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♥ The Elric-Casillas Family Tree ♥
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Through Faith And Fire
Já estava no terceiro esconderijo desde o dia de sua fuga. Não podiam ficar muito tempo num mesmo lugar por questões de segurança, apesar de que, àquela altura, Tarquinn não se importava mais com o que lhe aconteceria. Ainda pretendia contatar os rebeldes, é claro, mas caso não conseguisse sobreviver até lá, ao menos sabia que o garoto hacker compartilhava de todas as suas descobertas passíveis de acabar de vez com aquele maldito governo. Apesar disso, o rapaz ainda mantinha segredo sobre a identidade e os planos de V e na realidade Tarquinn pouco se importava com aquilo, desde que o misterioso mascarado eventualmente também usasse as informações contra os líderes do país.
O cyborg já não sabia mais o que era dormir direito desde a noite em que assassinara o major, a inquietação e os pesadelos simplesmente não lhe permitiam ter muito mais do que umas poucas horas de descanso por dia. Por sorte, se é que poderia referir-se dessa forma, era tremendamente familiar a esse tipo de situação por causa dos meses a fio que passara sem conseguir pregar os olhos se não fosse a ajuda de fortes medicamentos, aqueles meses infernais após o atentado que mudara sua vida completamente. E agora, a perda de Cleo fora somada aos seus pesadelos, mais um item para adicionar à sua extensa lista de culpa. Talvez pudesse tê-la trazido para se esconder consigo, talvez devesse ter monitorado com mais cuidado os passos dela e os planos dos rebeldes... não fora capaz sequer de resgatar a amiga da construção em chamas. Agora Cleo era apenas mais um rosto a assombrar seus pensamentos, enquanto ele se recuperava como podia em seu esconderijo improvisado da intoxicação pela fumaça que inalara naquele dia.
Enquanto isso, ele e Hyde continuavam com suas investigações, reunindo um enorme dossiê de informações secretas sobre os governantes de Gallica I, que logo não seriam mais secretas a ninguém. O próximo passo para ele, o famigerado encontro com os líderes rebeldes, demorou mais que o esperado para acontecer; Hyde, que já fora muito próximo de todos os membros da causa, perdera a confiança dos mesmos após ter se bandeado para o lado de V que, aos olhos deles, era um inimigo tanto quanto o governo em si. Dessa forma, levara tempo até que ele conseguisse se reaproximar e negociar com eles, mas finalmente o encontro fora arranjado.
Tarquinn não se lembrava de ter passado por uma situação tão estranha na vida; rever Leon, seu ídolo da adolescência, uma figura tão exemplar profissionalmente, na posição de vice-líder rebelde era extremamente surreal. Já soubera de seu envolvimento pouco tempo antes através de Cleo, mas nunca mais o encontrara depois disso. E, mais do que isso, agora Leon sabia que Tarquinn sabia de tudo. O encontro se deu em um outro tipo de esconderijo neutro e, passado o primeiro momento de estranheza, Tarquinn deixou-o saber de tudo que acontecera nos últimos tempos, inclusive sobre ter sido o autor do assassinato do major e os motivos que o levaram àquilo; passou a Leon todos os vídeos, áudios e todo tipo de material que havia descoberto com Hyde em um pequeno pen drive e deixou claro que gostaria de ajudar. Gostaria de unir-se à causa e ajudar como pudesse, mesmo que isso lhe custasse a vida.
Sobre Cleopatra, deixou claro o seu pesar e seus sentimentos, e então foi a vez de Leon lhe fazer uma revelação mais do que surpreendente: Cleopatra estava viva. Em um coma profundo e sem muitas esperanças de que fosse acordar, mas ainda assim, viva. E não, Tarquinn não poderia ir aos domínios rebeldes para vê-la, afinal ainda não sabiam se o cyborg ex-policial era realmente confiável. De qualquer forma, Leon garantiu que passaria todas as informações à líder e aos demais, iriam avaliar o conteúdo do dossiê, e então veriam o que aconteceria a partir dali, mas provavelmente pudessem sim usar sua ajuda em algum plano futuro. E prometeu que o manteria informado sobre Cleo. Tarquinn ficou mais do que agradecido por isso e foi embora com o coração um tanto mais leve; Cleo iria sair dessa, Cleo era a pessoa mais forte que já conhecera. Logo estariam juntos novamente, logo estariam lutando contra todos, logo iriam vencer.
@cleoepsilon
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The final loss
Os dias que se seguiram ao terrível crime não foram mais fáceis do que o momento fatídico em si. Noite após noite, Tarquinn acordava no meio da madrugada, coberto de suor e ofegante ao despertar de pesadelos tão vívidos que pareciam completamente reais, sempre de volta ao assassinato a sangue frio, além da confusão mental sobre o fato de ter dedicado toda a vida ao maldito Governo, que por fim mostrara-se o real culpado por sua maior desgraça. Já haviam se passado ao menos duas semanas daquela data, e o ciborgue não ousara colocar os pés para fora do esconderijo do agora colega hacker Topher Hyde, que por sua vez mostrara-se extremamente empolgado com o feito “heroico” do ex-policial.
A vasta gama de equipamentos de monitoramento do garoto permitiu a Tarquinn ficar de olho em cada canto do país e acompanhar as investigações a respeito da morte brutal do Major; ao que tudo indicava, ele realmente estava sendo procurado como responsável pelo crime, pois câmeras de segurança da casa do Major flagraram todo o acontecido e o ciborgue era agora considerado um fugitivo de alta periculosidade; até recompensas sobre informações de seu paradeiro estavam sendo oferecidas a quem se dispusesse a ajudar. Enquanto Topher ria de toda a situação e achava aquilo tudo o máximo, Tarquinn ficava cada dia mais apreensivo.
Outra coisa da qual ele não desgrudava a atenção, era a amiga Cleopatra. Sempre que podia, vigiava a mulher através das inúmeras câmeras de segurança hackeadas, o que o deixava um pouco mais tranquilo pois aparentemente ela estava bem. Se é que poderiam se considerar “bem” em qualquer sentido da palavra após tantos acontecimentos intensos. Ao menos, ela parecia estar seguindo com a vida e o plano de manter as aparências, mas como era difícil vê-la pelas telas sem poder falar com ela novamente...
Enquanto isso, Tarquinn se recuperava psicologicamente de seu ato criminoso, procurando montar um plano para entrar em contato com os rebeldes a fim de compartilhar os vídeos do infame gato-robô de Karima. Sendo Hyde o ajudante de V, era óbvio que este já estava em posse das informações contidas no robô, o que deixava o ex-policial tenso sobre o que o homem faria sobre tudo isso. Precisava chegar aos rebeldes o quanto antes, mas ainda não tinha um plano efetivo de ação; talvez fosse melhor apenas entregar-lhes as informações e deixar que agissem da forma que julgassem melhor.
Mais alguns dias se passaram sem maiores novidades, com o ciborgue como sempre acompanhando os passos de Cleo, incluindo suas rondas e escalas de trabalho. Tudo corria bem e as coisas pareciam calmas até demais, quando ocorreu o inesperado: supostamente, os rebeldes haviam cometido um atentado contra a fábrica secreta mantida pelo Governo, algo altamente planejado que culminara na explosão da mesma. Um arrepio percorreu sua espinha ao pensar em uma certa possibilidade enquanto assistia em tempo real a grande confusão gerada pelo ataque; para seu desespero, ao confirmar a lista de escala dos policiais designados a fazer a segurança da fábrica naquela madrugada, de fato encontrou o nome da amiga. Mais uma vez, em um pequeno espaço de tempo, o mundo de Tarquinn ruiu e as lágrimas e o desespero, tão íntimos seus, novamente se fizeram presentes.
Esquecendo-se completamente de sua condição de fugitivo e apesar dos protestos do colega hacker, o homem pela primeira vez arriscou-se a sair de seu esconderijo. Precisava ir até lá, precisava saber se Cleo estava bem. Arriscando tudo, partiu para a fábrica em meio às sombras e objetos onde pudesse se esconder; lá chegando, em meio ao caos instaurado com reforços da polícia e rebeldes em luta, o ex-oficial adentrou os escombros em chamas por passagens quase que secretas de conhecimento da polícia. Cobrindo o rosto com o braço e quase sem enxergar em meio à fumaça escura, Tarquinn não pensou duas vezes ao vasculhar os locais que podia, avistando corpos aqui e ali, alguns irreconhecíveis mas aparentemente todos masculinos, mas isso não o deixava menos apreensivo.
Após alguns minutos de busca, viu-se limitado e perdido pelas salas e corredores destruídos que se consumiam pelas chamas de forma rápida. Estava cada vez mais tonto e cego com a fumaça, e só quando sentiu que estava prestes a desmaiar, forçou-se a sair do local. Tossindo muito e tentando recuperar o fôlego, rastejou para onde pudesse se esconder e observou a luta se desenrolar, com mais uma explosão ocorrendo minutos após sua saída e causando a ruína completa da estrutura bem diante de seus olhos. Suas lágrimas se misturavam ao suor enquanto ele imaginava a amiga ali dentro, sendo carbonizada pelas labaredas altas, e a dor que agora invadia seu peito era muito mais sobre a perda do que o esforço físico que acabar de fazer.
Era o fim. Talvez fosse amaldiçoado, talvez estivesse fadado a perder todas as pessoas que amava. Agora não tinha mais ninguém por quem lutar, e agora a culpa da explosão de fato fora dos rebeldes, diferente do ocorrido com sua família. Mais uma vez, a raiva sobre eles tomou sua mente, mas lembrou-se de que Leon era um dos líderes, e ele jamais ordenaria tal ataque sabendo que a irmã estava presente, por mais que tivessem anos de desavenças; provavelmente fora um imprevisto, talvez Cleo não devesse estar ali naquela noite. Mas, segundo a lista oficial da polícia, estava. E agora, não estava mais, e o ciborgue não tinha mais nada nem ninguém a perder. Não esperaria nem mais um dia, precisava contatar os rebeldes o quanto antes para compartilhar os vídeos e ajudá-los a derrubar aquele maldito lugar de uma vez por todas.
