ele começou a chorar na mesma hora. Digo, mais do que já estava.
Demorou um tempo até ela conseguir acalmá-lo.
Após um curto período, ela abriu seus braços em minha direção.
“Venha. Se eu sou Deus, você é tão centro quanto eu. Vamos acabar com isso de uma vez.” ela dizia calmamente me deixando apreensiva.
“E o que pretende…? “ Questionei encarando seus braços abertos.
“Vamos descobrir juntas Boreal… Você é a minha versão que seguiu em frente, que encarou os problemas, porém, eu sou o centro do universo. Então, eu quero te entregar as rédeas do universo. Você saberá melhor que eu o que fazer com isso…” ela dizia com um sorriso pleno e tranquilo.
Eu estava apreensiva de abraçá-la. Claramente não seria um abraço comum, ela sabia o que estava fazendo, mas eu não sabia… Só me restaria confiar né?
Com um misto de emoções e incertezas, eu me aproximei de Boreal. 
Os olhares de Armin e eu se encontraram, ambos cheios de lágrimas e dor. 
Sabíamos que o momento era crucial, que tudo estava prestes a mudar.
Com um suspiro profundo, eu me entreguei ao abraço de Boreal. Era um abraço carregado de significado, de confiança e de uma responsabilidade imensa.
À medida que nossos corpos se uniam, senti uma conexão profunda, como se estivéssemos fundindo nossas essências. 
"Estamos juntas nessa, Boreal", sussurrei com determinação enquanto fechava meu olho.
"Vamos enfrentar o desconhecido, moldar a realidade e encontrar uma solução para todos os problemas que criamos. Não importa o quão difícil seja, não importa o peso da responsabilidade. Nós temos o poder de fazer a diferença."
Boreal assentiu com serenidade, seus olhos transmitindo uma confiança renovada. "Sim, juntas podemos superar qualquer obstáculo. Vamos usar nossa força pensamento para construir um futuro melhor, um mundo onde todos os danos sejam reparados, onde a paz e a harmonia prevaleçam. Vamos unificar as linhas e acabar com isso tudo." ela dizia.
Ali eu notei que eramos uma só.
Nós conversávamos, mas era dentro de nossa mente.
Eu pude acessar todo o sofrimento que ela viveu, e vice-versa.
Aquele local que nos encontrávamos não era a realidade. 
Foi tudo muito rápido pra quem estava de fora, mas pra gente pareciam horas de conversa em nosso subconsciente.
Armin, ainda chorando, observava nossa união com uma mistura de emoções.
As lágrimas continuavam a escorrer pelo rosto de Armin, mas agora eram lágrimas de alívio e esperança. Era como se um fardo imenso tivesse sido retirado de seus ombros, enquanto ele depositava sua confiança em nós.
Boreal e eu eramos uma só.
Eu sabia o que ela pensava e vice-versa.
Era muito poder, era muito estranho… Foi o Armin que criou isso…?
Armin, ainda emocionado, observava a união entre mim e Boreal com uma mistura de emoções. 
Seus olhos inchados de tanto chorar expressavam alívio e esperança, porém, culpa também.
De qualquer forma, era como se um fardo imenso tivesse sido retirado de seus ombros, enquanto ele depositava sua confiança em nós. 
Boreal e eu nos fundimos em uma só entidade, compartilhando pensamentos e emoções. Era um poder extraordinário, algo que jamais poderíamos ter imaginado. Não tem mais retorno.
Mas Armin sabia que foi ele quem desencadeou essa transformação. "Eu... Eu sinto muito por tudo isso", Armin murmurou, tentando conter as lágrimas. 
"Eu não tinha ideia do que estava fazendo, do poder que eu estava mexendo. Mas agora... agora vocês têm a resposta. Vocês têm a chave para corrigir tudo. E eu só atrapalhei tudo…" Eu olhei para Armin, compreendendo o peso de suas palavras. Apesar de todas as consequências devastadoras, ele ainda era parte de nós. 
A dor e o remorso em seu rosto eram evidentes, mas também havia um brilho de esperança. Ele confiava em nossa capacidade de solucionar os problemas criados. "Armin, você não está sozinho nisso", eu disse, minha voz ecoando em sua mente. "Você não pode carregar toda a culpa sozinho. Nós três estamos unidos agora, e juntos encontraremos uma solução para reparar os danos que foram feitos." Armin assentiu, as lágrimas ainda escorrendo por seu rosto. Era um momento de reconciliação e de busca por redenção. 
"Eu estou disposto a fazer o que for preciso para consertar tudo isso. É o que vim fazendo…", Armin disse. 
"Eu aprendi com meus erros." ele completava.
"Eu... Eu não posso acreditar que isso tenha acontecido", Armin murmurou, sua voz carregada de exaustão. "Tudo o que eu queria era encontrar respostas, entender o universo, ajudar a Boreal, mas acabei causando tanto sofrimento pra todos, especialmente pra quem eu mais tentei proteger... Eu sinto muito." Eu pude sentir a sinceridade em suas palavras. Boreal e eu, unidas em pensamento, compartilhávamos o mesmo sentimento. Através dessa fusão, pudemos compreender a extensão do arrependimento de Armin e seu desejo genuíno de consertar as coisas.
Eu sentia as lagrimas escorrerem do meu rosto, mas essas lagrimas não eram minhas, eram dela, da Boreal original.
Ela chorava em agonia.
Deixei que seus sentimentos tomassem conta de meu ser e ela foi até ele acenando pra as pessoas na porta entrarem em silêncio.
“Eu sei como consertar tudo. Eu sou Deus, por enquanto pelo menos, a’te eu resetar tudo. Eu só tenho duas opções. Apagar tudo e começar do zero ou deixar que tudo que apague e toda a existência de tudo que vivemos suma pra sempre.” eu dizia de forma audível pra todos no local.
Eles prestavam atenção, porém, Armin do presente em um momento de descontração mal colocada como sempre falou “Deus ex machina? Sério? Simples assim? É assim que nosso anime vai acabar?” a vontade de bater não foi pouca.
“Não Armin, não é simples assim. Isso estava escrito desde o início. Essa jornada nunca foi sobre alienígenas ou um milagre salvando o mundo Armin. Essa jornada no fim foi somete pra mostrar que temos que aceitar a realidade como ela é e somente seguir em frente. Foi por tentar mudar tudo que tudo chegou onde chegou. 
Foi por você não aceitar meu luto e tristeza que eu cheguei no estado que cheguei. Talvez se tivesse me respeitado e apoiado eu tivesse me curado, assim como a outra Boreal.” ela dizia usando o corpo que agora era nosso.
Pelas reações creio que conseguiam distinguir quem estava falando.
Armin ficou em silêncio e engoliu seco.
“Nós destruímos tudo juntos. Não foi você nem fui eu sozinha, mas os dois juntos. Esses anos todos tudo teria se solucionado se só seguíssemos em frente ao invés de tentar mudar tudo.
Eu queria deixar de existir nesse plano, queria dar um jeito de voltar pra minha dimensão pra arrumar a vida de todos aqui, enquanto você Armin, queria me dar uma felicidade plena sem perdas e nenhum problema na vida. Essa jornada toda não é definida por uma simples maquina do tempo ou um poder cósmico. Parece complexo, mas é tudo muito simples. Quantas realidades nossas não terminaram diferentes?” falei.
“Lutamos contra anormalidade, tristezas, contra as coisas estranhas, mas, convenhamos, tudo sempre foi do mesmo jeito até chamarem atenção pra essas coisas.
Notou que as coisas era muito mais estranhas no início de tudo? Tudo parecia mais caótico. O simples fato de eu ter virado a chavinha e tratado tudo com naturalidade transformou tudo em algo natural. Justamente por isso que com o passar do tempo elas foram se tornando comuns e melhores, se tornando “normais”. Porque eu as encarei diferente.
Normalidade é definida por frequência, por maioria, quando tudo aquilo que era estranho se tornou cotidiano, e quando todos na situação entenderam onde se encontravam as coisas começaram a se alinhar. Só devíamos ter seguido aquele fluxo, mas desde o início eu corria atrás de regular as coisas aos padrões sociais e humanos. Quando convenhamos? Não eram coisas que sequer afetam os demais a minha volta até então.” completei. 
As pessoas ao nosso redor ouviam atentamente, absorvendo cada palavra que Boreal expressava através de mim. 
Era um momento de revelação e compreensão, onde todos começavam a perceber a verdadeira natureza de nossa jornada.
 Armin, ainda abalado pelas palavras de Boreal, parecia refletir sobre suas ações e a maneira como tentou controlar e moldar a realidade de acordo com seus desejos.
Ele se deu conta de que a busca por uma felicidade plena e livre de problemas não era o caminho certo, mas sim aceitar a realidade e seguir em frente. 
"Você está certa, Boreal. Nós tentamos mudar tudo, fugir das dificuldades e dos problemas, mas no fim só causamos mais destruição. A jornada era sobre aceitar a realidade e encontrar a paz dentro dela", Armin finalmente reconheceu.
Enquanto as palavras de Boreal ecoavam no ar, uma sensação de calma começava a se espalhar pelo local. Era como se todos ali estivessem conectados, compartilhando o mesmo entendimento e dispostos a seguir adiante.
Olhei para Armin, vendo nele uma mistura de arrependimento e esperança. "Armin, você não está sozinho nisso", sussurrei, permitindo que minhas palavras ecoassem em sua mente mais uma vez. 
"Todos nós cometemos erros, mas também temos o poder de corrigi-los. Juntos, podemos encontrar uma solução e construir um futuro melhor." Armin olhou para mim, seus olhos expressando uma nova determinação. 
"Sim, juntos podemos superar isso. Eu aprendi com meus erros, e agora é hora de fazer o que é certo", ele afirmou, suas palavras cheias de convicção. 
Boreal e eu, unidas em pensamento, compreendíamos que a jornada não era sobre poderes cósmicos ou máquinas do tempo, mas sim sobre aceitação e crescimento pessoal. Com as pessoas ao nosso redor, prontas para seguir adiante, sabíamos que tínhamos a responsabilidade de reparar os danos causados e construir um futuro em que a paz e a harmonia prevalecessem… Dentro do possível, é claro.
O destino do universo estava em nossas mãos, e juntos, todos nós estávamos prontos para enfrentar o desconhecido, aprender com nossos erros e moldar a realidade de uma maneira que trouxesse esperança e felicidade para todos.
O “anime” que Armin mencionou, afinal, não seria o fim de nossa história, mas apenas o começo de uma nova jornada em busca da redenção e do verdadeiro significado da vida.
“Eu sinto o poder percorrer meu corpo. E é isso gente. A partir daqui eu vou só… resetar tudo, até acabar com todas as linhas.” falei respirando fundo.
“Isso significa que… vamos esquecer de tudo…?” Bia falou tímida.
“Eu pensei em… deixar um mecanismo em nosso cérebro pra após o reset recuperarmos nossas memorias daqui um tempo… É a única forma que encontrei de nos permitir viver bem…” quando eu falei isso todos se encararam apreensivos.
“Vamos então… esquecer tudo isso… por um tempo?” Nathaniel tomou frente.
“Sim… Não sei o que vai acontecer. Eu vou distribuir as novas vidas pra cada um de nós e apagar tudo. Mas vou deixar uma data específica pro nosso despertar, pra que não cometamos os mesmos erros de agora. Eu posso arrumar tudo, mas eu não sei como o mundo vai caminhar depois que eu deixar de ter esses poderes. Isso aqui é temporário. E esse universo está destruído já.” falei.
“Eu vou… esquecer de você…?” Armin falou apático.
“É temporário Armin. Vamos nos lembrar depois.” falei.
“E se… até eu lembrar você tiver morrido…? Ou se tiver casada com alguém? Ou se—”
“Armin, lembre-se, a lição: seguir em frente.” falei firme enquanto o encarava.
“Vocês… podem me falar o que querem pra vida de cada um de vocês. Pensei em unir algumas versões nossas assim como a Boreal original fez comigo. Assim como posso fazer uma vida completamente nova pra quem já era alguém, tipo Armin do futuro, presente e passado serem pessoas diferentes.” eu dizia.
“Eu posso ser irmão de verdade do meu irmão?!” Alexy dizia.
“Sem dúvidas!” eu sorri.
“Nesse caso era melhor deixar ele pra deixar de existir…” enquanto Armin falava isso em tom de brincadeira Alexy batia nele, descontraindo o clima.
“...Mãe…” Rémy tomou frente.
Eu pude sentir a Boreal dentro de mim chorando horrores de ver ele ali, com ela, aquele filho que ela nunca teve a chance de conviver.
Ver o Rémy na minha frente me fez pensar que ele queria uma vida feliz, quem sabe com a Vio? Mas quando ele fez o pedido eu só… entendo sabe?
“O que deseja pra sua vida nova Rémy?”
“... Eu quero que apague tudo. Eu não quero participar do despertar…” quando ele falou isso eu confesso que gelei a princípio.
“Não entendo… por quê?” perguntei inicialmente confusa, mas logo entendendo.
“Não me entenda mal… eu amei conviver com vocês todos, mas, eu tenho muitas memórias ruins. Eu vivi maior parte da minha vida viajando no tempo, seguindo um caderno e cometendo crimes, eu não quero lembrar disso eu só quero… ser uma criança normal. Eu quero continuar sendo seu filho mas… Não quero ser um adulto com essas memórias, eu quero ser uma criança sem memórias, eu quero a chance de começar a vida do zero… se puder.” eu fiquei apreensiva a princípio por achar que ele não queria mais ser meu filho, mas ao entender, eu tive paz…
Só o abracei. Eu sei o que ele passou, e provavelmente não sei nem metade. Tudo que prometo dentro da minha mente foi que daria uma vida maravilhosa pra ele, e definitivamente na linha do destino dele eu escreveria que ele seria meu filho.
Eu não sei com farei isso, como farei pra que ele seja meu filho novamente, especialmente sem memória alguma, mas definitivamente ele será.
“Serei a melhor mãe do mundo, eu prometo…” eu cochichei enquanto o abraçava forte.
Meus pensamentos logo foram interrompidos pela Vio falando comigo.
“Boreal… eu sei que não sou a Violette verdadeira da sua linha, mas, já que eu morri lá, eu posso te pedir pra… não apagar minhas memórias? Mesmo eu não sendo a original da sua linha?”
“Violette, não tem isso de original mais. Se você quer isso, de preservar suas memórias, assim será feito.” eu sorria pra ela.
“O-Obrigada… Eu realmente não quero esquecer de vocês, especialmente do Rémy. . . Sei que ele pediu pra ter as memórias apagadas, mas eu quero poder preservar nossos bons momentos e quem sabe poder revivê-los com ele de outra forma.”
“Sabe que ele será uma criança né? Ou quer voltar como criança também?” falei séria.
“S-Sim! Eu sei!! N-não quero voltar criança não! Eu não estou falando de nada nesse sentido Boreal!” ela falava nervosa enquanto eu ria.
“Mas. . . Quero poder mostrar pra ele meus desenhos, ensinar pra ele sobre flores, ficar horas conversando ou só em silêncio sentindo o vento bater na nossa pele, e ver ele se tornar um rapaz ainda mais incrível do que o que eu conheci… D-Desculpa falar essas coisas do Rémy… Que vergonha…“ ela falava se contendo e me fazendo rir.
“Eu agradeço que tenha sido uma das únicas pessoas que deu essa chance pra ele Vio. Obrigada por ver nele o que nem eu fui capaz de enxergar. Pode deixar. Serei grata.”
E nós duas nos abraçamos. 
Em seguida ela foi até o Rémy o abraçar também.
O clima de despedida estava nos consumindo.
“Algum pedido especial a mais?” quando falei isso Castiel levantou o braço desesperado, eu já estava pronta pra gritar com ele, sabia que vinha merda.
“Pode me trazer de volta com um dedo que funciona como maquina de tatuagem?” ele falava empolgado.
“Claro que posso Castiel. Mas obviamente não vou!” como eu disse, eu sabia que gritaria.
“PORRA! PORQUE SEMPRE COMIGO?! NA MINHA VEZ NUNCA POSSO NADA! QUE MERDA!” Ambre na mesma hora o cortou e falou comigo.
“Posso pedir pra que ele venha com cérebro depois do reset?” Ambre dizia me fazendo conter um riso.
“Posso tentar… Mas acho que isso está fora da lista de coisa que consigo fazer com poderes cósmicos e fenomenais.” obviamente ouvia o Castiel gritar o triplo.
“Eu quero voltar com cara de protagonista de anime.” Armin dizia.
“Cala a boca seu fedido.” Alexy dizia.
“No mínimo eu podia voltar com a cara do Lysandre. O cara era o mais bonito do grupo.” quando o Armin disse isso todos concordaram.
“Bem, mas saiba que se vier com a cara do Lysandre eu vou te enfiar a porrada sem dó.” Castiel dizia.
“E eu não sentirei medo de te odiar.” eu completava.
“Beleza, deixa essa ideia pra lá… mas o que vai ser do Lysandre então?”
“Vou tentar mover os pauzinhos pra que o Ariel fique com a Priya. Ela é muito apegada a ele, assim, talvez apagando tudo, quem sabe não consigamos dar uma segunda chance pra ele igual farei com o Rémy?” respondi.
“Eu quero ser irmão do Castiel! Por favor!” o Azriel dizia fofamente.
“Porra porque meu irmão?!” ele gritava.
“Porque eu amo ter sua cara e amo você Cassy!” Azriel completava.
“Mosso grupo vai ter o terceiro par de gêmeos, que legal.” Bia dizia rindo.
“E agora vai poder pegar o Az a vontade sem culpa, finalmente hein Bia?!” Alexy falava rindo horrores enquanto a Bia entrava em colapso de tanto rir.
“Agora que pensei, Boreal, como fica o resto do pessoal que nos acompanhou e ficou pra trás? Rayan, Sophie, etc…” Nathaniel questionava.
“Eu darei um bom destino a todos… pelo menos, até onde eu puder, eu só terei controle na criação do universo novo, o que o destino fará eu não terei culpa, me esforçarei pra dar uma vida que não faça com que ninguém termine em sofrimento. Pelo menos vou tentar… Meu pai Eliott eu pretendo mantar-lo vivo e devolvê-lo suas memórias.” quando falei isso Dake tomou frente.
“Teria como apagar somente… meu tio?” quando ele falou isso todos ficaram em silêncio.
Era um assunto bem sério e tenso.
“Claro Dake… de referência apagar aquele crápula da realidade…” respondi indignada.
“Kentin vai voltar?” Armin perguntou.
“Obviamente! Quero dar a melhor vida pra ele. Compensar tudo que ele viveu… Ele com certeza terá o despertar! Eu não quero perde-lo de novo…” era horrível pra mim falar do Ken.
“Mais alguém tem algo a pedir? Nath? Bia?” questionei.
“Eu só não quero esquecer de nada.” Bia dizia.
“Eu… também não quero esquecer de absolutamente nada.” ele dizia com aquele olhar gentil de sempre.
Armin do futuro estava isolado, mas sorria pra todos.
“Armin?” eu questionei.
“Posso não ser fundido com o Armin ?” ele dizia.
“Ah, quer ser uma pessoa a parte  Assim como o Alexy e o Azriel? Eu posso faz–”
“Não, eu quero deixar de existir como eu mesmo.” quando ele falou isso todos se silenciaram. Afinal, todos adoravam o Armin do futuro.
“Hã…? Armin…?”
“Eu sei que você pode fazer o que quiser mas… Eu realmente quero só descansar em paz entende? Nada de vida nova ou de apagar minhas memórias antigas. Só, sumir sendo eu mesmo.” ele estava com um rosto que transmite paz, ele não parecia falar no impulso.
“Mas, por quê?!” Rémy gritou surpreso.
“Eu já vi de tudo, já vivi de tudo, e já fiz de tudo. Eu realmente só quero poder finalmente desaparecer. Eu alcancei meu objetivo no fim das contas, estou satisfeito. Por favor, Boreal, é tudo que peço. De coração. Me deixe descansar em paz.”
“...“ Eu tremia, mas eu entendia o que ele queria, e com grande dificuldade eu decidi dar o ele me pediu. 
Balancei minha cabeça positivamente depois de muito tempo, eu sequer conseguia olhar pra seu rosto.
Mas ele se aproximou de mim, e levantando meu rosto ele agradeceu.
“Obrigado… Por fim, tenho um último pedido. Avisa pra Boreal o quanto eu amo ela tá?” ele dizia pra mim me encarando no olho com paz.
Uma atitude que o Armin mesmo do futuro tem dificuldade de manter, mas que ele conseguiu.
Era como se ele procurasse a Boreal dele em mim, e eu sei que ela recebeu a mensagem dele. Porque as lagrimas que soltei eram dela, não minhas. Eu podia sentir.
“Ela está aqui, pode falar. Somos uma só Armin.” eu dizia.
Armin soltou mais algumas lágrimas antes de me tomar nos braços e me beijar.
Aquele beijo não me pertencia, e eu conseguia sentir aquilo, aquele beijo era direcionado a Boreal original.
E toda a intensidade do beijo não partiu de mim, e sim dela.
Depois de tanto tempo, eles se tocaram uma última vez, em sua despedida…
Após o beijo, Armin repetiu que me amava, e em seguida direcionou sua atenção pra mim, enquanto se acalmava.
“Eu quero ser desfeito logo, por favor…” ele dizia.
“Agora… de uma vez?” perguntei.
“Quanto antes melhor.” quando ele disse aquilo eu fiquei apreensiva, era como matar uma pessoa muito importante. Mas… eu o entendo, e eu não posso obrigá-lo a viver mais, especialmente depois dele ter já vivido acima do esperado.
Eu estava pronta pra faze-lo desaparecer.
“Posso fazer duas perguntas antes?” eu questionei tocando seu ombro, ele só assentiu com a cabeça.
“Porque um quarto branco?”
“Eu queria… que ela sentisse paz. Eu deixei várias tintas no canto pra caso ela quisesse colorir o quarto como uma grande folha em branco, mas a Boreal nunca quis…” a resposta dele tinha sentido.
“Oh… entendo… E porque força pensamento? Porque insistiu nisso?” perguntei.
“Porque eu notei o padrão lá atrás com o Castiel e o Nathaniel. Eu nunca tive certeza que funcionaria nesse caso, mas estava certo que já havia funcionado com os dois. Logo, existia. Na nossa vida caótica não tinha porque eu ignorar isso e agir como se isso fosse impossível de acontecer.”
“Entendo… obrigada por tudo e todas as respostas…” eu falei.
Ficamos em silêncio um tempo até eu tomar coragem de tentar usar os tais “poderes” pra apagar a existência dele.
Eu chorava, mas vi que estava funcionando.
Meu choro era mais intenso que o normal, pois não eram só minhas lagrimas, mas as lagrimas de duas Boreais…
Todos estavam tensos no local olhando ele desaparecer pouco a pouco.
Pude notar vários de nossos amigos chorando, mas ninguém, nem mesmo Castiel falou nada.
Só aceitaram a escolha do Armin em silêncio.
É… acabou…
Ficamos em longo silêncio na sala.
Eu me direcionei aos meus amigos ao ouvir a voz do Castiel que finalmente falou após o longo silêncio de luto.
“Vamos combinar que quando recobrarmos a memória vamos todos nos reunir no parque de Dinard? Como nos velhos tempos!” Castiel dizia tentando animar o local.
Todos concordaram na mesma hora. Então estava feito, quando tivéssemos os despertar iriamos todos estar presentes no parque.
Tenho muito medo do que vai acontecer após esse reset mas… Mesmo com medo irie seguir em frente.
Sempre seguir em frente.
Nunca mais deixar tudo sair do controle como aconteceu…
Por fim, todos deram um abraço em grupo.
Pude notar desconforto no rosto do Armin mas ainda assim ele não tentou sair do abraço, mas também não conseguia retribuir.
Ele estava muito, mas muito melancólico mesmo.
“Antes de reiniciar tudo, gostaria de escrever no diário uma última vez, pode ser? Sei que o diário vai desaparecer mas… Quero sentir isso uma última vez.” E todos se afastaram e começaram a conversar entre si uma última vez antes do reset enquanto caminhavam pra porta.
Armin era o único que ainda não havia se retirado da sala, era o último a se despedir.
"… ainda vamos nos ver… né?" Armin dizia encostando sua cabeça na minha.
"Com certeza… em poucos minutos."
“... Você tem certeza…?” eu podia sentir a voz dele tremendo enquanto ele falava.
“Tenho Armin. . . Seu sacrifício não foi em vão. O sacrifício de nenhum dos nossos amigos foi.”
"... Obrigado por tudo…" ele falou abaixando a cabeça e desviando o olhar.
"Eu quem agradeço Armin. Bem, até logo" falei dando um último beijo nele.
“Você vai ver como vai ser rápido…” falei cochichando pra ele.
"E-eu te… te amo" ele falou com grande dificuldade me fazendo temer por uns segundos que tudo poderia dar errado, afinal. É minha vida.
“Eu também.” eu me continha pra não chorar enquanto o respondia.
Por fim, ele também se retirou, e ficou só eu e você meu diário.
O poder existe, e eu sei, pois usei do Armin do futuro, mas e ai?
Todo resto vai dar certo?
Armin tem razão, e se minha vida for diferente? E se eu morrer antes do despertar? E se eu casar com outra pessoa quando lembrar do Armin?
Eu não tenho que pensar nisso agora… É importante…seguir…em frente…
Eu, estou nesse exato momento escrevendo uma última vez.
Provavelmente nunca mais vou ver esse diário, e tudo isso está sendo atoa, mas… passei tanta coisa contigo que eu quero escrever essa ultima vez minhas aventuras.
Minha última aventura que depois desse reset nunca vai ter existido.
Se tudo der certo, serão apenas lembranças em nossas mentes.
Foram os anos mais loucos da minha vida e provavelmente da vida de qualquer adolescente
Mas agora, tudo vai acabar.
Obrigada por ter me feito companhia todos esses anos.
Obrigada por ter vibrado comigo, chorado comigo e torcido pela minha felicidade e dos meus amigos comigo.
Esse ciclo se encerra pra começar outro muito melhor.
E se não for tão melhor, tá tudo bem também, vou só levantar a cabeça e seguir em frente.
Mudar o passado não fará as coisas melhores, pelo contrário, pode acabar com quem sou eu e até mesmo com a realidade como vimos…
Eu definitivamente aprendi a aceitar as coisas como são.
Devemos deixar que as pessoas morram, deixar que as coisas ruins aconteçam pra dar chance pra que coisas boas possam vir a acontecer.
E quanto mais a gente tenta impedir isso, pior fica, mais doloroso é, e era isso que eu e todos devíamos aprender.
Eu precisei comer o pão que o diabo amassou pra entender algo que parece tão simples, mas que é tão difícil de pôr em prática…
Bem, eu estou pronta.
Acho que tá na hora de ir com meus amigos e resetar tudo.
Espero que nossa nova vida seja incrível e que sejamos todos felizes, e caso algo ruim aconteça, vamos só aceitar o fluxo das coisas como elas devem ser…
Adeus, diario.
Tumblr media
[<< CAPITULO ANTERIOR] ✖ [PROXIMO CAPITULO>>]
11 notes · View notes
AVISO SOBRE O ULTIMO CAPITULO
Desculpem pela fic atrasar.
Sei que é o utlimo capitulo, mas justamente por isso que não quero que a imagem saia toda cagada, quero por carinho na imagem.
Aconteceram umas paradas muito pesadas comigo e eu não consegui finalizar a imagem a tempo, mesmo com tudo pronto todos esses meses, essa imagem especifico eu enrolei pra terminar e ai estourou essas bombas aqui comigo e terminei não conseguindo finalizar a tempo, foi mal.
Tô passando muito mal, então vou deixar pro próximo sabado sem falta.
Ta tudo pronto, só falta literalmente essa imagem... Desculpa novamente o transtorno.
É bom que da mais tempo pra despedida lol
4 notes · View notes
Capitulo 209
Tumblr media
Eu podia sentir uma bola na garganta durante todo o dia.
Eu estou em um quarto branco nesse exato momento, escrevendo pela última vez… Depois disso, acabou.
Então, diário, aqui vão minhas últimas palavras, a narrativa da minha última aventura, porque após isso, após esse ultimo texto, creio que… tudo irá acabar.
Provavelmente não terei você em mãos mais.
Rémy sabia cada esconderijo do bunker, e ele quem nos guiava.
Aparentemente, de acordo com as visões que eu tive ele identificou o local onde minha eu original se encontra. Ou tem uma ideia…
“Nesse exato momento eles sabem que estamos aqui dentro, mas não sabem onde, já que estamos escondidos e a Debrah apagou todos os dados referentes a gente.” Rémy dizia.
“E o que faremos? Como chegamos onde está a Boreal original?” questionei.
“Temos que encontrar o caminho secreto que leva até a sala do servidor central. Lá é onde a Debrah guarda todas as informações importantes, incluindo a localização da Boreal original. Ela deve ser uma das únicas pessoas que tem acesso a essa informação. Afinal, ela é uma máquina aqui.” Rémy respondeu com confiança.
“Temos que pensar de maneira avançada, o Armin do futuro nos traiu, ele pode ter contado parte do plano que ele pescou pro Armin líder do bunker e eles podem ter deletado todas as informações da Debrah.” Armin dizia.
“Eu já havia cogitado isso… Mas o Rémy parece ter alguma noção ainda assim.” Armin do passado falava.
“Então?” Castiel se metia.
“O caminho secreto pra sala de controle. Eu posso garantir que o Armin do futuro já me levou lá, ou pelo menos em um local parecido com o que a mãe descreveu.” ele falava.
“Mas como encontramos esse caminho secreto?” perguntei, preocupada. 
“Eu tenho uma ideia. Na verdade, uma visão. Eu vi um painel secreto na parede da sala de armazenamento. Acredito que ele leva ao caminho secreto.” Rémy explicou. 
“E como chegamos até lá?” indaguei novamente.
“Precisamos passar pelo laboratório. Eu vi algumas câmeras lá, mas acho que consigo desativá-las.” Rémy disse, confiante, sabendo que conhecia o local como a palma de sua mão.
Então, decidimos seguir em frente. Rémy nos guiou pelo bunker, evitando as áreas onde sabíamos que havia segurança. Chegamos ao laboratório e Rémy conseguiu desativar as câmeras.
Haviam sirenes tocando em todo canto, e uma confusão completa.
Avançamos pela sala de armazenamento e, conforme Rémy havia previsto, encontramos o painel secreto na parede. Ele realmente conhecia bem o bunker.
Ele digitou alguns códigos e a parede se abriu, revelando uma escada que levava à sala de controle. 
“Foi o Armin do futuro que te mostrou isso?” questionei.
“Sim. Ele dizia ser uma saída de emergência pra caso algo acontecesse.” 
“Significa que ele sabe dessa passagem…?” Azriel perguntou aflito.
“Sim ele sabe” Rémy respondia.
“E se isso for uma armadilha Rémy?! Se ele sabe como podemos confiar que—”
“Não temos outra alternativa ok? Só quero… confiar que o Armin não vai nos matar… Quero confiar na primeira pessoa que me estendeu a mão…” ele dizia descendo a passagem sem olhar pra ninguém. Eu pude sentir tristeza em seu timbre mesmo sem olhar seu rosto.
Descemos a escada com cuidado e chegamos ao final, encontrando a porta trancada.
Rémy tirou uma ferramenta do bolso e começou a mexer na fechadura, enquanto eu e Armin ficamos atentos para possíveis ameaças. 
Após alguns minutos, Rémy conseguiu abrir a porta e entramos na sala de controle.
A sala era enorme, com telas gigantes que mostravam todos os cantos do bunker, desde as áreas de segurança até os dormitórios, distritos, ruas, tudo, exceto por de onde viemos. 
“Então o Armin velho não tem acesso à passagem que viemos, só o do futuro?” Nathaniel questionou olhando as filmagens, enquanto Rémy afirmava positivamente.
No centro da sala estava uma mesa de controle com diversos botões e painéis, e era ali que Debrah, a inteligência nada artificial que controlava o bunker, ficava.
“Ok, agora o que fazemos?” perguntei, enquanto olhava ao redor da sala.
Rémy caminhou até a mesa de controle e começou a digitar alguns códigos, enquanto explicava: “Precisamos encontrar as informações sobre a localização da Boreal original. Provavelmente elas estão em um dos servidores aqui.”
“Dois Armins são melhor que um, vamos te ajudar acelerar isso logo, precisamos sair daqui urgente.” Disse o Armin do passado e do presente se aproximando do painel com o Rémy.
Enquanto Rémy mexia nos códigos, eu olhei para Armin e vi a preocupação em seus olhos. Ele sabia que a situação era perigosa e que uma falha poderia significar o fim de tudo.
Todos exploravam a sala, mas se mantinham em estado de alerta.
Eu notei que estavam aguardando o escan completar, mesmo com uma maquina avançada eles estavam tendo dificultade pra acessar e escanear as informações que queriam.
Eu então decidi puxar assunto com o Armin do passado.
