#w.tiny
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wolfrcge · 9 months ago
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com @tymotheos
sendo de um grupo nômade que vagava o norte europeu, nathaniel não mantinha raízes em nenhuma cidade tempo suficiente para acompanhar o andar do mundo humano ou sobrehumano. mas conhecia de nome a família corvinus. elias, seu irmão mais velho, contava histórias de outros grupos de lobisomens, sobre como haviam perdido contato com suas raízes naturais. para nate, liberdade era poder correr centenas de quilômetros em um dia, ver alpes, rios, vales, dormir à luz refletida da lua. mas conhecer thymotheos fê-lo perceber que liberdade era uma área muito mais cinza do que ele pensava. e, bom, o que dizer de tiny? à primeira vista, um cara muito grande--- enorme, na verdade. à segunda vista, ele continuava grande, mas outras qualidades também se destacavam ao lado da altura. eles tinham se conhecido na primeira lua cheia de tiny na cidade, os uivos de dor se encontrando. já tinham se passado cinco anos da separação de nate e sua família que vivia fora de arcanum, mas a cada mês, a lua vinha lhe lembrar do quão ruim era estar sozinho. e talvez por essa dor compartilhada mais do que qualquer outra coisa, eles tinham se tornado uma espécie de... amigos? os dois mantinham encontros quase semanais para conversarem sobre as coisas, pois nate gostaria de ser para ele o que haviam falhado a lhe entregar: um ponto de referência na bagunça de arcanum. por isso que, naquele dia, o aguardava sentado em um banco nos jardins do crepúsculo eterno, fumando um cigarro. ao ver a figura inconfundível se aproximar, ergueu-se do banco, oferecendo um sorriso, a mão estendida para um aperto e um semiabraço. "tiny!" ainda não tinha se acostumado a chamá-lo assim, então sempre acabava sorrindo. "aqui." indicou, antes de se sentar. "e aí. me atualiza sobre os últimos dias. cigarro?" antes de acabar de perguntar, já tirava o maço do bolso da camisa.
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wolfrcge · 5 months ago
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[flashback]
TW: sangue.
Se Nate não estivesse tão acostumado com a transformação de Tiny, provavelmente estaria em completo pânico. Ainda que sangrando (e perto de um meio-vampiro que agora lhe desprezava em certa proporção), não se sentia em perigo. Talvez fosse a dormência alcoólica proporcionada pelas muitas e muitas cervejas e a recorrente falta de juízo. Talvez ele devesse temer. Mas algo dentro de si lhe dizia que Tiny não lhe mataria ali, ainda que pudesse. A mão esquerda dominante tentava estancar o sangue que jorrava do nariz enquanto a direita tateava o chão, mole pelo impacto, tremendo, procurando virar uma alavanca e impulsioná-lo para cima. Se continuasse deitado, o perigo era sufocar-se com a hemorragia. Então, ele tossia, cuspia, grunhia, até conseguir. A pose meio sentada de cabelo e roupas sujos e amassados formando provavelmente a imagem mais deplorável da década, o nariz torto e com um calo remendando-se... Dolorosamente na posição errada. E Nate ria. Ria, mesmo que as lágrimas descessem dos olhos, embaralhando a visão, num misto de choro e histeria convulsiva, até Tiny começar a falar sobre o dia em que se conheceram. A risada parou, e pouco a pouco o rosto foi tornando-se mais sério, a lembrança invadindo os pensamentos como um intruso não convidado. Forçando-o a ver uma versão de si que parecia tão distante e inalcançável. Fazendo-o sentir-se podre, impuro, quebrado. Nate cuspiu um último coágulo de sangue, finalmente conseguindo equilibrar-se o suficiente para sustentar o rosto e observar Tiny. A triste e cruel coincidência retorcendo o intestino em pura agonia. "É engraçado que..." Começou a falar, após um longo minuto de silêncio. "Eu sempre ouvi os uivos da minha família, lá do lado de fora. Sei que eles não tão aqui, mas esse inferno--- essa merda de lugar me fazia ouvir eles. E foi por isso que eu te encontrei naquele dia." Uma risada sem muito humor, olhos azuis caindo para as mãos ensanguentadas, vibrando. "E você..." Se tornou a minha família, Nate diria, mas o choro silencioso fechava a garganta e estrangulava as palavras. Quando conseguiu falar de novo, sentia também raiva. De tudo, de todos, de si. Lentamente ergueu-se, obrigando os músculos doloridos funcionar. "Já acabou, Tiny? Já acabou de provar o seu ponto? Esse é o meu valor? Um murro no nariz? PORRA! É SÓ ISSO QUE EU MEREÇO?"
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FLASHBACK. tw: fim de vida.
Vibração desceu pelos braços longos demais, terminando na agonizante vontade de dividir coisas ao meio com as garras. Tymotheos mal conseguia controlar a própria transformação. Os dentes cerrados tão forte que a musculatura da mandíbula ardia em queimação. Ainda bem que tinha dentes fortes ou cada uma das pérolas viraria pó e diamante tamanha a pressão. Do peito, o ronco continuava. Inspirar, expirar, repetir e rosnado. Ou rugido. Um som bestial que reverberava na floresta silenciosa. Os animais eram mais espertos que o jovem lobisomem à frente, recuperando-se do golpe enquanto o híbrido andava de um lado para o outro. De um lado para o outro. Sem desviar o olhar negro e azulado de sua silhueta. Captando passos e garrinhas fugindo em debandada, dentes estalando para o ar parado. "Oh, não não. Você é que está me fazendo rir, sabia?" E que bela risada, hm? Feições fechadas, mutante entre homem e lobo, lábios crispados em concentração absurda. Tymotheos parou as andanças para tomar à frente. Alguns passos mais próximos de Nate. "Eu vim aqui querendo morrer. Ou melhor, acordei no chão daquela estúpida floresta para acabar com a minha vida. Um lobisomem transformado em vampiro? Antes tivessem feito um serviço bem feito." Inocentes em pedaços, espalhados no acampamento destruído, e a sede incontrolável pedindo mais e mais. Foi mudar a constituição para a ligação desaparecer. Se ver sozinho e solitário sendo pior do que o primeiro pesadelo, quando ainda era um filhote. "Mas tinha que conhecer você, não tinha? Uivando para chamar algum caçador e você aparece. Como a porra de um milagre. E é realmente engraçadíssimo que sinto o desespero com a concepção- Puta que pariu, eu não quero morrer." Ainda não se achava digno de uma vida com os seus, a sua família, mas pensar e sumir... Em se entregar... A força de vontade de lutar e prevalecer, de se defender, acordava chutando e o colocando em modo sobrevivência. "Tudo bem. Afogue na porra do álcool, injete tequila nas veias. Faça o que você quiser. Não vou- Eu não me importo. Vir aqui foi um erro." O pescoço estalou com o movimento repentino e a mandíbula vibrou com ossos querendo quebrar. A raiva acumulada empurrando-o para a transformação amaldiçoada de sua nova condição.
