Tumgik
#sagaz sem crise
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WUHAN OU A TROIA MODERNA?
Quando o poeta Homero abre o debate sobre as justificativas da guerra entre aqueus e troianos, ele diz que o grande ímpeto beligerante claro dos homens é o rapto de Helena de Esparta, visto no passado que Odisseu propunha uma sociedade entre os pretendentes de Helena para defender Menelau o marido da mais bela mortal, muito sangue será derramado para honrar essa aliança grega. Em seguida o poeta adverte, deixa em aberto o debate e nos coloca em perspectiva sobre outra maneira perspicaz de interpretar as desculpas belicosas e como Zeus Olímpico deliberou a guerra. O deus querendo arrefecer a sobrecarga que os homens faziam sobre Gaia, Mãe-Terra, ele envia a guerra como uma punição a vaidade dos homens. A superpopulação do mundo conhecido, isto é, a polis grega e o mundo selvagem diminuiria, a garantia disso tudo era a própria sobrevivência da imortal Gaia, parece redundante, mas não é. A guerra simboliza a selvageria. Zeus ao delegar a Páris o príncipe troiano a tarefa de escolher a mais bela, é o anúncio da épico, o Julgamento feito pelo Mortal sela o destino trágico dos Ílios. Logo, a destruição de Tróia seria insuflada pelos deuses. Por isso, seria o COVID-19 na acepção da tradição um novo artífice de alento à Gaia? Quem deve pagar as moedas funestas ao barqueiro do rio Estige? Os arautos do apocalipse já anunciaram a deletéria. Com o surgimento de um novo patógeno que coloca a humanidade à beira da debacle, estima-se que entre 60% e 70% da população brasileira possa contrair o coronavírus, caso as medidas coerentes não sejam tomadas, e elas são: evitar aglomerações, higienizar mãos e objetos, quarentenas voluntárias, separar o convívio entre crianças e idosos, dentre várias recomendações da OMS. Os esforços estão sendo tomados em todas as frentes e poderes, a esfera civil, o despertar da consciência já aflora. Nos palácios do governo medidas de prevenção são feitas, a contragosto a economia padece, o caos econômico coloca o dedo na ferida da recessão. O despreparo é real, as desculpas já estão sendo dadas, mas o pior, de fato é o que esperamos, condições degrantes.
Nesse ínterim caótico, os esforços diplomáticos são obliterados, quando o deputado federal Eduardo Bananinha despreparado, preconceituoso e que consegue descer no mais baixo nível da degradação humana, ao comparar o coronavírus com o acidente nuclear em Chernobyl na Ucrânia Soviética, compara o centralismo e a supressão da imprensa soviética com o que acontece na China, que obviamente tem seus problemas, mas isso não acrescenta em nada ao debate, pelo contrário, do que adianta apontar o dedo para China e dizer que há uma supressão da liberdade de imprensa, quando na realidade o Palácio do Planalto arquiteta a mesma coisa, só há liberdade se for para falar bem do governo, a argumentação rasa e inoperante do deputado, só aumenta esse descompasso, dê o exemplo, aceite as críticas da imprensa, pois é um homem público. É leviano, ao acusar o governo e o povo chinês de esconder a realidade e os fatos, de não fazer o suficiente para combater o vírus, culpa a falta de informações da próprio população, ele chancela o ódio (a única forma dele ser um chanceler, se é que me entendem e além disso, não preciso dizer o que o nosso chefe da diplomacia idiotizado está fazendo em Brasília, e o governo brasileiro ainda pede ajuda a China no combate ao coronavírus, coerência? Não existe na Capital Federal, e ainda solicita que o embaixador da China se desculpe com o deputado, francamente), em mensagens rápidas engendra essas questões insuflada de achismo e deslegitima os esforços de Pequim que ainda tenta estancar a sangria. O governo já disponibilizou médicos infectologistas, recursos, insumos, enfim, todo o aparado técnico para o combate ao coronavírus, esses esforços já chegaram a Itália por exemplo, onde já se registam mais de 4.000 mortes, a verdade é que nem a Itália e nem ninguém está de fato preparado para enfrentar de forma pungente um inimigo invisível. Os custos desse combate e também o prejuízo feito pela devastação é incalculável, não só pela perda de recursos, investimentos, o recuo do comércio e da indústria, mas sobretudo pela perda de vidas humanas, a China é a grande perdedora. E mesmo assim, alguns sujeitos cujo discurso inflamado, tacanho e inumano diz que tudo foi orquestrado para derrubar as economias ocidentais, é interessante que a burrice e a maldade são contagiosas, a interdependência econômica é a tônica de uma sociedade globalizada. Wuhan deve pagar as moedas funestas? O povo chinês já não foi tripudiado o suficiente? O governo chinês pede e espera um pedido de desculpas formais do gabinete do deputado que carrega o sobrenome da presidência da república, mas o que esperar de um desequilibrado, que parece não se envergonhar, mas se envaidecer de um discurso sórdido e desumano. O Ocidente não se cansa de inflar o peito, destilar o ódio, sem ter compaixão? A final de contas, estamos ou não estamos no mesmo barco? Para não dizer na mesma Gaia. Vamos continuar bradando achismo levianos?
Iremos cair novamente no canto da sereia? Um canto europeu! Ao não vetarmos a entrada de voos estrangeiros, damos as boas vindas e aplumamos a nossa casa com muito garbo e esmero ao COVID-19. Na próxima segunda-feira (23) o governo já impede a entrada de estrangeiros, como se eles fossem os únicos possíveis contaminados. Na quinta-feira (19), a primeira vítima do coronavírus no Estado do Rio de Janeiro foi uma empregada doméstica de Niterói que contraiu o vírus de sua patroa recém chegada da Itália, em apenas três dias a mulher de 63 anos veio a óbito, sua patroa é brasileira. Engraçado, será que o diabo é ou não é tão feito quanto se pintam? Os gregos ao se negarem seguir as orientações técnicas do sacerdote de Apolo chamado Crises (cômico para não dizer trágico) para devolverem sua filha Criseida, os gregos humilham o Crises e assim o fazem Apolo, os gregos enfrentam a Ira do deus, que de forma sagaz envia sua epiphaéia, uma manifestação divina em forma de uma peste que assalta os acampamentos aqueus, o vírus é o deus moderno. Agamemnon incorre numa desmedida, uma hýbris, e, por isso os seus soldados serão castigados pelo deus, até que sigam as orientações básicas do deus e devolva a filha ao pai. A doença que durante dias mata mais do que a guerra, deixa o próprio Hades no mundo ínfero assustado. Tamanha era a desolação, bulbos afloravam sobre os sulcos da pele, a dor e agonia é descrita pelo poeta como a mais irresponsável desmedida do homem, no Estige, uma alma solitária jamais transita. Após oferecer hecatombes, o mal é selado, a filha é devolvida, a praga se extingue e a guerra volta ao curso normal. Esse trecho é um exemplo que a tradição dos dá quando incorremos em desmedidas ao não seguirmos as recomendações daqueles que mais entendem. A cultura política não deve se misturar com a cultura técnica. Num estado de calamidade pública a parcimônia é o que precisa vigorar. As pandemias não são exclusividades do nosso tempo, é precioso sabedoria divina para lidar com tamanho descompasso, é importante encarar esse desafio de frente, entender que de tudo se tira um aprendizado, até nas piores experiências, é o methodos grego que temos para observar o mundo.
Ao que tudo indica alguns políticos banham-se nas águas do equívoco. Na manhã de terça-feira (17) para aumentar a tensão política e social causada pelo novo coronavírus o presidente dos Estados Unidos, chama o patógeno de Vírus Chinês, o que ele consegue com isso? Reforçar o preconceito com as comunidades asiáticas e a desmedida contra Pequim, ao insuflar o ódio, o velho senhor de pele bronzeada risca da palavra CORONA de seu discurso e escreve a caneta CHINESE. Quem é o ordenador do caos? Aqui o homem consegue novamente a sordidez, consegue tripudiar sobre os muitos que permanecem insepultos e outros que se quer tem um enterro digno, tudo isso, para agradar o seu eleitorado, afinal de contas, é um ano presidencial e já quase nos esquecemos disso, as medidas desastrosas da semana passada pelo presidente diz muito do que ele pensa sobre a América, melhor dizendo, sobre o seu eu absolutizado, Trump dizia que era exagero e que a América saberia lidar muito bem com essa vírus, afinal de contas, soberba e irresponsabilidade são dádivas dos mesquinhos com síndrome de gigantismo. Aqui, o Trump trópicos não é muito diferente, o coronavírus é chamado de histeria, mesmo já passando de 20 dos infectados próximos ao presidente Bolsonaro, ele não é tão ensimesmado, é apenas uma cópia barata que vem de Uno do Paraguai. (Desculpas aos paraguaios e aos proprietários de Uno). Aqui oferecemos a morte ao invés da vida.
Do outro lado do mundo, um desastre político épico, para não dizer homérico, o médico infectologista de Wuhan, então responsável por denunciar o surto do vírus na China, Li Wenliang, morre em decorrência do próprio surto em fevereiro, o alarde foi praticamente sufocado no primeiro momento, quando a polícia de Wuhan chamou sua atenção para alardes falsos, não tão falsos assim. Bom já sabemos no auge do nosso presente do que se trata, isso não é a realidade só do governo chinês, mas de todo surto epidemiológico em suas primeiras fases e é por isso que na história da humanidade tivemos diversas epidemias e pandemias, os descuidados são as nossas máculas governamentais, mais ao que tudo indica, não aprendemos com isso. Como se não bastasse é na a Eneida de Virgílio a passagem de Laocoonte, este era um sacerdote de Apolo que foi avisar os troianos sobre as artimanhas de Odisseu e de Palas Athena, justamente sobre o presente dos gregos, a revelia do sacerdote, surge do mar duas serpentes para mata-lo, e junto aos seus filhos, o velho sucumbe, a vingança de Palas Athena é dada. Em Wuhan, o médico que tentou alertar o mundo tem como seu algoz a sua própria fonte de denúncia, enfim, silencio sepulcral.
Se a maldade é contagiosa, o bem é contagiante, das sacadas e janelas o povo recolhido em suas casas aplaude os trabalhos dos médicos que lutam sem cessar contra o contágio e para salvaguardar a integridade daqueles que já padecem da doença. O mundo virou espetacularização da solidariedade e em meio a tanto desfortúnio a vontade de fazer o bem prevalece e ao que tudo indica isso mudará o jeito que nos relacionamos, não só com nós mesmos, mas como parte da natureza. Aos que seguem na contramão desse caminho encontraram duras pedras e uma trajetória sufocante, aos políticos mesquinhos e ditos déspotas, não podem mais se refrescar no lago dos tiranos, pois a fonte irá secar. Destruir e difamar o povo chinês é desmontar as pontes que nos unem, o combate ao coronavírus precisa ser entendido como um dever da humanidade, uma só bandeira e é preciso aprender com quem mais sabe sobre. Nos palácios de poder não tem espaço para achismos, soluções simplistas ou mesmo irresponsabilidade, os discursos persecutórios mancham-se de lama e sangue, é a maneira mais fácil de lidar com o problema sem resolver nada, apontar os dedos, transferir a culpa não lhes eximem de responsabilidades, é só a maneira sórdida de justificar o preconceito para reafirmar o poder, mas a roda da fortuna gira, ela sempre volta e aqueles que um dia estão em cima, logo vão para baixo para serem suprimidos, a narrativa dos derrotados logo se torna a narrativa dos vitoriosos.
O COVID-19 não é uma vírus chinês, não é uma doença de Wuhan de homens que comem morcegos, essa é a justificativa de tornar o outro menos humano, defender o indefensável e de tripudiar sobre os mortos, quando o epicentro passa ser a Itália, o discurso muda, os europeus não podem ser vistos como o pivô a disseminação da doença no ocidente, mas são, são justamente eles que permitem isso, as restrições de voos não foram capazes de arrefecer o caos e preparar para o inevitável, quantas empregadas domésticas irão morrer por causa de suas patroas que sem o mínimo de consciência expõe os funcionários a doenças que trazem junto as suas malas ornamentadas com monogramas da Louis Vuitton? Não há nada de novo no front e sabemos que desde a o final do século XIX os asiáticos vieram em longas ondas migratórias para a América, fazem parte da nossa cultura, esse continente multiétnico precisa ter mais complacência e ter um olhar mais terno a uma certa ancestralidade.
Wuhan não é um cavalo de Tróia da modernidade, essa doença não é presente Made in China, é um alerta, é o anúncio da tragédia e o arauto da mudança. E ainda digo mais, os próximos meses são fundamentais para o destino na humanidade, o que entendemos como civilização vai mudar, isto é, o nosso ethos, a nossa estética política e social já está em deletéria, a nova ordem nos jogará naquilo que nos torna mais humanos, é a solidariedade e a comunhão, a unidade humana se escancara, lave as mãos, fiscalize o próximo, use a higiene como sua arma, tenha bom senso, se está doente, fique em casa, do contrário, não coloque em risco a vida de outras pessoas. Nos próximos dias a economia irá mudar, a educação já alcançou outro patamar, o distanciamento é a maior virtude dada por esse mundo globalizado e informatizado, não caia nas Fake News. O carrasco da humanidade é um ser invisível tão forte quanto os nossos deuses. Novos atores surgiram, líderes serão defenestrados do poder, aqueles que não se adaptam à nova realidade sucumbiram em seus discursos reacionários. Far-se-á necessário cuidar de si mesmo e de sua família, e acima de tudo cuidar de todos. Não esqueça, não incorra em desmedidas, pois, é pela hýbris que os deuses belicosos cobram e fazem a suas vinganças funestas, a cólera já foi lançada e elas são implacáveis, a justiça dos deuses não é morosa. A parcimônia e o pragmatismo sempre são o melhor caminho.
Gabriel Costa Pereira é Professor e Historiador da Arte na rede particular de ensino, é pesquisador dos temas estética, arquitetura e política nazista, esse ensaio foi escrito no dia 20 de março de 2020
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Miss Maria Olívia dos lábios de mel
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Iracema (1884), por José Maria de Medeiros
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
A referência ao romance do escritor cearense José de Alencar – publicado em 1865 e que relata a icônica história do amor proibido entre a índia tabajara Iracema e o guerreiro branco português Martim – em relação a Maria Olivia se justifica porque, assim como Iracema, ela é uma mulher com "lábios de mel” e “os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira". Mas ao contrário da virgem Iracema, Maria é uma cortesã que domina com muita maestria e profissionalismo seu ofício fazendo tudo ser intenso e único, desde o sorriso de bem-vindo até o olhar de até logo. A combinação da sua inteligência, charme e beleza fazem dela uma companhia perfeita para eventos, jantares, exposições, etc. Ela tem um “je ne sais quoi” que só conhecendo pessoalmente para entender.
Ela é a incorporação perfeita da garota que mora ao lado (girl next door em inglês). Então se você quer apenas uma foda ou uma experiência porn star (PSE), esqueça ela! Ela é para ser saboreada devagar e com calma pois é complexa (sem ser complicada) e rica em camadas. Eu me considero um homem sortudo o suficiente para ter conseguido não apenas experienciar momentos indeléveis e inefáveis ao seu lado, mas também perceber como ela é sagaz, inteligente, culta, discreta, confidente, autêntica, autocentrada e, claro, linda de morrer com um corpo todo natural de cair o queixo. Nem tente porque é impossível ignorá-la. Assim que ela entra num recinto todos os olhos se voltam para ela. A Maria tem um magnetismo fora de série! Ela não é para qualquer homem.
Se antes, como Sêneca nos dizia, éramos, nós homens, joguetes do destino, hoje continuamos joguetes, mas o destino agora atende pelo nome de algoritmo. Maktub! E foi assim que a Maria apareceu para bagunçar a minha vida já caótica. Uma postagem, uma curtida, uma conversa, eventos prosaicos que a princípio não teriam maiores consequências. Dois mundos que se colidem, se chocam, se abraçam, se completam, se querem, se desejam... Mas não se enganem ninguém está verdadeiramente preparado para a Maria! Na real, eu me senti como Édipo ao ser questionado pela Esfinge: “Decifra-me ou devoto-te”. Ainda não tenho certeza do que mais gosto, se de decifrá-la ou de ser devorado por ela. Ela é uma tormenta que chega devagar e quando você se dá conta ela já entrou por todos os seus poros, te deixando ao mesmo tempo sufocado e extasiado e querendo mais, sempre mais. A Maria é uma fome que não se sacia! Mas afinal quem em sã consciência pode se saciar com ela?
Conheci a Maria por meio do Twitter. No fim de semana anterior ao do Carnaval publiquei uma foto da Rua Augusta na altura do Savoy onde se lia "Carnaval + Savoy ". Ela curtiu, eu comecei a segui-la, ela me seguiu de volta, começamos a nos falar por DM e o resto nos trouxe ao que relato.
