Tumgik
#cap208
Capitulo 208
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Hoje foi o dia.
Armin do passado disse que nos levaria ao longo do túnel até onde deveríamos invadir o bunker.
Aparentemente Jade contou para ele algo que o ajudou a localizar a Boreal original.
“Se despeçam do local, na próxima noite invadiremos o bunker” ele disse na noite anterior a esse dia.
Então assim faríamos ao longo do dia.
Hoje era o dia em que Armin e eu nos despedimos antes de partir em uma jornada para encontrar a Boreal original e, talvez, destruir toda a realidade(ou consertar tudo). 
Não consigo evitar o sentimento de tristeza que se instala em meu coração ao pensar nisso.
Nós dois acordamos cedo, sabendo que tínhamos muito o que fazer antes de partirmos. Se bem que, qual o conceito de cedo nessa realidade estranha não é mesmo?
Eu olhei para Armin e percebi que ele estava me olhando de volta. 
Nós dois sabíamos que essa seria nossa última noite juntos antes de partir. 
Eu não consegui evitar um sorriso triste, mas ainda assim amoroso, quando ele me puxou para um abraço. 
"Eu te amo", ele murmura em meu ouvido. "Você sabe disso, não sabe?" 
"Eu sei", eu respondo, tentando não chorar. "Eu também te amo, Armin." 
É tão raro ouvir ele dizer isso, especialmente depois de tudo que temos vivido, aquilo me fez tremer, mas me segurei fortemente e me levantei.
Nós dois nos separamos e começamos a nos preparar para o dia. 
Enquanto nos vestíamos, Armin começou a falar sobre nossas últimas aventuras juntos, tentando me fazer rir com suas piadas sarcásticas. 
Eu ri, mas ainda assim senti o peso da despedida iminente. O clima fúnebre e de despedida estava ali presente em cada gesto nosso. O medo da noite que estava se aproximando, não tínhamos tempo a perder… Não mais.
"Nós vamos fazer isso, Boreal", ele disse, me olhando no olho. 
"Nós vamos encontrar a Boreal original e consertar tudo isso." Eu assinto, tentando acreditar em suas palavras. 
"Nós vamos fazer isso", eu concordo, evitando prolongar aquele assunto e mostrar o quanto eu não acreditava que isso de fato daria certo. 
Nós caminhamos para tomar café da manhã em uma pequena cafeteria abandonada que limparam do local, e lá encontramos Alexy e Rayan já sentados à mesa, conversando animadamente.
Rayan parecia estar se retirando e nos cumprimentava enquanto chegavamos.
Hoje foi um dia bastante agitado mesmo que desanimado, o clima era um misto de agitação devido aos preparativos e a ansiedade, e foi parado por ser… só isso sabe? É confuso, eu sei…
Eu ainda estava sonolenta e precisava de um bom café para me manter alerta. 
Eu cheguei na “cozinha” junto com o Armin e ele se sentou próximo dos dois que já estavam tomando café da manhã, reservando um lugar vago pra mim. 
Eu os cumprimentei e comecei a me servir na pequena bancada num canto afastado. 
Armin e Alexy começaram a conversar entre si enquanto tomavam café da manhã, notei que eles pareciam estar falando sobre algo importante, mas não entendia bem. 
"O que vocês estão conversando?" perguntei, tentando parecer casual. 
Armin olhou para Alexy, que assentiu com a cabeça, antes de responder: "Nós estávamos falando sobre nossos transtornos mentais." 
"Ah, entendi", eu respondi tentando parecer compreensiva, mas me perguntando se eu realmente sabia do que eles estavam falando. 
Esse assunto tem vindo a tona com grande frequência nos últimos meses, creio que pelo fato de que tenho vivido com sues colapsos referentes aos transtornos e por não compreender nada que acontece com eles, especialmente com Armin.
Eu nunca entendi a fundo sobre essas coisas, mesmo convivendo com eles dois e com mais milhares de amigos meus que dizem ter inúmeros problemas… E acho que ainda preciso discutir esse assunto muitas vezes até entender com clareza. 
E não me refiro somente ao Armin e Alexy, mas, em geral, eu não entendo o sentimento de ter esses… “sentimentos” sabe?
Quando tudo isso acabar, eu definitivamente buscarei ajuda pra compreender essas coisas melhor.
"Sei que já pedi isso inúmeras vezes mas…Vocês se incomodam de falar mais sobre isso pra mim?" 
"Claro, não tem problema", respondeu Alexy, enquanto Armin apenas concordou com a cabeça com aquele olhar apreensivo de sempre. 
"Então, Armin, você disse que tem borderline e autismo, certo?" perguntei, lembrando do que eles haviam dito antes. 
"Sim, isso mesmo", confirmou Armin. 
"Eu não sei muito sobre isso. Sei que me explicaram algumas vezes, mas talvez os dois em conjunto consigam em fazer entender melhor. Vocês podem me explicar o que é e como afeta vocês?" 
