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#viadal fotos
ribacaima · 2 months
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Viadal: - Fotos para mais tarde recordar.
Parte II.
A Terra de Cambra em Fotos.
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Localizava-se na actual Rua Eça de Queiroz, no lado esquerdo de quem sobe.
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O antigo brasão do concelho de Macieira de Cambra seria idêntico a este. (in, VC nº 610 de 1 de Novembro de 1996 e 10 de Maio de 2004).
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Sobre esta romaria ver também a VC nº 617 de 15 de Fevereiro e 1997.
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Sobre Albino Filipe Pereira ver a VC nº  580 de 15 de Julho de 1995.
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Sobre a Evolução da Indústria no Concelho de Cambra ver a VC nº 513 de 1 de Setembro de 1992 e sgts. Idem, a VC nº 522 de 15 Janeiro de 1993 sobre a fábrica de Santa Cruz.
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ribacaima · 2 months
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Viadal: - Fotos para mais tarde recordar.
Parte 1.
Rebuscando nos meus arquivos fotográficos, dou a conhecer fotos alusivas às gentes de Viadal e aldeias em redor, algumas com mais de cinquenta anos. Inclui também o património edificado e paisagístico; algum, entretanto, já desaparecido ou modificado.
Julho de 2024
Manuel de Almeida
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Local: - Igreja Paroquial.
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A lenda refere que em Vilar - sítios da Óssia ou na Raposeira, abaixo da estrada - terá havido um mosteiro ou convento em honra de Santa Marinha. (in, Voz de Cambra nº 549 de 15 de Março de 1994 e sgts.)
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ribacaima · 2 years
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Viadal: - Celebrações da Páscoa.
Mais algumas fotos alusivas às comemorações da Páscoa em Viadal, ano de 2009.
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Sítio das Carreiras.
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No mesmo local.
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Casa da tia Lurdes Almeida. A almofada destina-se a uso da cruz, enquanto a comitiva cumprimenta os donos da casa e seus familiares.
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Vindos dos Cestes. Ao fundo, a casa/palheiro já é pertença de Carvalheda, na margem direita do rio Caima.
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O Baltazar em ação.
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ribacaima · 2 years
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VIADAL: - Fotos Alusivas às Celebrações da Páscoa.
Nota de Apresentação.
Dentro do calendário litúrgico cristão, há duas festividades que, pelo seu simbolismo, muito prezamos: - a Páscoa e o Natal.
A primeira era, ao tempo da nossa infância, a época festiva mais importante, não tanto pelos presentes (1), mas pelo que representava pelo convívio parental, festa da aldeia em honra de Nossa Senhora da Ouvida e especialmente pela Visita Pascal.
Apesar de expatriados, sempre que nos tem sido possível, temo-nos associado com júbilo a estas festividades. Delas já fizemos relatos que, em tempos idos, publicamos no Jornal “A Voz de Cambra”, com particular ênfase no nº 649 de 1 de Julho de 1998. Aí descrevemos (2) o modo como vivemos, em 1996, a “Visita Pascal” aos lugares da parte alta da freguesia de Cepelos, nas faldas da Serra da Freita. Ilustramos o trabalho com várias fotos tiradas na Póvoa dos Chões, Viadal, Tabaçó e Vilar, entretanto já divulgadas no nosso blogue, Ribacaim.tumblr.com, cujo título é: - A Visita Pascal em Terras de Riba-Caima.
Temos, contudo, arquivadas mais fotos, que aqui damos como reproduzidas, algumas alusivas a outros anos, nomeadamente a 2003, 2007 e 2009. Nalgumas também fomos fotografados.
Sobre o Natal, ver os nossos contos: O Tição de Natal e “O Azevinho da Serra da Freita”, trabalho este premiado em concurso organizado, em 2020, pela Biblioteca (3) Lúcio Craveiro da Silva em Braga.
Queluz, Março de 2023.
Manuel de Almeida.                  
NOTAS:
- Recebíamos sempre da nossa saudosa madrinha um pano de popelina para fazer uma camisa. Vide o conto:  O Tesouro da Fonte de Gatão, na parte que se refere às fidalgas de Macieira.
- Também no mesmo quinzenário, edição nº 665 de 15 de Março de 1999, publicamos um artigo idêntico com o título: - “A Visita Pascal em Lamosa”. Trata-se de um relato comparativo, por nós vivido em 1992, nesta localidade, do concelho de Sernancelhe, próxima do Santuário da Lapa.
– Publicado, com outros, in, Antologia de Contos de Natal: - 2013 – 2020.
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O Baltazar Quintal esperando a ordem para lançar o foguete. Ao fundo e à direita a malha urbana de S. João da Madeira e Ovar.
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Sítio das Carreiras, casa do tio Manel.
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Ao centro, o dono da casa e os manos Manel e Alberto.
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No caminho, junto à casa do tio Alberto.
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O tio Manel tem tudo pronto para receber os visitantes. É só entrar.
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Comitiva e acompanhantes. (continua)
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ribacaima · 1 month
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Viadal: - Fotos para mais tarde recordar.
Parte III - Pela Serra da Freita.
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Sobre esta romaria ver a VC nº 617 de 15 de Fevereiro e 1997.
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Romeiros de Viadal, reconhecendo-se em primeiro plano o tio Vigário e o Matos madeireiro.
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Neste local verificou-se grande atividade de mineração do volfrâmio durante a II Guerra Mundial, que ainda hoje são recordadas por toda a serrania, como se induz da quadra seguinte recolhida, em Viadal, pela Sandra Lopes:
Adeus ó rio de Frades/Adeus ó Vale da Sardeira./Tu foste a mãe dos pobres,/Que lhe encheste a carteira.
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Habitação que, parece, é conhecida pela casa do brasileiro.
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Sobre a construção desta capela no Curro dos Lobos e outra no Chão do Monte, junto a Vilar, ver a VC nº 616 de 1 de Fevereiro de 1997.
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ribacaima · 2 years
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Endovélico, um Deus Alentejano (Parte 2)
(continuação da edição anterior)
por: - Manuel de Almeida, Universidade de Ensino Sénior de Queluz
(in, Viver Sénior - O que nós Sabemos - Edição Nº 12 Newsletter Maio e Junho 2022)
(Idem, in Ribacaima.Tumblr e Facebook em Julho de 2022)
Do culto a S. Miguel Arcanjo.
Os santuários cristãos em honra de S. Miguel começaram a aparecer no século IV d.c, em locais de antigos cultos pagãos, caso de S. Miguel da Mota. Aqui, tal como na época de Endovélico, era percebido como um anjo de cura. Com o decorrer do tempo, como protetor e líder do exército de Deus contra as forças do mal.
No século VI, a devoção a São Miguel tinha-se já espalhado tanto no oriente quanto no ocidente. Com festa litúrgica a 29 de Setembro é venerado na Cristandade, Judaísmo e Islamismo.        É padroeiro dos fuzileiros navais, marinheiros, motoristas de ambulância, paramédicos, paraquedistas, radiologistas e radioterapeutas, entre outros.
O culto a S. Miguel, em Viadal, na Serra da Freita. Apontamento.
Ao S. Miguel também se presta culto, com festa a 29 de Setembro, na pequena aldeia de Viadal, no sopé da Serra da Freita, lá para os lados das conhecidas “pedras parideiras”. Anos atrás, o seu dia era considerado santo e, como tal, suspensas as atividades agrícolas no lugar e nos outros em seu redor. Agora, devido ao assalariamento, continua a ser-lhe prestada homenagem, mas tal passou para o domingo a seguir a 29 de Setembro.
Tal data marcava, há 60 anos, o fim das colheitas, sobretudo a do milho, que era apanhado por essa altura. Por isso, não se perguntava a um vizinho se já tinha colhido o milho (9), mas se “já tinha feito o S. Miguel”. Também, a partilha das águas das regas era, muitas vezes, regulada nos seguintes períodos:
     - Verão: - Que ia do S. João até ao S. Miguel.
             - Inverno: - Ia do S. Miguel até ao S. João.
 Então, seguindo os costumes do século XIII, vertidos nas Inquirições, era a altura para pagamento (10) dos foros, aos senhorios, em víveres ou em dinheiro. Também os filhos que herdavam bens, em vida dos pais, se comprometiam a entregar-lhes (11) uns quantos alqueires de milho e outros alimentos, pelo S. Miguel.
Já a sua imagem, restaurada em 2007, surpreende por ser muito pequena e não ter o dragão, como é usual nas representações de S. Miguel Arcanjo. O santo tem, na mão direita, a cruz em vez da espada e na esquerda a balança para pesar as almas. É, popularmente, designado pelo “São Miguel Anjo Menino” de Viadal, ou, somente, “São Miguel Menino”.
No dizer do mestre restaurador (12), a escultura é de madeira de castanho e remonta ao século XVII. Teve antes uns cinco restauros.
Ao contrário de Nossa Senhora da Ouvida, a padroeira da aldeia, de que se lhe conhece o culto desde 1689, a este S. Miguel não lhe são feitas referências escritas, sobretudo nas Memórias Paroquiais de Cepelos, anos de 1721 e 1758. Será, contudo, venerado na aldeia há mais de 180 anos.
Com efeito, um habitante do lugar e devoto, com cerca de 70 anos, disse-nos: - “O nosso S. Miguel Menino tem mais de 180 anos. Já os meus avós me contavam que, quando eram crianças, dele, da sua festa e dos seus milagres, lhe falavam também as pessoas mais antigas”.