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Deixe que eu sinta teu corpo / Que eu beije teu corpo / Teus lábios de mel / Deixe que eu te abrace agora / Que a noite lá fora ficou pra depois / Venha ser a companheira esperada / Corpos juntos, mãos dadas / Preciso de você / E sinta lá de dentro a vontade / Meu olhar é verdade, eu quero só você
Ela ainda não morava em São Paulo mas estava de mudança, tanto de cidade como de atividade (antes ela era camgirl). Mas desde que ela chegou, em abril, eu me tornei um cliente recorrente uma vez que nos encontramos duas ou três vezes por mês. Por isso, decidi relatar uma síntese destes diversos encontros, algo como “the best of” 😊
Normalmente nossos encontros são longos – entre quatro e doze horas, ela não faz pernoite – e normalmente se estruturam por um passeio (adoro levá-la a exposições, concertos, shows, eventos do meu trabalho, etc.) depois um jantar num restaurante e por fim um momento mais íntimo em um hotel ou motel. No primeiro deles, fomos a uma exposição no MASP e depois para um bar/restaurante próximo que, por coincidência, ambos já conhecíamos. Cheguei primeiro, estava ansioso por finalmente poder conhecê-la pessoalmente e todos os "primeiros" que esse momento único abarca: o primeiro olhar cruzado, o primeiro sorriso, o primeiro abraço, o primeiro beijo, a primeira vez que sinto o perfume dela, etc.
Ela é a incorporação da “girl next door experience” e chega vestida como tal: calça jeans, tênis All Star, camisa florida, jaqueta preta de couro, uma mochila e um rabo de cavalo. Ao cruzar nossos olhares pela primeira vez o desejo subiu pelo meu peito e se instalou na minha garganta me tirando o folego. Seus olhos grandes e negros me hipnotizaram, o perfume natural e suave me tonteou e o rosto iluminado por um sorriso incrivelmente lindo e charmoso – devido a um diastema entre o incisivo e o canino (isso me deixa louco!) – emoldurado por lábios carnudos com batom vermelho anteciparam a boca gulosa, grande e de riso fácil. Quase sem me dar conta percebo que uma vez é suficiente para me viciar nela, mas muito pouco para me saciar...
Quando ela me abraça, o tempo e o espaço perdem todo sentido... os segundos viram horas, os cantos e as quinas se desfazem, os imites se expandem. Sou despertado deste torpor por ela falando ao meu ouvido que eu era mais bonito pessoalmente do que nas fotos. Verdade ou não, é incrível ouvir isso dos seus lábios.
A exposição foi incrível e o jantar, agradabilíssimo! A Maria é uma mulher inteligente, sagaz, culta, com muitas referências (eruditas e populares), fluente em memes e pajubá e com um humor refinado. Com a intimidade criada pelos encontros recorrentes, ela se torna uma verdadeira confidente na qual você pode falar de qualquer coisa se tabus ou julgamentos. A conversa fluiu e o tempo parou. Falamos de tudo e de nada: desde a crise no Chipre até RuPaul’s Drag Race (Obrigado Maria por ter me viciado nesse seriado!) passando pelas músicas do The Smiths (que ambos adoramos). There’s a light that never goes out (entendedores, entenderão).
Pedi a conta e pegamos um Uber rumo ao hotel que havia reservado.
Nossa química é inegável e com o tempo só aumenta! Já no elevador nos beijamos. A analogia aos lábios de mel não é apenas uma licença poética: “She tastes so good, make a grown man cry”.
Ao entrar no quarto, nos despimos sofregamente, tateando o espaço a procura da cama. Tirei sua roupa, deixando-a apenas com a lingerie e a cinta liga preta que a havia presenteado.
Tocar e beijar seu corpo inteiro é algo que está gravado na minha retina e na minha memória. Maria tem um corpo curvilíneo lindo: ela é um mulherão da porra!
Deixei-a nua e passei a chupá-la. Algo que tenho muito prazer em fazer. Primeiro os mamilos, uma região bastante erógena para ela. Ela se contorcia de prazer, com a respiração ofegante me chamava de safado e passava a mão nos meus cabelos. Ao mesmo tempo, eu passava os dedos no seu clitóris, sentindo sua buceta já melada. Lentamente fui descendo. Só de aproximar minha boca e meu hálito, a Maria se contorcia me suplicando para chupá-la. Ficamos algum tempo nesse jogo: eu chupando seu clitóris, ela gemendo e se contorcendo, agarrando meus cabelos, esfregando sua buceta na minha cara. Logo antes de gozar, ela fala bem baixinho e ofegante: “eu vou gozar”. Que delícia ouvir isso! Aliás, que delícia presenciar e fazer parte deste momento: seu gozo é uma festa para os cinco sentidos!
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The Guerrilla Girls are feminist activist artists. We wear gorilla masks in public and use facts, humor and outrageous visuals to expose gender and ethnic bias as well as corruption in politics, art, film, and pop culture.
Ficamos deitados um tempo lado a lado olhando para o teto e conversando. A conexão que a Maria cria por meio da conversa é algo tão ou mais prazeroso que o próprio sexo. Além disso, ela tem um equilíbrio entre uma garota engraçada e meio desengonçada e uma mulher extremamente sensual e segura de si. Falamos, rimos, gargalhamos... tanto que esqueci que estávamos num encontro pago.
Meio que ao mesmo tempo nos viramos um de frente para o outro. O olhar curioso dela deu lugar a uma expressão de desejo. A sua mordida do lábio era o sinal. Segurei seu rosto e nos beijamos. Ela então agarra com vontade o meu pau que a esta altura estava duríssimo. Aos poucos ela vai se aproximando dele até que o abocanha com vontade. Fica assim um tempo, alternando entre chupada leves, punheta e lambidas no meu saco. Peço que pare pois não queria gozar sem penetrá-la.
Não sou um ginasta sexual e nem tenho idade ou saúde para malabarismos. Por isso peço que ela venha por cima. Enquanto ela me cavalga, eu chupo seus mamilos. Sua respiração fica ofegante. Mudo de posição, ficando por cima. Mesclo estocadas mais rápidas e fortes com outras mais lentas e profundas. Olhar o seu rosto e beijar sua boca enquanto a fodo é uma experiência sinestésica. Quase que posso tocar o tesão que emana dos nossos corpos!
Antes que consiga gozar ela me pede para comê-la de quatro. Seguro-a pelas ancas e começo a estocar com vontade, sempre tomando o cuidado para não a machucar pois essa posição é sempre delicada para a mulher. Ter a Maria nessa posição me dá muito tesão! Acelero o ritmo e gozo olhando para a cara safada da Maria que ao sentir que gozei, ri com um jeito de moleca. Desfaleço ao seu lado e ela me acaricia as costas.
Conversamos um pouco e percebemos que o tempo já se esgotara. A Maria não regula tempo, mas eu não gosto de abusar. Time is money 😊 Pago o combinado sem uma gota de arrependimento. Fomos tomar banho, conversamos mais um pouco e nos arrumamos para ir embora.
Estar com a Maria é sempre uma experiência diferente, por mais que seja a mesma mulher, não é a mesma coisa. Ela instiga a curiosidade e a explorar o prazer de maneiras diferentes como, por exemplo, realizar um ménage com a Beatriz Della Rosa (mas isso é um assunto para um outro relato).
Partimos pro ponto onde nos despediríamos, os últimos minutos foram muito simbólicos. Saímos cada um pro seu lado, no último instante, nossos olhares se encontraram e se despediram com um “até breve”.
P.S.: As marcas que a Maria me deixou são indeléveis! Guardo-as comigo como feridas de guerra... De uma guerra perdida para a providência, para as circunstâncias. "Eu te conheço de outra vida" e talvez precisaremos de outra vida... Às vezes, ao fechar os olhos, posso vê-la se movimentando, Ah! O movimento que tanto ansiei... Uma sensualidade ligeiramente desastrada! Algo de uma humanidade dilacerante... Uma mulher segura, confiante e doce ao mesmo tempo. Ah Maria! Você povoa os meus pensamentos a toda hora, a todo instante. Um dia ainda serei internado por andar pela rua com um sorriso bobo no rosto. Com certeza a loucura e a perda da razão é a única saída para te tê-la verdadeiramente!
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sh4ira · 3 years
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to achando que alguém se apaixonou ...
não sei como e nem sei se errou
talvez se torne mais um desamor
espero que no fim, não sobre rancor.
o medo de se entregar denovo ainda persiste
muitas vezes a culpa me deixa triste
será que devo me deixar levar
ou novamente vou me machucar?
eu espero de verdade que não
tudo parece tão natural, sem amarração
tão na paz, sagaz e intenso
como os signos de áries e leão ...
assim como o vento que sopra o incenso.
espero não ser enganada mais
espero não ser deixada pra trás
a ideia de ser amada de verdade me deixou cicatrizes
e elas ainda fazem parte das minhas crises.
naquele tuíte, eu tava falando a verdade
só quero me prender nos "caracóis dos seus cabelos"
e nos seus detalhes, nas sua singularidade
até no seu ego bruto quando diz "igual a mim só existe eu" e eu dou risada ...
cê me traz felicidade.
acho que esperança é um caso a parte
não tem ansiedade, pressa, validade
não tem paranóia, medo, atrocidade
no fundo, espero não ter mentira, traição e saudade ...
não falo da saudade boa, aquela que deixa um quentinho no peito
falo da ruim, que só dói, que te faz depender de quem só te deixou no leito
mas, aqui tá sem espaço pra última
no coração, só quero coisa íntima
nítida, nua e sincera
como as ruas do litoral, frescas
singelas ...
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lllpaulus · 4 years
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monólogo vertical
Qual problema de ler para baixo ao invés de para o lado? A primeira vista pode ser confuso assimilar todas palavras pois, existe um tempo entre elas que é perceptível, todas se encaixam em seus finais porém não se acham muito bem os começos, cada um lerá de uma forma. Como explicar que confusão e harmonia, ao dar as mãos ficariam bonitas.
Distraído
Inibido
Perdido
Rota
Estrada
Caminho
Sigo….
Acido
Moral..
Saúde
Pálido
Tchau…
Razão/////
Verdade
Entrega
Energia
Vaidade
Mentira
Idade…..
Fuga
Insana
Plana
Insanidade
realidade
Animal
Maldade
Expectativa
Anula
Reciprocidade…..
Mudança
Vivência
Abandono
Conforto
Desapego
Esperança
Criança
Crença
Tensa.
Sono
Cidade
Saudade
Saudoso
Ódio
Amável
Engraçado
Suportável
Gozo….
Guia
Afetivo
Gostoso….
Nega
Exaltação
Sagaz
Tenebroso….
Ouço
Paz
Palavreando
No fim
Do
Poço…
Fugaz
Passou
Passado
Descontração
Eficaz
Desconheço a mim
Anos atrás
Acredite
Éis capaz
Note
Errado
Sem furado papo
Argumento
Fato
Reflete
O Ato Bondoso
Revolta
Enfim
É Afrontoso…
Mergulho
Afundo
Pouso..
Oriundo
Marimbondo
Moribundo
Voa toca bumbo…
Marimbondo esperto
Dono do cartel
Qualidade aqui é mel
Mantém respeito
Honesto do seu jeito
Porem
Cruel….
Mals!
Muito barulho
Perdição
Caos
Busca
Dinheiro
Egoísmo
Orgulho
Fiel
Deus
Religião…
Você vai pro Céu
Anota no Papel
Anotação do cel
Segura o B.O
Aprecio
Dor e Dó
E
Foi Eleito
Crime perfeito
Efeito
Dominó
Física
Ciência
Aquecimento
Solução
Humano
Lixo
Poluição
Polícia
Política
Droga
Malicia
Ladrão
Bom coração
Paradoxo
Confusão
Ar tóxico
Insegurança
Reação
Briga
Eleição
Discurso
Armação
Facada
Avião
Polarização
Perceba
Corrupção
Vírus do cidadão
Tratamento
Placebo….
Tédio
Planos
Saúde
Sus
Medo
Médico
Remédio
Aluguel
Água luz
Condomínio
Prédio
Obra
Homem
Rua
Assédio
Redundo
Topo
Terceiro
Salário
Duração Um Segundo
inteiro
Circulo, circundo
Bolo
Bolha
Furto
Sub mundo
Manipulação
Capitalismo
Absurdo
Jaula e leão
Banho solução
Agua na calçada
Inconsciência sequelada
Inconsequente
Individualismo, da gente
Desculpa esfarrapada
Desculpa, friso
Indico
Livro
Conhecimento
Leio
Aprendo
Aprofundo
Foco
Viver, esse Momento
Sento
Cadeira
Corcundo
Futuro
Planos
Fecundo
Ideia
Lapido
Talvez
Difundo
Mérito
Pensa
Piegas
Carência…
Ação
Laço
Amigo
Interação….
Comigo
Longe do Perigo
Estarão….
Levo
Carrego
Fidelidade com Razão
Espaço
Selado no coração
Leo
Yan
Trincha
Guida
Edmundo….
Tempo
Voa
Repito
Viver
Cada, Milissegundo…..
Fama
Ego
Trip
Deslumbro….
Musica
Rotulo esquece
Paradigma
Raimundos….
Mundos
Marte..
Verídica
Arte
Arranca
Parte
Pois é verdade
Droga infarte
Preocupa ajuda
Ideal ideia aguda
Prejudica
Autoral, real
Vomita
Pensamento
Poesia é Sofrimento
Sinergia
Criação
Conteúdo
Contento
Dom é berço
Não Distorce
Talento
Previsão do tempo
Sol
Chuva
Preguiça
Atento
Rua
Quinze de
Novembro..
Deslize
Nomes
Mania
Pejora
Comento
Falha
Separação
Reprise….
Casamento
Crise
Contagio e Drama
Teorize….
Prioridade cama…
Corpo
Priorize
Solidão
Cia
Vise…
Sonha
Acorda
Materialize
Realize
Brise
Suga
Buga
Expurga….
Critica
Aceita
Perseverar é a
Receita
Assuma Leiga Empírica
Fuja pra Ilha
Isolada
paradisíaca
Esqueça sociedade Maníaca
Cultiva
Sativa
Ruderalis
Indica
Elza
Sindica
Chata
Velha
Cínica
Joga
Mimica
Aposentada
Em sua Clínica
Propósito
Violão
Estudou
Química
Exemplo
Clássico
Brasil
Difícil correr na
Contra mão
Errou o trilho
Não o vagão
Certo certo é a
Razão não emoção
Siga isso
Provável
Frustração
Vida desperdiçada
Na cabeça nada
Emana
Energia
Explana
Coisa errada
Fique solto
Pouco quis
Ser Feliz
Simples teoria
Uma
Cabana
Praia
Cachorro
E
Minha
Guria
Meu café e bom dia
Me Inspira
Natureza fornece
A Cria
Ando em outra via
Sem essa Copia
Tardia
Muita realidade
Pouca Fantasia
Logo Missão desvia
Logo
Quebra Osmose
E Padrão é dose
Acende o incenso
Universo tá tenso
Ta tenso universo
Tudo ao Inverso
E Destino é
Perverso
Ossos do
Oficio
Trabalho
Vício
Subordinado
Desperdício
Salario
Acalento
Um só pensamento
Duro estou como cimento
Juro escrevo Sentimento
Puro intenso e me Curo
Tento tentei, mas não aturo
Só queixa de duro mundo
Chego a ser mais um
Pessimista vagabundo
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claraausten · 4 years
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★。+゚☆゚+。★ — Nome: Krystal Sanders. O nome não teve origem muito refinada, decidiram este devido a um livro de significados.
★。+゚☆゚+。★ — Idade:  22. 15 de agosto.
★。+゚☆゚+。★ — Gênero + Sexualidade:  Feminino e hétero. ★。+゚☆゚+。★ — Nacionalidade + Localidade onde se encontra: Registros familiares mostram que ela nasceu em Thanagar, assim como sua mãe Mulher-Gavião, mas resolveram vir à Terra quando Krystal tinha oito anos e moram até hoje na Califórnia. ★。+゚☆゚+。★ — Aparência:  Jorja Smith 
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É alta, um metro e setenta e cinco pra ser exata (1,75m). Gosta sempre de pintar o cabelo mas naturalmente e atualmente está preto e ele é cacheado, quase sempre está de tranças.. É magra e possui braços fortes e carnudos devido ao seu treino excessivo. ★。+゚☆゚+。★ — Personalidade:  Krystal demonstra à primeira vista ser uma pessoa fácil de ser levar, o que não é mentira. Ela é simpática e consegue fazer amizades sem muita dificuldade, e consegue arrancar risos nos piores momentos. Apesar de ser muito extrovertida, ela não se deixa enganar com qualquer um. 
Muitas das vezes ela pode ser não levada a sério, faz brincadeiras em horas inapropriadas e sempre tem uma resposta na ponta da língua e sempre é a que dá a resposta final, quase sempre cômico. No enterro de um dos seus tios ela teve uma crise de riso e como todos a encaravam teve de fingir choro. É assim que ela leva a vida e até agora sem problema algum.
Ela é completamente inteligente e pensa bastante fora da caixa, seus planos sempre parecem fora de cogitação mas no fundo todos dão certos. Não se deixe enganar pelo jeito Krystal de ser, se ela quiser explode um batalhão inteiro sem precisar estar lá.
Por ser bem receptiva com tudo e todos, todos a conhece porque ela simplesmente não aguenta ficar sem falar por um minuto e no fim sempre conta o que não era pra ser dito, mas nem sempre acreditam nela. Contudo, ela não revela segredos de nenhuma outra pessoa, é uma boa amiga mesmo.
Quer alguém pra entreter a sua festa? Krystal. Quer alguém pra te fazer esquecer os problemas? Krystal. Quer alguém pra servir de distração? Bem, é a Krystal contanto que ela possa dar umas surrinhas em alguém. 
Aprendeu lutas marciais com a mãe desde pequena, então não ache que ela precisa ser carregada. É uma das coisas que ela mais odeia: ser dada como fraca. Ela não é e prova a todos isto. Ela é completamente capaz e independente porque foi criada pra ser assim. É o jeito mais rápido de deixa-la estressada. 
