#w. erikxphantom
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𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 𝐟𝐨𝐫: @erikxphantom
𝐰𝐡𝐞𝐫𝐞: dusty books (subsolo).
Não era que a Rainha Branca não tinha mais nada para fazer — o oposto disso: tinha coisas até demais para serem resolvidas; lugares demais para cuidar e uma lista crescente de convidados para tomar chá — ela apenas sabia fazer uso do seu tempo (ou melhor: possuía um objeto mágico que o tornava maleável). Era por isso, então, que andava de um lado para o outro no subsolo da livraria de Erik, buscando algo para ler na coleção pessoal do escritor; e embora parecesse desinteressada pela maneira que tirava os livros apenas para colocá-los de volta em seus lugares, ela só não estava... Acostumada. "Você nunca escreveu uma história sobre mim?" Voltou-se para o homem, o cenho franzido. A pergunta não era nada absurda dentro da realidade dela. "Todas as histórias do País das Maravilhas são sobre mim. Bom, algumas falam sobre Alice, é claro, mas apareço nelas também. Eu gosto das que narram as grandes aventuras heroicas que os meus cavaleiros viveram para me proteger durante a guerra! Nós as chamamos de novelas de cavalaria."
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Ela deu de ombros e não prolongou o assunto. Gostaria de não pensar sobre o futuro, mas as malditas pétalas de lírio branco apareciam quase todas as noites agora — e vomitá-las era pior do que simplesmente cair morta. Era tortura. Puxou a cadeira para si e se sentou ao lado do homem, passando uma perna sobre a outra. "Se você acha que é um elogio, então claro..." Provocou, soltando um riso baixo em seguida. "Estou brincando, é um elogio sim. O meu hábito de bebida é com álcool... Péssimo." Fez uma careta, lembrando-se do último porre há duas noites atrás. Ao ouvir que Erik era amigo da Rainha Branca, porém, ergueu uma sobrancelha curiosa. Não conseguia imaginar alguém tão composto quanto ele se misturando com a esquisitice do País das Maravilhas, especialmente com a rainha delas. "Não sou. Nem fã de chá, nem fã de coisas do País das Maravilhas. Elas me assustam." Estendeu a mão para pegar a cartela de chás disposta na mesa que dividiam, mostrando-a para Erik. "Mas a sua amiga faz um chá que deixa chapado." Apontou para o famoso chá cheshire. "Já experimentou? É uma experiência meio bizarra, mas vale a pena. E é o que eu vou pedir." Um sorrisinho malicioso surgiu nos lábios da sereia. "Acho que deveria pedir o mesmo, bonitão, vai aflorar a sua imaginação e tal... Ótimo para os livros."
O pequeno sorriso apareceu de modo involuntário nos lábios do homem, logo sendo desfeito diante o completo da fala alheia. Era algo com o qual ainda não estava acostumado, as repentinas mudanças nos contos. Ignorava a própria ao máximo que conseguia, no entanto, sentia-se cada vez mais fantasma do que humano. E isso não poderia ser ignorado por muito tempo. Vagaria mesmo entre os dois mundos? Ao mesmo tempo que estava ansioso para saber, também não tinha a menor vontade de explorar isso na prática. "Esqueço-me desses pormenores.", observou sem qualquer humor, acompanhado de um suspirar de pesar, ao que os olhos acompanhavam-na sentar-se ao seu lado. "Vou encarar como um elogio então, meu habito de tomar chá vem de muitos anos e gosto disso. Não sou muito adepto ao café.", e também não era nada vantajoso para alguém que claramente sofria de insônia e pesadelos contínuos. "Não exatamente. A Rainha é uma velha amiga, me visita algumas vezes na livraria, então eu faço a cortesia de visitá-la algumas vezes aqui. Hoje tive azar dela estar num dia muito atarefado, mas o chá é sempre bom, então vou encarar como uma vitória.", comumente não era tão falante assim, talvez estivesse num bom dia realmente, "E você? Com todo respeito, não me parece fã de chás.".
