#guerra dos farrapos

[cidraman]

A Guerra dos Farrapos. Comix Zone - 2022.

[50kgannamolly]

[istmos]

"[...]Dito de modo simples, o kitsch não é, em primeira instância, um fenómeno artistico, mas uma doença de fé. O kitsch começa como doutrina e ideologia, propagando-se a partir daí para infectar todo o mundo da cultura. A «disneyficação» da arte é apenas um aspecto da «disneyficação» da fé - e ambas envolvem uma profanação dos nossos valores mais altos. O kitsch, somos lembrados pelo caso do mundo Disney, não é sentir em excesso, é um defeito. O mundo do kitsch é de certa maneira um mundo desumano, onde a emoção é desviada do seu alvo normal para estereótipos adocicados, autorizando-nos a prestar tributo ao amor e à tristeza sem o incómodo de os sentirmos. Não foi um acaso que a vinda do kitsch para o palco da História tenha coincidido com os horrores até então inimagináveis da guerra das trincheiras, com o Holocausto e com o Gulag - todos eles cumprindo a profecia anunciada pelo kitsch: a transformação do ser humano num boneco, num momento coberto de beijos e feito em farrapos no momento seguinte."

Roger Scruton, “Beleza”, Guerra & Paz, págs. 168-169

*

"[...]Put simply, kitsch is not, in the first instance, an artistic phenomenon, but a disease of faith. Kitsch begins as doctrine and ideology, propagating from there to infect the entire world of culture. The «Disneyfication» of art is just one aspect of the «Disneyfication» of faith -and both involve a desecration of our highest values. Kitsch, we are reminded by the case of the Disney world, is not feeling too much, it is a defect . The world of kitsch is in a way a dehumanizing world, where emotion is diverted from its normal target to sugary stereotypes, allowing us to pay tribute to love and sadness without the inconvenience of feeling them. It was no coincidence that the arrival of kitsch on the stage of history coincided with the hitherto unimaginable horrors of trench warfare, the Holocaust and the Gulag - all of which fulfilled the prophecy announced by kitsch: the transformation of the human being into a doll, covered in kisses one moment and torn to shreds the next."

[a competent transl. from "google translator"]

[encantosdobrasil]

Anita Ribeiro de Jesus, conhecida como Anita Garibaldi, nascida no ano 1821, em Morrinhos, atual Laguna (SC). Em 1935, foi obrigada a casar-se aos catorze anos, com uma pessoa com quem não tinha a menor afinidade, mas abandonou o marido. 

Em 1839 conheceu Giuseppe Garibaldi, um italiano que fugia de uma sentença de morte na Itália. Anita se apaixonou, ela estava com 18 anos. Enquanto estiveram juntos, tiveram cinco filhos um deles morreu aos dois anos e outro junto com a mãe. Anita seguiu seu marido nos combates em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai (Montevidéu) e Itália, onde presenciou a proclamação da República Romana, em 1849, mesmo ano da sua morte.

Marinheiro mercante, os conhecimentos de Garibaldi foram fundamentais para os rebeldes gaúchos e catarinenses que estavam em guerra contra o governo imperial. Este episódio passou à história como Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos.

Anita Garibaldi se uniu a Giuseppe, com ele lutou pela implantação da república do Rio Grande e tiveram seu primeiro filho. Mais tarde, iriam para o Uruguai onde combateriam o ditador argentino Juan Manuel Rosas. Em Montevidéu, se casariam e nasceriam mais três filhos do casal.

Em 1847, Anita Garibaldi vai para Itália saber se o marido poderia retornar ao país e com isso, ambos se juntam, em 1848 pela unificação italiana, tentando expulsar os austríacos da região da Lombardia. Durante a campanha, porém, Anita adoece, os austríacos saíram vitoriosos e Garibaldi não aceitou a derrota e partiu. 

Anita foi junto, vestida como homem. Foi sua última viagem. As cavalgadas noturnas, a má alimentação e as noites ao relento minaram sua saúde. Ela estava grávida do quinto filho. Ao chegar à República de São Marino, ardia de febre. Em 1º de agosto, no litoral tomaram barcos para alcançar mais rápido Veneza, mas foram perseguidos por uma esquadra austríaca. Dois dias depois chegaram a uma fazenda em Mandriole, perto de Ravena, Anita não resistiu e morreu na Itália, num dia frio e com perseguidores por toda a parte, no dia 4 de agosto de 1849, junto seu filho de poucos meses ainda no ventre. O corpo da brasileira foi enterrado no cemitério da Igreja de San Alberto, em Madriole.

