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thisrme · 1 month ago
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Cecília Meireles, in Poesia Completa
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thisrme · 4 months ago
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meus pais se conheceram num samba, era fim de ano e os ensaios pro carnaval já tinham começado. minha mãe sempre me disse que foi um amor avassalador e que nunca mais amou assim. 32 anos depois e ela nunca mais amou assim. você tem ideia? uma vida. uma vida com um único grande amor.
nas noites de mais absurda sinceridade, ela me contou que ele sumia por dias, noites e que quando voltava entregava silêncios e desculpas
silêncios que eram muito mais honestos do que as desculpas, que não eram reais.
e eu pensei: que amor sobrevive a dor de saber que é irrelevante?
bom, o pior tipo deles, aquele que acredita ser capaz de existir sem porquê.
um amor que eu acreditei ser capaz de sentir também, um amor que me dei conta não merecer. porque assim como minha mãe, sempre fui boa demais pra ser amaldiçoada com o azar de amar sozinha.
ironicamente, somos movidas pelo mesmo tipo de homem, os boêmios, os que vão, os que pertencem a outros lugares e que invariavelmente irão pertencer a outras pernas e braços e crenças
mas um amor pra vida toda? me prometi não sentir. não. não o meu coração.
mas eu tinha que receber outra terrível coincidência, não é? eu tinha que acabar no mesmo abismo apesar de correr por estradas tão diferentes e distantes
eu tinha que acabar num outro tipo de amor, um tão teimoso quanto.
por deus, eu tinha que carregar o peso de saber que amarei pra sempre, desse jeito, um único alguém
fico pensando se é karma, sina, destino, maldição
mas talvez seja aquilo, um desejo inexplicável de conhecer com as próprias mãos e de se provar melhor. eu não conseguiria ser melhor.
e fico pensando se sofri mais, mas sei que não
porque no fim, no fim, eu sabia que assim como seria eterno pra mim, será eterno pra você, porque ainda existia amor
eram feridas distintas
como ela sobreviveu a um amor solitário?
como eu sobrevivi a um amor recíproco e impraticável?
mentindo
se enganando sobre estar bem, até que fique
até hoje eu não sei
não sei se ela ficou
não sei se eu também vou ficar
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thisrme · 4 months ago
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não quero fazer promessas. estou farta delas. vou só viver como dá.
não porque não cumpri as últimas, eu realizei quase tudo que planejei para esse ano eu comi de maneira mais saudável e eu assisti os filmes que estavam na minha lista eu diminuí meu consumo de álcool e até li mais livros do que no ano passado eu adquiri novos hobbies e andei mais pela cidade consegui mais tempo e fiz coisas novas
eu não posso reclamar embora tenha sido esse o ano mais solitário desde que me tornei adulta foi também o mais livre, gentil e compreensivo que pude me dar e isso, acho, faz crescer ser menos pior
então posso afirmar que amadureci com mais calma do que nos últimos anos e abandonei minhas outras idades com confiança no tempo
também tive muitos dias ruins, dezenas deles, dias de choro e de covardia, de medo e de desespero, de tristeza e de absoluta vontade de desistir porque, bem, eu sou uma pessoa uma pessoa com diversos problemas que está tentando tentando tentando
e é por isso que ainda estou aqui
mas não quero seguir fazendo promessas, não dessa vez, eu vou só viver com o que aprendi. com sorte consigo aprender mais e se eu tiver ainda mais sorte é capaz de eu poder ensinar, também
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thisrme · 4 months ago
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os dias de tédio são raros curto cada minuto em casa me encolho todo em minha cama subo correndo as escadas
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thisrme · 4 months ago
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os dias de tédio são raros curto cada minuto em casa me encolho todo em minha cama subo correndo as escadas
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thisrme · 4 months ago
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“74. Por fim amamos o próprio desejo, e não o desejado.”