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Um sorriso iluminou o rosto de Mirana como se Erik estivesse servindo um bolo de laranja com raspas de limão em uma travessa (o favorito da rainha). Não havia nada que gostasse mais do que falar sobre desaniversários. Desde pequena, comemorava não só os seus como os de todos ao seu redor — e fazia questão de nunca deixá-los esquecerem-se da data no ano seguinte. Por maiores que fossem as inconveniências e bizarrices do País das Maravilhas, esta estava longe de ser uma. "Bem, para começar, um desaniversário é o dia mais importante da sua vida! Você não estará comemorando a data que você nasceu, como os chatos aniversariantes fazem, você estará comemorando o quão especial a sua existência é em um dia tão comum quanto qualquer outro." Juntou uma mão na outra e alargou o sorriso nos lábios arroxeados. "Parece difícil de entender, mas pense... nessa tarde. É uma tarde comum como qualquer outra, não concorda? Lá fora, os pássaros cantam como em todas as outras tardes, as ondas quebram contra as rochas como fazem todos os dias, e o sol está quente e delicioso como em uma simples tarde de verão!" Cruzou uma perna sobre a outra ao se sentar na mesa do escritório dele, inclinando-se para falar as próximas palavras: "Mas você está aqui comigo, fazendo com que a minha tarde comum se torne uma tarde especial... Assim, a sua existência é especial e digna de um desaniversário." Se pudesse entrar em contato com os seus guardas, pediria que trouxessem as porcelanas, as travessas de doces e biscoitos, e faria a primeira festa de desaniversário de Erik ali mesmo. Mas não só havia esquecido o seu Scroll em algum lugar (provavelmente com Meena, que lembrava-se das coisas por ela), como também acreditava que o amigo merecia um desaniversário com muito mais cara de celebração do que simplesmente dois amigos tomando chá em um escritório. "Não as escreve mais? As peças?" Indagou, curiosa, como se nunca tivesse ouvido a história complicada de Erik com a Ópera pelos reinos. A verdade era que Mirana lembrava-se tão pouco, com a cabeça sempre ocupada pelo medo da guerra, que sequer associava a imagem do homem à sua frente com a do suposto Fantasma que um dia escutara falar. "Eu adoro as óperas! Quem sabe não abre uma exceção para mim quando decidir tirar as suas férias no País das Maravilhas? Escreva algo e eu providenciarei que seja apresentado em um dos meus bailes de máscara! Já ouviu falar deles, não ouviu? São pura arte!" Gabava-se dos bailes de máscaras e do incentivo à arte em seu reinado porque não sentia que poderia vangloriar-se de muitas outras coisas. O que ela fizera além de ser uma irmã tão ruim que levara o País das Maravilhas à uma guerra que não viu o seu fim por muitos, e muitos anos? O sorriso que brincava nos lábios da Marmoreal desmanchou-se em um semblante taciturno, as memórias de Iracebeth encontrando espaço para atormentá-la juntamente à tragédia de seu primeiro amor, e ela desviou o olhar para que Erik não notasse. Por sorte, conseguiram mudar o assunto e a rainha engoliu o passado como um gomo de limão puro: azedo e doloroso. "Ah, você está sendo gentil, Erik!" Embora tivesse gostado do elogio, ela riu, desencostando-se da mesa e ajeitando a saia do vestido marfim. "Vou preparar o nosso chá. Ainda me lembro do seu favorito! Pode nos levar até lá?" Deixou que ele tomasse a dianteira, porém, antes que subissem os degraus para o outro andar, o coração de Mirana implodiu com todas as palavras não ditas que alojaram-se em suas costelas ao longo daquela conversa, e, em um impulso, ela as deixou saírem: "Você iria gostar da minha história... Para os seus livros, acredito. Eu... Me apaixonei por um homem que, mais tarde, durante a guerra, escolheu o lado da minha irmã. Escolheu Iracebeth."
