throughthe-fire

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Tal qual o hoobae, quando Donggu entrou no banheiro, ele primeiro tirou o blazer azulado que tava vestindo e tratou de desabotoar a camisa branca com um ar meio apressado. Claro que reparou nas orelhas avermelhadas do Louis - e a ideia de deixá-lo daquele jeito trouxe uma pontinha de culpa no coração do Dongyul, que a essa altura já tava com as bochechas na mesma cor que as orelhas do hoobaenim.

━ Yah~ ━ E apontou pra uma das tatuagens sobre a costela. ━ Que tatuagem linda, Louis! ━ Mesmo tentando quebrar o gelo, o elogio fora genuíno.

sua primeira reação foi arregalar os olhos, se analisando, a visão percorrendo o mesmo lugar aonde o sunbae encarava, sentindo o rosto esquentar pela súbita atenção recebida. "ai...goo..." em primeiro momento hesitou, ponderando sobre a proposta, mas era melhor isso do que arruinar a imagem de alguém que há muito já estava na indústria e precisava mostrar boa aparência. e não era como se as roupas fossem tão diferentes assim.

no que pareceram horas de reflexão em sua mente, foram segundos apenas que louis demorou para olhar para os lados e acenar respeitosamente para que donggu o seguisse, parando no corredor dentro do banheiro espaçoso do local, abrindo os botões da camisa um a um, mesmo quando suas orelhas estavam queimando de timidez. "tudo bem... vai dar tudo certo. você pode pegar e depois trocamos de novo... perdão, sunbae..." encolheu os ombros depois de despir o tronco, revelando as tatuagens escondidas na barriga e na costela.

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Algo muitíssimo particular sobre a curatela tava começando a incomodar o Dongyul nos últimos três meses: trabalhos de última hora. "Foi apenas um desencontro de informações", segundo o pai, que era quem tava negociando diretamente qual seria a agenda do Donggu ao longo do ano todo. A questão é que hoje ele tinha muitos assuntos no estúdio a serem resolvidos, além de precisar ensaiar a coreografia de uma musiquinha chamada Baby T-Rex - um single promocional de propósito educativo para crianças.

Enfim... O Donggu não tava com tempo livre pra aparecer hoje e não tinha espaço na agenda pelos próximos dois meses. Mas aí ele soube que precisaria estar presente no Campeonato Mundial de League of Legends aos 45 do segundo tempo.

Quando a Mari notou sua presença, ele tava sentado no sofá, digitando o que deveria ser o maior texto no celular pro pai com uma cara de quem parecia estar prestes a implodir. Tão concentrado que não escutara qualquer coisa, até ouvir a pergunta.

— Bwo?! — Ergueu o rosto avermelhado. O coração do Donggu parecia prestes a escapar do peito de tão acelerado.

— E-Eu estou somente resolvendo umas coisas... — E socou o celular no bolso como se nada tivesse acontecido - e como se ele não tivesse mandado o próprio pai ir se foder via mensagem de texto.

— Mari-ssi, parabéns por ser MC! Num evento grande como esse...

Completou como quem tenta disfarçar.

starter aberto — campeonato de LoL.

Mari teve que pensar muito para decidir aceitar ou não o trabalho de ser MC no campeonato de LoL. Era quase leiga no assunto jogos eletrônicos e tinha um enorme medo de errar qualquer termo ou se embolar ao ponto de cometer uma mancada que fosse lembrada pelo resto de sua carreira. Porém, foi assegurada que iria receber as instruções necessárias e se comprometeu a jogar o tal jogo. Passou cerca de duas semanas jogando LoL e como o esperado, teve algumas dificuldades. Mari era dos jogos mais simples, e até mesmo considerados bobos, e que davam para serem jogados no celular, como Candy Crush, Subway Surfers ou até mesmo uma simples palavra cruzada.

