Tumgik
#vou tagear essa gente toda não vcs que se virem pra achar dps KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
thelovelyonewitch · 2 years
Text
Fogueira de São João
Tumblr media
🔥 É noite de São João e, mais uma vez, ao redor de uma fogueira que tentava afastar o frio paulista, os membros da família caipira se reuniam.
SP+MG+PR+MT+MS+capitais+DF | Hetalia Estados & Cidades | Presente de aniversário da @aluqueta ✨
🔥✨🔥
Os últimos raios de sol pintavam de laranja forte a tarde fria em um sítio em Itu, São Paulo. Uma fogueira na parte dos fundos de um casarão ajudava a espantar o ar frio, faíscas subindo ao céu pacificamente… Até as janelas balançarem com o som alto de um carro, o som de um acordeão iniciando a Festa na Roça. Brasília tapou seus ouvidos com as mãos enluvadas, olhando ameaçadoramente na direção de Mato Grosso que ria e batia em sua própria perna.
"Ai, desculpa, desculpa, agora foi sem querer!" Pegou o celular no meio da montanha de blusas que usava, ombros balançando com a tosse misturada à risada.
"Que isso 'Matão, ainda tá com esse frio todo?" Paraná perguntou, vestido apenas com um moletom do AC/DC, entregando uma cuia para Mato do Sul, que agradeceu com a boca cheia de paçoca. "Isso nem é frio de verdade, 'uai."
"Naná."
"O que?"
"Vai tomar-"
"O vinho quente tá pronto!" Minas chamou da varanda, onde uma mesa grande forrada com diversas toalhas de chita e xadrez e decorada com enfeites de palha se misturava entre os pratos quentes, doces e salgados. Pamonhas, pipocas, carolinas, samantas, amendoim quente, suspiros e bolo de milho com goiabada perdiam-se entre as mãos das representações interioranas. O mineiro, com um chapéu de palha serviu-se de quentão e um pedaço de milho cozido, olho atento em Belo Horizonte sentada calada ao lado de Curitiba, ambas mexendo no celular.
"O que tem de ruim aqui pra beliscar?" O anfitrião finalmente apareceu, com um chapéu igual ao seu, jaqueta grossa e escolhendo um dos saquinhos de pipoca com bacon.
"De ruim só tem 'ocê mesmo." Cutucou o Estado de São Paulo. "Onde cê tava? Sumiu do nada…"
"Fui dar uma pitada."
"Pitada, Paulo? E não tava com gastrite duas horas atrás?" Minas estreitou os olhos para o paulista que o dava as costas, provavelmente ignorando o sermão que estava prestes a lhe dar. "Óia eu vou te dizer-"
"E essa palha aí no seu bolso, é pra que? Pra fazer bandeirinha eu acho que fica meio difícil, hein." O mineiro arregalou os olhos e tampou o bolso da camisa rapidamente, descobrindo que estava vazio e que fora pego mais uma vez.
"Paulinho, eu não acredito!" São Paulo gargalhou, descendo as escadas do casarão em direção aos outros estados.
Enquanto isso, Goiânia estremecia e se encolhia dentro de uma blusa três vezes maior que seu tamanho, seguindo São Paulo capital que havia surrupiado um pote da cozinha e o enchia com tudo o que encontrava na mesa.
"Eu disse pra vocês que ia tá frio, 'meo, e ceis insiste em vir de blusinha fininha pra cá." A mais nova apenas fungou, nariz vermelho.
"Eu vou morrer congelada… Vou deixar todas as minhas contas pra BH e minhas dívidas pra Cuiabá, safado que nem deu as caras aqui."
"Ele e Campo Grande foram pra Barretos né? Lá tá bem mais quente que aqui." O paulistano encheu uma caneca de chá de gengibre e a entregou à mais nova.
"Não tem um Velho Barreiro não?"
"E isso lá é hora de cachaça, menina?"
"São meus últimos momentos de vida, Júnior!" Se lamentou, mas bebeu o chá mesmo assim. "Ah! Pamonha, pamonha, eu quero pamonha!"
"Vem logo, vou salvar a Isa." Seus olhos brilharam ao se aproximarem das outras capitais em um dos bancos do lado de fora, com uma tocha acesa que ajudava a esquentá-las.
"As coisas tão bem calmas, né?" A capital mineira comentou, olhando com pena para seu quentão agora frio em suas mãos.