Quando com raiva, é só Jesus na causa. Ela é uma pessoa calma e bem tranquila, e demora muito pra tira-la do sério, mas quando acontece... Ela te envia para um hospital sem pensar duas vezes. Ela é um doce, mas nunca faça a parecer fraca.
★。+゚☆゚+。★ — Historia:  Nunca teve muitas amizades no planeta onde morava. Os pais também eram ausentes, sua mãe apenas aparecia quando estava de “folga” ou muito “cansada” de lutar e sempre que aparecia era para ensinar a filha a como controlar os poderes e a se defender. Apesar disso, ela possui carinho e defende a mãe até a morte, mas nunca foram amigas de fato. E ela acha até melhor assim, por sempre ser hiperativa a mãe preferia não deixar a filha mais inquieta do que já era com suas histórias do trabalho.
Ao ir pra Terra, além de aprender um novo idioma teve que se pôr socialmente e culturalmente. Morou com o tio solteirão, a mãe sempre estava rondando o planeta e o espaço. O tio, a ensinou como aproveitar e curtir a vida. Não é à toa que é imune à ressaca e dificilmente cai pra bebida.
Teve uma adolescência como qualquer outro jovem. Bebeu, chegou a fumar, transou. Nada demais, a única diferença era ser filha da Mulher-Gavião e o pior de tudo é que ela sempre disse de quem era filha. Mas, ninguém acreditou, porque convenhamos, é a Krystal. Você nunca sabe se é verdade ou não, mas no fim das contas, é sempre bom acreditar. ★。+゚☆゚+。★ — Qualidades + Defeitos Marcantes:
Suas maiores qualidades é ser engraçada, defender no que acredita até o fim. O seu maior defeito com certeza é querer mostrar a todos que é forte, o que não é mentira. Odeia ouvir comentários infelizes sobre ela. ★。+゚☆゚+。★ — Gostos + Desgostos: Ela odeia egocentrismo e mal caratismo. Seus gostos obviamente são além de bebida e festas, rir em horas inapropriadas. ★。+゚☆゚+。★ — Manias: Bater as pernas quando ansiosa. ★。+゚☆゚+。★ — Medos + Fobias + Traumas: Galinhas. É isso. Sério. Sem zoeira. Ela já enfrentou seres de outros planetas mas ficar no mesmo espaço que uma galinha? Nem ferrando! ★。+゚☆゚+。★ — Doenças e Alergias: Nenhuma. ★。+゚☆゚+。★ — Segredos: Ela é um livro aberto. ★。+゚☆゚+。★ — Espécie:  Thaganariana. Inumano. ★。+゚☆゚+。★ — Codinome: Princesa-Águia ★。+゚☆゚+。★ — Poderes:  Os mesmos de sua mãe. Ela tem perícias com armas antigas. Consegue falar com pássaros e possui força sobre-humana, ela tem uma velocidade em seu voo e é boa em combate corpo a corpo; como sua mãe, é uma ótima observadora e detetive, tanto que é muito fácil se impressionar com sua habilidade de análise e perícia. Também possui uma ótima durabilidade, reflexos e resistência em campo de batalha.
Devido ao seu uniforme que possui (graças ao metal enésimo) audição melhorada, fator de regeneração, capacidade de regular sua temperatura e visão aguçada. Ela pode se tornar imortal caso fique com o metal enésimo ao corpo por muito tempo. ★。+゚☆゚+。★ — Fraquezas + Limites: Sua fraqueza são combates à longa distância, uma vez que suas habilidades são viradas ao corpo a corpo. ★。+゚☆゚+。★ — Habilidades + Inabilidades:  Suas habilidades como já ditas são perícia avançada e ótimo dano crítico e defesa no combate corpo a corpo. 『 Romance 』 ★。+゚☆゚+。★ — Vai querer par ? {Irei escolher}. (x) Sim. 『 Relations 』 ★。+゚☆゚+。★ — Família: A mãe é a Mulher-Gavião ★。+゚☆゚+。★ — Par: Você decide. ★。+゚☆゚+。★ — Amigos: Você decide. ★。+゚☆゚+。★ — Rivais: É bem complicado alguém odiar a Krystal. ★。+゚☆゚+。★ — Melhores Amigos:  Você decide. ★。+゚☆゚+。★ — Inimigos:  Depois de falar horrores e zoar com o inimigo, ela parte para a ação. Gosta de apimentar a briga. ★。+゚☆゚+。★ — Outros recrutas: ★。+゚☆゚+。★ — Leon ''Grant'' Rogers:  Apesar de gostar muito do senso de justiça (e ter uma queda pelo pai do rapaz) e da lealdade de Leon, ela o acha um pouco bobo. Proponho a dizer que os dois possam se tornar companheiros de luta. ★。+゚☆゚+。★ —Lucy Maximoff Johnson: Uhuuu, que medo da garotona ali. Não duvido que Krystal tenha zombado mesmo que mentalmente da “timidez” e das poucas palavras da moça. Krystal já chegou para conversar com ela e digamos que tenha ido tudo bem. ★。+゚☆゚+。★ — James ''Jay'' T'Challa Munroe: Chegou a fazer piadas comparando à realeza wakandana com a realeza britânica. “Vocês também são repitilianos?”. Gosta do comportamento sagaz e seguro do menino e de sua estratégia, mesmo que pense: é bem fácil arquitetar planos com exércitos. Os dois parecem compartilhar um pouco das artimanhas em questão de cálculos. 『 How the Characters Acts 』 ★。+゚☆゚+。★ — Em equipe: Se ela não concordar com sua estratégia, ela dirá. Sempre tem uma ideia mirabolante que mesmo aparente dar errado, ela sabe que irá conseguir. Trabalha bem em equipe, respeita todos. ★。+゚☆゚+。★ — Em momentos de perigo + tensão + sob pressão: Ela faz piadas para disfarçar a tensão e consegue, com isso, ficando mais calma, ela tem uma perspectiva melhor de campo e consegue armazenar energias bem melhor. 『 Styles 』
É bem simples em questão de roupa quando está em casa, estudando ou fazendo outras coisas. Uma calça folgada, bota ou chinelo e uma blusa. Só se arruma realmente quando está em festas.  『 Ask 』 ★。+゚☆゚+。★ — Qual será a reação do personagem quando for recrutado por um dos recrutas? Depois de uma piadinha básica e tirar sarro do recrutas, ela irá aceitar. Sempre gosta de aventuras.
★。+゚☆゚+。★ — Como o personagem reagiu ao desaparecimento de todos, inclusive dos próprios pais?: Por não ser tão próxima aos pais, ela não se importou muito, mas ficou triste. ★。+゚☆゚+。★ — Qual seria o comportamento do personagem em relação a uma grande ameaça?: Como disse uma vez nosso amigo Homem de Ferro: A Terra tá fechada hoje, ______ (cite alguma brincadeira). ★。+゚☆゚+。★ — O que o personagem acha do Projeto: Avengers of Justice?: “Que delícia, um bando de pré-adultos com hormônios à flor da pele lutando juntos.”. Ironicamente é claro. ★。+゚☆゚+。★ — O personagem seria capaz de trair seus companheiros de equipe?: Não. ★。+゚☆゚+。★ — O personagem seria capaz de matar, seja por acidente ou intencionalmente?: Não é muito fã de matar alguém, apenas se tiver sobre perigo iminente. Ela fará sem pena. ★。+゚☆゚+。★ — O personagem se sacrificaria para salvar alguém da equipe?: Terá que ser alguém muito querido. ★。+゚☆゚+。★ — Está ciente de que a partir do momento que enviar sua ficha, seu personagem estará totalmente sob o meu poder e posso fazer o que bem entender com ele, inclusive matá-lo?: Sim, amore. 『 Extras 』 ★。+゚☆゚+。★ — Como é visto pelos outros recrutas?: Como alguém que não quer nada com a vida, brincalhona e inteligente. ★。+゚☆゚+。★ — Com que tipos de pessoas o seu personagem se dá bem + não se dá bem?: Egoístas e egocêntricos. ★。+゚☆゚+。★ — Em que situação o seu personagem será encontrado?: Voltando de uma festa. ★。+゚☆゚+。★ — Curiosidades: ★。+゚☆゚+。★ — Alguma sugestão para ser par do seu personagem?: Não, você decide. ★。+゚☆゚+。★ — Algo mais que queira acrescentar?: Não. ★。+゚☆゚+。★ — Palavra-Chave? : I’m Avenger of Justice.
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lobobobo · 6 years
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Minha alma é velha... Em outros tempos eu tinha gostos, lembranças, desejos e o preço disso foi uma mulher asiática. Tive uma vida difícil com pobreza econômica, sofrimento emocional era a minha fome, fui rejeitada. Os amores foram os preços dos quilates de diamante, cujas todas mulheres tinham e eu nunca tive. Por outros motivos reencarnei novamente.Hoje no meu aposento... Vejo um retrato meu recente em meu quarto, fito nesses olhos cuja ainda lembra-se desta vida passada. Com isso tive uma sensação, diria uma epifania, será que os olhos têm sexo? Pense comigo. Só fitar nesses olhos, o que você ver além dos olhos? Que histórias narram? Será que é uma mulher ou homem? Qual é a tua a pesar? E seu endereço? Ora, está vendo! Eu estou com as minhas filosofias existências. Eu gosto dessa palavra existência. Existência! A palavra me causar provocação. E os olhos não ficam por fora. Quero namorar, com os teus olhos como os quilates gostaria de ter tido. Quero ser uma mulher com que tem a palavra existência no vocabulário casando com todas as histórias de amor que não teve. Quero Pintar a minha boca de vermelha e usar a boca para pronunciar minha palavra - existência. Os olhos compõem uma história cuja título será existência. Já diz e repito achei minha palavra. Minha querida alma porque você olha para este retrato teu? O que estes olhos querem dizer? Qual é o segredo destes olhos incógnito? Esse olhar teu sempre foi triste ou você teve uma vida longa além desta? E se teve quantos séculos você está assim? Quero bailar com teu corpo. Quero ter uma esperança com gosto de água salgada, quero sentir o gosto do mar em meus olhos como um dia de verão, cujo o sol secar todo sentimento mal resolvido. Sim. Estou triste! Meus olhos são tristes! Meus olhos são uma corrente de água. São as chuvas. Estou sim cansada já tem anos. Os meus olhos são as fontes que aguardam meus segredos. A alma não esconde destes (olhos).Pois os olhos são as testemunhas que contam sobre minhas existências. Se tu gostas dessa palavra é porque você correr para a sensação de estar presente na realidade. Você quer encontra um êxtase. Você usar sua própria droga, tristeza, bailando com as lágrimas, assim é fácil de aliviar suas dores, suas angústias, suas decepções e seu mar infinito que não cessar a solidão. Que ousadia minha alma brigando conosco dizem os olhos. Somos os pesos que carregamos desse corpo, essa história, essa ascendência, essa mulher cuja ainda não se encontrou. Mas tem um potencial, é cheia de vida, mulher sagaz, mulher você tem a nós (olhos). Seu coração é um jardim, os olhos cuja podem ser chamados de chuvas, são essências para teu jardim interior. Suas esculturas, suas plantas, as borboletas pousando nas tuas flores, toda essa orquestra são os poemas que compõem teus lábios, mãos a escreverem tudo isso. Acolher teu corpo, e a nós (olhos). Essa crise é passageira. Assim como as partidas dos aviões que vai e vem, suas dores vão diminuir, suas lutas diárias nos acompanharam. Você é especial, porém enquanto estiver nesse mar deserto com sua solidão, cuja você não saiu, não tenha pressa, mas não ache de prazer em sobreviver nesse lugar sem água. Suas filosofias são os vestidos que você cobre sua pele, veja o quão é importante para ti. As teorias construídas são as sobrevivências de sua existência, o motivo de sua autoestima para continuar pintando sua boca de vermelho. Ah! Teu coração, o seu jardim que tem o portão de entrada com a mesma cor vermelho, dando energia, pulsão, o jardineiro que cuida do teu coração chama se sangue, sem este você não teria existência. Este senhor cuidar do seu lugar mais intimo, secreto, nem nós (olhos) podemos entrar sem sua permissão, tu sabes que precisamos de lazer. E o jardim é a parte onde podemos repousar. Não fujas do teu destino. Enfrente com maestria. Sua coragem é a história para os teus olhos se fecharem para repousarem, após um dia longo. À noite somos crianças, precisamos de acolhimento. Os olhos com correnteza de um rio somos nós querendo ser acolhido, respeitado, não ser agredido com as rejeições, não se ferir com mensagens, palavras que ferem nosso jardim. Volta para dentro mulher, cuidar de ti, cuidar dos teus olhos são teus filhos. Seu carma foi ter nos abandonando. Saiba que os olhos têm sexo, gênero, indo além é o particular dos desejos sutis, versos, calmaria, querem repousar em outros olhos cuja estejam prontos como frutos maduros para serem comidos. Sim haverá pessoas que vão colher os frutos e vão desprezar e jogar fora. Outros vão abrir o fruto e vão negar que estão maduros. Mas terá uma pessoa que irá colher, apreciar e saborear desse fruto. Se fechamos as portas... Temos que nos arriscar, mesmo ser machucada uma vez, segunda, terceira ou septuagésimo, você fez o seu melhor, cultivou e cuidou, lembre-se não fechar as portas. Ao contrário vamos nos apodrecendo no pé sem ao menos a serem colhidos os frutos. Ficamos nesse jardim e nada irá servir deixar frutos nos pés das arvores, estas são as fantasias, emoções, desabrochar mulher volte para sua casa.
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fabioferreiraroc · 4 years
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A brutal história do poeta que Stálin matou
O gigante Stálin, no enfrentamento com o julgamento histórico, hoje é anão. Mandelstam, que era pequeno (até no físico), agora é um gigante. E, quanto mais passa o tempo, Stálin vai ficando ainda menor e Mandelstam, cada vez maior. Os ditadores, que devoram os homens que resistem, acabam por serem devorados pela história.
Isolado por Stálin no campo de Versonej, Ossip Mandelstam morreu, de fome, aos 47 anos
Durante anos, na União Soviética, dizer o nome de Óssip Mandelstam (1891-1938) publicamente era uma ofensa grave ao “guia genial dos povos”, Stálin. Aquele que o citasse podia ser preso ou, mesmo, assassinado. A polícia política fez uma varredura cultural e limpou o nome do escritor russo Mandelstam (nascido em Varsóvia) — que o político Nicolai Ivânovitch Bukhárin amava e, enquanto pôde, protegia — dos livros de história de literatura russa ou qualquer outra. Na União Soviética, “ninguém” sabia, ou podia saber, sobre o escritor Mandelstam. Era terminantemente proibido. Seus livros, como os de Boris Pasternak, não eram editados.
Mandelstam era um poeta de formação clássica, não engajado politicamente. Num dos melhores estudos da Revolução Russa de 1917, “A Tragédia de um Povo: A Revolução Russa — 1891-1924” (Record, 1106 páginas), o historiador inglês Orlando Figes diz que Maksimilian Voloshin, Mandelstam e Andréi Biéli (ou Belyi) “mostravam-se ambivalentes quanto à violência revolucionária; entendiam-na como uma força justa e primitiva, mas revelavam horror diante de tamanha crueza selvagem” (página 503). Figes conta, na página 746, que Máximo Górki ajudou Mandelstam.
Há um belo livro no mercado, que poderia ter sido chamado de “O Livro Negro do Comunismo — Cultura”, mas o autor Boris Schnaiderman (um dos mais qualificados tradutores do russo), ucraniano nascido em 1917 e que morava no Brasil desde os 8 anos e morreu em 2016, não o permitiria. Por isso, o título é outro: “Os Escombros e o Mito — A Cultura e o Fim da Soviética” (Companhia das Letras, 306 páginas).
Depois de contar a história do desespero do artista russo, sobretudo daquele que não se adequava ao realismo socialista de Stálin-Jdanov, Schnaiderman escreve: “É bem conhecido o caso do grande poeta Óssip Mandelstam, que não desenvolvia nenhuma atividade política mais foi retirado em 1934 de uma casa de repouso (sofria de crises nervosas) e preso por causa de um poema sobre Stálin, em que este aparece com enormes bigodões de barata [leia o poema nesta edição, em duas versões]. O poema evidentemente não pôde ser publicado, mas o poeta leu-o para os amigos mais chegados e parece que nem chegou a anotá-lo, o que não impediu sua circulação. Depois de preso, ele teve residência forçada em Vorôniej, antes de ser mais uma vez encarcerado e morrer na enfermaria de um campo de trabalho. Pois bem, em meio às condições terríveis de sua vida em Vorôniej, sujeito a privações extremas, quando sua mulher, Nadiejda, muito doente e debilitada, decorava os versos que ele escrevia, para que não se perdessem, ele criou um poema ‘positivo’, em que fala de um tempo em que Stálin faria despertar a vida e a razão. Parece muito claro tratar-se de uma tentativa de se salvar. Mas depois, também nos ‘Cadernos de Verôniej’, aparece um poema nada canônico e bem sensual, dirigido a uma mulher morena (que não era Nadiejda; esta, aliás, em sua faina desesperada de conservar tudo o que ele escrevera, fazia questão de guardar os poemas e cartas que dirigia a outras mulheres), que profere com carinho e suavidade o ‘nome tonitruante de Stálin’. Ora, é claro que o nome neste contexto não se destinava a manifestar subserviência. Seria ‘identificação com o agressor’, numa escala desmedida? Talvez”.