Se Erik duvidou em algum instante que seria bem recebido no palácio da Rainha, essa duvida caiu por terra no instante em que observou a reação da amiga. O sorriso contente e o rosto iluminado, já deixavam claro que ela tinha gostado da ideia tanto quanto ele, o que era estranho ao se considerar que Erik nunca foi uma pessoa de aventurar-se por aí, mas existia uma primeira vez para tudo. Também acreditava que Wonderland poderia ser o lugar ideal para fazê-lo, tinha fama de ser peculiar e Erik gostava de coisas assim. "Fico contente em saber.", replicou de pronto, interrompendo-se no instante em que a observou erguer o dedo em sua direção, silenciando-o indiretamente. Os olhos dobraram de tamanho no momento que a observação foi feita. Era um tópico delicado as comemorações sobre a vida, ou coisa assim, pois Erik nunca as teve. Ela não estava errada em sua afirmação, mas se ele pudesse acrescentar, diria que também nunca comemorou um aniversário convencional. No entanto, odiava a ideia de acabar com a animação de Mirana ao tocar em mais algum ponto delicado de sua história. Ela era uma boa amiga, querendo fazer uma boa coisa, e ele focaria apenas nisso. "Não, você tem razão. Nunca comemorei meu desaniversário. Como funciona?", replicou honestamente interessado na proposta, o sorriso mais largo moldando os lábios do homem. "Foi mais forte que eu. Mas lembrarei disso, Mirana.". Ele tinha o costume de atender aos títulos, fosse pelos anos de bajulação, ou por ter entendido entre suas poucas viagens, que alguns reis, rainhas, príncipes e princesas, pareciam precisar ter seus egos amaciados vez ou outra, sendo tratados daquela maneira. Felizmente, não era o caso a mulher a sua frente. A cada troca que eles tinham, Erik sentia-se mais seguro de que foi uma boa escolha investir naquela relação, deixá-la entrar e abrir-se para ela. "Obrigado. Eu tinha o costume de escrever as peças de ópera no teatro, acho que sempre tive isso dentro de mim de alguma forma.", a paixão por histórias, ou por contar histórias, no fim acabava sendo o mesmo. "Sim, claro. Mas por agora só tenho o esboço das ideias. Prometo que será a primeira a ouvir quando tiver algo concreto.", e ele cumpria com suas promessas. A tensão tinha se instalado sobre seus ombros nos poucos segundos de silêncio que a mulher ficou. Era tão previsível assim que não era só um livro? Questionava-se internamente quando ela simplesmente concordou, como quem lia seus pensamentos, fazendo-o respirar aliviado. "Está tudo bem, eu sempre gostei de ouvir seus pensamentos, Mirana. Não é agora que vou deixar de gostar. Sua forma de pensar é única, assim como tudo sobre você, obviamente.", poderia ter dito peculiar, mas acreditava que única era uma boa forma de definir sem deixar margens a interpretações mais densas. "É sempre uma boa. Tenho uma no andar de cima, você sabe, eu tenho o costume de morar onde trabalho. Também tenho alguns doces que comprei mais cedo, podemos adiantar o chá da tarde.".