“Armin, poderia me explicar melhor toda a confusão com o Lysandre? Sei que isso já passou, e não tem mais nada a ver com o que estamos passando, mas… eu gostaria de entender…” eu disse olhando pra pequena versão do Lysandre abraçado com a Priya.
“O que quer saber exatamente?”
“Tudo. Como ele roubou sua máquina e estava viajando? O Ariel? Qual era o objetivo disso de verdade?”
“É confuso pra mim também… Eu acredito que ele estava preso no tempo que estávamos presos esse tempo todo interceptando as mensagens do meu irmão e minhas pra poder voltar. Como nunca dei atenção pra o que ele fazia ou deixava de fazer, ele nos deu essa apunhalada com grande facilidade, erro meu. Até que ele abertamente roubou como viu…”
Eu voltei a ficar em silêncio, e enquanto esperávamos começamos a falar de coisas aleatórias.
Sonhos futuros, historias passadas, etc.
Como estávamos falando sobre sonhos futuros, eu estava curiosa sobre o futuro de todos os meus amigos.
“Eu só… queria paz. Viver uma vida pacifica e comum em um jardim bonito.” Rémy dizia triste.
“Mas não tem nenhum sonho? Tipo uma profissão? Só jardineiro?” perguntei.
“Não tem como sonhar com algo assim quando eu nunca tive o básico… Eu só quero uma vida comum. O resto são consequências.” aquilo mexeu comigo de uma forma…
“Eu quero muito viajar o mundo! Tirar fotos com tudo que é bicho diferente e viver muita coisa diferente.” Castiel dizia empolgado. Bem a cara dele.
“E você Nath? Tem inúmeras formações desde novo, pode escolher o que quiser.” eu brinquei.
“Hoje sabemos que ele tem várias formações por causa da máquina do tempo, esse cheater.” Armin resmungava fazendo todos rirem.
“Como falaram, eu posso ser o que eu quiser, então por agora, eu concordo com o Rémy, quero paz antes de tudo.” acho que no momento atual todos queremos…
Nath já havia respondido essa pergunta, então decidi perguntar para Ambre.
“O que você quer ser quando crescer?”
“Herdeira” ela respondeu.
…E o silencio pairou.
O clima era de descontração pra ser sincera, mas não durou muito.
“Rémy, como está indo?” perguntei, tentando manter a calma.
“Estou quase lá...” ele respondeu, enquanto digitava freneticamente.
De repente, ouvimos um barulho alto vindo de fora da sala. Olhamos para a porta e vimos que havia um grupo de soldados tentando arrombá-la.
“Precisamos sair daqui agora!” gritou Armin.
Rémy apertou um último botão e as telas da sala de controle se apagaram. Ele se virou para nós e disse: “Eu consegui. A localização da Boreal original está no servidor número 3. A Debrah do servidor parece estar nos ajudando de alguma forma. Precisamos sair daqui o mais rápido possível.”
Corremos em direção à escada e subimos as pressas. Quando chegamos ao topo, vimos que a porta que dava acesso à sala de armazenamento estava cercada por soldados. Não havia como sair por ali.
“E agora?” perguntei, desesperada.
Rémy olhou ao redor e avistou uma janela que dava para o lado interno dos experimentos do Alexy. “Por aqui!” ele gritou.
Corremos em direção à janela e a quebramos com um chute. Escalamos o muro que havia do outro lado e caímos no chão perto de vários contêineres. Olhamos ao redor e vimos que estávamos em uma área deserta.
“E agora?” Violette perguntou ofegante.
“Agora, precisamos encontrar a Boreal original e acabar com isso de uma vez por todas. Mas precisamos de um computador pra acessar a Debrah mais uma vez, e o único está cercado de guardas agora.” disse Rémy, determinado.
Armin do passado socou uma mesa com raiva da situação.
“Esse inferno nunca vai acabar…?!” ele falava alto.
“Armin, para de gritar por favor.” Alexy dizia.
“Porque várias versões se fundiram menos os Armins e Alexys afinal? Poderíamos ter um exercito mais poderoso!” Armin resmungava mais. 
Todos tentavam pensar em algo com muito medo, a qualquer hora iriam nos achar, era certo.
Foi quando, eu comecei a olhar em volta. 
Havia diversas portas ao redor daquela sala, e eu comecei a me perguntar o que poderia estar guardado ali. De repente, ouvi um barulho vindo de uma das portas. 
Eu me virei para olhar e vi um homem saindo de lá. “Gente, tem alguém ali!” eu disse, alertando-os desesperada. 
Eles se viraram e viram o homem também. 
Era o Armin do futuro, ele correu em nossa direção e começou a gritar. “O que vocês estão fazendo aqui? Como conseguiram chegar aqui?” 
Ficamos todos em pose de alerta, e sem responder nada.
Ele perguntou novamente, mas agora apontando para nós com uma arma. 
“Não somos inimigos. Estamos procurando informações sobre a localização da Boreal original.” Rémy dizia tomando frente e me deixando assustada.
“RÉMY! PARA!!” eu gritava.
“Boreal original? Você está falando da minha esposa? O que vocês querem com ela?” Armin falou. 
“Quer dizer que desde o princípio sabia que a Boreal não era a original?” Armin gritava apontando pra mim e tomando frente.
Armin do futuro direcionou a arma na cabeça do Armin do passado me deixando em panico.
“Por um bom tempo eu pensei que a Boreal fosse de fato a origem da original, mas ao ver que não haviam mudanças entendi que o tempo aqui não muda, só cria linhas alternativas. Então eu não SEMPRE soube, mas sei a algum tempo já.” ele não tirava a arma da cabeça do Armin.
“Entendi. Então vai continuar nisso tudo né seu covarde?” Armin gritava
“Por favor, Armin, pare de provocar ele!” eu estava aos prantos.
“Se ele realmente sou eu minimamente, ele não vai atirar.” Armin dizia enfrentando o seu eu do futuro.
O Armin do futuro hesitou por um momento, e abaixou a arma. 
“Você está certo. Eu não posso fazer isso. Eu não sou um assassino.” ele falou, visivelmente abalado.
“O que querem com a Boreal original?” ele perguntava.
“Nós precisamos encontrá-la. É uma questão de vida ou morte.” Castiel disse, tentando acalmar o Armin, que ficou em silêncio por um momento, olhando para nós com desconfiança. De repente, sua expressão mudou. “Tudo bem. Eu posso ajudá-los. Mas precisamos ser rápidos.” Ele disse causando surpresa em todos.
“E por que vamos confiar em você? Você já nos traiu uma vez.” Ambre gritava.
“Eu traí? Eu nunca entreguei vocês, como sou traidor? Não colaborar é diferente de trair” ele falava seco.
“E por que da mudança de ideia agora? Por que vai nos ajudar a ver a Boreal original?” Nathaniel dizia.
“... Acho que ela iria querer isso…” ele falava abrindo uma outra passagem e entrando.
“Boreal, acha que podemos confiar?” Armin questionou baixo no meu ouvido.
“Me diga você…” perguntei o deixando pensativo.
Até agora, mesmo o Armin que estava contra a gente, está a favor.
Ele deixa claro que quer a destruição de tudo, ele não esconde quais são seus planos, entretanto, ele deixa claro que está nos ajudando pra alcançar o plano dele.
Mas será que todos os Armins são assim sem exceção?
O Armin do futuro até então não passava nada pra se desconfiar…
Continuamos seguindo o Armin do futuro em silêncio, todos com expressões preocupadas e tensas. Eu não conseguia deixar de me perguntar o que mais poderia dar errado nessa missão, e se realmente poderíamos confiar no Armin do futuro. 
Depois de andarmos por alguns minutos, chegamos a uma grande sala, que parecia ser o centro do complexo. 
Por ele ser o Armin que estava mantendo a Boreal original, ele conseguia ir e vir normalmente, e nos infiltrava nos locais escondidos.
Nessa sala, havia uma grande mesa no meio, cercada por várias cadeiras, e um grande mapa do mundo na parede.
“O que é esse lugar?” perguntei.
“Somente uma sala de reuniões. Antes de leva-los preciso falar com alguém.” ele dizia se sentando.
“Armin! Não temos tempo pra essas gracinhas! Estão atrás de nós!” Eu gritei batendo na mesa.
Nessa hora a porta atrás do Armin do futuro se abriu, me dando um pequeno susto, e de lá saiu o Philippe, meu pai.
Eu sabia que meu pai trabalhava pro Armin velho, e aquilo me deixou apreensiva.
“Boreal…?” ele expressou surpreso.
“Velho, eu preciso da sua ajuda.” Armin do futuro dizia já se aproximando do meu pai.
“O que está acontecendo? O líder está procurando por vocês… Você sabe disso, Armin! Por que está com eles?” ele dizia se direcionando ao Armin do futuro.
“Eu decidi ajuda-los, simples.” Armin respondeu.
“ELES QUEREM IR ATÉ A SUA ESPOSA, VOCÊ SABE DISSO!” meu pai gritava.
“Sim. E eu cansei… Philippe, quanto tempo estamos só destruindo o que a Boreal tentou preservar? A Boreal não queria que nada disso acontecesse, se ela tá naquele quarto em estado vegetativo a culpa é inteiramente minha com essa loucura de mantê-la viva. Chega disso. Se a própria Boreal está aqui pedindo pra acabar com isso, acha que a sua filha, a minha esposa, não quer isso também?” Armin dizia.
E ali naquela conversa comecei a entender porque ele mudou de ideia.
“E por que justo agora mudou de ideia…?”
“Eu não queria aceitar essa ideia antes. Eu queria dar o meu melhor pra entregar o mundo perfeito pra ela. Mas eu falhei, e eu tô destruindo o que sobrou de mundo. Eu sou o verdadeiro vilão dessa historia Philippe. Eu nunca quis ser o vilão, sempre quis ser o herói, mas eu sou o vilão. Eu destruí tudo, eu manipulei pessoas e situações a meu favor, eu fiz tudo isso consciente do que estava fazendo. Eu passei por cima de TUDO por causa de um objetivo egoísta: Fazer a Boreal feliz. E sim, eu queria ela feliz porque isso me deixava feliz. No fim, eu queria ela feliz por minha causa. E olha o que aconteceu. Breve não vai ter mais nenhuma realidade… A Boreal com certeza não quer isso. Nós colocamos ela no centro de tudo a um ponto que ela se tornou o centro de tudo. A mera existência dela está mantendo a desordem no universo. E a culpa é toda minha.” ele falava calmamente.
“Se chamar de vilão é pesado.”
“Philippe. Todo vilão tem passado trágico. Isso não o faz menos vilão.” Armin dizia.
“O mocinho é o vilão em uma história contada do ponto de vista de um vilão. O que faz um vilão? Todos somos vilões na história de alguém Armin. Todos nós. E isso não justifica as suas ações, Armin. Você pode ter cometido erros, mas ainda há uma chance de consertar tudo isso. A prova que você está tentando ainda é tudo que acabou de dizer.”, disse meu pai, olhando para Armin com uma mistura de compaixão e decepção. 
Armin do futuro ficou em silêncio por um momento, absorvendo as palavras de meu pai. 
Ele parecia perdido em seus pensamentos, refletindo sobre suas escolhas e o impacto que elas tiveram em todos nós. 
Finalmente, ele suspirou e olhou para mim. 
Seus olhos estavam cheios de tristeza e arrependimento. 
“Boreal, eu sinto muito. Sinto muito por tudo o que fiz e por todos os danos que causei. Eu queria poder voltar no tempo e consertar tudo, mas sei que não posso, eu tentei, você viu, e olha o que aconteceu. A única coisa que posso fazer agora é ajudar vocês a encontrar a Boreal original e tentar fazer o que é certo.” 
Fiquei em silêncio por um momento, processando suas palavras. Eu podia sentir a sinceridade em sua voz e o peso de seu arrependimento. 
Apesar de todas as falhas e erros de Armin, havia uma parte de mim que ainda acreditava na redenção, como não acreditar afinal? Ele nunca mentiu a respeito de tudo isso.
"Armin, se você realmente quer fazer a coisa certa, nós precisamos confiar um no outro. Nós precisamos trabalhar juntos para ir até a Boreal original e desfazer todo esse caos que criamos", eu disse, olhando diretamente em seus olhos. 
Armin assentiu lentamente, seus ombros parecendo um pouco mais leves. 
"Você está certa, Boreal. Precisamos confiar uns nos outros e encontrar uma solução. Vamos acabar com isso e restaurar a ordem." Enquanto nos preparávamos para prosseguir em nossa missão, eu senti uma mistura de esperança e incerteza. 
Meu pai ficou em silêncio, respirou fundo, e nos mandou segui-lo.
Notei que o Armin deu um pequeno sorriso e falou ”obrigado Philippe” bem baixo enquanto andava ao seu lado.
“Tem guardas por todo canto. O Armin líder não desistiu e sendo sincero, eu duvido que ele vai desistir. Posso falar por convívio, aquele ali já se perdeu completamente. Ele é um bom homem, mas ele se perdeu completamente já e ele só vê vocês como peças, o único ser vivo pra ele é a Boreal original.” meu pai dizia.
“Então ele é capaz de nos matar…?” Bia perguntou assustada.
“Sem sombra de dúvidas. Ele tem guardas o suficiente pra isso, e com certeza estão avisados a respeito de atirar em vocês.” ele completou.
Senti a ansiedade tomar conta de mim.
Ouvi a porta atrás de nós se abrir, meu pai tomou frente enquanto nos trancava na sala de trás por onde iriamos sair de lá.
“O que desejam?” ele falava com alguém.
Armin do futuro nos guiava pra uma pequena saída secreta.
“Alexy criou essa passagem pra caso de emergência, ela passa por toda a cidade. O Armin líder não sabe dela, somente eu que descobri por acidente por culpa do Jade.” nessa hora o Jade deu um sorriso.
“Comprovando ainda mais que não são a mesma pessoa, afinal, ele lembraria não?” Nathaniel retrucava.
“Não necessariamente… Afinal, essa realidade é estranha, não sei mais como as realidades funcionam pra ser bem sincero.”
“Temos 3 genios no grupo, isso é incrivel. Como vocês 3 não se uniram ainda pra resolver tudo? Porra, to vendo que ser inteligente serve pra merda nenhuma.” Castiel resmungava.
“Como se fosse pratico assim né sua mula?” Ambre retrucou.
“MAS É PRATICO! UM CRIOU VACINA DE IMORTALIDADE, O OUTRO UMA MAQUINA DO TEMPO E O OUTRO TEM MAIS FORMAÇÃO QUE EXISTE DE FACULDADE, SE JUNTASSE OS 3 A GENTE DOMINAVA O MUNDO FACILMENTE!” 
Todos riram da afirmação do Castiel, mas a tensão ainda pairava no ar. Continuamos seguindo Armin do futuro pela passagem secreta, tentando manter o silêncio para não chamar a atenção dos guardas que poderiam estar patrulhando a área. O caminho era estreito e escuro, e tínhamos que tomar cuidado para não tropeçar em nada ou fazer barulho.
“Você sabe onde está a original não é? Qual a dificuldade de levar a gente até ela?” Dake falou após muito tempo de silêncio.
“Simples, o Armin líder não me deixará entrar. Mesmo que eu seja o marido daquela Boreal, ele está protegendo ela. Ele não confia mais em mim 100%, e essa pequena desconfiança é o suficiente pra que ele me embarreire de ver ela…” Armin falava em tom de lamento.
“MAS ELA É A SUA ESPOSA CARALHO! COMO ELE PODE CONTROLAR A VIDA DE VOCÊS DESSE JEITO?! E TU DEIXA CARA?!” Castiel gritava.
“...Eu só queria proteger ela…” Armin estava vulnerável de uma forma que nunca vi.
“Entendo, mas não é justo ele controlar a vida de vocês desse jeito. E se ela também não está feliz com isso?” Nathaniel questionou, em um tom mais suave que o de Castiel.
“Eu não sei, Nathaniel. Eu só queria protegê-la, mas agora parece que tudo isso só piorou as coisas…Já que agora ele não me permite sequer ve-la” Armin parecia estar lutando contra suas próprias emoções. 
“Mas se ela é a Boreal original, como ela pode estar com o Armin líder? Ele não pode permitir que o Armin original fique longe dela, certo?” Bia perguntou confusa. 
“É uma longa história, Bia. Uma história que, infelizmente, não tem um final feliz. O ponto é que ele enlouqueceu mais que a gente nessa obsessão de arrumar tudo, ele vive no automático e usa essa Boreal pra poder se manter vivo… Meio que como tenho feito.” Armin respondeu, com uma expressão de tristeza no rosto. 
“E é por essas e outras que eu tentei destruir tudo…” Armin do passado dizia apático, calando todos no local.
Continuamos seguindo pela passagem secreta até que finalmente chegamos à saída, que nos levou a uma rua deserta. Armin nos guiou até um beco próximo, onde nos pediu para esperar um pouco enquanto ele verificava a área.
Passados alguns minutos, Armin voltou para nos guiar até uma pequena casa abandonada. Ao entrar na casa, fomos recebidos por um cheiro forte de mofo e poeira. Era óbvio que aquela casa não era habitada há muito tempo.
“O que é esse local fedido?” Azriel perguntava.
“Uma passagem que não uso a tempos pra sala do líder. Alexy usava esse local pra dar festinhas e fazer experimentos simples. Cuidado, pois pode conter objetos cortantes por ai.” Armin dizia enquanto mexia em alguns livros.
“Como o Armin líder nunca desconfiou de nada? Essas passagens são enormes!” Daniel sinalizou.
“Simples, ele nunca desconfiaria do Alexy. Até porque o Alexy não fez isso pra algo ruim, só pra facilitar seu próprio percurso. Não importa a versão, o Alexy sempre será a pessoa que mais confio de todas, e ele é fiel a mim tanto quanto sou a ele em qualquer realidade.” Nesa hora notei o Armin do passado encarar o Alexy do passado mutuamente e o mesmo com o Armin do presente e o Alexy do passado… É linda a relação deles.
“Significa que o Alexy dono dessas passagens está do lado do líder?” perguntei.
“Sem sombra de dúvidas.” O meu Alexy já se foi…”
Após mexer em alguns livros, uma passagem se abriu.
“Nossa, que merda mais clichê. Tinha que vir do Alexy.” Armin do presente dizia apanhando dos dois Alexys do nosso grupo em seguida.
“Essa passagem vai dar na sala principal do Armin, e por lá, teremos acesso à sala da Boreal original. É por isso que eu não posso ir geralmente. É o quarto dele.”
“Ele“ guarda” a Boreal… numa passagem do quarto dele…?! Como assim?! ISSO É DOENTIO!” Ambre gritava.
“... O quarto dele é o local mais seguro do bunker, feito com aquele material especial, só que refinado e com uma proteção que vai além da minha compreensão, afinal, ele é o maior gênio de todas as pessoas que conhecemos, ele quem criou a máquina, lembrem-se disso.” Armin do futuro dizia.
Nós seguimos Armin do futuro pela passagem e chegamos à sala principal do Armin líder. 
O lugar era enorme e cheio de equipamentos de alta tecnologia. Havia telas por toda parte, mostrando imagens de diferentes lugares do mundo. Armin do futuro nos guiou até a porta que levava à sala da Boreal original.
“Se ele é tão paranoico, como nunca desconfiou dessas passagens?” Daniel questionou.
“Foi o Alexy né. Como falei, ele confia e o Alexy também é inteligente.” Armin dizia indo no computador central.
“O que são os monitores pretos, tem inúmeros ali…” eu questionei olhando pros vários monitores com tela preta que vi no local.
“As Debrahs que se mataram… Ele tinha acesso a cada uma delas por conta da Debrah que ele usa como computador.” cada segundo que ouvia sobre o líder eu ficava mais assustada…
Armin ligou o computador central.
“Essa é a verdadeira Debrah, onde está o acesso principal. Provavelmente ele estará aqui em breve, já que ao acessar ela ele recebe uma notificação, devemos ser rápidos. Vou explicar rapidamente, usarei a Debrah pra abrir a porta pra sala da Boreal original, tem um extenso corredor até ela, como se fosse um labirinto, vocês irão passar por esse labirinto enquanto eu seguro o Armin aqui e mantenho a porta aberta e ent–” antes que ele completasse.
“Armin, você é o único que sabe andar nesse labirinto, não tem sentido irmos sem você…” falei.
“Mas alguém tem que cuidar para que a Debrah não desative até lá. Eu iria argumentar com ele e mantê-lo ocupado.” Armin dizia.
“Isso é ser um gênio? Acreditar que com o poder da fala iria convencer um maluco? Acho que você tá ficando louco igual a ele…” Sophie finalmente falou algo se aproximando.
“Tenho que concordar… Pensa um pouco Armin, sele ele desconfia de você, ele vai fechar tudo antes que cheguemos até a sala.” Nathaniel dizia.
Armin parecia cansado, ele está exausto disso tudo tem tempos, e é visível.
“Eu fico, vão lá. Tenho super força, devo tancar uns guardinhas idiotas.” ela dizia já empurrando a gente e estalando seus ossos.
“Temos que ir todos juntos, não podemos fazer isso de deixar alguém pra trás.” eu falava assustada com a possibilidade.
Mesmo que ela seja a diretora que matou minha mãe, muita coisa mudou, muita coisa caminhou, e … eu não sei, eu simplesmente não consigo pensar que isso foi certo sabe?
Sophie então tomou frente do computador, após dias de silêncio com um olhar pensativo quanto a morte de seu amado Nathaniel, ela realmente estava se entregando.
“Sophie?! Não podemos te deixar pra trás e–” ela me cortou.
“Nathaniel morreu ajudando vocês, acho que ele ficará feliz com meu empenho… Eu só… cansei. Vivi por décadas, seculos, tempos e mais tempos na esperança de ver meu amado novamente, e quando nos juntamos… Tudo foi tirado de mim, pra sempre.
Se for pra ser meu último respiro, que seja fazendo algo honroso e que sei que o Nathaniel lutou a favor.
Sophie tinha os olhos marejados, mas sua determinação era inabalável. Eu sabia que não poderia impedi-la de fazer o que ela achava certo, eu sou teimosa assim também…mas ainda assim, era doloroso ver alguém que eu aprendi a gostar se despedir. 
“Eu entendo, Sophie. E eu te agradeço por tudo. Vamos fazer isso juntos, e não vamos deixar a morte de Nathaniel ser em vão.” disse Castiel, colocando a mão no ombro dela. Sim, ele foi gentil.
Com isso, decidimos avançar pela passagem, foi duro, mas, fomos, com Armin na liderança. 
Passamos por diversos corredores, escadas e portas, era tudo confuso.
Começamos a ouvir pegadas fortes ali dentro, e o Armin começou a se mover mais rápido.
“Eles estão vindo! Temos que correr! Significa que alcançaram a Sophie. Então a porta do quarto da Boreal irá se fechar em breve.” Armin falava alto nos mandando correr.
Mesmo com memória eidética, eu não conseguia identificar nada, era tudo muito igual.
Foi quando ouvimos um tiro, que passou entre nós e atingiu o braço do Castiel.
Acabamos nos separando correndo desesperados, e isso piorou tudo.
Eu infelizmente ao correr me deparei sozinha em um dos corredores do labirinto.
Estava desesperada e ouvia passos por todos os lados.
Eu era a principal que deveria estar lá. Pra ver a Boreal original!
Sem mim, acabou, eu precisava fugir dos guardas o mais rápido possível e encontrar o Armin do futuro de novo pra sair desse labirinto antes da Sophie morrer e a porta se fechar.
Eu senti uma mão me puxar de uma vez e tampar minha boca, era… O PIERRE?!
Ele sinalizava silencio e me segurava ali.
Ele só apontou pra um corredor antes de correr pra dentro do corredor que ele me salvou fazendo muito barulho.
Literalmente o Pierre me salvou e correu… depois de tempos de apatia.
Surpresa e confusa, fiquei ali parada por um momento, processando o que havia acabado de acontecer. 
Pierre, que até então havia estado apático e distante durante toda a jornada, me salvou de ser capturada pelos guardas.
Fiquei grata, mas também perplexa com a mudança repentina em seu comportamento. Seguindo as instruções de Pierre, olhei para o corredor que ele havia apontado e vi uma saída alternativa, que parecia levar a um caminho menos vigiado. 
Com cautela, comecei a me mover naquela direção, esperando encontrar os outros membros do grupo. Enquanto eu avançava pelos corredores, tentando ser o mais discreta possível, ouvi vozes dos guardas se aproximando. 
Sabia que o tempo era curto e que precisava encontrar os outros rapidamente. 
Enfim, encontrei o restante do grupo reunido em um pequeno corredor.
Armin do presente veio correndo me abraçar, parecendo uma criança pequena (maior que eu) 
"Onde você esteve? Estávamos preocupados!" Bia disse aliviada ao me ver. 
"Fui salva pelo Pierre. Ele me puxou e me escondeu em um corredor antes de correr em outra direção." Expliquei, ainda surpresa com a atitude do Pierre. 
"Isso é estranho..." Armin do futuro murmurou, pensativo. 
"Pierre nunca demonstrou interesse em nos ajudar antes. Será que algo mudou nele?" 
"Não temos tempo para pensar nisso agora. Precisamos sair daqui o mais rápido possível." Nathaniel respondeu, olhando ao redor, preocupado. 
Todos concordaram e, juntos, traçamos um novo plano de fuga. 
“Onde estão os outros?” notei a ausência de várias pessoas ali. 
“Se dissiparam.” assim que o Armin do presente disse isso ouvirmos um tiro que me deu um susto e desespero.
“Não foque nisso, agora precisamos alcançar a saída, estamos perto.” Armin do futuro dizia me olhando no olho.
Apesar do perigo iminente, o grupo demonstrava determinação e coragem.
Finalmente, chegamos à escadaria que levaria a gente até o quarto da Boreal original. 
Era uma escadaria GIGANTESCA (e bem bonita).
"Vamos lá, é agora ou nunca!" Castiel disse, com uma expressão decidida. 
Entramos na sala, prontos para enfrentar qualquer obstáculo que estivesse em nosso caminho. A jornada havia sido árdua e cheia de reviravoltas, mas estávamos dispostos a fazer tudo o que fosse necessário para proteger a Boreal original e colocar um fim naquela realidade distorcida. Com os corações cheios de esperança e determinação, enfrentamos o desafio final, prontos para moldar nosso próprio destino e trazer equilíbrio ao universo.
Durante o caminho conversamos, ali   ficar em paz, apesar de não sabermos se aporta se fechou lá embaixo, era difícil de nos impedirem agora.
Conversamos tentando aliviar, mas claramente estava um clima bem tenso, por motivos óbvios.
Inclusive, um adendo pro Armin do passado falando que uma vez encontrou uma versão minha no porão do Lysandre com os membros cortados e descreveu tudo de forma narrativa que parecia uma fanfic.
Santa ironia hein? E não é que cotoco ciclope existiu?
Mesmo em meio a tanas conversas, eu ainda estava triste por ter que deixar todos para trás, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que era a única maneira de salvar a todos.
Nós viajamos de tão longe até a “fortaleza” onde a Boreal original estava esperando por nós. Eu sentia meu coração acelerar a cada passo que dávamos, mas tentei manter a calma e a concentração. Não podia deixar que o medo me dominasse. Mas agora, não tinha mais volta.
Eu repeti essa frase durante esse tempo todo, mas nessa hora, ela bateu mais real do que nunca.
Tentaram nos impedir, tentaram nos matar, e estamos aqui, prestes a ver ela.
E no topo daquela linda escadaria estava uma porta branca e enorme tão linda quanto.
Eu sentia minhas mãos suarem, meu corpo tremer mesmo sem tremer.
Armin do futuro respirava fundo.
“Estão prontos?” ele perguntava.
Parecia aquela caixa de mensagem que tem em jogos antes da última batalha, que pergunta se você tem certeza que quer enfrentar o último chefe e avisando que não tinha ponto de retorno ali.
Essa comparação me fez ficar ainda mais ansiosa, porém, eu ri, me senti o próprio Armin.
E ali eu falei que sim, já tocando na porta e abrindo ela junto com o Armin.
Ali eu sabia, havíamos chegado no ponto do jogo que não tem retorno, agora era só ver se pegamos o final bom, ruim ou alguma variação…
[<< CAPITULO ANTERIOR] ✖ [PROXIMO CAPITULO>>]
7 notes · View notes
Capitulo 208
Tumblr media
Hoje foi o dia.
Armin do passado disse que nos levaria ao longo do túnel até onde deveríamos invadir o bunker.
Aparentemente Jade contou para ele algo que o ajudou a localizar a Boreal original.
“Se despeçam do local, na próxima noite invadiremos o bunker” ele disse na noite anterior a esse dia.
Então assim faríamos ao longo do dia.
Hoje era o dia em que Armin e eu nos despedimos antes de partir em uma jornada para encontrar a Boreal original e, talvez, destruir toda a realidade(ou consertar tudo). 
Não consigo evitar o sentimento de tristeza que se instala em meu coração ao pensar nisso.
Nós dois acordamos cedo, sabendo que tínhamos muito o que fazer antes de partirmos. Se bem que, qual o conceito de cedo nessa realidade estranha não é mesmo?
Eu olhei para Armin e percebi que ele estava me olhando de volta. 
Nós dois sabíamos que essa seria nossa última noite juntos antes de partir. 
Eu não consegui evitar um sorriso triste, mas ainda assim amoroso, quando ele me puxou para um abraço. 
"Eu te amo", ele murmura em meu ouvido. "Você sabe disso, não sabe?" 
"Eu sei", eu respondo, tentando não chorar. "Eu também te amo, Armin." 
É tão raro ouvir ele dizer isso, especialmente depois de tudo que temos vivido, aquilo me fez tremer, mas me segurei fortemente e me levantei.
Nós dois nos separamos e começamos a nos preparar para o dia. 
Enquanto nos vestíamos, Armin começou a falar sobre nossas últimas aventuras juntos, tentando me fazer rir com suas piadas sarcásticas. 
Eu ri, mas ainda assim senti o peso da despedida iminente. O clima fúnebre e de despedida estava ali presente em cada gesto nosso. O medo da noite que estava se aproximando, não tínhamos tempo a perder… Não mais.
"Nós vamos fazer isso, Boreal", ele disse, me olhando no olho. 
"Nós vamos encontrar a Boreal original e consertar tudo isso." Eu assinto, tentando acreditar em suas palavras. 
"Nós vamos fazer isso", eu concordo, evitando prolongar aquele assunto e mostrar o quanto eu não acreditava que isso de fato daria certo. 
Nós caminhamos para tomar café da manhã em uma pequena cafeteria abandonada que limparam do local, e lá encontramos Alexy e Rayan já sentados à mesa, conversando animadamente.
Rayan parecia estar se retirando e nos cumprimentava enquanto chegavamos.
Hoje foi um dia bastante agitado mesmo que desanimado, o clima era um misto de agitação devido aos preparativos e a ansiedade, e foi parado por ser… só isso sabe? É confuso, eu sei…
Eu ainda estava sonolenta e precisava de um bom café para me manter alerta. 
Eu cheguei na “cozinha” junto com o Armin e ele se sentou próximo dos dois que já estavam tomando café da manhã, reservando um lugar vago pra mim. 
Eu os cumprimentei e comecei a me servir na pequena bancada num canto afastado. 
Armin e Alexy começaram a conversar entre si enquanto tomavam café da manhã, notei que eles pareciam estar falando sobre algo importante, mas não entendia bem. 
"O que vocês estão conversando?" perguntei, tentando parecer casual. 
Armin olhou para Alexy, que assentiu com a cabeça, antes de responder: "Nós estávamos falando sobre nossos transtornos mentais." 
"Ah, entendi", eu respondi tentando parecer compreensiva, mas me perguntando se eu realmente sabia do que eles estavam falando. 
Esse assunto tem vindo a tona com grande frequência nos últimos meses, creio que pelo fato de que tenho vivido com sues colapsos referentes aos transtornos e por não compreender nada que acontece com eles, especialmente com Armin.
Eu nunca entendi a fundo sobre essas coisas, mesmo convivendo com eles dois e com mais milhares de amigos meus que dizem ter inúmeros problemas… E acho que ainda preciso discutir esse assunto muitas vezes até entender com clareza. 
E não me refiro somente ao Armin e Alexy, mas, em geral, eu não entendo o sentimento de ter esses… “sentimentos” sabe?
Quando tudo isso acabar, eu definitivamente buscarei ajuda pra compreender essas coisas melhor.
"Sei que já pedi isso inúmeras vezes mas…Vocês se incomodam de falar mais sobre isso pra mim?" 
"Claro, não tem problema", respondeu Alexy, enquanto Armin apenas concordou com a cabeça com aquele olhar apreensivo de sempre. 
"Então, Armin, você disse que tem borderline e autismo, certo?" perguntei, lembrando do que eles haviam dito antes. 
"Sim, isso mesmo", confirmou Armin. 
"Eu não sei muito sobre isso. Sei que me explicaram algumas vezes, mas talvez os dois em conjunto consigam em fazer entender melhor. Vocês podem me explicar o que é e como afeta vocês?" 