"Claro, a gente pode tentar explicar", disse Alexy sorridente. Ele parecia genuinamente feliz.
“O que vocês tem é a mesma coisa ne? Lembro de terem dito isso.” questionei genuinamente confusa e bem pensativa quanto a tudo, pois se lembro bem, o Rémy me falou que a depressão do Armin do futuro atrapalhou muito, eu preciso saber se o que eles dois tem existe uma forma de eu ajudar… ou pelo menos compreender né.
Alexy ria da minha confusão mental.
“Eu e ele falamos de ser a mesma coisa pra simplificar as explicações, mas, na verdade, tudo nosso é oposto demais até certo ponto. Talvez porque não somos gêmeos de verdade, alguma coisa deve ter mudado quando cada versão nossa nasceu. Vamos ser realistas, os próprios diagnósticos do meu irmão demoraram pra sair e erraram várias vezes antes de acertar mesmo. A gente sabe como você é burrinha com essas coisas e só simplificamos pra ti fofa. O Armin e eu temos transtornos e problemas ‘parecidos’ em certos pontos, mas não é a mesma coisa, entende Bore? Eu falei isso até mesmo por respeito ao meu irmãozinho lindo.” Alexy falava com deboche enquanto apertava a bochecha do Armin que batia nele como esperado.
"Eu tenho TDAH, que significa Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Isso afeta minha capacidade de me concentrar e focar em uma coisa por muito tempo. Também me deixa mais impulsivo e inquieto." ele falava calmamente e sorrindo.
"Ah, eu entendo. Tem sentido com muita atitude sua, na verdade…", eu falei, tentando mostrar empatia e me esforçando pra entender isso melhor, e de fato, estava entendendo de alguma forma. 
"E como você lida com isso?" 
"Bem, antes dessa confusão toda eu fazia terapia e tomava medicamentos para ajudar a controlar os sintomas. Agora só to rezando pra não surtar mesmo até porque é muita merda acontecendo ao mesmo tempo, né.", respondeu Alexy gargalhando. 
"Mas também tenho que fazer algumas mudanças no meu estilo de vida, como fazer exercícios e seguir uma rotina regular." 
"Isso parece difícil", comentei.
"É um desafio, todo dia eu aprendendo a lidar com isso cada vez mais. Sabe, geralmente é difícil manter um trabalho porque eu fico entediado facilmente e quero mudar para outra coisa. Também é difícil manter relacionamentos porque eu sou muito impulsivo e não penso antes de agir. E quando eu me movo muito, as pessoas podem achar que estou agitado ou ansioso, mas, na verdade, é só como eu sou. Nem tudo tem ligação direta com meu transtorno, mas meu transtorno tem ligação direta com quem eu sou, entende?", respondeu Alexy com um sorriso. 
"Armin, e o seu transtorno?", perguntei virando-me para o Armin. 
"Eu tenho borderline e autismo, como já falei", respondeu Armin de forma seca, deixando claro como ele odeia falar disso, diferente do Alexy que parece ser completamente aberto a respeito disso e fala sem parar a respeito se deixar. 
“E…?” eu perguntei esperando uma resposta sua, que respirou fundo, bufou e começou a falar.
"Borderline afeta minha capacidade de regular minhas emoções e me relacionar com outras pessoas. Já o autismo me faz ter dificuldade em entender e processar as emoções dos outros." ele falou não me olhando uma única vez, só encarando sua comida com cara de raiva. 
"Uau, eu nunca soube disso", falei impressionada com o fato dele ter respondido. 
"E como você lida com isso?" fiz a mesma pergunta que fiz pro Alexy, pro Armin.
"Você tinha noção sim sua ameba mentirosa. Enfim, assim como meu irmão, eu fazia terapia e tomava medicamentos para ajudar a controlar alguns sintomas, mas meu caso é mais complexo que o dele, então não existe um remédio magico que vai regular tudo. Dependo muito das coisas ao meu redor também…", respondeu Armin. 
"Mas também aprendi algumas técnicas para regular minhas emoções, como mindfulness e outras práticas de meditação. E tento me comunicar com as pessoas de forma clara e direta, para evitar mal-entendidos. Sei que é difícil para mim controlar minhas emoções e eu posso ficar muito chateado com coisas pequenas. Também é bem difícil para mim confiar nas pessoas e me sentir seguro em meus relacionamentos como já notou. Além dos meus traumas, com o autismo, é difícil para mim entender as emoções das pessoas e ler as sutilezas sociais. Eu posso parecer insensível ou desinteressado, como você mesma já falou inúmeras vezes desde que nos conhecemos antes mesmo de eu perder a memória, mas é só porque eu não sei como reagir. Eu simplesmente aprendi a aceitar que é isso. Não consigo mudar. Abracei a ironia e o sarcasmo como arma pra lidar com isso." 
“Mas você adora gerar mal entendidos maninho.” Alexy dizia.