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wolfrcge · 5 months ago
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Com @calymuses (Tiny) na Ponte das Lágrimas
A mão esquerda foi ao nariz, o indicador passando de leve pela quase imperceptível saliência de um osso bruscamente remendado. Tiny tinha deixado Nate com um vazio impossível de se preencher--- a amizade verdadeira de ambos tão rapidamente adquirida e consolidada... Que no primeiro deslize foi jogada no lixo. O peito apertava ao se lembrar do último encontro, de como as coisas tinham ficado entre ambos. O egoísmo tristemente se enfiando frente as prioridades, frente a tudo que o Hawthorne havia construído em Arcanum. Laços outra vez se desfazendo. A vergonha consumindo as bochechas num quente rubor. Até quando? Num suspiro, cotovelos apoiados sobre a pedra fria do beiral, mirando a água que corria em baixo. E então, ele sentiu o cheiro inconfundível. Longe. Misturado às árvores e arbustos, animais. Tiny--- não. Tymotheos. Uma engolida seca e dolorosa para ajeitar a postura, o coração batendo mais rápido pela ansiedade em ver a figura enorme e perigosa. Mas o que Nate sentia não era medo. Passou a mão pelos fios dourados, os dígitos brincando com os cabelos da nuca, a coceira do mais profundo desespero. Tinha sido corajoso o suficiente para contactá-lo, e agora seria outra vez para encarar as consequências. Fossem elas ossos quebrados, xingamentos ou... "Você veio." Nate umedeceu os lábios. "Eu... Pensei que você não fosse aceitar o convite. Mas tô feliz que sim." Seu próprio cheiro confirmava que estivera longe de qualquer dose de álcool há semanas. Não que fosse algo fácil, vendo Johanna a todo instante. "Eu quero me explicar. Se você ainda quiser me ouvir... Sei que é mais do que eu mereço, mas... Porra. Tiny--- Tymotheos. Me dá cinco minutos."
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wolfrcge · 7 months ago
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"e o elias com certeza teria problemas com você logo de início, porque ele tá sempre andando por aí como se tivesse um tronco enfiado, sabe... lá? depois ele ia acabar notando as suas qualidades. acho que acabariam amigos." nate brincou, bem-humorado. quando voltou a falar, os espíritos ainda eram altos, a voz empolgada ao falar da família. fazia muito tempo. "mas a emma..." sua favorita. ele fez uma careta, nem querendo pensar na ideia de sua irmãzinha mais nova morrendo de amores por tymotheos, escrevendo as tais fanfics: era perturbador demais. a língua para fora e um arrepio, o corpo sacolejando para livrar-se do pensamento. o hawthorne recompôs-se, tragando outra vez do grosso charuto herdado de henry nikolai. "emma é uma meni--- uma mulher muito inteligente. ela tem um problema sério de só conseguir conversar batendo, mas fora isso... sempre foi a candidata a alfa, depois do elias." da última vez que tinham se visto, emma tinha acabado de fazer dezessete anos e agora ela completava vinte e dois. nate trocou o peso entre os pés, desconforto claro no rosto, um leve vislumbre de tristeza que foi logo esquecido pela risada pelo comentário do amigo. não deixaria memórias serem mais que memórias, não naquela noite. "cinco por cento?! cara. seu pai deve ser um cara muito icônico. e sai fora, tiny. a única briga que eu quero ter hoje é com o sono--- vê lá se quero levar um murro desse seu braço. posso não ser tudo isso, mas eu até que gosto do meu rosto do jeito que tá." nate soltou o ar pelo nariz. "acredito sobre a tal bruxa, se você tá dizendo que ela é tudo isso. será que não damos a sorte de encontrar ela aqui hoje, pra você me apresentar? ou ela é do tipo sombria que não se mistura?"
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Era por isso que se chamava sacrifício. Tymotheos balançou a cabeça com as gracinhas, dentes mordendo a parte interna da bochecha para não demonstrar reações. Tanta problematização para resolver um problema em menos de cinco segundos (de desconforto e irritação). "O lado italiano da minha família não aceitaria você nem pintado de ouro, nem se não quebrasse o macarrão para fazer uma macarronada." A comparação era estranha. Parecia o chefe, mas sem parecer o chefe. Como o dono de uma mente meio literal, Tymotheos franziu o cenho logo de cara. Contudo, conforme discorria sobre o chefe de matilha, a expressão suavizou para uma cálida. Estranha. "Quando assumi o pack das missões. É um ligado ao principal, mas independente, eu-" O híbrido parou, as palavras fugindo do seu alcance. Eles. Os mais entrelaçados do que a família, dividindo anos na captura e eliminação de potenciais perigos para a família. "Mesmo se não fosse o alfa, não teria feito diferente. De garantir a segurança e devolvê-los para casa, para a família. Esse cara aí Elias, parece legal. Meu pai teria odiado a falta de humor. Ele é o atual líder e se você me acha exagerado, vai saber de onde herdei esse 5% que sou." Varreu as pessoas ao redor, mas não a achou. "Tem sim. Nada a ver com Celine. Ela me deu wolfsbane quando cheguei aqui e está testando dosagens de verbena para controlar você sabe. Ela é bem estranha, mas confiável." Bom, mais ou menos. Tymotheos ficaria ao lado de Nate até o julgamento silencioso do mais novo o provasse digno da ajuda da bruxa. "É um desafio? Aposta? Porque eu faço aqui e agora, Nate. No meio de todo mundo."