Aos fiéis, que se dirijam à ermida de Nossa Senhora da Ouvida, em Viadal, aconselha-se que seja rezada a seguinte oração (13), a S. Miguel:
“Anjo de Fé e da Humildade, vencedor de Lúcifer, Guarda da Santa Unção, Patrono dos Moribundos, Príncipe dos Exércitos Celestes, condutor das almas dos defuntos”, rogai a Jesus para que .....”
O facto de se encontrar na posição de escarranchado, quererá dizer que, ao longo dos anos, alguém lhe terá retirado o dragão, pensa-se.
É, porém, uma bonita imagem para, em silêncio, se observar, contemplar e eventualmente orar.                             
7. Epílogo.
Endovélico, o deus alentejano, era protetor das almas do além e também da saúde dos indivíduos. São disso exemplo os muitos ex-votos encontrados no local, com as dedicatórias das pessoas que alcançaram tais mercês.         Era venerado por gente alentejana, integrante da Lusitânia, de todas as classes sociais: - escravos, libertos, cavaleiros, homens e mulheres. O mesmo se pode dizer do culto a S. Miguel que se lhe seguiu, no mesmo local.
Tendo nós deambulado já pela zona - sem visitar o local do santuário, por se encontrar em propriedade privada - ficamos estupefactos com o bucolismo da paisagem, que a diferencia da planície alentejana, acabada de abandonar.
Está-se lá, pode dizer-se, mais próximo dos deuses, independentemente da religião a que pertençam.
UNIQUE/Queluz, Ano de 2022.
Manuel de Almeida
BIBLIOGRAFIA
– In, Lusitana Sacra, 2ª Série, Tomo 12, pág. 500.  Ano de 2000.
– Vasconcelos, José Leite - Arqueólogo Português. ISérie, Volume I, pág. 43. Ano de 1895. Idem, Janeiro a Abril de 1906.
– Destacamos, para não sermos exaustivos, o importante trabalho de JOSÉ d’ENCARNAÇÃO, com o título “ENDOVÉLICO – 400 ANOS DEPOIS”, publicado na revista SINTRIA, volumes III - IV. Pág. 149.
- BRITO, Frei Bernardo – Monarquia Lusitana, Livro II, pág. 137 e sgts. Ano de 1597. Adaptado.
- Retirado da INTERNET 2016 -      naosoueueaoutra.blogspot.pt/2012/08/lusitania-lendas-portugal.html
– Algumas publicações referem Museu Etnológico.
In, Cadernos Endovélico – PDF.
-  Carlos Carneiro(33 Posts) - Investigador da Universidade Nova de Lisboa nos âmbitos de literatura medieval, culturas e mitologias europeias. Retirado da Internet. Ano 2020.
– Por nós referido, na Monografia, com o título: - Viadal, Aldeia de Cambra, pág. 104 – a disponibilizar em PDF - e parcialmente reproduzida no Jornal Paroquial de Cepelos “Ecos o Povo”. Ano de 1991 e segts.
- TAVARES, Anita Pereira – A Medieva Terra de Cambra – Volume I. Ano de 2013, pág. 59.
– In, Escrituras dos Brandões, ano de 1829 e dos Quintais, ano de 1834.
- Sr. José Manuel Azevedo Ferreira da Casa do Coração Imaculado de Maria de Braga, a quem agradecemos a informação.
– In, verso de foto de divulgação da imagem do S. Miguel de Viadal. São conhecidas outras versões, mais extensas, que, oportunamente e noutro lugar, pensamos dar a conhecer.
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S. Miguel Menino de Viadal. Ano de 2007.
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Andor de S. Miguel em procissão. Ano de 1997.
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Andor de S. Miguel Menino de Viadal. Ano de 2014.
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Andor de S. Miguel em procissão. Ano de 2022
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S.Miguel Menino de Viadal. Imagem antiga, talvez dos anos 60 do século XX. Para além de ter a balança na mão direita, atente-se na posição das asas.
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ribacaima · 2 years
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Moinhos de Viadal. Parte II.
Em aditamento a matéria, já publicada, com o título em epígrafe, aqui se deixam mais algumas fotos de moinhos de água que existiram na parte superior do rio Caima e ribeiras/corgas adjacentes à aldeia de Viadal.
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Moinho da Ribeira da Castanheira. Ano de 1994.
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Ruínas do Moinho da Ribeira. Ano de 2022.
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Ruínas do Moinho do Corgo de Baixo. Ano de 2012. Só trabalhava no inverno.
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Ruínas do outro Moinho do Corgo, situado mais acima. Ano de 2012.
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Sítio do Corgo. Os moinhos situavam-se mais acima, junto à corga. Ano de 2012.
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Aldeia da Ribeira. Em 1994, data da foto, estava habitada e bem cuidada. Ver o nosso estudo: - A Pedra do Couto.
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Aldeia da Ribeira. Ano de 2022. Desabitada e em ruínas.
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Sítio da Pedra do Couto, na margem esquerda do rio Caima. Vista panorâmica. Ano de 2022.
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Moinho de Sandiães ou Roge, na margem direita do rio Caima. Ver o nosso conto: - No Moinho de Sandiães. Ano de 2007.
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Afamado pescador, junto ao moinho de Sandiães. Ano de 2007.
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ribacaima · 2 years
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OS MOINHOS DE VIADAL.
Até à chegada da eletricidade* às aldeias da Freita, em Dezembro de 1965, os moinhos de água de roda horizontal eram abundantes nas margens do rio Caima e imprescindíveis para moerem os cereais, nomeadamente o milho grosso ou maíz.
Originário, pensa-se, da América Central o milho chega a Portugal com os descobrimentos e às faldas da serra da Freita aí por meados do século XVII, onde se adaptou muito bem. Semeado aí por Maio e colhido pelo S. Miguél – fins de Setembro – guardado nos canastros, também conhecidos por espigueiros, depois de transformado em farinha proporcionou que as famílias passassem a ter pão quase todo o ano e muito mais estabilidade alimentar.
Sem necessidade do uso da força humana ou animal, mas tão só da força motriz da água é aqui que entram os moinhos, introduzidos pelos romanos e que se encontram atualmente em desuso. Já são vestígios da pré-industrialização.
Sem utilidade, por terem sido substituídos pelos moinhos elétricos, mas ainda de pé, fotografamos em 1984, os três mais importantes existentes na margem esquerda do Caima e pertença do lugar de Viadal.
Descendo o rio, desde a ponte que liga a Paço do Mato, havia o Velho, o Novo e o do Rão, lá mais abaixo. Deste, há vários anos que a sua foto é conhecida e que será também reproduzida aqui. Foi restaurado em 2013, a expensas da população local, e pode ser visitado.
Nos cursos de água de menor caudal, designados na Freita de corgas, havia outros moinhos, que funcionavam somente no inverno, mas também de grande utilidade, por se situarem mais próximos das aldeias, a saber:
. No Corgo, junto à presa, ali onde a estrada faz uma curva e que eram de Tabaçó. Só trabalhavam no inverno e eram dois. Ainda funcionavam aí por volta de 1960. Das suas ruínas também deixamos fotos.
. Em Beijós, sítios do Tapado e da Feiteira. Este, localizava-se acima da pequena ponte que liga a Beijós e ao lugar da Póvoa, agora muito próxima da atual estrada asfaltada.
. Na Corga do Barroco, no sítio do Chão do Moinho, lado de Vilar e, mais abaixo, junto ao Poço Negro. Era dos Quintais, parece. Sobre este ver o conto “O Criado Enamorado”.
Também terá havido um engenho de burel no sítio do Pisão, na confluência desta Corga com o rio Caima ou ali perto.
Relativamente ao sítio do Rão, tudo aponta, pela leitura de algumas escrituras, que aí por volta de 1900 fossem dois os moinhos. O desconhecido, localizar-se-ia, mais abaixo do atual, frente ao de Paço do Mato. É provável que ainda haja por lá vestígios.
Também deixamos foto do moinho da Ribeira, junto à Frecha da Mizarela. Já o da Póvoa dos Chões localizava-se a uns duzentos metros acima da atual praia fluvial e o de Carvalheda no sítio do mesmo nome, na margem direita do rio. Nos anos sessenta do século XX havia quem avistasse por lá as lontras.
Vilar também tinha moinhos no Caima no sítio onde havia uma ponte em madeira que ligava a Função. Na margem direita havia uns dois, sendo que num deles o nosso avô materno, Joaquim Fernandes dos Santos, era quinhoeiro, por ser natural de Função.
De inverno funcionavam no Chão do Monte/Ribeiro também dois moinhos pertença desta povoação. É provável que houvesse mais, noutras corgas, mas não temos deles registo. Ver também fotos do ano de 2013.
Refere-se ainda que os moradores da Felgueira iam, de igual modo, moer o seu milho aos moinhos que possuíam no rio Caima. Ainda há quem se lembre de os ver passar no verão, por Beijós, carregados com os sacos e foles, mas fazendo grandes cantarolas, aquando das pausas para descanso.
Era hercúleo o esforço exigido aos habitantes, sobretudo das aldeias mais distantes do rio, para conseguirem farinha. Ainda nos lembramos do tio António do Bicho, nosso parente, morador na Póvoa da Requeixada, freguesia de Junqueira que, tendo horas e dia determinado para moer no Rão, vinha carregado, no verão, com o saco de cereal, pelo carreiro da Anta** passando por Viadal, até lá abaixo ao Caima. Por ali aguardava as horas necessárias para ter a respectiva farinha e depois regressava, serra acima, à sua terra do lado de lá da Anta.
