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MAKE OUR LIVES AWESOME: THE TEASER
É assim que ela quer ser reconhecida e ganhar dinheiro como um rosto bonito: no foco de holofotes de luz, em cima de um pedestal, provando produtos que ela faz serem um acontecimento enquanto as pessoas se derretem aos seus pés como se ela fosse uma deusa.
Sem toques intencionais, sem sexo ruim, sem porra de homens ricos e velhos grudada em seu cabelo: Penelope Hu nasceu pra servir outro tipo de entretenimento. Esse é o lugar ao qual ela pertence.
— Ela faz parecer tão fácil, abrir um frasco de gloss e passar ele na boca. — Eden murmura entre os sócios, duvidando um tanto se ela é mesmo 100% hetero, como a maioria das mulheres assistindo Penny fazer merchandising ao vivo.
— Porque isso é fácil, ela só faz parecer… Glamouroso. — Ryujin acha graça, porque sente que é a única pessoa naquele evento de pré lançamento que não tem olhos ou atenção na garota servindo de modelo viva. Não enquanto mantém o braço ao redor da cintura de Estela, o evento de verdade ali, ao menos pra ele. — Por isso ela é nossa.
— Nossa Penny é perfeita.
Sem nenhum defeito ou parte fora do lugar, Estela pensa em acrescentar, feliz com os números dos pedidos subindo no telão no fundo do salão, e feliz pelo sucesso dos produtos graças ao rosto da garota chinesa que eles tinham escolhido a dedo pra representar tudo o que aquela marca é.
Independente do passado, independente de como Penny usava aquele mesmo rosto pra ganhar dinheiro de outras formas, Nova York afora, Estela pensa que ela é perfeita e que nenhuma outra pessoa seria capaz de se encaixar tão bem em sua marca de cosméticos.
— A Penny é a melhor, a Penny é…
— Uma vagabunda!
Já faz tanto tempo que ela, Penny, e também a dita vagabunda sendo acusada de ser uma vagabunda, não escuta aquilo que a primeira coisa que sente é confusão. E depois medo, então nojo, antes do instinto de sobrevivência que se transforma em uma voz em sua cabeça dizendo pra ela correr, rápido e pra bem longe, porque aquela mulher de meia idade andando em sua direção só pode ser uma corna e tem o dobro do tamanho dela.
E em situações assim, não importa se você tem pernas mais longas e sente muito… Você vai acabar com todos os celulares apontados pra você, enquanto toma a pior surra da sua vida por ter dormido com o marido alheio pra conseguir pagar a conta de luz.
#madcity#madcityrpg#prompt#mola#madcityproductions#ryujinkim#rjkim#edendavola#estelahendrich#pennyhu
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EPISÓDIO O1: A QUEDA DO IMPÉRIO HENDRICH
Nota de conteúdo sensível: corrupção, tensões familiares, palco midiatico em cima da desgraça alheia, prostituição, cena detalhada de sexo (o que não quer dizer que ele foi bom k k k k k) e traição extraconjugal. Mentiras, muitas mentiras, jogos de poder e conceito de manter as aparências. Racismo, islamofobia, xenofobia e menções por alto do genocídio palestino.
O que quer dizer que se você é alguém fora desse RPG E AINDA DEFENDE o estado ilegítimo de Israel, esse lugar não é pra você.
Vocês já sabem que, como estamos falando de personagens meio ativos, meio npc, não dá pra saber como vai ser no futuro, então o que estiver aqui... Pode e talvez realmente seja mudado no futuro.
FESTA DE LANÇAMENTO
Quando acordou naquele dia, Estela acreditou com todas as forças que ele ia ser igual a todos os outros.
Levantar cedo pra fazer Yoga em jejum, correr na esteira, fazer afirmações em seu caderno de afirmações e dizer pro universo o quanto ela era grata por ser herdeira e ter pais tão incríveis, então ir ao salão, sua loja de vestidos favorita e não ter nem uma outra preocupação no dia além de estar bonita e apresentável pro evento de lançamento dos pais.
Só um dos muitos que a marca de skincare e maquiagem deles fazia por ano, só um dos muitos que os gigantes da indústria da beleza e pele tinha desde que ela era criança e sua família já era referência naquele mercado.