Em 1932, seus restos mortais ganharam um mausoléu em Roma.

Em 2012, seu nome foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, em Brasília.

Por sua participação em guerras nos dois continentes, Anita Garibaldi é chamada de paladina da liberdade ou “Heroína dos dois Mundos”.

[itsnothingbutluck]

Farrapen-Revolution Die Farrapen-Revolution (portugiesisch: Guerra dos Farrapos oder Revolução Farroupilha, wörtlich: Krieg der Zerlumpten) war ein Krieg zwischen Aufständischen der damaligen südbrasilianischen Provinz São Pedro do Rio Grande do Sul und dem Kaiserreich Brasilien; er dauerte vom 19.September 1835 bis zum 1.März 1845.

[paulomarr]

Esparadrapo Social

Das teorias brinquei

de esparadrapo

criando embargos contra

a estupidez.

que quase deixou minha visão

distorcida.

Todos buscam algo

levantando da cama cedo

E outros em seus berços

dourados ficam abraçados

a sua depressão.

Só aprende quem tem coragem

e encara a escola da vida

Das cadeiras dos líderes

só há ordens para a guerra

de velhos com seus farrapos

estrelados.

E banguelas de bondade sorrindo.

A empregada doméstica

foi novamente bolinada

E agora todos fazem justiça

com as próprias mãos

Quando enterramos a constituição?

Os peixes pequenos querem

os mesmos direitos dos peixões e nenhum deles

querem viver sob as leis.

É tanto desperdício que

sobra fome

Tanta fome que gera votos

com tantas promessas não cumpridas

E quem deveria cobrar

se embriaga na madrugada

para quando velho reclamar

da aposentadoria.

Paulo Marcos

PRÓXIMA MÚSICA DO ÁLBUM

SONS E TEXTURAS

#lardapoesia

#ingripdesire

#pensamentosemusicas

[caredportfolio]

Steampunk movido à Brasa

Uma breve análise sobre o movimento estético e suas adaptações no Brasil.

Seria possível imaginar que em meio aos carros, motos e ônibus eles dividissem espaço com carroças puxadas por cavalos mecânicos? E se os computadores não utilizassem eletricidade mas, fossem alimentados com carvão e lenha? E ainda, se a última moda fosse comprar numa boutique uma prótese feita de cobre e uma cartola? A junção desses elementos pode parecer peculiar ou até estranha de conceber, no entanto essas são algumas possibilidades que o Steampunk oferece e vem ganhando espaço nas mídias nos últimos anos.

Fumaça, engrenagens, vestes de couros e óculos goggles estão presentes nos jogos, nas animações, nos filmes e clipes. Mas antes de chegar aos nossos aparelhos reprodutores de imagem e som, o steampunk nasce como um estilo literário de ficção, tendo a estética da era vitoriana combinada com a extrapolação das tecnologias, quase ao ponto do que existe hoje ao alcance das mãos. Suas raízes claramente remetem às obras de H.G. Wells e de Júlio Verne, já a nomenclatura surgiu apenas nos anos 80 e é conhecida no Brasil há cerca de 15 anos.

Como parte de muitos cenários retrofuturistas, claramente inspirado na cultura do império britânico, é quase inevitável que tal estética - e muitas vezes o racismo -  esteja entrelaçada nas obras. Por essa razão há de se questionar como seria possível adaptá-lo para um país de calor tropical como é o caso do Brasil. Ao invés de apenas projetar histórias na europa, surge um senso de crítica, da necessidade de globalização e de inclusão de novas culturas. Autores e criadores que beberam dessa fonte, transformaram a estética junto a referências locais de seus países ou de suas ancestralidades e é possível resgatar alguns exemplos: As Loucas Aventuras de James West, feito em 1999, é um filme inspirado no cenário de faroeste americano e inclui como protagonista um personagem negro.