No momento, se encontrava no backstage do campeonato, enquanto duas maquiadoras finalizavam sua maquiagem. De olhos fechados, ela travava uma luta intensa contra sua ansiedade e insegurança, mas parecia que estava perdendo. Permaneceu assim por alguns minutos, enquanto apertava os braços da cadeira com força, se concentrando tanto nos próprios pensamentos que nem percebeu o momento em que a dupla de mulheres deixaram a sala. Abriu então os olhos devagar e suspirou, se olhando no grande espelho. “Eu consigo, afinal, nem é tão difícil assim…” Assegurou para si mesma com confiança na voz, e apenas nela, ainda de olhos no espelho, porém, acabou percebendo uma movimentação pelo reflexo e se assustando de imediato. “Ai! Pensei que estava sozinha.” Afirmou, tentando disfarçar o susto e levantou, olhando para MUSE. “O que faz aqui?” Questionou em um tom curioso, analisando por inteiro a figura em sua frente.

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Quando o Sangwonnie acariciou o tubarãozinho, Donggu fez um "grrrargghhh!" de brincadeira como se tivesse tentando morder a mão e depois voltou a se comportar como se nada tivesse acontecido... — Yah! Logo você vai se acostumar e vai até enjoar de me ver por aí. — Falou quase como se tivesse respondendo um "Que horas são?".

— A parte dos fãs é mais complicada porque... É um tipo de amor muito intenso... Sempre dá um frio na barriga... — Foi aí que o rosto ficou um tantinho mais pensativo, porque a ansiedade do hoobae fazia Dongyul lembrar dos dias que antecederam o seu debut - e isso trouxe aquela sensação de nostalgia que era boa, mas também era um tantinho dolorosa.

Ele só disfarçou com mais um sorriso animado e outro "grrr" do tubarão e completou:

— Por que você não pega meu número? A gente pode sair pra tomar um sorvete!

de olhos ainda arregalados, sangwon ponderava as palavras como se estivesse sendo vigiado, embora aquela sensação de ansiedade se desse somente devido ao rapaz de olhos grandes parecer vê-lo como igual. mesmo que estivesse com os pés na porta de seu debut, ainda era difícil encarar alguém do echo e acreditar que estava no mesmo nível — obviamente não em relação as suas habilidades, mas sim sobre compartilhar do mesmo cargo. e desta forma, as mãos suavam contra sua vontade enquanto ele trajava o rosto com o sorriso mais torto do mundo, mas ainda assim simpático.

"é uma honra de verdade" ainda que o tom de voz fosse baixo e envergonhado, ele riu baixinho conforme encarava o tubarão de pelúcia que cutucava seu ombro. moveu a canhota até que os dedos longos acariciassem o bichinho, sorrindo ao sentir o tecido macio. "eu tô mais que nervoso!" exclamou, apoiando o cotovelo em uma das prateleiras ao lado. "não sei como vocês fazem... a coisa de fãs, de ser legal o suficiente... e tal" deslizou os dedos pelos cabelos compridos da nuca, meio rindo, meio preocupado.

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O guardanapo por cima da mancha molhada foi um gesto de pura gentileza que não rendeu muito resultado. Donggu só ficou quietinho e respondeu ainda sacudindo as mãos. ━ Não existe lista negra coisa nenhuma... Foi só-... Um acidente bobo! ━ Mas, tá, rolou também um mini suspiro de alívio ao ouvir que era suco de limão... Contudo, se tratando de uma camisa branca... O estrago tava feito.

Mas soluções rápidas surgem em situações desesperadoras - e nesse caso, Dongyul precisaria estar na frente de uma câmera em exatos dez minutos. Foi tipo uma daquelas cenas de animação com uma figurinha de lâmpada surgindo por cima da cabeça, enquanto um sorriso todo espertinho começava a dar sinal nas bochechas redondas.

━ Louis-ssi... ━ Os olhos do Donggu pareciam quase que vidrados na camisa que o hoobaenim vestia.

━ Você me empresta essa sua camisa? Eu te devolvo em vinte minutos!

reações serenas normalmente levam a réplicas serenas quanto também, e louis só conseguiu acalmar os nervos do susto porque a personalidade gentil do rapaz mesmo tendo suco pela camiseta toda, aflorou logo de cara, fazendo louis suspirar e sorrir, coçando a cabeça. "donggu sunbaenim, certo? me desculpa... eu sou paspalho." sorriu grandão, e com os olhos marejados num misto de timidez e arrependimento pelo erro desastroso, tentou diminuir a bagunça que fez, dando batidinhas leves com o guardanapo no local aonde sujou, na esperança de salvar a roupa que parecia cara. "espero que você não me marque na sua lista negra de sunbae, ok..." riu enquanto prestava atenção no que estava fazendo, por fim ajeitando a postura. "aniyeo... acho que vai ficar tudo bem... era suco de limão, afinal." pôs-se então com as mãos para trás, em sinal de respeito, se curvando mais uma vez. "eu realmente sinto muito."

