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Um detalhe curioso sobre o quarto é definitivamente a cor das roupas de cama. Sempre em tons de verde escuro. Não é porque é sua cor favorita, é apenas por ser uma cor que ajuda a esconder a maioria das manchas de tinta. O lado do quarto de Tristan é uma bagunça bem organizada. Ele adora comprar pincéis e tintas diferentes, virou uma obsessão, então ele tem muitos. Não se engane, não é porque parece um pouco bagunçado que ele não sabe onde estão as coisas! Muito pelo contrário! Porém, a cada dois dias Tristan limpa as manchas de tinta dos móveis e tira as roupas e jornais que deixa pelo chão. Uma coisa que aprendeu nesses últimos anos é a respeitar o limite do seu lado, então seus pertences nunca vão para o lado de Flynn, exceto as telas pintadas, mas isso ele geralmente prefere presentear o amigo para que o garoto possa colocar na parede.

Quadros. Muitos quadros. Tristan tem um pequeno problema de não saber quando parar de pintar, então ele tem muitas telas penduradas na parede, geralmente são de personagens da Disney ou de qualquer coisa que goste, como por exemplo: Star Wars, Doctor Who, musicais da Broadway, filmes de fantasia etc.

A casa de Hércules, o hamster! A casinha de Hércules é feita de madeira, é grande e espaçosa, fica no cantinho perto de sua cama. O hamster é extremamente mimado então claro que ia ter uma casinha com andares e divisões.

O painel de Rapunzel. Logo no segundo ano em Altamont, Tristan pintou o painel uma das paredes de seu lado. Enrolados está na sua lista de favoritos, está no top5 de filmes da Disney, mas não podia perder a chance de pintar isso quando percebeu a coincidência: seu colega de quarto tendo o mesmo nome do protagonista! Então claro que ele pintou as lanternas.

Carrinho com pincéis. Talvez o bem mais precioso do quarto. A variedade de pincéis é grande, seu comportamento compulsivo de comprar e comprar cada vez mais, apenas aumenta.

Cantinho de estudo! A mesinha é a única parte mais arrumada e livre de tintas que tem nesse quarto. O quadro é onde prende o horário das aulas e o horário de estudo porque pode não parecer, mas TK é bem organizado para isso. Afinal, se ele não for rígido consigo mesmo, pode acabar não querendo estudar.

Painel de tintas. Suas tintas ficam separadas para que sempre saiba onde estão. Nesse painel preso na parede também deu um jeito de colocar latas vazias para guardar os diferentes lápis.

E, por fim, nesse quarto existe um item secreto. Um que não poderia ficar de fora mas que também não podia entrar nas fotos. A caixa de polipropileno que usa para guardar seus brinquedos sexuais. TK esconde ela à vista no guarda-roupa, já que apenas ele e Flynn entravam ali. Como tem outras caixas dessas para guardar mais tintas novas que ainda não vão ser abertas, essa caixa em especial passa despercebida. Com a inspeção, os brinquedos tiveram que ser retirados do quarto então a caixa está vazia embaixo da cama.

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“ —— Isso também me incomoda um pouco, porque parece que tudo é inútil —— ” Comentou distraído, pois toda a história que aconteceu em Altamont fazia com que Bastian ficasse pensativo demais, se ele pudesse confessar para alguém a sua maior insegurança, nem eram os baseados ou os cigarros, mas o restante. Morreria se tivesse que explicar para os pais o motivo de ter um objeto sexual em seu quarto. “ —— E os memes brasileiros são os melhores do mundo, e quem discordar é infeliz —— ” Lançou um olhar divertido para o amigo e riu, lógico que não estava falando sério, a parte do infeliz porque a parte do meme era verdade. E apesar de TK não se importar, Bastian se incomodava de esquecer coisas dos amigos, ainda mais por saber como é ter coisas esquecidas, ainda mais por seus pais, trabalhavam tanto que nem se lembravam da data do seu aniversário, o que jamais esqueceram quando se tratava do seu irmão mais velho. “ —— Exatamente, Deus me livre de ser comparado ��quele cara —— ” Reclamou baixo, pois realmente detestava o jogador e não entendia o motivo de exaltarem tanto um homem tão asqueroso. “ —— Mas sabe, o mais importante de tudo, é que eu gosto de jogar futebol e do atletismo… até lembrar que preciso dividir o vestiário com outros caras —— ” O desânimo era perceptível, o seu maior problema era naquele pequeno espaço, principalmente com o time de futebol americano. “ —— Se eu tiver que passar a vida inteira usando de estratégias para tomar banho ou me trocar… —— ” Franziu os lábios, sentindo o abraço do amigo, o que mais gostava nos dois melhores amigos era o carinho, uma coisa que faltava nas pessoas, abraços e carícias. “ —— Sei lá, prefiro passar fome como escritor.. —— ”