Já a produção japonesa Kabaneri of the Iron Fortress de 2016, combina elementos do xogunato e do código de honra dos samurais, o extra são personagens fortemente armados com pistolas de pressão e utilizando como principal meio de transporte as locomotivas à vapor.

Sob o olhar não ocidental ainda existem citações de destaque como Virtuoso, projeto de uma webcomic realizada em 2010, inteiramente situada na África e também o filme chinês Nezha: O Renascer de um Deus, de 2021, que reinterpreta uma novela do século XVI e oferece um olhar moderno sobre um pedaço bastante popular da história e mitologia do país.

Sendo assim, para quem quiser explorar o tema tem a vantagem de que não existem regras, punições ou amarras. É necessário que a criatividade desse indivíduo extraia referências das muitas obras existentes e se concentre em desenvolver uma realidade paralela adotando eventos históricos e cultura local.

Considerando a janela de tempo da era vitoriana, que vai de 1837 até 1901, o Brasil oferece acontecimentos que, particularmente, conversam principalmente com o “punk” do estilo. Dentro desse trecho da história encaixa-se o Período Regencial que ficou marcado por instabilidades políticas e uma série de revoltas que pipocaram no território, desde as terras gaúchas com a Guerra dos Farrapos chegando ao extremo norte, na antiga província do Grão-Pará com a Cabanada. Mais à frente ocorreram marcos como a proibição do tráfico de escravos, a participação na Guerra do Paraguai, a assinatura da Lei Áurea, a Proclamação da República. Tudo isso citando alguns dos maiores acontecimentos, pois essa lista certamente se estende se ainda buscar a biografia de figuras históricas. Individualmente, autores, médicos, inventores,  heróis de guerra e outros tantos podem ser esmiuçados como protagonistas ou como personagens em uma história maior. Além disso, é possível aproveitar como plano de fundo a constituição de capitais e inauguração de ferrovias, telégrafos, bondes e diversas outras tecnologias em território nacional para um cenário rico. 

Não bastasse todo o material textual e visual citado acima, ainda aquele que quiser mais exemplos de como adotar o estilo, conta com a engenhosidade da comunidade de steamers (os fãs do gênero). Anualmente a moda e invenções são trazidas à luz em um evento que ocorre na cidade de Paranapiacaba, na região de São Paulo. Uma reunião que conta com vendas de produtos característicos, comidas especiais, música e apresentações temáticas.

Os visitantes exibem e dividem suas experiências com as criações de seus vestuários, compostos de elaboradas roupas e acessórios. Alguns se tornam seus próprios personagens para participar de um final de semana inspirado no estilo e, como a boa mistura cultural que o Brasil é, é possível encontrar não apenas cavalheiros e damas, mas soldados soviéticos, robôs dançarinos, líderes indígenas e seres fantásticos do outro lado do oceano.

Desse modo, a brasilidade expande aqui um estilo que está em constante crítica mas é igualmente admirado. Os interessados em fazer parte dessa comunidade podem contribuir para incorporar um cenário mais justo e diversificado, mais adequado ao clima, às cores e aos recursos que fazem parte da nossa terra. A adaptação pode, desses modos, tornar-se uma adoção saudável e com questões muito mais elaboradas do que se tinha em décadas passadas. 

[avozdotempo]

Em um dia como este, mas em 1836 os revoltosos da farroupilha proclamavam Bento Gonçalves como presidente da República Sul Rio-grandense. Considerada a revolta mais longa da história do Brasil (1836-1845), a revolta farroupilha se deu principalmente devido os altos impostos da coroa portuguesa ao charque e o couro que eram produzidos na região, fazendo com que os produtos internacionais ficassem mais baratos que os nacionais. Com a economia regional sofrendo por esse problema econômico, os estancieiros se organizaram para demonstrar sua indignação. Apesar da criação da República Sul Rio-grandense ou República de Piratini, que se referia ao território que hoje é o estado do Rio Grande do Sul, eles não tinham intenção de se separar do Brasil, mas sim demonstrar sua insatisfação perante as taxações excessivas. Bento Gonçalves, um dos líderes militares, foi proclamado presidente em 6 de novembro de 1836, junto com quatro vices. A república Sul Rio-grandense foi dissolvida em 1 de março de 1845 pelo tratado de poncho verde. Se você curte História, assim como eu, siga meu perfil para fatos históricos toda semana. Fique à vontade para ler, compartilhar e comentar. Obrigado! #riograndedosul #sul #historia #fatoshistoricos #hojenahistoria #farrapos #farroupilha #brasil #guerra #historiadobrasil #aulas #estudos #conhecimento https://www.instagram.com/p/CknoEbnuyVQ/?igshid=NGJjMDIxMWI=