@cleoepsilon
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Away from the sun
Os passos pesados do ciborgue ecoavam pelas ruas escuras e desertas, num ritmo frenético em fuga da casa da melhor - e atualmente - única amiga. Uma chuva fina começou a cair enquanto o agora ex-oficial de Polícia tentava com muito custo pensar no que fazer a seguir. Suas lágrimas voltavam em profusão enquanto realizava novamente o que havia feito e percebia que não tinha muitas opções. Àquela altura já não sabia mais se o que lavava seu rosto eram as gotas vindas do céu ou as vindas de seu coração. Não importava muito, afinal.
Numa atitude repentina, e quase que impensada, Tarquinn viu-se seguindo pelas sombras até sua própria residência. Alerta, espreitou a uma distância segura a fim de identificar qualquer vigilância ou atividade suspeita. Nada. Tudo parecia perfeitamente normal. Por via das dúvidas, optou por entrar pelos fundos, por uma espécie de alçapão escondido que dava direto para o porão da imponente residência Elric. Sempre cuidadoso, adentrou sem qualquer ruído, parando vez ou outra para ouvir, mas o único som audível dentro da casa eram os passos inquietos de Australia, que já percebera a presença do dono. Aliviado, ele subiu os degraus até a parte térrea da casa, sendo recepcionado pela cadela; abraçou-se a ela como se não houvesse amanhã, mais uma vez emocionado em face dos acontecimentos da noite. Em uma nova atitude repentina, o policial soltou-se de sua fiel companheira e correu degraus acima até seu quarto, indo até o closet onde mantinha um cofre de segurança instalado na parede; dali, retirou algumas armas, dinheiro em espécie e documentos, enfiando tudo apressadamente nos bolsos do uniforme tingido de sangue.
Avançando em seguida para o quarto ao lado, - o quarto dos pais o qual transformara em uma espécie de memorial de fotos e objetos deles - hesitou alguns instantes na porta. Os olhos voltaram a marejar, a tão esperada violenta vingança rondando sua mente enquanto observava atentamente cada coisa ali. Mas não havia tempo para uma nova onda de choro e culpa ali, apesar da tristeza que lhe invadia ao pensar que nunca mais poderia voltar à própria casa; precisava sair o quanto antes, de forma que alcançou um porta-retratos da família sobre a lareira e retirou-se em instantes. Desceu com cautela enquanto sussurrava para que a cadela o seguisse, novamente em estado alerta sobre os barulhos nos arredores. Tomando o caminho de volta ao porão, tornou a sair pelos fundos da casa, lembrando-se de atirar ao chão todo e qualquer aparelho de comunicação e rastreamento que carregava consigo, esmagando um a um facilmente com a perna robótica. Passou, então, a embrenhar-se em meio à escuridão das ruas em companhia de sua fiel amiga canina que, apesar de certamente ter farejado o sangue no dono, não poderia imaginar a atrocidade que o mesmo cometera. Sua única chance era esconder-se com seu parceiro hacker, pelo menos até ter certeza de como a situação estava lá fora. Enquanto isso, poderia planejar como usar os vídeos do gato-robô para derrubar de uma vez por todas aquele maldito lugar.
Estava na hora, mais do que na hora, de finalmente unir-se à causa rebelde.
@cleoepsilon
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Como as coisas chegaram àquele ponto?! Toda a cena se repetia em looping diante dos olhos de Tarquinn, como uma lembrança ruim que não quer desaparecer; mas estranhamente, conforme seu corpo cedia à baixa do avassalador pico de adrenalina, de alguma forma agora aquilo parecia um sonho, como se tivesse assistido alguém cometer o crime hediondo que, se não destruísse sua vida definitivamente, no mínimo lhe assombraria pelo resto dela. “Não, o gato... o gato está no esconderijo do hacker.” Murmurou em resposta; isto é, se é que o garoto ainda estivesse lá depois de tantas descobertas escandalosas. Possivelmente, àquela altura já desaparecera a fim de passar as informações para V. E mais uma vez, estranhamente, Tarquinn percebeu que não se importava nem um pouco se esse fosse o caso.
Enquanto Cleopatra continuava a compartilhar seu plano para esconder o crime, Tarquinn limitou-se a suspirar pesado; sentia-se exausto, mas ao mesmo tempo bastante ciente de que as probabilidades de ser rastreado eram altíssimas. Não adiantava se arriscar ainda mais tentando encobrir o acontecido, muito menos envolvendo Cleopatra ainda mais nessa história. Não, sabia que sua única alternativa no momento era fugir, mas optou por ficar em silêncio. O acolhimento incondicional e sem julgamentos que ela lhe oferecia era o motivo pelo qual mais lágrimas escorriam por seu rosto agora, dessa vez silenciosas; Tarquinn sempre se resguardara, nunca se permitira chegar muito perto de ninguém, e agora estava ensanguentado no chão da casa de Cleopatra debatendo sobre um assassinato. As coisas definitivamente haviam escalado muito rápido, mas receber todo aquele carinho era o mais perto do conceito de família que há muito tempo jamais chegara.
A amiga prosseguia falando sobre sua própria história, tão pesada e triste quanto a do próprio ciborgue, e parecia muita coincidência ambos terem se tornado tão próximos a princípio sem conhecerem as motivações um do outro. Ambos tornaram-se policiais com o mesmo objetivo de vingar a família, contra quem na época supunham ser o inimigo comum - os rebeldes. E para surpresa dos dois, estavam redondamente enganados. Tudo sempre estivera ligado ao Governo, e era impossível conter o sentimento de revolta. Quem diria, eles eram os rebeldes agora. O oficial sentiu as mãos de Cleopatra em seu rosto, retribuindo o contato visual com mais lágrimas lançando-se lentamente de seus olhos; Cleo falava com tanta confiança, que ele quase acreditava em suas palavras. Mas que esperança restava para ele? Qualquer perspectiva de futuro havia ruído diante de seus olhos, e talvez só lhe restasse ir até o fim na luta contra o Governo, já que agora estava envolvido até o útimo nisso.
Quando a mulher quebrou o contato e levantou-se determinada, ele repetiu o gesto mas sem o mesmo ânimo. Sua única certeza era a de que não podia e não devia envolver Cleo mais nem um segundo naquilo. Já fora um tremendo erro estar ali, ter fugido para a casa dela já poderia lhe causar graves consequências, e essa era a última coisa que ele queria. Jamais se perdoaria se qualquer coisa acontecesse à amiga por sua causa. Sabia o que precisava ser feito. Aproximando-se com pesar, envolveu o corpo esguio em um abraço forte. A voz saiu o mais firme que conseguia, na tentativa de lhe passar a mesma confiança e seriedade. “Cleo... se eles vierem atrás de você, se me rastrearem até aqui, diga que eu estava fora de mim e não dizia coisa com coisa. Que eu não te disse nada. Você nunca soube de nada.” Apertou um pouco mais a mulher em seus braços, fechando os olhos por um instante de silêncio, aproveitando aquele último momento enquanto lutava contra as lágrimas. Aquela era uma despedida. “Eu vou tentar resolver as coisas do meu jeito. Eu nunca pensei que diria isso um dia, mas agora eu vou fazer de tudo para acabar com o Governo, vou fazer as coisas ficarem certas. Vou usar o que encontramos no robô. Não confie em nenhum deles, Cleopatra, não confie em ninguém do nosso lado, mas continue fingindo que sim.” Uma nova pausa e mais uma profusão de lágrimas, Tarquinn desfez o abraço, segurando a amiga pelos ombros para lhe dar uma última olhada, encarando os olhos azuis intensos. Ao que tudo indicava, aquela era a última vez que a via e falava com ela diretamente. O futuro era incerto e, ao que sabia, ele podia ser capturado e morto a qualquer momento. “Se cuide, oficial Epsilon. Obrigado por tudo. Eu te amo.” Depositando um beijo carinhoso na testa da amiga, Tarquinn a soltou e, com a mesma pressa com a qual chegara, ele se virou num gesto rápido e saiu disparando porta afora, correndo com a mesma afobação, correndo pelas ruas desertas protegido pelas sombras, correndo para fazer valer todo o sofrimento pelo qual passara por toda uma vida... nem que aquela fosse a última coisa que fizesse.
Three Cheers For Sweet Revenge
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cleoepsilon:
Seus dedos agora apertavam com um pouco mais de força os braços de Elric, como se de fato aquele gesto pudesse lhe ajudar de qualquer forma. Seus olhos azuis ainda estavam fixos nele e em seu estado visivelmente caótico e fora de si. Teria descoberto algo ainda mais terrível do que ambos descobriram sobre o governo? Seria algo no gato-robô de sua amiga falecida rebelde ou algo pior? sua mente girou de ideias naquele instante, ainda que ele parecesse perturbado demais para lhe dar o que queria. Dando um passo para trás, ela se afastou involuntariamente para que ele adentrasse em sua casa e correu para trancar a porta, mantendo assim ambos em segurança.