#amiga pelo amor de deus pode diminuir#tocou no ponto fraco dela: tagarelar sobre desaniversários KKKKKKKKKK#˛ * 👑 threads ! ♡ ་ . ⸒#w. erikxphantom
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Os lábios de Mirana se expandiram em um sorriso luminoso. Ela adorava receber visitas de fora do País das Maravilhas — costumavam ser escassas, já que poucos no Mundo das Histórias tinham coragem de tirar férias no lugar cheio de peculiaridades — ademais, a ideia de hospedar o escritor no Palácio Invertido e apresentá-lo ao seu mundo era um sopro de ar fresco em sua rotina repetitiva. "É claro que permito! Você será o meu convidado de honra. Além disso, deixe-me adivinhar..." Levantou o indicador, pedindo por silêncio. "Você nunca comemorou o seu desaniversário, a data mais importante do ano para qualquer pessoa! Acertei?" Ergueu uma sobrancelha, como se o repreendesse por bagunçar um de seus jardins de rosas brancas, a passo que a mente borbulhava com ideias para um desaniversário surpresa para Erik. O olhar entusiasmado que dirigia ao homem se transformou rapidamente em uma expressão soturna quando adentraram o tópico sobre o livro. Ela não podia dizer que se identificava com aquela historia em particular, mas conhecia muito bem o sentimento de ser abandonada — ou trocada. "Por favor, só Mirana." Respondeu rapidamente, junto de um breve abanar da mão, para que Erik se sentisse mais confortável em sua presença podendo deixar as formalidades de lado. Então anuiu com a cabeça para as palavras dele, e fingiu limpar uma sujeira inexistente na saia de seu vestido para não falar demais. Mais uma vez, sentia as mãos fantasmas do passado contra o seu pescoço, sufocando-a. "Os seus livros fazem isso muito bem." Disse, numa tentativa de afastar a sensação de engasgo. "O seu talento é natural." Assim como o sorriso que brotou nos lábios cor de cereja da rainha. "Pode ler um trecho para mim depois?" Tentou bisbilhotar o que ele escrevia, inclinando-se um tantinho mais para o lado dele, mas não enxergou nada. A hesitação na voz de Erik ao buscar uma resposta para o questionamento da Marmoreal, porém, foi o balde de água fria que ela precisava para entender que poderia estar cruzando algum limite indesejado. A sensação de que não era só um livro para ele apoderou-se, também, dela; mas nada disse. Em vez disso, concordou com um aceno de sua cabeça e um sorriso que ela esperava que transparecesse algum conforto como a fala dele lhe fizera mais cedo. "É só um livro." Respondeu suavemente. "E eu estou pensando demais sobre as coisas. Tenho essa mania, Erik. Eu penso e penso... E penso mais um pouco... Às vezes penso tanto que me esqueço do que estava pensando e tenho que pensar tudo de novo." Lá estava ela outra vez, fazendo gestos exagerados com as mãos e perdendo o sentido das palavras. "Que tal bebermos uma xícara de chá? Por acaso tem uma chaleira por aqui para que eu possa preparar para nós?"
"Prometo que farei isso. É um lugar que eu adoraria explorar, se assim me permitir.", replicou o que parecia ter sido uma proposta para que a visitasse quando pudesse. Erik tinha que admitir que não era uma pessoa de viagens duradouras, preferia o conforto do seu espaço e reclusão. Ao mesmo tempo, Wonderland era um lugar que não dava para ser visto em um único dia, ou interpretado de uma única maneira, ele era bastante consciente disso, tanto que pretendia dar-lhe tempo, absorver tudo que pudesse e, ainda assim, saberia que não seria o bastante. O pequeno sorriso voltou aos lábios do escritor no momento em que ouviu a replica descrente da mulher, o olhar acompanhando-a enquanto se movia pela sala, até que repousasse o corpo diante da sua mesa, sustentando o contato visual com as orbes dela. A forma como ela defendia sua ideia do personagem era admirável, algo que o próprio Erik tinha considerado num momento ou outro. Mas não era isso que o surpreendia em todo o discurso, mas sim as similaridades que conseguia encontrar entre os três: o personagem, Mirana e o próprio Erik. Cada um dos seus personagens tinha um pouco dele, algo que não admitia para ninguém, nem mesmo quando questionado diretamente. Perguntava-se naquele momento, se a defesa de outrem também não queria dizer a respeito de um identificação mais profunda com a situação? "Podemos encontrar amores em todos os lugares, majestade, nas sombras do passado ou do presente. A beleza do amor é não saber de onde ele pode brotar e acredito que isso também se aplica aos livros, é o que mantem o mistério no ar.", no entanto, as palavras tão precisas de Mirana tinham o efeito de cutucá-lo exatamente na ferida exposta. O fantasma de Christine o atormentou por todos aqueles anos, impedindo-o de aprofundar qualquer relacionamento que ousou inserir-se desde que ela partiu seu coração. Ainda a queria, não? Pensava sobre isso com mais frequência desde o reencontro. "E-eu...", ele vacilou, a voz falhando diante o questionamento, destacando a incerteza que o corria junto ao seu próprio conflito interno. Pigarreou, retomando a compostura. "Honestamente? Eu não sei. Mas é só um livro, não?". Não, nunca era só um livro com Erik.