' —— Espero que vocês passem na inspeção.' comentou, suspirando pesadamente. Ele mesmo deixou apenas alguns que desse para esconder onde sabia que ninguém iria procurar, mas a maioria não podia ficar ali. Não tinha como guardar tudo nos espaços pequenos. Enquanto aquela leva de inspeção não acabasse, não sossegava também. ' —— Aqueles que você me manda e explica são engraçados mesmo.' concordou, não deixando de rir ao recordar-se de alguns dos memes que o amigo mandava. Adorava, aliás. Quando o rapaz lhe explicava do que se tratava, é que achava graça mesmo. Seu cenho franziu-se e a risada morreu, no entanto. O olhar curioso pairou sobre Bastian pois a questão levantada agora parecia mais delicada do que apenas ser comparado a um jogador babaca que tinha uma carreira sólida. ' —— Como assim? Por que dividir o vestiário com outros caras é um problema, Bas? Eles estão fazendo alguma merda? Estão falando algo?' indagou já com a voz mais séria, o olhar mais pesado. Se o brasileiro estava sofrendo bullying dos colegas de time, isso não podia continuar, tinham que agir. Seus braços apertaram protetoramente em torno do menor, virando a face para beijar a testa dele. ' —— Não ia passar fome como escritor porque se é algo que também gosta de fazer, deve escrever muito bem!'

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“Okay… isso não é pessoal, mas acho idiotice ficar com alguém que sei que me traí. Sabe? Repito: não é nada pessoal. É só que… enfim, TK, não fica triste, tá bem? A culpa não é de quem foi traído. Não mesmo.” se arrependeu de ter retomado aquela história, não queria que Tristan se sentisse mal de alguma forma “Ambos são muito safados” afirmou mesmo não tendo certeza. Com toda certeza poderia se tratar de um relacionamento aberto. Porém, para Hayes, faria ainda mais sentido caso os dois chegassem no acordo daquele tipo de relacionamento depois de toda a fofoca instalada em Altamont. Os dois poderiam continuar com outras pessoas e ainda manter a aparência que tanto prezavam. “Não… só que, talvez, só talvez Chris Carter estivesse conversando bastante com ela esses dias, mas ele é muito lerdo pra fazer qualquer coisa. Duvido muito. Mesmo que aparentemente ela tenha uma tradição de trair o namorado com os jogadores de futebol americano. Mas o Christopher é tão ruim, não sei se valeria a pena arriscar o namoro pra ficar com ele” disse normalmente, mas logo se corrigindo num quase desespero “No jogo! No jogo ele é ruim. Eu nem converso com ele, não sei de nada sobre ser ruim ou bom em outra coisa além do jogo. Ok, eu odeio duplo sentido”

' —— E eu concordo com você, não dá pra ficar com alguém sabendo que a pessoa está traindo. Não faz sentido.' pelo menos ele não via sentido em insistir em algo assim. Sabia o quão machucado tinha saído do relacionamento, então não queria imaginar um cenário em que lutasse para ficar com as garotas. A única parte que não concordou tão bem foi de não ter culpa, talvez tivesse, já que foi um azarado de passar por aquilo duas vezes. Mas era uma questão que guardava para si, nem mesmo seus amigos mais próximos ouviam aquela frase de insegurança sair de sua boca. Fez uma careta de desgosto sobre o casal problemático que era alvo da fofoca, quando os dois traíam, não sabia como ficava a dinâmica. ' —— Eu não confio muito nas pessoas que a gente já sabe que fez uma vez. Se a pessoa fez duas é que eu não confio mesmo! Então mesmo se ela não fez, a dúvida fica no ar sempre.' disparou antes que acabasse rindo. ' —— Ele é ruim, é? No jogo. Certo.' a voz ganhava um quê de provocação antes que risse mais uma vez. ' —— Eu não entendo nada de futebol, então não posso opinar. Mas se o cara tá traindo também, nem tem o que arriscar, né? É só devolver e sei lá, ter algo aberto... não que eu entenda quem faz isso, é melhor nem namorar se for pra ser aberto.'