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wolfrcge · 8 months ago
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para a história de tiny, uma risada que começou a reverberar quando no meio do conto. nate sentiu o divertimento subindo pelo peito, até ecoar para fora da boca em uma boa gargalhada. podia imaginar a cena bem até demais: a esquadria da porta, as roupas claramente dois números menores. os olhares atônitos. os vampiros assustados. ah... a companhia de tiny era sempre um deleite. "putamerda." tragou seu cigarro, olhando para a frente ao deixar-se levar pela imaginação. "eles devem ter tomado um susto do caralho, posso imaginar. eu queria ter estado lá, acompanhando você em ação. deve ter sido um espetáculo daqueles, bem sangrento. mas me fala, se renderam após presenciarem a sua magnificência..?" nate riu de novo, balançando a cabeça de um lado para o outro, enquanto o assunto tomava um rumo mais... delicado. "é... não. não é saúde. quer dizer, é saúde também. depois do fiasco da celine, não tive muito mais coragem pra sair com ninguém. eu quase morri, pelo amor de deus! fiquei com medo de cruzar caminho com algum ser mais maligno. quer dizer, tive um ou outro encontro que não evoluiu... porque eu também não quis. e aí comecei a andar com uma certa... fae." repuxou o lábio inferior, mostrando ligeiramente os dentes. "era só amizade, mas não acabou bem. ela botou fogo nos meus quadros." nate coçou o pescoço, lembrando-se da cena horrível. "quer dizer, eu não fui nenhum santo, tiny, mas ela queimou um ano de trabalho duro! qual é! e ainda me chamou de cachorro, você sabe como eu detesto isso. eu sou um lobo, caralho. não um poodle." tragou outra vez do seu cigarro, agora diminuindo ainda mais no humor. olhava para tiny tendo a plena consciência de que poderia ajudá-lo apenas pela metade. mas uma metade ainda era melhor do que nada. "não. outras alcateias, não. não sei como funcionaria, ou se funcionaria, mas deveríamos nos ajudar, tiny. nós dois não teríamos sozinhos forças pra criar uma alcateia, mas podemos firmar algum tipo de pacto. de compromisso." os olhos claros de nate estavam cheios de determinação e coragem. "isso diminuiria a ação da lua cheia, e ficaríamos mais fortes. com a chegada de lúcifer, não dá pra saber o que vai acontecer depois." suspirou, mas ainda não falava disso. "quando eu disse querer mais, queria dizer mais do mundo, sabe? a ideia de viver aqui pra sempre me assusta."
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Pior erro que qualquer alma poderia cometer é inflar o ego do híbrido com um pedido de história. Detalhes de que tinha sido aquela a influenciar passando longe, assim como a animada expectativa de começar a falar. "Amsterdã. Três horas da tarde. Uma chuva fina caindo no céu fechado, pessoas andando rápido para as casas com luzes fortes..." A voz de locutor de rádio, de audiobook de dark romance, combinado com a mão erguida para o horizonte lentamente se movendo. Ah, era demais. Ele fez um som de deixar pra lá com os lábios. "Cinco vampiros cheio de marra prenderam dois lobisomens da minha alcateia. Amigos meus, quase irmãos, sabe? Eles estavam sendo torturados e falando de mim. Tiny vai aparecer. Tiny isso, Tiny aquilo, e os vampiros dobrando de rir. Que medo alguém chamado Tiny pode provocar? Segui o rastro, cheguei no covil e a porcaria da entrada era minúscula. Eu tive que entrar de ladinho e o lance, a esquadria da porta, veio junto. Você tinha que ter visto a cara deles quando eu me transformei." Se já era grande como humana, a forma lupina massiva tinha terminado de reduzir o espaço para níveis claustrofóbicos. Todos os importantes se salvaram, como disse Tiny mais tarde, e com diferentes estados de sujeira pela forma como abateram os vampiros. O híbrido revirou os olhos, deixando-os cair no rosto do amigo. "Desde que meu uniforme virou uma camisa branca, sim." Reconheceu a escolha como tendenciosa, bem elaborada. Seu temperamento mais ameno treinado naquelas pequenas interações, forçando-se a assumir um ar mais casual para melhor explorar aquela prisão encantada. "Por quê? Sabe que é como andar de bicicleta, você nunca esquece. É alguma coisa de saúde? A recuperação lupina não tá dando conta? Sabe que os médicos são bem discretos quanto a isso, certo?" Ele tinha algumas suspeitas do que poderia ser, mas não provocaria além disso. Se quisesse dizer, ele estaria pronto para ouvir sem um pingo de julgamento. Pronto, até, para colocar certos nomes na fogueira em nome do companheirismo (te amo, celine). "Ei, rapaz, meus parabéns! Deve acabar com os neurônios de um escrever coisas desse tipo. Vai me contar sobre o que é ou vou precisar esperar por um momento certo? Quando estiver pronta?" O assunto da bebida deixou o semblante carrancudo de novo. Não por não gosta, mas por estar muito feliz com a notícia. E para não ser taxado do mesmo jeito 'chato' fingiu que era mais uma coisa corriqueira, falação sobre o clima e afins. "Eu tenho quase 40 anos, três décadas só como lobisomem. Não costumo ter esse tipo de problema. Mas... É complicado. Não... Não ceder ao outro lado." Colocou o cigarro entre os dedos antes de esfregar o inferior com o indicador. O sangue vampiro, a sede incontrolável, colocava aquele controle de monge num estado delicado. Seu silêncio dizia muito, ainda mais para Nate que tinha visto no seu pior estado: lobo destroçando a presa e bebendo do sangue. "O que quer dizer?" A franqueza nas perguntas, sua marca registrada sem rodeios, partia de um lugar sincero. Genuinamente curiosos. Ele tinha pouco tempo em Arcanum, pouca familiaridade com tantos rastros e presenças sobrenaturais. Ainda estava mais confuso do que 'rejeitado', como ele parecia sentir. "Está falando das outras alcateias?"