Como amplamente temos dado notícia nos últimos anos, também Tabaçó tinha o seu moinho no Caima, localizado junto à ponte que liga a Paço do Mato, coberto a lousa e agora em ruínas. Ver a este propósito os contos: O Tardo em Tabaçó e a Pomba Mensageira.
Junho de 2022.
Manuel de Almeida
Notas:
*Todas as famílias das aldeias tiveram que se quotizar para a sua vinda.
** Trilho pedestre que, partindo da Carreira da Felgueira, no caminho Vilar/Felgueira, passava no sítio das Mós e ia dar à estrada dos caramuleiros na Anta.
UMA QUADRA RECOLHIDA EM VIADAL, SOBRE OS MOINHOS:
Eu não torno mais ao moinho,
Nem passo pela farinha.
Que o forro da minha saia,
Já não tem a cor que tinha.
NOTA GERAL:
- Os moinhos aqui descritos eram coletivos, com dias bem definidos de moagem por cada família e não eram exclusivos de uma determinada povoação, dado os parentescos e as heranças. Sempre que se tornava necessária alguma reparação os moradores juntavam-se e, no dia marcado, compareciam para efetuarem os arranjos, inclusive os miúdos.
No pressuposto que possa vir a ter interesse histórico, aqui deixamos uma súmula de um documento a que tivemos acesso com “A DIVISÃO DO TEMPO DE MOAGEM NO MOINHO DO RÃO EM VIADAL. ANO DE 1835.
. Terça-feira pertence a Joaquim Ferreira;
. Quarta-feira a Manuel Francisco;
. Quinta-feira pertence a Manuel Fernandes;
. Sexta-feira a Manuel Filipe;
. Sábado a Manuel Cintro;
. Domingo pertence a Caetana Soares:
. Segunda-feira nos herdeiros, quatro horas a cada um, a principiar por Caetana Soares.
Mais se dispõe ainda que não havendo água no rio Caima para se tapar “corta-se a água dos lameiros, se os proprietários dos lameiros tirarem a água do moinho e este parar têm a pagar uma multa de quatro cruzados da primeira vez, oito da segunda vez, e da terceira vez doze cruzados”.
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Moinho Novo. Ano de 1984. Os pais do autor da foto eram aqui quinhoeiros.
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Moinho Velho. Ano de 1984.
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Moinho do Rão. Ano de 1984.
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Moinho de Tabaçó, coberto a lousa e ponte sobre o Caima. Ano de 1984.
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Moinho Velho. Coberto de vegetação. Ano de 2012.
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Rio Caima. Ano de 2012.
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Moinhos de Vilar, próximos do Chão do Monte. Ano de 2013.
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Moinhos de Vilar. Só trabalhavam no inverno.
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Moinho Elétrico em Viadal. Ano de 2013.
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ribacaima · 2 years
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Viadal, Cinco Décadas de Fotos.
Dou a conhecer mais algumas fotos alusivas a Viadal e aldeias circunvizinhas.
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Rapaziada de Viadal e Tabaçó. Cerca de 1970. Talvez em Arouca.
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Juventude de Viadal no Alqueve. Cerca de 1969. O tio Manel também lá está.
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Coro de Viadal em Albergaria das Cabras. Ano de 1990.
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No fontanário, entretanto demolido e na casa do tio Daniel. Ano de 1970 ou 1971.
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Tios Custódio da Chã e Fernandes de Viadal. Ano de 1989. Atualmente - 2022 - o mesmo local coincide com a estrada. Em frente, o caminho para Paço do Mato e Póvoa dos Chões.
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Rancho Folclórico na festa de Viadal. Ano de 2003.
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À janela. Ano de 2001.
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Altar de Nossa Senhora da Ouvida. Ano de 2008.
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Fogueteiro. Ano de 2003.
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ribacaima · 5 years
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Deixo várias fotos tiradas em Viadal, entre 1971 e 2003.
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ribacaima · 4 years
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A VISITA PASCAL EM TERRAS DE RIBA-CAIMA.
(in, Voz de Cambra nº 649 de 1 de Julho de 1998).
PROLOGO.
Tradição que se mantém viva nas aldeias localizadas em redor do Santuário de N. S. da Ouvida é a da "visita pascal", levada a efeito, todos os anos, por representantes da paróquia. Embora não revestindo ineditísmo, por ser comum tal prática nas redondezas, convirá conhecermos também o que se passou, a tal respeito, em 1996, nos lugares de Póvoa, Viadal, Tabaçó e Vilar.
Dada a extensão da freguesia de Cepelos, localizada ao longo da margem esquerda do rio Caima, foram três as cruzes que, em 7 de Abril de 1996, domingo de Páscoa, saíram a visitar os lares dos Cepelenses.
Apesar do dia ter amanhecido chuvoso e pouco convidativo ao passeio, seguimos de perto o trajeto de uma delas, mais propriamente aquela que se destinou à parte alta da freguesia. Em boa hora o fizemos, não só porque revivemos uma tradição do passado, mas também por ficarmos com a certeza que terá continuidade, dado o empenho que os "visitadores" colocaram na sua tarefa e o carinho com que, em todos os lares dos quatro lugares, foram recebidos.
Foi notório que, apesar da espera, devida ao povoamento disperso que actualmente caracteriza as aldeias, todos os habitantes aguardavam com simpatia os visitantes. Na verdade, os lugares de há cinquenta anos eram aglomerados de casas contíguas ao longo do caminho principal e alguns adjacentes, onde, mal amanhecia, os habitantes encontravam-se todos uns com os outros. Hoje predomina a dispersão, daí a demora.
Caso paradigmático é o do lugar de Vilar que começa no Chão-do-Monte – sítio sem moradores em 1950 - e se estende até próximo de Gatão. Foi necessária uma tarde para o percorrer.
A VISITA PASCAL NO PASSADO.
- Como e quando apareceu a tradição de visitar os lares das famílias no "mundo cristão"?
Rezam os escritos que a festividade da Páscoa já se realizava, antes do nascimento de Cristo, pelos Judeus, em memória da travessia do mar Vermelho e também da passagem do anjo exterminador que, na noite em que os Judeus partiram do Egipto, matou todos os primogénitos dos Egípcios, mas sem tocar nas casas dos Israelitas, marcadas com o sangue do cordeiro.
Coube aos Cristãos recuperar tal tradição, associando-a à Ressurreição de Jesus Cristo, isto é, da sua passagem da morte para a vida.
Naquilo que respeita à visita Pascal em Portugal, já lhe conhecemos relatos em plena "idade média". Era prática dessa época o pároco visitar as aldeias, benzer as casas e receber os tradicionais ovos. (1)
A "VISITA PASCAL" NOS ANOS CINQUENTA DESTE SÉCULO. Nestas aldeias era quase sempre na segunda-feira de Páscoa que o padre vinha tirar o folar ou então no domingo de Pascoela. O domingo de Páscoa era sempre reservado para os lugares do fundo da freguesia.
Finda a missa em Viadal o pároco visitava este lugar, dirigindo-se depois para a Póvoa. Seguia-se Tabaçó e ao fim do dia Vilar.
Como hoje, a comitiva incluía, para além do sacerdote, o portador da cruz, o homem da caldeirinha e outro que recolhia as ofertas. Estas eram invariavelmente ovos ou numerário. Aqueles eram depositados numa cesta, enquanto que o dinheiro, geralmente uma moeda, era espetado numa laranja colocada no centro da mesa.
A visita era pretexto para arranjo das casas e até limpeza dos caminhos dentro das aldeias. Em muitos trechos espalhavam-se pelo chão ramos de arbustos, sobretudo alecrim, e flores.
Na mesa via-se sempre bolos, ditos de doces, e nalguns casos amêndoas. Com excepção das casas mais abastadas, onde havia vinho do porto - aqui chamado de fino - e figos, os visitantes raramente se serviam dos conteúdos que encimavam as mesas, embora fossem sempre convidados a fazê-lo. Das casas que ainda recordamos de paragem obrigatória eram: em Viadal, a do Sr. Diamantino Tavares; em Tabaçó dos Srs Lomba e Santos e em Vilar, a do nosso avô, Joaquim Santos.(2)
Finda a cerimónia que incluía o benzer da casa e beijar da cruz, seguida dos tradicionais desejos de boas festas, pelo pároco, passava-se à residência seguinte.
A VISITA PASCAL NO ANO DE 1996.
Os preparativos para a "visita pascal" aos quatro lugares, começaram nas vésperas do domingo de Páscoa - dia 6 -, em Viadal em casa do Alberto de Almeida, mais conhecido entre a "malta nova", por tio Alberto.  Aí se juntaram o Avelino Fernandes e o António Cubal. Em conjunto prepararam e limparam as "alfaias religiosas", nomeadamente a cruz, caldeirinha e hissope para utilização no dia seguinte. Aí acertaram melhor os horários e calendário da visita, por forma a que tudo batesse certo.
De aviso estavam também o Adelino Costa de Vilar que, no dia imediato se lhes havia de juntar, e bem assim os elementos destacados em cada lugar para os acompanhar e proceder, em cada residência, à colecta dos donativos.
Também em cada lugar houve nos dias antecedentes um peditório, levado a efeito pelos jovens, tendente a angariar fundos para o lançamento de foguetes no decurso da visita. Cada morador contribuiu a seu modo e de forma voluntária.
O INICIO DA VISITA.