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— pois é… se eu soubesse, teria feito algo. — para ser expulsa. poderia ser surpresa para alguns, mas jane não queria estar ali. era um sonho sendo realizado tardiamente, transformando-se em um pesadelo. — não dá para medir como alguém vai reagir ou sentir… então, vamos ter que nos contentar com uma resposta em aberto. — levantou as mãos em rendição. — errada não está. todo mundo vai ser ou já foi um babaca, e a quantidade de casos só prova isso.

' —— Feito algo?' perguntou confuso. ' —— Pra ajudar ou pra ser expulsa também?' acrescentou. Uma risada então lhe escapou e Tristan assentiu em concordância. ' —— Fica aí mais uma dúvida sem respostas. O que não falta é isso.' principalmente em sua vida. Era uma chatice mas tinha que lidar. ' —— E eu prefiro mil vezes ficar na lista das pessoas sendo babacas comigo do que eu ser um babaca assim com alguém. É uma dor e um incômodo que eu não quero que ninguém sinta.'

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Deixou uma risada escapar quando ele falou sobre o pedido de casamento. Realmente, aqueles brinquedos pareciam ser levados bastante a sério por Tristan, e Flynn sabia que ele estava certo em ter todos aqueles cuidados. Alguém ali precisava ter aquele tipo de maturidade e responsabilidade, já que por algum milagre, a ingenuidade e inexperiência de Ryder ainda não o havia colocado em uma grande enrascada. ❛❛ —— Engraçado… Sempre achei que as pessoas que usavam essas coisas preferiam sexo casual. ❜❜ Deu de ombros ao confessar, dizendo de forma ocasional, sem tom de ofensa em sua fala. Viu a vela na mão dele e ouviu a fala sobre o gel e os óleos, e naquela altura da situação, não deveria mais se sentir desconfortável, mas ainda assim as bochechas coraram quando ele decidiu perguntar. ❛❛ —— Onde eu compro isso aí? Não que eu tenha pretensão de usar, eu nem estou saindo com ninguém. É só de curiosidade. ❜❜ E também não sabia se teria a coragem para sugerir isso à alguém, mas ao menos saberia onde encontrar, caso um dia fosse comprar. ❛❛ —— E outra curiosidade: como você faria isso com alguém? Tipo, como eu poderia sugerir usar um desses? ❜❜

Não estranhava aquela percepção alheia sobre os brinquedos, o próprio Tristan também tinha aquela linha de pensamento quando era mais jovem; mas, conforme crescia, isso mudou. Então balançou a cabeça para negar. ' —— Hm, não. Ter o controle do próprio prazer não significa necessariamente que você quer sexo casual. Quer dizer, se você quer isso... por que não ir ter com uma pessoa ao invés de brinquedos?' questionou. ' —— Eu vejo os brinquedos como... independência. Não preciso estar em um relacionamento para ter aquilo que eu gosto. Eu gosto de sexo, mas eu não vou pra cama com todo mundo, então por que não investir em algo que me dê o que eu gosto, sem precisar da presença de outra pessoa?' concluiu, encolhendo os ombros. Deixou então a vela de lado e continuou a limpar os objetos e guardá-los no saquinho individual para arrumar na caixa, desviando o olhar para o que fazia para ver se Flynn ficava mais confortável sem sua atenção nele. ' —— Bom, eu compro online. Apenas alguns desses comprei em loja física. Eles não vendem pra menores, então eu não podia chegar e pedir, sabe? Tem alguns sites legais que são os que geralmente eu compro. Posso te mandar, se quiser.' ofereceu, erguendo o olhar para poder sorrir para o colega de quarto. ' —— E você não precisa estar saindo com ninguém pra querer algo. Tem pra todos os gostos, aliás. Eu tenho muitos dildos porque eu gosto, mas olha, tem masturbadores também.' mexeu nos itens para separar alguns que ficavam no prazer apenas no pênis; não sabia a sexualidade do amigo então direcionar a atenção dele para brinquedos que os caras héteros usavam, talvez ajudasse com a vergonha do mesmo. Seus olhos se iluminaram quando avistou um de seus favoritos, um em formato de lanterna com cyberskin. ' —— Olha, esse aqui é muito legal. Simula um boquete e se quiser, ainda vibra.' sugeriu. ' —— E... bem, essa eu acho que não sei responder. Quer dizer, nunca perguntei se alguém queria usar comigo. Acho que depende se for com um cara ou uma garota, mas se eu fosse perguntar, o primeiro, pra testar, seriam as algemas. Eu apenas... perguntaria se a pessoa quer usar. Como eu não me importo de ter em mim mas também gosto da ideia de usar em alguém, dava pra deixar em aberto e a pessoa decidir.' dizendo isso, pegou as algemas. Eram fáceis de abrir mas não se soltavam sozinhas, tinham realmente o objetivo de serem usadas na cama. ' —— Acho que o segundo seriam os óleos e a vela. Todo mundo gosta de massagens, né?'