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wolfrcge · 8 months ago
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"não..." nate corrigiu, em uma careta. suspirou profundamente e passou a mão pesada pela nuca, enquanto se lembrava da tamanha dor de cabeça que tinha passado por causa de jinx. "nem éramos namorados--- depois da celine eu não consegui mais namorar ninguém. a jinx... era minha amiga, isso que é a verdade. e não foi bem sem motivo. eu fodi as coisas, como sempre." tragou outra vez do próprio cigarro, deixando a fumaça esparramar-se no ar noturno. o lobisomem percebeu que todo o receio em falar da própria vida, era, na verdade, uma espécie de medo em parecer uma pessoa ruim. nate cometia erros, e talvez erros demais. mas não queria afastar mais as pessoas quem importavam para si. e por isso deixou que tiny perguntasse mais uma vez, tomando o questionamento como um impulso de coragem para tirar aquele incômodo do peito. tinha inventado diversas histórias, apesar de saber que jinx provavelmente estaria contando outras mais, e muito piores ao seu respeito. puxando o ar entredentes, tornou a falar, o tom mais sério, mas não conseguia olhar tiny nos olhos. "eu fui um idiota. depois que... depois que cheguei na cidade, enlouqueci de raiva em estar preso. queria quebrar qualquer coisa no meio. me transformava em toda oportunidade, só pra arrumar briga. e comecei a beber... as coisas ficaram ruins." os olhos azuis caíram nas mãos de palmas calejadas e com cheiro de tinta, abrindo e fechando a que não carregava o cigarro, como se a mente procurasse divagar. "eu conheci muitas pessoas e jinx..." um sorriso amargo. "mesmo não gostando de lobisomens, acabamos formando nosso grupo. festas, brigas, qualquer coisa que desse um pouco de adrenalina. até que um dia... eu passei do limite. não sei se foi a bebida, mas desmaiei e fiquei muito mal durante um tempo. se eu continuasse assim, provavelmente não duraria muito aqui na cidade. você sabe que as coisas podem ser ruins." a boca se retorcia em desgosto de si próprio. nate apagou o cigarro, derretendo-se no banco. "foi aí que me ocorreu que se eu morresse... nunca mais veria em ou elias. resolvi deixar tudo pra trás. inclusive a jinx. sem explicação. só... fui um idiota." abanou a mão no ar, concluindo seu pensamento. mas, o assunto seguinte tornava a alegrar seus espíritos. endireitando-se no banco, nathaniel virou os olhos para tiny, finalmente vendo uma luz ao final do caminho denso. "não seria bem isso. veja. para uma alcateia dar certo, precisamos de um alfa e três betas. não duvido que você possa ser um alfa, mas temos a questão do... hm... você sabe. não sei como funcionaria." umedeceu os lábios, concentrado na explicação. "andei pesquisando algumas coisas, e vi que talvez possamos fazer um tratado. como um pacto de demônios, mas... não entre demônios, entre nós dois. talvez consigamos assim emprestar forças um para o outro e simular quase todas as conexões que um grupo tem." provavelmente nate estivesse falando rápido demais, sinal de que tinha melhorado o humor. o sorriso contumaz já habitava novamente o rosto, ao bater com o ombro no de tiny. "eu sei, eu sei. mas um passo de cada vez, e o primeiro é aumentar nossas chances pro que tem por vir. vamos sair daqui. e vamos ver as nossas famílias lá fora. é uma promessa."
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Precisar erguer a voz para contar uma história, com Tiny, era uma questão de honra. Um sinal óbvio de que tinha acertado todos os detalhes, a cadência e o fluir dos acontecimentos, sendo tão absurdo que não conseguiam esperar o final para reagir. O sorriso do híbrido cresceu, empurrando as bochechas para cima dos olhos - fendas lunares de igual brilho cativante. "Não deixamos muito para reverências e adoração às vésperas do nascer do sol, mas foi bem legal a fogueira que se formou quando os anéis de proteção foram tirados de seus corpos." A visão o deixou suspirando, cheio de saudade. Uma vida tão mais simples e cheia de aventuras, bem do jeitinho que tinha perseguido desde que ganhara o mundo quando era apenas um filhote. Descontrole, lembrava seu pai falando, era apenas um estado de espírito. Domine-o. "Então... Deixa ver se eu entendi. De Celine pulou para uma fae que queimou todo o seu trabalho, sem razão nenhuma. Celine não te amaldiçoou não? Má sorte é bem uma coisinha que ela teria te deixado como presente de despedida." O assunto poderia ser de zoação e provocação, mas Tymotheos falava sério. O nariz trabalhando, farejando o ar ao redor do mais novo, procurando aquela marca registrada de magia impregnada. "Eu quero insistir em saber o real motivo do incêndio ou deixo o assunto morrer como sua vida sexual? Só para eu me atualizar aqui." Se bem que, a parte do cachorro... Aquela arrancou uma risadinha mínima do gigante. Só um arzinho feliz por entre os lábios que seguravam o cigarro apagado. Tiny sentiu o peso nos ombros triplicar com cada palavra que chegava a si. As flores ao redor de si agitando as pétalas, brilhando e escurecendo com as memórias ressurgindo na superfície. Vermelho e estalo e boca aberta, garganta em carne viva e sem palavras. Pensei que já fôssemos assim. Foi o primeiro pensamento quando voltou o rosto estoico para Nate. Aquela conexão com o mais novo, naquele momento... Tymotheos não deveria ser tão desesperado. Onde estava sua desconfiança. As pernas foram recolhidas para ajustar-se sobre o banco, o tronco virado e o braço dobrado passando pelo apoio das costas. "O que forma uma alcateia? O que diz que são de um mesmo bando? Lobos solitários podem criar grupos, não podem? Unir forças, dividir os efeitos da lua entre eles. O que determina? Número ou intenções?" Ele balançou a cabeça. Aquelas buscas infrutíferas de integrantes das dominantes ali, o olhar de repulsa pelo sangue vampiro nas veias do híbrido. Não o levariam a lugar nenhum. "Nate, você tem minha lealdade desde aquele dia, na minha primeira transformação completa. Aqui. E, agora, estamos oficializando o óbvio." Esses encontros, essa camaradagem, só confirmavam o que ele já sabia. O que tinha visto nos olhos do lobo que quase fora atacado pela confusão que Tiny era. "Não. Não vamos viver nesse inferno para frente. Nem que eu tenha que morder a bunda dos dois filhinhos de papai para liberar nossa saída. Vamos sair daqui, Nate. 'Tô falando sério. Qual vai ser o primeiro lugar que vai visitar quando sair?"