"Infelizmente ninguém morreu ainda." A capital paranaense murmurou, suspirando entediada sem tirar os olhos do celular.
"Eu acho… Que felizmente… Não é? Uai." Belo Horizonte deu uma risadinha sem graça, sentindo a tensão do silêncio constrangedor e da falta de assunto.
Estava prestes a tentar outro tipo de abordagem quando as outras duas capitais se aproximaram. São Paulo capital se sentou do outro lado da mineirinha, parecendo não se importar com o olhar azedo que recebeu de Curitiba enquanto se ajeitava e empurrava ambas para se acomodar. Goiânia arrastou ruidosamente uma cadeira trançada até a frente deles, colocando copos vazios no chão e tirando duas garrafas de pinga de dentro do casaco.
"Agora eu quero ver quem vai passar frio!"
"Vocês enchem a cara e eu encho o bucho." O paulistano encheu a boca de suspiros, as mais novas rindo em resposta. A belo horizontina aceitou a oferta das carolinas açucaradas, aliviada de finalmente poder se soltar mais.
"Não bebi o dia todo, o papai ficou no meu pé!" Reclamou, segurando o copo com a bebida alcoólica.
"Agora sim isso vai ficar interessante." Curitiba também aceitou, virando de uma vez o shot. "Nem tá tão frio assim."
"Como não?" Goiânia encolheu-se dentro da blusa do primo com as bochechas vermelhas da friagem e o copo cheio nas mãos. "Tô me sentindo no polo norte já!"
"Mas em Curitiba-"
"Ai meu Deus, e lá vamos nós de novo." São Paulo revirou os olhos, colher raspando um potinho de canjica com canela.
"Muito, muito mais frio que isso aqui. O lugar mais quente do Paraná-"
"Perai, essa é nova." O paulistano franziu o cenho e Goiânia tentava prender o sorriso, olhos se desviando para cada um dos mais velhos. BH decidiu por continuar a encher seu copo, olhos arregalados.
"Eeh, vidão! Saúde!"
"E o mais frio de São Paulo não tem nem comparação. Vocês não sabem o que é passar frio de verdade." A curitibana jogou os cabelos por cima do ombro, ajeitando a boina que combinava com o veludo de seu vestido.
De volta a parte de baixo, Goiás cambaleou, balançou e quase caiu ao se sentar, colocando a viola caipira no colo.
"Lá vem o bocó de fivela!" Mato Grosso apontou, já tendo arranjado um cobertor para se enrolar.
"Esse quentão tá fraco!" E tocou uma nota. Mato Grosso do Sul quase se engasgou com a risada que deu, cutucando Paraná ao seu lado.
"Fica vendo, fica vendo. Oh Mateus, pra que 'ocê pegou essa viola aí, hein?"
"Pra tocar, uai." E tocou outra nota. O sul matogrossense e o paranaense trocaram olhares cúmplices.
"Então fala pra mim-"
"Ceis fica dando poucas ideias pro Goiás, depois é um inferno pra fazer ele ficar quieto." São Paulo reclamou, jogando outra tora de madeira na fogueira. "Brasília tá quieto demais, a alma dele tá aí ainda?"
"Para de cutucar a onça, 'sô!" Minas respondeu em seu lugar, olhar de simpatia para o distrito federal que apenas os mandou o clássico olhar rabugento.
"Vô pegar as pingas do Paulo lá dentro, pra dar uma animada nisso aqui."
"Ô pai, vem cá!"
"A saudade é um prego, coração é um martelo, fere o peito e dói na alma e vai virando um flagelo~"
"Liga pro Brasil, agora! Eu quero ir embora desse freezer."
"Hahaha!"
"Eu vô- hic! Eu vô parafrasear essa também!"
"Hum, será que lá dentro ainda tem pinhão? Tô com uma fome desgraçada…"
"Também, ficou tomando mato a noite toda."
"...Do que que 'cê chamou meu chimarrão?"
"Com a marvada pinga que é que eo me atrapaio~ A birita tá liberada, achei umas temperadas lá dentro!"
"Mai eu preciso postar isso nos meus stories, contando ninguém acredita n'eu."
"Cara, não grava agora não, deixa pra daqui a pouco que os Estados vão ficar tudo biruta."
"Cê envelheceu uns cinquenta anos agora… Biruta…"
"Ha, parece aquela vez… Meu Deus o Goiás vai cair na fogueira! Segura, segura!"
2 notes · View notes