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“As cartas apenas revelam o que precisa saber, cabe a você fazer funcionar” as palavras saíram tranquilamente, pois se havia uma coisa que compreendia com mais propriedade sobre a ciência da taromancia era que aquele instrumento não era um preditor do futuro, sim uma leitura apurada de possibilidades para o livre arbítrio. Um sorriso convicto surgiu no rosto como resposta, assentindo diante da segunda pergunta. Apoiou o dorso da mão no joelho dobrado, uma postura de abertura. “De onde, de quem ou se você que está mantendo” disparou fazendo sinal para que ele se sentasse. “Uma coisa é certa: mal não vai fazer! O que tem a perder?”

Acreditava naquilo? Não. Mas o nível de seu desespero já estava tão alto que Tristan não iria dispersar essa chance. Se Mason queria tentar ler as cartas para ver se havia alguma influência negativa em sua vida, estava aqui para escutar. ' —— Eu acho que rogaram alguma praga em mim.' respondeu com um leve bufar, chutando os matinhos para ser era um bom lugar para sentar e, por não ter formigas, apenas se abaixou para se acomodar. ' —— Mais mal não faz, né? Porque minha nossa, cara. Nunca vi um dedo tão podre pras coisas.'

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“Era impossível não concordar, T.” Apontou com um pequeno sorriso, sabia o quão mimoso o amigo era, conseguia ver isso pelas ações dele consigo e com os outros amigos também, por isso imaginava que seria assim para o animal de estimação, mesmo que fosse um pequeno hamster. Ao ter a mão sobre a dele, afrouxou um pouquinho, o deixando entrelaçar os dedos nos seus. Ou ouvi-lo, não conteve o sorriso. Sempre iria confiar em Tristan, independentemente do acontecesse entre os dois, não seria um beijo que mudaria isso. “Porque eu não haveria de confiar?” Perguntou dando levemente de ombros, os olhos azuis baixando depois para a mão que agora TK distribuía beijinhos, trazendo também um leve rubor ao rosto da loira, o coração acelerando com aquilo. Sorria de forma inconsciente, nem reparava que devia estar parecendo uma boba, soltando depois um pequeno risinho com a mordida. “Senhorita da paz? Eu aceito o de morango com tequila.” Assentiu, mo lábio inferior sendo mordido ao sentir o polegar alheio acariciando sua mão.

Embora agora estivesse mais leve, temia o momento em que decidissem falar sobre o que aconteceu no dia depois da festa. Preferia não chegar nesse ponto ali principalmente porque a loira tinha mostrado uma confiança em si e Tristan ano queria lembrar-lhe que ele quase estragou tudo. ' —— Você é cruel.' reclamou em brincadeira, fazendo um biquinho com o lábio inferior. Seus olhos brilhavam um pouco pois arderam com lágrimas de alívio. Não iria derrubá-las pois não era um momento para chorar, estava feliz de Riley confiar em si e demonstrou isso apertando a mão da mesma mais uma vez. ' —— Eu não sei. Poderia ter feito algo pra te machucar.' encolheu os ombros. Como beijá-la sem que ela quisesse, como deixá-la desconfortável com a amizade deles. Mas agora começava a enxergar que talvez isso estivesse somente em sua mente. Ainda não tinha plena certeza, mas arriscava que sim, podia ser isso. ' —— Bem, sim. Eu faria uma confusão, se você deixasse... mas tudo bem, fico aqui apenas para servir o sorvete que você desejar. Vou lembrar de não comer tudo.'