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"É meio impossível não recorrer ultimamente." Confessou em um tom mais baixo, desviando o olhar de maneira automática. Adella tinha dificuldade em se abrir com outras pessoas; e pelo pouco que conhecia de Erik, eles pareciam semelhantes nesse aspecto. Voltou a atenção para o homem quando ele começou a falar sobre o País das Maravilhas, e franziu o cenho em uma careta. "O que, pelo Tritão, é um desaniversário, Erik? Você está começando a ficar infectado por esse lugar, tá vendo só?" Pegou um sachê de açúcar e atirou na direção dele, rindo baixo da própria atitude infantil. Ainda olhava o menu de chás quando ele falou sobre o receio em ficar entorpecido. Adella não poderia dizer que não o entendia completamente — ela não fazia aquilo com frequência porque sabia como podia ser inconsequente — entretanto, seria interessante ver Erik se soltando um pouco mais. "Que tal então... 'Chá da Rainha: esse chá fará você se esquecer do passado por algumas horas. Cuidado: não abuse, ou acabará com falta de memória'." Leu em voz alta para ele, olhando-o por cima da caderneta e erguendo as sobrancelhas. "Podia ter um para esquecer o futuro, mas acho que ainda não inventaram." Fez um biquinho. "Ah, aqui tem outro para você: 'Chá de Cenoura Cantarolante: esse chá fará você cantar todas as suas frases pelo resto do dia com uma linda e afinada voz!'" Brincou. "Sério, quem beberia isso?"
Quem era ele para julgar o vício de outrem? Ninguém. "É péssimo mesmo. Mas não posso criticar, também recorro a isso em alguns dias.", ao álcool, era o que queria dizer. Tentava com todas as forças não fazê-lo, pois não tinha muito autocontrole e a bebida costumava atiçar sua personalidade mais sombria. Diante a confissão da mais nova, Erik se ajustou melhor na cadeira, o corpo virando levemente na direção dela ao que se recostava no encosto. "Te assustam? Entendo que as plantas e insetos fora do tamanho normal, podem ser assustadoras sim. Mas não intriga pelo resto? As comidas e bebidas que fazem crescer e diminuir? Ou os desaniversários?", na visão dele, o lugar oferecia mais coisas fascinantes do que o contrário. Por outro lado, Erik era uma figura de medos muito específicos, todos eles atrelados ao passado. O olhar desviou da mulher para a cartela mostrada, principalmente aquele que ela apontava. "Entendo", infelizmente ele era um tanto quadrado para explorar a opção, mas sempre se perguntou como se sentiria sob a influência de algo assim. Aliviaria seus temores internos ou despertaria algo pior? "Sendo muito sincero, nunca tentei e tenho alguns receios sobre.". No evento de boas vindas, teve a chance de provar a torta de limão que fazia flores nascerem onde os pés tocavam, foi tentador, mas ele evitou também. "A questão, senhorita Triton, é que acabe aflorando coisas que não deve. Coisas que deixei enterradas no subsolo do teatro quando decidi me mudar de lá.".
