Tumgik
#tw:agressão física
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I’m not afraid anymore || Part 6
Puberdade. Hormônios em fúria. A adolescência é a fase das descobertas, das decições que faremos que mudará completamente o rumo da nossa história. A melhor fase para uns, a pior fase para outros. Aos quatorze anos eu descobri a vida sexual e os prazeres que ela dá com a minha primeira masturbação, confesso que foi uma surpresa, minhas pernas tremeram e perdi completamente as forças e despenquei no chão do banheiro enquanto tomava banho. Sensação maravilhosa. Aos quinze, e até um pouco antes, sentia uma tração absurda pelo corpo feminino e sua delicadeza e curvas e na mesma idade perdi a virgindade com uma. Foi fenomenal. Entretanto o corpo masculino também me chamava atenção. Os corpos firmes, másculos e jeito enrijecido que os rapazes da escola andavam, as formas e curvas que eu observava no vestiário depois da educação física ou dos treinos de futebol...
Tem esse cara na escola, acho que posso dizer que foi a primeira e única vez que gostei de alguém.
- Ei, Tyler...
- Troy, e aí cara... What’s up?
Tyler não é dos populares, é um cara comum da turma comum, mas que todos querem serem amigos por serem de certa forma descolados. Cristal sempre estava junto, tinha uma quedinha por ele, mas infelizmente -- para ela -- Tyler e eu já havíamos trocado alguns olhares e conversas confusas.
- Descolei aquele novo Super Mário Bros 3 que conversamos um dia que queria jogar...
- Wow, dude... Really?
- Vamos lá pra casa. vamos jogar.
Como eu esperava, Tyler aceitou o convite. Sento uma energia tomar conta de mim algo como uma mescla de empolgação e ansiedade. Durante todo o caminho para casa ficamos discutindo sobre o jogo, desde as especulações de como seria até as teorias bizarras por trás dos jogos do Super Mário e da Nintendo é a febre do momento.
Jogamos até não conseguirmos mais passar das fases. Rimos, brincamos, comemos as coisas que os empregados fizeram para nós tanto o que eu perdia quanto ao que Tyler pedia. Não sei em que momento as coisas se tornaram o que estavam agora.
Sinto seu hálito quente no meu rosto. Sinto nossos hálitos chocando-se e misturando-se no ar entre a gente. Ele está próximo o suficiente para nossos narizes quase encostarem. Não consigo falar uma palavra se quer. Tenho em mente que eu realmente queria aquilo, eu queria aquele contato e desejava por isso, meu copo implorava, mas agora que chegou eu não sei o que fazer.
Meus músculos enrijecem quando ele se inclina ainda mais e me sela os lábios com um beijo. É quente e macio, mas suas mãos são grossas e sinto uma delas me segurando pelo pescoço. A outra, junto com o braço, passam pela minha cintura e com uma força que eu desconhecia que ele tinha, Tyler me coloca sobre seu colo. Ele abre as pernas e sento sobre o colchão com as minhas pernas passadas por ele assim como as dele por mim.
Nossos lábios ainda estão colados, sem se moverem e sua mão ainda na minha nuca. Um arrepio se desprende dela e desce pelas minhas costas e de repente meu corpo inteiro está arrepiado. Minha calça fica um pouco apertada e então ele continua os beijos. Eu sei como beijar, tenho praticado muito com as garotas, mas agora é como se eu não conseguisse beijar, como se eu não soubesse então o deixo guiar.
Fico ainda mais íntimo e familiarizado com o momento. Nossos beijos tomam proporções maiores e ele tira minha camiseta, assim como eu a dele. Nossas peles entram em contato e eu não quero que aquilo acabe, quero senti-lo ainda mais e a falta de espaço na minha calça me força ainda mais a me querer livre dela. Seu corpo é robusto, embora ele não seja cheio dos músculos, e movimentos firmes e fortes e aquilo me excita ainda mais. Suas mãos, grossas e macias, passam pelas minhas costas e seus lábios roçam meu pescoço e sinto uma brisa suave por onde passou deixando uma marca molhada até meu peito. Minha cabeça cai para trás e meus olhos fechados me levam para outra dimensão.
Caímos na cama, eu sobre ele e ainda nos beijando ferozmente. Seu quadril empurra o meu e não consigo evitar de fazer o mesmo. God, It feels so good. O jogo não é mais o foco, o videogame foi esquecido e ouço os controles caindo no chão, assim como os pratos e copos que estavam ali em cima e rimos entre os beijos.
