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Tríptico 1, Alienação
O chão que pesa como um ferro em brasa tóxicoAs mãos que arranham esta mesa gasta, públicaO dia apaga qualquer esperança nula e sórdidaO sol que faz pingar o meu suor é críticoO tempo encolhe a nossa parca messe mínimaO mundo segue sem sequer notar-me, lógicoO preço aumenta e a fome cresce, trágicoO céu de fumo cobre os rostos gastos, cósmicoO grito corta mas ninguém responde, únicoPatrão que…
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Soneto da saudade, glosa com mote dominante
Quando não estás, o mar fica mais tristeE as ondas parecem perder o compassoO vento sopra forte, o horizonte não existeApenas o vazio da ausência do teu abraçoQuando não estás, a vida fica sem corE cobre-se o céu de manta sombriaO sol não brilha, sem luz e sem calorAs flores murcham, sem a beleza que haviaMas quando estás, tudo volta a ter sentidoO tempo pára, num momento eternizadoComo no sonho…
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Casa (com mote de Manuel António Pina)
Quero regressarDepressa mas devagarAo teu calor, que me deixa o peito em brasaAo teu amor, que me enche e que extravasaAo teu sorriso como quem regressa a casa Casa:Distraído, percorro com os olhos as divisões onde costumava ver-te e prendo-me em pequenos detalhes – a estante dos livros e a planta que que cresce devagar, mas que a cada dia está maior. (No fundo como o meu amor por ti. Devagarte…
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Vilancete
A luz da lua entra pela janelaComo a do sol, durante o diaEmbora não faça calor, como soía. Deitado, apenas no meu lado camaAbraço o vazio que ainda cheira a tiInês, mulher mais linda que já viPenso: amo-te, como o próprio amor amaIntenso, lindo e luminoso, como uma chamaMas sem ti não aquece, como soíaEmbora entre o sol durante o dia
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Agnes
Tuas mãosQue agarramMinhas mãosTeus lábiosQue beijamMeus lábiosTeu corpoMeu portoDe abrigoTua almaMe abraçaMe acalmaO confortoQue sintoAo péDe tiJamais sentiSem tiO céuAzul claroSó existeEm tiEm mimEm nósQue seriaDe nósSe nãoFossem osNossos nósApertados demais?Amo-te
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Ponte sobre águas revoltas, de Simon e Garfunkel
Quando estiveres cansada, cheia de escolhosQuando te sentires pequena, diminuídaQuando as lágrimas encherem os teus olhosNão deixarei nenhuma por secar, esquecidaEstarei ao teu lado, em todas as paragensSempre que os tempos ficarem difíceis, às voltasE vou aparar-te, estender-me pelas tuas margensComo uma ponte sobre águas revoltasQuando te aborreceres, perdidaPelas ruas frias da cidade escuraE a…
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“Ritual”
The last of the three illustrations I made last year for “Witchzine” fanzine. The theme was “Witches’ Pharmacy/Healing Witches”, so the idea of my illustrations was inspired by the preparation of a healing ritual.
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Roger Waters & Rick Wright Pink Floyd, Kralingen Holland Pop Festival, Kralingse Bos Rotterdam The Netherlands, June 28 1970. © Pim Westerweel.
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O mundo que é (2)
Estendemo-nos até à beira do OceanoEspetáculo de maresia e rochas musicais.Vivemos o escuro da noite que cobriu do dia, a luzE juntos vimos o brilho do amanhecer que nos seduzVieste comigo e andámos, na mente, de mãos dadasAbrimos caminhos e entrámos por portas antes vedadasDespimo-nos no corpo até vermos, um do outro, a almaAparente calma na paixão que desalmadamente se desacalmaNum fogo, com…
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O mundo que é
De ti diz a HumanidadeQue te coube o espanto e a belezaDesse espectro de delicadeza e simplícia.A mim coube, por felicidade, a tua caríciaQue outrora buscava de Norte a SulE que se escondia no interior de um coração azul.Assim a frágil esperança, já olvidadaNaquele serão a tudo foi aumentada.Quis a sorte nessa noite de folia e dançaQue todos se ausentassem, fazendo crescer a esperançaDe ter…
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Se for a tua vontade (Cohen)
Se for a tua vontade que eu não fale maisQue a minha voz fique quieta como neste caisEstou comprometido em ser a tua metadeE ficar calado, se for essa a tua vontadeSe for a tua vontade ter uma voz verdadeiraDeixa-me cantar para ti neste precipício, mesmo à beiraÀ beira deste abismo as tuas preces vão ecoarSe for a tua vontade de me ouvir cantarSe for a tua vontade, se houver uma escolhaQue nunca…
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Barulho
De que me vale Ser um gajo fixe Se ninguém Vai além Do embrulho? Então que se lixe! (Nesta c̷a̷b̷e̷ç̷a̷ … erm, sala Está muito barulho…) Para quê Ter um sorriso fixe? Que se lixe. Dizer um olá fixe? Que se lixe. Dar um abraço fixe? Que se lixe. Ter sempre uma palavra fixe? Que se lixe. Estou cansado, caralho. Estou cansado deste trabalho. Estou cansado de agarrar no baralho. Misturo, Parto E dou Mas sai sempre a mesma…
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Valsa Oitava ("Take This Waltz", de Leonard Cohen)
Valsa Oitava (“Take This Waltz”, de Leonard Cohen)
Há em Viena dez mulheres do mais fino recorte Há um ombro amigo onde a ceifeira se lamenta Há uma árvore onde as pombas adoram a morte Há um salão com novecentas janelas de tormenta Há um pedaço arrancado pela força à manhã Há outro que na própria manhã se sustenta Há uma dança que se entrança aos teus dedos Há um coração vazio onde podes pôr os teus medos Ó, como te quero, exposta numa vitrina vazia Numa…
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Vinte
Ano novo Ano velho Seminovo Não valeu um chavelho Cá no povo Não valeu um pintelho Chovo Onde há um espelho Numa casca de ovo E um coelho No meu covo Vermelho Me comovo De esguelho Mas não demovo Dói-me o artelho Não me movo E o joelho
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Mil e uma coisas
Poesia és tu.
A montanha mais difícil a que me atrevi subir. Sem mochila ou bagagem. Sem preparação. Só com a poesia que és.
Poesia és tu, toda tu. A pele suave dos teus gémeos. Os buraquinhos na dobra dos teus joelhos E as tuas coxas confortavelmente cruzadas.
As peles nervosamente roídas dos teus dedos.
O gato no teu pulso. O “não há problema” nas tuas costas.
Os sinais em forma de constelação do teu…
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