No domingo de Páscoa, logo pela manhãzinha, o Alberto deslocou-se à igreja matriz em Cepelos, para assistir à missa, recolher da pia baptismal a água benta destinada a aspergir as residências e trazer consigo o "Seminarista" que haveria de substituir o padre na visita.
A CHEGADA AO LUGAR DA PÓVOA.
Rondavam as nove horas da manhã quando a comitiva, ida de Viadal, devidamente paramentada chegou à Póvoa. Era composta pelo Seminarista - cujo nome lamentavelmente não anotamos, mas que sabemos ser de Arouca - pelo António Cubal vestido de opa vermelha e portador da cruz, pelo Avelino Fernandes, com a caldeirinha da água benta, híssope e campainha; pelo Alberto em representação da paróquia e pelo Adelino Costa, com a missão de proceder à cobrança da anualidade do jornal paroquial "Ecos do Povo".
Na estrada tinham à sua espera a comissão local de acompanhamento e alguns habitantes, sobretudo homens. Iniciada a visita numa das moradias junto à estrada, logo rebentaram os primeiros foguetes anunciadores, juntamente com a campainha, de que a cerimónia estava em curso.
O RITUAL
Chegados à residência, cuja porta se encontrava aberta, o portador da cruz tomou a dianteira entrou e disse:
- "Boas Festas, Aleluia!" Seguiu-se-lhe o Seminarista, paramentado de branco. Pegou no hissope, cheio de água benta, aspergiu os cantos da casa e igualmente exclamou em voz alta:
- "Boas Festas, Aleluia!".
Dito isto, foi a cruz dada a beijar a todos os presentes que, colocados de pé em redor da mesa, a beijaram. De seguida o representante do pároco cumprimentou todos os presentes e desejou, mais uma vez, "Boas Festas". Idêntica postura tiveram os restantes elementos da comitiva.
Entretanto, em cima da mesa, que se encontrava cheia de iguarias, nomeadamente doces e amêndoas, havia uma "travesseira" bordada, onde o António Cubal colocou a cruz. Nisto, o dono da casa convidou os presentes a servirem-se da comida e bebida expostas, o que foi aceite. Retiraram, sobretudo amêndoas. Estas haviam de servir para distribuir pelas crianças que se encontravam nas outras habitações ou que iam aparecendo ao longo das ruas, o que as deixava satisfeitas.
Recolhido de cima da mesa o envelope com o dinheiro da oferta, por um elemento da comissão local, trocadas palavras de circunstância e apresentados os cumprimentos, a comitiva rumou à casa seguinte onde o ritual se repetiu.
A excepção foi para as residências onde havia pessoas enfermas ou encamadas. Aqui a demora foi maior e muito mais atenciosa.
O AMBIENTE ENVOLVENTE.
Pese embora o facto de o dia se ter apresentado chuvoso, a comitiva era esperada e desejada pelos moradores. Prova disso estava na forma cuidada como prepararam e embelezaram as residências e pela maneira como estavam vestidos em traje domingueiro.
Também as ruas, sobretudo nas proximidades das casas, estavam limpas e em muitas delas havia verduras espalhadas pelo chão, bem como pétalas de flores o que dava um certo colorido à cerimónia.
EM VIADAL AINDA SE VIU TRADIÇÃO.
Terminada a visita pascal à Póvoa a comitiva rumou a Viadal, onde, pelas 11 horas, iniciou a cerimónia na forma costumeira. Aqui, dada a amizade e conhecimento que nos une aos moradores, também fomos visitadores.
Foi precisamente neste lugar que encontramos ainda a tradição antiga de colocar a oferta numa laranja. Na verdade, o fruto encontrava-se recheado de moedas colocadas em ranhuras feitas para o efeito
Surpreendidos, inquirimos a dona da casa - Lucinda, esposa do Avelino -, ao que ela respondeu:
- "Tradição é para manter".
Pelas 13 horas e numa altura em que chovia copiosamente, terminou a visita ao lugar e fez-se uma pausa para almoçar.
EM TABAÇÓ FEZ-SE CONTAS.
Eram umas 14 horas quando ouvimos foguetes em Tabaçó, sinal evidente de que a cerimónia se havia iniciado. Ao chegarmos, junto ao "posto" do leite, logo encontramos um magote de gente, sobretudo homens e rapazes, um dos quais o fogueteiro.
Tinha a visita começado na aldeia de baixo. Passado pouco tempo já a comitiva se encontrava junto a nós, dirigindo-se para a residência do Sr. Joaquim Santos, onde a esperava uma casa cheia de gente.
Terminou a visita ao lugar em casa do Sr. Pedro Ferreira. Aqui, petiscou-se e o elemento da Comissão local apresentou as contas relativas à recolha de fundos.
EM VILAR HAVIA MUITAS FLORES ESPALHADAS PELO CHÃO.
Dos quatro lugares visitados, Vilar é o maior. Conhecemos ainda o Chão do Monte sem moradores e hoje vivem lá bastantes. Não admira, por isso, que iniciada a visita pelas 15 horas ela só tenha terminado ao cair da noite.
Se a cerimónia em si não diferiu muito do acima referido, dois acontecimentos valerá a pena registar:
- O primeiro, teve a ver com a cerimónia da bênção da Sagrada Família, uma bela obra de arte sacra, em casa do Sr. Martinho Gonçalves Costa e sua esposa D. Arminda. Tratou-se de uma manifestação de religiosidade e devoção que será oportuno mencionar.
- O segundo, prende-se com a tradição, comum a quase todas as residências, de enfeitar com pétalas de japoneira e de outras flores o local de passagem da comitiva desde parte da rua até ao cimo da escadaria que leva à sala. Isto, aliado aos ramos de alecrim espetados nas portadas, dava um certo colorido à cerimónia e demonstra o empenhamento e interesse na manutenção da visita pascal.
ALGUMAS REFERÊNCIAS À VISITA PASCAL EM TERRAS DE CAMBRA.
Longe de sermos exaustivos deixamos aos interessados algumas indicações sobre a visita pascal, retiradas sobretudo da Voz de Cambra.
• Nº 551 de 15/4/94 - Macieira de Cambra. • Nº 574 de 15/4/95 - Vila Chã. • Nº 598 de 15/4/96 - Arões/Junqueira. • Nº 599 de 1/5/96 - Vila Chã. • Nº 621 de 15/4/97 - Junqueira. ___________________________________________________ (1) -in, Voz de Cambra nº 528 de 15/4/93. (2) – Ver, no RIBACAIMA, o nosso trabalho com o título: - O Tabelião da Serra. NOTAS: . Na Voz de Cambra nº 649 de 1 de Julho de 1998 onde se lê “isopo” deve ler-se “hissope”. . Também no mesmo quinzenário, edição nº 665 de 15 de Março de 1999, publicamos um artigo idêntico com o título: - “A Visita Pascal em Lamosa”. Trata-se de um relato comparativo, por nós vivido em 1992, nesta localidade nas proximidades do Santuário da Lapa em Sernancelhe. Naquele domingo de Páscoa a aldeia estava em festa. Lá estavam os seus residentes, naturais da diáspora e convidados. Todos tinham as mesas recheadas e todos eram bem-vindos, inclusive os forasteiros. A comitiva andava sempre acompanhada. Toda a gente convivia e petiscava. Aproveitamos o ensejo para tirar fotografias e aplicar a regra: - “à terra onde fores ter, faz o que vires fazer”.  BEM HAJAM.
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Vilar: -Casa de Adelino Costa.
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Tabaçó: - Casa do nosso tio Joaquim Santos.
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Póvoa dos Chões: - Residência.
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VIadal: - Casa do António Cubal.
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Viadal: - Alquebe.
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Viadal: - Tempo de Quaresma.
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VIadal: - Altar em tempo de quaresma e alfaias religiosas. 
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ribacaima · 2 years
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VIADAL: - 50 Anos de Fotos.
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Rapazes de Viadal e Vilar. Cerca de 1970. Alguns já partiram....
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Capela de Viadal. Ano de 1970.
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Casa do tio Daniel, ano de 1970. Também lá está o tio Manel.
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Juventude de Viadal. Ano de 1970.
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Tios Fernandes e Floriano Brandão. Ano de 1994.
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Lançando foguetes.Ano de 1997.
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Os Manos. Ano de 2012.
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Preparando o cereal. Ano de 1984.
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Tia Ana Quintal. Ano 2001.
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Fartura. Ano de 2007.
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ribacaima · 4 years
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O CASTANHEIRO DOS OVOS
Prólogo.
Em tempos idos eram abundantes os castanheiros e as carvalhas por todo o Riba-Caima. Disso nos dão conta os documentos medievais onde muitas povoações das redondezas foram buscar o nome. Exemplos: Castanheira, Carvalheda, Carvalhal Benfeito, em Tabaçó; Carvalhal do Chão, entre outras.
Também, no perímetro florestal de Viadal, havia grandes soutos com castanheiros de grande porte e de vetusta idade. Alguns tinham tantos séculos que já estavam ocos por dentro. Contudo, rejuvenesciam, todos os anos, e davam saborosas castanhas. Para a história ficaram célebres dois:
Um, no sítio da Bouça do Moinho, junto ao carreirito que leva(va) ao Moinho do Rão, ali onde o tio Alberto Carvalho tinha uma propriedade. Anos idos, foi notícia na imprensa escrita, nomeadamente na Voz de Cambra nº 425 de 1.12.1988. Conhecemo-lo muito bem. Fotografamo-lo em 1990. É visível, contudo, só a copa, já que ao tronco, por falta de luz, não foi possível fazê-lo.