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Park Jihoon for e.L.e Magazine

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━ Yah-... N-Não precisa se desculpar... Acontece! ━ Apesar da expressão de pura calma e gentileza (Donggu até sacudia as mãos, como quem parece não se importar muito...), todos os divertidamentes do Donggu tavam em pleno desespero por precisarem encarar uma realidade dolorosa nos próximos quinze minutos: a de ouvir uma bronca dos stylists por ter estragado uma roupa cara e que levou um trabalhão para ser feita.

━ Ahhh... ━ E deu uns passinhos para trás, olhando pra baixo.

━ Você acha que o estrago foi muito feio?

open starter.

em um lanche coletivo.

"desculpa, desculpa, desculpa...!!!" louis repetia diversas vezes no tom mais aveludado que conseguia, abaixando sua cabeça para se curvar em respeito tantas vezes quanto as que repetia seu pedido de desculpas, os olhos arregalados explicitando o constrangimento de ter derrubado suco em um sunbae.

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closed starter w. @kylezando ━ at KBS.

O coração do Dongyul ficava todo acelerado nesses curtos minutos quando encontrava aquela multidão de fãs gritando pelo seu grupo, fora do prédio de gravação. No começo, a sensação trazia uma euforia gostosa... Mas hoje em dia, era mais uma adrenalina mesmo.

Aquele receio de fazer algo errado, mas ao mesmo tempo saber que tinha tanta gente torcendo pelo seu sucesso... Nessas horas, ele ficava tão cheio de sensações que parecia estar prestes a explodir - e a única forma de aguentar isso tudo era ter alguém com quem dividir.

Bem na mais pura intuição, ele olhou pro Kyle ao seu lado e sorriu - o que foi o bastante pra fazer uma nação inteira de fãs gritarem pelos dois. Donggu não disfarçou as bochechas rosadas e nem a risada que escapou na mesma hora.

━ Hyung! ━ A surpresa deixou Donggu quase que boquiaberto, enquanto ria de nervoso. Ele se aproximou um pouquinho de nada da orelha do Kyle e sussurrou com ar de brincalhão:

━ Tá todo mundo gritando por você, olha só!

E claro que Donggu sabia o que era o famoso fanservice... Ele só tava disfarçando mesmo.

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Na segunda vez que encontrou o Shu-hyung, Donggu tava colocando quatro garrafinhas pequenas de soju na cesta ("Vai ser legal tomar um pouquinho com os membros, no dormitório!"). A atenção foi subitamente tomada quando escutou a voz dele outra vez e por pura precaução, o pobrezinho escondeu as garrafas por baixo da acelga e dos copos de macarrão. — A-Ah-... Não precisa se desculpar de nada... — E acenou em um gesto de quem parece não se importar, porque qualquer sinal de indiferença do hyungnim lhe passara totalmente despercebido.

Na real, eles nem eram tão próximos assim, né?

E foi por isso mesmo que Dongyul achou o convite repentino um tanto fora do convencional... Porque geralmente as abordagens de jornalistas eram feitas numa dinâmica jornalista para empresa e não jornalista para idol - e qualquer passinho fora do lugar nessas questões burocráticas poderiam render umas broncas humilhantes nas reuniões de negócio...

Partindo do pressuposto que "a curiosidade matou gato" e sendo o gatinho um animal com sete vidas, Donggu decidiu-se por arriscar uma delas.

— Bwo? — Questionou depois de segurar o cartão, tombando a cabeça de lado enquanto lia as informações.

— Comigo, mas comigo mesmo? — Indagou quase que desacreditado.

— Você não quer conversar com o manager primeiro, hyungnim?

ㅤShe had always thought of secrets as things that broke people apart, but maybe they were really what held them together. // But she knew not every story in the world needed to be told: that there was rarely kindness in the truth. –  Victoria Hannan, Kokomo.