— Eu tô nervosa — A garota revela para sua mãe, sentindo as mãos suando e os dedos meio doloridos naquele sapato super alto, mas incapaz de parar de sorrir pras pessoas que ela vê a cada três semanas, agora que a marca não para mais de lançar novos itens pra cuidado dos olhos. — De todos os produtos até agora, esse é tipo o meu favorito e eu acho que as pessoas vão amar taaaanto.
O final da palavra fica longo enquanto ela tenta alcançar uma taça de champagne entre as muitas que estão sendo servidas naquela noite, e não porque ela realmente se sente ansiosa por aquele tubinho de acrílico superfaturado que está estampado em pôsteres e banners por toda a festa. Foi a primeira vez que Estela se envolveu na criação de algo na empresa dos pais, e a primeira vez que conseguiu tirar aqueles cosmetólogos e químicos velhos e arcaicos do laboratório pra levar alguém jovem e que ela confiava, então estava ansiosa pra provar que ela merecia seu lugar como dona daquela império e que jovens cientistas significava futuro.
As coisas iam mudar agora. Ela podia sentir-
— Eu fico feliz que esteja feliz, mas seu pai já teve a conversa com você… Não teve? — Estela estava tão eufórica vendo as pessoas testando o gel hidratante e amando tudo sobre ele, que perdeu aquele comentário duvidoso da mãe, inocentemente balançando a cabeça sem tirar os olhos dos convidados. — Não vamos deixar a Eden assinar a fórmula, nem patentear ela.
O mundo para e ela mais do que quer descer, mas quer se jogar e quebrar a cara toda no chão.
— Ele não me disse.
— Pois estou te informando agora: não queremos deixar nossa equipe lá no laboratório brava, e nem nos associar com uma pessoa com uma religião tão polêmica quanto a dela. — A maneira como Mrs. Hendrich solta aquelas coisas sem parecer se abalar e nem sentir o peso delas, faz a bebida no estômago de Estela revirar, de tal forma que ela acha que vai vomitar. Já está mirando nos sapatos da mãe, inclusive. — Nós temos muitos sócios e investidores do outro lado da situação, e não queremos perder a confiança deles.
— Então a senhora acha ok sufocar os sonhos de uma pessoa que não tem nada a ver com isso, só pra não magoar pessoas com esse tipo de índole? Qual a próxima coisa que vamos nos envolver, investir dinheiro pra bombardear crianças?
Ser sempre a filha obediente e querida a impediu de reagir por anos, independente de todos aqueles jogos mentais sobre ser perfeita o tempo todo e que eles só lhe amariam se ela fosse uma cópia da família, mas no instante que aquilo parece respingar em alguém que ela ama, e preza mais do que qualquer coisa pelo respeito e amizade, Estela se torna uma bomba prestes a explodir e pronta pra tomar todo tipo de decisão.
Até as mais ou menos burras e irresponsáveis.
— Não vamos mais colaborar com vocês.
E ela esperava arrancar os pôsteres, começar a chamar os pais de todo tipo de nome feio e condenar aquela empresa ao fracasso os amaldiçoando um milhão de vezes, mas depois de bater com a taça em uma mesa e sentir ela trincar entre seus dedos, percebe que os olhos das pessoas não estão em cima dela, mas sim nos celulares e depois no telão gigante no meio do salão.
ÚLTIMA NOTÍCIA: MULHER PROCESSA GRUPO HENDRICH POR PRODUTOS TÓXICOS E QUE LHE CAUSARAM CRISE ALÉRGICA IRREVERSÍVEL.
Os produtos em questão, eram todos os últimos lançamentos da marca, sem a influência dela e de Eden, mas com a mesma identidade visual e promessa de pele hidratada, saudável e viçosa.
Hidratada, saudável e viçosa, bem diferente das erupções e vermelhidão absoluta no rosto da moça dando entrevista pro jornal local ao vivo.
Estela vomita pelas imagens, claro, e também nos sapatos da mãe, assim como metade do evento que não está correndo pro banheiro pra lavar o creme testado da pele o mais rápido possível.
É o começo do fim mais fedido e terrível de todos, mas no fundo de seu coração, ela quase se sente culpada por pedir pra Deus pra um caminhão passar por cima da empresa de seus pais intolerantes religiosos.
Só não achou que fosse ser tão rápido.