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A expressão de Mirana mudou rapidamente de curiosa, para então pidona, e por fim esperançosa. "Mantenha o País das Maravilhas em mente para a sua próxima história então! Pode tirar férias no Palácio Invertido se precisar de inspiração." O que queria dizer era que o amigo deveria mantê-la em mente. Já haviam concordado que todas as histórias do País das Maravilhas eram sobre ela, mas receber uma de Erik, que não era um súdito, mas um amigo — e tampouco deveria compreender o que a Rainha Branca simbolizava para Wonderland — teria um significado diferente. Um sentimento diferente. Não leria sobre ela porque alguém se sentira na obrigação de honrá-la; leria sobre ela porque alguém se importava. A confissão escapou de seus lábios antes que Mirana pudesse domar a própria língua e o rubor se espalhou pela face alva, acentuando o tom da maquiagem nas bochechas. O interesse de Erik era palpável, e ela se pegou abrindo e fechando a boca, sentindo o passado entalar na garganta outra vez. Talvez uma outra hora. Escutou com veemência sobre a continuação história que, sim, lembrava-se muito bem; só não esperava aquele final. "Você não faria isso com ele!" Apoiou-se contra a mesa de Erik, meio sentada, meio em pé, de frente para ele com as sobrancelhas erguidas em uma espécie de indignação. "Pobrezinho... Claro, ele pode encontrar o amor em outra figura do passado, ou talvez em uma de seu presente. Mas não seria a mesma coisa, não acha? O fantasma da amada atormentaria os seus pensamentos, seus sonhos, seus desejos... E ele nunca se sentiria completo porque teve o seu coração partido por um amor que tinha tudo para dar certo..." Novamente, ainda que sem perceber, ela projetava a própria experiência nas palavras. Erik, porém, poderia notar com facilidade. Mirana era transparente demais. "É possível, Erik? Amar e ser amada de novo como se fosse a primeira vez? Acha que ele poderá mesmo ser feliz com um novo amor, se encontrá-lo?"
Ele adoraria dizer que sim e sanar com a curiosidade que conseguir perceber nas feições de outrem, mas seria mentira e Erik tentava não mentir para seus amigos. "Não, infelizmente nunca escrevi. Mas não desconsidero fazê-lo em algum momento.", precisaria de mais vivência no lugar, o que claramente não seria um problema, visto a relação amigável que tinha com Miranda e o interesse da mesma em seus livros, certamente lhe ofereceria pouso, ou o que mais Erik precisasse para fazer sua história. Diante a replica de outrem, observou-a com curiosidade, os olhos estreitando-se ao analisar as expressões da rainha, não deixando passar despercebido o rubor que se destacava em sua face no momento que as palavras saíram de seus lábios num impulso. Os de Erik se entreabriram em supressa, assim como em uma série de questionamentos que ele silenciou, talvez fosse indelicado de sua parte pedir por detalhes. "Como preferir.", assentiu ao pedido de não falarem mais do assunto. "Lembra do meu romance sobre enamorados da infância, que foram separados por uma briga familiar? Bem, estou trabalhando na continuidade. O protagonista voltou a cidade depois de vinte anos longe, a amada dele está prometida a outro e ele não sabe exatamente o que fazer.", tinha muito além naquela trama, mas se ele contasse tudo, perderia a graça. "Em algum momento, suponho que eles vão se reencontrar como um, ou talvez ele descubra um novo amor entre as figuras do passado. Estou tentando sentir o personagem ainda.".
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Em uma coisa ela tinha que concordar com Diaval: wonderlanders eram esquisitos. Em outra, ela tinha que concordar com eles: faziam os melhores chás com biscoitos do mundo humano. Foi por isso que acabou no estabelecimento da esquisita Rainha Branca, e infelizmente o fez tarde demais para que não estivesse movimentado. Estava pronta para sair e ir até a confeitaria de Elisa quando avistou Erik sozinho em uma mesa. A oportunidade perfeita. "Bem, no meu caso, eu acho que deveria tentar viver uns dez dias de cada vez." Soprou o ar em um riso breve, e como não sabia se Erik estava ciente das mudanças em sua história, explicou: "Eu vou morrer." Estremeceu com o pensamento, mas se esforçou para transparecer tranquilidade: arqueando uma sobrancelha e suspirando como se falassem sobre o tempo naquele dia. "Claro, vim para isso." Admitiu, puxando a cadeira para se juntar a ele na mesa. "E aí, o que você está aprontando? Eu diria que estou surpresa de vê-lo fora daquela livraria, mas a verdade é que você é exatamente o tipo de pessoa que eu espero encontrar numa loja de chá. Encare isso como quiser." Sorriu. "Veio escrever?"