Outro, no Largo (1) de Beijós, contíguo ao caminho que leva(va) à Póvoa dos Chões. Era conhecido de toda a gente pelo “castanheiro dos ovos”. Por já não ter cerne (2), suportado na casca, servia de abrigo aos pastores e viajantes a caminho da Póvoa e, em dias de festa, aos romeiros da Senhora da Laje.
O nome teve origem no facto dos moradores da Póvoa oferecerem, pela Páscoa, o folar em ovos (3), como era então tradição, e não em dinheiro como ocorre nos dias de hoje.
Acontece que os "folareiros"(4) ao regressarem, acometidos de fome, surripiavam alguns, ao pecúlio a entregar ao pároco, e bebiam-nos crus, fazendo um furo de cada lado oposto do ovo.
Para não serem descobertos mandavam as cascas para dentro da cavidade da árvore, daí o nome que aqui deixamos para a posterioridade.
Para além desta informação, temos dele mais duas lendas a saber:
1. O CASTANHEIRO DOS OVOS, O HOMEM E O LOBO.
Certo dia um homem, vindo da Castanheira, descia, sozinho, pelo carreiro que passava junto da Fonte Sapa, rumo a Paço do Mato. Sentindo a presença humana, um lobo esfaimado começa a fazer-lhe um cerco. Como pôde lá foi afugentando, com o seu cajado, a fera, até que chegou ao “castanheiro dos ovos”. Assustado, e não tendo para onde fugir, escondeu-se dentro do tronco oco da árvore.
Enraivecido, o canídeo circundava o castanheiro, esfregando-se ao mesmo tempo no mesmo. Acontece que, numa das vezes, descuida-se e a ponta do seu rabo entra por um buraco do madeiro.
O viandante não é de meias medidas. Aproveita a desatenção do lobo e agarra-se à cauda do mesmo, não o deixando fugir. Enquanto o animal tentava escapulir-se, o homem ia berrando, fazendo eco na montanha:
"Marau, marau, encosta o cu ao pau"; "Marau, marau, encosta o cu ao pau" ...
Tanto o segurou e gritou alto que, alguém, talvez de Tabaçó, andando pelas redondezas, acorreu em seu socorro e o salvou de ser alimento da fera e da sua alcateia.
2. O HOMEM DE VILAR QUE TINHA TRÊS NOMES.
Viveu em tempos em Vilar um homem (5) que era alfaiate de roupa de burel. Trabalhava à mão e deslocava-se às diversas aldeias sempre que era necessário fazer fatos novos para os camponeses. Como coxeava de uma perna tinha como alcunha de "O PERNETA".
Na Póvoa, os fregueses eram certos e de boas contas, isso é sabido. Combinado o dia em que iniciaria os trabalhos, os camponeses ficaram à espera do mestre artesão. Como lá do lugar, situado do outro lado do rio Caima, se avista Viadal, estavam, por ali, na eira, de atalaia, até que ele chegasse.
Juntos, eram três ou quatro os aldeões que, enquanto vislumbravam o horizonte, iam tecendo comentários sobre o dia a dia da povoação. Sempre presentes na cavaqueira, o estado do tempo, o crescimento das colheitas e dos animais. Coisas da política eram-lhes praticamente estranhas.
De tempos a tempos lá olhavam para Viadal. Assim que viram um vulto, no sítio das Carvalhinhas, ali à saída do lugar, um deles disse: - "Lá vem um homem a caminho da nossa aldeia".
Quando o artesão passou o “castanheiro dos ovos” e alcançou, mais adiante, o alto de Beijós, um dos vizinhos, o tio Peixoto, exclamou: - "Lá vem o Perneta, o alfaiate".
Escondido, enquanto escalava a montanha, após a travessia do rio Caima, o caminhante chegou, cansado, junto da comitiva de boas vindas. Estes, os clientes, logo o receberam em tom afável: - “Ora viva Senhor Mestre, estávamos à sua espera".
Semanas depois, era vê-los aos domingos, todos janotas, na missa de Viadal ou de Albergaria das Cabras, a rezar e, finda a cerimónia, a conviver com os amigos e muitos parentes que tinham por aquelas bandas. Como quem não quer a coisa, também aprazavam o casamento (5) dos filhos. Tudo isto, ainda consta, por terras de Riba-Caima, nos dias que vão correndo.
Abril de 2020. Manuel de Almeida.
INFORMANTES, DE VIADAL: . Tio Joaquim Quintal, conhecido pelo “Cavada Santa”. Década de oitenta do século XX. . Tia Lina em Agosto de 2009.
ANOTAÇÕES: (1) - Nos anos cinquenta do século XX, dizia-se "Nêdio de Beijós". Aqui perto, ao surribar-se uma leira, do tio Júlio Quintal, foram encontrados vestígios de ocupação humana. In, Monografia de Viadal, pág.45. – Texto dactilografado. (2) - Conhecemos bem este castanheiro, quando éramos miúdo. Junto dele brincamos ao neto, com as outras crianças, enquanto o gado vacum pastava em Vale Quentinho, ali bem perto. (3) - Sobre esta prática religiosa ver o nosso trabalho com o título "A VISITA PASCAL EM TERRAS DE RIBA-CAIMA", publicado na Voz de Cambra nº 649 de 1 de Julho de 1998 e RIBACAIMA. (4) – Aqueles que fazem a “visita pascal”. Em jovem chegamos a acompanhar um seminarista na visita Pascal à Póvoa. Tínhamos como missão badalar a campainha. (5) - Os seus descendentes em Vilar são conhecidos pelos da Corga. Vilar foi terra de alfaiates, entre outros mestres. Ver o nosso trabalho o “Tabelião da Serra”. Logo que viável, pensamos deixar, para a posterioridade, o nome daqueles de quem temos registo, bem como dos que viveram nas aldeias em redor. (5) – Ver, a este propósito, o nosso conto: - O Tesouro da Fonte de Gatão, na parte respeitante às “Fidalgas de Macieira”.
FOTOS: . Póvoa dos Chões, vista da Castanheira. Ano de 1993. . Viadal: - Copa de castanheiro, com vários séculos. Ano de 1990. . Beijós, caminho antigo para a Póvoa, junto à corga. Ano de 2012. . Albergaria das Cabras: - Procissão e coro de Viadal. Ano de 1990.
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Póvoa dos Chões, vista da Castanheira. Ano de 1993.
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Caminho em Beijós, junto à Corga.
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Nas proximidades. Ano de 2012. Mais acima o Castanheiro dos Ovos.
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Procissão em Albergaria das Cabras. Ano de 1990.
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O coro de Viadal na procissão de A. Cabras. Ano de 1990.
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Copa de castanheiro centenário no sítio da Bouça do Moinho.
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ribacaima · 6 years
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A MORTE, EM SETÚBAL,  DO CAVALO BRANCO DO REI.
TRADIÇÕES E LENDAS DO LUGAR DE VIADAL.                
LENDAS RELACIONADAS COM O POETA BOCAGE.
(publicado na VC  de 25 de Fevereiro de 2007)
Apesar do isolamento, em anos passados,  da aldeia de Viadal, a verdade é que a informação, relativa a personagens com relevo histórico, chegava à localidade.  
Tanto assim é que ainda há vestígios de canções alusivas à prisão de Gungunhana, célebre guerreiro moçambicano, detido ainda ao tempo da monarquia, do cantador Marques Sardinha(1) e dos poetas Malhão e BOCAGE. É deste último que trataremos a seguir.
BIOGRAFIA DE BOCAGE.
Como se  sabe BOCAGE, de seu nome completo Manuel Maria Barbosa du Bocage(2), nasceu em Setúbal em 1765, filho de pai português e de mãe com origem francesa.  A sua família era abastada.
Muito novo, porém, as vicissitudes da vida haviam de o marcar. Tinha apenas dez anos quando  sua mãe morreu. Aos dezasseis assenta praça na Guarnição de Setúbal e dois anos mais tarde na Escola da Armada, em Lisboa. Atingida a patente de Guarda de Marinha embarca com destino à Índia, com passagem pelo Rio de Janeiro no Brasil. Pelo oriente deambulou alguns anos.
Regressado a Lisboa e devido à sua excelente formação académica, primoroso jeito para versejar  e grande sucesso junto das mulheres, independentemente da classe social, cedo viu-se odiado pelos outros poetas da época ligados à Nova Arcádia, nomeadamente Curvo Semedo e Agostinho Macedo.
Sarcástico e mordaz para com a ordem estabelecida, simpatizante da Revolução Francesa foi ainda perseguido pelos esbirros do poderoso Intendente Pina Manique, que promoveu a sua prisão no Limoeiro, aonde padeceu grandes sofrimentos.
Teve ainda, ao que parece, grande desgosto de amor. Uma sua pretendente, Gertrudes, familiar do Governador do Outão veio a casar, para seu grande desgosto,  com o seu irmão mais velho.
Para além da qualidade dos versos, muitas vezes pungentes e cheios de sátira, aliados a uma vida boémia e algo dissoluta nos bordéis de Lisboa, fizeram dele uma lenda, que perdura até aos dias de hoje. 
Vejamos o que circulava a seu respeito, aí pelos anos oitenta do século passado, em Viadal.
 1. A MORTE, EM SETÚBAL,  DO CAVALO BRANCO DO REI.
Conto serrano.
(publicado na VC  de 10 de Março de 2007)
1.1. A doença do cavalo branco.
O rei tinha, nas suas propriedades de Setúbal, um cavalo branco de que gostava muito.