“Mas aí é de propósito, é bem diferente!” Armin retrucava.
"Isso é muito interessante", eu falei tentando acompanhar. 
"E como eu posso ajudar vocês?" eu tentei me aprofundar ainda mais.
"Bom, acho que só o fato de você estar aberta a ouvir e tentar entender já é uma grande ajuda", respondeu Alexy com aquele sorriso gentil dele de sempre. Tão oposto do Armin…
“Parece ser difícil lidar com essas coisas sozinho. Vocês dois são fortes por estar enfrentando essas coisas todos os dias.” Armin sorriu bem discretamente pra mim quando falei isso. 
“Obrigado.” Armin disse. De uma forma gentil e muito rara na realidade.
Eu estava fazendo uma anotação mental sobre tudo que eles me diziam.
"Bem, eu tenho que admitir que algumas vezes me atrapalho quando estou prestando atenção a algo, mas nunca é por mal", disse Alexy. 
Armin concordou. "Eu sei, eu sei. Eu entendo completamente, Alexy. Mas vamos ser sinceros? Você não presta atenção por causa do seu fogo no cu com ficar ligando pra amigo, namorado e tudo mais. Você sempre prioriza essas interações a fazer qualquer coisa."
“E você meu querido que prioriza qualquer coisa que pessoas? Me poupe. Tenho pena da Boreal.” E assim eles iniciaram uma discussão… Como sempre.
Eu me senti um pouco sobrecarregada com a conversa, mas tentei acompanhar tudo com calma, afinal, eu quem perguntei muitas das coisas ali, e se eu não entendesse agora, quando entenderia? 
"Então Alexy é mais ativo e distraído e Armin mais concentrado, seria isso?” eu revisei cortando os dois.
“É. Se for simplificar é isso sim.” Alexy dava pequenas gargalhadas gentis, me fazendo corar achando que eu estava falando besteira.
“E como é ser borderline, Armin? Você já mencionou que tem esse diagnóstico antes, mas eu ainda não entendo muito bem o que isso significa. Você disse muito sobre a apatia de um, mas se o outro te faz sentir demais, me deixa confusa." Armin respirou fundo antes de responder. 
"É difícil de explicar. Eu sinto muitas emoções intensas e, às vezes, elas parecem fora de controle. Eu também tenho uma necessidade constante de atenção e aprovação dos outros, com certeza já notou isso ao longo de nossa convivência. Mas estou trabalhando nisso..." 
“Armin tem trabalhado muito duro e eu realmente admiro isso. Não é fácil lidar com essas coisas, mas ele está fazendo o que pode. E convenhamos, ele é uma menina gamer rara e diferente. Ter Border e Autismo no mesmo pacote é pra poucos." Alexy dizia sorrindo pro Armin que rosnava pro Alexy.
"E como isso afeta o relacionamento de vocês dois? Vocês sentem que precisam lidar com essas coisas juntos?" Armin olhou para Alexy e sorriu. 
"Absolutamente. Nós nos apoiamos mutuamente e estamos sempre lá um para o outro. É um trabalho em equipe constante, mas vale a pena. Sei lidar com as crises do traste do Armin já." Alexy concordou abraçando o Armin que rosnava mais, tava a um ponto de morder o Alexy. Confesso que eu ri. 
"Exatamente… Somos irmãos e melhores amigos, então isso faz parte da nossa dinâmica. E, claro, Boreal, você também é uma grande parte disso agora", Alexy acrescentou com um sorriso muito bonito. Eu me senti confortável e muito abraçada ali e sorri de volta, me sentindo grata pela inclusão. "Eu estou feliz em poder ajudar de alguma forma… Obrigada.” eu não me contive a abracei os dois.
Armin então respirou fundo, e sua expressão mudou pra melancolia repentinamente.
Foi a primeira vez que eu prestei realmente atenção e entendi melhor isso.
Não que eu não quisesse entender antes, mas pela primeira vez eu entendi DE VERDADE. Sabe? Essa conversa foi útil. Nossa última conversa sobre o assunto, talvez, espero que não, mas se for, foi didática e levarei pro coração o quanto os dois são unidos e lindos juntos.
Eu me senti grata por fazer parte de uma família que valorizava a comunicação aberta e o apoio mútuo.
"Não se preocupe, Boreal", disse Armin, segurando a minha mão. 
"No momento atual eu tenho você e o Alexy para me ajudar a lidar com esses desafios. E depois disso tudo, todos iremos descansar, né?" eu senti melancolia vindo dele aumentar… me machucou um bocado. Espero que o descansar dele não tenha a ver com… aquilo que ele tanto almeja…
“Vocês sempre podem contar comigo se precisarem de ajuda." Os irmãos sorriram em resposta. 
Depois disso, eles continuaram a tomar o café da manhã juntos, conversando sobre seus planos para o dia e coisas comuns do cotidiano. 