⠀TEATIME TEA SHOP — ❛ aren't we in a good mood today? ❜ with: @sereiaadella
Era comum que, em algumas tardes, Erik passasse no estabelecimento da rainha branca, tanto na esperança de ter um momento de troca com a amiga, quanto para aproveitar a vastidão de chás oferecidos no lugar. No momento em questão, quando escutou as palavras da mulher dirigindo-se, indubitavelmente, a ele. Erik repousou a xicara que outrora estava rente aos lábios, engolindo o conteúdo antes de respondê-la. "Adella.", pronunciou, oferecendo-lhe um largo e gentil sorriso, antes de estender a mão a sua frente, oferecendo o lugar para que se juntasse a ele, se assim quisesse. "Um dia de cada vez, não é isso que eles dizem?", sendo o eles ninguém em específico, e o 'um dia de cada vez', a referencia a aquele clima estranho instaurado no ar, que parecia ser sentido com apreensão por todos, principalmente depois da perda de Lancelot. "Mas sim, estou bem hoje. Nada que um chá não cure. Você aceita um?"
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Seus lábios se fecharam em um bico pensativo ao ouvir a resposta de Erik. Ainda não havia encontrado uma história que falasse unicamente sobre ela entre a coleção dele, mas talvez não estivesse procurando certo... "Então já escreveu sobre o País das Maravilhas?" Sorriu animada, caminhando até o amigo para continuar a conversa. "Essa é uma excelente pergunta... E infelizmente uma que sei a resposta." O sorriso perdeu o brilho, e Mirana olhou para os próprios sapatos. "É possível, sim. O amor não considera um lado ou o outro e ele também pode mudar com o tempo... Então às vezes, um Ás de Copas pode se apaixonar pela rainha inimiga e trair a sua rainha em nome de um novo amor." Passou as mãos pela saia volumosa do vestido, como se tivesse algo para limpar nela. "Seria uma história interessante." Concluiu por fim, levantando o rosto para fitar Erik. "Parecida com a minha." A confissão deixou os lábios antes que pudesse domá-los. As bochechas de Mirana coraram violentamente e ela buscou mudar o assunto antes que o Fantasma tivesse algo para adicionar: "É melhor não falarmos sobre isso. Que tal me contar sobre o que está escrevendo agora? Tenho certeza que é uma história tão interessante quanto qualquer outra!"
Poucas vezes Erik se dispôs a acompanhar alguém no subsolo da livraria, sempre tinha funcionários que faziam isso, guiando os clientes na sessão particular de contos. Não, os raros momentos em que se mostrava disposto, era quando algum amigo resolvia adentrar ao lugar, e assim surgia a oportunidade de colocar a conversa em dias. Naquele instante, no entanto, não partilhava da companhia de Mirana na sessão de contos, mas na sessão extra particular que Erik usava para escrever seus livros. "Acho que já respondeu sua pergunta, minha rainha.", observou em tom humorado como ela mesma mencionou que todas as histórias sobre wonderland, seriam sobre ela de alguma forma. "Estou mais familiarizado com romances, do que com aventuras heroicas. E não quero dizer que uma coisa impeça a outra de acontecer. Mas, como colocaria se estivesse no meu lugar? É permitido ao Às de Copas, por exemplo, amar uma rainha que não seja a sua?", sugeriu, realmente considerando que seria uma narrativa na qual ele poderia melhor. Sempre foi bom em narrar os polos opostos se apaixonando, talvez até como uma forma de sentir-se incluído nas histórias, afinal, não era ele um tipo de vilão do seu conto?
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