“você… o quê?” apesar da voz dele não ter passado de um sussurro, ela pode ouvir claramente quando tarquinn pronunciou tais palavras. agora ela o encarava assustada, sua boca praticamente aberta em um o horrorizado e sem palavras. “tarq.” foi a única palavra que a oficial conseguiu pronunciar diante daquela revelação tão assombrosa e não esperada. de todas as coisas que imaginou o amigo dizendo naquele momento, aquela com certeza seria última de todas. finalmente a mulher teve outra reação além de encarar tarquinn sem acreditar no que ele dissera, ou melhor, no que ele afirmou ter feito. cleopatra tapou a boca com ambas as mãos e tragicamente no mesmo instante, ele desabou no chão do hall entre a sala e a cozinha. epsilon praticamente se jogou de joelhos diante dele, agarrando o homem pelos braços enquanto tentava raciocinar melhor. sua mente talvez estivesse tão caótica quanto a dele depois disso.
“tudo bem, você vai poder me contar tudo o que houve huh? agora eu preciso saber exatamente o que fez com ele, tarq. alguém te viu desse jeito? alguém viu você saindo, ou onde você encontrou ele?” talvez não fosse aquelas palavras que ela pensou em dizer primeiro, porém foi sua primeira preocupação ao finalmente cair em si sobre o ato cometido pelo amigo. se ele tivesse matado o Major Bruiser Lascius, com certeza teria que se esconder pois a polícia e o próprio governo nunca deixaria barato ou esqueceria algo tão terrível contra uma das pessoas mais importantes da policia. Claro, diante do caos criado pelos rebeldes ao redor do país, talvez o momento fosse até oportuno para escapar de tal responsabilidade. “você não vai sair daqui. eu sei, não é o melhor lugar para se esconder mas é melhor do que outro.” epsilon pensou, e realmente não encontrou outro lugar onde poderia mantê-lo longe das vistas enquanto a situação não era descoberta. uma parte bem pequena de si, uma egoísta e muito orgulhosa até cogitou pedir ajuda de seu irmão mais velho, e mesmo sabendo que ele poderia não lhe negar nada, escolheu não fazê-lo. ainda não tinha cara e nem coragem para procurá-lo.
A oficial agora estava sentada no chão próxima do amigo; seus braços estavam ao redor dos ombros dele, enquanto deslizava um das mãos através dos cabelos úmidos do mesmo. Queria confortá-lo de alguma forma, apesar de saber que o melhor a se fazer naquele caso era colocar tudo para fora, mesmo que em forma de lágrimas. Ela mesma havia chorado o suficiente nas ultimas semanas, até que se sentisse completamente seca e vazia em relação ao motivo do choro. Tarquinn esperava por aquela resposta à anos, era seu momento de extravasar, mesmo que já tivesse feito isso minutos antes e da pior maneira possível. “eu estou aqui, tarq. você pode chorar, gritar se quiser. só coloque tudo pra fora. e depois, daremos um jeito nisso ok? eu não vou a lugar algum. prometo.”
Então era aquela expressão de extremo horror que ele receberia de qualquer pessoa que ficasse sabendo de seu trágico ato? O semblante chocado de Cleopatra certamente não passava de um reflexo de si mesmo, afinal, que outra expressão alguém poderia demonstrar ao ouvir tal revelação?! O rosto da amiga saiu de foco quando o ciborgue deixou-se cair sem qualquer cuidado ao chão, enquanto as lágrimas continuavam a lavar seu rosto em profusão e os ombros largos chacoalhavam sob uma corrente infinita de soluços. Trêmulo, obrigou-se a voltar a encará-la quando a voz feminina soou próxima, para então dar de cara com uma Cleopatra atônita ajoelhada diante de si. “Eu, ah... Hyde conseguiu abrir tudo, eu vi... tudo. E em um dos vídeos, bem... Bruiser fala sobre o ataque.” Uma breve pausa na vã tentativa de retomar o fôlego. “Então eu saí... não sei, só fui parar na casa dele. Entrei. E soquei a cara dele até me dar conta.” Nova pausa, apenas para confirmar que seu estado de choque era tamanho, que parecia estar ouvindo outra pessoa contar aquilo, nem em um milhão de anos Tarquinn jamais se imaginaria cometendo tal ato.
“Acho que ninguém me viu, eu não... eu não sei, Cleo, eu só... corri.” A expressão agora era confusa, como se o policial lutasse para se lembrar da sequência de acontecimentos; as imagens giravam em sua cabeça como breves flashes, como se tivesse bebido muito na noite anterior e não se recordasse de todos os detalhes. Talvez fosse um mecanismo de defesa do próprio cérebro tentando apagar a atrocidade que cometera. Ao ouvir a amiga falar sobre esconder-se, ele voltou a arregalar os olhos assustado, como se uma lembrança repentina tivesse tomado sua mente. “Não, eu tenho que ir. Eu não devia nem ter vindo aqui, me desculpa... eu não quero te por em risco, Cleo... eles vão me rastrear, eu tenho certeza, eu tenho que ir...” Tarquinn observou a amiga silenciosamente sentar-se mais perto e envolver seus ombros em uma espécie de abraço; o que estaria ela pensando do que ele fizera? Estaria o julgando um monstro? Um louco? Tarquinn se orgulhava de ter uma carreira até que decente, por assim dizer, jamais chegara ao ponto de matar ninguém em seus anos como policial. Mas agora haveria essa enorme mancha em seu histórico, uma com a qual eledeveria viver o resto da vida. Em algum lugar de sua mente, aquela voz que vez ou outra lhe atormentava, dizia: foi o que ele mereceu...
Tarquinn baixou o rosto e tornou a escondê-lo nas mãos sujas de sangue; não era digno da amizade e do apoio de Cleopatra, afinal querendo ou não havia matado alguém literalmente com as próprias mãos, sem chances de defesa. Mas ele fez muito pior com você, ele tirou sua família... O policial chacoalhou a cabeça, as lágrimas ainda o fazendo respirar com dificuldade; permaneceu assim por alguns instantes, então voltou a falar, ainda sem olhar para Epsilon. “Cleo, eu passei a vida toda tentando achar o culpado de tudo. Era ele o tempo todo, ele... ele foi capaz de me recrutar, de me olhar nos olhos todos os dias e dizer que era culpa dos rebeldes, que faria o possível para encontrar o mandante do ataque, que eu deveria usar isso para me tornar mais forte... eu me empenhei nisso a vida toda, e o tempo todo eu estava trabalhando para o culpado.” As palavras saíam em meio aos dentes cerrados de tanta raiva, enquanto ele observava a própria mão robótica toda suja de sangue; a expressão de ódio logo tornou a se dissolver em tristeza, denotando a confusão de sentimentos pelos quais o ciborgue passava naquele momento. “E agora? O que eu faço da minha vida agora?” Os olhos azuis voltaram a encarar a amiga, agora cheios de medo ao contemplar um novo vazio de sua existência.
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A respiração ofegante e o coração disparado pareciam não querer se acalmar, enquanto Tarquinn permanecia alguns instantes parado no batente da porta, estático e com um olhar alucinado enquanto encarava a amiga, incapaz de emitir qualquer som. Ao sentir o toque das mãos de Cleopatra em seus braços, enconheu-se bruscamente, como que despertando de seu estado de choque, em seguida entrando e fechando a porta rapidamente às suas costas de maneira paranóica - e se houvesse sido seguido?
A voz de Cleopatra que agora se dirigia a ele o fez voltar a encará-la assustado, e ele prontamente limpou as mãos de forma desajeitada em sua roupa já respingada com o sangue do chefe. Estava completamente trêmulo. “Eu matei o major.” Murmurou, os olhos muito abertos como se ouvir a frase de seus próprios lábios tornasse o acontecimento muito mais real. Uma nova onda de choro repentino invadiu Tarquinn, ao mesmo tempo em que as pernas finalmente fraquejavam após todo o esforço físico empregado na corrida. O ciborgue deixou-se cair sentado ao chão, enquanto os ombros chacoalhavam com os soluços e a respiração sôfrega de um choro desesperado. “Foi ele, foi ele... o tempo todo, foi ele, Cleo...”
Uma profusão de lágrimas tornava a lavar seu rosto, enquanto seu cérebro revivia todas as cenas do ataque há anos atrás e ele tentava reunir forças para explicar-se à amiga. “Bruiser foi o responsável pelo ataque que matou minha família, Cleopatra... ele me deixou assim, esse tempo todo eu trabalhei pra aquele desgraçado, e foi culpa dele...” Tarquinn cobriu o rosto com as mãos, a sensação de pleno desespero o queimando por dentro, o cérebro revirando em um turbilhão de pensamentos e o corpo trêmulo compondo uma cena deprimente. O sofrimento do policial era quase palpável.
O que seria dele a seguir? Primeiro, porque de agora em diante era um fugitivo da própria instituição à qual servia há tantos anos, porque é claro que eventualmente seria descoberto como sendo o responsável pela morte do major; e segundo, como lidaria com o peso de tal descoberta sobre o verdadeiro culpado pela reviravolta em sua vida? A loucura nunca lhe parecera tão próxima, não desde o dia do ataque, e enquanto surtava ali no chão frio da casa da única pessoa de confiança naquele lugar, sequer conseguia pensar que, apesar de tudo, havia conseguido sua tão sonhada vingança.
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Os dias se passavam com uma lentidão agonizante. Enquanto o serviço na Polícia havia redobrado, com o Governo aparentemente mais alerta e cauteloso, as novidades ficaram em pausa por um longo período, o que causava em Tarquinn uma enorme ansiedade. O ciborgue já possuía uma grande quantidade de informações suficientes para deixar qualquer pessoa a favor do Governo no mínimo inquieta, mas ainda faltava algo que servisse como uma prova definitiva para que pudesse tomar qualquer atitude; afinal, o que ele poderia fazer sozinho? Estava cada vez mais difícil fazer o papel de policial exemplar sabendo de tudo que ele sabia, mas no momento ainda estava de mãos atadas e isso o estava enlouquecendo dia após dia. Hyde, o garoto hacker que depois de muitas reviravoltas acabara por tornar-se de grande importância para Tarquinn - quase que uma espécie de aliado - não fizera mais nenhum progresso significativo na decodificação do gato-robô adquirido por Karima, o que deixava a ambos extremamente frustrados.