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wolfrcge · 6 months ago
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A situação era cômica. Numa briga de lobisomens, Nathaniel até poderia se sair bem. Era forte, tinha um treinamento prévio de combate diretamente lá do mundo fora de Arcanum--- apesar de ser mais como um pacifista durante sua trajetória de vida. Porém, poderia facilmente ser subjugado por Tiny. Aquela mutação estranha que lhe arrancara uma surpresa sem precedentes à primeira vista, algo que nunca antes presenciara. Admirava a força daquele híbrido e ele por inteiro: tanto, que estava disposto a aliar-se em um grupo, após tanto tempo só. Timotheos era sua família. E ele não precisava da ligação de uma alcatéia para ver que tinha lhe magoado profundamente. Os olhos azuis esfumaçados pela bebida em excesso não escondiam a vergonha e a tristeza por trás das córneas. Não queria piedade ou misericórdia, pelo contrário--- Nathaniel sentia que merecia aquele tipo de tratamento. Portanto, não houve resistência ao ser erguido do chão, apenas um sorriso agridoce, resoluto em receber o soco onde quer que ele pegasse. Algo lhe dizia que Tiny não lhe mataria ali, mas se assim o fizesse, estaria pronto para morrer. Pelo menos, pensava, seria por uma mão amiga e não uma legião de demônios descontrolados. Encarava-o de cima, fungando. "Não me faz rir, cara. Você ainda não percebeu que não dá pra vencer? Nem se todos os lobisomens e híbridos e qualquer um que tenha a metade da cabeça funcionando e seja contra essa merda toda... A gente tá falando de demônios de milhares de anos." Uma risada em puro escárnio saiu dos lábios. Não seria bonito o que estava por vir, e talvez o falatório fosse uma maneira de adiar o murro certeiro. "Costumo tá certo sobre essas coisas, Tiny. Sobre o que eu disse lá no baile. Era só questão de tempo até você perceber..." Até ele perceber a capacidade de Nathaniel em ser egoísta, derrotista. Até as qualidades ruins dele acharem a superfície. E então, dedos peludos encontraram o rosto, esbarrando a quina do nariz. Um som estridente de alguma coisa a mais se partindo e um grito estrangulado--- nada poderia lhe preparar para aquele impacto. Porém, o mais dolorido foi a frase que veio a seguir. Não era a primeira vez que havia ouvido algo sobre ser um covarde, e na voz transmutada de Tiny a constatação parecia doer mais. Mão segurando o nariz ensanguentado, torso caído em meio os arbustos, Nate olhava o céu enquanto sentia os tecidos se remendarem por debaixo da pele, vários palavrões saíndo dos lábios em meio a risadas incontroláveis, lágrimas se acumulando no canto dos olhos. "Ah que merda... Você... Quebrou a porra do meu nariz."
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Até que passasse, Tymotheos andaria de um lado para o outro. A mandíbula tensa pela força, dentes trincando quando um músculo caía no lugar certo do jeito errado. E aquela raiva crescente, incandescente, colocando um filtro perigoso sobre Nate toda vez que tirava o olhar do caminho e o capturava no chão. Debilitado. O híbrido dava mais uma volta, garras enterradas na palma das mãos, mas nenhum sangue descendo. Não dava tempo. Vampirismo e licantropia trabalhando juntos visando deixá-lo a máquina mortífera perfeita. "Voltar para casa. Essa merda teria feito sentido no dia seguinte, não porra de semanas depois." Dias deliberados de escolhas com propósito. Se não tinham se visto até agora... Tymotheos voltava para o início com cada vez mais indignação. Circulando, perseguindo o próprio rabo, controlando a transformação com a respiração pesada e nada ritmada. Ele era o estereótipo do que lutavam para mudar. "Para a porra da sua mente vazia, isso tá adiantando bastante. Começou a colocar para fora toda a merda. O álcool vai ser infinitamente mais fácil. Vem aqui, deixa eu te ajudar." Até deixou erguer quando o lobo queria mantê-lo no chão, mostrar a superioridade do antigo título da alcateia. Alfa. Aquela mesma persona o segurando pelo colarinho, sacudindo até ver os pés firmando melhor. "É engraçado, sabia? Você é um carinho muito engraçado, a porra de uma comédia. Desde que cheguei falando sobre união, sobre enfrentarmos essa merda juntos. De criar a porra de uma alcateia." E ele via o desespero, aquele olhar perdido. Sentia a tristeza no ar com a mesma intensidade dos cheiros da floresta, mas... Não ajudava no caso. Pelo contrário, acendia um novo tipo de raiva no híbrido. "Estamos aqui um pelo outro. Só serve de via única? Foi tudo invenção? Precisou de uma coisinha para desistir de tudo?" Ergueu o do chão sem esforço e o colocou em outro ponto, um que não o levasse a uma morte instantânea quando recebesse o soco que preparava. Sem árvores atrás, só aquele arbusto mais cheio. "Vá se fuder, Nate. Não vou me afiliar a porra de um covarde."