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Assim como os melhores amigos lhe inspiravam a seguir em frente desejava que TK fizesse o mesmo, por isso foi até sua estante apertando um objeto entre os dedos. Voltou a se sentar de frente ao moreno. “Acho que você precisa mesmo de uma Felix Felicis” indicou antes de abrir a mão e revelar uma pequena corrente com um pingente amarelo que simulava a poção reluzente da sorte. Com a canhota livre pegou a palma dele entregando o presente, um voto para que o melhor amigo pudesse sair daquela situação de maneira esperançosa. Exibiu o menor sorriso que possuía e sabia que era muito pouco para lidar com os traumas que Tk tinha com as relações, mas era puramente sincero e depositava todo seu carinho pelo garoto naquele ato. “Todo mundo fica meio idiota quando tá apaixonado.” falou em consolo e assentiu diante da próxima frase. “Então deixe que ela fale primeiro, a Ryh é ótima nisso. Acho que com certeza ela é nossa Hermione ou talvez a Jessie” franziu o cenho com o pensamento de Toy Story. Riley era espirituosa, firme e corajosa assim como a vaqueira ruiva. “Eu acho que… tenho algo pra te contar. Não é tão legal como seu beijo do século a la CasaBlanca, de Michael Curtiz" ele deu a referência de um filme de 1942. Como um aficionado do clube do cinema tinha que falar sobre o beijo apaixonante de Rick e Ilsa quando decidem as pendencias do passado, afinal, haviam ganhado oscar por algum motivo e combinava. "If you knew how much i love you, how much i still love you” ele levou a mão ao rosto do amigo encenando aquele trecho e aproximou-se dele para depositar um beijo apaixonado… na bochecha, claro! Voltou a se afastar com um riso breve. “Ok, prometa não rir? Mas… eu acho que to afim de um cara. Não to apaixonado “ ele quis se adiantar para não soar tão idiota como parecia em sua cabeça, como poderia não parar de pensar em alguém que antes cobiçava e agora tinha encontrado apenas algumas vezes? Não sabia explicar e isso fazia suas mão se moverem nervosamente. “Antes eu só ficava olhando porque nossa, ele é bonito pra caramba! Mas… ele  me deu o telefone e fomos nadar juntos na piscina.” admitiu tão baixo que tinha dúvidas se ele havia de fato ouvido. “Eu não sei se ele está interessado, mas eu queria me encontrar mais vezes. O problema é que… eu meio que falei dele no diário, tipo… o quanto ele é gostoso porque é verdade. Só que ai eu fui treinar e levei o bendito do diário velho e as páginas soltaram, para meu azar ele que achou. Parece um roteiro clichê e agora eu não sei bem como agir”.

Um grunhido de desgosto foi solto quando o garoto se afastou mas continuou observando-o. Quando ele retornou, a ação lhe arrancou um pequeno sorriso. Fechando os dígitos em torno do novo colar, subiu a mão para os lábios e beijou o fresquinho. ' —— É minúsculo, acho que preciso de uma garrafa de dois litros.' Tristan brincou, se ajeitando nas almofadas para conseguir já colocar o colar no pescoço. Mais uma joia para nunca tirar. Seu rosto porém, parecia querer queimar do tanto que começou a esquentar ao ouvir a definição dos tais sentimentos que tinha por Riley. Ainda não era isso, não podia alegar com certeza, embora achasse que realmente seria fácil demais se apaixonar pela garota. ' —— Não estou apaixonado.' resmungou meio sem graça. Estar apaixonado era um termo que lhe despertava certo receio; não tinha experiências boas com isso e sentia-se cansado de se machucar. Parecia já ter estourado a cota de paixões e todas elas deram errado. Às vezes... achava que esse sentimento tão puro e bonito não era para si. Não merecia um amor real, que lhe trouxesse benefícios e felicidade genuína como nos livros; tinha começado a acreditar que, para si, o amor seria sempre algo momentâneo. Duraria apenas um período e então chegaria ao fim da pior forma. ' —— Pra falar com ela eu preciso de coragem e isso acho que não tenho.' confessou, emendando uma brincadeira para tirar o peso do medo nas palavras. Seus olhos se interessaram rapidamente quando o garoto confirmou que tinha uma novidade, deixaria de lado o peso do nervosismo e os pensamentos contrários em favor de focar nas palavras do melhor amigo. E a citação lhe tirou um riso, o sorriso se alargando ao ganhar o beijo na bochecha. Se deitou para trás então nas almofadas para prestar atenção no que Oliver contava. ' —— Foram nadar ou foram nadar?' pingou um pouco mais de malícia na voz ao perguntar, mexedo as sobrancelhas. Pela forma como ele contava, ainda não deveria ter rolado nada mas céus! Como gostava de vê-lo assim novamente, interessado em alguma pessoa. Ao contrário de si, Oliver tinha um pouquinho mais de sorte. Foi preciso toda sua força para não rir da burrice dele em deixar as páginas do diário escaparem, mas ainda assim soltou uma risadinha. ' —— Isso é tão tua cara, seu desastrado! Mas ele sacou que era sobre ele? Você colocou o nome?' perguntou com curiosidade. ' —— Eu o conheço? Como ele é?' disparou as perguntas porque caramba, impossível não ficar curioso. ' —— Por favor, me diga que chamou ele pra fazer mais coisas juntos, Vee!' abriu os braços o chamando de modo silencioso para um novo abraço na posição modificada, o sorriso orgulhoso esticando seus lábios. ' —— Agora eu acho que é a hora de talvez seguir o próprio conselho e tentar conversar com ele, não?' retrucou.

