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Louvor do lixo Adília Lopes para a Amra Alirejsovic (quem não viu Sevilha não viu maravilha) É preciso desentropiar a casa todos os dias para adiar o Kaos a poetisa é a mulher-a-dias arruma o poema como arruma a casa que o terramoto ameaça a entropia de cada dia nos dai hoje o pó e o amor como o poema são feitos no dia a dia o pão come-se ou deita-se fora embrulhado (uma pomba pode visitar o lixo) o poema desentropia o pó deposita-se no poema o poema cantava o amor graças ao amor e ao poema o puzzle que eu era resolveu-se mas é preciso agradecer o pó o pó que torna o livro ilegível como o tigre o amor não se gasta os livros sim a mesa cai à passagem do cão e o puzzle fica por fazer no chão
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o que eu fiquei pensando hoje, e conversei com a Fernanda a respeito, é que a pesquisa sobre arte e vida da maneira como eu articulei no meu TCC falava muito sobre buscar encantamento nas coisas, se permitir deslumbrar, tinha um olhar muito positivo. esse olhar ficou muito distante de mim desde março de 2020. eu tentei várias vezes reconstruir esse olhar mas ele escapa. hoje pensei que talvez o mais importante seja manter algum tipo de interesse, e não necessariamente um encantamento. é fantasioso pedir encantamento num momento como agora, forçar esse tipo de atitude é meio escapista. coletivamente os calos apertaram muito desde o início da pandemia e individualmente tem sido um desafio lidar com o desanimo, a falta de sentido. pular disso pra um contentamento é um projeto ingênuo, mas se esforçar pela manutenção do interesse é essencial.
quando falo de interesse penso em várias coisas. se manter interessado é se manter implicado contra um desejo de se alienar do caos bolsonarista-pandemico. vi muitas pessoas falando sobre evitar ler notícias para não se deprimir. não acho que seja certo ou errado e com certeza tem que ter um limite pessoal entre agonias internas e engajamento virtual. a gente consegue lidar com um número limitado de coisas por vez mas esse desejo escapista também é um desejo isolante/imobilizante. a miséria agora é coletiva e se fechar pode tirar a oportunidade de perceber isso também, e de processar dificuldades junto. o isolamento também pode ser paralisante. as coisas não vão parar de acontecer e as coisas por lidar podem ir se acumulando.
mas também entendo esse interesse de maneira mais pessoais. se manter interessado em projetos pessoais, em entender o que está acontecendo consigo, com as pessoas próximas, nos ambientes próximos. pelo menos manter interesse em algo, mesmo que seja uma fantasia ou um programa de tv. acho que fazer a manutenção desse interesse, se agarrar ao que interesse seja o que for e tentar entender o que nisso provoca interessa. é uma questão de desejo. a fernanda comentou que Lacan disse algo sobre a depressão ser a ausência de desejo. acho que o interesse é algo parecido com esse desejo. buscar manter interesse em algo é uma disputa com essa depressão. e é buscar manter faíscas acessas e tentar fazer com que cresçam, se direcionem se possível. o interesse é o desejo e a base de qualquer movimento. o movimento é o sentido das coisas. o interesse é a capacidade de atribuição de sentido.
o movimento é importante e me faz pensar na encruzilhada. me faz pensar em deleuze e em encruzilhadas. eu não sei bem o que deleuze ou guattari disseram mas tenho uma interpretação pessoal de encontros com essas teorias e pra mim elas falam muito sobre manter possibilidades de conexão, manter caminhos abertos, fios desencapados. a encruzilhada e o rizoma tenho certeza que pessoas já falaram disso. (quando parei de tomar meus remédios
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14.jul
coisas que são mais difíceis de fazer junto com a Regina:
atravessar a rua
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9.jul.21
saí passear com a regina pensando em várias coisas e só percebi que tinha um carro capotado no meio da rua quando já estava passando na frente. muito esquisito ver o carro assim.
https://www.youtube.com/watch?v=0HNDyNFNiAw
baixei um pedaço desse vídeo, ver o amanhecer na serra
misturar com o apocalices da janela
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8.jul
tenho tido muita dificuldade de encontrar sentido nas coisas e me sinto desmotivada demais pra procurar
ao mesmo tempo, procurar significado em uma coisinha que seja me parece ser um gesto de tentar encontrar algo pra se agarrar
pensei nisso quando percebi como eu segurava a xícara enquanto conversava sobre outras coisas
penso nessa tentativas de se agarrar e na necessidade de habitar
criar/buscar coisas para habitarem nosso mundo
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spacelab era uma das minhas músicas preferidas deles
as palavras não eram mais longas do que o necessário
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dobras são jogos
dobras produzem a diferença pela repetição
o fluxus e a repetição dos atos banais, buscam criar dobras de percepção do mundo?
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