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wolfrcge · 7 months ago
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"primos do cara que me deu isso." nate apontou para a sobrancelha, indicando uma cicatriz antiga já esbranquiçada, que os pelos cobriam em sua maioria. tão imperceptível que ele mesmo se esquecia da existência. "tavam me enchendo a paciência, falando obscenidades mais cedo. fiquei com vontade de apelar pro lado selvagem da coisa, mas eram jovens demais... não têm culpa de ter um completo otário na família." ele sorriu arteiro e deu uma tragada no charuto que segurava aceso com a mão livre. ainda não tinha se acostumado a fumar aquilo, mas segundo o sr. nikolai, era uma preciosidade vindas de um continente afastado. portanto, ofereceu-o a tiny. "é claro que no final da briga ele ficou pior do que eu. arrebentei o nariz do palhaço e ainda consegui afundar os dentes na mão dele..." nathaniel fez uma careta, balançando as madeixas loiras de um lado para o outro ao recordar da cena. "foi... visceral. mas não mais, agora tô comportado. antes não tinha muito a perder." e ouviu o restante da fala de tiny, tentando esconder um sorriso que insistia em reaparecer. o amigo era uma figura fascinante tanto ao olhar quanto ao falar, o vocabulário que construía a personalidade tão forte quanto. o hawthorne não se aguentou, porém, ao ouvir a palavra 'fanfic', soltando uma risada alta--- que escorreu tornando-se uma careta com a conclusão do amigo. "você acha mesmo que eu não quero transar?! tô te falando, tiny, desde a maldição da celine eu virei um repelente de qualquer contato físico. nada que eu tento dá certo--- acho que vou ter que passar por um ritual, ou sei lá o que as bruxas fazem pra 'desamaldiçoar' alguém. e quer saber do pior? o último beijo que alguém me deu foi ela. depois da maldição. e eu levei um tapa na cara, porque aparentemente eu também sou responsável por coisas que ela escolhe fazer."
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"Quer subir no ombro? Sentar feito namoradinhas em shows da Taylor Swift? Faço isso por você agora, Nate." Diz um Tiny fazendo uma careta, revirando os olhos para descartar imediatamente qualquer ideia que brotasse do mais novo. Puxou o casaco e limpou as mãos sem cerimônia no tecido, acrescentando uma camada realista à fácil fantasia. "Pelos- O que eles fizeram?" Como mais velho, aquela pressão de corrigir era imposta pelos outros adultos. Como híbrido e Tymotheos, o sorriso sanguinário aparecia no rosto; ansiando mais detalhes da briga que queria ter visto. "Começar? Ah, Nate. Se eu recebesse 1 dólar por cada smash que ouvi, não precisaria mais trabalhar." Conversar era complicado naqueles termos, mas não impossível. E depois de ter eliminado a população vegetal daquele canto que estavam, Tiny achou estranho. "Podemos ir para fora, sem problemas. O que eu espero? Ser a realização de fantasia dark romance de quem chegar perto. Quando a filha de um casal que trabalhei me mostrou as 'fanfics' de Jason, rapaz... Achei meu nicho. Sabe essas marcas vermelhas aqui?" Apontou para o queixo, pescoço, as partes de pele que apareciam. "Não é sangue falso. O que- Caralho, viu, tô cheio de vício de linguagem hoje. Mas- Não entendo como você ainda está solteiro. Ou celibatário. Tenho uma década a mais e- Vergonhoso." Deu uma risadinha por trás dos dentes, ar soltado com força pelo nariz.
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wolfrcge · 9 months ago
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nathaniel (apesar de ter um metro e oitenta) sentia-se uma boneca de pano espremida no abraço musculoso de tiny. nem se quisesse poder se desvencilhar dos bíceps e tríceps e íceps, conseguiria, então, simplesmente aproveitou o momento de afeição para apertá-lo com força semelhante, dando alguns tapinhas no ombro quando liberado. àquela altura o hawthorne já estava rindo, com os espíritos completamente elevados pela companhia divertida e chistosa. "não me contou essa história ainda, mas tenho certeza que é uma daquelas. é canônica, afinal. " o sorriso que veio em seguida era de pura expectativa, porque as histórias de tiny eram sempre muito interessantes, e sentou-se no pequeno espaço do banco que havia sobrado. nate ouviu as reclamações e comentários sobre a semana, tragando seu cigarro entre um e outro respirar. não conseguiu segurar a risada com a última frase, porém, soltando a fumaça da tragada para cima, a cabeça pendendo no encosto do banco em pura diversão. "oooff... sei." nate arqueou as sobrancelhas, o lábio inferior se repuxando de leve, revelando os dentes de baixo. cruzou as pernas e assumiu um ar pensativo. ele fingia seriedade, uma que não se sustentou por muito. "tiny, é comum isso acontecer com você? porque ultimamente eu tô repelindo todo e qualquer contato físico. tem tanto tempo que nada rola na minha vida que eu acho que já até esqueci como fazer, sabe..." comentou apertando os lábios. "a minha semana foi um pouco mais do mesmo. finalmente tô acabando minha última peça, e quando isso acontece eu caio em um vale de não fazer nada a não ser rabiscar. é tedioso, nada motivante... e como eu não tô bebendo mais, fica bem chato." deu um meio sorriso, agora a voz assumindo um tom mais sóbrio que indicava que ele embarcava a conversa em águas mais profundas. "ando sinceramente preocupado com essa lua cheia. outro dia quase me transformei no meio de uma rua cheia de pessoas... se o lorcán não 'tivesse lá, eu não sei o que poderia ter acontecido... você tá passando por algo assim?" nate dedilhou os cabelos suspirando alto, deixando-se derreter no banco, e tragou seu cigarro, demorando-se ao puxar a nicotina para os pulmões. "essa cidade não cabe a gente, tiny. eu me sinto preso. engolido." um riso sem humor lhe escapou dos lábios, o olhar se tornando-se ligeiramente frio. "como não desejar mais... sabe?" os olhos claros subiram, procurando algum grau de ressonância nos de tiny.