 Certo dia a cavalgadura adoeceu. O monarca  pressentindo que o animal ia morrer fez constar que se este falecesse, para compensar tão grande desgosto, mandaria matar, quem trouxesse à sua excelsa presença tão confrangedora notícia.
Passados poucos dias o animal finou-se, isto é, morreu. O pessoal da quinta e as autoridades locais de Setúbal entraram em pânico. Não se encontrava, naquela comarca,  voluntário que se dispusesse a deslocar a Lisboa e enfrentar o soberano. O fim da sua existência estava, previamente, anunciado.
1.2. O apelo do Governador do Outão.
Saído da sua residência no Outão, o governador local reuniu-se, no largo principal da vila, com "as forças vivas sadinas" e respectivo povoléu, a fim de arranjar solução para o problema. 
Contudo,  ninguém estava disposto a  morrer, mesmo recebendo um elevado prémio em dinheiro e a família algumas honrarias.
 1.3. Bocage, o salvador.
É por esta altura que surge, para grande alívio de todos, BOCAGE que  diz: - "EU, LEVO A NOTÍCIA AO REI!".
 Os presentes rejubilaram de alegria, embora temendo pela vida do conterrâneo Bocage.  Por outro lado, sabiam-no esperto e dali, na viagem até Lisboa, alguma coisa ele havia de engendrar para safar a sua cabeça do cadafalso.
 Tomada a decisão, alguém preparou  um farnel para o poeta. Este, vestido com o seu jibão e chapéu de três bicos ou tricórnio - à francesa -, toma a estrada real que o levará até Aldeia Galega do Ribatejo, hoje moderno Montijo(3) e aonde haveriam de vir, anos   mais tarde, a mourejar muitos cambrenses(4).
 Aí,  apanha uma  "falua" que o deixou, horas depois, do outro lado do Tejo. Dali ao Paço Real já era só um pulo.
 1.4. Em Lisboa, no Palácio do Rei.
 Lá chegado,  pôs-se a dar voltas consecutivas em redor do Palácio, sem dizer o que quer que fosse, apesar de interpelado pelos respectivos guardas.
 Para além da vestimenta, já referida, tinha mesmo pendurado num cajado, colocado sobre o seu ombro esquerdo, o saco da merenda. Mais parecia um pedinte que um ilustre e iluminado poeta.
 Assomado à janela do Palácio,    o rei sente que é seu dever interrogar  o intruso. Desce então  a imponente escadaria que dava acesso ao terreiro e pergunta ao forasteiro:
 - Que fazes aqui, em tão real propriedade? Donde és?
 - Ando às voltas - diz Bocage - e sou de Setúbal!
 - Então sabes notícias do meu cavalo branco? - inquiriu o monarca.
 - Saiba Vossa Majestade - respondeu o poeta - que: 
"O seu cavalo branco,
Está gordo e  conservado.
As moscas entram-lhe pela boca,
E saem-lhe pelo rabo".
- Então morreu! - exclamou o rei. 
- É verdade - retorquiu Bocage -, mas saiba que foi  V. Majestade que o disse e não eu. 
Conclusão: - A ter de haver morte era a do rei e não a do mensageiro.
 2. O BANQUETE, A  RAINHA E O PEIDO.
 - Ver publicação, à parte, neste Blog, com o título: - BOCAGE, EM QUELUZ.
(Idem, VC  de 10 de Abril de 2007)
3. QUADRA A UMA BONITA MENINA.
(publicado na VC  de 25 de Abril de 2007)
 Naquele tempo Alfama, em Lisboa, fervilhava de actividade e de gente. Saneamento, nas ruas estreitas do bairro, para escoamento de águas e dejectos,  era coisa desconhecida dos alfacinhas.
Sempre que uma moradora necessitava de esvaziar as suas selhas, gritava: - "Água vai!". E ia mesmo suja e gordurenta para as pedras das calçadas e vielas. Quem passava e não se arrumava levava com a sujidade. 
Certo dia, o nosso BOCAGE, ia a sair de uma das tabernas e não ouviu o usual pregão de "água vai"; talvez porque já estivesse com algum copito a mais de vinho ou genebra ou porque outros afazeres o atormentavam.
Certo é que levou uma banhada de água suja, como há muitos anos não lhe acontecia, desde que tinha deixado Setúbal, aonde a prática era  também corrente.
Tentando agradecer o feito, olha para a varanda do primeiro andar. Só que, para surpresa sua, não era a esperada matrona que lá estava, mas uma bela e jovem mulher que, envergonhada, escondia o balde. 
Bocage não perde tempo e faz-lhe, logo ali, o seguinte verso, que ficou para a história:
                       "Ó!, menina do entoucado,
                       Já que teve a mão tão certa.
                       Desça a escada,
                       E venha buscar a oferta".
 4. OUTRA QUADRA, DITA EM VILA FRANCA DE XIRA.
Na mesma época, o nosso BOCAGE deambulava, preocupado, à beira Tejo em VIla Franca de Xira, às portas da Leziria do Ribatejo.
 A certa altura,  um campino  intercepta o forasteiro e, logo ali, faz-lhe uma quantidade de perguntas, nomeadamente:
- Donde vem? Para onde vai? Como se chama?, entre outras. 
- O poeta, responde do seguinte modo e sempre em verso:
                        "Venho de Lisboa,
                       E vou para Santarém.
                       Chamo-me Manuel,
                       E não vivo com ninguém".(5)
 Massamá, Maio de 2006
                                                                                 Manuel de Almeida
APONTAMENTOS:
(1) - Ver a este propósito, entre outros, o nosso trabalho publicado na Voz de Cambra nº  709  do ano de 2001, sobre a Romaria de Nossa Senhora da Saúde.
(2) - Vidé foto do poeta.
(3) - Ver foto do Cais do Montijo. Ano de 1995. A apodrecer lá está um batelão.
(4) - Já aí pelo séc. XVIII, os cambrenses deslocavam-se para estas bandas do Ribatejo, conforme se pode inferir pela consulta aos livros dos Registos Paroquiais  - óbitos - da Freguesia de Cepelos. Nesse livro, aparecem anotadas as mortes "em Lisboa" e nas "partes do ribatejo" de alguns cepelenses.
(5) - Esta resposta ilustra, parece-nos, a vida mundana de Bocage.
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ribacaima · 4 years
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VIADAL AO TEMPO DO REI D. DINIS.
PARTE I 1. Introdução.
Tendo nós visto a luz do dia na pequena aldeia de Viadal, situada nas faldas da Serra da Freita, habituamo-nos, desde petizes, a ouvir as lendas dos seus habitantes e das povoações circunvizinhas. Há cerca de quatro décadas, cientes de que tudo aquilo se ia perder, começamos por fazer recolhas orais e apontamentos, junto dos moradores mais idosos. Destes, destacamos: - os irmãos, tios Júlio e José Quintal e a sua sobrinha tia Lina, ainda viva, mas com grandes problemas de saúde. Para tanto, redigimos, em 1986, a Monografia de Viadal (1), apoiados em Inquéritos que lançamos junto dos residentes e em pesquisas da Imprensa Local, nomeadamente o Jornal de Cambra. Conhecedores de uma data – 1689 – existente no Santuário de Nossa Senhora da Ouvida, quisemos documentarmo-nos sobre o aparecimento do dito culto, em Viadal, validando o que se dizia sobre Nossa Senhora e a fundação do lugar. Todos os informantes eram unânimes de que os primeiros moradores se teriam instalado no Lugar de Baixo, mais propriamente onde passa a atual estrada e no local da casa do tio Floriano Brandão, por aí terem aparecido restos de fogueiras e cerâmica. Já nas redondezas, foram também encontrados vestígios da ocupação humana em Beijós (2) e no Choilinho, junto a Covas. Deste último nos ocuparemos, mais abaixo. Graças a importante trabalho, de Anita Pereira Tavares (3), podemos referir, com fiabilidade, que Viadal já tinha, pelo menos, três moradores em 1284, e mais alguns em Covas.
2. Viadal ao tempo do rei D. Dinis, ano de 1284 d.c.
A maioria das freguesias de Cambra já existia em 1284 com a atual configuração, nomeadamente a de Cepelos a que Viadal, desde sempre, pertence. O mesmo pode dizer-se dos seus lugares, com exceção da Póvoa dos Chões. Sabemo-lo pelas diferentes Inquirições ordenadas pelos reis da 1ª dinastia e documentação dos Cartórios Notariais dos Mosteiros e Conventos, com destaque para aqueles localizados em redor (4) de Cambra, nomeadamente Arouca, Grijó, Pedroso e Cucujães. É precisamente pela Inquirição, mandada fazer, em 1284, pelo rei Lavrador, que ficamos a saber que Viadal, Tabaçó, Vilar, Gatão, Felgueira, Cabrum, e Paço do Mato já existiam então. Mais nos diz o mencionado escrito que havia moradores em Carvalhal Benfeito, junto a Tabaçó, e Covas em Viadal. Estes últimos dois sítios não são localizados pela historiadora. Julgamos, contudo, saber onde ficam, nomeadamente Covas. Com efeito, há vários anos que o demandamos, embora ali bem perto, no Choilinho. Vejamos.