[tdf-metal]

Revolução Farroupilha (Dia do Gaúcho) Próximo 20 de Setembro de 2022 (Terça-feira) O dia 20 de setembro, conhecido como o Dia do gaúcho, é feriado no estado do Rio Grande do Sul. A data recorda o início a Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, em 20 de setembro de 1835. Para o Brasil, marca a revolta civil mais longa da sua história. Durante 10 anos - conhecido como o Decênio Heroico (1835-1845) - a revolta teve como cenário o Rio Grande do Sul, sendo por isso a data mais importante do calendário desse estado. Assim, O Dia do Gaúcho consiste numa homenagem a um dos episódios históricos mais importantes para a comunidade gaúcha. A data ganhou maior destaque e comemoração a partir do momento em que foi decretado feriado no Rio Grande do Sul, de acordo com o Decreto estadual nº 36.180, de 18 de setembro de 1995. O que foi a Revolução Farroupilha? A Revolução Farroupilha foi uma revolta regional contra o Governo Imperial do Brasil, na qual os revoltosos queriam se separar do Império do Brasil. Recebeu este nome por conta dos farrapos que seus participantes vestiam. Após ser feito um acordo de paz entre as partes envolvidas, a revolução chegou ao fim em 1º de maio de 1845. Semana Farroupilha O Dia do Gaúcho está incluído na Semana Farroupilha, uma celebração da cultura e das tradições gaúchas. A Semana ocorre todos os anos entre 13 e 20 de setembro, e é a maior festa popular do estado do Rio Grande do Sul. Tradicionalmente, durante o evento, são organizadas festas nos CTG’s (Centros de Tradição Gaúcha) que ressaltam os costumes típicos deste povo, como a culinária, vestimentas, danças e apresentações musicais. Esse é o momento de exaltar a história e, através de palestras e espetáculos, relembrar o que aconteceu no Decênio Heroico (1835-1845). (em TDF METAL) https://www.instagram.com/p/Ciu1pkXuRVm/?igshid=NGJjMDIxMWI=

[sou-o-caos]

Relato de um Sulista

Sobre a verdade por trás do orgulho sulista

Não vim dizer que me orgulho imensamente do Rio Grande do Sul, mas vim falar um pouquinho sobre.

O sul tem dado o que falar quando se discute racismo e fascismo. O que é não é à toa, já que em nosso hino está em alto e péssimo tom o "sigam nossas façanhas de modelo à toda terra". Confesso que conheço o hino do RS desde o primeiro ano na escola, e já na primeira vez que escutei a frase, lembro da professora dizendo que esse trecho se referia às conquistas feitas em guerras e descobertas.

Claro, de cara e com a idade que eu tinha eu não entendi foi nada, agora, 15 anos depois, percebo que não apenas somos doutrinados a ver o sul como melhor, mas também fomos ensinados a nos sentirmos mais. Em tom de "servimos como modelo para os demais" .

Já quando eu era adolescente, fui ensinado que o sul foi quem "despatriou" o Brasil de Portugal, também aprendemos que a guerra do Paraguai o sul foi quem ganhou a guerra. Repare, não foi o Brasil, foi o sul.

Aprendemos a estufar o peito, levantar a cabeça e sentir orgulho.

Quando eu estava com 16 anos, escutei sobre um movimento chamado "o sul é meu país", julgando que era o sul que que alimentava os outros estados, em posição de que estaríamos - supostamente - sendo escravizados pelos outros estados. O movimento defende a separação da região sul do país dividindo o Brasil em duas pátrias. E eu até pensei em apoiar o movimento. Um adolescente, de 16 anos.

Pulando direto pra 2017, tive um ótimo professor de ciências humanas que me ensinou a ser mais crítico, a buscar mais, a encontrar mais a verdade por trás das coisas,a entender que não existe herói e que em toda a guerra os dois lados sempre perdem. Alguns mais, outros menos, mas perdem.