"Claro, a gente pode tentar explicar", disse Alexy sorridente. Ele parecia genuinamente feliz.
“O que vocês tem é a mesma coisa ne? Lembro de terem dito isso.” questionei genuinamente confusa e bem pensativa quanto a tudo, pois se lembro bem, o Rémy me falou que a depressão do Armin do futuro atrapalhou muito, eu preciso saber se o que eles dois tem existe uma forma de eu ajudar… ou pelo menos compreender né.
Alexy ria da minha confusão mental.
“Eu e ele falamos de ser a mesma coisa pra simplificar as explicações, mas, na verdade, tudo nosso é oposto demais até certo ponto. Talvez porque não somos gêmeos de verdade, alguma coisa deve ter mudado quando cada versão nossa nasceu. Vamos ser realistas, os próprios diagnósticos do meu irmão demoraram pra sair e erraram várias vezes antes de acertar mesmo. A gente sabe como você é burrinha com essas coisas e só simplificamos pra ti fofa. O Armin e eu temos transtornos e problemas ‘parecidos’ em certos pontos, mas não é a mesma coisa, entende Bore? Eu falei isso até mesmo por respeito ao meu irmãozinho lindo.” Alexy falava com deboche enquanto apertava a bochecha do Armin que batia nele como esperado.
"Eu tenho TDAH, que significa Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Isso afeta minha capacidade de me concentrar e focar em uma coisa por muito tempo. Também me deixa mais impulsivo e inquieto." ele falava calmamente e sorrindo.
"Ah, eu entendo. Tem sentido com muita atitude sua, na verdade…", eu falei, tentando mostrar empatia e me esforçando pra entender isso melhor, e de fato, estava entendendo de alguma forma. 
"E como você lida com isso?" 
"Bem, antes dessa confusão toda eu fazia terapia e tomava medicamentos para ajudar a controlar os sintomas. Agora só to rezando pra não surtar mesmo até porque é muita merda acontecendo ao mesmo tempo, né.", respondeu Alexy gargalhando. 
"Mas também tenho que fazer algumas mudanças no meu estilo de vida, como fazer exercícios e seguir uma rotina regular." 
"Isso parece difícil", comentei.
"É um desafio, todo dia eu aprendendo a lidar com isso cada vez mais. Sabe, geralmente é difícil manter um trabalho porque eu fico entediado facilmente e quero mudar para outra coisa. Também é difícil manter relacionamentos porque eu sou muito impulsivo e não penso antes de agir. E quando eu me movo muito, as pessoas podem achar que estou agitado ou ansioso, mas, na verdade, é só como eu sou. Nem tudo tem ligação direta com meu transtorno, mas meu transtorno tem ligação direta com quem eu sou, entende?", respondeu Alexy com um sorriso. 
"Armin, e o seu transtorno?", perguntei virando-me para o Armin. 
"Eu tenho borderline e autismo, como já falei", respondeu Armin de forma seca, deixando claro como ele odeia falar disso, diferente do Alexy que parece ser completamente aberto a respeito disso e fala sem parar a respeito se deixar. 
“E…?” eu perguntei esperando uma resposta sua, que respirou fundo, bufou e começou a falar.
"Borderline afeta minha capacidade de regular minhas emoções e me relacionar com outras pessoas. Já o autismo me faz ter dificuldade em entender e processar as emoções dos outros." ele falou não me olhando uma única vez, só encarando sua comida com cara de raiva. 
"Uau, eu nunca soube disso", falei impressionada com o fato dele ter respondido. 
"E como você lida com isso?" fiz a mesma pergunta que fiz pro Alexy, pro Armin.
"Você tinha noção sim sua ameba mentirosa. Enfim, assim como meu irmão, eu fazia terapia e tomava medicamentos para ajudar a controlar alguns sintomas, mas meu caso é mais complexo que o dele, então não existe um remédio magico que vai regular tudo. Dependo muito das coisas ao meu redor também…", respondeu Armin. 
"Mas também aprendi algumas técnicas para regular minhas emoções, como mindfulness e outras práticas de meditação. E tento me comunicar com as pessoas de forma clara e direta, para evitar mal-entendidos. Sei que é difícil para mim controlar minhas emoções e eu posso ficar muito chateado com coisas pequenas. Também é bem difícil para mim confiar nas pessoas e me sentir seguro em meus relacionamentos como já notou. Além dos meus traumas, com o autismo, é difícil para mim entender as emoções das pessoas e ler as sutilezas sociais. Eu posso parecer insensível ou desinteressado, como você mesma já falou inúmeras vezes desde que nos conhecemos antes mesmo de eu perder a memória, mas é só porque eu não sei como reagir. Eu simplesmente aprendi a aceitar que é isso. Não consigo mudar. Abracei a ironia e o sarcasmo como arma pra lidar com isso." 
“Mas você adora gerar mal entendidos maninho.” Alexy dizia.
“Mas aí é de propósito, é bem diferente!” Armin retrucava.
"Isso é muito interessante", eu falei tentando acompanhar. 
"E como eu posso ajudar vocês?" eu tentei me aprofundar ainda mais.
"Bom, acho que só o fato de você estar aberta a ouvir e tentar entender já é uma grande ajuda", respondeu Alexy com aquele sorriso gentil dele de sempre. Tão oposto do Armin…
“Parece ser difícil lidar com essas coisas sozinho. Vocês dois são fortes por estar enfrentando essas coisas todos os dias.” Armin sorriu bem discretamente pra mim quando falei isso. 
“Obrigado.” Armin disse. De uma forma gentil e muito rara na realidade.
Eu estava fazendo uma anotação mental sobre tudo que eles me diziam.
"Bem, eu tenho que admitir que algumas vezes me atrapalho quando estou prestando atenção a algo, mas nunca é por mal", disse Alexy. 
Armin concordou. "Eu sei, eu sei. Eu entendo completamente, Alexy. Mas vamos ser sinceros? Você não presta atenção por causa do seu fogo no cu com ficar ligando pra amigo, namorado e tudo mais. Você sempre prioriza essas interações a fazer qualquer coisa."
“E você meu querido que prioriza qualquer coisa que pessoas? Me poupe. Tenho pena da Boreal.” E assim eles iniciaram uma discussão… Como sempre.
Eu me senti um pouco sobrecarregada com a conversa, mas tentei acompanhar tudo com calma, afinal, eu quem perguntei muitas das coisas ali, e se eu não entendesse agora, quando entenderia? 
"Então Alexy é mais ativo e distraído e Armin mais concentrado, seria isso?” eu revisei cortando os dois.
“É. Se for simplificar é isso sim.” Alexy dava pequenas gargalhadas gentis, me fazendo corar achando que eu estava falando besteira.
“E como é ser borderline, Armin? Você já mencionou que tem esse diagnóstico antes, mas eu ainda não entendo muito bem o que isso significa. Você disse muito sobre a apatia de um, mas se o outro te faz sentir demais, me deixa confusa." Armin respirou fundo antes de responder. 
"É difícil de explicar. Eu sinto muitas emoções intensas e, às vezes, elas parecem fora de controle. Eu também tenho uma necessidade constante de atenção e aprovação dos outros, com certeza já notou isso ao longo de nossa convivência. Mas estou trabalhando nisso..." 
“Armin tem trabalhado muito duro e eu realmente admiro isso. Não é fácil lidar com essas coisas, mas ele está fazendo o que pode. E convenhamos, ele é uma menina gamer rara e diferente. Ter Border e Autismo no mesmo pacote é pra poucos." Alexy dizia sorrindo pro Armin que rosnava pro Alexy.
"E como isso afeta o relacionamento de vocês dois? Vocês sentem que precisam lidar com essas coisas juntos?" Armin olhou para Alexy e sorriu. 
"Absolutamente. Nós nos apoiamos mutuamente e estamos sempre lá um para o outro. É um trabalho em equipe constante, mas vale a pena. Sei lidar com as crises do traste do Armin já." Alexy concordou abraçando o Armin que rosnava mais, tava a um ponto de morder o Alexy. Confesso que eu ri. 
"Exatamente… Somos irmãos e melhores amigos, então isso faz parte da nossa dinâmica. E, claro, Boreal, você também é uma grande parte disso agora", Alexy acrescentou com um sorriso muito bonito. Eu me senti confortável e muito abraçada ali e sorri de volta, me sentindo grata pela inclusão. "Eu estou feliz em poder ajudar de alguma forma… Obrigada.” eu não me contive a abracei os dois.
Armin então respirou fundo, e sua expressão mudou pra melancolia repentinamente.
Foi a primeira vez que eu prestei realmente atenção e entendi melhor isso.
Não que eu não quisesse entender antes, mas pela primeira vez eu entendi DE VERDADE. Sabe? Essa conversa foi útil. Nossa última conversa sobre o assunto, talvez, espero que não, mas se for, foi didática e levarei pro coração o quanto os dois são unidos e lindos juntos.
Eu me senti grata por fazer parte de uma família que valorizava a comunicação aberta e o apoio mútuo.
"Não se preocupe, Boreal", disse Armin, segurando a minha mão. 
"No momento atual eu tenho você e o Alexy para me ajudar a lidar com esses desafios. E depois disso tudo, todos iremos descansar, né?" eu senti melancolia vindo dele aumentar… me machucou um bocado. Espero que o descansar dele não tenha a ver com… aquilo que ele tanto almeja…
“Vocês sempre podem contar comigo se precisarem de ajuda." Os irmãos sorriram em resposta. 
Depois disso, eles continuaram a tomar o café da manhã juntos, conversando sobre seus planos para o dia e coisas comuns do cotidiano. 
Eu me senti feliz por estar com eles e agradecida por aprender um pouco mais sobre seus transtornos.
Porém, logo a realidade bateu e a tristeza veio junto…
Por várias vezes, depois desse dialogo, voltei no quarto, me sentei com o diário aberto, mas não soube o que escrever nem por que escrever.
Eu fui até a estufa, algumas das plantas estavam com aparência de mais vivas, isso significava que não haviam morrido?
Eu me aproximei e passei a mão em suas folhas, quando Rémy surgiu de trás de uma delas.
“Eu fiz um milagre aí né?” ele falava sorridente.
”Sim, em um lugar morto desses, pensei que todas elas estivessem mortas.” respondi olhando seus lindos olhos verdes e em seguida encarando a pequena planta fraca novamente.
Rémy me olhou e segurou uma das plantas em suas mãos, observando-a com carinho. 
“Sabe, mãe, cuidar dessas plantas me fez pensar muito na nossa situação. Elas estavam morrendo, assim como o mundo parece estar morrendo aos poucos. Mas eu não queria deixá-las morrer. Eu queria ajudá-las a voltar a viver. E acho que é assim que devemos pensar sobre a realidade que estamos vivendo. Não podemos deixar que ela morra, precisamos fazer algo para ajudar a restaurá-la. Enquanto há vida, há esperança de restauração.” 
Eu olhei para Rémy, impressionada com sua sensibilidade. 
“Mas como podemos fazer isso, Rémy? Como podemos restaurar a realidade? A realidade não são como plantas na estufa…” 
“Mas funciona parecido. Assim como fiz com essas plantas, acho que devemos começar pequeno. Fazer mudanças positivas em nossas próprias vidas e ajudar os outros a fazer o mesmo. Estamos muito focados em resolver o mundo o tempo todo, deixar todos felizes ao mesmo tempo, mas se começarmos a resolver nossos problemas pessoais, aos poucos tudo ao nosso redor irá mudar. Devemos plantar sementes de bondade e amor. E com o tempo, essas pequenas mudanças podem crescer e se espalhar para o mundo todo. É como um jardim, mãe. Se você cuida bem dele, ele floresce e se torna um lugar bonito e acolhedor e ele cresce sozinho muitas vezes. Se eu estou conseguindo fazer algo agora foi porque você me tirou de um solo ruim e cuidou de mim, uma planta que havia crescido machucada, com carinho. Mesmo após anos você conseguiu ajudar uma panta já crescida a melhorar.” Eu sorri para Rémy, impressionada com sua sabedoria e com o olho cheio de água. 
“Você é muito sábio, Rémy. E eu tenho muito orgulho de você.” Ele sorriu de volta para mim corado. 
“O-obrigado, mãe. E obrigado por me tirar desse loop temporal que eu estava preso. Mesmo que tenha sido por pouco tempo, eu pude ver o mundo de uma maneira diferente e aprender muito com você.” Eu o abracei, sentindo meu coração se encher de amor por meu filho. 
“Eu sempre estarei aqui para te ajudar, Rémy. Sempre.” E assim, continuamos a cuidar das  plantas daquela estufa abandonada juntos, e iremos sim fazer o que ele disse, plantar sementes de bondade e amor em nossas próprias vidas, com a esperança de que elas possam florescer e se espalhar para o mundo todo. Eu… preciso ter fé nisso.
Rémy continuou a falar sobre suas plantas, explicando como cada uma delas precisava de um tipo diferente de cuidado, mas que todas elas tinham algo em comum: a necessidade de atenção e amor. 
"Eu acho que, assim como essas plantas, nós também precisamos de cuidado e amor para florescermos", disse ele. 
"Mas muitas vezes as pessoas nos deixam de lado ou nos tratam mal, e aí a gente começa a murchar, como essas plantas aqui. Mas você me ensinou que ainda há esperança, mãe.”
Nós continuamos cuidando das plantas juntos, e eu percebi que aquele pequeno jardim era uma metáfora da vida, pelo menos pro Rémy. Ele se manteve são cuidando desse pequeno jardim.
“Mesmo quando tudo parece estar morrendo ao nosso redor, ainda há esperança e possibilidade de restauração, desde que cuidemos uns dos outros com amor e atenção.
Às vezes, as coisas parecem tão perdidas que não há esperança de recuperação, mas se você colocar tempo e esforço suficientes, pode haver uma chance de restauração." Rémy assentiu, parecendo profundamente pensativo. 
"Sim, eu entendo. Eu acho que isso se aplica a muitas coisas em nossas vidas, não é?" respondi, sorrindo para ele. 
"Agora, vamos ver o que mais precisa de atenção por aqui." Ele dizia enquanto caminhávamos pelo jardim, Rémy começou a fazer mais analogias com suas plantas. 
Ele explicou como algumas delas precisavam ser podadas ou transplantadas para florescerem melhor, e como outras podiam crescer fortes apesar dos obstáculos em seu caminho. 
Suas observações eram perspicazes e eu ficava cada vez mais impressionada com a maneira como ele conseguia aplicar as coisas simples da vida a questões mais profundas. 
Finalmente, depois de passarmos um bom tempo cuidando das plantas juntos, Rémy se aproximou de mim e me abraçou, e mais uma vez ele repetiu. 
"Obrigado, mãe", ele disse, "por me ajudar a sair do loop temporal em que eu estava preso. Eu sei que foi difícil para você, mas estou feliz que você tenha me dado a chance de crescer." Fiquei emocionada com suas palavras e o abracei de volta com força. 
"Sempre estarei aqui para você, Rémy", eu disse. "E estou feliz em ver você florescer."
Quando me virei, vi que o Nathaniel nos observava.
“Pai…” Rémy dizia mais contido, porém, tão gentil quanto eu.
“Desculpe interromper vocês. Na verdade, estava passando pra outra sala, e acabei observando a conversa. Mil perdões mesmo.” Nathaniel dizia sem jeito.
“Não! Tá tudo bem, de verdade! Eu só tava cuidando as plantas com a mãe e já acabamos. Eu…” antes que o Rémy pudesse terminar sua frase, a voz de Violette chamou seu nome, que saiu apressadamente do local.
Ele parecia ser bem cauteloso com o Nathaniel, mas não por medo, mas realmente por receio, talvez pelo pouco convívio, já que ele sempre foi grudado em mim desde que o salvei do loop.
Nathaniel e eu estávamos em pé no fundo da estufa, nos encarando em silêncio.
“Rémy é bem inteligente né?” Nathaniel dizia.
“Sim… Puxou você nisso.” eu falei rindo e provocando ele que acabou rindo de volta.
“Como se você não fosse inteligente também, né Boreal?”
“Tenho memória eidética, Nath, não sou inteligente.” eu retruquei.
“Inteligencia nada mais é que conhecimento, você consegue armazenar qualquer conhecimento com precisão. Se quisesse substituiria o Armin e eu facilmente, sabe disso.” Nathaniel falava sereno me fazendo rir.
É triste que eu e ele tenhamos terminado da forma como terminamos. Sempre sinto que foi incompleto, que tudo foi incompleto. 
Parte de mim está muito feliz com o Armin, mas, por outro lado, sempre que tenho momentos assim, especialmente referentes ao Rémy, eu… sinto como queria uma família com o Nath.
Eu e Nathaniel ficamos em silêncio por um momento, olhando um para o outro. 
Eu podia sentir a tensão entre nós, como se houvesse algo ainda não resolvido entre nós.
“Sabe, Boreal, eu ainda me pego imaginando como teria sido se tivéssemos ficado juntos. Se tivéssemos criado o Rémy juntos, se tivéssemos construído uma vida juntos...” Nathaniel disse, desviando o olhar. Eu sabia exatamente o que ele queria dizer. 
Eu também me pegava pensando nisso às vezes. Como teria sido se tivéssemos dado uma segunda chance ao nosso relacionamento? 
“Eu também me pego imaginando isso às vezes, Nath. Mas acho que não podemos mudar o passado. E eu amo o Armin. Ele é o meu presente e o meu futuro.” eu disse, colocando a mão no ombro dele em um gesto reconfortante, porém, doloroso pra mim também. 
Nathaniel olhou para mim e seus olhos brilharam com a mesma saudade que eu sentia.
“Eu sei, Boreal. Eu respeito o que você tem com o Armin e não quero estragar isso. Eu só... às vezes, é difícil não pensar no que poderia ter sido.” Nathaniel disse, suspirando. 
Eu assenti, entendendo completamente o que ele queria dizer. 
Havia momentos em que eu sentia a mesma coisa. Mas eu sabia que tinha que seguir em frente e focar no presente. Infelizmente tudo já aconteceu.
 “Mas a vida não é assim, né? Temos que seguir em frente e viver com as escolhas que fizemos”. Nathaniel soltou um suspiro pesado, com certeza sabendo bem que ele foi o responsável pela nossa separação, foi uma escolha dele tentar esse caminho mais fácil, e tá tudo bem. 
“Eu sei, eu sei. Mas é difícil não se perguntar como seria se tivéssemos dado uma chance para nós mesmos. Depois de tudo isso…” 
Eu o abracei. “Eu sei, Nath. Eu sinto o mesmo. Mas precisamos lembrar que o importante é que o Rémy está feliz e saudável, e que estamos cuidando dele da melhor forma que podemos, mesmo que ele já esteja grande”. Nathaniel sorriu. 
“Sim, você está certa. De qualquer forma, você e o Armin formam uma boa equipe, não é mesmo?” Nath sorria daquela forma que só ele conseguia fazer.
“Sim, sim. Ele é maravilhoso e eu o amo muito, Nath. Eu não poderia imaginar minha vida sem ele agora, você sabe disso”. Nathaniel me olhou no olho e, por um momento, parecia que ia dizer algo, mas em vez disso, ele apenas sorriu. 
“Eu entendo, Boreal. Eu só quero que você seja feliz. E que o Rémy seja feliz também, e obviamente, o idiota do Armin”. Ele falava em tom de piada.
Eu sorri de volta para ele. “Obrigada, Nath. Eu quero o mesmo para você também”. Ficamos em silêncio por um tempo, apenas olhando para o jardim da estufa. Foi bom conversar com Nathaniel, mas no final das contas, eu sabia que meu coração pertencia ao Armin… As coisas seguiram em frente, infelizmente pra ele.
Nós conversamos mais um pouco e rimos juntos, o clima entre nós era agradável. 
Por um momento, eu me senti grata por ter alguém como Nathaniel em minha vida, mesmo que apenas como um amigo. 
Me sinto grata de saber que meu filho foi com uma pessoa maravilhosa feito o Nathaniel.
E eu me lembrei de que, no fim das contas, não importava onde a vida nos levasse, eu sempre teria um amor por ele, por tudo que passamos juntos e pelo filho maravilhoso que tivemos. Sou muito grata por tudo.
Mas eu também soube, sem nenhuma dúvida, que Armin era o meu presente e o meu futuro, e que eu o amava de todo o coração.
Eventualmente, eu percebi que precisava ir. 
O dia estava acabando. 
“Bom, acho que é hora de eu ir. Foi bom conversar com você, Nath.” eu disse, me despedindo.
“Também foi bom conversar com você, Boreal.” Nathaniel falou, me olhando com um sorriso. Eu sorri de volta, me afastando dele lentamente. 
Eu me afastei da estufa com o coração acelerado, sentindo-me culpada por ter deixado a conversa ir tão longe, mesmo que nada tivesse acontecido. 
Mas, ao mesmo tempo, sabia que nunca mais voltaria aos velhos tempos com Nathaniel. 
Ele era meu passado e o Armin era meu presente e futuro.
Eu então retornei para o “quarto” improvisado que arrumamos, pra pegar minhas coisas e esperar com o Armin até que o Armin do passado abrisse caminho pra gente.
Passei pelas pessoas, e todas estavam com clima fúnebre, confesso que um dos piores rostos que vi foi o da Sophie. 
Ela tem estado calada desde que o Nathaniel morreu.
Priya não desgrudava do Ariel. Deve ser horrível pensar que ele era o cara que o Castiel matou tempos atrás.
Enfim, eram nossas últimas horas ali.
Armin estava checando suas coisas em silêncio.
Eu estava no outro canto arrumando minhas coisas.
Aos poucos fui parando e me dando conta que… Aquela poderia ser nossa última noite juntos, o amanhã poderia não existir.
Eu sei que se eu morrer agora ou se tudo resetar vai ser como se nada nunca tivesse acontecido, não vai fazer diferença eu me despedir de todos ou não sabe? Mas, eu sentia que não queria esquecer meus amigos, tudo que vivi, mesmo os momentos ruins.
Isso tudo me fez evoluir… Isso tudo fez eu ser quem sou agora, essa Boreal que está escrevendo aqui.
Armin sempre foi o primeiro a falar que devíamos aproveitar tudo enquanto é tempo, por isso ele está sempre jogando, caçando coisas pra fazer e agindo como se estivesse despreocupado mesmo estando preocupadíssimo.
E essa noite, eu me deixei ser completamente feito ele e tudo que eu quis foi passar um tempo casual com todos os meus amigos e principalmente, com ele, o próprio que me ensinou isso tudo.
Eu não consegui passar o dia todo com todo mundo, mas… Pelo menos com alguns deles.
Poderia ser nossa última noite juntos pra sempre.
Nossa existência poderia se apagar depois de tudo que pretendíamos fazer.
Não sei os riscos disso tudo…
Eu puxei o Armin sem mais nem menos enquanto ele arrumava suas coisas e o beijei.
Eu chorava por conta dos meus pensamentos, mas não parava sequer pra respirar, eu me sentia sufocada e não era pelo beijo, mas sim, pela situação.
Eu só pensava em como tudo ia acabar…
Armin que me trouxe pra cá tinha razão, eu era a causa de tudo, ou melhor, minha eu original.
Talvez se simplesmente nos deixássemos de existir…
Meus amigos que me perdoem, mas se for necessário eu irei, sim, acabar com minha existência.
Como o Armin sempre falou: não tem como sentir falta de algo que nunca existiu.
Enquanto estou viva é natural que eu queira que tudo se preserve, mas se eu sumir, nunca vou tentar preservar nada, afinal, eu não vou existir.
Armin parecia confuso, mas ele dificilmente nega fogo, e me beijou de volta, mas o próprio parou ao notar meu choro.
“Boreal…?” Ele falou gentilmente me encarando.
“Por favor Armin… Não para…” eu tinha dificuldade pra falar, se eu tentasse falar naquele momento eu sei que eu ia desabar de vez, eu sei que toda insegurança que estou sentindo ia sair, eu sei que eu poderia desistir do meu plano… 
Armin parecia realmente preocupado.
Eu o puxava e beijava, mas ele não retribuía mais.
“Boreal…” ele voltou a falar.
“Armin… por favor…” eu sentia que estava quase impossível falar já, se eu falasse mais um pouco eu ia desabar.
“Você tem certeza disso…?” Ele perguntava muito preocupado me olhando”
Eu basicamente respondi já tirando minha blusa e voltando a beija-lo.
Eu não queria pensar em mais nada.
Acho que ele me entendeu, finalmente…
Armin parecia contido comparado a todas a vezes que ficamos juntos, e eu reclamei com ele sobre isso.
“Armin… Essa pode ser nossa última noite juntos pra sempre, por favor, justo hoje, não sinta remorso ou pena de mim, justo hoje, faça tudo que quiser comigo. Eu preciso disso agora…” eu pude sentir que o Armin hesitou.
Mas no fim, ele se soltou.
Era nossa última vez antes de tudo acabar pra sempre (ou se resolver)
Armin foi intenso, porem, algo estava diferente sabe? Havia um clima de melancolia, e ele me abraçava o tempo todo de uma forma que não era comum…. Era forte, como se eu fosse fugir dele e ele fizesse força contra.
Aquilo foi muito simbólico.
Diferente das outras vezes, ele não parava de falar que me amava, algo que não é comum vindo dele em nenhuma situação… 
Armin me apalpava por inteira, mas não era da mesma forma também, era como se… Quisesse decorar com as próprias mãos as minhas curvas.
Foi tudo completamente diferente, intenso e melancólico.
Por várias vezes ficamos apenas parados encarando um ao outro, abraçados, somente sentindo a pele do outro, o calor, sem nada mais que sentir o outro, sabe?
Eu notava que ele olhava pra todos os cantos do meu rosto sem parar, boca, olhos, cabelos.
“Será que… se eu decorar cada detalhe seu mesmo o neuralyzer vai falhar…? Armin falava serio.
“E minha memória eidética? Será que mesmo se eu desaparecer ainda vou lembrar de tudo…?” Respondi encarando ele.
“…você não vai desaparecer…” Armin então me abraçou mais forte e parou de me encarar, ele enterrou o rosto em meus cabelos enquanto eu estava sentada em seu colo.
Seu calor me dava conforto… Tudo ia muito além de um abraço.
“Se por qualquer motivo eu desaparecer e você lembrar de tudo, por favor….  Não desperdice a vida que levamos ou tudo que eu estou fazendo…”eu dizia puxando seu rosto e o encarando.
Vi os olhos do Armin encherem de água.
“Você não vai desaparecer…”
“Armin…”
“Você não vai desaparecer…” ele repetiu completamente encharcado e lágrimas já.
Assim como o ver gargalhando era raro, ver chorando era tão raro quanto.
“Armin… Não sabemos o que vai acontecer…” respondi encarando seu rosto. Ele parecia uma criança se despedindo de seus pais antes do primeiro dia de aula, ou até mesmo um filhote perdido.  
Pequeno, indefeso e desesperado sem saber o que ia acontecer.
Geralmente ele que me acamava em situações assim, mas agora…era impossível.
“Você planeja algo Boreal, e eu não se o que é. E se isso te fizer sumir e ficar qualquer resquício seu na minha memória, eu juro que vou destruir tudo de novo.”
“Armin… temos que aprender a deixar ir.”
Ficamos naquele projeto de quarto por horas. Conversamos, rimos, nos tocamos, nos beijamos. Foi uma noite incrível, a melhor de todas no quesito companhia, a pior de todas no quesito melancolia... 
Armin é um amante excepcional, ele conhece cada parte do meu corpo e sabe exatamente como me fazer sentir bem.
Ele conhece cada canto do meu humor pra me fazer rir.
Mas infelizmente, eu o conheço o suficiente também pra saber o quanto ele estava sofrendo…
As coisas começaram a mudar. Nós começamos a falar sobre o futuro e sobre a missão que teríamos que cumprir. 
Armin parecia preocupado e inquieto, e eu sabia que ele estava pensando no que estava por vir. 
“Você acha que estamos fazendo a coisa certa?” Ele perguntou, me olhando no olho. 
“Eu não sei.” Eu respondi, suspirando. 
“Mas é isso que temos que fazer, não é?” 
“Provavelmente.” Ele concordou. 
“Eu só queria ter certeza de que estamos fazendo a coisa certa.” 
Nós ficamos em silêncio por um tempo, pensando sobre tudo o que havia acontecido e sobre o que ainda estava por vir. 
Eu me sentia triste e confusa, mas, ao mesmo tempo grata por ter o Armin ao meu lado. 
“Eu te amo.” Ele disse de repente, me fazendo olhar para ele com surpresa. 
“Eu também te amo.” Eu respondi, sorrindo. 
Ele me beijou com paixão, me segurando com força. Eu podia sentir o amor e a tristeza em seu beijo, e eu sabia que ele estava se despedindo de mim de alguma forma, assim como eu dele…
Nós passamos esse restinho da noite juntos, aproveitando cada momento. 
Nós nos amamos como se fosse a última vez, e eu sabia que era exatamente isso que estava acontecendo. 
Quando os sons do Armin do passado chegando começaram a aumentar, nós nos abraçamos uma última vez antes de nos separarmos. 
Eu sabia que teria que me despedir dele em breve, mas eu não queria pensar nisso agora. 
'Eu te amo.' Ele disse mais uma vez antes de levantarmos pra partirmos com o Armin do passado.
Tudo que é bom dura pouco, e terminou que passamos a noite ficando ali, deitados na cama, olhando para o teto até o último segundo. Ambos estamos pensativos, sabendo que a nossa jornada estava prestes a terminar. 
Não sei o que nos espera, mas estou pronta para enfrentar qualquer coisa ao lado de Armin e dos meus amigos. 
Nós nos vestimos, pegamos nossas bolsas e caminhamos até a porta.
Ele suspirou e olhou para mim, seus olhos estavam brilhando com tristeza. 
"Eu estou com medo, Boreal. Eu não quero que nada de ruim aconteça com você. Eu não quero te perder." ele externizou algo que ele dificilmente faria.
"Eu também estou com medo, Armin", eu disse, segurando sua mão sem que ele tirasse a mão dessa vez. 
"Mas precisamos fazer isso. É a única maneira de salvar todo mundo." 
"Eu sei", ele respondeu, apertando minha mão. 
"Mas eu não quero que você se arrisque tanto. Você é a coisa mais importante para mim no mundo inteiro." Nós nos encaramos por um momento, e eu pude ver a sinceridade em seus olhos. 
Eu sabia que ele estava sendo completamente sincero comigo, e isso me fez sentir ainda mais próxima dele. 
"Você também é a coisa mais importante para mim, Armin", eu disse, me aproximando dele uma última vez antes de partirmos com o Armin do passado. 
"Eu te amo." 
"Eu te amo mais, Boreal", ele respondeu de uma forma que nunca vi, me beijando suavemente. 
Eu sabia que nunca esqueceria aquele momento, e que mesmo que algo acontecesse conosco, eu sempre teria essas lembranças para me confortar. 
E assim, finalmente fomos onde todos se encontravam.
Aos poucos todos apareciam.
"Hey, vocês dois", Alexy do passado nos cumprimentava, dando um sorriso largo. "Estão prontos para enfrentar a realidade hoje?"
"Sempre prontos", Armin respondeu tentando fingir animo enquanto se escorava no Nathaniel, que claramente, assim como eu, sabia o quanto de esforço ele estava fazendo.
Nós estamos dentro do bunker nesse exato momento.
Estou escrevendo um resumo do dia pra tentar me acalmar.
Ativaram as sirenes lá fora, estamos em um pequeno abrigo de animais escondidos, próximo à casa do Armin velho, indicação do Rémy que conhece bem o bunker.
Estou escrevendo este diário hoje, porque acho que este será o meu último dia. 
Quero registrar tudo…
Eu sei que parece loucura, mas é a única maneira de salvar todos que amamos e garantir que nunca mais ninguém sofra as consequências do nosso erro. Eu sou uma cópia, assim como Armin e Alexy, e a existência das nossas cópias gerou um paradoxo que ameaça a existência de todos.
Estou tentando manter a calma, mas meu coração está apertado e meu estômago dói. 
Armin também parece triste e preocupado. 
Ele tem tentado disfarçar com suas piadas, mas eu o conheço bem o suficiente para saber que ele está sofrendo tanto quanto eu.
O tempo todo ele pergunta se estou bem, mas sei que essa pergunta é pra se autopacificar…
Em uma dos milhares de vezes que ele perguntou como eu estava, eu acabei respondendo 
"Não, eu estou com medo, Armin. Eu não quero desaparecer." e foi o único momento que eu desabei na frente dele.
Ele me abraçou com força e repetia incansavelmente "Nós não vamos desaparecer. Nós vamos dar um jeito nisso, ok?"
Eu quero acreditar nele, mas não consigo. É difícil não pensar nas infinitas possibilidades do que pode dar errado. E se nós falharmos? E se tudo isso for um grande erro?
O futuro estava em minhas mãos, e eu estava pronta para enfrentar qualquer coisa que viesse pela frente. Eu sabia que essa seria a última vez que eu veria Armin antes de enfrentarmos o nosso destino, mas tinha que manter a esperança de que tudo daria certo. 