Eu me senti feliz por estar com eles e agradecida por aprender um pouco mais sobre seus transtornos.
Porém, logo a realidade bateu e a tristeza veio junto…
Por várias vezes, depois desse dialogo, voltei no quarto, me sentei com o diário aberto, mas não soube o que escrever nem por que escrever.
Eu fui até a estufa, algumas das plantas estavam com aparência de mais vivas, isso significava que não haviam morrido?
Eu me aproximei e passei a mão em suas folhas, quando Rémy surgiu de trás de uma delas.
“Eu fiz um milagre aí né?” ele falava sorridente.
”Sim, em um lugar morto desses, pensei que todas elas estivessem mortas.” respondi olhando seus lindos olhos verdes e em seguida encarando a pequena planta fraca novamente.
Rémy me olhou e segurou uma das plantas em suas mãos, observando-a com carinho. 
“Sabe, mãe, cuidar dessas plantas me fez pensar muito na nossa situação. Elas estavam morrendo, assim como o mundo parece estar morrendo aos poucos. Mas eu não queria deixá-las morrer. Eu queria ajudá-las a voltar a viver. E acho que é assim que devemos pensar sobre a realidade que estamos vivendo. Não podemos deixar que ela morra, precisamos fazer algo para ajudar a restaurá-la. Enquanto há vida, há esperança de restauração.” 
Eu olhei para Rémy, impressionada com sua sensibilidade. 
“Mas como podemos fazer isso, Rémy? Como podemos restaurar a realidade? A realidade não são como plantas na estufa…” 
“Mas funciona parecido. Assim como fiz com essas plantas, acho que devemos começar pequeno. Fazer mudanças positivas em nossas próprias vidas e ajudar os outros a fazer o mesmo. Estamos muito focados em resolver o mundo o tempo todo, deixar todos felizes ao mesmo tempo, mas se começarmos a resolver nossos problemas pessoais, aos poucos tudo ao nosso redor irá mudar. Devemos plantar sementes de bondade e amor. E com o tempo, essas pequenas mudanças podem crescer e se espalhar para o mundo todo. É como um jardim, mãe. Se você cuida bem dele, ele floresce e se torna um lugar bonito e acolhedor e ele cresce sozinho muitas vezes. Se eu estou conseguindo fazer algo agora foi porque você me tirou de um solo ruim e cuidou de mim, uma planta que havia crescido machucada, com carinho. Mesmo após anos você conseguiu ajudar uma panta já crescida a melhorar.” Eu sorri para Rémy, impressionada com sua sabedoria e com o olho cheio de água. 
“Você é muito sábio, Rémy. E eu tenho muito orgulho de você.” Ele sorriu de volta para mim corado. 
“O-obrigado, mãe. E obrigado por me tirar desse loop temporal que eu estava preso. Mesmo que tenha sido por pouco tempo, eu pude ver o mundo de uma maneira diferente e aprender muito com você.” Eu o abracei, sentindo meu coração se encher de amor por meu filho. 
“Eu sempre estarei aqui para te ajudar, Rémy. Sempre.” E assim, continuamos a cuidar das  plantas daquela estufa abandonada juntos, e iremos sim fazer o que ele disse, plantar sementes de bondade e amor em nossas próprias vidas, com a esperança de que elas possam florescer e se espalhar para o mundo todo. Eu… preciso ter fé nisso.
Rémy continuou a falar sobre suas plantas, explicando como cada uma delas precisava de um tipo diferente de cuidado, mas que todas elas tinham algo em comum: a necessidade de atenção e amor. 
"Eu acho que, assim como essas plantas, nós também precisamos de cuidado e amor para florescermos", disse ele. 
"Mas muitas vezes as pessoas nos deixam de lado ou nos tratam mal, e aí a gente começa a murchar, como essas plantas aqui. Mas você me ensinou que ainda há esperança, mãe.”
Nós continuamos cuidando das plantas juntos, e eu percebi que aquele pequeno jardim era uma metáfora da vida, pelo menos pro Rémy. Ele se manteve são cuidando desse pequeno jardim.
“Mesmo quando tudo parece estar morrendo ao nosso redor, ainda há esperança e possibilidade de restauração, desde que cuidemos uns dos outros com amor e atenção.
Às vezes, as coisas parecem tão perdidas que não há esperança de recuperação, mas se você colocar tempo e esforço suficientes, pode haver uma chance de restauração." Rémy assentiu, parecendo profundamente pensativo. 
"Sim, eu entendo. Eu acho que isso se aplica a muitas coisas em nossas vidas, não é?" respondi, sorrindo para ele. 
"Agora, vamos ver o que mais precisa de atenção por aqui." Ele dizia enquanto caminhávamos pelo jardim, Rémy começou a fazer mais analogias com suas plantas. 
Ele explicou como algumas delas precisavam ser podadas ou transplantadas para florescerem melhor, e como outras podiam crescer fortes apesar dos obstáculos em seu caminho. 