- WHAT THE FUCK IS GOING ON HERE?
Não ouvi a porta se abrir, apenas a voz sobressaltada do meu pai. Pelo susto pulo para o lado saindo de cima de Tyler e fico alternando o olhar entre ele e meu pai, não era para estar em casa.
- Pai... Eu... - Eu não sei o que falar.
Eu quero falar alguma coisa, eu quero me explicar, mas explicar o que? Ser pego aos beijos quase transando com um cara na minha cama, na casa do meu pai? Não precisa ser explicado, pois estava sendo visto. Seu rosto fica vermelho de fúria e ele sai do quarto pisando pesado. Olho para Tyler e o mando ir embora antes que as coisas fiquem piores do que estava começando a ficar, pois sei que meu pai é violento e poderia fazer alguma coisa com ele. Antes de ir ele me deu um beijo.
- Pai...
Chamo pela casa procurando-o ainda sem camisa e com o botão e zíper meio aberto da calça. Por alguma razão, por algum motivo que eu desconheço sento uma vontade absurda de me explicar.
- Pai...
Mas não o encontro em lugar nenhum. Vou para o meu quarto e visto minha camiseta, ao virar para sair e ir embora dali o vejo entrando de supetão no meu quarto. Imediatamente sinto cheiro de bebida, mas ele não está bêbado então julgo ter acabo de beber.
- Eu não quero te ver andando com aquele cara. Meu filho não é viadinho que fica dando o cu por aí. - Esbravejou apontando o dedo para mim e para fora, que acredito ser para um Tyler imaginário. - Eu não criei uma bichinha.
- Pai eu... - Não consegui terminar de falar. Ele veio para cima de mim segurando pela minha camiseta. Eu caí na cama.
- Eu dou educação. Eu cuido. Eu dou dinheiro e é assim que você me agradece? Gastando meu dinheiro com suas coisas de maricas?
- Pai eu não sou gay. - Tento falar por cima dele, mas não sou ouvido.
Ele vem para cima mais uma vez resmungando coisas que não consigo entender, pois seus dentes estão serrados. Consigo segurar ambas as suas mãos com as minhas e ele sobe em cima da cama. Nossa briga me arrasta ainda mais para cima da cama até a cabeceira onde não tenho mais fuga e sinto minhas forças esvaindo aos poucos.
- Eu vou acabar com a sua raça. Você não é meu filho. - Disse irritado. - VOCÊ NÃO É MEU FILHO.
Meu rosto esquenta com uma dor descomunal e minha visão fica turva. Ele me deu um soco no rosto.
- EU NÃO CRIEI UM VIADINHO FILHO DA PUTA. MARICAS. UMA BICHA.
Cada palavra era um soco, mas escondo meu rosto por entre os braços, entretanto meu corpo está desprotegido. O ar entre difícil em meus pulmões e meu corpo inteiro começa a doer. Minhas costelas, costas e barriga pelos socos que ele me dá e pernas pelo peso em cima delas.
- PAI PARA, VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO.
- NÃO ME CHAME DE PAI, VOCÊ NÃO É MEU FILHO. EU TENHO NOJO DE VOCÊ.
De repente aquilo cessa. Não tenho forças para me mexer, apenas chorar escondido entre os braços. Ele sai do meu quarto. Tento olhar em volta a procura dele, mas não consigo. Procuro pelo espelho e vejo que meu olho esquerdo está roxo e inchado assim como parte do meu rosto avermelhada e esverdeada quase chegando ao roxo. Levanto a camiseta e não está melhor do que meu rosto. Sobre a minha cama, nos lençóis brancos, vejo sangue
Estou encolhido em um dos cantos do meu quarto quando ele entra novamente segurando duas bolsas grandes o suficiente para me colocar dentro. Naquele momento pensei o pior, mas ele se limitou apenas a jogar as bolsas em mim, estão pesadas e faz com que meu corpo reclame de dor.
- Pegue-as e me espere no carro. - Ele ordenou e por eu não me mexer ele me chutou. Relutante me levantei.
Não sei para onde estamos indo. Sentei no banco detrás por segurança. Do lado de fora as coisas passam muito rápido e não temo mais o que possa acontecer, tenho no corpo o que de pior aconteceu até o momento e se ele me matasse ali mesmo e me desovasse... Whatever.
Acabei pegando no sono e acordei com o carro parando. É início de noite e ainda está claro e estamos no meio do nada. A porta do meu lado onde estava encostado se abre e caio sobre o chão duro do asfalto de cara nos pés dele.