3. A expedição a Covas e ao Choilinho, ano de 2002.
Duas questões se nos têm levantado com a existência deste povoado, que terá tido, supomos, poucos moradores:
a) - A lenda da sua existência que nos diz: 
“No Choilinho viviam moradores que adoeceram. Os de Viadal não quiseram tomar conta deles. Já os de Paço do Mato tomaram essa iniciativa. Por isso, aquando da partilha do monte, a parte que lhes pertencia ficou para os daquele lugar. Isto é, desde a Tapada até à Urtieira, junto ao caminho que vai para a Póvoa”. (recolha em Viadal em 2002).
b) O facto do Choilinho ter pertencido a Paço do Mato, freguesia de Roge, apesar de se localizar na margem esquerda do Caima. Baseados naquele relato, preparamos, em 2002, uma “expedição ao Choilinho”, acompanhados pela tia Lina, boa conhecedora do local e pelo Beto – Alberto Brandão – que então vivia em Viadal. Talvez o título mais adequado fosse o de “sertanejos do Riba Caima”, mas foi aquele o que prevaleceu, pois é assim que temos arquivados os apontamentos e fotografias do local. Devidamente apetrechados de foice, enxada, caderno, caneta e máquina fotográfica, capitaneados pela tia Lina, pusemo-nos em marcha. Saídos de Viadal chegamos ao vale das Regadas (5), no caminho antigo para Paço de Mato e Póvoa dos Chões. Aí, viramos à esquerda e entramos na quelha (6), até alcançarmos as leiras das Cardosas, então com eucaliptos. É aqui, abaixo destas, que se encontra o provável sítio onde terão vivido os ditos moradores. As supostas ruínas estavam cobertas de musgo e matagal, num declive e junto a um penedo. Cortados alguns arbustos, verificamos haver vestígios de construções ou muros no local, já que as pedras parece terem sido trabalhadas. As paredes/vedações das cavadas são-lhe perpendiculares. Em frente, Paço do Mato bem visível. Mais abaixo, e à esquerda das prováveis construções, vimos uma presa com um engenho, onde era possível os moradores abastecerem-se de água para as suas necessidades diárias e rega. A propriedade era, em 2002, pertença de um habitante de Paço de Mato. Tiramos então algumas fotos que aqui deixamos para memória futura.
4. Será o Choilinho de 2002 a localidade de Covas de 1284?
Pelo conhecimento que temos do local estamos em crer que sim. Com efeito, Covas, sítio em que o tio Diamantino Tavares (7), nosso vizinho, tinha uma propriedade, de que tanto se orgulhava, localiza-se ali muito perto. Como desconhecemos existir no perímetro florestal de Viadal outro local com esse nome, inclinamo-nos ser o Choilinho as Covas das Inquirições de 1284. Só uma limpeza do terreno e o estudo do local, por pessoas versadas no assunto, podem validar esta premissa, mas que a coincidência é grande, lá isso é. 5. A que freguesia pertence o Choilinho? Como dito, e apesar de se situar do lado de cá do rio Caima, não só o Choilinho como outras propriedades até à Urtieira pertencem na sua maioria ou pertenciam a moradores de Paço de Mato. Olhando os canos para transporte de água (8) que atravessam o rio Caima não deixam dúvidas donde são os seus donos, ou seja, de Paço do Mato, já que é para lá que o precioso líquido escorre. Esta questão é, contudo, já muito remota. Há vários anos que a tentamos desvendar, mas sem êxito. Sendo os cursos de água pontos privilegiados de demarcação de terras ou países, sempre nos fez alguma confusão como o lugar da Póvoa dos Chões, a nascente e na margem direita do rio, pertence a Cepelos e Santa Cruz e Casal de Arão, a poente, margem esquerda, fazem parte de Roge. Se estas não nos oferecem grandes dúvidas, por serem em terreno fértil, já a Póvoa é mais intrigante. 
6. A Póvoa dos Chões.
Também aqui a lenda diz-nos que: "O lugar da Póvoa era da freguesia de Roge. O padre de Cepelos deu uma quarta de milho ao seu pároco e ficou com ele para Cepelos". (in, apontamento, junto à Monografia). Quando éramos miúdo, também ouvíamos dizer que tinha sido comprado por uma tigela de papas; isto para ilustrar que teria pouco valor económico, apesar de ser terra de boa gente e muito amiga. Certo é que já nos inícios do século XVII a povoação pertencia a Cepelos, conforme se infere da leitura dos Registos Paroquiais da freguesia, em cujos livros se encontram registados os seus moradores. Já os casamentos não conheciam fronteiras. Os da Póvoa casavam preferencialmente na Castanheira ou em Paço do Mato. Alguns em Viadal, Tabaçó, e outras terras do Alto Caima. Em 1931, Carlos Alberto Costa, do Jornal de Cambra, acompanhado de Francisco Marques de Carvalheda, a caminho da Misarela, passou pela povoação, tendo sido seu anfitrião Custódio Peixoto, referiu o seguinte: "lugar antigo de gente laboriosa, formando os seus lindos campos canteiros de verdura em graciosa disposição". (in, JC nº 30 de 5/2/1932). A atual ponte (9), sobre o rio Caima, a ligar a Viadal e à sede de freguesia foi construída entre 1949/1950. Temos também o testemunho, de um habitante idoso do lugar que, em 2012, nos disse: - “Antigamente, era uma ponte em madeira, feita com tábuas atravessadas, passavam lá vacas e tudo”.
7. A demarcação das freguesias de Roge e Cepelos.
Sabemos, pelos nossos apontamentos, que já D. João V, em 1716, incumbiu Belchior Teixeira Louseiro, pároco de Roge, de proceder à delimitação da freguesia (10). Desconhecemos quais as razões, mas uma delas bem poderia ser, já então, as terras da margem esquerda do Caima, junto a Viadal, especulamos. Certo é que em reunião da Câmara, ano de 1911, foi apreciado "um ofício da Comissão Paroquial de Cepelos protestando contra o pedido de aforamento do monte baldio, sito na margem esquerda do rio Caima, feito pelos moradores de Paço-do-Mato, da freguesia de Roge, pois que tal monte pertence à freguesia de Cepelos". Foi decidido esperar "até que se averigue se é verdadeiro o alegado" (11). Como se induz, os de Paço do Mato venceram a contenda. Não deve ser difícil averiguar, nos arquivos municipais, o que então foi decidido e para quem ficaram os terrenos. Parece que a ponte, a ligar Paço de Mato a Viadal, terá sido construída por essa altura. O Mestre chamar-se-ia de Pisco. As descrições existentes sobre a mesma referem-na como sendo medieval. Verdade é que, em 1284, Covas aparece descrita, juntamente com Viadal e Tabaçó do seguinte modo:
“Item da aldea de Tavoazoo e de Carvalha Bemfeita. Estas son as testemuyas con'as outras de suso dictas: Joham Periz, Domingos Periz de Tavoazoo, Pero Joanes de Carvalha Benfeita disseron que na aldea de Tavoazoo, e en Covas, e en Vidal, e en Carvalha Benfeita ha y XVIIII casaes, e destes son dous de Pedr’Eannes de Gaton, e son dous de Pedroso e deu-lhos Moniom Gomez, e huum casal Rio Tinto deu-lho Martim Madeira, e outro casal ha y Avis e deu-lho Moor Rodriguiz, e outro casal est de Pero Veegas, e outro casal de netas de Moniom Porro, e huum casal en Covas de Fernam Oannes, e en Vidal est huum de Martim Veegas, e outro est de Martim Madeira, e outro est de Rodrigo Afonsso de Gaton, e ha en Carvalhal Benfeito Fernando Afonsso dous casaes, e huum casal Pero Veegas hirmão do juiz, e outro casal ha y a igreja de Rogi, e veem todos de filhos d’algo e dan voz e coomha e omezio e gardan a portagem dos de fora.” (12)
8. Carvalhal Benfeito, outro enigma.
Munidos desta informação tentamos saber, junto de atuais moradores da Tabaçó e Viadal, se há alguma localidade, no espaço das suas áreas territoriais, com este nome. Na verdade, há. O Carvalhal atual fica contíguo ao lugar de Baixo de Tabaçó, como as fotos recentes o demonstram. Trocadas impressões com um habitante local, nascido em 1943, disse-nos: - “Tenho lá umas leiras. Por vezes aparecem lá carvões. Se calhar viviam lá ferreiros. Fica por detrás da casa da tia Maria da Póvoa”. Ora, quando éramos rapaz e frequentávamos a escola primária (13) em Tabaçó – lugar de Cima – eram bem visíveis dois núcleos urbanos distintos, com as pequenas casas, em granito, todas muito juntas. Diz-nos ainda a lenda, sem documentação que o comprove, que o lugar de Tabaçó é mais antigo do que o de Viadal. A razão prende-se com o desvio, para as leiras de Tabaçó, da água do pequeno córrego que nasce próximo do S. Tiago da Felgueira e escorre para as bandas de Viadal até entroncar, lá mais abaixo, na corga do Barroco. Tal só foi possível, pensa-se, por ainda não existirem moradores em Viadal. A derivação da água processa-se no sítio do Espinheiro, abaixo da estrada que liga à antiga Escola de Tabaçó. Ainda são visíveis as presas, o rego e, nos dias de hoje, muitos canos, todos em direção de Tabaçó de Cima. Tendo como base o acima descrito tudo indica que o Carvalhal Benfeito de 1284, corresponda ao núcleo antigo do Lugar de Baixo, agora incluído na povoação de Tabaçó. (continua) Queluz, Abril de 2020. Manuel de Almeida
Fotos:
. Choilinho. Ano de 2002.