Eu sei que sera uma luta difícil, mas também sabia que temos uma chance de vencer… Pelo menos quero acreditar nisso…
[<< CAPITULO ANTERIOR] ✖ [PROXIMO CAPITULO>>]
4 notes · View notes
Capitulo 207
Tumblr media
Abri meu olho ouvindo um ruído na rua.
Olhei ao redor, tentando me orientar, e percebi que estava em uma rua deserta de uma cidade estranha. Meu coração começou a bater mais rápido. O que havia acontecido? Como eu tinha chegado ali? 
Eu tentei me lembrar de alguma coisa, mas tudo o que conseguia ver era uma imagem vaga de um laboratório e de um dispositivo que parecia uma máquina do tempo.
"Estou em outra dimensão", eu sussurrei para mim mesma, tentando controlar a ansiedade. 
Eu olhava para os lados, mas não havia ninguém por perto. 
Chamava os nomes dos meus amigos.
“Armin? Alexy? Nathaniel? Ambre? Azriel? Alguém!??” mas não tinha resposta.
Eu me levantei do chão e comecei a caminhar lentamente, observando tudo ao redor. 
De repente, eu vi uma sombra se movendo no final da rua.
Eu dormi na noite anterior a esse dia, eu estava no esconderijo com todos esperando pro dia seguinte para que pudéssemos invadir o bunker.
O que estava acontecendo? Por que eu estava em uma rua deserta no meio do nada? Onde estavam meus amigos?
Em outra situação eu pensaria que foi só um sonho, mas infelizmente, não foi.
Eu via aquela sombra se aproximar de mim, e eu estava muito, muito assustada.
Eu comecei a andar mais rápido, tentando me afastar da sombra. Mas, a cada passo que eu dava, a sombra parecia ficar mais próxima. 
Meu coração batia tão rápido que eu sentia que ele poderia sair pela boca a qualquer momento. Eu não tinha ideia do que fazer. De repente, eu tropecei em uma pedra e caí no chão. 
Eu tentei me levantar, mas a sombra já estava sobre mim. 
Eu tentei gritar, mas nenhum som saía da minha garganta.
Comecei a focar meu olho na sombra pra tentar identificar algo, e noquei que era… meu rosto…?
“B-Boreal…?” falei meu nome espantada e com dúvida.
Ela não parecia olhar pra mim, mas olhar além de mim.
Ela ignorava minha presença e simplesmente passou por mim, como se eu não estivesse no local.
Tentei toca-la, mas foi em vão, ela simplesmente parecia ser translucida.
Fiquei perplexa e confusa. Como era possível que a sombra tivesse o formato do meu rosto? Será que eu estava delirando? Era uma versão minha? O que houve?
Tentei me concentrar em algum detalhe ao meu redor que pudesse me ajudar a entender o que estava acontecendo, mas nada parecia fazer sentido. 
De repente, ouvi uma voz chamando meu nome. Virei-me para a direção do som e vi uma figura familiar correndo em minha direção. Era Nathaniel. 
"Nathaniel! Onde estamos? O que está acontecendo?", eu gritei, aliviada por finalmente ver um rosto conhecido. 
Ele veio correndo até mim e eu o abracei desesperada, pude sentir que ele me abraçou com firmeza também, ele estava tenso com a situação, sem sombra de dúvidas.
Nathaniel parou ao meu lado, ofegante. "Eu não sei. Eu acordei em uma rua estranha, como essa." Fiquei aliviada por não ser a única nessa situação, mas ainda estava assustada e confusa. 
"O que tá acontecendo… Vamos procurar os outros", eu disse a Nathaniel, e começamos a caminhar juntos pela rua deserta, procurando por qualquer sinal de nossos amigos.
“Eu vi uma imagem minha agora pouco Nath…” falei enquanto caminhávamos.
“O que quer dizer Boreal?”
“Uma sombra se aproximou de mim e essa sombra tinha o formato do meu rosto. Ela me ignorava e simplesmente desapareceu, eu… to tão confusa Nath…” eu sentia meu corpo tremer.
Nathaniel me puxou pra perto e tentava me acalmar.
“Vamos ficar ligados nisso. Pode ter sido… um fragmento de outras dimensões, não sabemos. Estamos na fronteira de todas as linhas de tempo e dimensões, Boreal, tudo é possível.” o que ele dizia fazia total sentido, mas ainda assim, me assustava.
Continuamos caminhando pela rua, tentando encontrar qualquer pista sobre onde estávamos e como tínhamos chegado lá. Mas a cada passo que dávamos, parecia que estávamos ficando mais perdidos.
Não havia nenhum sinal de civilização ou qualquer coisa que pudesse nos ajudar a descobrir o que estava acontecendo. 
Depois de caminhar por alguns minutos, vimos uma figura ao longe. 
Parecia ser uma pessoa, mas não conseguíamos ver muito bem quem era. 
Começamos a correr em direção à figura, esperando que fosse um dos nossos amigos. 
Mas, quando chegamos mais perto, percebemos que não era. 
Era um homem estranho, vestido com uma roupa antiga e segurando um objeto que parecia ser uma lanterna. 
Ele nos olhou com curiosidade e depois disse algo que não entendemos. 
"Desculpe, não entendi", Nathaniel falou. 
Eu segurei firmemente seu braço, assustada e o homem repetiu o que disse, mas ainda não conseguimos entender. 
Ficamos parados, olhando para ele, tentando descobrir o que fazer em seguida. 
Então, o homem nos estendeu a mão, como se estivesse nos convidando a segui-lo. 
Nós hesitamos por um momento, mas decidimos segui-lo. Talvez ele pudesse nos ajudar a descobrir onde estávamos e como tínhamos chegado lá. 
Começamos a segui-lo, e ele nos levou por ruas estreitas e sinuosas, que pareciam se estender infinitamente. 
Finalmente, chegamos a uma construção antiga e misteriosa. Era uma casa grande, com janelas quebradas e uma porta velha e enferrujada. O homem nos levou até a porta e a abriu, nos convidando a entrar. 
Ficamos um pouco apreensivos, mas decidimos entrar. Não tínhamos muito o que fazer, ele já sabia de nós caso fosse uma ameaça.
Quando entramos na casa, foi como se tivéssemos sido transportados para outra época. 
O interior era decorado com móveis antigos e havia velas acesas em todos os lugares. O homem nos conduziu até uma sala, onde havia um livro aberto sobre uma mesa. Ele apontou para o livro e disse algo que ainda não conseguimos entender. 
Então, ele apontou para nós e para o livro, como se quisesse que lêssemos algo. 
Nós nos aproximamos do livro e começamos a ler. Era um livro antigo, escrito em uma língua que não conhecíamos. Mas, à medida que começamos a tentar ler, algo estranho começou a acontecer. 
As palavras começaram a se mexer no papel, e as velas começaram a piscar. Então tudo se tornou um breu.
Eu me segurei com força no Nathaniel que me segurava com a mesma intensidade.
“Não vamos entrar em pânico.” ele dizia me pacificando.
Minha mente estava confusa com tudo aquilo e ainda tinha o bônus de que eu não conseguia lembrar como havia chegado a essa rua desconhecida. 
As lembranças estavam turvas, mas eu sabia que algo havia acontecido. 
E ai, quando nossa vista começou a acostumar com o escuro, notamos no meio da escuridão algo se mover, outra sombra, alta dessa vez.
Nós tentamos nos afastar, mas não tinha espaço, e estávamos com a sombra se aproximando cada vez mais. 
Minhas mãos começaram a suar e eu sentia um nó no estômago. 
"Quem está aí?" Eu perguntei em voz alta, tentando parecer corajosa. 
Não houve resposta. 
A sombra parecia estar se movendo de um lado para o outro, como se estivesse indecisa sobre o que fazer. 
De repente, eu ouvi uma voz, uma voz que eu conhecia muito bem. 
"Boreal!" Era Alexy. 
Eu não consegui conter as lágrimas de alívio. "Alexy! Onde você está?" 
Eu gritei, procurando ao meu redor. 
Ele então tocou meu rosto e tudo se acendeu de uma vez. A sala era completamente diferente, era como se estivéssemos na mesma sala onde adormeci na noite passada desde o início.
Pelo olhar do Nathaniel ele viu tudo que eu vi também.
Nath e eu nos encaramos assustados.
“Você viu o mesmo que eu né?” ele dizia o encarando.
“Sim… O que acabou de acontecer?” olhávamos pra todos os lados assustados e Alexy estava com um olhar confuso.
“O que rolou? Estavam usando algo sozinhos?” ele dizia fazendo gesto de cigarro.
“Para de graça Alexy! É sério!! Não estávamos aqui… eu acho…” eu falava confusa.
“Onde está o resto do pessoal Alexy?” Nath perguntou.
“Estão na estufa.” Alexy dizia.
“Estufa?”
“Sim. Descobrimos uma estufa aqui dentro com várias plantas que parecem ser experimentos. Muitas estão mortas e parece estar abandonado faz um tempo, mas existe, geral foi pra lá verificar. Querem vir?” ele perguntava.
Nathaniel e eu levantamos, ainda confusos, e seguimos ele.
Realmente era uma estufa com várias plantas, Rémy parecia animado, obviamente, ele ama plantas.
Violette parecia compartilhar do sentimento de satisfação.
“Demoraram pra aparecer. Estavam traindo minha confiança?” Armin dizia se aproximando de nós dois em tom de piada.
“Não seu idiota. Paramos em…como podemos chamar aquilo Nath?” eu tentava explicar.
“Eles estavam usando drogas juntos, certeza.” Alexy dizia rindo e levando um tapa no braço vindo de mim.
“Acordamos em uma rua estranha, não tinha ninguém, além de um homem que surgiu após caminharmos por muito tempo lá.” Eu cortei o Nathaniel pra falar.
“Na verdade pra mim, apareceu uma sombra com o formado do meu rosto que parecia não me ver.” falei.
“Ah sim, tem isso.” Nathaniel então seguiu explicando tudo que passamos.
O homem, a casa do homem, tudo se apagando e o Alexy surgindo.
“Realmente, eu diria que usaram algo.” Armin falava em tom de piada muito parecido com o de Alexy.
Repentinamente ouvimos gritos pouco a nossa frente, fomos correndo verificar o corredor de onde veio o grito, era a Violette e o Rémy olhando para Bia que beijou o Azriel do nada.
“O QUE HOUVE?!” eu falava surpresa e confusa.
Bia parou, olhou a gente.
“Boreal… Eu… lembro de tudo.” ela dizia me deixando ainda mais confusa.
Azriel a encarava confuso e em silêncio.
“Eu lembro da gente na outra linha. Eu lembro das coisas dessa linha, eu… lembro de tudo…” ela dizia novamente.
Eu, Nathaniel, Alexy e Armin nos encaramos confusos.
Poucos segundos chegou Armin do passado e Alexy do passado perguntando o que estava acontecendo.
Ele não fazia a menor ideia.
Explicamos rapidamente, e ele pareceu ainda mais confuso.
“Vamos todos nos reunir ali fora dos corredores da estufa.” ele dizia já virando as costas.
Começamos a chamar pelos nomes e aos poucos todos que estavam espalhados se reuniram.
Mas… Havia algo errado.
“Thomas, você estava com o Nathaniel do passado não é? Cade ele?” perguntei.
“Eu não vejo ele desde ontem, tá loca?” quando ele falou isso, Nathaniel e u nos encaramos assustados, quando repentinamente, Nathaniel pareceu sentir uma pontada na cabeça.
“Eu… lembro de ter ido dormir com a minha irmã quando… acordei na tal cidade.” Nath dizia com cara de dor.
“Mas não dormimos juntos, eu dormi com o Castiel.” Ambre respondia confusa.
“Cara, nenhuma informação tá fazendo sentido.” Armin do passado dizia.
“E… acho que eu lembro de ter dormido com o meu irmão, mas… não tem sentido…” Ambre parecia confusa.
“... Gente, onde tá a outra, Ambre?” Chani perguntou.
E na mesma hora todos se encararam MUITO surpresos.
O que estava acontecendo?
“Porque Ambre a Nathaniel do passado sumiram ao mesmo tempo…?” eu perguntei assustada, mas algo dentro de mim dizia que eu tinha uma noção do que estava se passando.
Os olhares confusos e preocupados se mantiveram entre nós enquanto todos tentavam entender o que estava acontecendo. Eu podia sentir a tensão no ar enquanto as peças do quebra-cabeça começavam a se encaixar na minha mente. 
"Isso não pode ser uma coincidência", eu disse em voz alta, me referindo ao desaparecimento simultâneo de Nathaniel e Ambre.
Todos pareciam confusos e assustados, tentando juntar as peças do quebra-cabeça que estava se formando diante de seus olhos. 
“Talvez nessa fronteira das realidades que nos encontramos, nossas versões estão se fundindo com as mais recentes?” Armin do presente dizia pensativo.
“Significa que o Armin do passado vai desaparecer…?”  Alexy do passado dizia desesperado.
“Eu não sei também Alexy. Tá tudo muito confuso… O que você lembra Capucine?”
“Eu… É confuso… eu lembro de ter vivido várias coisas com vocês, mas por algum motivo, meu cérebro sabe que não vivi isso de verdade, não nesse corpo, mas, eu não consigo ir de contra, tem memórias da minha vida na minha linha temporal, e na sua ao mesmo tempo, Boreal. Seria assim que a Debrah se sentia…?” ela falava com olhar perdido.
“Eu também. É exatamente o que falou Capucine, me descreveu perfeitamente. ” Nathaniel adicionava.
Eu olhava pro Armin do passado apreensiva de ele sumir, afinal, estávamos próximo ao nosso objetivo.
“Se eu sumir, me fundirei com o do presente provavelmente, então ainda poderei ajudá-la se é o que está pensando.” eles falavam como se lesse meus pensamentos.
Acabei rindo ao notar que não importa a versão do Armin, temos essa conexão.
Violette e Rémy ainda estavam em choque pelo beijo inesperado entre Bia e Azriel, eles ainda encaravam ambos confusos. 
“Isso tudo tá muito confuso… O que foi isso?”, perguntou Violette, com os olhos arregalados.
“Eu queria saber também…Eu não seio que está acontecendo… Foi como se um interruptor tivesse sido ligado e todas as minhas memórias voltassem de repente. Eu lembro de tudo o que aconteceu antes de me resgatarem no colégio. Lembro de ter vivido muitas coisas com vocês, mas eu sei que não vivi.”, repetia Bia, ainda confusa. 
Azriel permanecia em silêncio, processando tudo o que estava acontecendo. 
“Isso é loucura! Como podemos ter vivido coisas que nunca aconteceram? Se foram de outra versão nossas não tem como serem lembranças nossas!”, exclamou Rémy, tentando entender a situação. 
“E tu me vem falar de lógica agora Rémy? Sério? Olha a nossa volta. Se olha no espelho. OLHA PRA TUA MÃE!” Armin falava exaltado.
Enquanto todos discutiam, senti uma forte dor de cabeça e me apoiei no Armin do presente para não cair. 
“Boreal, o que aconteceu?”, perguntou Armin, preocupado. 
“Eu… sinto como se minhas memórias estivessem se misturando. É como se eu estivesse vivendo duas vidas ao mesmo tempo”, respondi, tentando controlar a dor. 
Foi então que um som estranho ecoou pelos corredores da estufa, interrompendo nossa conversa. Parecia uma mistura de chiado e zumbido, cada vez mais alto e agudo. 
“O que é isso?”, perguntou Chani, com medo. De repente, uma luz forte tomou conta do ambiente, cegando todos nós por alguns segundos. 
Quando finalmente conseguimos abrir os olhos novamente, percebemos que não estávamos mais na estufa. Estávamos em um lugar completamente diferente, cercados por árvores altas e exuberantes, com um sol brilhante no céu. 
“Onde estamos?”, perguntou Alexy, olhando ao redor com curiosidade.
“De novo isso…” Nathaniel dizia com um olhar deprimido e em choque.
“Todos estão vendo dessa vez?” perguntei encarando todos e notando que sim, estavam vendo o ambiente a nossa volta.
“O que tá acontecendo…?” Rayan falava olhando pra todos os lados.
“O Armin do futuro iria cair bem agora…” resmunguei baixo.
“Boreal… Que memorias você estava tendo?” Armin perguntava pra mim enquanto todos caminhavam entre as árvores tentando entender o que estava acontecendo.
“Eu… não sei. Eram coisas que eu já vivi, mas como se eu estivesse vivendo diferente. Eu não sei explicar. Será que eu misturei com alguma versão minha que viveu a mesma vida que eu?” perguntei em choque.
“Não tem nada de diferente que possa traçar?” Alexy perguntava.
“Sim… Uma… sala branca. Eu não lembro daquilo. Eu consigo ver com clareza essa sala branca, mas… Não tem sentido.” eu sentia minha cabeça doer enquanto tentava lembrar com clareza.
Eu fechei meu olho novamente com muita dor, chegava a sentir enjoo de tanta dor, e quanto abri eu estava em uma sala branca, completamente branca, sentada em uma cama.
Eu olhava pros lados e não tinha nada além de moveis brancos.
Era estranho.
Vi o Armin entrar pela porta e vir na minha direção, era o Armin do futuro, mas com uma roupa casual.
Eu tentava falar, mas não saia som algum.
Ele me deu água e começou a conversar comigo, mas sua voz estava abafada e eu não entendia nada que ele estava dizendo.
Eu fechei os olhos e quando abri estava no corredor novamente com todos a minha volta.
“Mais uma acordou!” Armin do passado gritava.
“Otimo, só falta o Castiel e o Armin do presente.” Nathaniel dizia.
Cada minuto que passava eu me sentia mais confusa.
“O que houve?” perguntei pro Alexy que estava próximo.
“A mesma coisa de antes, mas agora com todos. E você estava dormindo até agora. Armin do passado foi o primeiro a acordar.” dele respondia me dando água.
“Quem acordou primeiro?” perguntei.
“O Rémy.” eu ali fiquei meio apreensiva, pois ele parecia estranho o dia todo.
“Onde ele está?” 
“Ele foi na direção da estufa.” sem aviso me levantei e fui até lá.
Estava sendo um dia muito difícil para mim. 
“Rémy…?” chamei seu nome.
Ele se virou rapidamente pra mim, estava com a cara vermelha e parecia ter chorado.
Ele estava em silêncio, eu só abri os braços e ele agarrou meu tronco enquanto estava de joelhos e enterrou seu rosto em minha barriga e começou a chorar mais e mais sem falar nada.
Desde que Rémy decidiu deixar o loop temporal em que estava preso há tanto tempo ele demonstra medo constante de voltar pra aquilo. Eu não posso culpá-lo, ele está cansado de reviver tudo pra tentar viver. Mas agora, meu pensamento era apenas: será que ele lembrou das outras versões dele?
Se o cérebro dele pegar lembranças das outras versões dele, isso seria muito traumatizante…
“Lembrou de algo Rémy…?” perguntei.
Ele balançou a cabeça negativamente, aquilo me deu certo alívio.
Fiquei acariciando seus cabelos enquanto ele chorava mais.
Eu sabia que aquela situação era muito difícil para ele e eu queria fazer algo para ajudar. Perguntei se ele queria conversar e ele acenou positivamente com a cabeça. 
Fomos caminhando juntos em direção a um banco perto da estufa, onde nos sentamos. 
Eu sabia que não poderia fazer muito, mas queria ao menos tentar ajudá-lo a se sentir melhor. 
"Rémy, eu não posso imaginar como deve ser difícil para você passar por tudo isso. Mas quero que saiba que estou aqui para te apoiar. Se você quiser conversar ou desabafar sobre qualquer coisa, eu estou aqui para ouvir", eu disse, tentando confortá-lo. 
Ele me olhou no olho e pude ver a tristeza em seu olhar.
"É tão frustrante, você sabe? Eu sinto como se estivesse preso nesse loop temporal para sempre. Mesmo que tudo esteja diferente agora, não consigo evitar de me culpar por ter parado tudo… Olha a nosso redor, tudo destruido… Eu quero sair daqui, mas parece que não importa o que eu faça, eu sempre acabo voltando para o mesmo lugar. É uma sensação horrível", ele desabafou. 
Eu entendi o que ele estava sentindo.
"Eu sei que é difícil, mas você não está sozinho nessa. Todos nós estamos passando por isso juntos. E nós vamos encontrar uma maneira de sair daqui, eu prometo. Agora não tem mais volta, você sabe disso né?", eu disse, tentando ser positiva. 
Ele pareceu se acalmar um pouco e eu senti um pouco de alívio ao vê-lo sorrir. 
“Esses flashes de todos? E se lembramos de algo que não devíamos? Por que está acontecendo isso agora? Porque nossas versões estão se fundindo?” ele falava apreensivo.
“Eu também não sei Rémy… Eu tô tão confusa quanto você. Mas sinto que tudo isso vai acabar em breve. Seja pra bem ou pra mal.” 
“E você, lembrou de algo mãe?” ele perguntou.
“Eu agora pouco estava… em uma sala completamente branca com o Armin do futuro.”
Quando falei isso pensativa, pude notar o Rémy me olhando com espanto.
“Sala… branca?” ele dizia.
“Sim, um quarto, na verdade. Estranho né?”
Ele pausou suas expressões completamente antes de falar sem me olhar: “sim sim… estranho…” eu sentia que tinha algo estranho em sua expressão, algo a mais.
“O que houve?” perguntei.
“Nada não er… Obrigado por estar aqui por mim", ele disse, abraçando-me. 
Eu, confusa, abracei-o de volta, sabendo que não podia fazer muito nem tirar a força o que ele estava sentindo. 
"Sempre que precisar, estarei aqui", eu disse desconfiada da reação dele. 
Ele se levantou assustado e foi até Armin do passado correndo me deixando ainda mais pensativa.
Priya se aproximou de mim e eu contei pra ela tudo que tinha acontecido.
Nós ficamos sentados ali por um tempo, conversando sobre coisas aleatórias, mas eu sabia que o que ele precisava era apenas alguém para conversar e desabafar, alguém envolvido diretamente nisso tudo… 
Armin do passado? Nathaniel? Muitas pessoas que seriam uteis desapareceram nesse período de mudanças de dimensões estranhas que estávamos vivendo, e eu estava com medo…
Eu temia dormir, eu temia andar, eu temia piscar…
Estamos deixando grupos acordados pra tomar conta uns dos outros com medo de tudo se repetir. Escrevi isso enquanto tentava me manter acordada, era meu turno, mas preciso pedir para alguém me cobrir, minha pálpebra está fechando, estou exausta.
[<< CAPITULO ANTERIOR] ✖ [PROXIMO CAPITULO>>]
6 notes · View notes
Capitulo 206
Tumblr media
Desde que acordei, sinto uma tensão no ar, como se algo estivesse prestes a acontecer. 
Ainda não sei exatamente o que é, mas algo me diz que não será algo bom.
E quando foi? Nunca vou sentir aquela ansiedade boa de quem espera uma surpresa agradável, sempre será isso, mesmo se um dia eu alcançar paz…
Entendo porque o Armin detesta surpresas.
Eu e o grupo estávamos nos preparando para sair e explorar a região, era tudo muito novo, e apesar de tudo, não sabíamos onde ficava o bunker exatamente.
Era uma novidade pra todos.
Achamos essa casinha no meio do nada (no literal) mas não sabíamos o que teria lá fora. 
Foi quando ouvimos um barulho estranho vindo da entrada da casa. Corremos para ver o que era, mas não havia ninguém lá. 
Sabe, isso tem sido frequente.
É um local que o som varia entre nenhum e sons horríveis de vento sem ter vento.
Isso tem apavorado nosso grupo todo.
Era bem cedo quando acordei e fui direto pro banheiro com uma tesoura…
Hoje é um grande dia. É o prelúdio pra nossas mudanças.
Eu decidi que cortaria meu cabelo. Eu nunca cortei meu cabelo antes. Desde que eu me lembro, meu cabelo sempre esteve preso em uma trança. Eu o deixei crescer desde que eu era criança e agora está tão longo que alcança minha cintura. Mas, é hora de mudar. Assim como o cabelo cresce, eu quero que minha vida recomece do zero.
Minha raiz branca me lembrava tudo que havia passado esses tempos, e chega de ficar presa ao passado.
É algo pequeno, uma mudança de cabelo, mas pra mim, que vivo estática esse tempo todo só com as coisas mudando ao meu redor e eu me mantendo a mesma sempre, é um grande passo…
Eu estava sozinha no banheiro, segurando a tesoura nas mãos. Eu nunca cortei o cabelo antes, então estava bem nervosa. O que aconteceria se eu cortasse muito curto? E se eu estragasse tudo? A vida é assim também… Mas eu decidi que eu precisava fazer isso. Eu preciso tomar as rédeas da minha vida. Eu preciso ser mais forte.
Esse cabelo é mais do que um cabelo, carrega uma simbologia muito grande pra mim…
Eu segurei o cabelo com uma mão e cortei com a outra. Primeiro um pedaço pequeno, e então outro. Cada corte fez meu coração bater mais rápido. Mas eu continuei, cortando e cortando, até que meu cabelo estivesse nos meus ombros. Eu olhei para o espelho, surpresa com o resultado.
“Uau, Boreal, você ficou linda!” Eu ouvi uma voz e me virei, vendo Armin parado na porta do banheiro. 
“O que você está fazendo aqui?” Eu perguntei, ainda surpresa com a mudança. 
“Eu acordei e você não estava na cama. Eu vim ver se você estava bem. Eu não esperava ver você cortando o cabelo.”
Eu sorri para ele e fui até ele. 
Ele me abraçou e beijou minha testa. 
“Eu estou bem, só precisava mudar alguma coisa.” falei olhando pra baixo.
“Eu entendo. Eu sinto que precisamos mudar muitas coisas ultimamente.”
“Sim, eu sei. Mas nós vamos superar tudo isso. Juntos.” Armin sorriu para mim. 
“Sempre juntos,Boreal. Agora, o que você quer fazer com seu novo visual?” Eu ri e comecei a arrumar meu cabelo. 
“Eu não sei. Talvez eu vá dar um passeio lá fora, mostrar pra todos os espíritos que vagam por aqui meu novo corte. Não temos muitos lugares pra visitar por aqui, mas, preciso de novos ares. Vamos ter que sair de qualquer forma.” 
“Isso é uma ótima ideia. Eu vou com você. Mas primeiro, vamos tomar café da manhã.”
Eu sorri para ele e seguimos para a cozinha.
“Você parece estar melhor ultimamente, Armin”, eu comento enquanto tomo um gole de café. 
“Eu estou tentando. Eu não quero que tudo isso me afete. Eu quero ser forte, assim como você.” Eu sorrio para ele enquanto o ouvia. 
“Você é forte, Armin. Você é incrível.” Ele cora e sorri para mim. 
“Obrigado, Boreal. Eu te amo.” Eu sorrio de volta para ele. 
“Eu também te amo.”
Esse corte de cabelo é mais do que um corte de cabelo. É o fim de uma era, é o fim de uma jornada, é o prelúdio do recomeço de uma vida.
Assim como meu cabelo, eu irei crescer mais forte e me cuidar muito mais a partir de hoje.
Mudanças são necessárias pra que consigamos seguir em frente. 
E o primeiro passo ‘’e ter coragem pra pôr em prática essas mudanças.
Eu fiquei confortável por anos estando com o mesmo corte e com a mesma cara.
Não mais…
“Bem, vamos pensar positivo, provavelmente estamos perto de pegar algum final,m e sinto que vai ser um final bom!” Armin dizia comparando a situação com um jogo de RPG tentando amenizar a situação tensa do local.
“Aff, la vem ele com essas merdas.” Alexy do presente resmungava.
Armin sempre tem uma energia contagiante. Eu admiro muito a forma como ele consegue transformar qualquer situação em uma diversão mesmo ele mesmo não estando bem. Se não fosse por ele, eu provavelmente já teria desistido…
Seria a primeira vez que pisaríamos fora dessa casa desde que chegamos, e assim o fizemos.
Finalmente, chegamos à fronteira das linhas temporais. 
O que antes parecia impossível, agora está bem diante dos nossos olhos. 
Ver o passado, o presente e o futuro se misturarem é uma sensação surreal, dá um arrepio na espinha e uma sensação muito desagradável de descontrole. 
Não posso deixar de sentir um nó no estômago só de pensar nas consequências que nossas ações podem ter. 
Armin apesar de tudo, parecia estar genuinamente empolgado com a perspectiva de finalmente encontrar a Boreal original. 
Ele tem sido um apoio constante para mim durante toda a jornada e parece sempre saber exatamente o que dizer para me tranquilizar, infelizmente eu não sei se posso dizer o mesmo a meu respeito quanto a ele. 
Eu sei que ele está lutando contra seus próprios demônios, mas ele nunca deixa transparecer.
Ele deixava, mas de uns tempos pra cá tem sido impossível ler seu rosto.
Nós caminhávamos do lado de fora com nossas bolsas, era tudo vazio com fragmento de coisas e pessoas espalhados, era muito ruim de ver, era uma sensação indescritível.
Daniel passou parte do caminho se culpando sem parar.
“Eu vi o Ken… mesmo aquela versão dele queria nos proteger né?” ele dizia com voz de choro.
Peggy só colocou a mão sob o ombro dele tentando acalmá-lo.
Ele continuava.
“Se eu não tivesse insistido em buscar minhas coisas, nunca nada disso teria acontecido… nada…”
“Não é sua culpa, nunca foi. Foi culpa na Nina.” Armin falava comigo beliscando ele.
“Armin! Ele gostava da Nina! Isso não é cosia que se diga…”
Daniel então começou a chorar mais.
Peggy abraçou Daniel com força, tentando consolá-lo. 
"Daniel, não foi culpa sua. Nós todos fizemos escolhas que nos levaram até aqui. Não podemos mudar o passado, mas podemos escolher como seguimos em frente a partir daqui", disse ela com carinho. Armin concordou. 
"A Nina tomou as próprias decisões e escolheu trair a confiança de vocês dois, amigos que ela dizia serem preciosos. Não podemos permitir que a culpa nos paralise, precisamos seguir em frente e encontrar uma maneira de superar isso juntos", disse ele, olhando para cada um de nós com determinação. 
Daniel ficou em um longo silêncio, sem parar de caminhar ele secou as lágrimas e olhou para cada um de nós com gratidão. 
"Vocês têm razão. Não podemos mudar o passado… mas podemos escolher o que fazemos a partir de agora. E eu escolho estar com vocês e lutar por um futuro melhor. Era o que o Ken estava tentando fazer, e eu vou continuar a missão dele.", disse ele, com determinação na voz. 
Era um clima de muita tensão pra todos os lados.
Enquanto isso, Thomas e Chani estão procurando um local mais seguro para nos estabelecermos enquanto tentamos descobrir um jeito de alcançar a Boreal original. 
Em paralelo, Armin do passado estava fazendo anotações a respeito dos lugares. 
Eles são dois pilares de força, sempre tão cuidadosos e dedicados ao nosso grupo. 
"Então, o que é o próximo passo?", perguntei a Armin do passado, enquanto caminhávamos pelas ruas desertas de uma cidade fronteiriça.
“Ir até a localidade que Debrah marcou para gente. O problema é achar… sophie, você conhece algo por aqui?” Armin perguntava se direcionando a Sophie.
“Infelizmente quem viveu nessa dimensão foi o Nathaniel… Eu só ouvi falar por ele. Minha estadia aqui foi curta e eu ficava somente com ele.” ela respondia/
Nathaniel… Ele seria de grande ajuda.
“Então significa que temos onde ficar?” Azriel perguntava.
“Sim, temos. Mas não sei como ir. Aparentemente esse local é próximo do bunker e tem uma entrada secreta pra parte interna.” Armin dizia.
“Eu tenho noção de como andar no bunker, mas não aqui.” Rémy dizia.
“Vocês são uns incompetentes. Me sigam.” Armin do futuro finalmente desligou o PSP dele e tomou frente como um líder.
Começamos a caminhar, Armin do presente me puxou.
“Eu não confio nele, só quero deixar isso bem claro.” ele dizia.
“Ué, tá confiando mais no do passado do que no do futuro?” questionei.
“Exatamente… Se ele estiver com o Armin do bunker não teremos o que fazer.”
Continuamos a seguir ele, Armin realmente parecia saber o que estava fazendo.
Foi quando percebemos que estávamos sendo seguidos. 
Não conseguimos ver quem era, mas pudemos sentir a presença de alguém nos seguindo. 
Armin falou que chegou a ver alguém se esconder com sua visão periférica.
Estávamos todos tensos, prontos para qualquer coisa. 
"Vocês também estão sentindo isso, né?" perguntei discretamente para o grupo.
"Estranho, muito estranho", respondeu Nathaniel. 
"Será que é algum tipo de ameaça?"
"Talvez. Precisamos ficar atentos", respondeu Ambre.
Castiel estava calado desde que ele matou o Lysandre com suas próprias mãos, mas ele se aproximou de nós falando.
“Deixa que eu fico atrás, se acontecer algo vou receber o ataque primeiro, vão na frente.” ele dizia com cara de raiva.