No início de sua guerra contra os escritores, Stálin adotou a política de não matar, mas de isolar. Se não tinha tanto medo dos principais líderes bolcheviques, que foi matando um a um, até submeter toda a elite política e militar, Stálin tinha pânico de ver-se “mal” descrito pelos escritores, sobretudo pelos poetas. Tanto que, ao saber que Mandelstam o havia caricaturizado num poema, entrou em contato com Boris Pasternak, que admirava (sem conseguir controlar; pouco depois da perseguição a Mandelstam, chegou a vez de Pasternak, que, proibido de publicar, passou a traduzir, especialmente Shakespeare), para saber da importância do poeta. Stálin telefonou para o poeta, mais conhecido como autor do romance “Doutor Jivago”.
O diálogo entre Pasternak e Stálin é, embora também trágico, hilário. A conversa está registrada no prefácio (do tradutor e crítico literário Paulo Bezerra) do livro “O Rumor do Tempo” (Editora 34), de Mandelstam:
Stálin — Mas ele [Mandelstam] é um mestre, não é? Não é um mestre?
Pasternak — Sim, mas esse não é o problema.
Stálin — E qual é então?
Pasternak — Gostaria que tivéssemos uma entrevista. Para conversar.
Stálin — Sobre o quê?
Pasternak — Sobre a vida e a morte.
Stálin não gostou do que considerou petulância de Pasternak, um “simples” poeta, e bateu o telefone. Paulo Bezerra escreve: “Era muita petulância de um poeta grande porém mortal querer conversar sobre semelhante tema com o senhor da vida e da morte de milhões, principalmente da morte. Mas Stálin não telefonou a Pasternak por acaso: queria saber de fonte autorizada o real valor de Mandelstam na bolsa da poesia. Estava repetindo uma tradição que Marcel Detienne estudou em ‘Os Mestres da Verdade na Grécia Arcaica’: o poeta é um mestre da verdade, sua palavra perpetua na memória das gerações futura os feitos dos reis, podendo projetar deles uma imagem positiva ou negativa. E Stálin sabia que a opinião que as gerações futuras teriam dele dependia muito do que os poetas viessem a dizer dele. Mas tinham de ser poetas que se destacassem por aquela qualidade estética que assegura vida longa à sua obra. Por isso ele insistiu com Pasternak: ‘É um mestre’? E mestre é aquele capaz de exaltar com o mesmo virtuosismo com que desmascara, e então os versos que exaltam superam e apagam os que desmascaram. Portanto, em vez de fuzilar logo Mandelstam, era mais inteligente levá-lo a usar o seu grande talento para engrandecer a ele, Stálin. Manter o poeta vivo e não mandá-lo para um campo de trabalhos forçados, mas para um lugarejo isolado e depois para a cidade de Vorôniej, era preservá-lo na condição de ‘devedor’”.
Mandelstam entendeu o recado de Stálin: não tendo sido assassinado, deveria agradecer a gentileza. Escreveu uma “Ode” a Stálin, mas sem muita qualidade. “Nome glorioso… para a honra e o amor, o ar e o aço”, mentiu Mandelstam. “Mais verdadeiro que a verdade”, acrescentou. “Talvez Mandelstam esperasse com isso salvar a própria vida. Mas em vão: acabou novamente preso e morrendo na enfermaria de um campo de trabalhos forçados, vítima da fúria de um período funesto da história do seu ‘século-fera’”, relata Paulo Bezerra. Na introdução de “Guarda Minha Fala Para Sempre”, Nina Guerra diz que Mandelstam “morreu de fome [em dezembro de 1948, aos 47 anos], de distrofia. Não existe o túmulo dele”.
Poeta, prosador e crítico
Mandelstam escreveu “600 poesias, ensaios autobiográficos e filosóficos, artigos de crítica literária e traduções poéticas (Mallarmé, Racine, Barbier, G. Duhamel, Jules Romain, a “Chanson de Roland”, Petrarca, entre outros)”. (Paulo Bezerra conta que Mandelstam lia intensamente a poesia de Dante, François Villon e André Chénier.) Mandelstam é um poeta à parte, autônomo, por isso é difícil filiá-lo a uma corrente. “Em 1911 foi criado um grupo literário em que entraram, entre outros, Nikolai Gumiliov, Anna Akhmátova, Serguei Gorodetski e Óssip Mandelstam. Um ano depois, a nova corrente literária foi batizada de ‘acmeísmo’ (do grego acme — ponta aguda). A nova corrente tornou-se uma superação lógica do simbolismo. Voltar à terra: da eternidade para a história, da feminidade eterna para o princípio masculino, dos espíritos incorpóreos, sejam anjos ou diabos, para a força animal, do além para o quotidiano, da ideia para as manifestações concretas”. A crítica de Mandelstam ao simbolismo: “O simbolismo russo gritou tanto e tão alto sobre o indizível, que o indizível começou a circular como papel-moeda”. O primeiro livro de Mandelstam, “Kamen” (Pedra), foi editado em 1913. “É muito marcante a imagem da pedra na poesia mandelstiana”, avalia Nina Guerra.
Em 1918, escreve a ode “Trevas da Liberdade”, na qual, segundo Nina Guerra, “introduz um novo elemento na poesia russa: uma atitude ativa para com o mundo independente da posição política, um imperativo ético de ter a ‘coragem do homem’, que para ele é maior que a ‘coragem do cidadão’”. “Glorifiquemos, irmãos, as trevas da liberdade — O grande ano das trevas. Glorifiquemos o fardo sombrio do poder, Seu jugo insuportável”, escreveu Mandelstam. Era uma forma, conforme nota Nina Guerra, de glorificar o inglório. “Mandelstam, como poeta e como pessoa, era contra qualquer derramamento de sangue. E não em teoria: em 1918, em Moscou, o socialista-revolucionário Bliumkin gabava-se-lhe de que tinha nas mãos a vida de muitas pessoas; Mandelstam, indignado, arrebatou-lhe das mãos as listas dos condenados ao fuzilamento e rasgou-as ali mesmo.”
Quase tudo do que se preservou de Mandelstam deve-se à sua mulher, Nadiejda. Ela guardou o que foi possível, até poemas de amor para outras mulheres. Deve-se a essa mulher sagaz e desprendida a “salvação”, em grande parte, da poética de Mandelstam. Certa vez, o poeta escreveu para sua mulher: “Baralharam-me, sinto-me como na prisão, não há luz. Quero limpar-me das mentiras e não sou capaz, quero lavar-me da sujidade e não posso”. É o que as ditaduras fazem aos inocentes, mesmo com aqueles que, poetas, têm o dom da palavra. Os ditadores não perdoam a rebeldia da palavra — encarceram, humilham e matam.
O gigante Stálin, no enfrentamento com o julgamento histórico, hoje é anão. Mandelstam, que era pequeno (até no físico), agora é um gigante. E, quanto mais passa o tempo, Stálin vai ficando ainda menor e Mandelstam, cada vez maior. Os ditadores, que devoram os homens que resistem, acabam por serem devorados pela história.
O poema de Óssip Mandelstam que provocou sua prisão em 1934
(A Revista Bula publica duas traduções — a brasileira e a portuguesa)
Vivemos sem sentir o país sob os pés, Nem a dez passos ouvimos o que se diz, E quando chegamos enfim à meia fala O montanheiro do Krémlin lá vem à baila. Dedos gordurosos como vérmina gorda. Riem-se-lhe os bigodes de barata, Reluzem-lhe os canos da bota alta. À volta a escumalha — guias de fino pescoço — Nas vênias da semigente ele brinca com gozo. Um assobia, o outro geme, aquele mia, Só ele trata por tu, escolhe companhia. Como ferraduras, lei ‘trás de lei ele oferta, Em cheio na virilha, olho e sobrolho e testa. Cada morte que faz — crime malino E o peitaço tem amplo, o ossetino.
Tradução: Nina Guerra e Filipe Guerra
Nós vivemos sem perceber o país sob nós, nossos discursos não são ouvidos a 10 passos de distância, Mas onde há apenas uma meia-conversa sempre nos recordamos do montanhês do Kremlin. Seus grossos dedos são gordos como vermes, e suas palavras seguras como fios de mundo. Riem seus bigodes de escaravelho, e brilham suas polainas. Rodeia-o um bando de chefetes submissos E ele se diverte com a servidão dos semi-homens. Há quem assovia, quem geme, quem choraminga se somente ele fala ou aponta o dedo. Como ferraduras ele forja um ukaz após outro com os quais de um ele ferra a virilha, de outro a testa, de mais outro as sobrancelhas, de outro ainda os olhos. Não há execução que não seja para ele uma festa.
Tradução: Luís Mário Gazzaneo
Ditador dos bigodes de barata não gostou
A tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra, feita a partir do original russo, está no livro “Guarda Minha Fala para Sempre”, de Óssip Mandelstam, publicado pela editora portuguesa Assírio & Alvim. A “Revista Bula” mantém a acentuação portuguesa (Krémlin, vénia ) e a estrutura da versão. A tradução de Luís Mário Gazzaneo está no livro “Os Últimos Anos de Bukhárin”, de Roy Medvedev, Editora Civilização Brasileira (página 73). Ela foi feita a partir do italiano.
O poema é de 1933, quando Stálin já era senhor absoluto da União Soviética. Mas as matanças dos “inimigos” pessoais do ditador começaram no ano seguinte. Esses adversários eram tratados (e apresentados à população) como inimigos do socialismo, da revolução, da União Soviética. Eram “terroristas” e “trotskistas”. Mandelstam teve coragem de desafiar Stálin quando os políticos e muitos escritores já buscavam a conciliação com o objetivo de sobreviver política e, sobretudo, fisicamente. Mandelstam fez o desafio supremo ao dizer que o bigode de Stálin era de barata e seus dedos gordos foram comparados a vermes. É um retrato sem retoque do ditador georgiano, Stálin, dos ditadores em geral e da submissão que os regimes de exceção produzem. Segundo Roy Medvedev, Mandelstam não escreveu os versos. Ele limitava-se a recitá-los “em várias ocasiões a alguns amigos”. A transcrição teria sido feita por um stalinista com o objetivo de indispor Mandelstam com Stálin. Como era recitado em vários lugares, com entonações e palavras diferentes, há outras versões do poema.
A brutal história do poeta que Stálin matou Publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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osanecif · 4 years
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Opinião – Nada de novo… Apenas as cenas habituais…
O diabo, foi haver demasiado tempo livre, sem nada de novo para o preencher! De outro modo, ninguém teria resistido a um tão inusitado pedido de desculpas do primeiro-ministro (PM) sobre uma falha de comunicação do seu ministro das Finanças, quanto à transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco. Hoje, já todos julgamos saber que o contrato de compra e venda da parte boa do ex-BES, celebrado por ordem daquele PM, entre o Estado Português e a Lone Star, estabelecerá que, até 2023, o Fundo de Resolução, que inclui o Estado, poderá ter de injetar até 3,89 mil milhões de euros de capital contingente, para superar perdas nos ativos daquele banco. E se o país inteiro o julga saber, de certeza o sabia os que têm apoiado politicamente o governo daquele PM, pelo que, a pergunta da líder do Bloco de Esquerda, e a resposta e posterior pedido de desculpas do PM, poderão ter sido encenações. E não sendo Governo e Bloco politicamente incompetentes, há uma dúvida legítima: Não estaremos a assistir a mais uma das habituais cenas matreiras, de que andamos todos tão fartos, que descremos dos políticos, e abjuramos a política? É que nesta época, em que a pasmaceira política é ainda maior do que é habitual, e em que só se analisam Covid-19, cuidados intensivos, confinamentos, e similares, a saga da tão evidente falta de sintonia entre o PM, e aquele ministro, é uma bênção para quem tem de dar ao povo, algo de novo. Razão pela qual lhe peço que siga comigo, um tão crível como incrível argumento teatral: A ação começará com um contestado ministro do Eurogrupo, a querer mudar de casa. Ocupada que está a do FMI, o guião indica a do Banco de Portugal, cujo Governador “nunca” depende do poder político. Haverá maior prova de independência do que um ministro luso honrar o contrato com um fundo americano de pensões, em vez de seguir as orientações do seu primeiro-ministro? O papel secundário cabe, como sempre, à atriz do Bloco. Já dos usuais devaneios e nevoeiros do PSD, nada surgirá. Outros figurantes terão deixas e falas, mas ações, nada! E nem entra em cena outro governo, porque o atual aguarda brutal injeção ´daquilo´ com que calará quem mais gritar com esta crise! E só quando balúrdios de euros já nem derem para manter um muito fugaz ar de prosperidade, é que entrará em cena um outro ministro das Finanças. E mais para o final deste drama, quando tudo piorar, ao ponto de haver um novo pantanal, e for absolutamente impossível negar a austeridade que há muito tempo atingiu quem perdeu parcos haveres, nem assim os atos seguintes serão de outro governo, mas de outra, e ainda mais relevante, remodelação ministerial! É que a trama desta ação refere que, como o ator principal ganhará futuras eleições legislativas, não entra nos últimos atos, exceto se algo correr pessimamente. Aí, voltará para a ribalta! É que este artista, no primeiro ato, teve arte e engenho para vender o Banco sem se chamuscar com os meandros de um negócio que terminaria com a carreira de qualquer outro, mas não de quem, como ninguém, alia astúcia oriental a desenrascanço ocidental. Um vero génio cénico e político! Já o final deste enredo irá pôr os cabelos em pé a quem não apreciar o eloquente ator que, desde 2015, leva de vencida um anunciado diabo, sempre com um sorriso nos lábios! O que resistiu às tragédias florestais de 2017, que custaram a vida a mais de cem pessoas, por incúria de quem geria então o território nacional, que não dele! O tal que, depois disso, e apesar dos demasiados compadrios entre muitos dos seus governantes e familiares, foi por um triz que não teve maioria absoluta, em 2019… Aquele que, em 13 de maio de 2020, estendeu o manto presidencial a quem retribuiu, tirando o tapete ao “Super Mário”. Exato! O mesmo que governará, a partir de 2023, preparando as presidenciais de 2026. Não gosta deste epílogo? Olhe, se o Covid-19 não for mais sagaz que Labão, António terá mais êxito que Jacob, que nem ao fim de sete anos, teve Raquel…
Opinião – Nada de novo… Apenas as cenas habituais…
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mastervendas · 4 years
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Assista aqui ao Webinário Gestão Comercial em Tempos de Crise e Turbulência, com Raul Candeloro e Marcelo Caetano
Por Daniel Domeneghetti
O novo cliente é vaidoso e sagaz, porque sabe o que quer. Ele sabe que tem um arsenal de possibilidades e informações ao seu dispor. Nesta realidade, cabe às empresas aprenderem a lidar com o empoderamento ímpar do comprador dos novos tempos. O caminho é um só, principalmente para as varejistas: adequar-se ao perfil mais maduro deste consumidor.
Entretanto, ajustar-se aos anseios do cliente 3.0 não é tarefa fácil. Como eu já disse: o poder está com ele! Neste jogo, não basta ser ou ter um bom vendedor no outro lado do balcão. Para encantar o consumidor, o vendedor precisa sair do pedestal sustentado pela velha máxima “tenho uma boa lábia e isso basta”.
Exigente, o atual consumidor busca uma experiência única no processo de compra. Por isso, para encantá-lo, o vendedor hábil é aquele que vai além de oferecer água ou cafezinho durante a compra. O bom consultor simplifica o diálogo, fala de igual para igual com o cliente e não força a amizade, avançando na intimidade. Ele entende o seu papel de intermediador de desejos existente na relação entre marca e cliente.
Não é nada mal entender os anseios e afirmações que percorrem o DNA empoderado do novo consumidor. Garanto que ao saber sobre os fatores abaixo, você – vendedor ou empresa – será mais eficiente e diferenciado ao abordar o seu cliente 3.0. Vamos lá:
– Estou em mutação, mas prefiro que digam que é evolução.
– Tenho múltiplos chapéus: consumidor, cidadão, acionista, colaborador. Sou uma miríade de tons de cinza.
– Sou aberto à experimentação. Muitas vezes sou infiel, entro na onda do efeito viral, mas volto para você, meu porto seguro. Viva com isso!
– Me engajo em redes e comunidades para trocar informações sobre marcas e produtos e também sobre pessoas, tendências, fofocas. Quais são seus podres?
– Sou simpático ao conceito de gratuidade. Cuidado que me acostumo mal com a cauda longa. Vai perder dinheiro comigo!
– Aproveito todas as possibilidades da realidade mutimídia e multidevice que estão dentro de minhas possibilidades. Me ajude com isso!
– Não sou fixo à minha classe social e muito menos meus avatares.
– Não é exatamente vergonha. É que aprendi um pouco de engenharia social.
– “Conheço” meus “direitos” e “defendo” meu “ponto de vista”.
– Me acho inteligente. Não dá mais para ser burro, porque agora comparo os elementos racionais de consumo por meio das ferramentas disponíveis.
– Gero mídia e conteúdo. Amplio meu poder de atuação e influência. Às vezes, me chamam de celebridade. Afinal, quero meus 5Mb de fama!
– Não ligo para propaganda, porém valorizo a boa comunicação.
– Não tenho problema em elogiar, recomendar, criticar, processar. Tudo depende!
– Quero saber quais são seus valores e políticas, empresa. O que sua marca significa na sociedade. Preciso saber para ver se vou ser da sua comunidade, tribo ou rede. Ah, e quero saber, porque quero saber.