Essa falta de novidades se estendeu por muito tempo, até que em um dia qualquer, sem que o policial estivesse esperando, uma mensagem de seu comparsa hacker o pegou de surpresa: Hyde conseguira finalmente acessar todas as informações contidas no robô. Quando finalmente pôde partir para o esconderijo do rapaz, Tarquinn não esperava que fosse descobrir tanto. Jamais, em tempo algum, sequer sonharia que o maior mistério de sua vida seria solucionado bem ali, na forma de mais um podre em meio a tantos podres das grandes figuras de Gallica distribuídos em alguns poucos minutos e cenas. Em questão de segundos, bem diante do olhar perplexo e marejado do rapaz, foi revelada a identidade do responsável pelo ataque que lhe tirara sua família. Assim, pura e simplesmente, como se fosse algo tão fácil que ele pudesse ter conseguido num piscar de olhos.
Um vídeo breve, do ângulo de uma câmera de segurança, mostrava o Major Bruiser Lascius, alguns anos mais jovem, em sua sala conversando com alguém ao telefone, observando diversos mapas do centro da cidade e projetos do que pareciam ser minas terrestres espalhados sobre sua mesa. Ele acompanhava e organizava os documentos enquanto dava ordens, falando sobre um tal plano de captura de um suposto líder rebelde que estava agindo como espião infiltrado na Polícia. Tudo estava pronto: as bombas devidamente instaladas na praça, apenas aguardando para serem disparadas no dia seguinte. A pessoa do outro lado aparentava demonstrar alguma preocupação sobre as vidas dos civis que possivelmente estariam nos arredores no momento do ataque, ao que o Major sorriu. Um sorriso perverso, pleno de cinismo, como Tarquinn já vira tantas vezes no rosto do homem. “É um mal necessário. Pelo bem maior.”, foi sua resposta. E assim, sem mais nem menos, em uma breve cena de poucos segundos, Tarquinn descobriu toda a verdade, aquela que buscara por toda uma vida.
Uma voz longínqua clamava o nome de Tarquinn e ele vagamente sentiu o hacker colocar a mão em seu ombro na vã tentativa de chamar sua atenção, mas ele já estava em um estado de choque que só vivera antes no dia do ataque. Cego, tanto pelas lágrimas que lavavam sua face quanto pelo ódio que lhe tomava a alma ao associar sobre o que via no vídeo, o ciborgue sentia cada célula do seu corpo tremer, apesar de não sentir mais o chão sob os pés. Um misto de descrença e ódio, uma sensação surreal que fazia seu cérebro fervilhar e ameaçar lhe causar um desmaio a qualquer momento, ao perceber que o homem que destruíra sua vida sempre estivera bem ali ao seu alcance, seu próprio chefe, uma figura que sempre respeitara e admirara por tanto tempo. Ele, o responsável por toda sua desgraça, que ainda por cima sempre soube de tudo e provavelmente riu ao ver Tarquinn correndo em círculos em busca de vingança, incentivando-o a estar na Polícia talvez por pena de ter deixado o garoto órfão.
Quando deu por si, sem fazer a mínima ideia de como chegara ali, estava diante da porta da casa do Major, cujo rosto confuso surgiu na fresta da porta, logo abrindo-a um tanto mais para dar passagem ao policial. O mesmo sorriso nojento ornava os lábios de Bruiser, que questionava curioso qual era o motivo da visita de seu oficial àquela hora da noite. Os dentes perfeitos foram a primeira coisa a ser quebrada pelo punho robótico de Tarquinn; pego de extrema surpresa, o Major cambaleou ao chão com um ar de choque, incapaz de reagir, tal qual o rapaz tivera minutos atrás ao assistir o maldito vídeo. Imediatamente, o ciborgue ajoelhou-se por cima do Major sem lhe dar chance alguma de sequer mover-se de onde caíra, ou gritar, ou reagir de qualquer forma. “Foi você. O tempo todo... você sabia... você acabou com a minha vida.” As palavras escapavam arranhadas por entre os dentes cerrados, a fúria descontrolada marcada em cada palavra; “fora de si” seria pouco para descrever a situação de Tarquinn naquele momento.
Sem dar nenhuma chance de resposta ou ação ao homem que continuava em estado de choque, o punho robótico voou mais uma vez na direção de seu rosto. E mais uma. E mais uma. E mais uma. Lembranças do momento da explosão se faziam nítidas na mente de Tarquinn, o rosto sorridente dos pais de repente reduzido a pedaços e sangue espalhado pelo chão. Como conseguira seguir em frente depois de presenciar tal cena? Pelo ódio. Se chegara tão longe na vida, era graças ao ódio e o desejo de vingança. E o que parecia tão distante e impossível, repentinamente se fazia real na forma de cada soco que avidamente desferia no rosto do homem que lhe tirara tudo.
Finalmente, estava tendo sua vingança.
E nada mais justo que ela fosse feita com seu braço mecânico, afinal se dependia daquele para substituir seu verdadeiro, a culpa era toda do Major Lascius. Os socos se repetiram muitas e muitas vezes, até mesmo depois do Major parar de ter qualquer espasmo em reação à dor. Até seu rosto ser reduzido a uma massa sangrenta e disforme, tal qual a do casal Elric ficara naquela tarde fatídica. Os respingos de sangue também manchavam a face de Tarquinn, misturados às lágrimas, e quando toda a força empregada no massacre atingiu seu ápice, ele finalmente parou. Exausto, sem fôlego, sem rumo. Um flash de lucidez lhe atingiu quando a adrenalina finalmente baixou, quando a nuvem negra que o cegava de fúria se dissipou o suficiente para Tarquinn cair na real sobre o que acabara de fazer. Ele matara o Major a socos.
Ele matara o Major.
O ódio deu lugar a uma expressão de puro desespero conforme o ciborgue levava as mãos à cabeça, realizando o que havia acabado de fazer. A respiração voltou a acelerar sob a forma de um ataque de pânico, e sua reação imediata após observar a cena em choque foi levantar-se e sair cambaleando em disparada para a rua.Não se lembrava de já ter corrido tanto assim na vida. Suas pernas queimavam com o esforço intenso, o medo de ter sido visto começando a rondar sua mente e fazer sua ansiedade aumentar ainda mais. Instintivamente, viu-se partindo na direção da casa de Cleopatra, transtornado demais para raciocinar que aquilo poderia colocá-la em risco. Cleo era sua única amiga e pessoa de confiança naquele lugar, e seu inconsciente gritava para que fosse para algum lugar seguro. Só parou quando chegou à porta da casa da mulher, um assassino fugitivo no meio da noite batendo algumas vezes de maneira enérgica, e esperando que ela estivesse em casa.
@cleoepsilon
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Em meio àquele abraço singelo, que aos olhos dos passantes provavelmente não aparentasse mais do que um casal de oficiais da polícia dando uma escapada do trabalho para se encontrarem na praça, Tarquinn também se sentia seguro; considerando que sempre fora cuidadoso ao se aproximar das pessoas, principalmente após o incidente que lhe deixara órfão, para ele aquela também era uma enorme demonstração de confiança e cumplicidade. Os dois sabiam demais, coisas que definitivamente não deveriam saber, estavam juntos nessa e envolvidos até o último fio de cabelo. Mas, ainda assim, ele não queria deixá-la aproximar-se ainda mais de toda aquela confusão, talvez ainda não fosse tarde demais para Cleopatra distanciar-se daquela investigação perigosa, e ele se certificaria de não revelar tudo que descobrisse naquele vídeo do gato-robô. Àquela altura, quanto menos ela soubesse, melhor.
O ciborgue encarou a amiga de volta, conectando-se às palavras dela com facilidade. “Tudo bem. Estamos juntos nessa. Você não vai me perder, Cleo, nunca mais.” Apertando ligeiramente mais a amiga nos braços, ele não podia confiar em suas próprias palavras; até onde sabia, aquela podia ser a última vez que se viam. Estavam sob risco constante de serem descobertos, tudo vinha acontecendo tão rápido que não custava muito para as coisas darem uma nova guinada repentina e tudo se acabar, a cada nova descoberta as peças iam se encaixando para ambos e isso signidicava que estavam cada vez mais próximos da verdade, e consequentemente de serem pegos. “Não se preocupe, Cleo... eu também tenho coisas contra ele. Se ele me derrubar, vai cair junto. Eu vou ficar bem. Nós vamos.” Sua única certeza era que estava farto de perder pessoas queridas, e faria de tudo para que Cleo não fosse a próxima.
Deixou que Cleopatra lhe tomasse pela mão para se afastarem um pouco mais, e franziu as sobrancelhas em desaprovação com o próximo comentário feito pela colega de trabalho. “Eu me importo. Não vou deixar nada te acontecer, eles não vão te pegar. Mais do que nunca, precisamos ser cuidadosos.” Foi a vez dele encará-la com firmeza nos olhos a fim de passar verdade em suas palavras. Mas, novamente, a grande questão era se ele realmente conseguiria protegê-la do que quer que acontecesse a seguir; o fato é que ele morreria tentando, não importava o que acontecesse, ele seria capaz de se entregar como culpado se fosse preciso, sem jamais mencionar o nome de Cleopatra. Assim como ela, também sentia que não tinha mais nada a perder.