"Bem, eu preciso falar com o Armin do passado. Precisamos nos certificar de que ele está a par de tudo o que está acontecendo aqui atrás.", respondeu Armin, mordiscando a unha do dedo indicador.
Ele estava se afastando e indo pro lado dos dois Armins que estavam na frente do grupo todo, tudo que estávamos fazendo, cada movimento, era discreto.
Não queríamos deixar claro pra nosso perseguidor que o notamos.
"Não acho que isso seja uma boa ideia", eu disse, sentindo um calafrio percorrer minha espinha. 
"Você mesmo disse, o que impede o Armin do futuro de nos trair?"
"Eu sei que é arriscado, mas não temos outra escolha", disse Armin, colocando a mão no meu ombro. 
"Precisamos fazer tudo o que pudermos para alcançar a Boreal original. E isso inclui correr riscos." Suspirei, sabendo que ele estava certo.
Pensar que Armin era o gênio por trás da máquina do tempo que nos trouxe até aqui, eu confiava em suas habilidades e seu raciocínio, mas ainda assim, não conseguia me livrar do medo de que tudo isso pudesse dar muito errado. 
"Então, qual é o próximo passo após contar pro Armin do futuro?", perguntei, olhando para ele com expectativa.
“Não faço ideia, mas temos que ficar ligados no pior.” Ele falava baixo.
Armin então foi neles.
Nessa hora Rayan se aproximou de mim discretamente.
“Boreal, tem alguém na nossa cola.” ele falava com a mão na arma em sua cintura.
Eu sabia que tinha alguém ali, mas não sabia o quão perto ele estava.
Ouvimos outro ruido vindo de trás.
Castiel parecia estar apreensivo.
"O que é isso?" perguntei.
"Deve ser só um animal ou alguma coisa aleatória caindo, não se preocupe", disse Alexy.
Mas algo no meu instinto me dizia que algo estava errado. 
Eu peguei minha arma, aquela que eu carregava, e me afastei do grupo com o Rayan
Fomos em direção a uns escombros próximos.
Quando chegamos perto o suficiente, vimos um homem vestindo roupas pretas e uma máscara cobrindo o rosto. Ele estava segurando uma arma e parecia estar nos observando. 
"Quem é você?" perguntei, apontando minha arma para ele.
O homem permaneceu em silêncio por alguns segundos, mas depois disse em um tom rouco: "Eu estou aqui para entregar uma mensagem". 
"A mensagem de quem?" perguntou Rayan, com um tom de desconfiança. 
"Daquele que vocês estão evitando", respondeu o homem, olhando diretamente para mim. 
"Ele quer que vocês saibam que ele sabe o que estão planejando e que vocês nunca a encontrarão". Nessa hora eu me arrepiei toda, o Armin do bunker sabia nossa localidade…?
Como?
Lentamente eu olhei pro Armin do futuro com muita desconfiança.
"Isso é um blefe", disse Rayan, empurrando o homem para longe.
O homem caiu no chão e tentou lutar contra Rayan, mas foi rapidamente dominado. 
Os demais membros de nosso grupo nos aguardavam em prontidão, e rapidamente cercaram o homem para um interrogatório.
Depois de alguns minutos de interrogatório, o homem finalmente cedeu e revelou que ele havia sido contratado por um homem que queria impedir a missão da nossa equipe, no caso, ganhar tempo. 
Estávamos no meio de “lugar nenhum” e mesmo ali estávamos sendo perseguidos.
“Bem, nós chegamos no esconderijo, agora esse homem e um empecilho. O que faremos com ele? Ele sabe nossa localidade. Matamos?” Armin do passado dizia.
“Não acho que seja necessário… Ele não vai saber como entrar nem onde é se deixarmos ele preso aqui. Até porque foi fácil demais imobilizá-lo", disse Nathaniel, enquanto amarrávamos o homem. 
"Isso me preocupa", disse Armin, com uma expressão pensativa. 
Foi quando eu notei que o Armin do futuro desapareceu, enquanto largávamos o cara ali e entravamos na tal passagem.
Armin do passado já estava entrando e digitando algo em um painel de segurança do tal túnel secreto, eu corri até ele desesperada pra perguntar onde estava o Armin do futuro.
Ele me encarou, olhou pros lados e ficou surpreso que ele não notou quando o Armin sumiu.
Alguma coisa estava errada, e eu não conseguia parar de pensar no fato de que o Armin do futuro havia desaparecido. 
"Vamos mudar de localidade", disse eu. 
"Não podemos correr o risco de sermos atacados novamente".  Armin dizia.
“Mas eles sabem nossa localidade!” eu gritava desesperada.
“Boreal, eles vão saber seja pra onde formos… não temos outra saída.
“Eu sabia que ele estava em silêncio porque estava trabalhando com o Armin do bunker, sabia!” Armin do presente dizia.
Começamos a caminhar pra dentro do túnel.
Enquanto caminhávamos pelo túnel, eu podia sentir uma tensão crescente entre nós. Todos estavam nervosos e ansiosos, e eu não conseguia culpá-los. 
Finalmente chegamos a uma área aberta, onde páramos para descansar e discutir nossas opções.
"Não podemos simplesmente desistir, não agora.", disse Castiel, com determinação em sua voz. 
"Temos que encontrar uma maneira de alcançar a Boreal original" Armin dizia.
"Mas como vamos fazer isso?" perguntou Nathaniel. 
"Não temos uma máquina do tempo funcional, e o Armin do futuro não está aqui para nos ajudar nem nos guiar… capaz de ele ser um traidor…".
"Não podemos depender dele", disse Armin do passado, com um tom de desdém em sua voz.
"Temos que encontrar uma solução por nós mesmos". Eu concordei, sabendo que ele estava certo. 
Nós tínhamos que encontrar uma maneira de alcançar a Boreal original, mesmo sem a ajuda do Armin do futuro, obviamente ele não nos ajudaria. 
Enquanto discutíamos nossas opções, eu não conseguia parar de pensar em como poderíamos chegar à Boreal original. 
Eu sabia que não seria fácil, mas tínhamos que tentar. 
Decidimos explorar esse esconderijo enquanto podíamos, pra entender onde o Armin do futuro nos trouxe e até onde ele falou a verdade.
E sim, achamos uma passagem pro bunker, ele não mentiu.
Sabíamos que lá era nossa última parada e que quando entrássemos lá teríamos que estar certos de pra onde iriamos.
“Alguém precisa acessar a Debrah, o computador central do bunker, mas como fazer isso sem ser notado? Só habilidades de hacker não vai dar em nada, especialmente se levarmos em conta que tem duas versões evoluídas minhas nessa cidade.” Armin dizia.
“Eu poso ajudar… eu conheço o bunker muito bem.” Rémy tomou frente.
Realmente, o Armin do futuro tratava ele como um filho.
“Acho que eles não irão me atacar inclusive… mas se atacarem, corro o risco.” ele completou me deixando apreensiva.
Decidimos ser hora de descansar um pouco, e cada um foi para um canto do esconderijo para tentar dormir. Eu ainda estava pensando em tudo o que havia acontecido. 
Teríamos que planejar com muita cautela o que faríamos, isso não é um videogame e não temos máquina do tempo, só teremos uma chance de fazer dar certo.
[<< CAPITULO ANTERIOR] ✖ [PROXIMO CAPITULO>>]
5 notes · View notes
Capitulo 205
Tumblr media
Hoje foi um dia muito estranho. 
Sendo direta: a linha temporal estava se desfazendo, e as coisas pareciam estar mudando a cada minuto, igual aconteceu na minha linha temporal. 
Eu tentei me manter calma, mas foi e é difícil quando tudo parece estar desmoronando ao meu redor. 
Já fazia parte de nosso plano sair bem cedo dessa linha, ir pra linha distorcida do Lysandre e de lá entrar no tal portal que dava na fronteira do bunker.
Mas tudo foi mais rápido que o esperado.
O clima estava fúnebre devido aos últimos acontecimentos.
O número de mortes que vivemos nos últimos tempos extrapola qualquer outro.
O dia seria muito importante para nós, estávamos nos preparando para explorar a fronteira das linhas temporais, mas tava muito difícil simplesmente ignorar todos esses sentimentos.
Ken, Nathaniel, Nina e até mesmo o Lysandre, querendo ou não ele fez parte da nossa vida, principalmente da vida do Castiel…
Armin e eu estávamos arrumando as coisas juntos com todos, tudo que fosse necessário, não sabíamos o que iria acontecer nem quanto tempo demoraríamos pra conseguir alcançar nossos objetivos.
"Você acha que estamos prontos para isso, Boreal?" Armin pergunta enquanto olha para mim.
"Claro que sim, Armin. Você se esqueceu que estamos trabalhando nisso há meses? Além do mais, não é como se tivéssemos outra opção." Eu respondo com um sorriso.
"Eu sei, eu sei. É só que... É muita coisa para lidar, sabe? Eu não quero que nada dê errado, não de novo… Tô cansado de tentar e nos frustrar.", Armin diz, parecendo preocupado. 
"Eu entendo, mas precisamos confiar em nós mesmos. Além disso, estamos fazendo isso juntos", eu digo tentando tranquilizá-lo, mesmo que eu não acredite completamente nas minhas próprias palavras. 
Armin assente e sorri de volta para mim. Ele sabe que eu tenho razão. 
Nós terminamos de preparar nossas mochilas e eu decidi checar a comida que íamos levar na cozinha com a Melody e a Violette.  Armin foi ver o Daniel e a Peggy no outro comodo.
Eu abri a geladeira e comecei a retirar os alimentos. 
"Isso é tudo que vamos levar?" Eu pergunto para Melody. 
"Sim, é o suficiente. Nós não vamos ficar lá por muito tempo, então não precisamos de muita comida", Melody responde.
“Espero que esteja certa quanto a ficarmos pouco tempo…” eu disse.
“Armin não vai nos deixar passar necessidade por lá.” Violette falou sorrindo gentilmente pra mim.
Eu concordo e começo a embalar os alimentos em sacolas plásticas.
Enquanto fazia isso, percebi que a minha mente começou a divagar. 
Eu me lembro claramente do tempo em que eu era apenas uma estudante, sem me preocupar com as linhas do tempo ou viagens no tempo.
Eu sinto saudades da minha vida anterior, mas sei que não posso voltar atrás…
Mesmo que a gente arrume tudo, essa memorias estarão aqui pra sempre.
"Você está bem, Boreal?" Melody pergunta, trazendo-me de volta ao presente. 
"Sim, estou bem. Só estava pensando em algumas coisas. Como ser uma estudante comum era legal e eu não dava o devido valor…", eu respondo. 
"Eu entendo. Eu também sinto saudades da nossa vida anterior às vezes, mas precisamos focar no presente", Violette disse.
Eu assinto e termino de embalar a comida. Nós estávamos prontos para partir. 
Eu chequei o relógio e percebi que ainda temos tempo antes de Armin do passado vir nos buscar, ele foi verificar a outra linha antes de nos levar, pra assegurar que estava tudo bem. 
Decidi me sentar do lado de fora e respirar um pouco do ar puro antes de ir.
 Vi a Priya brincando com o Ariel, que agora sabemos ser o Lysandre pequeno de outra linha temporal e não parei de pensar a respeito disso.
Enquanto eu observava a cena, minha mente viajou para as possibilidades e implicações de existir outras linhas temporais. Será que em alguma delas eu poderia ter feito escolhas diferentes? Será que em alguma delas eu seria uma pessoa completamente diferente?
Minha mente estava vagando novamente. 
Eu pensei em Ken e em como ele era gentil e corajoso.
Eu me sinto triste por ele ter morrido tão jovem. 
Eu me pergunto o que teria acontecido se ele ainda estivesse vivo.
De repente, senti alguém se aproximar de mim e me virei para ver quem era. Era a Priya, que havia notado minha expressão pensativa e curiosa.
"O que está pensando?" ela perguntou, sentando-se ao meu lado. 
"Estou pensando em todas as possibilidades que existem em outras linhas temporais. Imagina se em alguma delas eu fosse uma pessoa completamente diferente? E se nada disso tivesse acontecido devido às escolhas dessa outra versão minha.", respondi.
 "Acho que em todas as linhas temporais você seria sempre você mesma, com sua personalidade e suas escolhas únicas. Só olhar pro Armin e Daniel. Eles são diferentes, mas no fim são a mesma pessoa em todas suas escolhas e afins. Mas é interessante pensar nas possibilidades, não é?", disse Priya sorrindo.
Ela tinha um ponto…
Concordei com ela e voltamos a observar Ariel/Lysandre brincando alegremente.
Será que poderíamos mudar a vida do Lysandre mudando a criação do Ariel?
Enquanto continuávamos a conversar, senti uma sensação estranha, como se algo estivesse mudando ao meu redor. 
Olhei ao redor e percebi que tudo parecia diferente, mas sendo sincera, mesmo com memória fotográfica, eu não sabia dizer o que mudou exatamente.
Então, olhei para Priya e percebi que ela estava usando roupas diferentes e seu cabelo estava mais curto. "O que está acontecendo?", perguntei, confusa esfregando o olho.
“Que foi Boreal?” ela perguntava confusa.
“Seu cabelo e suas roupas estavam diferentes agora mesmo…” aquilo não era bom, eu vivi isso já, mais de uma vez.
“Eu não sei do que você tá falando Boreal.” Priya sorria sem jeito.
Me levantei imediatamente e corri até o Armin, eu precisava avisar pra ele o que estava acontecendo. 
Da última vez que isso aconteceu, nossa linha se desfez.
Armin estava conversando com Daniel quando cheguei até eles. 
"Armin, algo estranho está acontecendo novamente. Eu acabei de perceber que as coisas estão mudando, como na última vez", eu disse, tentando controlar a minha respiração acelerada. 
Armin franziu a testa, parecendo preocupado. "O que você quer dizer com 'as coisas estão mudando'? Você tem certeza de que não está apenas confusa?", ele perguntou cautelosamente. 
"Não, eu tenho certeza. Eu vi a Priya com roupas diferentes e o cabelo mais curto, mas ela disse que não havia mudado nada", expliquei. 
Daniel olhou para mim com uma expressão preocupada. "Você está dizendo que estamos em perigo?", ele perguntou, verdade, ele nunca viveu isso. 
Eu balancei a cabeça. "Não tenho certeza. Mas sei que precisamos ficar atentos. A última vez que isso aconteceu, nossa linha temporal se desfez e tudo mudou", respondi. 
Armin concordou. "Ok, vamos ficar atentos e verificar se há algo de errado. Se algo mudou, precisamos descobrir o que é. Por hora, temos que sobreviver até o Armin do passado vir nos buscar.", ele disse, assumindo uma postura firme e decidida. 
Eu me senti um pouco melhor sabendo que estávamos todos juntos nisso, mas preocupada, pois estamos cada vez mais sem dimensões e tempos para ir. 
Mas ainda assim, eu sabia que tínhamos uma longa jornada pela frente.
Me sentei do lado dos dois e fiquei assistindo eles arrumando as coisas enquanto pensava a respeito de tudo.
Foi quando Thomas entrou correndo, com uma cara apreensiva.
Ele estava nos fundos da casa com o Nathaniel e a Ambre arrumando algo.
Thomas nos avisou que notou que o fundo da casa desapareceu. Isso me deixou preocupada.
"Então, o que precisamos fazer antes de partirmos?", perguntou Thomas apreensivo. 
"Antes de qualquer coisa, precisamos encontrar um lugar com sinal para enviar uma mensagem para o Armin do passado", disse Alexy do passado que entrava na sala. 
"Eu já tentei várias vezes, mas a comunicação está falhando", acrescentou.
"Será que é algo com a máquina dimensional dele? Ela tinha quebrado…", perguntei.
"Não acredito que seja", respondeu Armin. 
"Acho que o problema é só o sinal mesmo. Precisamos encontrar um lugar com boa cobertura para conseguir enviar a mensagem." 
"Ok, então vamos procurar um lugar", disse Nathaniel. 
Começamos a procurar um lugar com sinal. 
Andamos pela floresta inteira, mas não encontramos nada. 
Estávamos começando a ficar preocupados. Não teríamos como partir sem o Armin do passado iria nos resgatar, e se a linha estivesse se desfazendo mesmo, ferrou, nossa existencia apagaria. 
"Eu não acredito que não estamos conseguindo encontrar um lugar com sinal", disse Armin, frustrado. 
"Não desista agora, Armin", disse Alexy claramente preocupado. "Vamos continuar procurando."
Finalmente, encontramos um local com sinal. Ficamos tão felizes que quase começamos a gritar. 
"Eu não estou conseguindo enviar nada", disse Alexy, parecendo preocupado. 
"O que será que está acontecendo?" 
"Eu não sei", respondi.
"Mas temos que continuar tentando. Não podemos deixar que essa quebras de linha nos pegue." Armin parecia nervoso, e estava andando de um lado para o outro enquanto observava as árvores ao redor. 
"Vocês têm alguma ideia do que pode estar acontecendo? Por que não estamos conseguindo contato com o Armin do passado?" Thomas falava apreensivo.
"Eu não faço ideia", disse eu, suspirando. 
"Talvez haja interferência em algum lugar." Armin cogitou.
"Mas onde? E como vamos encontrar isso?" Alexy perguntou ao Armin, parecendo frustrado.
"Eu não sei", Armin disse, mais uma vez. 
"Mas temos que continuar tentando. Não podemos desistir agora." Assim, continuamos tentando enviar mensagens para o Armin do passado, mas o sinal estava completamente instável. Comecei a ficar cada vez mais preocupada. 
E se estivéssemos presos nesse tempo para sempre? E se nunca pudéssemos voltar para o nosso próprio tempo? 
Então a mensagem foi finalmente enviada.
Todos respiravam apreensivos, poderia parecer que foi enviado, mas não ter ido.
Enviar a mensagem não foi fácil, e esperar uma resposta estava deixando todos nós nervosos.
De repente, ouvimos um barulho estranho vindo da floresta. Era um som como de galhos quebrando e de algo se movendo rapidamente. Olhei para Armin, Thomas e Alexy, e eles pareciam tão assustados quanto eu. "O que foi isso?" perguntou Alexy, olhando ao redor. 
"Eu não sei", respondi. 
"Mas acho que é melhor nos prepararmos para o pior." Assim, nos juntamos e começamos a nos preparar para o que quer que fosse que estivesse vindo em nossa direção. De repente, ouvimos um grito, e vimos um homem correndo em nossa direção. Era Kentin. SIM O KENTIN!
"Kentin!" gritou Armin, eu fui correndo para abraçá-lo.
"O que você está fazendo aqui? Como está vivo?!?" Alexy gritava.
"Eu estou procurando por vocês", disse Kentin, parecendo preocupado. 
"Eu tenho más notícias." 
"Más notícias?" perguntou Alexy. 
"O que quer dizer?" 
"Eu acabei de descobrir que o Lysandre sabe onde vocês estão", disse Kentin. 
"Ele está a caminho para capturá-los." Todos nós olhamos uns para os outros, com medo do que isso significava e muito confusos. Castiel matou o Lysandre exatamente porque ele descobriu onde estávamos, o que estava acontecendo?
Estávamos encurralados, sem sinal, sem Armin do passado, e agora com o Lysandre a caminho? Nada fazia sentido.
 "O que vamos fazer agora?" perguntou Armin, parecendo desesperado.
"Eu não sei", disse eu, sentindo-me impotente. 
Nós corremos todos desesperados pra casa pra avisar a todos o que estava acontecendo.
Logo de cara vimos Priya com Ariel.
“Priya! Ken avisou pra gente que o Lysandre está vindo!” eu gritava.
Priya nos olhava confusa.
”Ken? Lysandre? Do que esta falando? Eles estão mortos.” Priya dizia.
“Não, o Ken está com a gente e” no que fui apontar pro Ken notei que ele desapareceu.
“As inconsistências estão maiores… Acho que temos pouco tempo nessa linha Boreal. O Armin precisa nos resgatar logo!” Nathaniel dizia se aproximando vindo de dentro da casa.
O tempo estava se esgotando e o medo tomava conta de todos nós. 
Eu não conseguia entender o que estava acontecendo, mas algo estava definitivamente errado.
De repente, ouvimos um estrondo alto e uma luz cegante encheu o céu. Olhei para cima e vi um pequeno  portal se abrindo bem acima de nós. 
Era Armin! Ele tinha conseguido! "Vamos!" gritou ele, estendendo a mão para nos ajudar a subir no portal. 
Atrás de nós vimos que tudo parecia estar confuso, creio que estava se desfazendo a realidade, eu via todos os nossos amigos correndo em nossa direção.
Sem hesitar, nós todos subimos e o portal se fechou atrás de nós. 
Quando abrimos os olhos, estávamos de volta ao tempo distorcido que Lysandre criou. 
Olhei para Armin com gratidão, incapaz de expressar em palavras o que estava sentindo. "Obrigada", consegui finalmente dizer. 
"Sempre vou estar aqui para vocês", disse Armin, sorrindo. 
Embora ainda houvesse muitas perguntas sem resposta, senti alívio em saber que estávamos seguros novamente, pelo menos momentaneamente. 
“Agora vamos logo para a antiga casa da Boreal, não temos tempo a perder.
Ele dizia sem nos dar tempo de respirar.
“Armin, por curiosidade, onde estão nossos pais e todas aquelas pessoas que ficaram pra trás?” perguntei curiosa já que eu estava vendo as realidades se desfazerem.
Ficaram pra todas em outras realidades, eu não tenho tempo pra pensar se a realidade deles está inteira Boreal, desculpe.” ele respondia andando na frente.
Eu não queria pensar nisso, mas… era inevitável.
Sacudi meu rosto tentando tirar meus pensamentos deles e segui em frente.
Armin parecia tentar me animar, então ele chegou perto de mim com o Alexy e ambos começar a agir com empolgação enquanto caminhávamos até o portal.
"Eu não acredito que vamos conseguir explorar novas dimensões", disse Armin, animado.
"Eu estou um pouco apreensiva, para ser sincera", admiti. 
"Não sabemos o que podemos encontrar do outro lado. Não acho que será fácil alcançar a original." eu falei isso encarando o Armin do futuro que estava bem lá na nossa frente.
"Não se preocupe, Boreal", disse Alexy. 
"Vai dar tudo certo. Temos a máquina do tempo, maquina dimensional e estamos juntos." 
"Ele tem razão", disse Nathaniel se aproximando de nós. 
"Não estamos sozinhos e juntos vamos concluir isso tudo." Nathaniel sorria de forma serena.
"Você acha que vamos encontrar alguma coisa por lá?" perguntei, tentando acompanhar a sua empolgação. 
"Não sei, mas espero que sim! Imagina se encontramos alguma tecnologia antiga? Seria incrível!" eu acabei rindo.
Sei quais eram suas intensões e sou grata.
Eu confesso que estou ansiosa para descobrir o que há do outro lado, mas estou ainda mais ansiosa pra que tudo isso acabe.
Armin mesmo mostrando empolgação, sei que não é 100% verdade, ele não gosta muito de sair da sua zona de conforto.
Nós finalmente chegamos ao nosso destino.
Aquele portal parecia mais assustador que o normal.
“Aqui é o começo do final.” Ambre falava se aproximando.
“Eu… to com muito medo…” eu dizia.
Era horrível pensar que em 2 anos eu vivi tanta coisa bizarra, mas é, aquilo seria o começo do fim.
Fosse de nossas vidas ou de uma solução, mas não teria mais volta.
“Antes de buscar vocês pra essa linha notei inconsistências por aqui também, então acho que devemos ir rápido. Esse portal só se abre com você próximo boreal, então espere todos passarem antes de seguir em frente.” Armin do passado dizia.
Eu respirei fundo, todos nossos amigos se olharam entre si e finalmente todos entraram no portal, por último, Armin e eu demos o passo ao portal.
Não tem mais volta.
Agora só temos que seguir em frente.
Nós estamos correndo para chegar ao bunker antes que tudo seja destruído, mas está difícil. Eu não sei se vamos conseguir.
Nesse exato momento estou escrevendo de uma pequena casinha no meio do nada, no literal.
Estamos, sim, na fronteira das linhas e dimensões.
Nossa última esperança nos aguarda.
[<< CAPITULO ANTERIOR] ✖ [PROXIMO CAPITULO>>]
3 notes · View notes
Capitulo 204
Tumblr media
Já se passaram alguns dias desde que o Nathaniel e a Nina foram mortos pelo Lysandre.
Por um lado, estamos bem na medida do possível com o Armin do passado tentando arrumar  a máquina que abre portais dimensionais.
Por outro lado… Tá sendo difícil de superar tudo que aconteceu…
Saber que o Lysandre se encontra na linha que era pra ser segura, saber que ele sabia do nosso plano desde o início, tudo isso doí muito…
Sophie está arrasada, nunca pensei que teria pena dela, mas eu a entendo perfeitamente, se o Armin morresse eu acho que perderia minha mente completamente.
Ela com certeza quer traze-lo de volta, não tenho dúvidas, e não a impedirei, sinceramente. Cansei.
Acordei cedo hoje de manhã, sentindo-me um pouco inquieta. Não consegui dormir bem na noite anterior, não consegui dormir bem noite alguma… Só piora.
Armin estava dormindo, então deixei ele, ele tem estado muito exausto ultimamente, não o julgo…
Pra ser bem sincera, hoje foi um dia estranho e assustador. 
Desde que Lysandre apareceu no nosso mundo, as coisas têm sido diferentes e confusas. 
Não que já não fossem, mas parecem estar pior sabe?
Parece que ele trouxe com ele um monte de problemas extras, e nós estamos lutando para lidar com eles.
Seria fácil sem ele, só iriamos pra dimensão dele, pegaríamos aquele portal e iriamos pro bunker, acabou, mas ele complicou tudo!
E hoje, foi o dia de dar um ponto final nisso tudo…
Vi o Armin do futuro sozinho na cozinha jogando PSP como sempre, meu pai Eliott tinha acabado de sair de lá.
Decidi me aproximar dele.
“Você tem andando bem distante ultimamente.” eu puxei a cadeira já me sentando do lado do Armin.
“Estou pensativo apenas. Mas não acha que quer muito não? Antes o problema era o Armin do presente não falar com você, agora sou eu que não falo e ele voltou a falar contigo. Você quer todos os Armins pra você dona Boreal?” ele falava em tom de piada.
“Querer você sabe que eu quero, mas de todo modo, eu não posso querer que todos falem normalmente comigo?” falei devolvendo a piada, ele riu, claramente.
“Já que quer todos os Armin, esse Armin aqui eu posso te providenciar, o que acha?” ele apertava meu queixo.
Nem parecia que estava todos esses dias sem dirigir uma única palavra a mim, muito menos que nossos companheiros tinham morrido.
“Dúvido que consiga convencer o Armin que namora comigo a uma loucura dessas.” falei provocando.
“Eu me referia a eu sozinho mas posso tentar essa proeza. E se eu conseguir ganho o que?” ele dizia rindo.
“Ué, eu não sou um bom premio?” eu tava com fogo no cu como diz o Alexy, por causa das provocações dele, não vou mentir, mas eu sabia bem o que estava fazendo, e definitivamente eu não estava com as segundas intensões que ele pensava.
“Oh! Vou me empenhar agora mesmo então.” ao ouvir isso eu mordi os labios enquanto me aproximava de seu rosto lentamente de forma sedutora.
“Sabe, podíamos ter uma prévia.” eu puxei sua gola.
“Uma prévia? Que tal, agora?” ele falava me provocando de volta. Foi quando mandei a alfinetada que eu queria.
“Pode ser… Mas vai ter que me excitar antes. E eu to com vontade de algo muito específico…” eu pude notar que ele estava cada vez mais empolgado com a ideia.
“Fala no meu ouvidinho, o quanto você sabe da merda toda que estamos vivendo?” eu falei bem baixo com meu labio colado em seu ouvido.
Pelo seu silêncio ele claramente estava se controlando, tanto no estrago que fiz com seu corpo ao deixa-lo animado com a ideia de fazermos algo, quanto com o estado que deixei seu psicológico com minha pergunta.
Armin pareceu um pouco tenso com a pergunta e fez uma pausa antes de responder, voltando a sua postura inabalável, provavelmente imperceptível pra quem o conhece pouco do quanto de sofrimento ele estava escondendo. 
"Eu sei o suficiente para saber que precisamos agir rápido e com cuidado. Mas também sei que não podemos fazer nada sem um plano sólido", ele finalmente respondeu. 
Sua expressão era séria e preocupada, o que me fez perceber o quanto ele realmente se importava com o que estava acontecendo. 
Depois de um breve momento de silêncio, ele continuou: "Nós precisamos encontrar uma maneira de pegar o Lysandre de surpresa e neutralizá-lo antes que ele possa causar mais estragos." Eu concordei com a cabeça, sabendo que ele estava certo. Precisávamos agir rapidamente e com cuidado, ou então mais vidas seriam perdidas. Mas no fundo, eu ainda estava com medo do que estava por vir.
“Tá Armin, mas eu quero saber o quanto você sabe sobre tudo que aconteceu. Você quer que eu acredite que você não pensou nada a respeito do Nathaniel, amigo do Lysandre ter se juntado ao nosso grupo? E de estarmos em outra DIMENSÃO? Você não comentou nada a respeito até agora.” questionei.
Ele me olhava sério e em silêncio absoluto.
Enquanto eu falava com o Armin, pude sentir a tensão em seu rosto e em seu corpo. 
Ele parecia estar lidando com muitas coisas ao mesmo tempo, e eu não queria sobrecarregá-lo ainda mais. 
"Desculpe, não era minha intenção te deixar mais preocupado", eu disse, colocando a mão em seu ombro em um gesto reconfortante. 
"Eu só estou tentando entender a situação toda." eu não acreditava nele, não completamente. 
Sinto que por algum motivo ele estava escondendo o jogo pra mim do quanto ele sabia.
Armin respirou fundo e pareceu se acalmar um pouco. 
"Eu sei, e você tem o direito de saber", ele disse. 
"Mas a verdade é que no momento atual, independente disso tudo, ainda estamos juntando as peças do quebra-cabeça. Temos que focar no problema atual e não sabemos exatamente o que o Lysandre está planejando ou o que ele já fez. Tudo o que sabemos é que ele é uma ameaça e que precisamos detê-lo o mais rápido possível." Eu assenti, entendendo a situação. 
Era difícil lidar com um inimigo que parecia estar um passo à frente o tempo todo. Mas não podíamos desistir. Tínhamos que continuar lutando.
“Mas e sobre mim? Não pensa nada a meu respeito? Sobre meu envolvimento com tudo? Não tem nenhuma pergunta pra fazer pra mim?”
Ele continuou calado, só se levantou.
“Eu não acredito que não pensou nada a respeito. Não tá em choque com o Nathaniel? Você não falou nada sequer a respeito dele ter se unido a gente” insisti mais uma vez.
“Você sabe muito bem que eu não sou idiota.” Armin falou puxando meu queixo e me dando um selinho antes de sair do ambiente.
Ele sabe mais do que ele fala, isso eu podia ter certeza, e eu fui atrás dele.
Eu queria respostas.
Nesse momento, quando me levantei pra ir atrás do Armin do futuro e segurei seu pulso, a porta da cozinha se abriu e entrou o Armin do presente, que ficou visivelmente surpreso ao nos ver tão próximos. 
“Tá tudo bem?” ele falava com tom de dúvida, claramente notando a tensão no ar. 
“Oi Armin, tudo bem sim.” falei tentando amenizar o clima. 
“Sim, sim. Só estava pensando em algumas coisas e me retirando.” Armin do futuro respondeu, parecendo ainda meio desconfortável. 
A atmosfera não era a mesma de antes, muito menos agradável.
Armin do futuro saiu da cozinha sem dizer nada depois disso e eu e Armin do presente ficamos lá, um pouco sem saber o que fazer. 
“Ei, você tá bem? De verdade, o que houve?” ele perguntou.
“Só to tentando obter respostas, nada de mais. Ele sabe das coisas e não quero abrir o jogo sem que ele abra antes pra saber o quanto ele sabe.” 
“Boa sorte. Se ele sou eu mesmo que minimamente você dificilmente vai conseguir respostas se ele não quiser dar.” Armin do presente dizia pegando um chocolate em cima da mesa.
“Eu sei tirar respostas de você, por que não vou saber tirar dele? Aliás, Armin do passado teve avanços com a máquina dimensional?” perguntei mordendo um pedaço do chocolate na mão do Armin.
“Sim, depois que o Azriel pegou as peças com a Sophie foi mais fácil. E você? Vai tirar dele como as respostas?”
Quando o Armin perguntou isso, eu segurei o cabelo dele por trás e dei um beijo no pescoço dele. Eu tava disposta a tudo nesse dia, e eu ia descobrir o quanto o Armin do futuro estava disposto a ajudar.
“Ah não… você não vai seduzir ele vai?! BOREAL! ELE NÃO SOU EU!! ISSO É TRAIÇÃO!!” Armin gritava enquanto eu só acenava e me retirava até o quarto do Armin do futuro. Já fechando a porta atrás de mim.
Ele não ia ter escapatória.