Empurrou a porta da loja de conveniência com cuidado e se afastou para que ela pudesse fechar atrás de seu corpo lentamente. Observou as marcas que suas mãos deixaram no vidro e imediatamente lamentou não ter trazido um lenço consigo para apagar qualquer sinal de que havia acabado de entrar no local. Suspirou. Gostava de seu trabalho quando este não exigia que estivesse longe do conforto de sua própria casa e ressentia todas as escolhas de sua vida quando precisava ir ao escritório. Ainda assim, aquele que era e aquilo que fazia não costumavam se encontrar, não importava onde estivesse.

Mas suas mãos suadas eram prova do desconforto que aquela situação lhe causava e não havia quem pudesse condenar além de si mesmo. Dificilmente colocava-se tão próximo aos objetos de suas matérias, mas o país era pequeno e o meio em que trabalhava menor ainda então era impossível evitar que se aproximasse de alguns deles – que os conhecesse – e por mais vezes do que gostaria, escrevia sobre alguém que conhecia longe das luzes ofuscantes.

Wang levou as mesmas mãos ao tecido jeans que usava e as secou enquanto observava as prateleiras enfileiradas a procura da figura que viu entrar alguns minutos antes. Quando Dongyul lhe reconheceu e sorriu, não teve tempo para decidir como deveria lhe responder e congelado como estava, acabou não fazendo nada. Dongyul se afastou como num piscar e olhos, mais uma vez naquela noite, Wang culpou-se por ser como era.

Esfregou os olhos com as pontas dos dedos e decidiu o seguir, resignado a seu destino e disposto a acabar com aquilo numa única vez. Era a primeira vez que abordava alguém para tratar de assuntos oficiais no meio da noite em uma loja de conveniência, mas tentaria ser tão discreto quanto a estranheza daquela situação lhe permitisse.

“Desculpe por não o ter cumprimentado antes...”, começou quando o encontrou em outra sessão, “não quis parecer indiferente”. Cruzou as mãos na frente de seu corpo e acenou rapidamente, tentando compensar as apresentações perdidas num segundo atrás. Levantou o olhar do chão aos poucos e não pôde deixar de reparar no que ele havia colocado na cesta, não acreditava que o macarrão apimentado combinava com os outros itens, mas não estava ali para julgar como ele optava por se alimentar e por isso reprimiu a vontade de retirar o item da cesta. Quando seu foco voltou ao rosto dele, Wang lhe estendeu o cartão da empresa com seu nome impresso em letras azuis. “Tem um minuto? Gostaria de falar com você.”.

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A reação de surpresa do Donggu acompanhou um sorriso de clara admiração. Qualquer solista que tivesse o Woojin presente no MV era um idol com um bônus extra de sorte... E por isso mesmo que o dongsaeng ergueu o punho esquerdo e falou: — Fighting, sunbaenim! Sei que você vai se sair muito bem. — Com muita plenitude. Depois tomou mais um longo gole de café e respondeu a pergunta:

— Não, não... Na verdade, estou tentando escrever umas músicas... Mas ainda estou, sabe... — Agora a mão esquerda meio que simulou uma curva crescente. — Na curva de aprendizagem! — Rindo meio sem jeito, Dongyul suspirou com ar de cansado e relaxado... Criar música do zero não era nada fácil - e como ainda tava naqueles perrengues de começar a botar tudo em prática, Donggu preferia que pouca gente soubesse, a princípio.

E aí, Donggu falou sem mais nem menos:

— Tenho muita vontade de aprender a atuar também.

"entendo." respondeu, afirmando brevemente com a cabeça. sim, ele não deveria estar fazendo mais nada lá além de estudar – pelo menos quando responsáveis e aplicados, era tudo o que um idol em ascensão poderia fazer. "imaginei que estivesse dançando, na realidade." o comentário viera apenas no intuito de ser sincero, afinal, era uma presunção nascida do óbvio sobre a rotina de um membro de qualquer grupo pop que conhecesse. perguntava-se há quanto tempo dongyul estava fazendo isso. era inevitável encará-lo e não pensar que bem podia estar exausto. a pergunta lhe tirou de seus pensamentos, fazendo-o afirmar mais uma vez com a cabeça. "hm. é um projeto interessante. um MV de um solista, um pouco mais longo que o normal. se a música for tão boa quanto a trama, acredito que possa alcançar bons resultados." comentou, analisando um pouco o cenário de uma forma mais positiva. estava pouco familiarizado com grande parte dos prêmios da categoria, e tudo o que sabia vinha de acompanhar a irmã e o grupo dela. "não posso dar muitas informações." o moreno baixou levemente a cabeça, em uma reverência breve, num pedido mudo de desculpas. realmente não podia fazer muito devido ao sigilo. "está estudando para o seu comeback?"