Tarquinn concordou com um aceno de cabeça, realmente precisavam voltar, e aqueles encontros em meio ao expediente não podiam acontecer pois levantariam muitas suspeitas. Com um toque sutil no braço da amiga, indicando para que voltassem a caminhar, foi atravessando a praça de volta ao prédio da Corporação enquanto perdia-se em pensamentos e tentava assimilar mais essas novidades que ela lhe contara. Estavam perto demais de descobrirem mais coisas graves, o hacker estava prestes a decodificar os vídeos do robô, e Tarquinn sentia que o que houvesse naquelas imagens seria a gota d’água definitiva para fazê-lo perder o pouco de controle que ainda restava. De repente, não importava mais ser um policial, um rebelde ou um discípulo de V. O que importava, era que a verdade fosse descoberta e a justiça - a verdadeira justiça - fosse feita aos reais culpados.
tarquinn-elric :
Conhecendo Cleopatra como conhecia, Tarquinn podia imaginar o quão difícil estava sendo para a mulher, sempre tão fria e centrada, abrir-se daquela maneira, expondo algo tão íntimo quanto a história de sua família, sobre a qual ela sempre fora tão discreta. De certa forma, era reconfortante saber que ela agora confiava nele o suficiente para compartilhar tal assunto, especialmente considerando tudo que vinha acontecendo ultimamente, em uma época em que não se podia mais confiar nem na própria sombra, era bom saber que ainda tinham um ao outro com quem contar. E a história parecia ficar cada vez mais confusa, pois agora ela alegava que a mãe se entregara por livre e espontânea vontade para ser internada no Manicômio.
Ele, tendo vivido uma breve porém traumática experiência naquele lugar, não conseguia conceber a ideia de alguém voluntariar-se para tal, de forma que sua expressão voltou a assumir um ar confuso enquanto Cleo explicava. Tarquinn permaneceu em silêncio, atento à história enquanto ele próprio tentava associar tudo que havia acontecido, limitando-se a acariciar os braços da amiga como forma de apoio enquanto ela seguia com a história e tinha mais um acesso de choro, parecendo tão frágil como nunca.
Cleopatra estava mais do que certa quando dizia que tudo não parecia passar de um sonho; ele próprio tinha esse sentimento já há algum tempo, desde que vinham fazendo novas e chocantes descobertas, fazendo-o por em dúvida tudo que conhecia e tudo em que acreditara a vida inteira. Mais do que nunca, precisavam ser fortes e manter-se unidos, até encaixarem todas as peças daquele maldito jogo de mentiras do qual pareciam ser apenas mais dois peões. Seu próximo comentário fez as sobrancelhas do policial se franzirem novamente; não estava nem remotamente ofendido por ela comentar sobre sua própria estadia no Manicômio, mas ficara intrigado sobre os tais estudos cerebrais. Aquilo definitivamente não soava bem e sem sombra de dúvidas era apenas mais um dos projetos secretos escondidos naquele lugar. “Não, nunca ouvi nada específico sobre isso, mas… acho que no geral todos os pacientes eram cobaias sendo estudadas o tempo todo.”
Encolheu os ombros, encarando a amiga uns instantes e respirando fundo antes de prosseguir. “Cleo, a gente precisa ter cuidado. Muito cuidado com as nossas investigações. Fica longe disso, deixa comigo que eu estou conseguindo alguns progressos com o garoto hacker que tem me ajudado. Se sua mãe alegou estar sendo usada especificamente por ter alguma “peculiaridade”, assim como a mãe dela… eles podem achar que é genético e eventualmente tentar te pegar.” Sua expressão assumiu um ar ainda mais preocupado, com uma pitada de raiva sobre todo aquele assunto. Envolvendo-a naquele abraço, não conseguia parar de pensar em todas as reviravoltas que vinham vivendo ultimamente, uma raiva crescendo em seu peito pouco a pouco a cada nova descoberta, multiplicada milhares de vezes pelo sentimento de impotência de resolver qualquer coisa. Estavam de mãos atadas, teriam que continuar agindo na surdina até ter evidências suficientes e um plano concreto sobre o que poderiam fazer. “Eles não podiam ter escondido isso de você e dos seus irmãos, Cleo. A gente vai achar um jeito de resolver tudo.”
Apesar do desânimo, aquele abraço fora reconfortante e tão enérgico quando uma boa dose de descanso. Era tudo o que ela precisava naquele momento tão crítico de sua vida, especialmente por se sentir tão sozinha. Não era apenas pelo contato físico, mas tambem pelo significado detrás de um simples abraço. Era dessa forma que se sentia segura, mesmo que de fato não estivesse. Elric demonstrava sua lealdade e quando a apertou entre seus braços, era como se estivesse provando com ações que suas palavras eram verdadeiras. Epsilon nunca poderia agradecê-lo o suficiente por estar ao lado dela naquela situação, principalmente quando seu próprio sangue não estava. A oficial encarava o amigo como se ele fosse sua única salvação. Seus olhos azuis fixos no rosto dele, seus braços finos apoiados nos dele como se fosse cair no chão caso quebrasse o contato; seus dedos agarrados aos dele como uma âncora, a impedindo de sucumbir e afundar no oceano de escuridão que se aproximavam de sua vida. “Eu sei Tarq, mas não posso deixar você metido nisso sozinho ok? não me peça isso, por favor.” as palavras saiam com urgência dos lábios de Cleo, seus olhos caçando os dele para que ele entendesse a seriedade de suas palavras. Epsilon apertou ainda mais seus dedos ao redor dos dele, fazendo-o olhar para si e prestar atenção no que dizia. “Eu não posso perder você de novo. Não vou deixar isso acontecer.” a oficial jogou seus braços ao redor dos ombros dele outra vez, esforçando-se na ponta de seus pés para abraça-lo devidamente. Apertou os membros com toda a força que podia, quase perdendo o ar enquanto agia daquela forma tão desesperada e impulsiva demais, totalmente diferente da Cleopatra de tempos atrás.
“Você precisa tomar cuidado com esse hacker, Tarq. Não podemos confiar em ninguém nessa cidade. Não pode se descuidar um segundo sequer… se ele tiver algo contra você e contar isso pra qualquer um do governo… eu não quero nem imaginar.” ela balançou a cabeça negativamente, como se quisesse apenas afastar da cabeça tais ideias. Era demais apenas o pensamento de algo ruim acontecendo com qualquer um deles, especialmente Tarquinn. Cleopatra o agarrou pela mão e ainda na praça, do outro lado do prédio da corporação, o arrastou para um canto mais distante ainda. Manteve o silêncio quando alguns civis passaram por ambos, observando-os se afastar para voltar a conversar com ele. “Sinceramente, eu acho que cheguei em um ponto que não me importo tanto assim comigo…” foi a resposta dela ao ouvir o comentário de Elric. Ele tinha um ponto, estava claro que algo ocorria com o sangue Zale e sendo assim, também poderia ocorrer com ela. Ao imaginar os corredores escuros e solitários do manicômio, fora impossível impedir de estremecer no meio da praça; os pelos em sua nuca todos arrepiaram-se, lembrando-se da noite em que o alarme soou naquele lugar. Teria ela coragem o suficiente para se deixar levar como sua avó e mãe fizera? E quando chegasse lá, aguentaria firme todos os dias, não importasse o que os médicos e talvez até mesmo Hecto Lascius fizessem com sua cabeça, corpo e mente? Eram perguntas que nem mesmo ela saberia responder, ou não conseguia naquele instante. A única coisa clara em sua cabeça após todas as descobertas, era que o único motivo que a levava à continuar todos os dias, a se levantar da cama, ir trabalhar e fazer de Gallica I um lugar melhor agora já não existia mais. Se algo acontecesse ao homem parado à sua frente, seria o fim de qualquer força de vontade em Cleopatra. “Eu espero que sim… e que não nos custe muito.” apesar da tristeza no tom de voz, ela abriu um sorriso ao tentar soar um pouco que fosse otimista, mesmo que fosse um limite rígido para si naquele momento. “Precisamos voltar antes que alguém desconfie de algo.” Epsilon comentou brevemente, olhando por cima de seu ombro para o outro lado da rua. Não avistou nenhum outro policial ou colega de trabalho, o que lhe trouxe um pouco mais de alivio.
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Conhecendo Cleopatra como conhecia, Tarquinn podia imaginar o quão difícil estava sendo para a mulher, sempre tão fria e centrada, abrir-se daquela maneira, expondo algo tão íntimo quanto a história de sua família, sobre a qual ela sempre fora tão discreta. De certa forma, era reconfortante saber que ela agora confiava nele o suficiente para compartilhar tal assunto, especialmente considerando tudo que vinha acontecendo ultimamente, em uma época em que não se podia mais confiar nem na própria sombra, era bom saber que ainda tinham um ao outro com quem contar. E a história parecia ficar cada vez mais confusa, pois agora ela alegava que a mãe se entregara por livre e espontânea vontade para ser internada no Manicômio.
Ele, tendo vivido uma breve porém traumática experiência naquele lugar, não conseguia conceber a ideia de alguém voluntariar-se para tal, de forma que sua expressão voltou a assumir um ar confuso enquanto Cleo explicava. Tarquinn permaneceu em silêncio, atento à história enquanto ele próprio tentava associar tudo que havia acontecido, limitando-se a acariciar os braços da amiga como forma de apoio enquanto ela seguia com a história e tinha mais um acesso de choro, parecendo tão frágil como nunca.