Suas observações eram perspicazes e eu ficava cada vez mais impressionada com a maneira como ele conseguia aplicar as coisas simples da vida a questões mais profundas. 
Finalmente, depois de passarmos um bom tempo cuidando das plantas juntos, Rémy se aproximou de mim e me abraçou, e mais uma vez ele repetiu. 
"Obrigado, mãe", ele disse, "por me ajudar a sair do loop temporal em que eu estava preso. Eu sei que foi difícil para você, mas estou feliz que você tenha me dado a chance de crescer." Fiquei emocionada com suas palavras e o abracei de volta com força. 
"Sempre estarei aqui para você, Rémy", eu disse. "E estou feliz em ver você florescer."
Quando me virei, vi que o Nathaniel nos observava.
“Pai…” Rémy dizia mais contido, porém, tão gentil quanto eu.
“Desculpe interromper vocês. Na verdade, estava passando pra outra sala, e acabei observando a conversa. Mil perdões mesmo.” Nathaniel dizia sem jeito.
“Não! Tá tudo bem, de verdade! Eu só tava cuidando as plantas com a mãe e já acabamos. Eu…” antes que o Rémy pudesse terminar sua frase, a voz de Violette chamou seu nome, que saiu apressadamente do local.
Ele parecia ser bem cauteloso com o Nathaniel, mas não por medo, mas realmente por receio, talvez pelo pouco convívio, já que ele sempre foi grudado em mim desde que o salvei do loop.
Nathaniel e eu estávamos em pé no fundo da estufa, nos encarando em silêncio.
“Rémy é bem inteligente né?” Nathaniel dizia.
“Sim… Puxou você nisso.” eu falei rindo e provocando ele que acabou rindo de volta.
“Como se você não fosse inteligente também, né Boreal?”
“Tenho memória eidética, Nath, não sou inteligente.” eu retruquei.
“Inteligencia nada mais é que conhecimento, você consegue armazenar qualquer conhecimento com precisão. Se quisesse substituiria o Armin e eu facilmente, sabe disso.” Nathaniel falava sereno me fazendo rir.
É triste que eu e ele tenhamos terminado da forma como terminamos. Sempre sinto que foi incompleto, que tudo foi incompleto. 
Parte de mim está muito feliz com o Armin, mas, por outro lado, sempre que tenho momentos assim, especialmente referentes ao Rémy, eu… sinto como queria uma família com o Nath.
Eu e Nathaniel ficamos em silêncio por um momento, olhando um para o outro. 
Eu podia sentir a tensão entre nós, como se houvesse algo ainda não resolvido entre nós.
“Sabe, Boreal, eu ainda me pego imaginando como teria sido se tivéssemos ficado juntos. Se tivéssemos criado o Rémy juntos, se tivéssemos construído uma vida juntos...” Nathaniel disse, desviando o olhar. Eu sabia exatamente o que ele queria dizer. 
Eu também me pegava pensando nisso às vezes. Como teria sido se tivéssemos dado uma segunda chance ao nosso relacionamento? 
“Eu também me pego imaginando isso às vezes, Nath. Mas acho que não podemos mudar o passado. E eu amo o Armin. Ele é o meu presente e o meu futuro.” eu disse, colocando a mão no ombro dele em um gesto reconfortante, porém, doloroso pra mim também. 
Nathaniel olhou para mim e seus olhos brilharam com a mesma saudade que eu sentia.
“Eu sei, Boreal. Eu respeito o que você tem com o Armin e não quero estragar isso. Eu só... às vezes, é difícil não pensar no que poderia ter sido.” Nathaniel disse, suspirando. 
Eu assenti, entendendo completamente o que ele queria dizer. 
Havia momentos em que eu sentia a mesma coisa. Mas eu sabia que tinha que seguir em frente e focar no presente. Infelizmente tudo já aconteceu.
 “Mas a vida não é assim, né? Temos que seguir em frente e viver com as escolhas que fizemos”. Nathaniel soltou um suspiro pesado, com certeza sabendo bem que ele foi o responsável pela nossa separação, foi uma escolha dele tentar esse caminho mais fácil, e tá tudo bem. 
“Eu sei, eu sei. Mas é difícil não se perguntar como seria se tivéssemos dado uma chance para nós mesmos. Depois de tudo isso…” 
Eu o abracei. “Eu sei, Nath. Eu sinto o mesmo. Mas precisamos lembrar que o importante é que o Rémy está feliz e saudável, e que estamos cuidando dele da melhor forma que podemos, mesmo que ele já esteja grande”. Nathaniel sorriu. 
“Sim, você está certa. De qualquer forma, você e o Armin formam uma boa equipe, não é mesmo?” Nath sorria daquela forma que só ele conseguia fazer.
“Sim, sim. Ele é maravilhoso e eu o amo muito, Nath. Eu não poderia imaginar minha vida sem ele agora, você sabe disso”. Nathaniel me olhou no olho e, por um momento, parecia que ia dizer algo, mas em vez disso, ele apenas sorriu. 