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A reação do Sangwon trouxe um aperto no coração do Donggu que ficou do tamanho de um grãozinho de areia em vê-lo falar daquela forma...

Não apenas por sempre ser pego de surpresa quando alguém parecia reagir com tanta emoção em relação a sua presença, mas também porque era fácil entender como Sangwonnie deveria estar se sentindo - afinal, Donggu estivera naquela posição até pouco atrás.

A mão que segurava a pelúcia de tubarão se ergueu no ar, sacudindo-a em um desespero contínuo de quem não queria vê-lo ficar nervoso daquela forma... Mas ainda assim, Dongyul continuou sorrindo cheio de euforia!

— Yah! Claro que eu queria encontrar você! Eu acompanho todo conteúdo que vocês postam... — Falava enquanto movimentava o rosto em um sinal positivo. — Tá nervoso com o debut se aproximando? — E encostou o focinho do tubarão no ombro do hoobaenim.

comprar presentes de aniversário não era bem o forte de sangwon. conhecia as pessoas muito bem, mas tinha a mente de um idol rico com 20 anos de carreira presa no corpo de um trainee quase debutado e pobre. um colega da época da escola completaria anos na próxima semana e, como sua vida não lhe permite mais ir pra qualquer festa por aí, decidiu comprar alguma lembrancinha somente para não passar em vão. estava procurando as pelúcias quando ouviu seu nome ser chamado, andando meio de costas pelo corredor até encontrar a voz que o convidava. os olhos dobraram de tamanho quando viu de quem se tratava, tentando arduamente segurar a expressão facial que se contorcia em puro desespero. "sun...baenim...!" apertou os lábios após lutar para a palavra sair, soltando o ar vagarosamente numa tentativa falha de suavizar seu desatino interno. olhou para baixo, encarando a cestinha de dongyul. não queria parecer bisbilhoteiro, então começou a olhar em volta como se disfarçasse. já não era todo dia que um de seus ídolos simplesmente o reconhecia numa lojinha, mas brilhante? brilhante? apertou os olhos novamente, se curvando diversas vezes, ainda que tardio. o choque o deixou mais lento que o necessário, sem dúvidas. "eu não sabia que queria me encontrar, ou eu teria facilitado" riu sem jeito e meio resmungando, logo esfregando o pé no chão em sinal de vergonha. "eu nem sabia que você me conhecia, meu deus do céu..." evitou o contato visual e riu sem nem perceber, não conseguindo mais segurar por tanto tempo seu disparate.

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Kaito era um líder genuinamente talentoso - e não apenas talentoso em suas habilidades como artista, mas como líder também.

As suas palavras, o tom de voz e até mesmo o jeito carinhoso que colocou a mão no joelho do Donggu foram mais do que suficientes pra fazer o garoto abrir o coração... Abrir tanto que as primeiras lágrimas escorreram silenciosas pelas bochechas do dongsaeng ágil em enxugá-las e manter a expressão séria, como se nada tivesse acontecido.

━ Você já está fazendo muito por mim, na verdade... ━ Movimentou o rosto em um sinal positivo, como se tivesse concordando consigo mesmo - e então virou o olhar pro hyung pra entregar um sorriso nervoso e chorão. ━ Eu fico com medo de acontecer alguma coisa e, sei lá-... Afetar a imagem do grupo... ━ A conversa tava deixando o coração do Dongyul mais acelerado e ele suspirou pesado, pra completar outra vez:

━ Será... ━ Com um pouquinho mais de esperança na voz, Dongyul falou depois de enxugar os olhos outra vez.

━ Você acha mesmo que a empresa vai querer me ajudar? ━ Mas mesmo no meio da pergunta esperançosa, era fácil de perceber o ar amedrontado.

━ E se eles me expulsarem, hyung?