Cleopatra estava mais do que certa quando dizia que tudo não parecia passar de um sonho; ele próprio tinha esse sentimento já há algum tempo, desde que vinham fazendo novas e chocantes descobertas, fazendo-o por em dúvida tudo que conhecia e tudo em que acreditara a vida inteira. Mais do que nunca, precisavam ser fortes e manter-se unidos, até encaixarem todas as peças daquele maldito jogo de mentiras do qual pareciam ser apenas mais dois peões. Seu próximo comentário fez as sobrancelhas do policial se franzirem novamente; não estava nem remotamente ofendido por ela comentar sobre sua própria estadia no Manicômio, mas ficara intrigado sobre os tais estudos cerebrais. Aquilo definitivamente não soava bem e sem sombra de dúvidas era apenas mais um dos projetos secretos escondidos naquele lugar. “Não, nunca ouvi nada específico sobre isso, mas... acho que no geral todos os pacientes eram cobaias sendo estudadas o tempo todo.”
Encolheu os ombros, encarando a amiga uns instantes e respirando fundo antes de prosseguir. “Cleo, a gente precisa ter cuidado. Muito cuidado com as nossas investigações. Fica longe disso, deixa comigo que eu estou conseguindo alguns progressos com o garoto hacker que tem me ajudado. Se sua mãe alegou estar sendo usada especificamente por ter alguma “peculiaridade”, assim como a mãe dela... eles podem achar que é genético e eventualmente tentar te pegar.” Sua expressão assumiu um ar ainda mais preocupado, com uma pitada de raiva sobre todo aquele assunto. Envolvendo-a naquele abraço, não conseguia parar de pensar em todas as reviravoltas que vinham vivendo ultimamente, uma raiva crescendo em seu peito pouco a pouco a cada nova descoberta, multiplicada milhares de vezes pelo sentimento de impotência de resolver qualquer coisa. Estavam de mãos atadas, teriam que continuar agindo na surdina até ter evidências suficientes e um plano concreto sobre o que poderiam fazer. “Eles não podiam ter escondido isso de você e dos seus irmãos, Cleo. A gente vai achar um jeito de resolver tudo.”
tarquinn-elric :
Tarquinn observava a amiga, talvez tão ou mais tenso do que a própria, ansioso pra descobrir de uma vez por todas o que estava afligindo Cleopatra daquela maneira. E quando ela finalmente começou a falar, tudo que o policial foi capaz de fazer num primeiro momento foi franzir as sobrancelhas e ficar ligeiramente boquiaberto. De repente, Millie estava sendo citada na história, mas essa parte não lhe surpreendia afinal a moça vinha fazendo suas próprias investigações, apesar de Tarquinn não ter certeza absoluta se poderia confiar nela para compartilhar certas coisas, como vinha fazendo com Cleo.
Os olhos azuis quase não piscavam ao encarar a amiga, atento a cada detalhe e mudança em suas expressões; ela, por sua vez, parecia travar uma luta consigo mesma, buscando palavras para revelar o que quer que fosse: claramente era um assunto muito delicado para ela, e o que fora descoberto definitivamente havia lhe deixado extremamente abalada. Todo o tempo, o ciborgue manteve as mãos carinhosamente segurando na lateral dos braços da mulher, uma tentativa inconsciente de lhe passar alguma segurança, alguma força para falar.
E quando ela finalmente o fez, a expressão dele passou de ansiosa para um misto de perplexa e confusa; então era aquela a verdade sobre o desaparecimento misterioso da senhora Epsilon? Todo esse tempo ela estivera trancafiada naquele maldito lugar? “Cleo, por que… por que eles a prenderiam?” O questionamento era mais para si mesmo, enquanto tentava formular hipóteses que pudessem explicar o acontecido. Mas esse não era o grande ponto da questão. “…por que te esconderam isso a vida toda?” Completou, referindo-se ao Governo ou ao menos à Corporação de Polícia, que eram entidades que obviamente tinham registros e conhecimento de toda e qualquer pessoa que já tivesse passado por aquele maldito lugar. E quanto mais pensava, sua perplexidade se convertia em raiva.
“Cleopatra, eles te fizeram passar a vida procurando por ela, te fizeram… ver tudo virar de cabeça pra baixo, tendo que virar uma mãe para os seus irmãos, e ela estava lá o tempo todo?!” Soltando a amiga, esfregou os olhos energicamente, tentando se controlar a fim de impedir que sua revolta tomasse conta. “O que mais esses filhos da puta estão mentindo pra gente, Cleo? Que outras vidas eles destruíram?! A essa altura eu não duvido de mais nada.” Respirou fundo, lembrando-se do vídeo de Karima afirmando que o ataque que ele e os pis haviam sofrido não tinha relação alguma com os rebeldes; acreditava cada vez mais nisso, e agora sentiu que não seria surpresa se o Governo ou alguém ligado a ele tivesse alguma culpa no acontecido. O que fariam a seguir? O que ele poderia falar para que ela se sentisse melhor? Sua única reação foi abraçar a amiga firmemente, uma mão lhe envolvendo pela cintura e outra acariciando carinhosamente a parte de trás da cabeça da mulher. “A gente vai resolver isso, Cleo. A gente vai encontrar um por um, quem quer que tenha ferrado com a nossa vida, a gente vai dar um jeito nisso. Eu prometo.”
Nem mesmo as palavras que saíam de sua boca lhe faziam crer verdadeiramente naquilo; ainda sentia como se estivesse dormindo, sonhando ou em uma realidade alternativa onde sua vida estava totalmente do avesso. As lágrimas que antes teimavam em sair, agora escorriam por seu rosto abatido como um rio seguindo o percurso certo, feito para acontecer de qualquer jeito. De alguma maneira, sentia-se confortável o bastante para deixar que o amigo lhe visse daquela forma. Tempos atrás, não existia ninguém em toda Gallica em que a mulher confiasse o bastante para deixar que a visse naquele estado deplorável. Seu orgulho ferido demais não permitia tal fraqueza, de modo que muitas vezes fora tachada de ‘sem sentimento’ por conhecidos ou pessoas do seu círculo pessoal mesmo. Nem se dava ao trabalho de esconder o que sentia, ou amenizar seu sofrimento por estar diante de alguém. Cleopatra confiava plenamente em Tarquinn para que pudesse chorar, gritar e dizer aquele tipo de coisa sem se preocupar com consequências.
“Não tarq, eles não a levaram…” a morena engoliu em seco, ainda reunindo forças para terminar de dizer o que precisava. Aquela história estava à um bom tempo entalada em sua garganta, a sufocando como um par de mãos fortes prontos para acabar com sua vida caso demorasse demais para fazer algo. Seus olhos nunca deixando o rosto dele, como se aquilo fosse um incentivo para lhe ajudar a continuar. “Ela se deixou levar… ela disse naqueles papéis que eles levaram sua mãe primeiro, e que sabia que ela seria a próxima, então para nos poupar da vergonha, se entregou.” sua voz desaparecia a cada palavra, assim como o brilho em seus olhos e o entendimento sobre qualquer coisa. “Eu não sei. Esses fragmentos estavam escondidos em uma das celas do manicômio, provavelmente a que ela ficou até…” fora impossível conter as lágrimas novamente, por isso Cleo não o fez. Fechou os olhos, levou ambas as mãos ao rosto molhadíssimo e chorou em alto e bom som, como uma criança que acabou de perder seu brinquedo favorito. Alguns segundos depois, ela se recompôs, lembrando-se de que estavam em um lugar público, além de perto o bastante da corporação.
“Eu sei. É só que, é tudo tão surreal sabe? Parece que eu estou sonhando e de repente o sonho vira um pesadelo que não tem fim.” Epsilon murmurou, visivelmente sem forças para rebater aquele questionamento de forma tão enérgica quando o amigo. De fato, era exatamente assim que a oficial se sentia desde a descoberta de tal biografia: sem forças. Cleopatra temia não conseguir continuar, não conseguir sair da cama nos dias seguintes e acabar definhando dia após dia dentro de sua casa, ou ainda pior, ser levada para o manicômio também visto que agora já não sabia ao certo quais eram realmente os critérios para enviar alguém até lá. “Ela disse algo sobre eles estarem estudando suas células cerebrais, alguma peculiaridade dela…você ouviu alguma coisa sobre ou parecida quando esteve lá?” não era a intenção da oficial de tocar no assunto sobre o amigo. Sabia o quão desconfortável deveria ser para ele relembrar um momento tão mórbido de sua vida, porém a pergunta simplesmente escapara de seus lábios, junto com uma curiosidade quase infantil. As lágrimas em seu rosto estavam secas, deixando sua pele opaca e grudenta. “Eu não sei se consigo fazer isso Tarquinn. Não sozinha.” Cleopatra retribuiu o abraço, apertando seus braços ao redor do corpo grande do amigo. “Me sinto péssima. Nem consigo encarar meus irmãos, e sei que não posso contar com eles para nada. Não depois dessa descoberta. Só me resta você.”
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Tarquinn observava a amiga, talvez tão ou mais tenso do que a própria, ansioso pra descobrir de uma vez por todas o que estava afligindo Cleopatra daquela maneira. E quando ela finalmente começou a falar, tudo que o policial foi capaz de fazer num primeiro momento foi franzir as sobrancelhas e ficar ligeiramente boquiaberto. De repente, Millie estava sendo citada na história, mas essa parte não lhe surpreendia afinal a moça vinha fazendo suas próprias investigações, apesar de Tarquinn não ter certeza absoluta se poderia confiar nela para compartilhar certas coisas, como vinha fazendo com Cleo.
Os olhos azuis quase não piscavam ao encarar a amiga, atento a cada detalhe e mudança em suas expressões; ela, por sua vez, parecia travar uma luta consigo mesma, buscando palavras para revelar o que quer que fosse: claramente era um assunto muito delicado para ela, e o que fora descoberto definitivamente havia lhe deixado extremamente abalada. Todo o tempo, o ciborgue manteve as mãos carinhosamente segurando na lateral dos braços da mulher, uma tentativa inconsciente de lhe passar alguma segurança, alguma força para falar.