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Na falta de um parâmetro decente para si próprio, Tymotheos usava os Jardins do Crepúsculo Eterno para se situar. Psicologicamente se preparando para deixar tudo sair, liberar os esconderijos improvisados das vozes mentais e desfazer compartimentos bem fechados. Respirar, pela primeira vez, sem se importar com os olhares impossíveis de desviar. E as flores reagiram imediatamente, mudando o brilho numa intensidade que ele logo aprendeu a traduzir. Uma pena, no entanto, que tudo se perdia quando o via à distância. Aquele vínculo criado por dentes expostos num lamento ensurdecedor, tentando atingir a lua com seus pedidos sem solução. Nathanael preenchia o vazio que sentia desde que o sangue imortal fizera morada em seu corpo, o suspiro de vida modificado na imortalidade incômoda. O rosto tentou sorrir, mas quem estava tentando enganar? Aquelas feições eram carrancudas por natureza, e só cediam porque ele o arrancou da timidez. Um abraço completo e caloroso. Com direito a um sacolejo e grunhido, rindo para a noite com o desmantelo deixado. "Não tem problema nenhum em gargalhar, não já falei? Mas você tem que concordar que é simplesmente incrível- Espera, acho que não te contei essa história. Falei de quando oficializei o Tiny?" Ele ergueu a mão para segurar o cigarro, mas não fez menção de pegar nada para acendê-lo. Costumes antigos, herdados do pai, que deixava o cigarro entre os lábios. A voz e a expressão imutáveis, como se nada estivesse atrapalhando. Num suspiro, ele recostou no banco, esticando e abrindo as pernas ao longo do caminho em frente. Realmente, elas eram enormes. "Paguei a última parcela do seguro da oficina. São exorbitantes os preços das licenças aqui. Nada simpatizantes com o pequeno porém enorme empreendedor. Tomei um banho no último chuveiro que consertei, mesmo depois de ter dito que não ia dar certo. Bom que ela me pagou o triplo pelo incômodo. E me ofereceu... Pareceu que tinha caído num filmezinho bem daquele jeito." Lançou-lhe um olhar cúmplice e revirou os olhos, soltando uma risada pelo nariz. "Como foi a sua semana? Diz que foi melhor, pelos santos."
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wolfrcge · 6 months ago
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muito provavelmente, nem se nathaniel estivesse completamente sóbrio e em sua forma mais atlética, pudesse ter previsto aquele ataque. o ar foi prontamente arrancado dos pulmões ao ser arrastado, um hematoma se formando sobre as costelas pelo forte impacto... tiny. estava o evitando, e por um motivo--- o preço crescendo, empilhando-se em moedinhas de perigo dia após dia. o grunhido saiu estrangulado enquanto tentava se desvencilhar da mandíbula, as palavras de tom inumano despertando uma crescente sensação de urgência em erguer-se. mas nathaniel fingiria desimportância: com timotheos não havia necessidade em mascarar o profundo desespero, ou negar a evidente tristeza pelo abismo em que havia escolhido se enterrar. de novo. mãos que antes limpavam a roupa e checavam por ossos possivelmente trincados foram espalmadas aos lados do corpo, um sorriso sarcástico fazendo os cantos dos lábios subirem. "eeeeeei tiny, tiny, meu amigo. calma lá--- perguntas demais pra essa minha cabeça." apontou para os fios desgrenhados, tossindo, antes de outra vez se estatelar no chão sem qualquer resistência. primeiro, por mal conseguir firmar as pernas, e depois, pelo empurrão que arrancara do rosto um torcer característico de dor. a mão canhota foi ao peito, nathaniel utilizando-se da outra para impedir que o restante do corpo se chocasse com o chão frio. e então uma risada. uma que começou meio sem motivo, (afinal, o que de tão divertido acontecia ali?) mas que a cada instante tornava-se mais e mais imparável. "ai, calma aí... o que eu tenho na minha cabeça? nada, obviamente. como ter alguma coisa na cabeça--- tendo bebido tanto assim? eu ia..." as palavras misturavam-se com os risos, nathaniel ainda incapaz de olhar o amigo nos olhos. "eu tava indo pra casa dormir, mas acho que isso não tá nos planos mais." e então ele se ergueu. demorou que encontrasse o equilíbrio, as íris azuis finalmente fixando-se nas do amigo. "vai falar 'porra' até eu ficar sóbrio, tiny? qual é--- por que você não me bate direito? tá bravo comigo porque eu aceitei que todo mundo vai morrer e nada mais importa? então um PORRA! pra você também. me bate direito!"
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As patas não faziam muito som quando atravessava a floresta na velocidade. O odor capturado no ar guiando-o pelas árvores como uma mão invisível, e bem presa nos dentes expostos de esforço. Chega. Tinha passado tempo demais dando 'espaço' para Nate, sido bonzinho demais em manter distância. Mas depois de agora? Depois do que tinha ouvido? A caçada sanguinária só terminaria com o pescoço do mais jovem repousando em sua mandíbula. Ali. Pulava, trocava de direção, derrapava nas folhas secas e avançava. O ar sumindo, rasgado, quando o alcançou no meio do pulo. Presas capturaram a roupa e puxaram consigo, acobertando-os sob a proteção das folhas e arbustos. "Eu consigo sentir seu cheiro de cerveja rançosa do outro lado da porra dessa cidade." Pelo vampirismo, sua transformação perfeita pecava na velocidade. Homem e lobo misturado, voz mais animalesca do que civilizada. "Quando foi a última vez que dormiu direito? No dia que a porra do homem pisou na merda da lua? O que você tem na porra dessa cabeça, hein?" Um empurrão bem dado no meio do peito, sem nenhuma outra intenção além de derrubá-lo. Provar da maneira mais física o real estado do outro. "Eu esperava que mais do que aquelas cinco na festa, mas parece que não é a porra do caso. Porra, Nate, que inferno de- O que você acha que está fazendo?"
