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#e é fofoqueira pra cacete
maheugenia · 7 years
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“ s t a r t e r  call (up to 5)
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relações internacionais
minha tia-avó veio aqui em casa fazer uma visita. ela é uma pessoa muito fofoqueira e desagradável. quando eu soube que ela viria, já me armei de argumentos e minha vontade era de ficar à espreita esperando ela falar merda para, então, repreendê-la na minha casa, passar uma lição de moral e deixar ela bem envergonhada, mas muito mesmo. eu até sabia como ela reagiria, o jeito de gente velha engolir indignação. 
quando ela chegou eu achei isso uma grande bobagem. sei lá por que, lembrei de quando um parente nosso morreu e a vi se emocionando. ela é uma mulher que não teve quase estudo nenhum, criou um filho sozinha, o filho morreu, agora ela cria o neto (cria mal pra cacete, entretanto), faz fofoca e é desagradável. por que eu teria que humilha-lá se ela é só uma pessoa sendo ela mesma?
eu acho que o choro humaniza as pessoas. ver alguém chorar faz o mau parecer bonzinho, faz deixar o primo brincar com seu boneco, faz você desistir de terminar o namoro. meu pai chorou naquele velório também e eu nunca tinha visto ele chorar antes.
eu costumo transportar pra minha vida real conceitos diplomáticos de política internacional. para tudo que eu vou fazer que envolva mais alguém além de mim, eu penso “e se fôssemos dois países?” eu já evitei conflitos, guerras, rompimentos de tratados assim. foi a maneira que eu encontrei de viver em paz, porque eu, do alto das minhas duas décadas e meia, entendi que é isso que importa: sossego. assim que eu decidi não iniciar um conflito com minha tia, ela tem as próprias leis, talvez sejamos de continentes diferentes e eu jamais poderia intervir na política interna dela sendo achando que posso fazê-la agir conforme minha constituição. se um país fez uma fofoca sobre outro e eu não gostei, talvez todos nós tenhamos que ir a ONU e resolver isso. 
se eu fosse um país a taxa de natalidade seria baixa, haveria mais velhos que jovens, não estaria nas olimpíadas, recusaria sediar uma copa, anoiteceria às quatro da tarde e faria um frio do cacete. talvez seria destino dessas pessoas desiludidas com os lugares onde moram. claro que eu teria lugares bonitos, mas tudo com muita pedra e mar gelado. eu não conheço tantos países assim para fundar o meu próprio. o importante é que os diplomatas estariam de boa nos consulados. nas festas da ONU, eles ouviriam os outros diplomatas reclamando do volume de trabalho que têm, ririam, e soltariam um “meu país é de boa”. 
pensando bem, chorar não resolve o lado de ninguém, porra nenhuma. quanta gente a gente já viu chorando nos escombros na síria, na palestina, na áfrica? a coisa continua feia por lá. talvez a gente deva chorar, mas só um pouco.
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dimi-nuta · 7 years
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Mi calle
Sentei um pouco na calçada da minha rua pra observar pessoas à minha volta. Mais parecia uma dessas vizinhas fofoqueiras que ficam bisbilhotando a vida alheia - nem liguei. Passou um cachorro abanando o rabo, ofereceu a cabeça procurando carinho. Não pude negar, claro. Sorri enquanto o bichinho virava a esquina. Animais são muito mais educados que gente, e eu me incluo nessa.
Abanei a camiseta pra entrar um vento, tem feito um calor danado por aqui. Choveu muito semana passada, mas o calor não passa. Só aumenta. Ao mesmo tempo que um vizinho me cumprimentava, eu matava uns ‘zancudos’ que me comiam viva na frente de casa. Lembrei logo de vovó. Ela anda meio paranoica com a tal da febre amarela - não é pra menos. Mês passado um chileno morreu no Rio por causa disso. Veio passar férias, mas não se vacinou. Nem minha vó. Segue bebendo repelente desde então. O cômico é que a gente mora atrás de um matagal danado, não faltam mosquitos para atormenta-la. 
Observava a rua quase vazia, tirando as crianças correndo há alguns metros... vi um pouco de mim nelas. 12 anos atrás, era eu quem estava correndo e berrando como doida pela rua. A galerinha da minha época já tem até filho, sigo resistindo. Tô fora, por enquanto só meus priminhos mesmo. Foi uma infância bem boa, a gente brincava de tudo que era coisa. Foi numa dessas que eu perdi um dos dentes da frente. Não era dente de leite, só pra constar.
A ociosidade me fez recordar do padeiro ambulante que passava ali quando eu era menina. Todo dia, por volta de 3 da tarde, o moço passava de bicicleta. Saia correndo quando ouvia o barulho da buzina - ele levava uns dois minutos para fazer o retorno - era o tempo que eu tinha pra catar as pratinhas do cofre, e abrir o portão pra comprar sonho de doce de leite. Nunca comi sonho tão bom. Foi assim por uns 5 ou 6 anos. Depois soube que ele tinha morrido assassinado. Ninguém ousa vender sonhos por ali desde então.  
Minha rua mudou muito desde que me mudei, há quase 15 anos. As casas estão mais coloridas. As pessoas, menos. Os ciclos mudam. Muita gente foi embora pra outro bairro, outra cidade. Muita gente ainda vive lá. Outras partiram dessa para melhor. Duas delas, no dia do meu aniversário. Nem tinha como comemorar, né? Tem vizinho que mal me reconhece, eu quase não paro em casa. Mas é bom ver a cara de surpresa, sinal que melhorei bastante. É, as fotos não negam. Até o nome da rua mudou. Antes era Maria Cristina, agora é Jossy Sueiro. Jossy mesmo, com dois ésses e ipsílon. Feio para um cacete. Não sei de quem veio a genial ideia de nomear a rua assim. Tanto nome bonito. Resignação é a palavra.
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