E tendo comigo essa nova forma de pensar e agir, mantive meu foco em buscar a verdade, escutar todos os lados, ver sobre os olhos de cada lado da história.

Nosso hino, em alto e bom som, se orgulha da guerra dos farrapos e da guerra do Paraguai, que deveria ser motivo de tristeza, do início ao fim. Esquecem de mencionar os pretos escravizados que foram sequestrados para a guerra em troca de liberdade. Na guerra do Paraguai, como se já não bastasse, a casa grande poderia escolher entre os homens da família irem à guerra ou darem seus escravos no seu lugar.

Ainda sobre a guerra do Paraguai, foi um dos maiores, e se não o maior genocídio causado por brasileiros. Mulheres, homens e crianças estuprados, espancados e mortos pelos guerrilheiros do Brasil.

Você nunca se perguntou como o Paraguai chegou ao nível de miséria que estão agora? Pois é, fomos nós!

Se já não bastasse, aqui no sul, é 'normal' que os "antigos" (idosos e idosas) sejam racistas, como se a frase "ah, ele viveu em outro tempo, agora já tá muito velho pra mudar" resolvesse tudo.

Aqui, declarar-se não-hetero, de umbanda ou apenas ter nascido negro, é motivo o suficiente pra ter uma vida fadada à exclusão social.

Os termos 'neguice', 'coisa de nego' e 'feito nas cochas' tá na boca de todo mundo. E ai de você se reclamar, vai ser chamado de mimizento ou vai ser simplesmente reduzido a um "respeita os mais véio".

E inventa de se meter numa briga de casal pra tu ver, se tu não sair no soco com o agressor, é capaz de quem tá assistindo querer te bater, pois "em briga de marido e mulher, não se mete a colher".

Eu amo o sul, não por ser um lugar bom de se viver, mas por ter me ensinado o que eu não quero ser.

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Com franqueza, Lumière.

[adrianoantoine]

Brazilian Days (060): March 1

Brazilian Days (060): March 1

Brazilian Days 060  March 1 . DAY OF: Dia da Vindima (Grape collector) Dia das Crianças Doentes (Sick children) Dia do Turismo Ecológico (Ecotourism) Dia Pan-Americano do Turismo (Pan American day of Tourism) Dia da Mais Bela Esportista Rural (Most beautiful rural female athlete) BRAZILIAN HISTORY: 1923 Death of politician and writer Rui Barbosa (1849-1923) 1565 Foundation of the city of…

[paulo-tno]

Sou

Abri as portas do inferno

agasalhado com um manto, de sombras

As trevas acolheram-me, discípulo

e caminhei as sendas

do outro lado Desconhecido

olho os meus pés errantes

cujas formas, apagadas pelos espinhos, do tempo

são farrapos de flor Onde foram as cores

do espaço diurno? Há tanto que vago

no Vácuo que não lembro

quem fui

quem sou Os restos do Ser

carne e órgãos desgarrados

penduram dos meus ossos Sinto o ritmo do caminhar, da serpente

e o roncão adormece, os meus pulmões

já perfurados Carneiros a bater, os cornos

entre vales, de cinzas Pingas de sangue a alimentar

os sapos da lagoa

"Meu pai foi à guerra!"

berra o anfíbio

com os vermelhos olhos abertos Paisagem desoladora

amiga do meu Estar

amiga do sentir

que se esquece

entre tanta dor

demente Sumo meses

a engolir batráquios

Eles cantam

no meu estômago

"Meu pai foi rei!"

mas quem te salva a ti

aprendiz de poeta?

Indigesto Indiferente Insensível Ingrato existir A quem devo render contas? Onde está o altar

que democratize

esta linda tortura? "Sei!"

Não Não sabes

[thatsmeansir]

Day 57 - Guerra dos Farrapos

Octuber, 28 of 2019

[valeugen-blog]

OS PERSAS

Encenada pela primeira vez no ano de 472 a.C, a peça os Persas do poeta Ésquilo fazia parte de uma tetralogia com mais duas tragédias e uma sátira que se perderam ao longo do tempo. Obteve o primeiro lugar no concurso dramático das Dionísias Urbanas na Atenas do arconte Mênon. Desta tetralogia, Os Persas é a mais antiga tragédia em sua integralidade a ser conservada, e a única que trata de acontecimentos históricos. 