ㅤ

ㅤKaito podia se orgulhar de seu instinto natural para problemas, coisa que chamava de "sexto sentido paterno" geralmente em tom de brincadeira. Porém, esse instinto era funcional de verdade e ele sabia disso. Foi por isso que, no momento em que pôs os olhos em Donggu, sabia que tinha algo de errado. Mal precisou botar os pés na sala de treino para as anteninhas em sua cabeça apitarem, fechando a porta atrás de si e indo direto para o lado do garoto, sentando na outra ponta do sofá. Juntou as duas mãos em seu colo, apoiadas nos joelhos e permaneceu em completo silêncio, tomando cuidado para não fazer muito barulho nem ao respirar.

Aquele era um método utilizado comumente pelo líder. Apenas se sentar ao lado de seus membros e não dizer nada, esperar para que eles começassem a falar quando estivessem prontos. No fim das contas, era de extrema importância para o japonês que a relação de confiança permanecesse entre ele e seus meninos.

Se virou para olhar o mais novo diretamente assim que começou a falar, prestando total atenção em suas palavras e mantendo uma expressão séria no rosto. Confirmou com a cabeça, nunca desviando o olhar, lhe dando o espaço necessário para falar e se abrir como precisasse. ⸻ Sei o que é isso. Tá tudo bem. ⸻ Respondeu após alguns bons instantes, chegando a estranhar o som da própria voz depois de ficar quieto por tanto tempo. Foi rápido ao falar, podendo soar até um pouco ríspido para quem não o conhecesse, mas estava apenas querendo o poupar de continuar falando sobre algo tão doloroso para si, ainda mais agora que estava visivelmente abalado. Kaito se moveu no sofá, chegando mais perto de seu dongsaeng, soltando um suspiro baixo escapar o peitoral antes de continuar. ⸻ Você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa, sim? Não só para conversar, mas... ⸻ Começou a gesticular enquanto falava numa tentativa de se expressar. ⸻ Se eu puder fazer alguma coisa por você. Concreta. ⸻ Juntou as mãos novamente, o olhando nos olhos. ⸻ E não vai ser um incômodo pra mim. De verdade. ⸻ Já continuou, sabendo que isso podia ser dito pelo mais novo. ⸻ Além de ser meu membro, colega de trabalho e minha responsabilidade... Você é meu amigo, Donggu-yah. Qualquer coisa que puder fazer por você... Quero fazer esse esforço. Movimentar a empresa, até. Eles têm bons advogados. ⸻ Pôs uma mão sobre o joelho do garoto, o toque firme demonstrando a certeza no que falava.

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— É... Já foram mesmo... — Dongyul entregou um sorrisinho todo culpado, segurando na nuca meio inseguro, mas com um ar divertido. — Eu tava estudando também... — Completou, tocando no botãozinho que sinalizava o espresso e depois selecionando o tamanho do copo: grande.

— Estudando música, na verdade. Mas já vou voltar pro dormitório!

Particularmente, Donggu não conhecia taaanto sobre Woojin porque nunca conseguira interagir tanto com os atores da empresa - mesmo que tivesse uma imensa curiosidade de entender como era a rotina deles. E como o bom dongsaeng intrometido que era, Dongyul foi logo presumindo a provável coisa que Woojin deveria estar estudando.

— Você vai fazer algum personagem novo, é? — Perguntou por cima do barulho da máquina de café, que segundos depois entregou um copão cheio pro Dongyul.

Depois de pegá-lo, o dongsaeng já foi logo jogando um golão daqueles pra dentro.

levando em consideração o ritual sagrado de deixar o prédio da phoenix no exato momento em que seu expediente – ou a aberração que ele chamava de rotina –, até que woojin estava demorando pra sair da empresa e fechar a grade de atividades de seu dia. à tarde, assinara mais um contrato de participação no MV de um solista no papel do protagonista, e passara o resto do dia absorvendo o plot twist da história. na maior parte dos últimos tempos, sua participação em vídeos resumiam-se em ser o interesse amoroso de alguma(s) menina(s) mais nova(s), mas a trama do que ele mais considerara um short video havia surpreendentemente o envolvido. costumava estudar mais obras sem falas, já que precisava expressar-se mais fisicamente, então dessa vez nem vira o tempo passar. preparava-se para finalmente sair quando deparou-se com dongyul.