“Eu entendo, Boreal. Eu só quero que você seja feliz. E que o Rémy seja feliz também, e obviamente, o idiota do Armin”. Ele falava em tom de piada.
Eu sorri de volta para ele. “Obrigada, Nath. Eu quero o mesmo para você também”. Ficamos em silêncio por um tempo, apenas olhando para o jardim da estufa. Foi bom conversar com Nathaniel, mas no final das contas, eu sabia que meu coração pertencia ao Armin… As coisas seguiram em frente, infelizmente pra ele.
Nós conversamos mais um pouco e rimos juntos, o clima entre nós era agradável. 
Por um momento, eu me senti grata por ter alguém como Nathaniel em minha vida, mesmo que apenas como um amigo. 
Me sinto grata de saber que meu filho foi com uma pessoa maravilhosa feito o Nathaniel.
E eu me lembrei de que, no fim das contas, não importava onde a vida nos levasse, eu sempre teria um amor por ele, por tudo que passamos juntos e pelo filho maravilhoso que tivemos. Sou muito grata por tudo.
Mas eu também soube, sem nenhuma dúvida, que Armin era o meu presente e o meu futuro, e que eu o amava de todo o coração.
Eventualmente, eu percebi que precisava ir. 
O dia estava acabando. 
“Bom, acho que é hora de eu ir. Foi bom conversar com você, Nath.” eu disse, me despedindo.
“Também foi bom conversar com você, Boreal.” Nathaniel falou, me olhando com um sorriso. Eu sorri de volta, me afastando dele lentamente. 
Eu me afastei da estufa com o coração acelerado, sentindo-me culpada por ter deixado a conversa ir tão longe, mesmo que nada tivesse acontecido. 
Mas, ao mesmo tempo, sabia que nunca mais voltaria aos velhos tempos com Nathaniel. 
Ele era meu passado e o Armin era meu presente e futuro.
Eu então retornei para o “quarto” improvisado que arrumamos, pra pegar minhas coisas e esperar com o Armin até que o Armin do passado abrisse caminho pra gente.
Passei pelas pessoas, e todas estavam com clima fúnebre, confesso que um dos piores rostos que vi foi o da Sophie. 
Ela tem estado calada desde que o Nathaniel morreu.
Priya não desgrudava do Ariel. Deve ser horrível pensar que ele era o cara que o Castiel matou tempos atrás.
Enfim, eram nossas últimas horas ali.
Armin estava checando suas coisas em silêncio.
Eu estava no outro canto arrumando minhas coisas.
Aos poucos fui parando e me dando conta que… Aquela poderia ser nossa última noite juntos, o amanhã poderia não existir.
Eu sei que se eu morrer agora ou se tudo resetar vai ser como se nada nunca tivesse acontecido, não vai fazer diferença eu me despedir de todos ou não sabe? Mas, eu sentia que não queria esquecer meus amigos, tudo que vivi, mesmo os momentos ruins.
Isso tudo me fez evoluir… Isso tudo fez eu ser quem sou agora, essa Boreal que está escrevendo aqui.
Armin sempre foi o primeiro a falar que devíamos aproveitar tudo enquanto é tempo, por isso ele está sempre jogando, caçando coisas pra fazer e agindo como se estivesse despreocupado mesmo estando preocupadíssimo.
E essa noite, eu me deixei ser completamente feito ele e tudo que eu quis foi passar um tempo casual com todos os meus amigos e principalmente, com ele, o próprio que me ensinou isso tudo.
Eu não consegui passar o dia todo com todo mundo, mas… Pelo menos com alguns deles.
Poderia ser nossa última noite juntos pra sempre.
Nossa existência poderia se apagar depois de tudo que pretendíamos fazer.
Não sei os riscos disso tudo…
Eu puxei o Armin sem mais nem menos enquanto ele arrumava suas coisas e o beijei.
Eu chorava por conta dos meus pensamentos, mas não parava sequer pra respirar, eu me sentia sufocada e não era pelo beijo, mas sim, pela situação.
Eu só pensava em como tudo ia acabar…
Armin que me trouxe pra cá tinha razão, eu era a causa de tudo, ou melhor, minha eu original.
Talvez se simplesmente nos deixássemos de existir…
Meus amigos que me perdoem, mas se for necessário eu irei, sim, acabar com minha existência.
Como o Armin sempre falou: não tem como sentir falta de algo que nunca existiu.
Enquanto estou viva é natural que eu queira que tudo se preserve, mas se eu sumir, nunca vou tentar preservar nada, afinal, eu não vou existir.
Armin parecia confuso, mas ele dificilmente nega fogo, e me beijou de volta, mas o próprio parou ao notar meu choro.
“Boreal…?” Ele falou gentilmente me encarando.