O CLIENTE MAIS FIEL
Penny não faz ideia de quanto tempo mais vai ter que fingir que aquela é a foda da vida dela, mas espera pacientemente enquanto o homem mais velho continua esfregando o pau minúsculo em seu clitóris, pensando que está enterrando dentro dela, pela quantidade de gemidos e suspiros que ela se força a soltar toda vez que ele grunhi como se tivesse colocado tudo dentro e bate em sua coxa esquerda.
Você é tão bom.
Você é tão grande.
Aí… aí… aí…
Em seu íntimo, ela se sente grata por ser bonita e uma ótima atriz quando o assunto é fingir prazer e sexo avassalador com orgasmos alucinantes, por que de qual outra maneira ia deixar aquele empresário feliz a ponto de além de pagar seu aluguel, fazer um depósito pra ela se manter o resto do mês também? Então sim, ela o beija, diz que o ama, que ele a deixou de pernas bambas e que ela vai passar os próximos quinze dias sentindo falta da rola dele, até o mesmo retornar da viagem de negócios na China.
— O que você vai fazer lá mesmo? — Pergunta subindo seu vestido de vinil de volta, enquanto mantém uma conversa casual com o homem tomando banho na suíte de luxo do quarto de hotel, mas só porque ele gosta quando ela parece interessada no que ele faz. Independente dela ser da área do design e ele, magnata do mercado de cosméticos. — Achei que você gostasse de fazer negócios com os europeus…
— E eu gosto, docinho, mas estou interessado na tecnologia dos laboratórios de lá. Estamos pensando em lançar uma linha de cuidados pros olhos e linhas finas. Eu e minha esposa. — O homem solta aquela última parte com tanto orgulho, que Penny arregala os olhos, soltando um “então taaaaaaaa” baixinho ao se jogar na cama macia de novo. — Nossos concorrentes cancelaram um lançamento ontem e tiveram que recolher alguns produtos, então é nosso momento de fazer dar certo.
Não ia ser ela que ia dizer que aquilo era meio pilantra da parte dele, não enquanto alcançava seu celular tocando e dava de cara com uma foto das crianças com a mãe, sorrindo muito e parecendo bem felizes em uma viagem pra Paris. E o que mais choca Penny não é nem a parte de que ele teve coragem de deixar aquelas pessoas por umas horas de luxúria com ela, mas sim como conseguiu ter tantas crianças com um pênis tão questionável e uma mira ridícula.
Não é problema dela. As duas da manhã, vestida daquele jeito e se sentindo usada e imunda, ela tem problemas maiores do que se preocupar com a veracidade da família grande e feliz de alguém.
— Preciso ir pra casa, tenho um trabalho pra terminar, da faculdade. — Hu é bem rápida em se levantar e procurar por seus sapatos quando escuta o chuveiro desligar, morrendo de medo de ser convidada pra outra sessão de tortura e tédio com aquele homem, jogando todas as notas que ele jogou em cima dela dentro de sua bolsinha, porque não estava nem maluca de descartar aquelas também, quando ele coloca a cabeça do lado de fora do cômodo úmido e sorri pra ela.
— Já pensou na minha proposta de vir trabalhar comigo, depois que se formar?
— Não acho que vai ser legal você trabalhando com sua ex puta. — Penny diz com calma, abrindo um meio sorriso tímido, mantendo as mãos na frente do corpo, ao voltar pra personalidade dela de fato. A ela de verdade, quando não tinha mais que se preocupar em seduzir alguém pra conseguir dinheiro, e que estava se sentindo constrangida vendo aquele homem nu na frente dela. — Eu já disse pro senhor que não vou continuar com isso no outono… Espero conseguir um estágio legal, mas vai ser porque eu fiz isso sozinha, e eu nem gosto de design de publicidade de maquiagem.
É uma resposta justa, é uma resposta válida, mas parece que entra em um ouvido e sai no outro.
— Mas ainda assim, se você quiser, vai ser sexy ter minha amante na folha de pagamento. — Ele diz, com algum orgulho, quase parecido com o que usava pra falar da mulher. — Você é boa. Em muitas coisas.