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Oliver temia que o amigo não se desse outra oportunidade de ser feliz, pois sabia que no lugar dele também estaria com o coração despedaçado. Se até ele que estava do lado de fora conseguia sentir aquele aperto de ver alguém que se preocupava ter sofrido algumas vezes e temer também pela amizade dos melhores amigos, imagina o moreno? Por isso tratou de abraçá-lo um pouco mais forte, sabia que não poderia acalentar aquele sentimento, mas gostaria de mostrar que estaria com seu ombro amigo sempre que precisasse. Aquela angústia não era o único sentimento que tinha, também havia a animação por finalmente saber que eles haviam se beijado. Torcia mais do que ninguém para que os dois ficassem juntos. “Eu sei, as vezes queria mesmo ser um bruxo. Tudo seria mais fácil se tivéssemos um vira tempo ou uma penseira, nao é?” usou da referência nerd deixando um sorriso em cumplicidade. “Pra mim? Cristalino né!” tratou de marcar as palavras dando ênfase que era mais fácil a ele estando tão próximo dos dois. “Eu praticamente durmo e acordo com vocês!” completou como uma forma de demonstrar que não, ele não dava bandeira. “Seu riso é mais leve com ela, um pouco bobo também. Mas eu fui por eliminação Tristan, de todas pessoas que você convive apenas ela seria capaz de te causar isso. Porque eu sei que eu e o Bast que não é!” riu com a última parte, podia ser coisas de garotos mas ele sentia que mesmo com toda a intimidade não tinham aquele nível de relação, o que deixava as opções mais claras. “Primeiro dê um pouco de tempo as coisas, agora você está ansioso e ela também deve estar. São muito importantes um pro outro.” falou o que era claro, mas para que ele se desse conta naquele momento. “Nas três vezes não era a Riley, a pessoa que você conhece melhor que ninguém. Aproveitem os dias como sempre fazem se não conseguir conversar, uma hora o assunto ou outros sentimentos vão surgir.”

Um leve bufar escapou de forma meia abafada pela posição que se encontrava. Não queria um viratempo ou uma penseira, queria um método mais eficaz. ' —— Eu queria era um obliviate.' resmungou. ' —— Assim ficava mais fácil.' se livrar de todas as memórias dolorosas e apenas esquecer mesmo. Para seu alívio, a confirmação de que podia não ser tão claro assim para Riley, veio. Tristan não queria que a menina se afastasse de si por causa de seus sentimentos conflituosos que ele sequer conseguia colocar um nome. Nas vezes que se interessou por outras pessoas, não se sentia assim tão nervoso e sem saber o que fazer. Nem mesmo no primeiro relacionamento teve tanta dificuldade. Talvez fosse apenas as cicatrizes que os relacionamentos passados deixaram, mas não tinha certeza. ' —— Céus, eu devo parecer um idiota.' resmungou com um riso sem graça. Se foi tão claro para Oliver notar a diferença, questionava-se há quanto tempo fazia isso. Podia estar com medo mas ele estava certo, precisava se acalmar e tentar tratar o assunto com maturidade e clareza. ' —— Só de pensar eu já fico mais nervoso, tenho medo de errar até só conversando.' sussurrou. Não queria ficar voltando a ouvir as dúvidas que ansiedade lhe causava então se arrastou minimamente para conseguir o encarar. ' —— Eu... vou tentar conversar com ela sim. Agora por favor me distraia, eu estou ficando agitado.'

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Um dia mais quente infelizmente significava um Tristan mais irritado. O que, consequentemente, tornava quase impossível de meditar com tranquilidade. Talvez correr não fosse a melhor das ideias pois ficaria mais suado, mas não recusou a proposta de Mason e ali estavam agora. ' —— E isso funciona?' perguntou. Não era muito crente em coisas místicas... excetos fantasmas. Em fantasmas acreditava sim. ' —— Se for influência negativa, você consegue descobrir de onde... eu peguei isso?' nem sabia os termos corretos, então apenas disparava.