“Por favor Armin… Não para…” eu tinha dificuldade pra falar, se eu tentasse falar naquele momento eu sei que eu ia desabar de vez, eu sei que toda insegurança que estou sentindo ia sair, eu sei que eu poderia desistir do meu plano… 
Armin parecia realmente preocupado.
Eu o puxava e beijava, mas ele não retribuía mais.
“Boreal…” ele voltou a falar.
“Armin… por favor…” eu sentia que estava quase impossível falar já, se eu falasse mais um pouco eu ia desabar.
“Você tem certeza disso…?” Ele perguntava muito preocupado me olhando”
Eu basicamente respondi já tirando minha blusa e voltando a beija-lo.
Eu não queria pensar em mais nada.
Acho que ele me entendeu, finalmente…
Armin parecia contido comparado a todas a vezes que ficamos juntos, e eu reclamei com ele sobre isso.
“Armin… Essa pode ser nossa última noite juntos pra sempre, por favor, justo hoje, não sinta remorso ou pena de mim, justo hoje, faça tudo que quiser comigo. Eu preciso disso agora…” eu pude sentir que o Armin hesitou.
Mas no fim, ele se soltou.
Era nossa última vez antes de tudo acabar pra sempre (ou se resolver)
Armin foi intenso, porem, algo estava diferente sabe? Havia um clima de melancolia, e ele me abraçava o tempo todo de uma forma que não era comum…. Era forte, como se eu fosse fugir dele e ele fizesse força contra.
Aquilo foi muito simbólico.
Diferente das outras vezes, ele não parava de falar que me amava, algo que não é comum vindo dele em nenhuma situação… 
Armin me apalpava por inteira, mas não era da mesma forma também, era como se… Quisesse decorar com as próprias mãos as minhas curvas.
Foi tudo completamente diferente, intenso e melancólico.
Por várias vezes ficamos apenas parados encarando um ao outro, abraçados, somente sentindo a pele do outro, o calor, sem nada mais que sentir o outro, sabe?
Eu notava que ele olhava pra todos os cantos do meu rosto sem parar, boca, olhos, cabelos.
“Será que… se eu decorar cada detalhe seu mesmo o neuralyzer vai falhar…? Armin falava serio.
“E minha memória eidética? Será que mesmo se eu desaparecer ainda vou lembrar de tudo…?” Respondi encarando ele.
“…você não vai desaparecer…” Armin então me abraçou mais forte e parou de me encarar, ele enterrou o rosto em meus cabelos enquanto eu estava sentada em seu colo.
Seu calor me dava conforto… Tudo ia muito além de um abraço.
“Se por qualquer motivo eu desaparecer e você lembrar de tudo, por favor….  Não desperdice a vida que levamos ou tudo que eu estou fazendo…”eu dizia puxando seu rosto e o encarando.
Vi os olhos do Armin encherem de água.
“Você não vai desaparecer…”
“Armin…”
“Você não vai desaparecer…” ele repetiu completamente encharcado e lágrimas já.
Assim como o ver gargalhando era raro, ver chorando era tão raro quanto.
“Armin… Não sabemos o que vai acontecer…” respondi encarando seu rosto. Ele parecia uma criança se despedindo de seus pais antes do primeiro dia de aula, ou até mesmo um filhote perdido.  
Pequeno, indefeso e desesperado sem saber o que ia acontecer.
Geralmente ele que me acamava em situações assim, mas agora…era impossível.
“Você planeja algo Boreal, e eu não se o que é. E se isso te fizer sumir e ficar qualquer resquício seu na minha memória, eu juro que vou destruir tudo de novo.”
“Armin… temos que aprender a deixar ir.”
Ficamos naquele projeto de quarto por horas. Conversamos, rimos, nos tocamos, nos beijamos. Foi uma noite incrível, a melhor de todas no quesito companhia, a pior de todas no quesito melancolia... 
Armin é um amante excepcional, ele conhece cada parte do meu corpo e sabe exatamente como me fazer sentir bem.
Ele conhece cada canto do meu humor pra me fazer rir.
Mas infelizmente, eu o conheço o suficiente também pra saber o quanto ele estava sofrendo…
As coisas começaram a mudar. Nós começamos a falar sobre o futuro e sobre a missão que teríamos que cumprir. 
Armin parecia preocupado e inquieto, e eu sabia que ele estava pensando no que estava por vir. 
“Você acha que estamos fazendo a coisa certa?” Ele perguntou, me olhando no olho. 
“Eu não sei.” Eu respondi, suspirando. 
“Mas é isso que temos que fazer, não é?” 
“Provavelmente.” Ele concordou. 
“Eu só queria ter certeza de que estamos fazendo a coisa certa.” 
Nós ficamos em silêncio por um tempo, pensando sobre tudo o que havia acontecido e sobre o que ainda estava por vir. 
Eu me sentia triste e confusa, mas, ao mesmo tempo grata por ter o Armin ao meu lado. 
“Eu te amo.” Ele disse de repente, me fazendo olhar para ele com surpresa. 