Eu sabia que precisava ser cuidadosa. O Armin do futuro era diferente, e eu não queria fazer nada que pudesse prejudicar nosso relacionamento, isso poderia ruir o grupo todo. 
Mas eu precisava de respostas, e ele parecia saber mais do que estava dizendo.
Quando entrei no quarto, ele estava sentado na cama, parecendo perdido em pensamentos. Eu me aproximei lentamente, sentando ao seu lado. 
Ele me olhou no meu olho e, por um momento, eu vi a tristeza em seu olhar. 
"Por que está tão triste?" perguntei, colocando minha mão em seu rosto. 
Ele suspirou, passando a mão pelo cabelo. 
"Não é fácil saber o que o futuro reserva, especialmente quando se sabe que algo ruim está por vir. Eu não quero que você se machuque, mas não sei como impedir isso." Eu me aproximei mais, abraçando-o. 
"Eu sei que é difícil, mas precisamos lutar juntos. Eu confio em você." Ele me abraçou de volta, e por um momento, tudo parecia certo. Mas eu sabia que ainda havia muito a ser discutido. "Armin, eu preciso saber o que você sabe. Por favor, me ajude. Eu preciso saber como me portar contigo." Ele se afastou um pouco, olhando-me no olho. 
"Eu não posso dizer tudo. Mas eu posso te dar algumas dicas." 
"Porque você tem que ser tão complicado… Enfim, qualquer coisa é melhor do que nada." Ele respirou fundo, pensando por um momento. 
"O Armin do passado não é confiável. Ele tem suas próprias motivações, e elas não são as mesmas que as nossas." Eu franzi a testa. 
"O que você quer dizer?" 
"Ele quer a máquina do tempo para si mesmo. Ele quer mudar o passado para seu próprio benefício." Eu fiquei chocada. 
“O quanto conhece e sabe sobre ele Armin? Como pode me convencer que está?”
“Como ele te convenceu que ele está do nosso lado?” ele perguntou rapidamente me cortando.
“Ele me provou me ajudando ativamente esse tempo todo e me protegendo do Lysandre.” Armin ficou quieto por uns instantes.
“Quanto tempo vocês estão se ajudando embaixo do meu nariz?” essa pergunta dele parecia genuína, e ali eu notei que ele não tinha noção total das coisas, se soubesse de algo era por alto.
“Meses.” respondi.
Ele se calou e ficou com o olhar distante e pensativo.
“Eu só quero saber o quanto você sabe e o quanto está disposto a nos ajudar Armin.” repeti parando na frente dele e segurando seu rosto o direcionando a meu olhar.
Ele ficava calado só me encarando.
Eu fiquei quieta o encarando de volta.
Armin então começou a acariciar meu rosto. Ele estava com um olhar melancólico, eu queria muito estar dentro de sua cabeça pra saber o que ele estava pensando naquele momento exato.
“Quanto tempo ainda temos?” ele perguntou.
“Do que se refere?” 
“De vida.” ele perguntou. Eu não sabia o que responder, obviamente, eu não sabia a resposta, então me mantive em silêncio.
“Você tá nessa situação vai fazer 3 anos. Eu estou nessa situação vai fazer seculos. Eu perdi as contas dos dias, horas, anos e meses. Quanto tempo ainda me resta? Quanto tempo resta pra realidade antes de se desfazer completamente?” eu continuei olhando nos olhos dele sem ter respostas.
“Karma existe? Você acredita nisso Boreal?” ele perguntou, eu só balancei a cabeça negativamente, eu não acreditava em karma, afinal, pessoas feito o Ken que nunca fizeram nada de errado sofrem por quê? Não tem sentido…
“Espero que esta certa… Pois tenho medo de tudo isso que está acontecendo ser meu karma por ter brincado de Deus e tentado controlar o tempo e a morte.” Armin falava desviando o olhar.
Ele estava muito, MUITO melancólico.
Só tinha uma luz leve da vela do quarto em seu rosto, e ela refletia bem seus olhos azuis que estavam mais azuis do que nunca devido à umidade excessiva, claramente ele estava sufocado e quase chorando.
Eu me sentei de frente pra ele em seu colo e segurei seu rosto pra me olhar.
“Armin, eu preciso que você seja sincero comigo pras que possamos seguir em frente. Se tiver qualquer plano ou algo em mente que nos ajude, por favor, exponha.” repeti.
Armin parecia segurar algo dentro de sua boca, ele parecia engasgado querendo por algo pra fora.
Foi quando ele repentinamente me beijou.
Meu coração disparou de tal forma que parecia que nunca tínhamos nos beijado antes.
Eu não esperava por isso.
Sei que entrei no quarto pra seduzir ele e conseguir informações, mas eu já não via espaço pra isso, há que ele foi receptivo sem a necessidade disso.
Eu me entreguei aquele beijo, aquelo momento era mais do que um beijo pra mim, era conforto, era consolo, era descanso.
Eu só queria tirar a mente desses problemas todos por um momento, e acredito que ele estava da mesma forma.
Armin me beijava intensamente e ele me virou pra cama rapidamente, tudo aconteceu rápido demais, e era algo que sendo muito sincera, eu não esperava que fosse acontecer naquele momento, naquela ocasião especifico em que tudo estava acontecendo.
Tudo foi rápido demais e intenso demais.
As carícias, os toques, os beijos.
E por fim, eu me entreguei completamente a ele, depois de todo esse tempo sem contato com ele, parecia que nunca tínhamos parado de nôs falar.
Nosso momento foi intenso e passou rápido, mas foi o suficiente para nos deixar mais próximos do que nunca. 
Após nos recuperarmos, Armin se levantou da cama e se vestiu rapidamente, como se tivesse acabado de acordar de um sonho. 
Eu o observei enquanto ele se arrumava, ele estava tenso, era notavel e perguntei: "O que foi isso, Armin? Você não tinha nada a me dizer?". 
Ele suspirou e olhou para mim com os olhos tristes novamente. "Sinto muito, eu não deveria ter feito isso. Eu sei que é errado e que temos problemas maiores para lidar no momento", respondeu ele. 
Eu sabia que ele estava certo, mas eu também sabia que o que aconteceu entre nós foi mais do que apenas um momento de fraqueza. 
"Armin, eu não me arrependo do que aconteceu. Foi intenso, mas eu precisava disso. Precisava de um momento de conforto e de esquecer os problemas por um instante. E eu sei que você também precisava", disse eu, tentando acalmá-lo. 
Ele se aproximou de mim e me abraçou com força. "Eu também não me arrependo, mas precisamos pensar no que isso significa para nós agora. Não podemos deixar nossos sentimentos pessoais interferirem na nossa missão", falou ele, com a voz embargada. 
Eu sabia que ele estava certo, mas era difícil ignorar o que acabara de acontecer entre nós. "Eu entendo, Armin. Mas eu preciso de você, agora mais do que nunca. Precisamos trabalhar juntos para resolver essa situação", respondi eu, tentando ser forte. 
Ele me soltou e olhou no meu olho com determinação. 
"Você tem razão. Precisamos focar em resolver essa situação e depois podemos ver o que acontece entre nós", falou ele, com a voz firme. Eu sabia que ele estava certo e que precisávamos focar em nossa missão. Mas não conseguia deixar de pensar no que aconteceu entre nós e no que isso poderia significar para o nosso futuro.
Não por causa da transa em si, mas porque eu sabia que ele poderia estar se despedindo por algum motivo interno ou externo que fosse… eu tinha medo de descobrir.
Eu comecei a me vestir, foi quando o Armin começou a falar olhando pra chama.
“A força do pensamento é a capacidade que a mente humana tem de influenciar a realidade por meio de pensamentos e emoções. 
É como se a nossa mente tivesse um poder criativo capaz de moldar o mundo ao nosso redor. Uma analogia que pode ajudar a entender a força do pensamento é a da semente. 
Quando plantamos uma semente, temos a expectativa de que ela cresça e se torne uma árvore. Esse pensamento positivo influencia a semente, e ela acaba crescendo de acordo com as nossas expectativas. Da mesma forma, quando temos pensamentos positivos e acreditamos que algo pode acontecer, isso cria uma energia que influencia a realidade ao nosso redor. No contexto religioso, a força do pensamento é frequentemente associada a milagres. Por exemplo, quando uma pessoa reza fervorosamente e acredita que pode ser curada, isso cria uma energia positiva que pode ajudar a melhorar sua condição, o Nathaniel eleva isso ao extremo. Dessa mesma forma, a fé pode influenciar a realidade, fazendo com que coisas aparentemente impossíveis aconteçam. Tempos atrás eu te expliquei que as lendas urbanas também podem ser explicadas pela força do pensamento. Quando um grande número de pessoas acredita em uma história assustadora, isso pode criar uma energia negativa que alimenta a lenda. Com o tempo, essa energia pode se tornar tão forte que a lenda parece ganhar vida própria, levando as pessoas a acreditarem que ela é real. Em resumo, a força do pensamento é uma capacidade poderosa da mente humana que pode influenciar a realidade ao nosso redor. Seja por meio de pensamentos positivos, fé ou lendas urbanas, nossas crenças e emoções podem moldar o mundo ao nosso redor e até mesmo criar coisas que parecem ter vida própria.” ele voltou com esse papo.
“Armin, como pretende usar força pensamento pra nos salvar? Eu já te perguntei inúmeras vezes e nunca tenho uma resposta concreta. Você já testou isso pra saber que funciona?” perguntei.
“Eu não, mas o Nathaniel, Thomas e até mesmo o Castiel sim.” quando ele falou isso eu comecei a conectar os pontos.
“Os 3 tem uma fé que move montanhas e os 3 conseguem o que querem só acreditando. Assim que a fé do Nathaniel estremeceu ele perdeu seus poderes, e agora que o Nathaniel do passado e da sua linha estavam ajudando ele a reconstruir sua fé, ele voltou a ter as tais habilidades.” eu estava começando a entender, finalmente.
“E como pretende usar isso?”
“Eles creem em um Deus cristão e em um Diabo cristão certo? Eu quero ter tanta fé quanto eles pra criar meu próprio Deus que irá nos salvar.” ele falando, a ideia me parecia cada vez mais absurda e fantasiosa.
“Armin, isso não é algo palpável, você sabe né?”
“E os poderes sagrados do Nathaniel são?” ele me calou ao falar isso.
“Eu estou trabalhando minha fé esse tempo todo pra conseguir isso. Eu não tenho outra esperança Boreal, mas a crença de que isso irá funcionar é o que me mantem de pé. Se um novo Deus surgir, um Deus que eu consiga ter contato direto surgir, vou poder pedir como se fosse um gênio da lampada pra que ele conserte tudo.” ele dizia. Apático.
“OK, e vê algum resultado? Você consegue acreditar em uma entidade divina que você sabe que é criação da sua cabeça dessa forma?” perguntei.
“Não… E por isso foquei em algo que existe. Deus cristão é a razão para que muitos se mantenham vivos. Eu só fiz o mesmo…” tudo soava confuso, mas ele parecia falar coisas obvias.
“Você é minha razão de viver.” ele me olhava enquanto falava.
Eu não sabia como responder a isso. 
Por um lado, era bonito que ele se importasse tanto comigo, mas por outro, sua fé em algo que ele sabia que era uma criação de sua própria mente me preocupava.
Eu precisava pensar sobre o assunto antes de dar uma resposta.
“Armin, eu entendo que você está lutando para encontrar uma solução para nossa situação, mas você precisa entender que acreditar em algo que é apenas uma criação da sua mente pode não ser a resposta. Eu quero ajudá-lo a encontrar uma solução realista e prática para o nosso problema, mas precisamos trabalhar juntos para isso.” Armin me ouvia atentamente enquanto eu falava, e eu podia ver a dor em seus olhos. 
Ele sabia que o que eu estava dizendo era verdade, mas não queria desistir de sua fé. 
Depois de um momento de silêncio, ele finalmente falou: “Eu entendo o que você está dizendo, Boreal. E eu quero encontrar uma solução realista para nosso problema também. Mas, por favor, não me peça para desistir da minha fé. É a única coisa que me mantém de pé nessa situação já que não vejo outra solução até o momento.” Eu olhei para ele por um momento, vendo a sinceridade em seus olhos, e finalmente assenti. 
“Tudo bem, Armin. Eu não vou pedir que você desista de sua fé. Mas vamos continuar trabalhando juntos para encontrar uma solução realista, e se no final sua fé ajudar, então estaremos gratos por isso.” Ele sorriu para mim de forma melancolica, porém,, parecendo aliviado. 
Eu sabia que essa não era a solução perfeita para nosso problema, mas era um começo. Juntos, poderíamos encontrar uma solução para salvar nossa linha do tempo e aqueles que amamos.
Eu não fiquei mais no quarto, depois do que fizemos eu me retirei, eu não via sentido em continuar naquele quarto, não no momento.
Eu estava voltando pro meu quarto quando ouvi um grito na sala e corri desesperada pra baixo.
Era a Chani.
Lysandre estava segurando ela pelo pescoço.
“Então estavam aqui esse tempo todo? Como não os achei antes?” ele dizia apertando ela mais e mais.
Todos correram pra sala apreensivos.
“CHANI!!” Thomas gritava direcionado a ela enquanto ela pedia por socorro.
Foi quanto Nathaniel do passado pulou em cima de Lysandre com um terço em mãos, como se quisesse usar algum poder religioso, mas só serviu para que Lysandre o arremesse longe usando a propria Chani como arma, assim, deixando ambos inconscientes e sangrando no canto.
Ambre e Thomas foram correndo na direção dos dois.
"Olá, Boreal", disse ele, com um sorriso sinistro no rosto. 
"O que você quer aqui, Lysandre?" perguntei, tentando manter a calma. 
"Eu vim atrás de você. E você sabe muito bem o porquê", respondeu ele.
Nós o encaramos em silêncio e desespero, mas Lysandre não pareceu se importar com tanta gente ao redor. 
Ele se aproximou de nós com um sorriso no rosto, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo. 
O coração começou a bater mais forte. Como ele havia conseguido nos encontrar? 
"Fique longe de mim, Lysandre", disse, tentando me afastar dele. 
"Você não pode mais fugir, Boreal. Eu sou o seu destino", respondeu ele, avançando em minha direção. Foi quando Nathaniel manifestou seus poderes. Ele nunca mais havia feito isso antes, mas parecia saber exatamente o que estava fazendo. Ele criou uma barreira de energia que nos protegeu do ataque de Lysandre, mas Lysandre pacientemente parou e sorriu.
"Vejo que encontraram a minha casa. Afinal, eu construí essa cabana anos atrás usando o receptor. Inclusive, Armin, se terminou a máquina dimensional, eu a quero de volta.", disse ele, Armin do passado ficou assustado e ficava o encarando com raiva, isso mostrava claramente que ele estava contra o Lysandre. 
"De qualquer forma, Eu sabia que não demoraria muito para que descobrissem a verdade." Eu levantei minha arma, apontando para ele. Desde sempre ando com essa arma, mas eu evito usa-la. Não tem porque me conter quando o assunto é o Lysandre. 
"O que você acha que vai fazer Boreal?" Lysandre riu. 
Eu o encarava com raiva.
Daniel então começou a gritar.
“O QUE FEZ COM A NINA?! ELA TE IDOLATRAVA! PORQUE FEZ AQUILO!?” Daniel não se segurou nenhum pouco.
"Ah, ela? Eu simplesmente a removi do jogo. Ela era uma distração desnecessária. Além do mais, ela estava se unindo a vocês. Não precisa ter 2 neurônios funcionais pra entender o porquê de eu te-la matado." Eu senti uma raiva tão grande que mal conseguia controlar minha respiração. 
"Você não pode simplesmente fazer isso com as pessoas! Ela tinha uma vida, uma família!" Lysandre encolheu os ombros. 
"Vida, família... tudo isso são apenas conceitos. Coisas que nos impedem de alcançar a grandeza que buscamos. E vocês, meus queridos, são apenas peões no meu jogo." Eu não aguentei mais. Disparei minha arma em direção a ele, mas Lysandre era rápido. Ele desviou facilmente e avançou em minha direção em um momento de fraquejo do Nathaniel.
Ele ainda estava despreparado mesmo conseguindo manifestar seus poderes novamente. 
Eu me preparei para o confronto, mas Lysandre era mais forte do que eu imaginava. 
Mesmo com super força, ele era infinitamente mais forte que eu. Como ele chegou nesse ponto?
A luta foi intensa, mas finalmente eu consegui jogá-lo no chão, apontando a arma em sua cabeça. 
Ele tratava com total naturalidade, como se fosse nada. Ele realmente não se sentia ameaçado, e aquilo me deixava apreensiva.
“Tá com medo Boreal?” ele sorria sadicamente pra mim.
Eu podia sentir meu corpo tremer num misto de medo e raiva, mas eu tentava não transparecer.
Mesmo com a arma em sua cabeça, ele foi mais rápido e me empurrou contra a parede, e com certeza meu medo foi o que me atrapalhou.
Eu comecei a chorar, sentindo meu pescoço ser cada vez mais pressionado contra a parede.
Todos estavam estáticos, eles sabiam que qualquer passo em falso eu seria morta.
Armin gritava meu nome ao ponto de ficar rouco.
Eu tentei me manter forte e acordada, mas a dor e a falta de ar tomavam conta de mim.
Quanto mais o Lysandre falava, mais ele apertava meu pescoço.
“Eu queria te torturar, mas torturar MUITO antes de te matar. Mais do que qualquer pessoa.
Eu queria te manter viva em carcere e te torturar das piores formas possíveis, de formas que talvez nem existam registros de alguém que chegou a fazer no mundo. Eu iria cuidar de todas as suas infecções assim, como fiz com minha mãe pra te manter viva o maior período de tempo possível só pra poder continuar te torturando. E se você se atrevesse a morrer eu te traria de volta só pra fazer o triplo de horas de tortura. E quem sabe eu ainda não consigo isso? Você vai se arrepender de ter nascido e estar se mantendo viva esse tempo todo.” ele falava com muito ódio.
Eu sentia urina descer de tanto desespero que meu corpo estava com a situação, e o ar estava cada vez mais escarço.
“Me leve contigo, por favor.” Armin dizia direcionado ao Lysandre.
Eu nunca o vi agir assim, Armin? Justo o Armin?? Ele sabe que seria inútil, por que ele fez aquilo?
Claro que não era difícil de pensar no desespero que ele estava passando…
Lysandre olhava pra ele com desprezo e nojo.
“Você não tem utilidade alguma pra mim.” ele dizia aliviando um pouco meu pescoço.
"Por que você fez isso?" Eu perguntei a Lysandre, com lágrimas nos olhos. "Por que você matou Nathaniel? Ele era seu aliado!" 
"Ele estava no meu caminho", foi a única resposta que Lysandre me deu antes de me encarar no fundo do olho. 
Eu não sabia o que fazer. Eu não conseguia processar o que estava acontecendo. 
Nathaniel estava morto e Lysandre estava vivo. 
Nina também estava morta. Ela tinha lutado até o fim para nos proteger, e acabou pagando com sua própria vida. Eu sabia que tínhamos que fazer algo. 
Nathaniel do nosso tempo parecia estar tentando descobrir uma maneira de parar Lysandre antes que ele causasse mais danos. 
Nessa hora o Ariel se soltou de Priya que tentava leva-lo pra fora discretamente.
“PARA!!” ele gritava abraçando a perna de Lysandre.
“Suspeitei que estaria aqui.” Lysandre falava.
“Por favor papai… Não machuca a Boreal.” Ariel falava chorando.
“Eu estou fazendo isso pro seu bem, pro nosso bem, então saia daqui agora.” Lysandre dizia empurrando o Ariel que não soltava sua perna.
“Não! Por favor!” ele gritava mais e mais.
Por algum motivo o Lysandre hesitava, aquilo me fazia pensar que talvez ele não fosse de todo mal, como a Sophie disse, cada um tem seus motivos individuais.
“Eu to te protegendo!!” Lysandre gritava aliviando meu pescoço, isso foi suficiente pra que eu me soltasse e corresse pros braços do Armin, deixando Lysandre muito irritado.
“VIU!? ELA FUGIU!!” Lysandre gritava com Ariel.
“Papai, vamos pra casa, por favor…” Lysandre parecia hesitar ao ouvir o Ariel falar.
“Não até eu acabar com a Boreal. É a única coisa que me falta.” Lysandre dizia irritado.
“PORQUE ESSA OBSESSÃO COM ELA?! SÓ POR CAUSA DA IRIS?!” Azriel se meteu.
“Cala a boca Azriel. Você está sendo poupado, aproveite minha gentileza. E não se meta.” Lysandre encarava Azriel friamente.
“Eu sei que tudo que tivemos não vale de nada pra você. Você só me usou, cada beijo e caricia nossa era tudo manipulação sua, mas por favor, pense Lysandre… Você conseguiu tudo que queria! Nos deixe ir embora!” Azriel gritava chorando num misto de raiva e tristeza.
“Nunca. Não com a Boreal. Me entreguem ela que os deixo sair com vida. Essa é minha proposta. Mas sei que não vão dar o braço a torcer, vocês todos são escravos dessa desgraçada e preferem morrer do que acabar com o próprio sofrimento.”
“Lysandre, isso é porque ela te aconselhou a deixar a Iris falar com o Ken?” Rémy se meteu.
“Pensem um pouco, quando a vida de vocês se tornou miserável? Foi após conhecer essa vadia.” ele falava com muita raiva.
“Minha vida era miserável antes dela, eu tentei suicídio varias vezes já e sempre tinha alguém pra me salvar, e só depois da Boreal entrar na minha vida que eu consegui enxergar as coisas ao meu redor com olhos melhores. Ela não me causou nenhuma miséria.” O Armin do futuro dizia.
“Eu vim de um futuro distópico em que eu morreria de uma doença mortal, e foi graças a maquina que o Armin criou pra salvar a Boreal que eu agora estou aqui, vivo, passar isso tudo pela Boreal não representa metade do agradecimento que eu gostaria de dar pra ela.” Nathaniel completou.
Eu me sentia tão feliz…
“Você veio do lixo, e isso não tem nada a ver com a Boreal seu merda…” Castiel dizia baixo.
“VOCÊ FOI LITERALMENTE ENCONTRADO NA PORRA DE UMA CAÇAMBA DE LIXO PELOS SEUS PAIS!! COMO PODE VIR FALAR DA MISÉRIA DE ALGUÉM AQUI SEU FILHO DE UMA PUTA?! EU FIQUEI FAZENDO RITUAIS POR ANOS POR CULPA SUA QUE ME ENFIOU NESSA MERDA! MESMO QUE QUEM TIVESSE COMEÇADO ISSO FOSSE O NATHANIEL, VOCÊ QUEM ME TRANSFORMOU NA MERDA DE UM ASSASSINO SEU PSICOPATA FILHO DA PUTA!! QUEM TROUXE MISÉRIA PRA MINHA VIDA FOI VOCÊ!!” Castiel então entrou em cena levantando o Lysandre que estava muito assustado.
Ariel chorava intensamente enquanto era puxado por Priya, assim causando certa distração em Lysandre que olhava preocupado.
“ME SOLTA CASTIEL!” Lysandre por mais que estivesse com raiva e claramente pronto pra matar o Castiel, ele evitava.
No fundo dos olhos do Lysandre, Castiel viu algo que o surpreendeu, e mais tarde ele falou pra mim que por pouco ele não desistiu de tudo: era medo. 
Era a primeira vez que ele via Lysandre demonstrar medo, e isso o fez recuar um pouco.
Porém, ele seguiu em frente.
“Acabou Lysandre, chega. Assim como você não tem piedade de ninguém, eu não vou ter de você. Obrigado pela merda de vida que me deu.” e assim Castiel sem enrolar nada enfincou seu braço na barriga do Lysandre o atravessando.
Lysandre tinha força pra se soltar, mas ele abaixou completamente a guarda, ficou totalmente vulnerável, e isso levou sua derrota. 
Ele cuspia sangue, Castiel e ele estavam com seus rostos a 3 dedos de distância apenas.
Eles se encaravam.
“Porque tem que acabar assim Lysandre…?” Castiel falava com a voz tremula. E ficando cada vez mais sujo do sangue de Lysandre.
“... Cuide do Ariel… Não me permita sofrer o que sofri novamente…” Lysandre dizia fechando os olhos.
Castiel estava ofegante, sua mão estava cheia do sangue de Lysandre e alguns pedaços das entranhas dele. Era nojento de olhar.
Castiel se jogou no chão e encarava o corpo morto do Lysandre, foi quando ele começou a chorar, mas chorar MUITO mesmo.
“Você foi meu melhor e único amigo por anos… como isso terminou assim…?” Castiel chorava mais e mais, ele gritava grunhidos que transmitiam toda a dor que ele estava sentindo.
Era como ver sua alma ali, nua, mostrando sua maior invulnerabilidade.
Todos estavam em silêncio só ouvindo os grunhidos do Castiel.
Ele matou seu melhor amigo com as próprias mãos, no literal.
Ele encarava o corpo do Lysandre com muita dor.
Azriel se retirou do local querendo vomitar e aos prantos, sendo carregado por Rémy e Violette.
Azriel amou o Lysandre, e eu tenho certeza que ele ainda acreditava que dava pra fazer algo por ele.
Ariel foi retirado do local por Priya, infelizmente ele viu o Lysandre morto, aquilo pra uma criança pequena feito ele ia deixar sequelas pra sempre.
“Como vai ficar o Ariel…?” perguntei baixinho e tremendo com a situação.
“Ele vai ficar bem, só temos que ficar de olho em como isso vai afetá-lo, não podemos deixar o Lysandre se repetir.” Armin do passado dizia.
“Não vai, Ariel é doce, diferente do Lysandre que nunca foi.” Castiel falava de costas.
“Não sei Castiel… Sei que escondi isso por muito tempo, mas, o Ariel, na verdade, é o Lysandre gente… Desculpa falar isso só agora. O Lysandre tava tentando dar uma vida boa pra ele mesmo. Ele tava tentando incansavelmente dar boas memorias pra ele mesmo. Lysandre tem muita autopiedade.” todos ficaram em silêncio ao som do choro de Ariel na outra sala com a Priya.
Ariel claramente não sabia que ele era o próprio “pai”.
Castiel se levantou e foi até o banheiro se lavar em silêncio.
O clima estava de grande tensão, mas acho que finalmente esse arco do Lysandre acabou por completo.
Foi um alívio ver que finalmente tudo havia acabado. Mas eu sabia que nunca esqueceria o que havia acontecido.
E por agora, vamos apenas voltar pra outra linha após dormir um pouco antes de finalmente partirmos pro bunker… Estamos perto do fim, seja da nossa existência, da nossa jornada ou somente dessa aventura.
Mas finalmente… vai acabar…
[<< CAPITULO ANTERIOR] ✖ [PROXIMO CAPITULO>>]
3 notes · View notes
Capitulo 203
Tumblr media
Querido diário, eu tive o pior pesadelo esta noite. 
Sonhei que Lysandre estava atrás de mim e queria me matar. 
Acordei suando frio, mas tentei não pensar muito nisso e segui meu dia normalmente.
Queria eu que esse diário fosse normal, mas afinal, nem minha aparência é normal… Foda-se, eu sou um alien dimensional, quem eu to querendo enganar?
Rayan e Ambre estavam nos trailers conosco pouco antes da desgraça estourar dias atrás.
Ambre estava recuperada já graças aos Nathanieis.
Não queríamos perder tempo, mas tivemos que esperar alguns dias antes de tomar mais uma ação.
E agora… bem…
Esse dia de hoje começou péssimo e agora, nesse exato momento que estou escrevendo, é basicamente uma terapia que estou fazendo comigo mesma depois de toda a merda que aconteceu de uma vez.
Estamos nesse exato momento escondidos do Lysandre em uma casa abandonada pouco antes de partir.
Estávamos tentando recuperar o aparelho dimensional do Armin pra irmos pra dimensão distorcida do Lysandre pra finalmente entrarmos no bunker.
Não sabemos como nem quando o aparelho foi roubado, mas estamos em desespero.
É nossa última chance.
Estou escrevendo a luz de velas em um canto dessa casa abandonada que encontramos no meio do mato pouco antes de partir dessa linha.
Nós viemos pra essa casa no início da semana, muita coisa aconteceu nesse período.
Não vou contar 100% o que houve, só os eventos importantes, apenas tendo em mente que tudo aconteceu no período de 2 semanas.
Minha vida tem sido um inferno sem descanso…
Bem, o estopim pra bomba explodir foi a Nina.
Sim, a Nina.
Durante um dia em que estávamos nessa casa abandonada nos escondendo do Lysandre, Thomas e Rémy enquanto vigiam o lado de fora encontraram a Nina.
Obviamente contiveram ela e a jogaram dentro da casa sob vigilância.
Foi uma confusão, afinal, se o Ken estava morto, era culpa dela que dedurou tudo pro Lysandre.
Nunca iriamos confiar nela depois daquilo.
Daniel estava desesperado quando viu que a Nina estava lá, ele não tinha encontrado com ela desde que soube da morte de seu querido amigo Ken.
“Nina… O QUE FAZ AQUI?!” ele já perdeu o controle assim que a viu.
“Eu quero ajudar, dessa vez é sério, me desculpem e–” Antes que ela pudesse falar mais, ele já arremessou uma cadeira na direção dela.
“EU NÃO QUERO OUVIR SUA VOZ!!! CALA A MERDA DESSA SUA BOCA IMUNDA QUE SÓ SERVIU PRA MATAR O KENTIN!!” ele estava rouco de tanto gritar e chorava com muita raiva.
Ele estava tendo um princípio de crise, e dessa vez não tínhamos o Ken pra conter ele.
Nina chorava desesperada, e tentávamos conter o Daniel.
Ele tinha motivo pra estar com tanta raiva, era a menina que ele cresceu com e por quem era apaixonado, que foi responsável pela morte de seu melhor amigo. 
Nina apesar de assustada, não tirava a razão do Daniel.
“Eu sei que nada do que eu falar vai trazer o Ken de volta… me perdoa, eu queria proteger vocês! Eu não esperava que fossem matar ele e—”
“NÓS FALÁVAMOS TODOS OS DIAS PRA VOCÊ QUE O LYSANDRE ERA O VILÃO DA HISTORIA! VOCÊ PREFERIA DAR OUVIDOS PRA MERDA DE UM POLÍTICO DO QUE PROS SEUS AMIGOS!! NINA, NÓS CRESCEMOS JUNTOS! EU TE AMEI MAIS DO QUE COMO UMA AMIGA, EU FUI APAIXONADO POR VOCÊ!! E POR SUA CULPA MINHA ÚNICA FAMÍLIA, MEU MELHOR AMIGO ESTÁ MORTO!!!” Armin arremessava mais coisas na direção dela que se quebravam ao redor dela que dava pequenos gritos, mas só chorava e aceitava que estava ouvindo, repetindo sem parar “desculpa Daniel.”
Depois de uma discussão acalorada, Daniel finalmente se acalmou e parou de lançar objetos em Nina. Todos estavam exaustos, tanto fisicamente quanto emocionalmente. 
A cena estava tensa e ninguém sabia como agir diante da situação. Daniel estava fora de si e Nina parecia ter finalmente percebido o erro que cometeu. Eu precisava intervir antes que a situação piorasse ainda mais. “Daniel, você precisa se acalmar. Não é com violência que vamos resolver isso”, disse tentando acalmar ele.
Daniel estava perdendo o controle mais e mais, e era difícil contê-lo. 
Armin, que estava ao seu lado, tentava acalmá-lo, já que são tecnicamente a mesma pessoa, ele sabia o que fazer, mas nada parecia funcionar. 
Armin colocou o Daniel sentado e ele chorava e colocava a mão na cabeça em crise.
Nina, por sua vez, chorava e se desculpava sem parar, sabendo que nada que dissesse poderia mudar o passado e trazer Kentin de volta. 
Foi quando ouvimos um barulho vindo do lado de fora da casa. Rémy, que estava de guarda, se aproximou correndo e sussurrou algo no ouvido de Thomas. 
O clima tenso dentro da casa aumentou ainda mais, e todos ficamos em silêncio, esperando para ver o que estava acontecendo.
Thomas se aproximou de nós e disse: "Lysandre está vindo para cá. Precisamos sair daqui agora".
“Não ele não está! Ele pode estar por perto, mas ele não sabe que estão nessa casa, de verdade e—” Nina foi bruscamente cortada por Daniel.
“Espera que a gente confie em você?! Faça-nos o favor e suma daqui!” ele gritava.
“Nina, o que quer dizer? Por que ele não viria aqui?” Nathaniel deu a chance dela falar.
“Eu vim com ele escondido, ele não sabe, desde a morte do Ken eu me infiltrei na casa dele e vi ele usar o aparelho de viagem varias vezes. Em uma das vindas dele eu fui ao ratio do aparelho e vim com ele infiltrada pra entender o que tava acontecendo…” Nina dizia.
“Eu não sei até agora como ele me roubou… e como ele mudou de dimensão a primeira vez…” Armin do passado dizia.
“Talvez da mesma forma que a Nina fez.” Violette dizia tímida.