E quando ela finalmente o fez, a expressão dele passou de ansiosa para um misto de perplexa e confusa; então era aquela a verdade sobre o desaparecimento misterioso da senhora Epsilon? Todo esse tempo ela estivera trancafiada naquele maldito lugar? “Cleo, por que... por que eles a prenderiam?” O questionamento era mais para si mesmo, enquanto tentava formular hipóteses que pudessem explicar o acontecido. Mas esse não era o grande ponto da questão. “...por que te esconderam isso a vida toda?” Completou, referindo-se ao Governo ou ao menos à Corporação de Polícia, que eram entidades que obviamente tinham registros e conhecimento de toda e qualquer pessoa que já tivesse passado por aquele maldito lugar. E quanto mais pensava, sua perplexidade se convertia em raiva.
“Cleopatra, eles te fizeram passar a vida procurando por ela, te fizeram... ver tudo virar de cabeça pra baixo, tendo que virar uma mãe para os seus irmãos, e ela estava lá o tempo todo?!” Soltando a amiga, esfregou os olhos energicamente, tentando se controlar a fim de impedir que sua revolta tomasse conta. “O que mais esses filhos da puta estão mentindo pra gente, Cleo? Que outras vidas eles destruíram?! A essa altura eu não duvido de mais nada.” Respirou fundo, lembrando-se do vídeo de Karima afirmando que o ataque que ele e os pis haviam sofrido não tinha relação alguma com os rebeldes; acreditava cada vez mais nisso, e agora sentiu que não seria surpresa se o Governo ou alguém ligado a ele tivesse alguma culpa no acontecido. O que fariam a seguir? O que ele poderia falar para que ela se sentisse melhor? Sua única reação foi abraçar a amiga firmemente, uma mão lhe envolvendo pela cintura e outra acariciando carinhosamente a parte de trás da cabeça da mulher. “A gente vai resolver isso, Cleo. A gente vai encontrar um por um, quem quer que tenha ferrado com a nossa vida, a gente vai dar um jeito nisso. Eu prometo.”
tarquinn-elric :
Bem, “abatida” na verdade era pouco para descrever a aparência da oficial Epsilon quando ela virou-se para atender ao chamado de Tarquinn. Aquilo não podia ser resultado apenas das descobertas que ele compartilhara com ela dias atrás, não, havia mais alguma coisa ali. Algo muito sério que aparentemente vinha a consumindo há algum tempo. Em resposta à pergunta da amiga, Tarquinn deu de ombros levemente; ultimamente responder à simples pergunta de “como você está” parecia mais complexa do que nunca. “Sobrevivendo.” Limitou-se a dizer. Fosse em outra situação, certamente teria feito alguma piada sobre o estado zumbificado que ela apresentava, apenas para descontraí-la e receber um empurrão e uma resposta afiada de volta, mas sabia que o caso agora era sério.
Como que para lhe comprovar isso, Cleopatra de repente começou a chorar, pegando Tarquinn completamente de surpresa; não era do feitio dela ter esse tipo de reação em público, muito menos no ambiente de trabalho, o que só reafirmava a teoria de que algo muito grave estava acontecendo com ela. A resposta imediata do ciborgue foi apoiar as mãos nos ombros da amiga, numa vã tentativa de confortá-la, mas antes que pudesse se pronunciar ela mesma revelou o assunto. Tarquinn franziu o cenho, mais em forma de preocupação do que surpresa; o que poderia ter surgido agora a respeito da senhora Epsilon, depois de tantos anos?! Claramente, algo tenso o suficiente para quebrar Cleopatra, coisa que jamais havia acontecido antes, ao menos não enquanto ele a conhecia. “Não é seguro conversar aqui, vem.” Tarquinn murmurou, passando um braço envolvendo os ombros da mulher e puxando-a delicadamente em direção à porta principal, rumo a uma praça que ficava a poucos metros da Corporação. Olhando ao redor cheio de desconfiança, o policial certificou-se de que estavam a sós antes de continuar, observando a amiga com uma preocupação e ansiedade crescentes. “O que aconteceu, Cleo?”
Epsilon sabia que precisava se controlar, por vários motivos. O principal era obviamente que agora já não confiava tanto assim na policia de Gallica como costumava antigamente. O assunto em si era muito suspeito para se conversar nos corredores da corporação, ela sabia disso mais do que ninguém, porém diante da situação em que se encontrava fora difíicil segurar o choro quando o amigo lhe perguntara como iam as coisas. Tudo o que ela queria naquele momento era poder se aliviar um pouco que fosse, tirar aquele enorme peso das costas de alguma forma. acertando algo ou alguém, gritando até perder a voz ou simplesmente chorar, até que não restasse lágrimas dentro de si.
Por seu estado tão fora do normal, nem se deu conta quando Tarquinn praticamente lhe arrastou até o outro lado da rua, para uma praça em frente ao prédio da corporação. O ar fresco do dia lhe fez bem, trouxe um pouco que fosse de vigor e animação para suas feições acabadas. Assim ela deu um longo suspiro para recuperar o fôlego e o controle das emoções, engoliu em seco e voltou a olhar para Elric, procurando palavras para respondê-lo. “Lembra do incidente no manicômio? Millicent Veillon estava lá também. E ela encontrou uma coisa… e entregou ao Napoleon.” Cleopatra fitava o chão outra vez, perdida em pensamentos angustiantes, assim como o aperto em seu peito. “Ele nos reuniu para nos mostrar o que ela encontrou naquela noite, em uma das celas.” a mulher parou e olhou dentro dos olhos dele, como se buscasse apoio para terminar de dizer em voz alta todas as palavras que faltavam. Novas lágrimas molhavam o rosto pálido da oficial quando ela encontrou seu caminho de volta. “Eram fragmentos de uma autobiografia da minha mãe, Tarq. Ela os escreveu quando esteve lá no manicômio.”
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Bem, “abatida” na verdade era pouco para descrever a aparência da oficial Epsilon quando ela virou-se para atender ao chamado de Tarquinn. Aquilo não podia ser resultado apenas das descobertas que ele compartilhara com ela dias atrás, não, havia mais alguma coisa ali. Algo muito sério que aparentemente vinha a consumindo há algum tempo. Em resposta à pergunta da amiga, Tarquinn deu de ombros levemente; ultimamente responder à simples pergunta de “como você está” parecia mais complexa do que nunca. “Sobrevivendo.” Limitou-se a dizer. Fosse em outra situação, certamente teria feito alguma piada sobre o estado zumbificado que ela apresentava, apenas para descontraí-la e receber um empurrão e uma resposta afiada de volta, mas sabia que o caso agora era sério.
Como que para lhe comprovar isso, Cleopatra de repente começou a chorar, pegando Tarquinn completamente de surpresa; não era do feitio dela ter esse tipo de reação em público, muito menos no ambiente de trabalho, o que só reafirmava a teoria de que algo muito grave estava acontecendo com ela. A resposta imediata do ciborgue foi apoiar as mãos nos ombros da amiga, numa vã tentativa de confortá-la, mas antes que pudesse se pronunciar ela mesma revelou o assunto. Tarquinn franziu o cenho, mais em forma de preocupação do que surpresa; o que poderia ter surgido agora a respeito da senhora Epsilon, depois de tantos anos?! Claramente, algo tenso o suficiente para quebrar Cleopatra, coisa que jamais havia acontecido antes, ao menos não enquanto ele a conhecia. “Não é seguro conversar aqui, vem.” Tarquinn murmurou, passando um braço envolvendo os ombros da mulher e puxando-a delicadamente em direção à porta principal, rumo a uma praça que ficava a poucos metros da Corporação. Olhando ao redor cheio de desconfiança, o policial certificou-se de que estavam a sós antes de continuar, observando a amiga com uma preocupação e ansiedade crescentes. “O que aconteceu, Cleo?”
tarquinn-elric :
Todas as descobertas recentes tinham se mostrado no mínimo perturbadoras para Tarquinn, mas a obrigação da rotina continuava presente e impossível de ser ignorada; não era como se ele pudesse simplesmente jogar tudo pro alto porque qualquer atitude fora do comum poderia levantar suspeitas. E ainda faltava muito o que descobrir, provas mais concretas que estavam pouco a pouco sendo decodificadas pelo garoto hacker no famigerado gato-robô resgatado no apartamento de Karima.
Na verdade, ultimamente o trabalho na polícia andava tão corrido, que ele mal tinha tido tempo de continuar com sua investigação como gostaria. Como prometido, não havia mais tocado no assunto com Cleopatra, a amiga já sabia demais e ele não queria envolvê-la ainda mais naquela história. Por sinal, mal havia tido tempo de sequer trocar algumas palavras com ela, visto que seus horários de trabalho não andavam coincidindo muito, mas após dias seguidos sem vê-la finalmente conseguiu avistá-la pelos corredores do prédio da Corporação num dia qualquer. Aproximou-se rapidamente, surpreso com o ar abatido que a amiga apresentava. “Hey, Cleo… tá tudo bem? Eu não te vejo há dias.” @cleoepsilon
Epsilon não tinha a mínima vontade de trabalhar. Nem naquele dia, nem nos outros. Só a menção de pisar no prédio da Corporação já lhe dava arrepios e enjoos, além da sensação terrível de quem sabe estar no meio de tantos inimigos. Sim, porque agora ela não descartava essa hipótese. Não podia descartar mesmo que dentro de si ainda estivesse relutante quanto todas as verdades que descobrira recentemente. Cleopatra sempre fora cabeça dura, sempre ouvia a voz de Napoleon lhe dizendo isso e talvez ele estivesse certo o tempo todo. Ela sempre desconfiou de todos, fazê-la acreditar em algo era um suplício, mas agora? As coisas eram diferentes. Porque se não pudesse acreditar nem em sua própria mãe, em quem poderia?