– Na maioria das vezes isso ainda não me impede de transacionar com você.
– Aliás, quem são seus embaixadores, intermediários, endossantes, hein!? A que time você pertence?
– Digo que sou sustentável e que exigirei sustentabilidade de você, mas na verdade preciso de um empurrãozinho.
– Mesmo sem necessariamente saber, me posiciono como seu principal acionista.
– Advogo pró-socialismo do cliente.
– Exijo qualidade e uma relação valor-preço que me pareça justa… para início de conversa.
– Interajo e exijo feedback qualificado e rápido. Atenda-me em todos os canais que eu quiser e você deixar.
– –
Daniel Domeneghetti é especialista em estratégia corporativa, top management consulting e gestão de ativos intangíveis e CEO da DOM Strategy Partners, consultoria 100% nacional focada em maximizar geração e proteção de valor real para as empresas.
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gihc-blog · 6 years
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WORKSHOP
Bom, primeiramente boa tarde a todas! 
Meu nome é Gisele e eu preciso explicar minha presença aqui né? Bom. Tenho um instagram! Pareceu vago pra vocês né? rs. Ok. Vou desenvolver isso. Há cerca de um ano atrás fiz um curso profissional de maquiagem, fiz um instagram para que eu pudesse trabalhar com isso (não tive o tino pra esse negócio) mas PASMEM, nessa de seguir várias pessoas diferentes por esse instagram, buscando claro chamar atenção pro meu negócio, as pessoas começaram a se interessar pelo jeito que eu dava as dicas! É. As dicas do que comprar. Do que não comprar. E no fim eu estava recebendo directs e directs de meninas até do Acre. Achei engraçado. Mas vi que a maquiagem não era pra mim como negócio, contudo, as pessoas, sagazes como são, descobriram dali, meu perfil pessoal, que ate então era trancado. E eu que tinha cerca de 500 seguidores passei a ter 800. Pronto. Abri meu perfil. Cancelei meu perfil de maquiagem e hoje com quase oito mil seguidores no meu instagram pessoal me intitularam blogueira. Pronto! Fiz um resumo bem resuminho do porque me encontraram. Mas tem um pouco mais. Eu não tem o blog como profissão. Sou uma mera estudante de direito que é apaixonada por escrever desde os nove anos de idade. Só que foi também aos nove anos de idade que eu tive minha primeira crise depressiva, e ok, eu confesso, houveram alguns outros fatores, mas o dominante, foi a falta de autoestima. Aos nove anos de idade, eu havia acabado de descobrir, minhas caras, que existiam coisas como padrão, imposições sociais e bullyng. Hoje as pessoas daquela epoca conversam mais abertamente comigo, e uma delas já me disse, que existia sim na escola, uma “imposição” de que no recreio ninguem deveria sentar com a Gisele. Quando ela me contou isso, eu só tive vontade de abraçar, todas as Giseles que provavelmente ainda existem por aí. Mas bem,sem muito devagar. Eu cresci com esse bichinho da depressão. Vivi também o famoso efeito sanfona, que todas aqui provavelmente estão familiarizadas. Bom, tive fases muito magra, fases muito gorda, e hoje tenho clareza pra contar pra vocês que não era a magreza que me livrava da depressão, ou o excesso de peso que me aproximava dela. Foi então que aos 18 anos, cheguei ao ápice. Eu estava já com um problema na coluna por um problema de excesso de seios, e resolvi ir até um cirurgião plástico pra fazer a redução mamária, e claro, aproveitei o momento pra conseguir a autorização dos meus pais, pra fazer a lipoaspiração. Eu pesava 65 kg na epoca. E me odiava com toda a força do meu ser. Passava horas chorando olhando pro espelho quando uma calça deixava de servir, nao sei se minha esperança era chorar até desidratar o suficiente pra caber na calça, ou se era pra ela se compadecer do meu sofrimento e dar uma alargadinha pra voltar a fechar.  Empolgada com a operação emagreci, entrei na sala de cirurgia com 63 kg. Sai com 63 kg. E vocês não imaginam a minha frustraçao, eu uma semana depois, pesando em uma nutricionista, ao descobrir que nao tinha emagrecido uma grama sequer. Eu achei que era mágica! tipo pó de piripimpim. eu ia entrar no hospital e o médico ia me dar algo que faltava em mim por toda vida. ou sobrava. eu não sabia bem a essa altura. Bom, o que posso dizer pra vocês é que eu nunca senti tanta dor em toda minha vida. As pessoas com quem eu conversei, me disseram que é pior que a dor do parto, e honestamente, eu acredito. Mas sai dali focada. Chorei por semanas pela dor, mas foi um choro tranquilo, foi um choro com uma sensação de “estou chorando aqui, mas é pra resolver todos os problemas da minha vida, então tudo bem”. Aí sai da primeira parte do pós operatório e pude voltar a me mexer normalmente. me tornei a pessoa mais fit que você conhece. JURO! Eu passei a vestir 34/36 e por algumas semanas achei que essa era a vida mais incrível do mundo. Sempre tive um sonho secreto, que nunca contei pra ninguem, entao por favor, não espalhem: eu queria entrar numa loja, pegar uma roupa tamanho P, comprar e sair sem nem pagar sabe? Pois bem. Fiz isso. Com minha mesada de universitária da epóca não podíamos esparar muito amigos,mas vi uma lojinha de um shopping perto de onde eu morava escrito PROMOÇÃO, e ai, entrei. COM O NARIZ MAIS EM PÉ QUE EU CONSEGUI COLOCAR. Peguei o unico cropped da loja que cabia no meu orçamento. E fiz isso. Foi uma sensação maravilhosa quando a vendedora perguntou se eu ia experimentar e eu disse que não. e ela insistiu perguntando se era pra presente, e eu disse que não. ahhh saí de lá a rainha do mundo. CHEGUEI EM CASA O CROPPED ENTROU. MAS A VÁCUO. nunca usei. tá lá em casa até hoje. pra me mostrar que certas ilusões de que a vida de mulheres magras são simples e incriveis são so isso mesmo. ilusões. Bom. ainda nesses meses de recuperação pós lipo, perdi um amigo e a depressão (que eu achei que tinha sumido) tava só escondida menina! voltou com tudo e me arrebentou. Eu estava com 59 kg. Ela me engordou 25 kg,4 em coisinha pouca de cinco meses. Hoje ja fazem três anos dessa lipoaspiração. Eu fui e voltei aos 63kg mais vezes do que posso contar. mas ate então, não tinha descoberto o porque tudo dava tão errado. e hoje, depois de tanto falar, o que, a propósito, são os temas que eu abordo ali no meu instagram, mas enfim, hoje, depois de tanto falar, eu vim contar pra vocês porque deu errado pra mim todas as vezes do engorda emagrece. EU FIZ NA ORDEM ERRADA. eu quis emagrecer, pra me amar. mas não é assim que funciona. eu estive lá, magra, só que como eu não tinha aprendido a me amar, eu me olhava no espelho e eu não via beleza alguma. eu estive lá, acima do peso que estou hoje, e também olhava no espelho e não via beleza alguma! Parece óbvio e cliche, mas o segredo tá na gente aprender a se amar exatamente do jeito que a gente é. Primeiro porque toda essa ideia de padrão é fruto de uma ideia ilusória e louca da sociedade e segundo porque se você prestar atenção existe sim beleza em qualquer tipo de corpo. O que não quer dizer que você tem que ser uma arvore e se manter como está! quer emagrecer? emagrece! ou está magra e quer ganhar massa ou engordar? faça isso! só que você precisa se amar nas curvas do caminho. porque você pode até fazer como eu, e chegar no seu objetivo, sem se amar, mas você vai continuar infeliz e perdido. ENTÃO SE AMA HOJE. do jeito que voce tá. eu já tive aversão ao espelho. e a pouco tempo, quando decidi voltar a uma rotina saudavel (sim decidi emagrecer novamente) eu fiz as pazes com ele. tirei uma foto de lingerie e postei nas redes sociais. choquei um pouco a sociedade. deu a louca na gordinha. mas não. eu não quero que isso seja um ato de coragem meu. gostaria que fosse uma mensagem de amor próprio pra todas as mulheres. MUDE SE QUISER. O QUE QUISER. COMO QUISER. MAS SE AME HOJE. 
agora depois de tanta monopolização do microfone, gostaria de conversar com voces, ouvir suas histórias ou perguntas. 
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Período militar: o contexto agora é outro
 Uma coisa é certa: os próximos meses serão tão agitados quanto imprevisíveis para jornalistas que trabalham no Brasil. Espera-se que a liberdade de imprensa constituída e vigente no pós-ditadura se mantenha sólida e sadia para exercer suas atividades numa democracia. Cabe aos profissionais investigar abusos, denunciar irregularidades e proporcionar acesso à informação de qualidade. Quais transformações a prática do jornalismo sofrerá no próximo Governo? Se prever parece difícil, especular é muito mais fácil.
Espelhado no padrão Trump, o futuro presidente brasileiro Jair Bolsonaro vem bloqueando veículos de comunicação que lhe desagradam em suas recentes coletivas de imprensa, evitando assim ser questionado sobre temas importantes para o país como a fusão dos ministérios do Meio Ambiente e Agricultura ou o encerramento do Ministério do Trabalho, dentre tantos assuntos polêmicos com que trata com rigidez e inflexibilidade. Jovens da imprensa alternativa estarão ainda mais expostos e fragilizados no exercício da profissão na rua ou nas redes sociais.
Se alguns intelectuais comparam o período atual com o momento que antecedeu o período militar, dadas as afinidades ideológicas, o contexto agora é outro. “São tempos diferentes, não da para comparar. O que nos resta é aguardar na torcida que ele faça um bom governo. O Brasil precisa sair dessa crise”, afirma o fotógrafo Evandro Teixeira, cujas imagens produzidas durante o regime militar brasileiro são icônicas e inesquecíveis. É sem dúvida alguma o fotógrafo que documentou de maneira mais intensa o período militar no Brasil.
Se hoje parece inimaginável dividir sua mesa nas redações com oficiais do departamento de censura, vale lembrar que até 30 anos atrás a rotina era essa. Controle e vigilância sobre toda informação produzida e veiculada era a praxe. Afinal, quem se beneficia com a omissão das informações? “A passeata dos 100.000 foi um dos momentos mais marcantes da minha vida. A foto que o Jornal do Brasil escolheu para a capa era uma imagem minha com os dizeres “abaixo a ditadura” numa faixa e, por isso, estávamos eufóricos na redação”, relembra Evandro, que viu sua foto ser rasgada por um dos oficiais de plantão daquele dia.
Se no Brasil a preservação da memória nunca teve força e nem interesse, no período militar essa condição ficou ainda mais acentuada. “Muita coisa se perdeu, filmes e negativos foram confiscados e queimados. Conseguimos salvar uma pequena parte das fotografias que nos ajudam hoje a relembrar aquele passado tão obscuro”, conta o fotógrafo, que passou alguns dias preso durante o regime. “Tínhamos que ser sagazes, não deixar ser pego de jeito nenhum, porque era uma questão de sobrevivência. Equipamentos confiscados e quebrados eram os menores dos problemas. Os rolos de filme a gente mandava escondido, dava um jeito”, relembra Teixeira com saudosismo de uma categoria cuja função política era derrubar o sistema estabelecido pelos militares. “Era uma tensão permanente, um clima nervoso e de medo”.
Sim, os tempos são outros, fato, mas o jornalismo sério feito com tempo e dedicação, apuração e investigação há de sobreviver para documentar as transformações de uma agenda conservadora que devem acontecer nos próximos anos. Segundo dados da ONG Repórteres Sem Fronteiras, cerca de 2/3 da população brasileira têm o aplicativo WhatsApp como principal fonte de informação. Nos EUA de Trump o acesso ao aplicativo é baixo, visto que os serviços de mensagens de texto são gratuitos. Não à toa, jornais americanos comprometidos com jornalismo de qualidade viram seu público digital subir nos últimos anos.
No Brasil, os grandes veículos ainda patinam para se adaptar à dinâmica online. “Naquela época era diferente. Tínhamos 18 publicações só no Rio de Janeiro. Hoje tem apenas um único jornal”, lamenta Evandro Teixeira, que viveu o período romântico e saudosista do jornalismo nacional descrito na música Valdomiro Pena, de Jorge Ben Jor. “Eu fazia com o coração e com a alma. Minha maneira de lutar era com minha câmera”, conta o fotógrafo cujas imagens feitas durante a ditadura militar integram coleções de fotografia dos principais museus brasileiros como MASP, MAC-SP e MAM-RJ.
A dinâmica do consumo da informação foi alterada para sempre na era digital. A queda de leitores dos grandes jornais brasileiros nocauteou os investimentos nas grandes reportagens investigativas feitas com meses de apuração. Núcleos de reportagem exclusivamente investigativos são uma realidade para jornais tradicionais como o EL PAÍS, que desenvolve anualmente uma série de reportagens de longo prazo. “O Jornal do Brasil prestigiava muito a fotografia. Editores como o Roberto Pires tinham muita coragem para peitar o Estado com uma imagem impactante mesmo com as violentas consequências”, sintetiza Evandro Teixeira. É preciso ter coragem e compromisso com a informação. Fazer jornalismo com alma, como diz Evandro, onde canetas e câmeras fotográficas possam ser armas poderosas na documentação histórica deste novo e complexo período.
A dita crise do jornalismo é na verdade uma crise social de valores que se agrava em meio à onda de intolerância que avança pelos continentes. Na era das fake news o exercício do jornalismo é de suma importância para que a democracia respire sem ajuda de aparelhos. Para problemas complexos como os nossos é preciso questionar, averiguar, checar, analisar, investigar e publicar fatos relevantes para a democracia. Em 1967, o então presidente Marechal Arthur da Costa e Silva participava de evento militar no Rio de Janeiro quando Evandro Teixeira registrou a célebre imagem de uma libélula pousada na ponta de uma baioneta. “A foto foi publicada na primeira página. No dia seguinte, ele mandou me chamar, me xingou, me esculhambou e fui mandado para a solitária debaixo de porrada, onde fiquei uma noite preso. Fazer jornalismo incomodava, e nós gostávamos disso”. Em tempos conservadores, o jornalismo há de sobreviver para documentar a história. Nós, fotojornalistas, temos a missão de produzir imagens tão poderosas quanto as feitas no período militar por Evandro e seus colegas. Conseguiremos? O tempo dirá.
 Fonte: Por Victor Moriyama - fotógrafo e colabora com os mais importantes jornais do mundo
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noticiaspace · 6 years
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Diabocracia
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão e Laércio Laurelli
Vivemos a demonização da política, um horror dos partidos e a mesquinhez de campanhas perversas cujo horário eleitoral em nada ajuda, apesar de obrigatório, igualmente o voto. Teremos cerca de 40% de votos  nulos, brancos e abstenções, um quadro preocupante que exige reflexão.
A democracia fracassou no Brasil? Preferimos os ídolos de pés de barro, os verdadeiros arautos do welfare state, que personificam a desgraça e ganham sensações de esperança perante a miséria humana de milhões de desempregados. Os programas sociais adotados pelo desgoverno levaram o País à ruína, as cotas, e tantas ideologias que representam a diabocracia, um estilo capetão que não assuste nem de longe o ardor das massas pró capitão.
Essa popalização nefasta começa a ocupar espaço e demonstrar que não estamos maduros e pouco responsáveis pelo dia seguinte. Não formamos sociedade, povo, Nação, Estado, mero ajuntamento, ou amontoado de pessoas cada qual perseguindo seus próprios interesses e vontades egoístas. Quem poderá salvar o Brasil das mãos sujas da corrupção, da farsa, do voto inócuo e do preço alto de uma democracia que não funciona?
Explico desde a redemocratização do País tivemos impedimentos presidenciais, quedas de governos, crises das mais variadas possíveis, prisão do chefe do parlamento, e mais de uma centena de processos contra o lixo privado público que infesta o Brasil de ligações espúrias e promíscuas. Infelizmente não se conversam os políticos para fazerem alianças que visem ao interesse do País.  Quando se juntam é para tomar o poder. Precisam e necessitam saber que o poder na democracia é alternância e não militância.
O desgoverno criou o pior cenário,trouxe milhares de famintos e analfabetos e tentou popularizar o ensino, ofertou financiamento,inclusive para compra de casa, o resultado final nem poderia deixar de ser outro, calote nos bancos, desperdícios de dinheiro público e não somos fantoches desses mentirosos sagazes que não assumem a própria culpa e querem transformar o Brasil numa República bolivariana.
Um País continente que tem tudo para dar certo somente colhe frutos amargos de instituições quebradas moral e eticamente, Não há caminho á frente exceto o desfiladeiro, enquanto não se conscientizarem que poder é serviço e não roubalheira, não espertalhões,não medidas provisórias compradas, não benefícios fiscais, não planejamentos tributários delituosos, e assim caminha a nossa pobre humanidade, na terra da Jabuticaba.
Entre o leito hospitalar e o prisão especial os candidatos jogam todas as suas fichas. Os debates são meras promessas de campanha. Todos sabemos que os anos seguintes serão mais dificultosos e sem as mudanças fortes e sólidas a quebradeira será generalizada. Mais de 500 mil empresas sumiram do mapa na última década,lojas e estabelecimentos fechados, crise espalhada, não há dinheiro na mão do povo que sobrevive.
Eis o receituário do desgoverno tornar todos,indistintamente,subservientes à linha ideológica para que vivam na linha máxima de pobreza e da miséria, enquanto eles, na linha de Maduro, um corrupto inveterado, saboreiam em restaurantes de luxo pratos de mais 350 dólares.