Não tem água sanitária no mundo que vai ser capaz de lavar todo nojo que ela sente quando entra naquele elevador maldito, com ela pensando seriamente se ia ser muito ruim se jogar na frente de um ônibus hoje, mas escolhe segurar pelo menos as lágrimas pra chorar em casa quando já está no saguão e tromba com um rosto conhecido, lá do escritório de Mr. Michaelson.
A secretaria? A recepcionista? A agente pessoal? Ela não consegue dizer, porque apesar de saber que aquela era a mesma Doris que lhe dava contratos de confidencialidade pra assinar e cheques, ela parecia diferente e com um rosto totalmente novo.
— Quase não reconheci você… Bom te ver. — Penny diz porque é educada, ao que a mulher lhe oferece um sorriso envergonhado, como se não quisesse ser pega indo tomar uma surrinha de rola do próprio chefe também.
E mais uma vez, não é problema dela. Nunca foi. Nunca vai ser. No momento que entra naquele táxi e tenta adormecer no banco de trás, ela sabe que vai ter que lidar com coisa pior quando chegar em casa.
COMEÇO DE UM SONHO, DEU TUDO ERRADO
Quando seu término veio no começo do mês e Allah lhe revelou ser um livramento, Eden acreditou mesmo que era o início de um glow up jamais visto e muito necessário, tanto na sua vida pessoal, quanto profissional.
Estava esvaziando sua mesa no laboratório aos prantos, chorava tanto que ecoava pelas paredes brancas e deixava ela com aquela expressão feia de cachorrinho sofrendo depois de ter sido chutado na mudança, a deixando tão magoada e atordoada que não conseguia sentir os próprios dedos enquanto preenchia as caixas com seu diploma, prêmios e certificados de cursos sérios feitos por fora. Tudo pelo que ela lutou, tudo que ela passou noites estudando e se aperfeiçoando desde que saiu da faculdade, ia ser jogado fora sem ela nem conseguir provar do que era capaz quando deixavam ela criar produtos de alta performance e limpos.
Ela pensa em como vai ter que dar a notícia pros pais, como vai contar pros amigos e como vai ser difícil arranjar uma roomie de novo pra ajudar com as contas até ela conseguir um emprego novo, até lembrar que a pior parte ainda estava por vir.
Ter que sair daquele escritório e dar de cara com todos os velhos fodidos do grupo Hendrich, que passaram o mês todo menosprezando ela por ser uma garota mestiça e muçulmana, e que não tinha mesmo chegado em lugar nenhum. Então a parte que eles deviam estar agora mesmo ligando pra outros laboratórios e queimando seu nome e imagem, antes mesmo dela conseguir construir uma.
— Será que se eu pular daqui de cima… Vai ser mesmo caixão fechado? — Murmura já com metade do corpo pendurado pra fora da janela do décimo nono andar, fazendo um beicinho só de pensar no quanto ela ia chegar feia lá em cima no céu, mas que era algo pra se pensar, até um par de mãos agarrar sua cintura e gentilmente puxá-la pra dentro da sala de novo.
— Amiga, não faz isso. Você já quase tentou pular do seu apartamento por causa do seu ex, não vai ser agora que você vai achar isso boa ideia de novo. — O tom de Estela é calmo e ponderado, mas seu coração está completamente acelerado e os olhos bem abertos pensando se o drama de D'Avola finalmente ia resultar em morte, ao colocar a garota mais baixa pra se sentar em uma cadeira antes de ir atrás de um copo com água. — Não é tão ruim quanto parece.
— Como não é tão ruim quanto parece? Eu assinei um contrato de exclusividade com seus pais e agora as ações deles estão despencando pra caralho, independente de não ter sido um cosmético meu, ninguém vai confiar em mim depois do que aconteceu. — Eden se deixa explodir em mais lágrimas, a voz saindo abafada e entre soluços, como se ela tivesse cinco anos e não vinte e poucos. — Ninguém vai querer me contratar, ninguém vai me ver como prodígio ou promessa, porque não importa o quão difícil seja me recuperar desse tempo ruim, eu vou precisar fazer cinco vezes mais que qualquer um dos outros funcionários dos seus pais.
Uma área que Estela não tem local de fala, então se permite ficar em silêncio enquanto consola a amiga com tapinhas nas costas e a observa beber a água com calma, como se o líquido fosse suficiente pra acalmar todo aquele ódio e indignação por dentro.