“ há mistérios no mundo que não se explicam” ele murmurou enquanto fazia o próximo movimento de respiração. Tinha combinado de meditar com @tkmaddox​ naquela manhã, mas diante dos últimos acontecimentos pessoais sabia que nao conseguiria esvaziar a mente por completo e por isso uma caminhada seguida de exercícios para acalmar eram mais propícios. “Estou aprendendo a jogar baralho cigano, poderia descobrir o que as cartas tem a dizer sobre sua má sorte. E se for mesmo uma influência negativa pelo menos vai saber com o que lidar.”

[tkmaddox]

Não sabia se TK tinha ou não brinquedos, só que ele era mais tranquilo com esses assuntos, havia mesmo contado para ele sobre o brinquedo em questão, porque não tinha com quem conversar, mas não saberia o que dizer se seus pais soubessem. Ainda mais sua mãe, o que poderia dizer para uma nordestina que vinha de uma família muito conservadora, já tinha ido longe demais em dizer que era gay e ter sua sexualidade tão aberta com eles, a recepção foi ótima, mas de resto? Ainda não tinha tanta coragem assim. “ —— Acho que agora tá bem escondido… Eu e o Vee pensamos bem e conseguimos mudar o quarto, acho que eles nem vão perceber —— ” Era mais a esperança falando do que a certeza, Bastian não poderia garantir nada se estavam tendo essas expulsões.

O foco do garoto foi desviada quando TK começou a tentar falar em português e quando conseguiu dizer a palavra, Bastian bateu palma de forma frenética porque foi fofo e muito perfeitinho. “ —— Isso, depois te ensino os palavrões, são muitos, e os memes, lógico! —— ” Sorriu de forma divertida. Assentiu sem jeito por não ter se tocado sobre isso, chegou a encenar que foi um tapado, dando um tapa na própria testa e rindo logo em seguida. “ —— Eu esqueci desse detalhe, desculpa. Se eu invento de mostrar o que eu faço pra minha mãe, ela pira, mas o meu pai tá adorando ficar me enchendo o saco com essa coisa de querer um novo Neymar na família, o primeiro Neymar gay no futebol —— ” Gargalhou, pois reproduziu exatamente o que o pai falava para ele de maneira bem bizarra, mas que ele sabia que não era por mal. “ —— Completamente pelado e depilado? Bem, não se preocupe, fiquei bem aquecido depois daquilo… eu me sinto seguro quando tô com vocês, ainda mais chapado, aí eu começo a agir como se você e o Vee fossem as mulheres maravilhas e me salvassem de tudo —— ”

Depois da inspeção que acarretou em uma nova expulsão, Tristan não sabia se esconderijos realmente funcionavam. Não sabia o que ocorreu para a garota ser expulsa, não a conhecia direito e o sumiço repentino não lhe abalou, exceto talvez pelo fato de querer entender a fofoca. ' —— Eu espero que dê certo sim, que tenham conseguido esconder bem. O ruim é não sabermos quais os métodos que eles usam pra inspeção.' entortou os lábios em desgosto. Se soubessem pelo menos isso, já seria mais fácil. Sua preocupação se esvaiu ao receber a confirmação de que falou certo, ficava contente pois não era fluente em nenhum outro idioma, apenas gostava de usar algumas palavras em espanhol, por exemplo, quando estava bêbado. E geralmente eram apelidos carinhosos. Saber xingar em outra língua? Seria ainda melhor! ' —— Sim, por favor! Os memes e os palavrões são os principais.' concordou, fazendo então um gesto de leve desdém com a destra para mostrar-lhe que não se importava com o breve esquecimento alheio. Seus amigos não eram obrigados a lembrar tintintim por tintintim de sua vida, afinal, então não o culpava. Mas surpreendeu-se com a comparações grotesca, fazendo uma expressão desgostosa. ' —— Caaara, um Neymar gay? Por que eu me surpreendo com essas coisas?' bufou um riso antes de sorrir de maneira mais carinhosa para o amigo, puxando-o novamente em um abraço. ' —— Bom. Porque eu também me sinto seguro com vocês. Mas por favor, se só tivermos eu e você, não pule no lago nem na piscina, okay? Capaz de se afogar e eu não ter coragem de entrar. Eu desmaio antes mesmo de pensar em pular na água, Bassy.' seu medo era grande demais para ignorar, essa era a verdade. Não conseguiria ajudar o amigo se ele precisasse e certamente se culparia se algo acontecesse.

