Tumgik
#sei lá kkk tava inspirada e fiz isso
danilcc · 1 year
Text
i knew a 𝐛𝐨𝐲 and a 𝐛𝐨𝐲, best friends with each other    { POV
esse é especial pro @nxkyvm​
Daniel relutou de todas as formas a tomar a decisão de se reaproximar de sua irmã, ainda temia pelos resultados que isso poderia trazer, fugindo de seu pai constantemente e de qualquer possibilidade de qualquer outro membro da família de encontrá-lo, naturalmente, Jidam estava na lista. A todo momento o brasileiro inventava desculpas para procura-la, que ela poderia lhe ajudar a reformar o apartamento, que ela poderia fazer o curativo em seu amigo, que ela poderia lhe dar um presente de aniversário caro. E bem, a última desculpa foi a que usou para finalmente colocar os pés em uma das clínicas que ela era diretora. Quando se nasce herdeiro, se torna grande coisa com pouca idade, era um fato que ele aprendeu com a própria vida, antes de sumir da vista de todos, Daniel era apresentado como o futuro, chegou a ser mostrado como um futuro arruinado para finalmente o futuro desaparecer, se tornando apenas o que ele escolheu pra sua vida.
Jidam agora era quem carregava esse peso todo, enquanto esperava na recepção, ouvia da própria recepcionista que ela era dona de uma linha grande de clínicas e hospitais, que era um investimento novo da família e que ela era a cabeça de tudo, ‘Isso sem nem ter se formado ainda’. Que era o grande absurdo de tudo, não é? Como se ser rico e herdeiro fosse o suficiente para colocar tudo isso nas mãos de alguém com vinte e cinco anos, nenhuma experiência e nenhum conhecimento técnico sobre investimentos. Era legal ser invisível, ninguém perguntava nada sobre você ou colocava você nesse ponto de grandiosidade, Daniel se apresentou como Daniel e saiu de lá como Daniel, subiu todos os andares que precisava subir, se apresentou a secretária e passou pela porta do escritório ainda como, apenas, Daniel, e só quando a porta se fechou que ele se tornou... — Irmãozinho, finalmente. — Com uma voz estridente e animada, ok, Daniel jamais negaria que estava muito feliz em ouvir aquela voz irritante de novo, quer dizer, não era a mesma, agora estava mais madura, mais firme e imponente, mas ainda era irritante. Jidam era uma mulher agora, tinha seus cabelos cortados em chanel, uma maquiagem leve e uma roupa social com um par de tênis, provavelmente a contra gosto de sua mãe que sempre insistia que ela tinha que colocar saltos.
“Meio-irmãozinho” Ouviu sua risada de novo, ela fazendo aquela imitação barata com uma careta adorável e então o abraço. Céus, como sentia falta do cheiro dela, ainda usava o mesmo shampoo e a mesma colônia, quem diria que morango e hortelã combinavam tão bem. Encarou a bela face de Jidam, ainda mais baixa, porque Deus podia ser bom com ele também. “Foi o meu aniversário e eu vim cobrar o meu presente”
— Antes que fale o que é, eu vou adiantar as possibilidades. - Disse enquanto guiava o brasileiro até a cadeira em frente a mesa de escritório, pegou o celular dela e então mostrou algumas fotos, mudando e anunciando cada uma delas. - Tem um carro, mas provavelmente você não tem licença ainda, pensei em um sofá também, pro seu apartamento. Aí depois pensei na TV, agora tem algumas com jogos já embutidos nela. Aí um computador novo para produção, uma guitarra nova e até uma viagem pra esquiar, porque provavelmente você não tem ido esquiar nesses dias, deve nem saber fazer isso...
Daniel suspirou e segurou o aparelho, interrompendo a irmã e colocando-o sobre a mesa. Tirou do bolso da jaqueta o próprio celular e então mostrou uma foto de Nakyum, uma em que os dois estavam juntos em seu apartamento, antes de pintar e reformar, quando o colchão ainda era no chão da sala. “O nome dele é Kang Nakyum, você por acaso conhece o irmão dele? Ele se chama Sangho” Jidam pareceu entender o quão séria era aquela conversa, pegou a cadeira ao lado e se sentou, olhando bem o celular antes de devolvê-lo, pensou em silêncio por alguns segundos e então estralou os dedos no ar, mas não estava muito feliz com isso.
— Infelizmente eu conheço - Daniel suspirou em desgosto, esperando a explicação. Jidam pegou o próprio aparelho celular sobre a mesa e então mostrou uma foto que tirou com o citado, no qual ela tinha sido marcada em seu instragram. - Tive o desprazer de conhecê-lo em uma festa, mas não trocamos mais do que duas palavras, sujeitinho nojento, ficava humilhando os funcionários, simplesmente intragável. O que você quer que eu tire dele?
“Nakyum foi internado em uma clínica de reabilitação” A mulher que parecia leve e animada, com sorrisos fáceis, agora carregava uma expressão pesada e encarou o brasileiro com aquele olhar que Daniel conhecia bem, suspirou e apenas negou com a cabeça. “Estou limpo ainda, Jidie, e pretendo continuar assim. É que... ele teve uma internação involuntária... então...” E o peso da conversa finalmente chegou aos ombros dela, fazendo com que a mulher se encolhesse um pouco contra aquela cadeira e as lembranças invadindo a sua mente, encarou o irmão por alguns minutos e os dois ficaram em silêncio, era possível ouvir o tic-tac dos relógios pendurados na parede, aqueles com horários de vários lugares do mundo. Um minuto se passou em Seoul, Tóquio, Pequim, Londres, Washington e Brasília quando Daniel decidiu quebrar aquele silêncio. “Você sabe como foi pra mim, então deve está imaginando como está sendo pra ele. Nakyum é forte, mas até os fortes podem não aguentar... E eu só quero saber como ele está, onde ele está e como me comunicar com ele... é tudo o que eu mais quero agora, Jidam... e eu prometo que...” Pegou o papel no bolso e colocou na palma da mão dela, com o seu novo número. “Eu aceito que volte pra minha vida, do jeito que quiser voltar... só me dá isso, por favor”
Jidam sorriu, não tinha muita coisa naquele papel, mas para ela era como se fosse o mundo que perdeu a mais de dez anos atrás. Ela aceitou a proposta com um assentir leve de cabeça e deixou um beijo no topo da cabeça de Daniel, beijando e guardando o papel na bolsa dela. Depois de algum tempo com os dois tentando se alinhar naquela conversa, era um assunto delicado demais para trazer a tona e nenhum dos dois estavam prontos pra isso. A mulher olhou para o irmão por alguns segundos e sorriu. — Aceita almoçar comigo? E você me explica melhor essa história... me conta o que quiser contar...
“Aceito” Naquele momento, Daniel saiu da sala sem ser apenas o Daniel, invisível e sem importância, pois bastou colocar os pés para fora do prédio para que os cliques de uma câmera começassem. O herdeiro de futuro perdido agora parecia estar de volta e tinha algum fotógrafo de baixo nível querendo ganhar uma boa grana com essa informação importante. Como ele soube disso? Bem, a tal recepcionista fofoqueira que exaltava a genialidade de sua chefe, agora guardava um bolo grande de dinheiro na bolsa enquanto deixava o seu posto no horário de troca de turno, aquele emprego tinha muitas vantagens e essa era a que ela mais gostava.
10 notes · View notes