O dia seguinte será decidido por você eleitor os tucanos já mostram que o bico é sujo, os esquerdistas a incompetência aliada à corrupção,e cerca de 35 partidos com candidatos que amedrontam.
O melhor é existir uma prova de habilitação com cem questões para todos que se candidatem - aplicada pelos TRE S. Os que acertarem 80 questões poderão ser representantes do povo. Do contrário, precisam saber o que é ser político honesto e comprometido com o bem estar da sociedade civil.
Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laércio Laurelli (aposentado) são Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo.
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lunarchives-blog · 7 years
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BIOGRAFIA ; zhamirys
Inexistência de pretensão, inegável bondade e imensa habilidade de ter o que deseja advindo de esforço único e próprio: assim, nasceu o amor. Desnecessários fingimentos, nenhuma venda da beleza supérflua ou irreal, Lorénz conquistou o apreço de Marar, Reina de Kaesian, e seu marido, Tiern, por características intrínsecas do seu verdadeiro eu. O jovem jardineiro e Aprendiz de Ymis possuía as qualidades que lhes faltava como Seguidores de Alazn e Vitit, sua metade perfeita. União em matrimônio do trio, segundo esperançoso povo, cumpriria a profecia e poria um fim no descanso dos Deuses. Contudo, após o Kadusj – pacto de sangue indissociável realizado pelos amantes –, não houve sequer sinal do retorno divino, e o trio era apenas mais um na história. Exceto, é claro, por suas grandes realizações enquanto governadores.
Uma vida de diplomacia com outros monarcas trouxe soturno vazio para tão adorado trio. Neutralidade e pacificidade garantiam segurança nacional durante Guerras Myadés, uma série de revoltas sociais travadas em reinos vizinhos, e embates de territórios mais distantes. Secreto fornecimento de recursos financeiros e digníssimos espiões propiciaram inúmeras vantagens políticas e econômicas. Em contrapartida, treze anos de matrimônio sem nenhuma criança gerada. Irrecusáveis pedidos de Lorénz e Tiern, ardentes chantagens e doces pressões, lograram êxito em duro coração. Embora não possuísse o que chamavam de instinto maternal, Marar deu chance ao que seria única oportunidade de gerar um herdeiro sem a necessidade de magia.
Esperada notícia chegou no início da primavera. Lanternas iluminaram o céu kaesiano em alegre cortejo popular para com sua Reina e os maridos. Ainda que a Coroa não fosse hereditária, os descendentes de grandes governantes ocupavam especial lugar no coração do povo. Às vezes, eles tornavam-se tão extraordinários quanto seus pais, ministrando altos postos na sociedade, deviam ser recebidos com alegria. Kaesian era a terra dos festejos, era justo que os filhos da Reina que assistia-os com inigualável determinação obtivesse regalias a altura. Durante os meses seguintes de gestação, Marar foi extremamente cuidadosa consigo, vez que os esposos recusavam-se a deixar sua companhia em fim de evitar quaisquer complicações. Só os homens sabiam o quanto ela poderia ser desastrada e impaciente.
Em poucos meses, o ventre real notava-se de longe. Incomum crescimento para tão pouco tempo de gestação possuía uma única explicação, que fora confirmada pelas previsões de Mama Yesenia: não era apenas um bebê. Genuína euforia apossou-se do trio, principalmente de Lorénz e Tiern. Ambos estavam vibrantes com tão sublime novidade que tornaram-se obcecados em função de planejamentos – cada bebê deveria ter seu próprio quarto, a parteira escolhida deveria ser confiável, possuir boas referências, e a lista continuava pelo que parecia a eternidade. Por outro lado, para Marar, singular experiência de portar minúsculas vidas em si não soava tão esplêndido como os maridos e seu povo afirmavam, mas prometia o pesado fardo da maternidade era suportado nas costas da governante.
À luz, três criaturinhas foram dadas durante a mais impetuosa tempestade. Entre brilhantes lágrimas, o trio via seu amor adquirir forma. Palavras, portanto, até o mais complexo e rudimentar vocábulo, seria insuficiente para descrever o momento e tão vasta matiz de sentimentos. Logo, como mandava antiga tradição, seguiu-se uma semana de festejo em honraria aos trigêmeos. Na última noite, ocorreu o Ritual de Inhué, onde os bebês deveriam ser banhados nas água sagradas do aquífero Lautar, sob a Luz de Ymis, e nomes eram-lhe dados. Assim, tornariam-se merecedores das Graças, espíritos bondosos que oferecem três presentes aos recém nascidos. Batizada Zhamiris Ayana Elira Lureña Illescas Saavedra, a caçula e mais agitada entre os irmãos, fora dadivada com tenacidade, diligência e astúcia.
Os meses seguintes foram marcados por grande dificuldade. Embora houvesse amor, genuíno desejo de felicidades e glórias, Marar era a mulher que enfrentava exércitos sozinha sem vacilar, e não uma mãe. Como Reina, poderia dar o mundo aos filhos, mas eles sempre careceriam de afeto por sua parte. Incertezas e temores, por fim, secaram seu leite – o que era extremamente condenável em Kaesian, visto que até a mais bruta das guerreiras deveriam ter superestimado instinto maternal. Preocupada com os julgamentos que a população faria, abriu-se com as duas únicas pessoas que jamais a mal viriam: seus esposos. Isso posto, Tiern assumiu o encargo de alimentar os bebês, extraindo pessoalmente o leite de cabras. O mesmo processo deu-se nas outras gravidezes de Marar, sem que ninguém descobrisse.
Única garota entre nove irmãos, Zhamirys – ou Zaelis, como chamavam-na carinhosamente– jamais assemelhara-se às nobres damas. Incansáveis professoras de etiqueta diziam-se as mulheres, antes de conhecer sua mais infernal aluna. Ainda que possuísse doce e gentil imo, natureza indômita era incontível. Não raras vezes, a garota era vista correndo, dançando ou dando escandalosas risadas pelos corredores do castelo. Em outras ocasiões, escapava dos guardas a fim de passear livre entre as ruas e ruelas da capital de Kaesian, onde sempre era reconhecida e bem tratada pelo povo. Segundo ela, a vida deveria ser vivida, portanto aproveitaria cada chance de divertir-se. Intrínseco carisma e espontaneidade conferia-lhe certo magnetismo que poucas pessoas eram capaz de resistir.
Em paralelo, incessante busca pelo conhecimento, não apenas filosófico ou histórico, mas por tudo que era-lhe desconhecido, caracterizavam perguntas constrangedoras às pessoas, o que conseguia contornar com sorrisos e gentilezas.  Sua curiosidade, contudo, quando não saciada, tornava-se caçada na qual a princesinha só desistiria se descobrisse algo maior e mais importante para investigar. Os mistérios que resolvia – na verdade, não eram grandes enigmas, apenas soava melhor do que fofocas – estavam todos gravados em seus quadros. Talento inato para artes, Zhamirys era incapaz de decidir entre pintura e dança, sendo os únicos campos onde seus instrutores não desistiam antes de passarem todo aprendizado para ela. Adorava, especialmente, as danças típicas de sua região, o tango e o flamingo, além de pintar quadros ultra realistas ou abstratos. Era sempre oito ou oitenta, quente ou frio, metades não lhe servia.
Então, chegou adolescência, juntamente as difíceis escolhas. Aos doze anos, kaesianos precisam decidir qual vertente seguir: Caminho de Alazn, Força de Vitit ou Sacerdócio de Ymis. Cada opção tinha seus níveis de dificuldade, ônus e bônus, tornando a decisão escolha muito mais complicada do que parecia aos olhos estrangeiros. Em Kaesian, a magia não era algo a se moldar ao bel prazer do homem, mas um amparo divido e estilo de vida. Zaelis procurou os gêmeos, que passavam pela mesma crise existencial, para meditarem em busca de luz. A relação fraterna dos três que compartilharam o mesmo ventre parecia oscilar entre tantas brigas internas, mas permanecia inabalável. Eram trigêmeos por acaso, mas amigos e confidentes por escolha. Juntos, chegaram a resposta que todos os pressionavam para dar.
Embora álacre e eloquente, ser uma sacerdotisa da Deusa da sabedoria e harmonia era extremamente atraente. Haveria de aprender a controlar teimoso gênio e sagaz língua, tentaria ao máximo dar orgulho ao pai Lorénz, que era um sacerdote feito. Desejava controlar a própria psique, assim seria capaz de prever o futuro e, talvez, ser uma clarividente tão importante quanto Mama Yesenia. Fantasiosa aspiração teve seu fim após dois anos de treinamento, onde Zhamirys jamais obtivera qualquer progresso. Acostumada a aprender tudo com facilidade – ainda que nem sempre pusesse em prática, como as aulas de etiqueta – frustrou-se com a falta de aptidão para a magia, em especial, quando até dois dos irmãos mais novos já mostravam sinais de dominar a Terra e a Visão de Ymis.
Incapazes de praticar qualquer tipo de bruxaria formavam apenas 3% da população kaesiana, sendo mais da metade estrangeiros. Os poucos indivíduos sem habilidades mágicas, entretanto, diferentes dos reinos vizinhos, não eram tratados como aberrações; pelo contrário, eram mais vulneráveis e, por isso, deveriam ser protegidos. Alguns acreditavam que eles não eram Escolhidos dos Deuses, mas os verdadeiros Seguidores entendiam que Eles não amava-os menor por não dar-lhes poderes, e sim que precisavam passar por maiores provações em terra para atingir o Plano Espiritual. Sendo assim, a proteção para com Zaelis dobrou, o que era o maior castigo em toda história.
Aos poucos, a princesa acostumou-se com a presença de mais guardas garantindo seu resguardo. Cinco anos mais velhos, Alari e Maentis eram associadas da Academia Esheara, onde lendários espiões kaesianos eram treinados. Em primeiro momento, não houve simpatia entre as três, visto que a nobre era apenas uma missão para as guerreiras; contudo, Zhamirys não podia conviver diariamente com ambas sem criar alguma conexão. Após meses de esforço, o gelo inicial havia derretido pelo humor e graças da mais jovem, além de desmedida insistência. Agora, além de seus irmãos, tinha as duas moças que também considerava da família. Já não era mais a única garota e, pela primeira vez, poderia ter conversas que os meninos não entenderiam. Alari e Maentis tornaram-se a figura materna que jamais tivera.
Entre as obrigações como princesa temporária de Kaesian estava a diplomacia. Assim, quando completara dezessete anos, Reina Marar – jamais chamara-a de mãe – encarregou-lhe de reafirmar aliança com um reino distante. Junto aos irmãos e a dupla espiã, Zaelis atracou em Mushurene. O choque fora instantâneo; o frio inexorável e a ausência de carisma da população como um todo, posturas austeras e feições sisudas. Ainda assim, a garota asfixiara os temores no mais profundo de seu cerne, obstinada a executar sua missão e, eventualmente, orgulhar a todos. Em duas semanas de convivência com mushurenes e depressiva paisagem esbranquiçada pela neve, até o sorriso jovial da estava abalado. Havia sido alertada sobre a vagarosidade em que o povo tratava dos negócios, mas não via a hora de voltar para sua casa perto da praia.
Ademais, Zhamirys não era um bicho selvagem para ser mantida no Palácio Real. Contrariando a vontade dos governadores, tomou assumiu tola decisão de passear pela capital sem o acompanhamento dos guardas reais, convicta de que Maentis e Alari seriam o suficiente para sua segurança. Infelizmente, estava errada. As ruas estreitas e confusas, além da multidão apressada, de Mushurene findou por separar o trio. Não tardou para que a kaesiana fosse tomada pelo pavor de estar perdida num reino desconhecido durante o início de uma nevasca. Trêmula e assustada, não recusou o convite de uma gentil senhora que oferecera-lhe abrigo em sua humilde loja de perfumes.
Entre as fragrâncias, sua curiosidade fora instigada. Jamais vira o preparo de perfumes, tampouco conhecera uma alquimista tão amistosa e disposta a responder suas inúmeras perguntas. Assim, deixou-se conduzir pela velha aos fundos da loja. Caso Zaelis não fosse super protegida, talvez percebesse a malícia notória nos olhares alheios e jamais confiaria em quem não devia; mas, por sua falta de magia e habilidades físicas para combate, era sempre posta num pedestal pelos pais e irmãos gêmeos. Menina tola! Ao chegar na saleta onde a senhora elaborava os odores usados pelos mushurenes, fora atacada com o cabo de uma espada. Logo, havia apenas o breu.  
A desconhecida, na verdade, era uma temível bruxa que usava a essência das pessoas em seus perfumes, invés de flores típicas da região. Jamais havia sentido aura tão forte quanto a de Zhamirys, a mais pura e virginal desde sua primeira vítima. Com certeza, seria uma fragrância valiosa no mercado negro, vez que a essência humana tinha as propriedades necessárias para inúmeros feitiços. O processo, longo e delicado, demandava um trabalho em conjunto, com entrega de ambas as partes; caso a pessoa cujo o aroma seria extraído possuísse pensamentos e sentimentos negativos, o perfume não serviria para os propósitos mais sombrios. Assim, a bruxa drogou a jovem.
Em mundo alternativa, Zaelis sentia-se feliz, todos seus sonhos e aspirações tinham tornado-se reais, até mesmo aquelas que nem admitia desejar. O efeito alucinógeno durou por horas incontáveis, até que a garota fora puxada à realidade. Seus irmãos e irmãs de coração lutavam contra a bruxa; ela, presa, assistia e defumava debaixo das brasas. Com um truque ensinado por Lorénz, conseguiu desatar o nó mal feito, libertando-se das amarras, contudo não contava com cair direto nas chamas. Em agonia, rolou para longe, ganhando queimaduras de terceiro grau e perdendo partes dos cabelos. Diminuto e delicado, porém ferido e molestado corpo sequer tinha forças para aguentar-se de pé; o Espírito corajoso e irredutível ao pó em função das pessoas que amava. Zhamirys aceitava sua morte, mas não a de seus entes queridos.
Orgulhosa, reuniu suas últimas forças para jogar-se contra a bruxa. Luz e trevas convergiam e divergiam para desespero dos quatro espectadores, certos que sua pequena princesa não sobreviveria. Não imaginavam, é claro, uma intervenção divina. Há milhares de éons, os Deuses retiraram-se da Terra, adormecidos em Plano Espiritual sem jamais comunicar-se com os humanos. O sacrifício de Zaelis, que orava mentalmente para Eles, contudo, ativara parte da consciência de Ymis. O milagre dera-lhe forças suficientes para derrotar a bruxa, mas não poderia desfazer as mazelas causadas.
Inconsciente, a jovem ouvia a voz da Deusa. A alma de Zhamirys não estava pronta para alcançar o Plano, portanto permaneceria viva até que fosse sua hora. Chance dada, infelizmente, não havia o que pudesse fazer para diminuir as cicatrizes ou a maldição que a bruxa lançara em ultimo respiro. Antes que pudesse perguntar qual destino estava fadada, despertou em seu quarto. Inalava o cheiro de lavanda nas roupas de cama, ouvia a brisa marítima fazer esvoaçar cortinas e refrescar o ambiente, sentia suave textura de suas vestes. No entanto, não via. Desesperados gritos ecoaram pelos corredores do castelo, e logo o baque surdo de seu corpo ao encontro do chão.
Excruciantes lágrimas marcavam-lhe a face diante das explicações, não existia um único curandeiro em toda Uhura capaz de devolver sua visão. Aceitação veio conforme adaptação, bem assistida por seus familiares e amigos, todos dispostos a fazê-la sentir-se bem e voltar a fazer tudo com habitual confiança. Por achar patético o uso de bengalas, fez birra ter um cão guia – a verdade, porém, era que usara sua condição para ter o animal de estimação que sempre quisera e Marar jamais permitira. Outra vez, Zaelis sentia-se presa e colocada num pedestal inalcançável. Seu maior desejo, então, era não ser mais tão indefesa quanto sempre fora; queria ser forte e habilidosa como as espiãs que tanto a guardavam.
Insistente, convenceu a dupla a treiná-la. A falta da visão era incômoda e angustiante, entretanto Zhamirys jamais entregaria-se. Enquanto a família achava importante revidar, acabar com o Reino que trouxera-lhe tantos problemas, ela acreditava que a melhor vingança era não tornar-se amargurada, continuar com sua alma pura e intacta. Após três anos de treinamento, possuía bastante coordenação motora e noção de espaço. Aprendera sobre o manejo de espadas, aprofundou-se na esgrima, tornando ela uma substituta para a ausência da pintura em sua vida. Por sua bondade intrínseca, Zaelis continuou acreditando no melhor das pessoas, que todos têm salvação, que tudo tem um porquê. Se a bruxa não tivesse a cegado, talvez hoje ela não fosse ainda mais forte e determinada a ser melhor
Ao ser informada do Pasirinkimas de Órbis, a princesa duvidou das intenções de seus pais para com seu envolvimento. As informações que tivera do reino resumia-se em seu poder bélico e herdeiros não muito sãos. Embora não tivesse pretensão de fazer o Príncipe Rhysander apaixonar-se por si ou qualquer sonho bobo e romântico em relação a ele, não acreditava nos boatos que era tão hedionda fera. O Pasirinkimas seria, no mínimo, uma aventura que Zhaelis não estava disposta a perder.