“OK, mas o Lysandre tá vindo mesmo?” Armin do passado perguntou pra Rémy e Thomas que afirmaram com a cabeça.
“Eu to falando que não e–” 
“Nina, eu acredito que você está arrependida e quer ajudar, mas precisamos pensar em uma forma de provar sua lealdade. Não podemos só sair acreditando em você. Alguma ideia de como?”, Nathaniel perguntou tentando encontrar uma solução pacífica. 
Nina olhou para mim, olhou pro Daniel que desviava o olhar e ainda chorando disse que tinha um plano. 
“Não vamos ouvir agora, ela pode estar ganhando tempo. Castiel, amarre a Nina e vende ela, vamos levá-la conosco pro esconderijo, quando estivermos seguros ouvimos o que ela tem a nos dizer.” Armin do presente pegou a mochila que estava preparando para essa situação e disse: "Vamos pelo túnel secreto que encontrei na semana passada". 
Sem dar espaço pra Nina falar.
Era arriscado, mas era nossa única opção. 
Saímos correndo pela porta dos fundos e entramos no túnel. Era escuro e úmido, mas pelo menos estaríamos longe de Lysandre por um tempo. Andamos por cerca de 10 minutos, quando chegamos a uma escadaria que dava para a superfície. 
Thomas subiu primeiro para verificar se era seguro, e logo nos chamou. Subimos correndo a escadaria e saímos em uma rua deserta. 
Não sabíamos para onde ir, mas precisávamos sair dali antes que Lysandre nos encontrasse. Foi então que ouvimos um barulho vindo de uma caverna próxima. 
Decidimos nos aproximar com cautela, e Castiel foi na frente com Azriel verificar se havia alguém ou algo lá dentro. 
"Parece vazia", Azriel disse, decidimos entrar. 
Era uma caverna grande e escura, com teias de aranha por toda parte. 
A Nina mesmo vendada chorava muito.
Ela tinha informações valiosas sobre Lysandre e sua organização, informações que poderiam ajudar a acabar com tudo isso de uma vez por todas. 
Decidi puxar assunto com a Nina novamente, mas ela não queria falar comigo ou com Daniel, ela queria falar diretamente com o líder do grupo naquele momento, o Thomas. 
Não era uma ideia fácil de engolir, confiar em alguém que já nos prejudicou antes, mas era a única pista que tínhamos no momento. 
Falei com Thomas, ele ficou relutante, mas acabou concordando em falar com Nina. 
Tiraram a venda dela, e Thomas foi com ela pros fundos da caverna, acompanhado de Chani a tira colo. 
Ficamos apenas no aguardo, em silêncio, apreensivos com tudo.
Foi uma reunião tensa e perigosa, mas ao que tudo indicava, Nina entregou informações valiosas sobre as próximas ações do Lysandre. Ela realmente estava vigiando ele… ela realmente queria compensar tudo que fez.
Mas ela escolheu falar com o Thomas porque não queria ser interrompida como seria com o Daniel.
Com isso, pudemos armar um plano para deter Lysandre de uma vez por todas. E assim, finalmente, acabamos com essa história de terror. 
…Ou pelo menos achávamos que daria certo de alguma forma… 
Todos nós pagamos um preço alto, mas estávamos prontos para seguir em frente, juntos, como uma família.
E a nina, ainda não tinha nossa confiança, e pra ser sincera, duvido que um dia recuperaria essa confiança do Daniel…
Nina passou todo o mapeamento local e onde o Lysandre se encontrava enquanto estava nessa linha, e isso sim foi o que me chocou: ele estava escondido na versão da minha casa dessa linha temporal.
Sim, isso mesmo.
Armin olhava pra mim sabendo que eu estava apreensiva.
“É mentira né?” Rémy dizia.
“Podem confirmar se quiserem, inclusive a casa está cercada de guardas dele… Eu saí de lá.” Nina falava.
Se ela saiu de lá, significa que ele veio usando o portal…? Pelo que o Armin do passado disse, sua maquina transfere a pessoa de uma dimensão pra outra não de local.
Se eles vieram da minha casa o Lysandre sabe do portal…?
Eu perguntei se a Nina sabia do portal, ela disse que não viu nada, e que pela postura do Lysandre ele parecia não ter visto nada também.
Não desamarrar ela em momento algum, e ela pareceu só aceitar isso.
Começamos a nos organizar para ir ver a “casa dele”, na esperança de conseguir algo.
Estava amanhecendo já.
Nina nos passou os horários e padrões do Lysandre.
E assim montamos times para ficar na casa abandonada, ficar com a Nina e ir comigo em minha antiga casa.
Armin como sempre não aceita sair da minha cola, especialmente desde que começamos a ser ativos com a situação, ele conversou com o Daniel e os dois instalaram comunicadores em seus fones que os ajudassem a falar um com o outro e transmitir informações para caso de emergência e até mesmo tirar dúvidas com a própria Nina.
Fora isso, levamos conosco um dos 3 Nathanieis, no caso, o que era amigo do Lysandre, já que ele poderia ver um padrão e o Azriel.
Não levamos muita gente conosco por motivos óbvios.
Nina e Daniel foram até metade do local, pra poder nos dar ordens, e deixamos Peggy junto com o Daniel para controla-lo caso ele explodisse com ela.
E assim fomos até a cidade.
Fizemos como planejado, Azriel e Nathaniel aguardavam do lado de fora da casa, e como Nina falou, sim, tinham guardas cuidando da minha antiga casa…
Ela não mentiu.
Eu sabia que a Boreal dessa linha temporal estava morta, ou nunca existiu, o Armin do passado havia me dito sobre isso já, o problema é que nunca pensei que descobriria o que houve com ela…
Armin e eu entramos na minha casa, estava completamente vazia, mas parecia que alguém tinha saído recentemente.
Se estivéssemos certos, o Lysandre estava usando a casa.
Armin usou a tática que ele usava no colégio pra desligar o sinal da casa pra caso houvesse câmeras e algo do gênero envolvendo os arredores com fios de cobre.
Azriel se manteve do lado de fora vigiando.
Queríamos algo pra usar contra o Lysandre.
Procuramos em todo canto, foi quando o Armin desceu as escadas do porão e logo voltou assustado.
“Achou algo?”
Ele olhou pra mim me empurrando pra longe da porta do porão.
“Sim…”
“O que achou Armin?” perguntei assustada com sua reação.
“Algo que não deve ver…” ele dizia.
“Fala logo!” eu tentava empurrar ele.
“Cotoco Ciclope live action.” quando ele falou isso eu me lembrei na hora da fanfic que ele criou no meu diário antes de perder a memória.
E congelei… Quanto tempo fazia que o Lysandre estava nessa linha…?
Foi ele quem mutilou a minha eu dessa linha temporal e prendeu no porão…?
Eu queria vomitar só de imaginar que tinha uma versão minha mutilada no porão do Lysandre.
Ar me abraçou com força tentando me acalmar. Afinal, Lysandre poderia voltar a qualquer momento, e eu não podia perder tempo chorando.
Decidimos procurar mais pela casa, mas agora com ainda mais cautela. 
Eu estava tremendo de medo, mas precisava manter a mente focada em encontrar alguma pista sobre o que o Lysandre estava planejando. 
Vasculhamos cada canto da casa, mas não encontramos nada de valor.
Foi quando o Armin decidiu olhar nos pertences do Lysandre, que ainda estavam lá. Encontramos um caderno com anotações sobre experimentos genéticos. 
Havia nomes de várias pessoas que eu conhecia, incluindo o meu. As anotações mostravam que o Lysandre estava planejando criar seres com habilidades sobre-humanas, tipo os animais do Castiel, só que com seres humanos. 
Ele estava usando os rituais ocultos dele para isso. 
Foi aí que tudo se encaixou. 
A Boreal dessa linha não estava apenas desaparecida, ela havia sido assassinada pelo Lysandre porque ela provavelmente era um dos experimentos dele também. 
Ele quer, sim, se vingar de mim, mas ele está tentando alcançar um nível de poder ainda mais insano, seja pra vir atrás de mim ou até pra se sentir mais forte em modo geral, controlar pessoas é o que ele mais preza.
Fora que se der certo, ele com certeza sabe que poderá trazer a sua irmã de volta.
E agora, ele estava atrás de mim e dos meus amigos para nos usar em seus experimentos também, além de sua vingança doentia em cima de mim. 
Nós tínhamos que agir rápido. 
Ele com certeza sabia onde estávamos e o que estávamos fazendo, e ele com certeza estava fazendo o Armin e o Nathaniel de idiotas, Armin e Nathaniel achavam estarem um passo a frente do Lysandre, mas ele estava um passo a frente da gente.
Tudo seria tão mais prático se o Lysandre não existisse… Como pude ser apaixonada por essa coisa um dia?
Como nunca enxerguei sua verdadeira natureza?!
“Armin” eu falei sem mais nem menos caminhando pela casa e me sentindo meio nostalgica.
“Oi?”
“...Um dia vamos voltar a ter uma vida normal? Sabe, pelo menos perto do normal…? Igual quando morávamos juntos aqui?” eu dizia passando a mão sobre a janela. Eu não o olhava, mas pela pausa que ele deu, ele estava tentando ter forças pra continuar o dialogo.
“É pra isso que estou lutando né…?” ele respondeu.
“O Armin do futuro parece ter desistido… Ele não fala conosco e só fica no PSP.” respondi.
“Duvido. Ele com certeza tá tramando algo… Só não sabemos se ele vai nos ajudar, e eu duvido muito que ele vá nos ajudar.” ele tinha um ponto forte. Armin foi longe desse jeito e não vai desistir nem nos deixar chegar perto da Boreal.
Ele em breve será nosso inimigo, e sinto que isso está mais próximo do que eu imagino…
Eu tenho certeza que ele sabe o que está acontecendo, e fingir que ele não sabe chega a ser piada.
Explorei mais um pouco antes de me retirar com o Armin. Não tivemos avanço algum além do trauma de que eu estava destroçada no porão.
O lugar estava completamente destruído, com paredes desmoronando e objetos quebrados espalhados por todo o lado. 
Eu senti uma mistura de curiosidade sobre o que houve ali e medo, mas sabia que precisava manter a calma para conseguir pegar o que precisava e voltar para casa abandonada. 
Finalmente consegui pegar tudo o que precisávamos e comecei a me retirar do local.
À medida que andávamos pelos corredores do andar de cima, a sensação de que alguém nos observava aumentava. 
Eu sabia que precisávamos de um plano, mas a tensão era tão alta que mal conseguíamos raciocinar direito. Foi quando ouvimos um barulho vindo do lado de fora da casa. 
Fomos correndo até a janela e ouvimos algo inesperado.
Nina estava solta e começou a gritar com um guarda.
Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo - Nina estava nos ajudando?
Mas isso era ruim… se ela estava tomando aquela atitude, significava que…
Foi quando ouvimos uma voz atrás de nós: "Finalmente nos encontramos de novo". Era Lysandre.
Armin e eu demos um pulo pra trás, mas não tínhamos pra onde fugir.
Meu coração disparava, ele não ia cometer o mesmo erro da outra vez.
Armin foi rápido e quebrou a janela com o cotovelo e já me jogou de lá enquanto levava um tiro de raspão na perna.
Eu gritei seu nome desesperada, e vi os guardas se reunirem ao nosso redor.
Eu podia ouvir o som de uma arma sendo sacada e me encolhi ainda mais, sentindo meu coração parar. 
Armin apertou minha mão com força e eu soube que ele estava tão assustado quanto eu.
Eu o puxei com minha super força e tentei correr de lá, mesmo com ele ferido e sendo muito mais alto que eu.
Foi quando ouvi um disparo na minha frente, mas eu não fui atingida.
"Eu dedurei a localização da Boreal para o guarda. Eu achei que estava fazendo o melhor para o Ken, mas agora vejo que fui egoísta" Nina estava em pé na nossa frente e disse isso, com lágrimas nos olhos.
“Eu não vou deixar mais ninguém morrer por minha causa, mesmo sendo alguém desconhecido de mim. Se o Ken e o Dan lutaram por causa dessa garota, eu também vou lutar por ela!” Nina gritou disparando novamente.
Ela estava armada, e ao seguir seu alvo notei que ela havia dado dois tiros no Lysandre.
Porém, aparecia que nada fazia efeito, ele estava intacto, e caminhava em sua direção.
Seu olhar era vazio, sem emoção alguma, e ele carregava uma arma em suas mãos.
Nina se assustou. Ela sabia que aquele Lysandre não era o mesmo de antes, pelo menos não o que ela idolatra esse tempo todo, agora ela estava conhecendo o verdadeiro Lysandre. 
"O-O que você quer?" ela perguntou pro Lysandre, sua voz estava tremendo. 
"Você sabe o que eu quero", ele respondeu, com uma voz fria e calculada apontando sua cabeça em minha direção.
Nina engoliu em seco, percebendo que não havia escapatória e levantou a arma mais uma vez na direção dele e atirou, mas mais uma vez, foi em vão… O que ele se tornou…?
"Por que você está fazendo isso, Nina?" Lysandre falou calmamente. 
"Porque eu não quero que você machuque a Boreal!" Nina respondeu, claramente descontrolada. 
Lysandre parecia surpreso, mas não parecia assustado. Ele parecia estar em controle da situação. Fiquei assustada com a frieza dele. Ele realmente mudou muito desde que o conheci, ou melhor, ele não mudou, eu quem mudei minha percepção. 
"Nina, não é assim que se resolve as coisas", eu disse, tentando acalmar a situação e afasta-la do local. 
Nina não parecia me ouvir. Ela continuou a encarar o Lysandre, e eu comecei a temer pelo pior. 
Ela tentou correr em um momento, mas Lysandre a alcançou facilmente. 
Ele a agarrou pelo braço e apontou a arma para sua cabeça. 
"Por que está fazendo isso?" ela implorou, tentando manter a calma. 
"Porque você é o único obstáculo que me impede de conseguir o que quero no momento. Mas obrigado Nina, você foi útil esse tempo todo. É uma pena que não foi leal até o fim.", Lysandre disse com frieza, antes de puxar o gatilho.
O som ensurdecedor da arma ecoou pela rua. 
E eu pude ouvir o som do sangue espirrando.
Eu não podia ficar de olho fechado, então lentamente abri o olho, e arma estava na minha cara.
Não tive tempo sequer de olhar o corpo da Nina no chão.
Armin estava jogado do meu lado estático, ele falava meu nome bem baixinho repetidamente.
Eu fechei o olho, esperando pelo impacto da bala, mas nada aconteceu. 
Eu abri o olho devagar e vi que Nathaniel, estava segurando o braço de Lysandre. 
"Você não pode fazer isso", Nathaniel gritou, tentando tirar a arma das mãos de Lysandre. 
"Vocês precisam sair daqui agora", disse Nathaniel, com um olhar sério no rosto.
Não precisamos de mais incentivo. Corremos o mais rápido que pudemos, tentando fugir do perigo. 
Corri o mais rápido que pude, sem olhar para trás. 
Mas Lysandre estava em nosso encalço.
"Eu não vou deixar você escapar, Boreal!!", gritou ele, com raiva. 
Eu sabia que Nathaniel estava segurando Lysandre, mas por quanto tempo ele conseguiria fazê-lo? 
Bem esse Nathaniel era muito forte.
Eu corri na direção do Daniel que estava no canto sendo segurado pela Peggy.
Ele chorava muito e estava desesperado querendo se aproximar dela.
Acho que no fim, apesar de todo o ódio, ele ainda amava ela, claro, isso não ia passar do nada.
Mas não tínhamos tempo pra ficar ali pensando, tínhamos que aproveitar o tempo ganho do Nathaniel pra correr, eu era o alvo, e todos iam sofrer comigo.
Até então eu tinha total confiança que o Nathaniel sairia são e salvo. Afinal, sabíamos que ele era mais forte que todos ali, mas eu já devia ter desconfiado quando vi o Lysandre tomar tiros e mais tiros e se regenerar na minha frente… Devia ter desconfiado que o pior aconteceria…
Enquanto corríamos de lá, de repente, ouvimos um grito de dor intensa. 
Quando nos viramos, vimos o Nathaniel partindo completamente no meio, como se fosse uma folha de papel.
Foi a coisa mais grotesca que eu vi na minha vida.
Eu tentava a todo custo ignorar, e era puxada por Peggy, mas era horrível, horrível, a imagem não saia da minha mente, por que eu sou obrigada a passar por isso??
Nós corríamos, e só ouvíamos a voz do Lysandre ecoando na rua.
Lysandre matou Nathaniel em frio sangue, sem hesitar. Eu queria gritar, mas não podia chamar atenção pra nossa localidade, além do mais, fiquei chocada demais para fazer qualquer coisa. Eu nunca vi tanta violência na minha vida. "Nathaniel!" Eu exclamei chorosa, correndo para longe. 
Lysandre estava parado ao lado dele, parecendo satisfeito consigo mesmo. 
Eu não conseguia entender como alguém poderia ser tão cruel.
Assim que chegamos em casa, eu tremia muito, muito mesmo.
E Daniel começou a gritar, e gritar, e gritar mais enquanto chorava intensamente segurando algo.
Quando perguntamos o que houve, ele mostrou, Nina roubou a máquina dimensional e colocou no bolso do Daniel…
Ela nos ajudou antes de morrer… Nina…Nathaniel…
Não importa como corrijamos tudo isso…A morte de Ken, Nathaniel e Nina, a luta contra Lysandre... tudo isso mudou minha vida para sempre.
Meu grupo estava cada vez mais reduzido…E eu cada vez mais sem esperanças…
[<< CAPITULO ANTERIOR] ✖ [PROXIMO CAPITULO>>]
5 notes · View notes
Capitulo 202
Tumblr media
Havia sangue sob a mesa, parede e até mesmo nas minhas roupas…
Eu só via… sangue. 
Foi assim que eu acordei…
Acordei cedo, mais uma vez. Meu relógio biológico está tão desregulado quanto a minha vida. 
Eu dormi mal, eu tive muitos pesadelos… Repetidamente com tudo que havia acontecido, sangue, sangue e mais sangue.
Minha mente simplesmente apagou, não sei quando fui levada pra essa linha, nem quando dormi… Eu só to… cansada.
Armin estava passando a mão nas minhas costas quando acordei, ele pareceu ter ficado em alerta a noite toda com meu estado…
“Você apagou do nada… Como se sente?” assim que ele perguntou, eu desabei de chorar enquanto me jogava sob suas pernas escondendo meu rosto entre suas pernas.
Armin estava sendo muito atencioso comigo. Cada dia que passava ele estava mais gentil.
E mesmo que ele queira desabar também com a morte de Ken ele não me deixava cair nem demonstrava como estava com aquilo.
Eu chorava intensamente.
Eu queria perguntar como estava o Daniel, se alguém havia falado pra ele o que houve com o Ken, mas eu estava sem forças…
Daniel e Ken cresceram como irmãos, meu Deus, como vai estar o psicológico dele…? 
E pior, descobrir que a garota por quem ele era apaixonado foi quem dedurou a localidade do Ken e causou a morte dele, mesmo que acidentalmente.
Ela queria fazer o certo e por conta de suas escolhas acabou levando a morte do Ken…
Imagino como a Nina esteja, afinal, ela amava o Ken como um irmão… Ela não esperava que o guarda fosse matar o Ken, ninguém esperava…
Enquanto eu tentava me recompor, Armin continuou acariciando minhas costas, tentando me acalmar. Eu sentia a presença dele me dando força para continuar em frente, mesmo com tudo que havia acontecido. 
Finalmente, consegui me acalmar um pouco e me levantei. 
Armin me ofereceu um copo de água e eu aceitei, agradecida. 
Depois de beber um pouco, respirei fundo e decidi que era hora de seguir em frente, eu não tenho tempo pra parar, nunca. Ser forte o tempo todo machuca, mas eu não posso parar, não agora que estamos tão perto da verdade.
Eu precisava saber como estavam as coisas com Daniel e Nina. 
Armin me acompanhou até a porta. 
Eu saí do trailer e caminhei até o local onde Daniel estava. 
Chegando lá, encontrei Daniel sentado do lado de fora, olhando para o horizonte com a Peggy e Melody sentadas ao seu lado. Ele parecia estar profundamente triste e perdido em seus pensamentos. Eu me aproximei dele e toquei seu ombro suavemente. 
Ele olhou para mim muito assustado. Eu pude ver em seus olhos que ele havia chorado muito. 
"Como você está?" perguntei, sentando-me ao seu lado. 
Ele se manteve em silêncio e só olhava pra baixo. 
Nós ficamos em silêncio por um tempo, até que eu decidi perguntar sobre a garota que causou a morte do Ken, a Nina. 
"Daniel, você sabe o que aconteceu com a Nina?" perguntei, hesitante. 
Ele balançou a cabeça. 
"Eu senti um nó se formar na minha garganta. Essa situação toda estava ficando cada vez mais complicada. 
"Não podemos ficar aqui", disse Alexy, surgindo do nada. 
"Precisamos ir embora antes que mais coisas ruim aconteçam e mais pessoas… sejam prejudicadas." ele dizia.
“Sim eu sei… Armin e eu achamos oi portal na minha antiga casa já. Só precisamos nos preparar pra ir, com o sinal do Armin do passado acho que já poderemos ir ainda essa semana se tudo ocorrer bem.” eu falei.
Daniel pareceu prestar atenção na informação apesar de não falar nada.
Melody se levantou e se aproximou de mim. 
"Você vai deixar a gente aqui?" ela perguntou, com lágrimas nos olhos. Ela sabia que eles não pertenciam a nossa dimensão… Mas eu me apeguei, e convivi com eles, no poderia abandoná-los agora.
Eu a olhei nos olhos e segurei suas mãos. 
"Não, eu nunca deixaria vocês aqui sozinhos", eu disse, com um sorriso reconfortante. 
"Vamos todos sair daqui juntos, assim que for possível", eu disse, olhando para todos ali. "Obrigado, Boreal", disse Daniel, com um sorriso fraco. 
"Você sempre foi uma grande amiga. Entendo porque todos te amam tanto…", ele acrescentou.
Eu pude ver nos olhos dele que ele estava sofrendo muito, mas ao mesmo tempo, ele estava determinado a seguir em frente, pelo bem da memoria do Ken. 
"Eu sempre estarei aqui para você, Daniel", eu disse, tocando seu ombro mais uma vez. 
"Nós todos vamos sair dessa juntos", eu acrescentei, olhando para todos ali. 
Armin e eu saímos do local e voltamos para o nosso trailer. 
Armin parecia estar se preparando para algo. 
"Está tudo bem, Boreal?" ele perguntou, me olhando com uma expressão preocupada. 
"Sim, estou bem", eu disse, me aproximando dele. 
"Eu só precisava saber como Daniel estava.", eu acrescentei. 
"Eu entendo", disse Armin, me abraçando. 
"Nós vamos sair dessa, juntos", ele disse, com um sorriso reconfortante, eu sabia que as palavras eram pra e autopacificar, mas funcionam em mim também. 
Eu me senti um pouco melhor depois da conversa com Armin e decidi que era hora de começar a me preparar para a nossa “viagem”. 
Eu sabia que tínhamos um longo caminho pela frente, mas eu estava determinada a descobrir a verdade e fazer justiça pelo Ken e todos aqueles que foram afetados por tudo isso. 
Eu me preparei mentalmente para a jornada à frente e comecei a me concentrar em todos os detalhes que precisávamos acertar antes de partir. Ainda havia muitos mistérios a serem resolvidos, mas eu estava determinada a descobrir a verdade e fazer justiça. Nós estávamos prontos para a próxima etapa da nossa jornada.
Alexy entrou no nosso trailer avisando que o Armin havia dado sinal positivo e que poderíamos seguir em frente com o plano.
Ele aparentemente estava dando os comandos para Thomas e Chani na sala deles para nos ajudar a guiar.
Thomas e Nathaniel estavam bem próximos, e literalmente o Thomas, satanista sabe? Estava conseguindo ajudar o Nathaniel do presente a recuperar seus poderes com auxílio do Nathaniel da minha linha e com o auxílio do Nathaniel do passado.
Realmente batia com a tal força pensamento que o Armin do futuro tanto falava.
Alias, estávamos ignorando completamente a existência do Armin do futuro, mas eu sinto que ele desconfiava do que estávamos tramando, e eu sentia muito medo dele impedir que chegássemos até a Boreal original, a Boreal dele.
Armin do presente, meu namorado, deixava claro o quanto devíamos ser cautelosos com o Armin do futuro.
“Somos a mesma pessoa querendo ou não, eu tenho noção do que ele está pensando, e definitivamente ele vai fazer algo… Temos que ser cautelosos. Temos que continuar tratando ele normalmente, mas sempre pensando que ele já descobriu nosso plano.” Armin dizia enquanto olhávamos pela janela do trailer o Armin do futuro sentado em frente ao seu trailer jogando no PSP como quem não queria nada.
De fato, desde que chegamos nessa linha temporal ele não questionou nada nem falou nada. 
Será que ele já informou o Armin do bunker? 
E meu pai Philippe? Pra onde foi levado? Será que ele está do lado do Armin do bunker como sempre?
Estávamos arrumando tudo quando repentinamente recebemos uma ligação de uma voz desconhecida no numero da Ambre.
“Finalmente algum número atendeu!” a voz era grossa e firme.
“Quem fala? O que faz com esse número?!” perguntei assustada.
“Me chamo Rayan, eu estou preso com a Ambre aqui em um beco e precisamos de ajuda urgente. Uns guardas nos perseguiram e estamos cercados dentro de uma lixeira. A Ambre está muito ferida e–”
 “FERIDA?! O QUE ESTÁ ACONTECENDO?!” eu gritava assustada, Armin e Alexy estavam apreensivos me vendo falar com alguém.
“Vou tentar mandar nossa localidade, por favor venham rápido!” o rapaz parecia nervoso e desligou já enviando a localidade.
Eu tremia.
Não fazia tempo que perdi um aliado, não poderia perder mais um amigo…
Eu repassei toda a informação pros dois e logo saímos de lá após ter avisado tudo.
Castiel não fazia ideia do que estava acontecendo e foi conosco, Thomas também.
Tecnicamente estávamos em uma linha temporal segura, sem o Lysandre, o que aconteceu?
O próprio Armin do passado parecia muito confuso, ele garantiu que nessa linha estaríamos seguros, a menos que seja um problema “comum”, não teria sentido termos inimigos ali.
Mas logo descobrimos que sim... tínhamos.
Castiel, Armin, Alexy do passado, Thomas, Nathaniel e eu saímos na direção do endereço que o tal Rayan havia nos passado.
Ficava em um beco próximo a Sweet amoris.
O clima estava nublado, porém, sem uma gota de chuva.
Quando chegamos ao beco, começamos a procurar a tal lixeira citada por Rayan na ligação, e ele não mentiu, encontramos Rayan e Ambre encurralados dentro de uma lixeira, cercados por guardas que pareciam ser… DO LYSANDRE?!
Eu entrei em choque.
Eu apressadamente coloquei meus óculos pra esconder meu olho pra não ser reconhecida.
Pensei que não precisaria mais desse óculos nunca mais, mas pelo visto nunca vou ter paz…
Nos dividimos, Alexy ficou com Castiel e Thomas pra ir atrás dos guardas e distraí-los, Nathaniel e Armin estavam próximo a mim me dando cobertura pra que eu me aproximasse da lixeira.
Discretamente abri a lixeira pra confirmar se era aquela mesma, mas batia com a descrição de que o Rayan havia deixado um tecido xadrez pra fora pra nos sinalizar, e sim, era ali mesmo.
Ao abrir a lixeira discretamente vi que Ambre estava ferida e desacordada nos braços de Rayan, um rapaz de aparência latina muito bonito por sinal, e Rayan parecia estar se esforçando para mantê-la acordada e segura. 
Armin e Nathaniel imediatamente começaram a planejar uma estratégia para resgatar Ambre e Rayan, enquanto Castiel e Alexy mantinham um olho nos guardas junto com Thomas. Nathaniel ficou ao lado de Ambre, verificando seus ferimentos e tentando estabilizá-la. Eu estava preocupada com o que poderia acontecer se os guardas nos descobrissem, então mantive uma vigilância constante enquanto ajudava Nathaniel e Armin a planejar o resgate. 
Eu tinha muitas perguntas pra fazer, mas naquele momento o foco era escapar com segurança.
Finalmente, depois de muita discussão e planejamento cuidadoso, fomos capazes de criar uma distração e afastar os guardas tempo suficiente para resgatar Ambre e Rayan da lixeira e levá-los para um local seguro. 
Infelizmente Castiel, Thomas e Alexy acabaram tendo que entrar em combate corporal com os guardas, Armin estava morrendo de preocupação com seu irmão, porém Alexy garantiu que estava bem e nos mandou seguir, disse que nos encontrariam mais tarde.
Dei meu ombro pra Ambre junto com Rayan enquanto Nathaniel e Armin vigiam os arredores.
Ambre parecia um pouco consciente já.
Uma vez que Ambre foi levada para o hospital para receber tratamento médico junto com Rayan, aguardamos podermos entrar, e aguardamos a chegada de Alexy, Thomas e Castiel.
Nathaniel da minha linha era o responsável por esse hospital, ele parecia ter bastante poder nessa linha temporal.
Graás a Deus nada aconteceu com Thomas, Castiel e Alexy.
Assim que liberaram para que pudéssemos ver Rayan e Ambre nós nos reunimos em torno dela, ansiosos para saber o que tinha acontecido e quem eram os guardas que a tinham atacado. 
Ambre estava completamente inchada, parecia ter apanhado muito, ela abriu os olhos com muita dificuldade e começou a falar, contando-nos uma história horrível sobre uma emboscada que haviam preparado para nós. 
Ela saiu pra comprar as coisas que o Armin do passado pediu para nossa viagem para a dimensão do bunker e no caminho encontrou com o Rayan, ela ficou muito surpresa.
“E quem afinal é o Rayan? Ainda não entendi…” perguntei olhando pro Rayan que estava em melhor estado que ela, com poucos ferimentos nos braços apenas.
“Eu sou a alma que estava dividindo corpo com ela. Finalmente estou podendo conhecer vocês no meu corpo original.” ele falou rodeos e rindo.
Claro que todos na sala ficaram em choque.
Os guardas eram enviados pelo Lysandre, que havia descoberto e de alguma forma nos perseguiu até essa linha.
Nós estávamos aterrorizados. Como poderíamos ter sido tão ingênuos a ponto de pensar que poderíamos simplesmente atravessar as linhas temporais sem consequências? 
O Armin do passado era o mais desesperado, afinal, até então ele era o único que tinha uma máquina dimensional, como o Lysandre atravessou de uma dimensão pra outra??
Enquanto Rayan nos contava tudo o que sabia, eu me lembrei de algo que me perturbou. 
"Você disse que os guardas estavam trabalhando para o Lysandre?" Eu perguntei novamente para Ambre, meu coração batendo mais rápido. 
Ambre confirmou com um aceno de cabeça. 
"Sim, eles estavam vestidos com uniformes que eu reconheci do Lysandre.” Ela dizia.
“Eu não entendi por que aqueles caras estavam atrás de nós, mas parecia que eles queriam capturar a Ambre. Eu tentei detê-los, mas eles me jogaram em uma lixeira e me prenderam lá. Eu consegui sair e levei a Ambre que estava desacordada, depois apanhar deles pra outra lixeira e comecei a tentar contato com qualquer um, no celular dela." Eu engoli em seco. 
Isso significava que o Lysandre ainda estava operando mesmo na linha temporal pra qual fugimos, apesar de tudo o que havíamos feito para despista-lo. 
"Porque ele insiste tanto?! Porque não vive o reinado dele naquela merda de linha que ele dita tudo?! Porque ele me quer tanto?!", eu disse aos outros indignada e quase chorando. 
"E como podemos detê-lo." Nathaniel parecia concordar comigo e tentar desviar um pouco minha mente da situação. 
“Temos que entrar no portal urgentemente. Antes que seja tarde e ele nos encontre…” Armin do passado surgiu sério.
“Eu não sei se posso conter ele mais. A essa altura ele já deve ter descoberto que eu o traí. No mínimo ele já desconfia do Nathaniel e de mim. A sede d vingança dele pela Boreal é muito grande… E como sabem, esse cara não tem escrúpulos.” Armin do passado completava.
“E pensar que eu chamei esse verme de amigo um dia…” Castiel batia em uma mesa no centro completamente frustrado e irritado.
"Eu posso tentar reunir informações, mas precisamos ter cuidado. Não sabemos quem pode estar trabalhando para ele mais. Qualquer um pode ser infiltrado do Lysandre." Enquanto discutíamos nossos próximos passos, Ambre começou a tossir e gemeu de dor. 
Os dois Nathanieis foi verificar se ela precisava de ajuda, e Rayan parecia preocupado. 
"Ela vai ficar bem?" ele perguntou, preocupado. 
“Com certeza. Mas me espanta você se preocupar comigo.” Ambre dizia rindo.
“Porra, eu dividi corpo contigo, acha que não me apeguei nenhum pouco a essa garotinha chata que tu é?” Rayan dizia rindo.