Cada palavra dela, cada frase escrita naqueles pedaços de papel que foram entregues ao irmão mais velho e que agora, fazia parte da vida dos Epsilons havia virado seu mundo de cabeça para baixo. Tudo o que acreditava fielmente agora não passava de mentiras, e a aparente verdade era que ela não sabia de muita coisa. E nem saberia.
A oficial zanzava pelos corredores da Corporação feito um zumbi. Sua aparência estava péssima; enormes olheiras ao redor dos olhos, os cabelos de qualquer jeito e uma apatia que não iria embora tão cedo. Talvez se alguém quisesse lhe matar naquele momento ela não se oporia, foi o que pensou quando topou com Tarquinn Elric no corredor. “Oi Tarq… como você está?” ela retribuiu a pergunta, hesitante por um momento sobre o que dizer. Ele ainda não sabia sobre a carta, e talvez compartilhar com alguém aliviaria a sensação de pânico dentro do peito. Cleopatra suspirou ao fitar o amigo, lembrando-se de todos os momentos que passaram juntos; todas as dificuldades e situações onde o outro lhe salvara a vida e vice-versa. De repente,Cleo não pode conter as lágrimas nem mesmo os soluços que vieram a seguir. Seus olhos azuis já não tinham brilho algum quando voltou a falar. “Aconteceu uma coisa, Tarq. Sobre minha mãe.”
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Todas as descobertas recentes tinham se mostrado no mínimo perturbadoras para Tarquinn, mas a obrigação da rotina continuava presente e impossível de ser ignorada; não era como se ele pudesse simplesmente jogar tudo pro alto porque qualquer atitude fora do comum poderia levantar suspeitas. E ainda faltava muito o que descobrir, provas mais concretas que estavam pouco a pouco sendo decodificadas pelo garoto hacker no famigerado gato-robô resgatado no apartamento de Karima.
Na verdade, ultimamente o trabalho na polícia andava tão corrido, que ele mal tinha tido tempo de continuar com sua investigação como gostaria. Como prometido, não havia mais tocado no assunto com Cleopatra, a amiga já sabia demais e ele não queria envolvê-la ainda mais naquela história. Por sinal, mal havia tido tempo de sequer trocar algumas palavras com ela, visto que seus horários de trabalho não andavam coincidindo muito, mas após dias seguidos sem vê-la finalmente conseguiu avistá-la pelos corredores do prédio da Corporação num dia qualquer. Aproximou-se rapidamente, surpreso com o ar abatido que a amiga apresentava. “Hey, Cleo... tá tudo bem? Eu não te vejo há dias.” @cleoepsilon
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cleoepsilon:
Cleopatra sentia vergonha de si mesma. Não por ter bebido demais, ou qualquer outra atitude impensada daquela noite. Sentia vergonha em ter que dizer em voz alta o que lhe acontecera no Rose Clube. E ainda mais, em ter que explicar ao amigo que ele havia entendido errado por incrível que parecesse. Ela mesma sentia-se como se estivesse fora de seu corpo, flutuando em qualquer outro lugar que não ali, e agora ela fosse apenas uma expectadora do que seu corpo físico havia aprontado no clube. Era simplesmente surreal demais que tanta coisa havia mudado em pouco tempo, fazendo com que a oficial nem ao menos se reconhecesse. Toda vez que olhava para um espelho, era uma estranha de olhos azuis que ela via no reflexo.
Epsilon suspirou alto e se jogou no sofá relaxadamente outra vez, chegando a afundar seu corpo entorpecido e cansado na maciez do estofado. Com ambas as mãos no rosto, ela tentou mesmo que por um momento esconder a vergonha, sabendo que não poderia fazê-lo por muito tempo. Tarquinn merecia saber a verdade, ainda mais depois de todas as mentiras que ela havia contado ao amigo nos últimos meses. Era a pessoa mais próxima em seu círculo de amizade, em quem mais poderia confiar esse tipo de coisa senão apenas ele? “Você não entendeu Elric.” ela começou, cruzando os braços sobre o peito. Seus olhos ainda estavam fixos no chão da sala, evitando Tarquinn a todo custo. “Eu não estava bêbada quando ele me beijou. Eu bebi porque ele me beijou, entende?” a voz de Epsilon estava cada vez mais baixa, mais suave, como se realmente não quisesse ouvir nada do que estava prestes a dizer.
“Eu não havia bebido nada quando nós nos encontramos no corredor. A gente trocou umas ameaças, umas provocações porque ele é um insuportável, até que… ele me beijou e eu não tive forças pra empurrar ele pra longe.” Cleopatra parou e suspirou outra vez, de uma forma mais irritada agora. Ela balançava a cabeça negativamente, bagunçando ainda mais seus fios dourados. “Eu não quis empurrar ele pra longe, entende agora Tarq? ele é um imbecil completo e mesmo assim eu o beijei de volta..” ela franziu o cenho e a cada nova palavra, seu tom de voz voltava a diminuir. “Eu o agarrei e deixei ele me agarrar como dois adolescentes frustrados no meio do corredor escuro. Isso é inaceitável.”
Ainda que estivesse envergonhada, ela reuniu coragem para encarar o amigo. Epsilon olhou de uma vez para ele depois de tanto tempo, nervosa, ansiosa à espera de uma resposta, seja ela qual fosse. “Eu sei que que Emeryx é um ser detestável, mas eu não posso acusar ele de ter me agredido ou me forçado a qualquer coisa. Eu estava muito consciente naquele momento, pode acreditar.” ao final de sua frase, ela simplesmente começou a rir descontroladamente. Parecia que estava vivendo dentro de um filme, um de terror ou quem sabe comédia onde a protagonista comete uma série de erros cômicos um atrás do outro. “Agora ele vai infernizar a minha vida com aquele ego enorme dele…o que eu fui fazer, Tarq?”
Conhecendo Cleopatra como ele conhecia, Tarquinn não estava entendendo como a amiga podia ter mantido o controle diante de tal situação; pelo amor de Deus, mesmo bêbada Cleo jamais se deixaria ser abusada, sem sombra de dúvidas não hesitaria um segundo sequer em enfiar um soco na cara do infeliz, junto de uma joelhada entre as pernas com toda força, tanta força que ele jamais seria capaz de procriar um dia. Ele lhe deu um momento para respirar, parecia estar lutando consigo mesma para lhe explicar a história, evitando lhe encarar diretamente. Tarquinn se calou enquanto ela prosseguia, as sobrancelhas franzidas enquanto a expectativa e a raiva ainda lhe consumiam por dentro. “Eu não quis empurrar ele pra longe”. Uh-oh. Então a situação realmente era pior do que ele esperava. Sua expressão foi suavizando aos poucos enquanto ouvia a amiga desabafar, finalmente entendendo onde a história estava chegando e, de enraivecido, viu-se instantaneamente chocado. O único sentimento que permaneceu intacto durante todo o relato do Cleopatra definitivamente foi a indignação. “Sim, ele é um imbecil completo, ainda bem que você sabe disso!” Repreendeu de maneira rabugenta, o tom um tanto mais acusador do que pretendia, mais uma vez sentindo-se como um irmão mais velho ou um pai conversando assuntos sérios.
Tarquinn respirou fundo, inclinando-se para a frente e apoiando os cotovelos sobre os joelhos, sendo sua vez de esconder o rosto com as mãos. Cleopatra, uma mulher ão destemida, linda e inteligente, parecia ter o dedo pobre no que dizia respeito a escolher homens em sua vida. De repente, o policial viu-se figurativamente colocando Hecto e Weston na balança a fim de identificar qual opção era pior. Ele não saberia dizer. Tantos colegas de trabalho bons, tinham tantos homens que valiam realmente a pena naquela Corporação, e ela escolhera justamente um dos mais idiotas para se envolver. Permaneceu em silêncio até ela terminar de falar, só então voltando a encará-la com um semblante preocupado. “É isso o que mais me assusta. Você estar consciente quando isso aconteceu.” Ele comentou, ainda usando um tom amargo; sabia que não era da sua conta com quem Cleopatra ficava ou deixava de ficar, mas como um bom amigo, era de se esperar que torcesse pelo melhor pra ela, em todos os sentidos. E Weston definitivamente não era.
Respirando fundo mais uma vez, Tarquinn deixou-se recostar contra o sofá ao lado dela, observando-a ter um acesso de riso mas sem conseguir acompanhá-la, sua preocupação muito maior do que qualquer humor. “Cleo... Emeryx? É sério?” Ele suspirou, alcançando a mão ao rosto da amiga a fim de afastar algumas mechas de cabelo bagunçado de seus olhos. “Isso não é da minha conta, mas... você sabe que merece muito mais do que isso. Ele é... ele é um imbecil, eu quase quebrei a cara dele uma vez apenas por estar fazendo comentários sobre a Karima no vestiário. E agora você vem me falar que pegou ele por vontade própria?!" Ele a encarava com uma expressão que deixava clara sua indignação, quase implorando para ela voltar à razão. “Eu juro que, se eu souber que ele espalhou sobre isso na Corporação, dessa vez não vou errar o soco. Há quanto tempo esse palhaço está dando em cima de você?” Seus olhos estavam mortalmente frios, passando a seriedade que pretendia em cada palavra. “Não admito que você saia do Hecto pra algo ainda pior. Você merece alguém decente, Cleopatra. À sua altura.”
Drunk call
#DAÍ ELA ENTENDE ERRADO E ACHA QUE O TARQ TA COM CIÚME E FALANDO DE SI MESMO?????????#FICA AÍ A BRECHA KKKKKKKKK
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