Inexistência de pretensão, inegável bondade e imensa habilidade de ter o que deseja advindo de esforço único e próprio: assim, nasceu o amor. Desnecessários fingimentos, nenhuma venda da beleza supérflua ou irreal, Lorénz conquistou o apreço de Marar, Reina de Kaesian, e seu marido, Tiern, por características intrínsecas do seu verdadeiro eu. O jovem astrônomo e Aprendiz de Ymis possuía as qualidades que lhes faltava como Seguidores de Alazn e Vitit. União em matrimônio do trio, segundo esperançoso povo, cumpriria a profecia e poria um fim no descanso dos Deuses. Contudo, após o Kadusj – pacto de sangue indissociável realizado pelos amantes –, não houve sequer sinal do retorno divino, e o trio era apenas mais um na história. Exceto, é claro, por suas grandes realizações enquanto governadores.
Uma vida de diplomacia com outros monarcas trouxe soturno vazio para tão adorado trio. Neutralidade e pacificidade garantiam segurança nacional durante Guerras Myadés, uma série de revoltas sociais travadas em reinos vizinhos, e embates de territórios mais distantes. Secreto fornecimento de recursos financeiros e digníssimos espiões propiciaram inúmeras vantagens políticas e econômicas. Em contrapartida, treze anos de matrimônio sem nenhuma criança gerada. Irrecusáveis pedidos de Lorénz e Tiern, ardentes chantagens e doces pressões lograram êxito em duro coração. Embora não possuísse o que chamavam de instinto maternal, Marar deu chance ao que seria única oportunidade de gerar um herdeiro sem a necessidade de magia.
Esperada notícia chegou no início da primavera. Lanternas iluminaram o céu kaesiano em alegre cortejo popular para com sua Reina e os maridos. Ainda que a Coroa não fosse hereditária, os descendentes de grandes governantes ocupavam especial lugar no coração do povo. Às vezes, até tornavam-se tão extraordinários quanto seus pais, ministrando altos postos na sociedade. Kaesian era a terra dos festejos, da alegria, era justo que os filhos da Reina que  assistia-os com inigualável determinação obtivesse  regalias a altura. Durante os meses seguintes de gestação, Marar foi extremamente cuidadosa consigo, vez que os esposos recusavam-se a deixar sua companhia em fim de evitar quaisquer complicações. Só os homens sabiam o quanto ela poderia ser desastrada e impaciente.
Em poucos meses, o ventre real notava-se de longe. Incomum crescimento para tão pouco tempo de gestação possuía uma única explicação, que fora confirmada pelas previsões de Mama Yesenia: não era apenas um bebê. Genuína euforia apossou-se do trio, principalmente de Lorénz e Tiern. Ambos estavam vibrantes com tão sublime novidade que tornaram-se obcecados em função de planejamentos – cada bebê deveria ter seu próprio quarto, a parteira escolhida deveria ser confiável, possuir boas referências, e a lista continuava pelo que parecia eternidade. Em contrapartida, para Marar, singular experiência de portar minúsculas vidas em si não soava tão esplêndido como os maridos e seu povo afirmavam, mas pesado fardo da maternidade era suportado nas costas da governante.
À luz, três criaturinhas foram dadas no mais tempestuoso inverno. Entre brilhantes lágrimas, o trio via seu amor adquirir forma. Palavras, portanto, até o mais complexo e rudimentar vocábulo, seria insuficiente para descrever o momento e tão vasta matiz de sentimentos. Logo, como mandava antiga tradição, seguiu-se uma semana de festejo em honraria aos trigêmeos. Na última noite, ocorreu o Ritual de Inhué, onde os bebês deveriam ser banhados nas água sagradas do aquífero Lautar, sob a Luz de Ymis, e nomes eram-lhe dados. Assim, tornariam-se merecedores das Graças, espíritos bondosos que oferecem três presentes aos recém nascidos. Batizada Zhamiris Ayana Elira Lureña Illescas Saavedra, a caçula e mais agitada entre os irmãos, fora dadivada com tenacidade, diligência e astúcia.
Os meses seguintes foram marcados por grande dificuldade. Embora houvesse amor, genuíno desejo de felicidades e glórias, Marar era a mulher que enfrentava exércitos sozinha sem vacilar, e não uma mãe. Como Reina, poderia dar o mundo aos filhos, mas eles sempre careceriam de afeto por sua parte. Suas incertezas e temores, por fim, secaram seu leite – o que era extremamente condenável em Kaesian, visto que até a mais bruta das guerreiras deveriam ter superestimado instinto maternal. Preocupada com os julgamentos que a população faria, abriu-se com as duas únicas pessoas que jamais a mal viriam: seus esposos. Isso posto, Tiern assumiu o encargo de alimentar os bebês, extraindo pessoalmente o leite de cabras. O mesmo processo deu-se nas outras gravidezes de Marar, sem que ninguém descobrisse.
Única garota entre nove irmãos, Zhamirys jamais assemelhara-se às altas damas. Incansáveis professoras de etiqueta diziam-se as mulheres, antes de conhecer sua mais infernal aluna. Ainda que possuísse doce e gentil imo, natureza indômita era incontível. Não raras vezes, a garota era vista correndo, dançando ou dando escandalosas risadas pelos corredores do castelo. Às vezes, escapava dos guardas a fim de passear livre entre as ruas e ruelas da capital de Kaesian, onde sempre era reconhecida e bem tratada pelo povo. Segundo ela, a vida deveria ser vivida, portanto aproveitaria cada chance de divertir-se. Intrínseco carisma e espontaneidade conferia-lhe certo magnetismo que poucas pessoas eram capaz de resistir.
Em paralelo, incessante busca pelo conhecimento, não apenas filosófico ou histórico, mas por tudo que era-lhe desconhecido, caracterizavam perguntas constrangedoras às pessoas, o que conseguia contornar com sorrisos e gentilezas.  Sua curiosidade, contudo, quando não saciada, tornava-se caçada na qual a princesinha só desistiria se descobrisse algo maior e mais importante para investigar. Os mistérios que resolvia – na verdade, não eram grandes enigmas, apenas soava melhor do que fofocas – estavam todos gravados em seus quadros. Talento inato para artes, Zhamirys era incapaz de decidir entre pintura e dança, sendo os únicos campos onde seus instrutores não desistiam antes de passarem todo aprendizado para ela. Adorava, especialmente, as danças típicas de sua região, o tango e o flamingo, além de pintar quadros ultra realistas ou abstratos.
Então, chegou adolescência, juntamente a difíceis escolhas. Aos doze anos, kaesianos precisam decidir qual vertente seguir: Caminho de Alazn, Força de Vitit ou Sacerdócio de Ymis. Cada opção tinha seus níveis de dificuldade, ônus e bônus, tornando a decisão escolha muito mais complicada do que parecia aos olhos estrangeiros. Em Kaesian, a magia não era algo a se moldar ao bel prazer do homem, mas um amparo divido e estilo de vida. Zhamirys procurou os gêmeos, que passavam pela mesma crise existencial, para meditarem em busca de luz. A relação fraterna dos três que compartilharam o mesmo ventre parecia oscilar entre tantas brigas internas, mas permanecia inabalável. Eram trigêmeos por acaso, mas amigos e confidentes por escolha. Juntos, chegaram a resposta que todos os pressionavam para dar.
Embora álacre e eloquente, ser uma sacerdotisa da Deusa da sabedoria e harmonia era extremamente atraente. Haveria de aprender a controlar teimoso gênio e sagaz língua, tentaria ao máximo dar orgulho ao pai Lorénz, que era um sacerdote feito. Desejava controlar a própria psique, assim seria capaz de prever o futuro e, talvez, ser uma clarividente tão importante quanto Mama Yesenia. Fantasiosa aspiração teve seu fim após dois anos de treinamento, onde Zhamirys jamais obtivera sequer vislumbre dos próximos minutos, quanto mais previra algo.
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spleenlab · 7 years
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Histórias Extraordinárias - Poe
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Edgar Allan Poe (1809-1849) nasceu em Boston, EUA, e morreu em Nova York, lugar onde publicou uma de suas produções mais conhecidas, o poema O Corvo. Aos dois anos Poe ficou órfão de pai e mãe, dois atores fracassados, mas logo foi adotado por um rico casal de Richmond, que lhe garantiu uma boa formação cultural. Ou tentou, pois a vida acadêmica de Poe foi marcada por duas expulsões devido ao seu comportamento: uma da Universidade de Virgínia e outra da Academia Militar de West Point. A bebida, o jogo e as dívidas foram constantes em sua vida, e seu pai o deserdou e cortou suas relações com o escritor após a segunda expulsão acadêmica. A partir daí, passou a viver de sua escrita para jornais como o Southern Literary Messenger, dado importante para entendermos a forma de suas produções literárias. A morte de sua esposa, Virgínia, tirou Poe de vez dos trilhos, fazendo-o se afundar no alcoolismo até sua morte, aos 40 anos, em Baltimore.
O berço da iniciação literária de Poe, como mencionado, foi o jornal. Isso explica o caráter de fragmentação de capítulos bem marcada de sua obra, formato que instigava o leitor a comprar o jornal seguinte. Se antes o conto tradicional tinha um efeito moralizante e era exemplar, isto é, trazia uma ideia de vida, além de ser predominantemente oral, o conto moderno se destitui dessas funções e se apresenta na forma escrita, marcado pela intensidade, pelo choque, pelo êxtase. Poe não inaugurou o conto moderno, mas o consolidou, em meio a uma literatura marcada pela crise do sujeito do século XVII e XVIII: racional, centrado (o homem estava colocado no centro da Criação), entusiasmado pelas descobertas científicas. Tal crise está em acordo com o sentimento do século XIX, de início do desencanto pelas grandes descobertas científicas que se constituem de soluções que trazem mais problemas e consequências, início de uma aceleração no ritmo da vida cotidiana (nosso melhor exemplo para ilustrar esse modo de vida ascendente é o filme Tempos Modernos) e a noção de labirinto - homem sem verdade, sem possibilidade de solução, bifurcações de pensamentos que levam a mais caminhos e bifurcações, sem levar a uma saída. Dessa forma, Poe é um escritor que faz uma transição entre Romantismo e Modernidade, se posicionando contra páginas cheias de “frases belas que não dizem nada”. Por isso, sua literatura não é uma literatura de admiração, ela é toda constituída, reflexiva, racional, produto de um trabalho cerebral intenso e voltada a pensar não na lógica dos fatos, mas no comportamento das pessoas.
Histórias Extraordinárias 
A obra de Poe proposta em sala de aula para leitura e reflexão é Histórias Extraordinárias, mais especificamente os contos “O barril de amontillado”, “O gato preto” e “A carta roubada”, nela contidos. 
O Barril de Amontillado
Esse conto evidencia bem a preocupação da escrita de Poe em trabalhar acerca do comportamento do ser humano, dos sentimentos e pensamentos mais profundos produzidos por uma mente inquieta e a quebra com a lógica habitual em detrimento de uma atmosfera fantástica, obscura e exacerbada da condição humana. O texto gira em torno de uma vingança, cuja natureza desencadeadora o leitor desconhece, o que o impede de estabelecer conexões lógicas. O vingador oferece ao leitor a afirmação de que foi ofendido por aquele que irá sofrer a vingança, mas não se pode deduzir a gravidade ou a veracidade dessa ofensa. Tanto pode ser algo realmente grave quanto algo fútil aumentado pela mente da personagem (assim como acontece em Memórias do Subsolo, de Dostoiévski, obra que será trabalhada mais tarde neste blog, cujo personagem principal se vinga de outras pessoas por motivos logicamente fúteis, mas que o causam grande aflição).
A narrativa se desenvolve em Veneza, durante o carnaval, em torno do plano de vingança de Montresor sobre Fortunato. Desde o primeiro parágrafo do conto isso já é explicitado. Ambos são grandes conhecedores de vinhos, então Montresor convence Fortunato, que já estava embriagado, a ir até sua casa para ajudá-lo a reconhecer a autenticidade de um suposto barril de amontillado que recebera. O segundo aspecto que destacamos na literatura de Poe, a dualidade do ser humano, é explicitado nesse momento. Montresor forja um clima de amizade e animação para com Fortunato, dissimulando toda a cólera que sente e que originou seu plano de vingança: “Continuei, como de costume, a sorrir em sua presença, e ele não percebia que o meu sorriso, agora, tinha como origem a ideia da sua imolação”. Assumindo esse caráter, ele se utiliza de técnicas de manipulação em seu discurso para convencer o homem a ir ver o vinho, ferindo o orgulho de Fortunato ao supor que um Luchesi, desconhecido do leitor, seria tão bom quanto ele ou melhor em reconhecer vinhos: “Mas, como você está ocupado, irei à procura de Luchesi. Se existe alguém que conheça o assunto, esse alguém é ele. Ele me dirá...”. Mais tarde, comentando sobre o ambiente úmido de sua adega, Montresor desfere uma série de elogios e exaltações ao caráter do homem, afirmando que deveriam sair dali para que a saúde de alguém tão magnífico não fosse afetada e que poderia chamar Luchesi para o ajudar com o vinho. Isso quer dizer que ele aplica uma técnica de psicologia reversa, lança um desafio diretamente ao ego de Fortunato, fazendo com que ele insista em continuar. Ao longo do caminho, sob o pretexto de amenizar os efeitos da umidade, Montresor vai embriagando o homem ainda mais. Depois de percorrerem um longo caminho, chegam a uma cripta profunda, onde o ar é rarefeito. Como há pouca luz no ambiente, Montresor afirma que o amontillado está dentro da cripta e prende Fortunato a correntes que já o esperavam. Assim, Montresor fecha a cripta com tijolos e argamassa, que estavam escondidos sob uma pilha de ossos próxima à cripta.
Esses últimos dados são importantes para pensarmos no nível de detalhamento e complexidade do trabalho empregados no texto de Poe. Todos os itens já estavam previamente preparados e planejados para a execução da vingança. E isso se aplica não apenas no conteúdo do conto, mas também em sua forma, em suas simbologias. Poe constrói uma atmosfera obscura com alguns elementos-chave, tais como: falta de luz, imagem do vinho semelhante ao sangue, ossos das criptas expostos, umidade e salitre em excesso em um ambiente do subsolo cujo ar é rarefeito. Através desses elementos é formada a atmosfera sufocante de pavor, de morte eminente, de horror, que chega a seu êxtase com o enclausuramento de Fortunato. 
O gato preto
Um dos textos mais conhecidos de Poe, que inspirou a capa da edição da Abril Cultural (imagem acima) do livro no Brasil, “O Gato Preto” é entre os três contos o que mais revela essa ambiguidade do ser humano, bem como seu lado obscuro e perverso, além da questão do irreal, da quebra com a lógica, dos fenômenos que não necessariamente podem se valer da ciência para serem explicados. O narrador já inicia a história afirmando que espera por uma explicação lógica que foi incapaz de encontrar: “Talvez, mais tarde, haja alguma inteligência que reduza o meu fantasma a algo comum - uma inteligência mais serena, mais lógica e muito menos excitável do que a minha, que perceba, nas circunstâncias a que me refiro com terror, nada mais do que uma sucessão comum de causas e efeitos muito naturais”.
A personagem relata uma atmosfera dócil em torno de sua personalidade e de sua relação com os animais, desde criança, e recorre à memória emocional do leitor como recurso para validar esse seu caráter: “Aos que já sentiram afeto por um cão fiel e sagaz, não preciso dar-me ao trabalho de explicar a natureza ou a intensidade da satisfação que se pode ter com isso.” Logo em seguida, ao comentar sobre os animais que possuía, cita a relação supersticiosa sobre gatos pretos, introduzindo pela primeira vez e de forma sutil a ordem do irracional no texto. Depois disso, faz uma transição gradual para o conflito do conto, mas uma transição muito rápida que alterna de um extremo ao outro, não amenizando, assim, o choque do leitor. Ele confessa que (citação 1), movido pela raiva, arranca um dos olhos do seu gato preto chamado Pluto. Ao mesmo tempo, o sentimento de culpa está muito presente no discurso, no momento presente em que o narrador conta a história, o que compõe o conflito dos dois lados. No entanto, logo após sua ação, seu comportamento assumiu um quê de frieza, de indiferença, e, pouco tempo depois, foi tomado novamente pela raiva ilógica: “E, então, como para perder-me final e irremissivelmente, surgiu o espírito da perversidade. Desse espírito, a filosofia não toma conhecimento”.
Nesse ponto, a personagem divaga sobre uma suposta impulsividade natural do ser humano em fazer o mal pelo mal, um desejo primitivo que procura se sobrepor à razão. Quem nunca teve vontade de cometer uma maldade imotivada, romper com uma ordem da realidade? Essa discussão se assemelha ao que mais tarde Freud irá nos trazer sob os conceitos de Id, Ego e Superego.
Tomado por essa perversidade, enforca Pluto em uma manhã e à noite acorda com sua casa sendo consumida pelo fogo. Em uma parede que ficou intacta, contra o branco do reboco, havia a imagem impressa de um gato preto enforcado. Então, o homem oferece uma explicação lógica muito bem articulada para o fato, mas não deixa de passar meses impressionado com a visão. É importante notar que o horror que o assombra vem do incêndio e da imagem, mas não por conta de algum tipo de remorso ou culpa. Após isso, um gato muito semelhante a Pluto aparece e ele o adota. Um trecho do texto aponta uma tentativa de reconstrução da atmosfera dócil, mas logo tudo se quebra novamente pela raiva e ele tenta matar o gato. Impedido pela mulher, ele a assassina, então. Ele prende o cadáver na parede de sua adega no porão, de forma tão detalhada e tão bem calculada que nem os policiais, em sua busca, são capazes de achá-lo. O homem tenta, ainda, encontrar o gato para matá-lo, mas sem sucesso. Então, nesse dia em que os policiais foram fazer a busca, quando estes estão indo embora, ele tomado pela desrazão abre a parede revelando não só o cadáver da mulher, mas também o gato que estava procurando. Esse cenário final é construído de forma a chocar e horrorizar o leitor, com imagens bem construídas em torno do obscuro, da morte, temas recorrentes de sua obra.