- Não quero você na minha casa. Para mim você nunca existiu, esse desgosto esse nojo que você é. Esqueça que um dia teve pai e não ouse voltar para a minha casa.
Me levantei com relutância e, de certa forma, fiquei surpreso que ele me deixou fazer isso. Desferi um soco no seu rosto e fiquei feliz que o sangue escorreu do canto da sua boca e avermelhou seus dentes.
- Eu vou acabar com você. Escreve o que eu estou te falando. Um dia eu vou voltar e você vai se arrepender amargamente disso.
Ele se limitou a reunir o sangue com saliva e cuspir em mim antes de entrar no quarto e me deixar para trás, no meio do nada. Sozinho.
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I’m not afraid anymore || Part 5
- Eu olhei o que filmou. - Ele disse irritado. 
Estamos no porão da minha casa, eu estava procurando um jeito de fugir dele e ter pelo menos um único dia de paz. Missão falha. Estamos sentados um de frente para o outro. Ele todo largado sobre uma cadeira numa pose que mostra quem manda, já eu estou encolhido na minha procurando uma forma de me esconder por dentro das minhas roupas e me encolher como a Alice em Alice no País das Maravilhas.
- O que você viu - Questiono.
Tem tudo lá dentro, desde o comportamento abusivo e negligente do meu pai até minha vida na escola e alguns amigos pela vizinhança.
- Que você é patético. - E faz-se o silêncio. - Acha que essas pessoas são suas amigas, uh? Não são. Você é um constrangimento. - Diz apontando para mim. - Você fica pela cidade gastando o meu dinheiro...
Olho para baixo, pois não quero encará-lo.
-...olhe para mim quando eu estou falando com você.
- Eu não gastei um centavo do seu dinheiro, Richard. 
- Cada centavo vai para a escola, para você e remédio para sua mãe.
Me exalto.
- ESCOLA? EU ESTUDO EM ESCOLA PÚBLICA E NÃO SE PAGA POR ESCOLA PÚBLICA SEU IDIOTA. 
- O que?
Percebo a minha burrice em aumentar a voz ao tentar falar por cima dele, irritado com toda aquela situação, com tudo o que ele vem fazendo e em como ele justifica esse comportamento deplorável. 
- Do que você me chamou? Você me chamou de idiota, seu cretino? 
Com raiva ele virou a mesa que tinha alguns livros e garrafas de suco e refrigerante. Assim como ele rapidamente eu me levantei com os músculos tensos e tentei recuar, mas tive a parede às minhas costas.
- Me chamou de idiota? - Assim como a mesa, agora foi a vez de uma cadeira encontrar a parede e, logo em seguida, o chão não muito longe de mim. - Seu traste. 
Sinto sua mão pesada. Ele me esbofeteou o rosto com tamanha violência que fui direto para o chão com a mão no rosto dormente e dolorido. Ele veio para cima de mim segurando a minha camiseta para me levantar, mas ao mesmo tempo empurrando meu peito ainda mais para o chão. Sinto falta de ar.
- Levanta seu imbecil. Levanta. Eu mandei levantar. - Ele finalmente me levanta do chão, entretanto não larga a minha camiseta. 
Sinto meu rosto latejar o o gosto férreo de sangue na boca. Meu corpo inteiro enrijece e de repente tenho uma força que antes me era desconhecida. Ele tenta me derrubar segurando meu pescoço com força, mas não sei como consigo tirar sua mão de mim. 
- O que é isso? - Ele pergunta surpreso pela força que imponho contra seu punho. 
Não sei como, mas solto um grito de fúria e invisto ele contra a parede. Simplesmente o empurro com facilidade até ele bater às costas contra parede com certa violência que um dos quadros caem e um buraco se abre onde seu corpo bateu. 
- Eu podia de te esmagar seu idiota, sabia? - Esbravejo ainda segurando ele, mas minha força começa a se esvair. - Eu podia te esmagar. - Com o resto de força que consigo reunir o seguro pelo colarinho e o empurro para o outro lado, longe de mim.
Ele cai no chão gemendo de dor e fico olhando-o, assistindo-o com certo prazer interno, mas ainda assim com uma cólera que mal consigo segurar dentro de mim. Sinto vontade de chutá-lo, esmurrá-lo e acabar com ele ali mesmo, no porão de casa e deixar sequelas para o resto da vida dele, mas me limito apenas a caminhar para minha câmera que esteve gravando o tempo todo. Me encaro no visor e me pergunto no que estou me tornando. Violento como ele?
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