tinha algo no garoto que, quando woojin observava, considerava o indício de uma pressão que ele costumava sentir aos vinte e poucos. não que soubesse de tudo, ou entendesse dos sentimentos alheios; woojin raramente metia-se em qualquer vida que não fosse a própria. mas dongyul era sempre uma pessoa gentil. sempre uma pessoa inofensiva. sempre uma pessoa boa. e isso era um prato cheio pros enormes tubarões os quais ainda enfrentaria na indústria. e woojin achava triste. a corrupção da alma que não é direta e sim gradativa sempre machuca mais. "shin dongyul-ssi." o mais velho saudou, com uma breve reverência ao parar no corredor. "não, estou saindo da empresa. estava estudando. e café à noite tira o sono." a resposta simples no tom grave poderia parecer rígida, mas a expressão tranquila de woojin o ajudava um pouco a parecer menos severo. "já são mais de 22h. a grande maioria já foi descansar." comentou. o kim jamais faria uma pergunta tão direta como "por que ainda está aqui?" ou daria um conselho desnecessário como "você deveria ir pro dormitório, o manager não vai gostar", mas achara curioso de encontrá-lo ali.

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closed starter w. @ryusangwon — at Lotte Departament Store.

Aconteceu algo muito engraçado depois da live com a Lunie. Donggu percebeu que seus fãs curtiam bastante esse tipo de interação e que apesar de quase tudo seguir um roteiro extremamente restrito, era o máximo de qualquer conversa informal que conseguiria ter com eles.

Nesse caso, Donggu tava disposto em tornar a experiência mais adequada!

Bom por isso que ele tava numa lojinha de presentes procurando coisas que iam deixar o ambiente muito mais Shin Dongyul, digamos assim - aquele famoso neon azulado, umas pelúcias bonitinhas, enfeites pra parede, etc... Tava tudo dentro de uma cestinha de compras que Donggu carregava como se fosse um troféu, focado em decidir entre uma pelúcia de coelho ou tubarão até reconhecer imediatamente uma figura que acabara de cruzar o corredor.

— Sangwon-ssi! — Donggu falou todo animado, meio milésimo depois de reconhecê-lo, sorrindo largo como quem acabara de encontrar um tesouro.

— Yaaaah! Eu achava que nunca ia encontrar você! — E fez três reverências excessivamente eufóricas, completando:

— Você é brilhante!

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closed starter w. @wcngsh ━ at KoPo Mart.

Na cestinha de compras do Donggu tinham muuuuitos vegetais, tteokpokki, arroz, molhos e Coca-Cola Zero. Ele só tava aproveitando as curtas horas livres da agenda lotada pra reabastecer a geladeira do dormitório. Só.

E, okay-... Até então tava tudo certo. Donggu tava em frente a uma estante com muitos tipos variados de macarrão instantâneo e na hora teve um tingle de ideia pra uma live no TikTok comendo os sabores mais apimentados - e quando deu dois passinhos a frente pra pegar o primeiro macarrão, ele percebeu o jornalista no início do corredor imediatamente.

O Mr. Wang era até que bem conhecido pro Dongyul, na verdade...

Sendo um idol de k-pop, dentre as numerosas experiências com entrevistas, era justo dizer que as suas favoritas foram com o Shu-hyung; e apesar daquele nervosismo engraçado em vê-lo quando estava sozinho, a mãozinha do Donggu todo sorridente se ergueu no ar pra acenar um tchauzinho tímido.

Depois o dongsaeng colocou quatro potes de macarrão super apimentado na cesta e seguiu pra outro caminho.

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god made men and then sent park jihoon as an apology [x]

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closed starter w. @hollvpop — at PowerBowling.

O olhar apreensivo do Dongyul acompanhou a bola deslizar pelo corredor da pista de boliche. No começo parecia tudo dentro dos conformes: ela seguia em linha reta, mas depois de 3 segundos começou a inclinar pra esquerda e passar longe de acertar a outra metade dos pinos restantes.

O coitadinho era péssimo... Mas não era pelos seus dons de boliche que tava por lá, era por causa da companhia mesmo.

— Ah... Eu só fiz um único strike. — Ele fez um bico brincalhão de despontamento e voltou pro sofá, puxando de volta sua Diet Coke e tomando tudo direto da lata mesmo.

— Holly-ah... A gente devia ter ido pra um bar! Ou, sei lá... — O rosto ficou quente até o limite. — Um lugar com pista de dança.