“Eu também te amo.” Eu respondi, sorrindo. 
Ele me beijou com paixão, me segurando com força. Eu podia sentir o amor e a tristeza em seu beijo, e eu sabia que ele estava se despedindo de mim de alguma forma, assim como eu dele…
Nós passamos esse restinho da noite juntos, aproveitando cada momento. 
Nós nos amamos como se fosse a última vez, e eu sabia que era exatamente isso que estava acontecendo. 
Quando os sons do Armin do passado chegando começaram a aumentar, nós nos abraçamos uma última vez antes de nos separarmos. 
Eu sabia que teria que me despedir dele em breve, mas eu não queria pensar nisso agora. 
'Eu te amo.' Ele disse mais uma vez antes de levantarmos pra partirmos com o Armin do passado.
Tudo que é bom dura pouco, e terminou que passamos a noite ficando ali, deitados na cama, olhando para o teto até o último segundo. Ambos estamos pensativos, sabendo que a nossa jornada estava prestes a terminar. 
Não sei o que nos espera, mas estou pronta para enfrentar qualquer coisa ao lado de Armin e dos meus amigos. 
Nós nos vestimos, pegamos nossas bolsas e caminhamos até a porta.
Ele suspirou e olhou para mim, seus olhos estavam brilhando com tristeza. 
"Eu estou com medo, Boreal. Eu não quero que nada de ruim aconteça com você. Eu não quero te perder." ele externizou algo que ele dificilmente faria.
"Eu também estou com medo, Armin", eu disse, segurando sua mão sem que ele tirasse a mão dessa vez. 
"Mas precisamos fazer isso. É a única maneira de salvar todo mundo." 
"Eu sei", ele respondeu, apertando minha mão. 
"Mas eu não quero que você se arrisque tanto. Você é a coisa mais importante para mim no mundo inteiro." Nós nos encaramos por um momento, e eu pude ver a sinceridade em seus olhos. 
Eu sabia que ele estava sendo completamente sincero comigo, e isso me fez sentir ainda mais próxima dele. 
"Você também é a coisa mais importante para mim, Armin", eu disse, me aproximando dele uma última vez antes de partirmos com o Armin do passado. 
"Eu te amo." 
"Eu te amo mais, Boreal", ele respondeu de uma forma que nunca vi, me beijando suavemente. 
Eu sabia que nunca esqueceria aquele momento, e que mesmo que algo acontecesse conosco, eu sempre teria essas lembranças para me confortar. 
E assim, finalmente fomos onde todos se encontravam.
Aos poucos todos apareciam.
"Hey, vocês dois", Alexy do passado nos cumprimentava, dando um sorriso largo. "Estão prontos para enfrentar a realidade hoje?"
"Sempre prontos", Armin respondeu tentando fingir animo enquanto se escorava no Nathaniel, que claramente, assim como eu, sabia o quanto de esforço ele estava fazendo.
Nós estamos dentro do bunker nesse exato momento.
Estou escrevendo um resumo do dia pra tentar me acalmar.
Ativaram as sirenes lá fora, estamos em um pequeno abrigo de animais escondidos, próximo à casa do Armin velho, indicação do Rémy que conhece bem o bunker.
Estou escrevendo este diário hoje, porque acho que este será o meu último dia. 
Quero registrar tudo…
Eu sei que parece loucura, mas é a única maneira de salvar todos que amamos e garantir que nunca mais ninguém sofra as consequências do nosso erro. Eu sou uma cópia, assim como Armin e Alexy, e a existência das nossas cópias gerou um paradoxo que ameaça a existência de todos.
Estou tentando manter a calma, mas meu coração está apertado e meu estômago dói. 
Armin também parece triste e preocupado. 
Ele tem tentado disfarçar com suas piadas, mas eu o conheço bem o suficiente para saber que ele está sofrendo tanto quanto eu.
O tempo todo ele pergunta se estou bem, mas sei que essa pergunta é pra se autopacificar…
Em uma dos milhares de vezes que ele perguntou como eu estava, eu acabei respondendo 
"Não, eu estou com medo, Armin. Eu não quero desaparecer." e foi o único momento que eu desabei na frente dele.
Ele me abraçou com força e repetia incansavelmente "Nós não vamos desaparecer. Nós vamos dar um jeito nisso, ok?"
Eu quero acreditar nele, mas não consigo. É difícil não pensar nas infinitas possibilidades do que pode dar errado. E se nós falharmos? E se tudo isso for um grande erro?
O futuro estava em minhas mãos, e eu estava pronta para enfrentar qualquer coisa que viesse pela frente. Eu sabia que essa seria a última vez que eu veria Armin antes de enfrentarmos o nosso destino, mas tinha que manter a esperança de que tudo daria certo. 
Eu sei que sera uma luta difícil, mas também sabia que temos uma chance de vencer… Pelo menos quero acreditar nisso…
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