— Eu só queria fazer algo que eu gosto. Eu só queria uma chance de começar em cima e orgulhar meus pais, eles pagaram muito caro pra eu conseguir terminar a faculdade. — E aquilo deixa o coração dela ainda mais dolorido, até o assunto família acender outro tópico em sua mente. — Seus pais… Devem estar arrasados, também, não é? Eu sinto muito por eles. Não merecem passar por isso.
Estela escolhe contornar aquela situação com uma mentira no momento, porque Eden não precisa ouvir o que ela tem a dizer sobre os próprios pais agora.
— Devem estar, sim, mas não tô preocupada com isso agora. — A garota mais alta diz com doçura, afagando o ombro da amiga a quem defendeu com unhas e dentes na noite passada sem arrependimento nenhum, antes de olhar pra todos os protótipos do produto de D'Avola. Encostados em um canto como se fossem relíquias perdidas de um sonho que morreu. — Você trabalhou tão duro, Eden. Não era pra acabar desse jeito.
Não, não era e era injusto estar passando por aquilo, Eden acha que está sendo castigada por alguma oração que não repôs do Ramadã ou coisa do tipo, olhando pra mesma bancada esquecida que Estela.
— Se tivesse pelo menos um jeito de lançar o produto, sem a ajuda e nome de ninguém…
Talvez, talvez realmente tivesse.
Estela agarra os ombros de Eden com força no segundo que ela tem certeza que aquilo é possível.
— Nós podemos!
O INCONCEBÍVEL KIM RYUJIN
Primeiro de tudo: quem tinha criado e popularizado esse título ridículo e achado um grande mousse? Porque ele achava um absurdo e digno de processo, mas não tinha dinheiro pra advogados, e nem pra sair da cadeia caso fosse preso agredindo alguém depois de cair na porrada com a pessoa, então a ele só restava aceitar que seu passado ia persegui-lo.
Tipo pra sempre.
Tipo pra sempre mesmo.
— O currículo do senhor é incrível, mas o ocorrido com a senhorita Chang…
— O senhor é mesmo brilhante, mas visualmente, não é o rosto da nossa empresa cheia de meninos brancos e medíocres.
— Sabe o que? E se a gente ligar pro senhor depois, mesmo depois de ter provado que tem capacidade pra ser CEO de qualquer lugar nessa cidade?
Era piada, só podia ser piada. Ele não conseguia acreditar que estava passando por isso desde o dia que deixou a gestão do hospital da família Chang só pra deixar de ser associado com o escândalo de Eleanor, e mesmo assim, a vida buscando um segundo emprego estava difícil daquele jeito.
Claro, ele tinha um freelancer ou dois dando uma consultoria aqui e ali, e claro, como filho de mãe solteira e que teve que viver de doações da comunidade de Koreatown a maior parte da vida, ele sabia como cuidar do pouco dinheiro que tinha e se manter e ainda ajudar a família esmo que não estivesse mais morando com seu pequeno clã de mãe e irmã. Mas ainda assim… Parecia piada.
Ele, a pessoa mais aplicada, dedicada e responsável. Ele, que fala quatro línguas e se virava bem em mais três. Ele, que podia estar roubando, traficando ou matando mas só queria um emprego digno em um daqueles prédios altos no centro de Nova York. Ele, de todas as pessoas no mundo, por que tinha que ser ele o exemplo de que nem todo legado amarelo vencia na vida na base da luta e persistência?
Kim Ryujin, o que vai ser de você?
Na sala comercial minúscula que ele fazia de escritório e ainda alugava com uma moça que lia cartas do outro lado, em uma mesa com tenda improvisada e fedendo a incenso, ele acha que nada. Já tinha sorte de não ter sido pai na adolescência, se perdido no tráfico e coisa do tipo, mas tinha certeza que se parasse em Koreatown agora com seu carro de segunda mão, todos os moleques que faziam entrega e ainda estavam no ensino médio, tinham uma nota de cem dólares pra emprestar pra ele sem juros e sem pressa pra devolver.
— Mesmo com esse beicinho de fracassado, você ainda é um gatinho.
Cartomante inconveniente do caralho.
— Se tivesse uma briga pra saber qual de nós dois é mais fracassado, Madame Khan, você ficaria surpresa com o resultado. — Empatado, porque ela pelo menos ganhava dinheiro fazendo leitura pra adolescentes com crush em famoso, e ele olhava a própria agenda vazia e dava vontade de chorar. — Tão surpresa quanto eu.