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a garota fechou o livro, o deixando sobre a perna, com o dedo marcando a página em que parou a leitura. “tudo beeem, eu vou dar mais uma chance a ele! principalmente porque agora eu tô curiosa pra saber se esses dois vão se resolver ou vão ficar de palhaçada até o final mesmo.” tinha vontade de já abrir as últimas páginas do livro para descobrir? com toda certeza, mas não o faria. gostava de ser surpreendida lá história. acabou olhando para o garoto com uma careta, ao ouvir aquela parte sobre vida real. “tristan, se eu quisesse ler alguma coisa sobre a vida real, era só ler o que escrevo no meu diário. é triste! lá o casal nunca fica junto! aqui eu quero é me iludir, idealizar um padrão inalcançável de relacionamento.” cecilia explica, balançando o livro na direção dele. “igual eu fiz com os filmes do noah centineo.”

Um sorriso sapeca brincou nos lábios de Tristan pois embora soubesse a resposta para aquela dúvida da menina, não iria contar esse spoiler. ' —— Tem que ler direitinho sim e sem caçar spoiler na internet, aí perde a graça.' alertou. A face virou para Ceci e então a fitou, as íris verdes procurando as mais escuras dela. ' —— Definitivamente nada de reler o diário, às vezes só serve pra ficar triste.' não tinha um diário, mas tinha suas telas. Era nelas que despejava seus sentimentos e às vezes olhar algumas antigas chegava a ser doloroso. ' —— Então devia começar a ler aqueles romances mais clichês de adolescente. Acho que os filmes do Noah são quase tudo adaptações, né? Não sei, não acompanho muito bem esse cara, não é muito lá meu tipo de filme.' gostava de filmes de romance sim, mas os de adolescente eram chatos. De drama adolescente já bastava sua vida que foi cheia disso.

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Riley não conseguiu deixar de bufar uma pequena gargalhada ao ouvi-lo. O pior é que ele tinha razão sim, o hamster não arranjaria ninguém como TK para lhe dar tanto mimo. “É sim, T, mas ainda bem que sabe isso.” Sorriu para o amigo. Entendia o que ele queria dizer, os tios provavelmente gostariam de estar informados sobre aquele assunto, mas isso apenas traria preocupações, chamadas para a escola querendo esclarecer o que aconteceu, e na verdade a loira conseguia resolver o mal entendido indo falar com o diretor ela mesma. “Eu contei para você porque precisava falar disso com alguém, e confio em você para compreender. Meus tios iriam provavelmente arrumar alguma confusão e sinceramente, eu não quero isso.” Explicou ao mais alto, os olhos azuis se erguendo para o observar se sentando do seu lado. Tirando o carinho que Tristan fizera em suas costas para acalmar das injeções, aquele aperto na mão era o único toque mais carinhoso da parte dele desde aquele beijo, e isso era estranho já que antes não tinham quaisquer restrições nesse aspeto. “Obrigada, Tris. Mas acho que prefiro ir sozinha.” Sorriu para ele, assentindo.

' —— Não era pra você concordar!' reclamou, fingindo uma certa indignação com as palavras soltas pela garota. Ficava extremamente aliviado de vê-la novamente com o sorriso no rosto mesmo que fosse algo pequenininho, já era um bom caminho. Seus próprios lábios exibiram um sorrisinho ao ouvi-la confirmar que tinha falado consigo por precisar contar para alguém; ela podia ter escolhido Oliver para isso mas não. Apertou-lhe a mão novamente, seus dígitos buscando entrelaçar timidamente aos de Riley. ' —— E eu agradeço por você me contar. Fico muito feliz que confie em mim.' murmurou, subindo as mãos unidas para seus lábios para deixar um beijo suave em cada uma das falanges dela. O contato parecia tão diferente do normal que Tristan sentiu o rosto esquentar mas isso não o fez se afastar, apenas continuou traçando os beijos para as costas da mão da garota e então mordeu o local em brincadeira. ' —— Tudo bem, senhorita da paz. Sem confusões e você indo sozinha resolver. Mas saiba que quando sair, se precisar de sorvete, eu tenho alguns sabores especiais... creme com vodka e morango com tequila.' mexeu as sobrancelhas, o polegar acariciando onde anteriormente tinha mordiscado.

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Home Alone 2: Lost in New York (1992) dir. Chris Columbus