Friedrich Nietzsche, [100 aforismos sobre o amor e a morte]
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thisrme · 4 months ago
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agora compreendo melhor as garras dos gatos:
também eu gostaria de esconder punhais por baixo de um corpo manso
inês francisco jacob, TELHADOS DE VIDRO
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thisrme · 4 months ago
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ser em pedaços ainda é ser
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thisrme · 4 months ago
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é que eu sou capaz de continuar amando pessoas que deixei para trás no caminho.
e isso não é sobre prender, é sobre soltar
o lugar onde coloco o meu amor é onde espero que ele fique
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thisrme · 4 months ago
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voltei pra mim e foi infinitamente melhor do que esquecer você instantaneamente como implorei pra tudo quanto é santo. porque por mais inimaginável e cruel fosse o caminho de volta, às partes que eu deixei de ser - mesmo sem querer, ainda estavam lá. escondidas, borradas para serem qualquer coisa que não eu.
esquecer você instantaneamente era renunciar que quando se ama, ama-se tudo.
e você só amava me deixar de ser.
não a mim.
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thisrme · 4 months ago
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às vezes eu encontro um trecho de um texto num outro idioma que eu entendo pouco e guardo pra um dia, quando eu amar muito alguém de novo, possa lê-lo e contar que em algum momento eu acreditei tanto que ele chegaria que preferi guardar.
pra mim o amor tem uma grande dose de fé, então gosto de pensar que pra provar alguma coisa pra alguém preciso de uma certa forma de devoção
por isso eu meio que idolatro palavras, frases, poemas
pra que eu possa fazer com que contem a história de quando eu esperei pacientemente por algo
um dia eu vou amar muito alguém a ponto dele saber o que as palavras significam pra mim
mesmo que
ao fim do dia
eu consiga o amar sem elas
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thisrme · 6 months ago
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agora compreendo melhor as garras dos gatos:
também eu gostaria de esconder punhais por baixo de um corpo manso
inês francisco jacob, TELHADOS DE VIDRO
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thisrme · 6 months ago
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algumas coisas mudaram em mim depois da pandemia, por exemplo:
eu não consigo manter relações à distância, de nenhum tipo e não foi como se de repente eu deixasse de sentir o carinho que senti por pessoas que estavam longe,
continuei pensando nelas e desejando todo bem, mas eu não conseguia mais processar testemunhar a vida de alguém através de uma tela sem a possibilidade de simplesmente estar lá, de tocar e sentir o cheiro.
de muita gente eu não me despedi e talvez nem precisasse, acho que quem me teve percebeu que não me tinha mais
não vou dizer que não causei feridas ou mágoas ou tristezas momentâneas. provavelmente causei
mas eu não causaria mais se ficasse sem querer? pensei tanto nisso, tanto. e fiz a melhor escolha que pude com tudo que eu sabia naquele momento
as vidas seguiram, sabe? com saudade ou sem
abri mão de outro hábito: o conforto no desconforto de um amor pela metade
o tanto que eu me acostumei a amar sozinha e pra quê?
decidi por amar quem me amava de volta, quem me via, quem me compreendia, quem tinha braços pra me acolher
decidi que a ideia do incondicional não cabia, meu amor depende de. e tudo bem. não amo menos por isso e, pra ser sincera, estive muito mais feliz
entendi e aceitei minha solidão inerente. aprendi a apreciar e deixar imaculado esses momentos que só eu me basto. noites tardes manhãs. espaços de horas e silêncios que são só meus. não há porque dividir
existe uma versão de mim que não cabe a ninguém. isso não me faz menos exposta, entregue, disposta
na verdade eu sou capaz de amar mais que antes
e melhor também
abracei meu próprio corpo, minha própria pele, encarei meu rosto. e todas as coisas que eu não gosto e todos os defeitos que já não fazem sentido conter.
eu como minha própria fé e intuição
existem tristezas grandes, profundas, que vivem no meu coração junto com o amor e o afeto
porque uma das coisas que mudaram é que meus olhos captam todas as minhas imperfeições, mas não as julgo. eu as celebro
sou humana, frágil, eu existo
e tô no mundo pra ser pequena, esquecível, passageira
e, indiscutivelmente,
inteira
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thisrme · 10 months ago
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Kim Addonizio, from Lucifer at the Starlite: Poems; “Feeling Sexy”
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thisrme · 10 months ago
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— David Foster Wallace
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thisrme · 1 year ago
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Christopher Burk.
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thisrme · 1 year ago
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'Flying'. Pyotr Belenok. 1975.
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