Se ao menos ele tivesse escolhido cursos melhores que administração e gestão de negócios, como a maior parte dos jovens que moravam nessa cidade, talvez estaria com menos vontade de se matar agora, e a batida suave na porta só o deixou mais ansioso, tendo plena consciência que a pessoa atrás dela era certamente mais um cliente para sua roomie de sala comercial.
Chegou a girar a cadeira na direção da janela incapaz de acompanhar outra consulta de uma menina de catorze anos querendo saber quais chances tinha de casar com com algum membro do EXO, até ouvir os passos terminando em frente a sua mesa, e uma voz pequena lhe chamar a atenção.
— Mr. Kim… É Estela, da aula de Comunicação… Sabe… Na faculdade. — Hendrich tenta se apresentar pro homem virado de costas para ela e Eden, percebendo que os ombros dele ficaram bem maiores desde a formatura e que ele continua uma pessoa limpa e organizada, diferente da senhora curiosa da outra metade da sala. Coisas que ela percebe, mas não sabe exatamente o porquê percebe. — Eu sei que devia ter marcado um horário, mas é uma emergência.
Ela é formada em Marketing, Eden em química com especialização em cosméticos e se tem uma coisa que as duas não sabem como medir ou controlar é dinheiro e fluxo daquela ideia maluca de lançar aquele produto sozinho e de forma independente, com as últimas esperanças que as duas tem e um sonho.
— Eu posso te atender, não precisa implorar. Não é como se tivesse uma fila aqui. — Ryujin murmura com um meio sorriso ao girar sua cadeira de volta pro lugar, observando Estela de cima a baixo, e depois a garota com o rosto inchado atrás dela. — Mas eu não sou agente de crise…
— Mas é um administrador incrível! Eu lembro do seu TCC sobre como fazer um bairro totalmente funcional e transformar comunidades marginalizadas em pequenas cidades funcionais, com a própria moeda, sem precisar expor os negócios pequenos. — Estela desata a falar, tomando o lugar na frente da mesa dele, os olhos brilhando como se tivesse acabado de encontrar seu ídolo. — Eu li tudo.
— Tudo?
— Cada página. Tudo.
Estela sabe que Ryujin foi o melhor da turma dele, assim como sabe que ele era bom mesmo ajudando negócios pequenos antes deles se formarem, ela só não esperava que ele estivesse trancado em um escritório daquele tamanho e ainda dividindo o aluguel do ponto com… Seja lá quem for aquela senhora, desperdiçando aquele talento todo. Mas ela não acha prudente perguntar sobre o que ele fez com a própria formação agora, ao colocar uma pasta bagunçada em cima da mesa.
— Vocês querem lançar um produto de beleza independente. — Kim diz assim que começa a folhear as primeiras páginas, achando tudo muito organizado e explicado pra uma ideia que mal tinha saído do laboratório, mas que ele via potencial e futuro mesmo assim. — Achei que seus pais fossem donos de uma empresa assim, Estela.
— Bom, a minha família…
— Tivemos um problema no caminho — Eden se intromete dessa vez, tomando lugar na outra cadeira, assoando o nariz em um lencinho. — E passei os últimos meses desenvolvendo esse produto, sacrifiquei bastante coisa pra não ver ele nas prateleiras e meu currículo depende disso. Não posso me lançar no mercado como cosmetóloga se não tiver um projeto bem sucedido.
E olhando os números que Hendrich estava disposta a investir, ele podia ver que as duas realmente não faziam ideia de como realizar o resto do processo, fazendo ele se sentir animado. Animado e ansioso, por ter em mãos um trabalho de verdade e um desafio que podia tirar ele daquele mar de incertezas e recusas por inexperiência.
Era disso que ele precisava. Esse era o milagre dele, sua última oportunidade de brilhar.
— Aceito.
Eden engasga, Estela se iluminando igualzinho uma estrela.
— Mas nós nem falamos de valores…
— Eu pego. Eu arrisco. Eu quero. — Afirmava decidido, assinando o contrato no final da pasta sem nem pensar duas vezes. — Eu aceito.
Então, agora eles eram um time. Bom. Quase.
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