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@wolfrcge
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wolfrcge · 7 months ago
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"pelo menos você tem uma visão privilegiada do que tá rolando aí no meio--- me avisa se ver algum daqueles bostinhas atentados de mais cedo. tão precisando de uma lição, sé--- ei, ei, EI!" interrompendo-se, o hawthorne se enfiou debaixo do sobretudo bege, utilizando o tecido de escudo contra aquela seiva pegajosa arremessada na sua direção. provavelmente aquilo lhe renderia uma bela lição do senhor nikolai mais tarde por sujar suas peças de roupa, mas ainda assim era melhor do que receber o impacto total do arremesso de tiny no rosto desprotegido. "tá bom, tá bom, todo mundo sabe que você é a bela do baile. tá satisfeito? aposto que vai começar a autografar partes corporais em dois instantes." mesmos com os protestos e provocações, o lobisomem riu, revirando os olhos. graças ao amigo, nathaniel ultimamente sentia-se mais confiante, forte, e consequentemente, mais feliz. "tiny, quer ir lá pra fora? deve ter menos gente. aliás, o que você tá esperando dessa festa aqui? marcou algum encontro interessante, ou eles simplesmente acontecem pra você?"
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"Você sabe o quão difícil é ser o cara mais alto da festa hoje?" Porque aquelas botas de Jason davam alguns centímetros a mais ao híbrido. O volumoso casaco aumentando a constituição já avantajada, a aura tomando mais espaço. Tymotheos amava, veja bem, mas o que atraía mais do que atenção eram as plantas. "Essas coisas me amam, sério. Só porque estou mais perto em proximidade, pronto. Alvo preferido." Ergueu o bastão de beisebol todo bonito e trabalhado, agora coberto de seiva. Concentrações pegajosas que ele tirava com os dedos, as bolotas arremessadas na direção de @wolfrcge. "Demoro três anos se passar pelo meio, porque eu estou incrível como Jason, obrigado. Aí eu preciso ir pelas laterais e quem eu encontro? Se eu soubesse dessas malditas, nem tinha 'gasto' meu casaco com antecedência." Suspirou, os olhos revirados. "Agora estou aqui, esperando o Greenpeace me dar um abraço grupal em nome da porra da conservação da natureza."
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wolfrcge · 7 months ago
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nathaniel sentiu a expressão se contorcer numa careta exagerada ao ouvir a hipótese do beijo sacrificial em caráter de experimento. "por mais que você seja todo bonitão e gostoso, eu vou ter que recusar. sinceramente, eu me sentiria beijando meu irmão. não me leva a mal, em outras circunstâncias..." brincou de volta, fingindo imitar alguma tiete que era figura constante na vida de tiny num bater de cílios. nate ria, mas não sentia inveja de ter toda aquela atenção constante. "smack, smack." os olhos claros viajaram para a frente, perdidos por dois instantes na multidão de corpos fantasiados, em certo saudosismo que fazia as córneas brilharem. "já te contei sobre ele? elias, o alfa da nossa alcateia. até que você me lembra dele com essa pose toda, viu? a diferença é que o elias não tinha a altura de uma geladeira, e o humor era meio questionável--- ou a falta dele, até. cresceu rápido demais, depois que nossos pais morreram. não fazia muita piada, mas era um bom irmão. cuidava bem da gente." nate enfiou a mão livre no sobretudo bege, a outra subindo o charuto novamente aos lábios para tragá-lo. o comentário foi mais em caráter de apreciação à figura de tiny que propriamente uma exaltação do antigo alfa--- e agora, a atenção jazia de volta ao amigo. "e quem é essa tal bruxa que você conhece? tem boas indicações e a certeza de que não é uma amiga da celine? foi mal, é que pelo histórico eu acabo tendo um certo pé atrás. me dá arrepios imaginar passando por tudo aquilo de novo..." nate espasmou o corpo em susto, desejando se esquecer das duas (segundas) piores semanas da sua vida. "ah, meu amigo. ainda vamos chegar lá, qualquer dia." o tom de voz era novamente bem-humorado, apesar de nate não desejar que aquela brincadeira se materializasse. detestaria perder a amizade de tiny.
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w.tiny
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"Um otário e completamente obcecado por você. Essa cicatriz tem anos, certo? E ainda pegarem no seu pé? Esse cara não superou. Alguém manda Marília Mendonça Taylor Swift para ele se tocar." Tymotheos passou o polegar sobre a dita cicatriz, um gesto de provocação e carinho ao mesmo tempo. Sentia falta das próprias. Daquelas que marcaram sua vida e o ensinaram grandes lições. O veneno e a transformação vampírica tinham apagado toda a sua história. O híbrido levantou a mão, recusando o charuto. "É o que acontece, oras. Cutuca, cutuca, cutuca, e vai levar o quê? Um sermão? Gente, se é que pode chamar assim, merece logo a lição física." Como não teve nenhum acréscimo de virou lobisomem ou coisa parecida, Tiny aceitou como uma resolução nada pacífica e tranquila. Como alfa- antes alfa, cuidados assim eram sempre tomados para não perpetuar a espécie. Pelo menos, não do seu lado. Sua responsabilidade. "Repelente de contato físico com segundas intenções. Eu tô aqui e nada do que te fiz me fez querer fazer careta. Ou jogá-lo bem distante. Podemos até testar um beijo, sacrifício pequeno se for- É brincadeira." Trocou o peso dos pés, os braços cruzados sobre o peito. "Era sobre isso que eu tinha para falar. Tenho algumas opções para considerar, sobre o que falamos do pacto-não-pacto. Podemos tentar colocar essa tua maldição na mesa e pedir um desconto, já que vamos fazer o outro." Enfiou a mão no bolso e tirou o bloco de nota, o lápis preso na argolinha riscando o aviso. "Vou falar com ela essa semana. Caralho, viu. Tua sorte com relações é uma coisa de outro mundo. Celine, o idiota dos primos. Tirando eu, tem alguém que tu já não tenha brigado?" Ah, e Tiny sorria com a pergunta. Uma boa amizade sempre nascia de batidas de cabeça e ossos quebrados. Seu grupo, dois lobos tão grandes quando ele, não tinha um dia sem soltar faíscas e explosões.
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