Acho que no fim ele nunca foi RUIM mesmo.
“Afinal, você realmente era um criminoso em vida?” Alexy perguntou.
“Sim, mas tenho coração mole com essa ai.” ele dizia apontando pra Ambre de forma debochada.
“ELA É MINHA NAMORADA PORRA!” Castiel gritou.
Rayan só ria e o clima havia ficado levemente descontraído.
Mas eu não conseguia soltar um riso sequer… Eu pensava estar livre do Lysandre, mas muito pelo contrário… ele estava mais na minha cola do que nunca…
“Precisamos ser cuidadosos. Não podemos deixar que o Lysandre saiba que estamos atrás dele e muito menos que vamos pro bunker." Armin dizia pensativo.
“Não sabemos o quanto ele sabe da gente… Isso me preocupa. Como eu não notei?” Armin do passado parecia muito frustrado, e isso não é bom… O Armin, não importa a versão, sempre que se frustra não consegue raciocinar nem fazer nada mais.
Eu olhava pra ele apreensiva.
Passamos as próximas horas planejando nossa próxima jogada. Sabíamos que não seria fácil, mas estávamos determinados fugir do Lysandre, não importa o que custasse. Mesmo que isso custasse a vida dele…
Mas, por mais assustador que fosse, isso só nos deixou mais determinados a continuar com nosso plano e chegar à Boreal original. Não podíamos deixar que Lysandre,  Armin do bunker nem nada nos impedisse de encontrar a verdade sobre a nossa história e descobrir como salvar nossos amigos e familiares. 
Mesmo com os nervos à flor da pele e mais determinados do que nunca, continuamos nossa jornada rumo à Boreal original, cientes de que estávamos entrando em um terreno ainda mais perigoso do que jamais imaginamos.
Por fim, antes de encerrar essa entrada, agradeço ao Alexy.
Eu li tudo que o Alexy escreveu no dia anterior antes de escrever essas notas agora, provavelmente ele achou meu diário jogado na mesa assim como seu pai anos atrás… Eu agradeço por ler as aventuras estupidas dele do Castiel pra acalmar minimamente meu coração… Mas infelizmente, nada esta me deixando bem depois de tudo que aconteceu…
E vamos para o próximo passo o mais rápido possível.
[<< CAPITULO ANTERIOR] ✖ [PROXIMO CAPITULO>>]
10 notes · View notes
As aventuras das três espiãs demais
Tumblr media
Havia muito sangue espalhado pela sala.
Havia sangue sob a mesa, parede e até mesmo nas minhas roupas.
Costurar aquelas partes de boi não foi ad fácil, e eu não esperava que fosse espirrar tanto sangue como aconteceu.
Mas agora está feito, e eu e Castiel finalmente conseguimos trazer à vida a nossa mais nova criação: "Boixodia".
Nova não é bem a palavra, mas antiga também não se encaixaria bem.
Assim que terminamos a costura, Castiel começou a falar empolgado sobre o que faríamos em seguida. 
"CARALHO, ALEXYYYY, AGORA QUE TEMOS NOSSO BOIXODIA, A GENTE VAI PEGAR AQUELE FILHO DA PUTA DO NATHANIEL E ENFIAR ESSA COISA NA CARA DELE!"
Castiel estava radiante com a nossa realização. 
"Cara, isso é tão foda! Olha só como ele solta ácido!", exclamou, apontando para a criatura. "Agora, o que vamos fazer com ele?” Eu não tinha a menor ideia. 
"Não sei, talvez possamos usá-lo como arma secreta contra nossos inimigos?", sugeri. 
"Ou talvez possamos estudá-lo e ver como funciona?" sugeri mais uma vez.
Castiel balançou a cabeça em negação intensa. 
"Não, cara, isso é chato. Vamos fazer algo mais divertido com ele. Talvez possamos usá-lo em shows!" Eu franzi a testa em dúvida ao ouvir sua afirmação. 
"Shows? Como assim?" 
"Shows de rock, cara! Nós podemos trazer ele para o palco e deixar ele soltar ácido enquanto eu toco guitarra! Seria tão foda!"
"Castiel, isso é completamente louco", eu disse, mas ele já estava muito animado com a ideia.
“PORRA ISSO É LOUCO?! E TRAZER UM BOI DE VOLTA A VIDA É DE BOA NÉ? SE FUDER ALEXY. Vamos fazer isso! Vamos precisar de alguns acessórios, é claro. Talvez possamos pegar algumas luzes e fogos de artifício, para dar um efeito ainda mais legal. E vamos precisar de algumas roupas novas também." Eu suspirei. 
"Calma, Calma, Castiel. Vamos pensar direito nisso antes de fazermos algo muito louco. Castiel, isso é muito arriscado. E se alguém descobrir o que fizemos? Fora que isso não tem sentido ALGUM! Olha, eu concordei em fazer isso porque tava entediado, mas essa merda toda que tu tá falando tem logica alguma! Um show?!"”
Ele deu de ombros. "Eles nunca saberão. Nós somos discretos. E, de qualquer forma, é melhor do que simplesmente deixar Boixodia na sala de experiências para sempre."
“Não tem como ser discreto com um boi que solta acido em UM PALCO DE SHOW Castiel!” eu exclamei.
Mas ele insistia incansavelmente que a ideia dele era genial.
Por que concordei com isso mesmo?
Eu não tinha como argumentar com isso. Castiel sempre foi teimoso, e quando ele tinha uma ideia em mente, nada poderia detê-lo. Parecia a Boreal, então só segui o fluxo, tava entediado mesmo.
Então, nós começamos a planejar o show. Castiel passou horas criando uma nova música para tocar enquanto Boixodia soltava ácido. Eu, por outro lado, passei todo o meu tempo estudando a biologia da criatura e tentando entender como ela funcionava.
Eu realmente não estava levando aquilo a sério.
Mas, infelizmente, nem tudo correu como planejado. Enquanto ensaiávamos para o show, começamos a perceber que estávamos sendo vigiados. Sempre que olhávamos pela janela, víamos carros pretos estacionados do lado de fora do prédio em que estavamos, que alias, era o antigo apartamento do Castiel.
Eu tentei avisar Castiel sobre isso, mas ele não queria ouvir.
"Eles não podem fazer nada, cara. Nós não estamos fazendo nada de errado", disse ele, ignorando completamente o fato de que tínhamos costurado um boi morto e o havíamos ressuscitado como uma criatura que solta ácido.
Mas, é claro, isso era apenas o começo dos nossos problemas. 
"OK, Castiel. Mas precisamos planejar direito. Vamos para o laboratório e estudar as propriedades desse Boixodia antes de sair por aí causando o caos." "PORRA, ALEXY, VOCÊ É MUITO CHATO. MAS TUDO BEM, VAMOS PARA O LABORATÓRIO." Fomos para o laboratório da faculdade e começamos a estudar o Boixodia. Descobrimos que ele soltava ácido quando ficava nervoso ou excitado, e que sua força física era enorme. Mas, ao mesmo tempo, ele parecia ter uma inteligência limitada. "PORRA, ALEXY, ISSO É INCRÍVEL. IMAGINA O QUE PODEMOS FAZER COM ESSA PORRA?", disse Castiel, empolgado. "Sim, mas precisamos ter cuidado. Não podemos deixar que essa coisa saia do controle. Precisamos encontrar um jeito de controlá-lo." Ficamos horas estudando o Boixodia, até que Castiel teve uma ideia. "PORRA, ALEXY, EU TENHO UMA IDEIA. E SE USARMOS A MÚSICA PARA CONTROLÁ-LO? AFINAL, ELE É UMA ABERRAÇÃO, NÃO É? E TODA ABERRAÇÃO GOSTA DE MÚSICA." Aquela ideia parecia meio maluca, mas, ao mesmo tempo, fazia sentido. Decidimos testá-la. Castiel começou a tocar sua guitarra e, para nossa surpresa, o Boixodia ficou calmo e até parecia gostar da música. "PORRA, ALEXY, ISSO É INCRÍVEL. AGORA PODEMOS CONTROLAR ESSA PORRA. VAMOS LÁ, VAMOS PARA AS RUAS. QUERO VER A CARA DO NATHANIEL QUANDO ELE VÊ ESSA ABERRAÇÃO." 
“PORQUE VOCÊ QUER MOSTRAR ISSO PRO NATHANIEL?! NÃO TEM SENTIDO!” 
“PORQUE ELE É CONTRA E ACHA IMPOSSÍVEL!” eu só consegui respirar fundo e voltar aos meus afazeres.
Eu confesso que estava divertido nosso experimento, e nós realmente fizemos essa aberração com a intenção de deixá-la jogada nessa linha temporal pra que Lysandre tivesse que lidar com ela, mas vendo a empolgação em fazer merda do Castiel me contagiou.
Eu notei mais uma vez que alguém estava nos observando pela janela e cutuquei discretamente o Castiel.
“Castiel… Alguém realmente está nos observando, e isso não é bom…” Castiel dessa vez não ignorou.
“Alexy, é o seguinte, vou fingir como quem não quer nada lá fora pra ver se descubro algo, me espera aqui com o Boixodia.” ele falou baixo, em tom sério e com um rosto tão sério quanto. Esse Castiel é um gostoso mesmo, nossa, fico até sem ar pensando naquela cara que ele fez.
Quando ele fala serio me faz até sentir coisas.
Eu continuei agindo normalmente para as pessoas que nos vigiam não notarem nada de diferente, mas estava de olho na situação toda enquanto Castiel ia lá fora verificar esses “espiões”.
Castiel voltou discretamente como quem só foi pegar algo pra bebermos.
“Acho que são de alguma organização governamental Alexy. Pode ser algo do Lysandre ou até mesmo daquela organização que perseguia a Boreal. Temos que ficar ligados.” ele dizia baixo enquanto me entregava um energético.
Eu só acenei positivamente sorrindo pra ele naturalmente, porém, pensativo sobre o que eu faria.
De repente, ouvimos um barulho alto e o som de portas sendo arrombadas. Castiel e eu nos olhamos em pânico. 
"Merda, eles descobriram!", eu gritei, enquanto corria para tentar encontrar um lugar para nos escondermos. 
Castiel pegou Boixodia e correu para fora da sala, tentando escapar pela porta da sacada, que também estava cercada, ele volto rapidamente e já gritou comigo enquanto me puxava pra fora empurrando os agentes e puxando o Boixodia pra um esconderijo na área de limpeza do prédio, ele morava ali, obviamente ele conhecia bem o local.
"PORRA, ALEXY, NÓS TEMOS QUE AGIR RÁPIDO ANTES QUE ESSA ORGANIZAÇÃO GOVERNAMENTAL CHEGUE AQUI. ELES VÃO FAZER DE TUDO PRA NOS PARAR."
Eu sabia que Castiel tinha razão. Aquela organização governamental estava atrás de nós sabe-se lá a quanto tempo, talvez há dias e não podíamos nos dar ao luxo de ficar esperando. Especialmente com a missão importante que estávamos fazendo com a Boreal. Vamos ser sinceros, Castiel e eu só queríamos trollar o Lysandre, não era como se estivéssemos fazendo algo realmente importante com o Boixodia. Precisávamos agir rápido.
“Eu tive uma ideia, Castiel.” falei já saindo do esconderijo.
Eu fiquei para trás, tentando distrair os invasores enquanto Castiel fugia com a nossa criação.
Eles me encontraram rapidamente e me capturaram antes que eu pudesse sair do prédio. Mas ei me sentia seguro, afinal, sabia que o Castiel não me deixaria pra trás.
Fui levado para uma van preta, onde me prenderam em uma cela pequena e escura. O carro começou a se mover, e eu fiquei me perguntando o que diabos estava acontecendo.
Eu sabia que estava em encrenca.
Fiquei em silêncio, tentando descobrir o que poderia dizer.
"Responda-me", o homem ordenou. 
"O que vocês faziam naquele quarto com pedaços de carne?".
Ali eu decidi meter o louco e sim, cedi e comecei a contar tudo o que tinha acontecido, era tudo muito absurdo, então nada mais justo. 
Falei sobre como tínhamos costurado o boi morto e como Castiel tinha ficado animado em usar a criatura em um show de rock. 
"Nós não sabíamos estarmos fazendo algo errado", eu expliquei bancando o inocente, mas, no fundo, eu queria rir muito da situação.
Medo é algo que já perdi tem tempos. E pudor eu nunca tive.
O cara estava entre acreditar e desacreditar. Ele provavelmente se questionava sobre a veracidade da história e sobre o quanto tínhamos de QI naquele momento.
Notei que eles estavam em contato com alguém, não faço a mínima ideia de quem.
Mas podia ouvir as vozes do outro lado da linha. 
Parecia que estavam tentando confirmar a nossa história e alguém confirmava a veracidade de alguma forma. 
Enquanto isso, eu aproveitei para avaliar o local em que estava preso. Era uma cela pequena dentro da van, sem janelas, com uma única porta de metal. Eu sabia que não seria fácil escapar dali, mas também não podia ficar parado esperando pelo pior. 
De repente, ouvi um barulho de explosão vindo de fora. Era como se algo tivesse sido arremessado contra a van. 
As vozes que eu ouvia pelo rádio ficaram agitadas e comecei a ouvir gritos e disparos. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas estava claro que alguém estava tentando nos resgatar. A porta da van se abriu bruscamente, e eu vi Castiel sorrindo para mim. "Vamos sair daqui, Alexy!" ele gritou, e me puxou para fora da cela. 
Nós corremos para fora da van, pulando por cima dos corpos dos agentes caídos no chão e subindo no Boixodia que estava com uma cela.
E assim, saímos para as ruas com o Boixodia, controlando-o com a música, sim, Castiel o fez. As pessoas olhavam para nós com medo, mas nós estávamos tão empolgados que nem ligávamos para isso.
Era realmente emocionante fugir do governo montado em um boi zumbi que expelia acido e era controlado por música.
Era a coisa mais sem noção que eu já vi na vida, mais do que minha cunhada ser um alienígena ciclope de outra dimensão.
Eu não ligava pros civis nos vendo, o que realmente me preocupava era a reação daqueles que estavam atrás de nós. Eu sabia que não era uma simples coincidência que estávamos sendo perseguidos. Eles estavam atrás de algo grandioso, algo que poderia mudar tudo. E isso, sem dúvida, tinha a ver com a nossa criação.
“Cara, que loucura foi essa que a gente fez?” perguntou Castiel, olhando para a criatura diante de nós nos levando pra longe e rindo. 
“Boixodia 2.0, meu amigo! Esse sim valeu a pena! Essa tua ideia de controlar ele com musica foi genial!” respondi, rindo. 
“Agora que tem dois…Criamos uma nova espécie!” Castiel falava no auge de sua empolgação.
“De qualquer forma, precisamos nos esconder. Eles estão chegando cada vez mais perto. Quem são ‘eles’?” perguntei, desconfiado e pensativo enquanto notava que os agentes estavam atrás de nós.
“Ainda não sei. Mas tenho um palpite.” ele respondeu, olhando com uma expressão séria. 
“E qual é esse palpite?”
“Nathaniel.” 
“O quê? O Nathaniel? O cara que viaja no tempo e é super religioso? O cara todo certinho? Qual o sentido disso?? De onde tirou essa ideia Castiel??” Eu estava surpreso com sua resposta, mas curioso até onde seu raciocínio iria. Até porque não tínhamos Nathaniel nessa linha, pra ser sincero, não tinha mais ninguém aqui. Armin do passado levou todos para locais diferentes. 
“Sim. Ele é capaz de coisas que você nem imagina. E eu tenho certeza de que ele está por trás disso tudo.” Castiel insistia. Eu realmente não via sentido ALGUM na lógica dele.
“Mas porque justo o Nathaniel?” perguntei, ainda sem entender. 
“Eu não sei exatamente. Talvez ele esteja tentando nos impedir de fazer algo grandioso. Talvez ele esteja tentando impedir a criação de uma nova espécie. Mas não importa. Precisamos fugir.” ele insistia tão sério na ideia que comecei a cogitar real.
“E para onde vamos?” perguntei preocupado.
“Eu tenho um amigo que pode nos ajudar. Ele mora em uma cidade próxima daqui. Vamos para lá pedir ajuda.” Castiel dizia.
“Sabe que estamos em outra linha né? Você tem amigos aqui?” perguntei.
“Obvio, acha que estamos esses meses todos aqui e não interagi com ninguém?” Castiel sorria.
“Tudo bem, vamos nessa. Mas se a gente for pego, eu vou dar um soco em você com a Boreal.” falei rindo. 
“Relaxa, Alexy. Eu sou forte o suficiente para nos proteger.” disse Castiel, erguendo os braços e mostrando seus músculos. E que músculos… Abençoadas sejam Ambre e Boreal que deram pra esse gostoso.
“Eu não tenho dúvidas quanto a isso. Mas é melhor não subestimarmos nossos inimigos. Eles estão atrás de algo muito importante. E não vamos deixá-los nos pegar.” respondi.
Assim, com o Boixodia em mãos e a perseguição dos misteriosos inimigos cada vez mais intensa, eu e Castiel partimos em direção à cidade vizinha em busca de ajuda. 
Mas o que encontraríamos lá seria muito mais do que esperávamos. 
Depois de alguns minutos de corrida, finalmente encontramos um esconderijo seguro, ou pelo menos achamos que era seguro. 
Era uma pequena cabana no meio da floresta, e a porta parecia estar aberta. 
Entramos, e Castiel logo trancou a porta atrás de nós.
“Merda, estamos fodidos” disse ele, agitado. 
“Calma, acho que ninguém nos viu” respondi, tentando acalmar meus nervos e consequentemente os dele também. 
“Como você sabe? E se eles tiverem câmeras escondidas ou algo do tipo?”
“Bem, não tenho certeza. Mas não podemos entrar em pânico agora, precisamos pensar em um plano para sair daqui e ir ver esse teu amigo.” falei.
“Eu tive uma ideia.” disse Castiel, animado puxando o celular. 
“Lembra que eu tenho um amigo que mora perto daqui? Ele é um cara forte e pode nos ajudar. Era pra casa dele que eu estava indo.” quando o Castiel descreveu eu comecei a me lembrar de alguém com essa discrição.
“Você quer dizer o Rodrigue?” perguntei, lembrando-me do amigo de Castiel que era famoso por sua força física. 
“Exatamente! Vou ligar para ele agora. Ele deve conhecer bem essa região. Estamos tentando despistar os caras lá então assim vai ser melhor.” Castiel não parava de olhar as janelas.
Castiel pegou seu celular e discou rapidamente um número. Depois de alguns segundos, alguém atendeu do outro lado da linha.
“Rodrigue, sou eu, Castiel. Preciso da sua ajuda. Estamos em uma cabana no meio da floresta, cercados por pessoas perigosas. Você pode vir aqui e nos ajudar? Eu te envio a localização”
Eu ouvi a voz de Rodrigue do outro lado da linha. Ele parecia estar um pouco relutante em ajudar, mas depois de algum tempo, finalmente concordou em vir nos buscar.
“Ele está a caminho” disse Castiel, animado. 
“Vamos ter que esperar um pouco.”
“Ótimo. Enquanto isso, podemos tentar descobrir mais sobre essa organização.” sugeri já puxando o celular e tentando saber mais. Nessas horas meu irmão seria de grande ajuda… Ele com certeza descobriria mais dados dos nossos perseguidores mesmo se ele só tivesse acesso a um tamagochi ou uma calculadora.
Enquanto eu tentava descobrir algo, Castiel sugeriu de vasculhar a cabana, e assim o fez.
Eu logo desisti ao notar que não encontraria nada, eu não sou meu irmão, infelizmente. Assim como dele não entende nada de bio medicina, eu não entendo nada de computadores.
E assim, começamos a vasculhar a cabana, procurando por qualquer coisa que pudesse nos ajudar a descobrir mais sobre a organização ou sobre a cabana em sí. 
Encontramos alguns documentos e arquivos, mas nada que fosse muito útil. Parecia ser só coisas do antigo dono da cabana.
Depois de algum tempo, ouvimos um barulho do lado de fora da cabana. Castiel correu para a porta e a abriu, revelando Rodrigue do outro lado.
“Vocês estão bem?” perguntou Rodrigue, com sua voz grave. 
“Estamos bem, obrigado por vir.” disse eu, aliviado. 
“Sem problemas, cara. Vamos sair daqui antes que seja tarde demais.”
Rodrigue nos guiou para fora da cabana e começamos a correr pela floresta. Atrás de nós, podíamos ouvir os sons dos helicópteros e dos carros da organização, mas conseguimos despistá-los.
A perseguição estava REALMENTE muito séria.
O Boixodia já tinha derretido metade do caminho, e isso me preocupava, era quase como brincar de João e Maria e deixar migalhas de pão no caminho pra nos encontrarem.
Aquele rastro de ácido era realmente preocupante.
Finalmente, chegamos a uma estrada onde um carro tipo caminhonete que nos esperava. Entramos no carro e colocamos os Boixodia na traseira, Rodrigue dirigiu o mais rápido que pôde, levando-nos para longe da floresta.
“Acho que conseguimos” disse Castiel, sorrindo. 
“É, acho que sim” concordei, aliviado.
Infelizmente o carro começou a parar, o Boixodia havia corro a parte traseira do carro inteira e isso danificou seriamente o carro.
Rodrigue não parava de xingar.
“MERDA MERDA MERDA!! E AGORA?!” os helicópteros começaram a se aproximar e cercar o carro. Eles estavam em nossa cola.
Nós tivemos que sair do carro.
“Acho que vamos ter que lutar.” Castiel dizia.
“Que merda você me enfiou, seu filho da puta.” Rodrigue respondia em posição de combate.
Eu mesmo sem super força sabia que poderia ser útil, tanto na questão de estratégia quanto em luta corporal comum, então me posicionei com eles.
Estávamos completamente cercados, mas tinha um carro maior no meio.
Foi então que ouvimos um barulho de porta desse carro se abrindo enquanto vimos que havia uma equipe de agentes do governo nos cercando. 
Castiel sacou sua guitarra das costas e parou ao lado do Boixodia, ele estava pronto para lutar, enquanto eu tentei pensar em uma maneira de fugir. 
Foi quando ouvi Nathaniel rindo saindo de dentro do carro central.
"Parabéns, vocês conseguiram", ele disse, aplaudindo sarcasticamente.
"Eu não achava que vocês conseguiriam trazer essa abominação à vida, mas vocês provaram que são ainda mais estúpidos do que eu pensei." ele continuava a dizer.
Era o Nathaniel amigo do Armin do passado, o que tinha vindo pro nosso lado.
“Porra eu sabia que tu era traíra!” Castiel dizia.
“Traíra? Vocês estão amigos do Nathaniel?? O que está acontecendo??” Rodrigue perguntou confuso. Realmente ele não sabia que o Nathaniel estava do nosso lado como infiltrado no Lysandre.
Se ainda precisávamos de alguém pra “cuidar” do Lysandre era simplesmente porque precisávamos vir pra essa dimensão ainda por conta do portal que meu irmão e a Boreal foram verificar.
A principio eu estava atordoado. Nathaniel havia nos enganado o tempo todo, pelo menos era assim que eu me sentia. 
Ele havia criado a organização governamental falsa para nos perseguir, e agora ele havia nos levado a uma armadilha. No fim a piração do Castiel tinha algum sentido.
Eu não sabia como reagir, mas Castiel não perdeu tempo.
"SEU FILHO DA PUTA, NÓS QUASE MORREMOS POR SUA CULPA!" ele gritou, avançando para Nathaniel com a guitarra em punho. 
“Vocês quem estão colocando um alvo na própria cabeça! Alexy, justo você aceitando fazer parte das loucuras do Castiel? Sério?” Nathaniel dizia se direcionando a mim.
É, não tiro sua razão, apesar de que pensamos juntos em usar o Boixodia pra infernizar o Lysandre, eu tenho culpa no cartório.
Eu sabia que precisávamos sair dali o mais rápido possível, mesmo com o Nathaniel sendo responsável, eu não queria sermões e muito menos que matassem o Boixodia, que por sua vez, haviam jogado cordas resistentes nele e o prendido.
Então corri até a porta do carro mais próximo, seguido por Castiel e Rodrigue. Nós estávamos cercados por agentes do governo, mas não tínhamos outra escolha a não ser lutar e tentar escapar de lá sem sermos capturados. 
Castiel usou sua força para derrubar alguns deles, enquanto eu tentei usar minha inteligência para criar uma distração.
"Pessoal, cuidado com a abominação!" eu gritei, apontando para o Boixodia, que havia se soltado de suas amarras e estava soltando ácido para todos os lados.
Enquanto os agentes tentavam fugir do monstro, eu, Rodrigue e Castiel corremos para a porta do carro mais próximo e conseguimos escapar. Ainda estávamos cercados por agentes, mas tínhamos uma vantagem: o Boixodia estava causando caos no local, e eles estavam ocupados tentando contê-lo.
Nós corremos para longe dali, sem olhar para trás. Quando finalmente paramos para descansar, estávamos a vários quilômetros de distância do local da confusão.
"Que porra foi essa, cara?" Castiel perguntou.
"Eu não sei", eu disse, tentando processar tudo o que havia acontecido. 
"Eu não fazia ideia de que Nathaniel faria algo assim." 
"Isso só mostra que não podemos confiar em ninguém", Castiel disse, dando de ombros. 
"Mas pelo menos conseguimos criar um monstro que cospe ácido. Isso é foda."
Eu não conseguia acreditar que ele estava focando no Boixodia depois de tudo o que havia acontecido, mas não pude deixar de rir.
"É verdade", eu disse, sorrindo. "Nós criamos um monstro que cospe ácido."
“Falando nisso ele ficou pra trás!! TEMOS QUE RESGATAR ELE!!!” Castiel estava muito revoltado. 
Deixamos com o Nathaniel que estava contra aquila aberração… Olha, não tiro a razão dele não viu? Eu fiz mas ele tá certo.
“Castiel! Estamos conseguindo fugir! A gente não pode voltar por causa de um pedaço de boi putrificado!!” Rodrigue gritava. 
Castiel mandou um “foda-se” e pulou do carro.
Meu cérebro entra em contradição o tempo todo quanto a querer dar pro Castiel e querer jogar ele na privada e dar descarga.
Foda…
Castiel chegou correndo e gritando com o Nathaniel, eu e Rodrigue corríamos logo atrás mantendo distância, e só vimos ao longe ele sendo capturado junto com o Boixodia.
Ele pretendia usar sua guitarra pra fazer o Boixodia atacar a todos, mas ele não conseguiu, pois foi capturado antes com cordas fortes para segurar rinocerontes.
Nathaniel sabia que estava lidando com alguém com superforça.
Vimos que Castiel estava sendo levado pra um galpão junto coim Boixodia, Rodrigue e eu decidimos seguir os carros até o galpão para tentar resgatar o Castiel, essa mula…
Chegando lá, tentamos criar um plano enquanto estávamos agachados em uma pequena janela que dava no local onde colocaram o Castiel preso.
E ouvimos ele gritar muito e acusar o Nathaniel de ser Illuminati sem parar… Que porra é essa?
“VAI TOMAR NESSE TEU CU! VOCÊ E TODA SUA FAMÍLIA!! ACHA QUE EU NÃO SEI QUE SÃO ILLUMINATI?? GANHOU TODO O DINHEIRO QUE TEM EM TODAS AS LINHAS TEMPORAIS, SENDO ILLUMINATI E FICA PAGANDO DE CRETE! ME SOLTA QUE EU GUARDO TEU SEGREDO!”
“Castiel, do que você tá falando?” eu podia ouvir o Nathaniel falando calmamente.
“ME SOLTA SEU ILLUMINATI FILHO DE UMA PUTA!”
Rodrigue e eu nos entreolhamos confusos, sem entender o que estava acontecendo.
Enquanto isso, Castiel continuava a xingar e ameaçar o Nathaniel, que parecia surpreso com as acusações. 
Decidimos ser hora de agir e tentar resgatar o Castiel antes que algo pior acontecesse(ou não, Nathaniel parecia ok e só queria controlar o furacão Castiel).
Fomos até a porta do galpão e tentamos abri-la, mas estava trancada. 
Então, Rodrigue sugeriu que usássemos a janela por onde estávamos observando.
Com muito esforço, conseguimos abrir a janela.
Decidimos que Rodrigue iria distrair os guardas do lado de fora, enquanto eu tentaria entrar pela janela, e libertar Castiel. 
Eu fiquei de tocaia perto da janela, esperando pelo sinal de Rodrigue. 
Logo, vi Rodrigue correndo pelo canto do prédio e fazendo barulho suficiente para chamar a atenção dos guardas.
E eu entrei sorrateiramente no galpão. 
O lugar era escuro e mal iluminado, mas pude ver que Castiel estava amarrado em uma cadeira no centro da sala, rodeado por homens armados. 
Nathaniel estava em pé ao lado de Castiel, com uma expressão séria no rosto. 
Parecia que Castiel tinha tocado em um ponto sensível com suas acusações. Seria verdade? Ou ele só cansou de discutir com Castiel?
"O que você quer, Castiel?" perguntou Nathaniel, ainda com a voz calma. 
"Eu quero que você me solte, devolva meu Boixodia e que pare de me perseguir! Eu sei que vocês estão me monitorando, eu sei que você é um Illuminati e eu não vou deixar isso passar!" gritou Castiel, tentando se soltar das cordas que o prendiam.
Nathaniel respirava fundo com um ar cansado, acho que não importa a versão do Nathaniel, sempre vai cansar com o Castiel.
“Nós temos que agir com cautela, estamos tentando passar despercebidos pelo Lysandre, mas com você chamando atenção assim até eu vou ser pego daqui a pouco! Castiel, pensa um pouco!” Nathaniel falava com toda sua maturidade que parece não ter sido afetada mesmo essa versão dele sendo completamente diferente.
Castiel simplesmente não parava de acusar o Nathaniel de ser Illuminati.
Desconfio que ele leu sobre illuminatis na internet e tirou o Nathaniel pra ficar acusando disso.
“Castiel, acalme-se. Não há razão para tanta agressividade”, disse Nathaniel, ainda mantendo a calma. "Eu não sou um Illuminati, e mesmo se fosse, não seria um problema. Mas você precisa se acalmar e conversar comigo de forma civilizada."
Castiel resmungou alguma coisa inaudível, mas parecia estar começando a se acalmar um pouco. 
Rodrigue entrou pela janela pouco depois, discretamente.
Eu e Rodrigue trocamos um olhar, sabendo que essa era a nossa chance de agir.
Castiel parecia cansado e abatido, mas quando me viu, seus olhos se iluminaram. 
"Finalmente alguém apareceu para me ajudar", disse ele, suspirando de alívio e chamando atenção pra gente. 
"Shhh, fique quieto", respondi, tentando desamarrar suas cordas correndo já sabendo que nos notaram. 
"Precisamos sair daqui antes que —"
Foi nesse momento que os homens armados começaram a se mexer, parecendo nervosos com a presença de intrusos (Rodrigue e eu). Decidimos que era hora de agir rápido.
Rodrigue atacou um dos homens com um soco, enquanto eu corri em direção a Castiel para desamarrá-lo. 
Nathaniel tentou se defender, mas foi rapidamente dominado pelo Rodrigue.
Eu sei que o Nathaniel poderia pulverizar o Rodrigue se quisesse, mas ele só respirou fundo e se deixou levar, acho que ele já desistiu e só queria voltar pra casa pra beber um café e chorar no colo da Sophie.
Com Castiel livre, corremos em direção à porta do galpão, sem olhar para trás. Sabíamos que não podíamos ficar ali por muito tempo.
Conseguimos chegar até o carro e fugir dali em alta velocidade. Enquanto dirigíamos, Castiel continuava a xingar o Nathaniel e os Illuminati, parecendo mais agitado do que nunca.
Foi uma noite louca e cheia de emoções. E no fim, perdemos o Boixodia.
Quando finalmente chegamos a um lugar seguro, paramos o carro e respiramos aliviados. Castiel agradeceu a nós dois por ter salvado sua vida, e Rodrigue estava mais confuso do que nunca.
No fim, cada um seguiu seu caminho.
Voltamos pro shopping frustrados e desanimados com a perda do Boixodia… Não sabíamos o que nos aguardava lá.
Era tudo muito confuso.
Querendo ou não, nosso dia foi divertido, mas… Terminar desse jeito?
Quando Castiel e eu chegamos no shopping, ainda estávamos tremendo com o que acabara de acontecer.
Eu não sabia o que pensar, mas meu coração estava acelerado e minhas mãos estavam suando. Quando vi Nina chorando em choque em pé, toda suja de sangue, com o corpo de Ken explodido no chão com seus miolos todos pra fora, eu não pude evitar de gritar.
“O QUE DIABOS ACONTECEU AQUI?” gritei, apontando para o corpo no chão. 
Nina soluçou enquanto me olhava com olhos arregalados.
Havia muito sangue espalhado pela sala.
Havia sangue sob a mesa, parede e até mesmo nas roupas da Boreal e da Nina...
[<< CAPITULO ANTERIOR] ✖ [PROXIMO CAPITULO>>]
7 notes · View notes