A carta roubada
Esse conto revela um outro viés da escrita de Poe: os contos de detetive, de investigação. Optamos por não fazer um detalhamento completo deste conto para não alongar mais ainda o texto, mas há alguns aspectos que devem ser mencionados aqui. A narrativa se desenvolve a partir de uma carta importante da realeza que fora roubada por um ministro. Um comissário de polícia é acionado para investigar e planeja minunciosamente a busca por todos os lugares possíveis onde o ministro poderia ter deixado o objeto. No entanto, ele a havia escondido no lugar mais óbvio possível, a carta estava praticamente exposta a quem quisesse ver em seu apartamento, pois ele previu os movimentos que seriam feitos por quem investigasse.
Citações
“Uma fúria demoníaca apoderou-se instantaneamente, de mim. Já não sabia mais o que estava fazendo. Dir-se-ia que, súbito, minha alma abandonara o corpo, e genebra, fez vibrar todas as fibras do meu ser. Tirei do bolso um canivete, abri-o, agarrei o pobre animal pela garganta e, friamente, arranquei de sua órbita um dos olhos!” - O gato preto.
“E não me enganei em meus cálculos. Por meio de uma alavanca, desloquei facilmente os tijolos e, tendo depositado o corpo, com cuidado, de encontro à parede interior, segurei-o nessa posição, até poder recolocar, sem grande esforço, os tijolos em seu lugar, tal como estavam anteriormente.” - O gato preto.
Curiosidades
Baudelarie (1821-1867) foi um grande fã da obra de Poe e traduziu o livro original “Tales of the Grotesque and Arabesque” para o francês, com o título de “Histoires Extraordinaires”, mesmo título que recebeu a tradução em português (“Histórias Extraordinárias”). O poeta foi responsável por fazer a obra de Poe conhecida na Europa.
Os contos de Poe são repletos de frases e referências em línguas que não eram sua língua materna, como latim e francês. Isso se deve aos seus estudos de grego, latim, francês, espanhol e italiano na Universidade da Virgínia, antes de sua expulsão.
Avaliações
O maior desafio dessa leitura foi tentar imaginar qual a reação que esses contos causaram nessa época em que a sociedade não tinha uma inventário de informações sobre Poe, muito menos os filmes de terror que temos aos montes hoje. Vivemos saturados de histórias de terror e cada vez mais elas precisam ser extremas para causar horror. As imagens e os sons horríveis já não são tão mais horríveis para nós, efeito ainda mais diminuído no texto. Apesar disso, em muitos momentos os contos conseguem causar horror, muito embora tenhamos consciência de que não na mesma medida que causaram quando foram publicados pelas primeiras vezes. Só esse fato já explicita a qualidade imensurável da produção literária de Poe. Os textos apresentam uma estética que atraem bastante, com temas obscuros, mórbidos, misteriosos. Além disso, um ponto intrigante é a filosofia da dualidade, do impulso do ser humano de destruir tudo quando está tudo bem. Hoje temos algum estudo um pouco mais sólido que são as descobertas de Freud, mas ainda assim tais questões são perpassadas de mistério, um mistério que atrai.
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clacamara · 7 years
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Você é mestre de sua era
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Eu tinha quatorze anos. O telefone tocou naquela noite, eu estava lendo na sala de visitas. Atendi e uma voz nervosa no outro lado da linha me pediu pra passar a ligação pro meu pai. Saí em busca dele, que estava lendo no terraço. A notícia era difícil. Minha mãe havia partido, nos deixava no plano físico e eu, com quatorze anos, assumia a maternidade de duas crianças muito pequenas e os cuidados do lar. Dois anos depois meu pai me deixa também, abruptamente. Me lembro de nesse dia me trancar no quarto de uma tia e começar a questionar a Deus pelo que estava acontecendo.
Vi no noticiário que várias crianças morreram em uma creche incendiada. Ao mesmo tempo, algumas pessoas foram atingidas por um atirador em Las Vegas. Por que essas coisas acontecem com a gente?
Seria um karma? Sou sincera em te dizer que há algo de mal-entendido nessa coisa toda de karma. Pra mim, karma é responsabilidade, não uma penalidade. Bem, então pela ótica de não haver penalidades grosseiras nessa vida que levamos, eu só posso crer que os fatos que acontecem comigo, ou com as mães daquelas crianças ou com quem estava num show tal em Las Vegas sejam uma escuridão necessária. E eu, nessa etapa de minha vida, longe de casa e peregrina convicta de minha geração, só posso te dizer que coisas acontecem o tempo todo.
F. Scott Fitzgerald disse: Mostre-me um herói e eu escreverei uma tragédia. Audacioso? Não, pra mim ele foi assertivo. Os grandes mestres de nossa época passaram por crises pesadas e alcançaram a sabedoria plena. Pessoas que uma hora estão flutuando em sua existência, caem de cabeça num vale de questionamentos e incertezas. O que faz deles mestres e heróis é o modo como eles enxergam a garganta seca, os olhos inchados e as mãos tremulas. Cada um de nós sabemos a dor de nossa caminhada.
Acontece que a medida de nossa carga corresponde a nossa maturidade espiritual. É nesse processo de solidão, dor e agonia que surgem novas capacidades, habilidades de ver do silencio uma sinfonia. As coisas acontecem com a gente, não porque fomos ruins em outra vida ou porque temos uma grande dívida com o universo. É na escuridão que a luz se manifesta. E eu só posso acreditar que é na crise que nós crescemos. Se algo abrupto me apanha, eu só tenho uma proposta a fazer, conhecendo da verdade que o amor é capaz de perpassar: a minha responsabilidade é reverter toda crise em história, toda tristeza e mágoa em cura e reverberar essa nova frequência de forma contundente à minha geração, pra que toda onda de terror, ódio e trauma seja cortada.
E por aí vai. Vamos passando por cada etapa de nossas vidas e aquilo que antes era difícil fica pra traz. Depois de quinze anos, você percebe que tudo passou e você sobreviveu. A gente sempre sobrevive. E se tem algo que eu posso dizer a você, caro leitor, é que tragédias e crises continuarão acontecendo, ninguém está imune a isso. Entretanto, como o amor poderia se manifestar na terra sem que houvesse uma razão? A gente não pode esperar o amor em dias de passeios, viagens longas, piqueniques e harmonia constante.
Saber quem você é conta muitos pontos nessa grande jornada. É entendendo a tua posição numa conjuntura espiritual que faz com que todas as grandes fases de nossa existência não ocorram por acaso. Inclusive as tragédias. As melhores histórias de amor nasceram da dor, do encerramento. Daquilo que precisou morrer, suturar e até doer. Quando sabemos lidar com a dor de modo que vemos um movimento denso espiritual e profundo agindo, somos apanhados pelo olhar sábio que interpreta todos os cantos da vida como necessários e fidedignos de fazer o amor acontecer.
É nessa escuridão, por vezes assustadora, que nos vemos obrigados a acender a luz. Mas que luz? Interprete-se como sendo uma chama, em que até então você dependia de outras pessoas pra iluminar. Veio uma forte ventania e apagou as outras chamas. Você é obrigado a se conhecer como chama. Você é obrigado a se perceber como parte desse todo onde você é capaz de iluminar. É assim que a vida funciona. Não são apenas fatos trágicos, são experiencias espirituais para algo mais profundo em nosso planeta.
As crises são mais impactantes em nossos dias porque estamos acostumados a depender. A partir do momento que nos vermos conectados e não dependentes dos outros, o amor fluirá. Ondas de impacto como as atuais são necessárias, por vezes, pra fazer surgir o novo. Você já viu uma semente brotar? É dolorido arrancar-se dessa casca, empurrar pra fora o ramo. É necessário um impacto da natureza, seja água forte de uma tempestade, fogo ou até mesmo o sol iminente. É desse processo intenso que nasce o novo.
E o exercício é simples. Apenas feche os olhos. Olhe pra dentro. Você é uma fortaleza. Pelos olhos alheios, a dificuldade é imensa, a experiencia é sagaz. Mas se você olhar pra dentro vai ver que há um universo dentro de você. Somos parte de um todo, ninguém está isolado nesse ciclo natural e nessa profundidade misteriosa. Somos essência de um mesmo ser. De alguém que espalhou planetas e estrelas por todos os lados, que soprou nuvens e água, que fez sair vida da terra. Uma imagem assim tão organizada não pôde vir do aleatório, ou randômico, concorda? A tua casa recebeu a organização que tem porque você estava lá para tal. O que dizer do nosso universo? Deus está aqui, e está em nós.
Sendo assim, meu caro, respondo convicta as nossas questões: por que isso está acontecendo comigo? Porque um grande mestre não nasce da calmaria. Um grande mestre nasce da destreza que vem dos cortes, da audácia que vem das quedas, da sabedoria que vem dos ataques a ermo. A gente nunca sabe o tamanho da luz que tem dentro da gente, até que todas as outras se apaguem.
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jasonfhutchinson · 7 years
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Tutorial para manipular a população criado há 15 anos está sendo seguido à risca no Brasil
Em meio há tantas notícias bombásticas e do caos que se encontra o cenário político brasileiro, você pode nem ter percebido, mas estamos sendo constantemente manipulados.
A prova disso veio através de um “tutorial” de como manipular as massas (vulgo “povão”), publicado em 2002, que recentemente ganhou destaque no Brasil.
Inspirado pelos estudos e teorias de Noam Chomsky, cientista cognitivo e um dos maiores filósofos contemporâneos, considerado o “pai da linguística moderna”, o designer francês Sylvain Timsit elaborou um estudo listando as 10 Estratégias de Manipulação em Massa.
O documento mostra as artimanhas que os poderes usam para “fazer a cabeça” e controlar a população, isso quando os cassetes e bombas de gás lacrimogênio não são permitidos.
No entanto, o mais assustador de tudo é a relação das estratégias com o cenário atual do nosso país. Não tem como terminar a leitura sem ter certeza de que estão seguindo a “cartilha” à risco. Confira!
  1. A Estratégia da Distração
Essa é considerada uma tarefa básica na hora dos poderes controlarem a população. Desvie a atenção do população sobre os problemas que são realmente importantes, dê outro assunto para eles pensarem.
Na Roma Antiga havia uma estratégia parecida, chamada pelos historiadores como “Pão e Circo”, onde os grande soberanos ofereciam espetáculos como duelos e batalhas como forma de entreter o povo e claro, evitar que pensem no que estaria acontecendo de verdade.
Mas não precisamos ir tão longe, não é mesmo? Enquanto decisões importantíssimas rolam na surdina em Brasília, ficamos mais preocupados com quem vai vencer o reality ou em censurar movimentos artísticos.
Askman
  2. Crie Problemas. Depois solucione-os!
Essa estratégia também também pode é conhecida como  “problema-reação-solução”, consiste em criar um problema para causar uma grande reação da população, para depois apresentar a solução para esse problema.
Mas tem um detalhe, essa solução já era prevista, o problema criado serve para fazer o população achar que ela era realmente necessária, então a única conclusão: “infelizmente o jeito então é fazer isso mesmo!” ¯\_(ツ)_/¯.
Que tal deixar a violência correr solta, ou indo mais fundo, organizar atentados para a própria população, chocada com a realidade, ser à favor de leis mais rígidas, desfavoráveis à liberdade? Ou ainda criar uma super crise econômica, para então justificar alguns retrocessos dos direitos da população?
Alguém aqui já deve ter ouvido pedidos de intervenção militar, a recente mudança nas leis trabalhistas no Brasil ou o famoso “é só tirar ela que tudo melhora“, então…
Observatório da Rede
  3. A estratégia da gradualidade
Como fazer a população aceitar uma mudança, aparentemente inaceitável? Vá fazendo a mudança aos pouquinhos, uma “gotinha” por vez!
É exatamente assim que dezenas de mudanças, que provavelmente seriam desaprovadas pela população caso fossem feitas “de uma vez”, são aplicadas na sociedade. Inclusive, Hitler e grandes meios de comunicação usam dessa tática.
Por exemplo, “hoje a gente proíbe nudez no museu, amanhã proibimos música, depois rasgamos os livros, e daqui a três anos, poderemos queimar os revolucionários na fogueira.” Parece absurdo, mas isso já aconteceu.
Aliexpress
  4. A estratégia de diferir
Mas a gradualidade não é a única maneira de fazer com que aceitem uma decisão absurda. Outra tática usada para nos manipular é apresentar a mudança como uma medida muito difícil, porém extremamente necessária para a sociedade. Mas relaxem, ela vai acontecer só ano que vem!
Dessa forma, a aceitação pública fica mais favorável pois é mais fácil aceitarmos um sacrifício futuro, já que não vamos sofrer de imediato. Além disso, como uma parcela da população ingênua costuma acreditar que as coisas realmente vão melhorar “até lá”, isso também contribui para que eles consigam o que querem.
– Confie em mim, tudo vai ficar bem
  5. Trate o público como crianças
Repare, boa parte das propagandas, até as voltadas ao público adulto, utilizam um tom, argumentos e até personagens bastante infantis, de acordo com Chomsky e Timsit, quanto mais infantil for o tom do recurso usado, é um sinal claro de que estão querendo nos enganar. Inclusive argumentos simplistas entram nessa lista “infantilóide”.
A explicação para isso se deve ao fato de que, quando nos tratam feito crianças, inconscientemente, reagimos e respondemos ao estímulo da forma com que fomos tratados, como uma criança. E convencer crianças é bem mais fácil, né?
  6. Use mais emoção que razão
Apelar para o sentimentalismo, tentar tocar no coraçãozinho das pessoas, é uma excelente estratégia para causar um atraso na resposta racional à situação, e assim acabamos perdendo também o nosso senso crítico.
E ao falar emoção, é importante citar a raiva, o ódio ou medo. Trabalhar com sensações destrutivas é ainda mais simples para manipulação, pois o cérebro entra em estado de atenção, de sobrevivência. Assim, praticamente tudo o que é falado usando esses sentimentos como ingrediente é absorvido pelas pessoas. Não é a toa que matérias sensacionalistas, que pingam sangue, fazem tanto sucesso.
Normalmente, essa forma apelativa vem sempre acompanhada da estratégia de número 4 ou 5. Além disso, quando se consegue atingir o lado emocional da pessoa, é extremamente simples implantar ideias e induzir comportamentos.
Wpxi
  7. Valorize a ignorância e a mediocridade
Quem tem acesso as informações, à cultura e toda as tecnologias, provavelmente será mais sagaz na hora de ser ludibriado. Então, limite esse acesso ao povão. Manter o população na ignorância, sem conseguir acompanhar os passos e avanços que a sociedade dá é uma ótima maneira de manipular.
Podemos ter um exemplo claro disso na qualidade da educação brasileira. Enquanto as condições de estudo dos menos favorecidos se tornam cada vez mais precárias, a classe dominante continua a crescer, tornando quase impossível que um garoto pobre alcance os conhecimentos de um garoto rico, por exemplo.
Sem contar os programas populares, que utilizam desse método de valorizar a ignorância e mediocridade, apelando à bizarrice para manterem-se no ar.
Gazeta Online
  8. Estimule o público a aceitar a mediocridade
Essa outra maneira de manipular o público pode aparentar mais uma “manutenção” da estratégia citada acima.
Ao limitar o acesso de conhecimento a população, induza-a a achar que essa situação é comum e aceitável. Repare como filmes e a grande mídia sempre retratam o intelectual como chato, o nerd como “estranho”, enquanto super valoriza personagem chulos e celebridades sem conteúdo – beijos, Kardashian!
Faça com que todos pensem que é mais legal ser burro, ignorante e até mesmo vulgar, assim fica tudo resolvido.
  9. Reforçar a auto-culpabilidade
Em contrapartida, apesar da população achar que é “da moda” ser ignorante, deixe claro à eles que a situação desfavorável que se encontram é unicamente culpa dessa ignorância.
Não é a falta de uma política socioeconômica focada em melhorar a vida das pessoas ou falta de oportunidades iguais para toda a população. A culpa de você se encontrar em uma situação desagradável é única e exclusivamente da pessoa.
Implantando esse pensamento na sociedade, no lugar da população se revoltar contra a falta de iniciativas governamentais, será gerado um sentimento de incapacidade e depressão. Esses sentimentos tem a tendência de inibir a ação das pessoas, ou seja, elas não questionam mais, pois no fundo estão cientes que a culpa é dela, ou pior, do outro.
Movimento do Bem - Youtube
  10. Conheça o povão melhor do que ele se conhece
Nos últimos anos, foram grandes avanços alcançados pela ciência, porém, todo esse conhecimento adquirido não foi totalmente “repassado” para a população. Informações no ramo da biologia, neurobiologia e da psicologia já são capazes de desvendar alguns “segredos” do ser humano, tanto físicos quanto psicológicos.
Deixar todo esse conhecimento fora do alcance das classes inferiores dá aos poderes controle total da sociedade, pois acaba conhecendo o indivíduo mais profundamente do que ele mesmo se conhece.
Jonvilma
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