. Carvalhal em Tabaçó. Ano de 2020 ANOTAÇÕES: (1) – Publicada parcialmente no jornal da Paróquia de Cepelos Ecos do Povo. A disponibilizar, oportunamente, na INTERNET em PDF. Sobre o culto a Nossa Senhora da Ouvida, ver a V.C. nº 628 de 1 de Agosto de 1997 e sgts. e ADCRA.Viadal. (2) - in, Monografia de Viadal, pág. 44. Sobre Beijós, ver também o nosso conto “O Castanheiro dos Ovos”, disponível no blogue RIBACAIMA. (3) – TAVARES, Anita Pereira - A Medieva Terra de Cambra: Território e Sociedade. Ano: 2013.
(4) – Já em tempos, permitimo-nos especular sobre a não existência de um Convento ou Mosteiro em Cambra. Tratamos desse assunto na Voz de Cambra nº 549 de 15 de Março de 1994 e sgts. Indicamos, baseados na lenda, que terá havido um, dedicado a Santa Marinha, em Vilar. (5) – Sobre este local, vide o nosso conto serrano: - “O Tardo em Tabaçó”. (6) – Paralelamente a esta quelha, mais acima, havia um rego, já em desuso quando éramos criança. Partindo da corga de Beijós, passava pela Feiteira, Regadas e vinha até à Defaifa. (7) – Ainda hoje estamos a vê-lo, a ir para Covas, com o Jornal de Cambra debaixo do braço, de quem era correspondente em Viadal e de que muito se orgulhava. A ele nos referimos abundantemente na Monografia de Viadal e noutros escritos sobre a aldeia. Diamantino Tavares nasceu a 27 Janeiro de 1906 e faleceu a 24 de Julho de 1981. Esteve alguns anos no Brasil. (8) – Atualmente, ano de 2020, não há distribuição de água, nem saneamento básico nas aldeias do Riba Caima. Só visto, contado ninguém acredita. (9) – (in, V.C. nº 638 de 15 Janeiro de 1998. O artigo é de António Tavares de Matos).  Ver também o nosso conto – “O Castanheiro dos Ovos”, in RIBACAIMA. Nos finais década de quarenta, do século XX, deu-se, na Póvoa, um acontecimento trágico no decorrer de um “serão”. No seguimento de uma contenda, um rapaz, chamado Abílio, foi morto a tiro por um dos Laceiras de Vilar. Quando éramos miúdo o assunto era ainda muito comentado. (10) - in, Monografia de Vale de Cambra, pág. 199. (11) – in, nº 173 de 28/5/1911 do Jornal de Cambra e Monografia de Viadal. (12) –Tavares, Anita Pereira - A Medieva Terra de Cambra: Território e Sociedade. Universidade de Coimbra. Volume II, pág. 82. Ano de 2013.
(13) – Artigo da nossa autoria, com o título: “A Escola Primária de Tabaçó”. In, a VC de Novembro e Dezembro de 2017.
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Preparando a “expedição”. Ano de 2002.
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Provável local da habitação.
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O Beto em ação.
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Tia Lina junto à quelha.
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Presa com abundância de água.
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Experimentando o engenho.
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Junto ao local.
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Carvalhal, junto a Tabaçó de Baixo.
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Lá ao longe, vê-se a Póvoa dos Chões. Lado de lá do rio Caima.
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ribacaima · 5 years
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No Moinho de Sandiães. Conto Serrano.
1. Nota introdutória.
À semelhança de outras povoações(1) do RIBACAIMA,  chegaram também ao nosso conhecimento algumas lendas relacionadas com o lugar de Sandiães. Uma delas leva-nos inclusive ao Brasil que, como se sabe, foi terra de fortuna para alguns habitantes locais, nomeadamente aqueles que tinham a profissão de fogueteiros. Destes, destaca-se Adriano Maurício que, naquele imenso país, fez fortuna. Estava em plena atividade(2) nos inícios dos anos cinquenta do século XX. 
O caso que abaixo descrevemos passou-se, há várias décadas, no Rio de Janeiro,  Brasil e em Sandiães, terra de Cambra no nosso Portugal. Vejamos.
2. A ida para o Brasil.
Dois rapazes de Sandiães o  António e o  Custódio emigraram para o Brasil, antes de irem a sortes. Fixaram-se na zona do Rio de Janeiro, onde tinham parentes que lhes prestaram o apoio inicial. 
O primeiro,  o António, como caixeiro e o segundo, o Custódio, como aprendiz de fogueteiro, trabalho que já antes executava casualmente na terra natal; sobretudo no verão, altura de maior procura de foguetes. Mais tarde,  tornou-se profissional na grande fábrica de fogo de artifício do conterrâneo e parente.
Para além da sua origem, em Portugal,  eram amigos. Dos dois,  o António era o mais débil fisicamente. Apesar do seu trabalho ser mais protegido, por ser executado debaixo de telha, excepto quando tinha que ir fazer a entrega das mercadorias às freguesas, nunca se deu bem com o clima tropical. Ficava muitas vezes nostálgico dos ares de Cambra, mais frescos e como tal muito mais saudáveis.
3. A morte do António no Brasil.
O António, tinha sempre presente na ideia que um dia havia de regressar, comprar umas courelas e voltar a fazer a vida da sua infância. Porém, o tempo foi passando e a sua saúde piorando. Ainda consultou os médicos e tomou remédios de botica. Pouco valeu, já que, mais cedo do que aquilo que seria expectável morreu.
Sabedor do triste acontecimento, o Custódio foi ao seu enterro e, no trajecto para o cemitério, deu-lhe uma "pousa"(3), à semelhança do que já fazia nos seus tempos de rapaz, quando era preciso transportar, em braços,  um caixão de Sandiães para Roge; lá no longínquo Portugal.
4. O Custódio de novo no torrão natal.
Uns anos depois, tendo amealhado um razoável "pé de meia" o Custódio decide regressar a Sandiães. Como não pensa voltar mais ao Brasil, dedica-se ao amanho das suas terras herdadas, mais aquelas que comprou e à vida de agricultor. 
Passou a ser aquilo que podemos chamar de "lavrador abastado". Tinha duas juntas de bois para lavrar uns campos grandes que possuía logo abaixo da aldeia que lhe davam uns quantos carros de milho por ano e ainda fazia carretos para quem necessitasse e fosse bom pagador. Trabalhava muito, é verdade, mas vivia desafogado!
Certo dia, lá em casa a broa estava a findar e o canastro encontrava-se cheio de  maçarocas de milho. Por isso,  malhou umas quantas cestas de espigas, encheu um fole de grãos e dirigiu-se, à noite e como era seu costume, para o Moinho de Baixo, lá ao fundo, junto ao Caima,  a fim de trazer para casa a respetiva farinha.
5. Um susto no Moinho de Baixo.
Estando sozinho na azenha, àquela hora da noite e tendo já farinha suficiente para encher o fole, foi com satisfação que viu uma luz acesa  no Moinho de Cima.  Contudo, não sabendo quem lá estava - pois se soubesse que era uma alma em penitência(4), não teria dito nada - e querendo companhia no regresso ao lugar, chamou: 
- "Olá, amigo, não queres vir embora?"
O outro, o António, também regressado do Brasil, mas, desta vez,  em forma de alma, por ter deixado assuntos não resolvidos, em Sandiães, antes de ir para o Brasil, respondeu: 
- "Dobraste-me a penitência. O que te valeu foi teres-me dado a pousa no Brasil, senão eu ralava-te(5)  todo, deixando-te somente as orelhas".
Ouvindo isto, o Custódio assusta-se e regressa a toda a pressa a casa.  Já não dorme nada nessa noite, o que levou a mulher a desconfiar que alguma coisa de grave se tinha passado. Bem puxou por ele na manhã seguinte, mas o seu homem "fechou-se em copas", que é como quem diz,  manteve-se calado e macambúzio. Ainda consultou a bruxa das Agras e outra lá para as bandas do Porto, mas de pouco valeu.
5. A morte do Custódio.
Se já, em antes,  era metido com ele mesmo, a partir de então não fazia outra coisa a não ser cismar com o que lhe havia acontecido, naquela noite, no moinho, lá junto ao rio. Fechado em si, pouco mais de dois anos depois, faleceu.
Como ninguém esperava aquele desfecho,  a noticia e as causa da sua morte propagaram-se pelas aldeias  das duas margens do Caima  e chegaram até aos nossos dias. 
Queluz, ano de 2019.
Manuel de Almeida
ANOTAÇÕES: .(1) - Nomeadamente Gatão, Vilar, Viadal, Tabaçó, entre outras.
. (2) -Terá vivido em várias localidades e por lá deixado alguns empreendimentos com o seu nome - in Jornal de Cambra nº/s:  656 de 1953  e 680 de 15/12/1954 - foto de Adriano Maurício;
O JC nº 535 de 30/10 de 1948 refere a morte, nesse ano, de António Maurício, também de Sandiães. Foi benemérito da freguesia de Roge. Ofereceu em 1933 um relógio para a torre sineira da Igreja.
.(3) - Ajuda no transporte do caixão, entre duas alminhas em Portugal.
. (4) – Sobre “almas penadas” ver também  o nosso conto “O Tesouro da Fonte de Gatão”.
.(5) - Aqui no sentido de bater, pisar, amachucar.
As fotos foram tiradas em 2007.
a) Ponte Cepelos/Sandiães ou do Pisão.
b) Antigas arcas para guardar cereais, junto a Sandiães.
b) Ruinas do Moinho, junto à ponte Cepelos/Sandiães.
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