     O drama retrata o período das Guerras Médicas, centrando-se no palácio real persa em Susa, capital do Império. O Coro de Anciãos Fiéis ao rei aguarda notícias da batalha naval de Salamina. Entra Atossa, viúva de Dário I, aflita devido a maus presságios em seu sonho, temendo pela vida do filho Xerxes, rei persa.  Atossa é aconselhada pelos anciãos a oferecer libações aos deuses e sacrifícios para invocar a proteção do falecido Dário. No entanto, chega um Mensageiro trazendo noticias nada agradáveis.  

O Mensageiro anuncia as desventuras da Batalha de Salamina e a dura derrota da frota naval persa e que apesar deste percalço Xerxes permanece vivo, tendo fugido pela Trácia. O Coro se ressente com as desmedidas do rei e a perda dos nobres e heróis persas no campo de batalha. Atossa retorna com as oferendas para invocar a Sombra de Dário e pedir proteção, o ritual para desperta-lo começa. Surge seu espectro e ao saber dos resultados da campanha militar sobre os gregos lamenta-se pela morte de tantos persas e censura a cobiça de seu filho, prevendo, inclusive, mais uma derrota para o Império nos arredores da pólis grega Platéia. Deixa o aviso para os persas não atacarem mais os gregos e pede que os Anciãos e Atossa confortem Xerxes que está para chegar. Xerxes em farrapos entra no palácio e se depara com o Coro de Anciãos e juntos começam um lamento pelos infortúnios ocorridos.   

Os versos de Ésquilo buscam retratar a aflição e comoção da corte persa em decorrência da desastrosa campanha de Xerxes na invasão da Grécia. A peça transmite fundamentalmente a mensagem de que foi a cobiça e as desmedidas de Xerxes que o levarão à perdição, sinalizando um terrível vício em contraponto à parcimônia que se espera em indivíduos virtuosos. Enfatiza-se que o rei persa foi punido pelos deuses gregos por conta desse vício e devido às suas profanações nos templos da Ática. A ótica do drama é inteiramente grega, em alguns trechos o próprio Coro de Fiéis Anciãos refere-se aos persas como bárbaros (não-gregos), termo usado pelos helenos. Os gregos, portanto, são sempre exaltados. 

Historicamente essa Batalha de Salamina foi apenas uma das muitas derrotas do Império Persa para os gregos. Dário I, lembrado com saudosismo pelos Anciãos, liderou a primeira investida persa em solos helenos. Esse seu ataque nada mais era do que uma retaliação ao auxilio que os gregos haviam dado aos jônios e dórios na Ásia menor durante a revolta destes contra a dominação persa. Xerxes I objetivou conquistar o que seu pai não conseguiu e liderou a segunda tentativa de subjugar a Hélade. O exército de Xerxes chegou a invadir e queimar Atenas (quando ela já havia sido evacuada), no entanto, foi derrotado pela Liga de Delos. A batalha de Salamina é uma de suas derrotas mais emblemáticas.  Batalha na qual Ésquilo estava presente lutando contra os persas.

Com o fim das Guerras Médicas, e os gregos vitoriosos, a pólis de Atenas torna-se a principal vitoriosa e assume como a grande potencia comercial e militar do mundo heleno. No entanto, o fim das guerras contra os persas opera grandes divisões entre os gregos que agora absolutos passam a conflitar entre si. Surgem duas grandes ligas, a Liga de Delos, liderada por Atenas, e a Liga do Peloponeso, por Esparta. Esse período também marca o apogeu da cultura clássica na Hélade e Ésquilo é um de seus mais notórios representantes. 

Os Persas, por ser a única tragédia embasada em fatos históricos pode servir também como uma importante fonte de estudos de seu período coetâneo. É um texto pequeno e bastante melancólico cujo sentido não foge aos propósitos trágicos do ensino moral. Xerxes com sua desmedida ganância enfurece os deuses e, portanto, sofre as consequências. A moral da história é a busca pela moderação, parcimônia. Desta forma, é uma peça extremamente interessante por seu teor literário e por sua antiguidade e serve de ótima introdução para as próximas tragédias. 

13/07/2018