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CAPITÃES DA AREIA

Autor Jorge Amado, Editora Companhia das Letras, 311 páginas, Kindle, edição 2008

Jorge Amado conta a história de um jeito tão único, que até parece tangível. A gente sorri com as peraltices, sofre com o sofrimento e chora inconformado com as injustiças. E foi assim que Capitães da Areia se tornou uma das minhas obras favoritas de 2021. Jorge Amado tem uma linguagem bem direta. Faz algumas breves descrições e ambientações concisas, ricas e ao mesmo tempo limitadas. Capítulo a capítulo ele trouxe um pouco de cada um dos principais Capitães da Areia.

O livro começa com Cartas à Redação, e aqui eu vou descrever um pouco da situação. Com um texto tão atual que incomoda.

O jornal faz a denúncia sobre as crianças ladronas, conhecidas como Capitães da Areia. Reportagem localizada em local de destaque no jornal (notem essa particularidade no decorrer do relato).

A notícia é respondida pelo Chefe de Polícia, enfatizando a situação dos delinquentes, e jogando a responsabilidade no Juiz de Menores (uma espécie de Conselho Tutelar). A reportagem fica também em destaque recebendo inclusive elogios.

Por sua vez, o Juiz de Menores responde, se eximindo da responsabilidade.

Uma mãe costureira responde a reportagem, a sua maneira, simples e com grande preocupação quanto ao abandono dos menores. Não é de se admirar que sua resposta fique jogada em uma pequena nota entre diversos anúncios.

Cartas vão e cartas vem, a responsabilidade é jogada de um lado para o outro. Os de grande poder são colocados em destaque, e os verdadeiros interessados na causa das crianças abandonadas e jogadas em reformatórios, entre anúncios escondidos no jornal. Qualquer semelhança com o séc. XXI é mera coicidência.

Eram mais de cem meninos, vivendo no trapiche, nome dado a uma casa abandonada.

“Seria bem melhor dormida que a pura areia, que as pontes dos demais trapiches onde por vezes a água subia tanto que ameaçava levá-los. E desde esta noite uma grande parte dos Capitães da Areia dormia no velho trapiche abandonado, em companhia dos ratos, sob a lua amarela”.

Os capítulos curtos, no formato de folhetim, começam com recortes da vida dos meninos marginalizados, e que roubam para sobreviver. Por mais violentos que seja o grupo dos Capitães da Areia é impossível não sentir compaixão pelos anti-heróis dessa história.

O foco se dá a vida de alguns dos membros, como: Pedro Bala, Dora, Sem-Pernas, Boa-Vida, Volta Seca, João Grande, Professor, Gato, Pirulito e Barandão. Mas, ambos representam as empreitadas e o abandono sofrido por todos. Meninos de seis a dezesseis anos, liderados pelo capitão Pedro-Bala.

“Vestidos de farrapos, sujos, semi esfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarros, eram, na verdade, os donos da cidade, os que a conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas.”

Em poucos parágrafos, já conhecemos esses meninos, que alcançaram o título de homens tão cedo. Crianças, com vida de adultos. A base em que se apoiam, são as leis dos Capitães da Areia. Não possuem suporte legal, tutores, ou um alicerce em que apoiar.

Tinham como presença adulta algumas pessoas que conquistaram a confiança dos meninos, o Padre José Pedro e a mãe de santo Don’Aninha. Levavam a duras penas algum acalento. Alguma instrução, as vezes colo. Conseguindo até, encaminhar alguns poucos meninos na vida.

Entre eles, conhecemos Professor, um artista, o mais letrado de todos, o contador de histórias, nem sempre compreendido, às vezes massacrado apesar da inteligência. Me fez ter esperança, no mundo.

Sem-Pernas, um menino vestido de ódio, um menino atormentado por traumas e que atormentava os outros meninos, pois não suportava um mundo feliz a sua volta. Não achava justa a felicidade. Estou aberta para conversar sobre o final de Sem-Pernas com quem quiser que queira.

“No fundo do seu coração ele tinha pena da desgraça de todos. E rindo, e ridicularizando, era que fugia da sua desgraça. Era como um remédio.”

Meninos como: Boa vida, que o próprio nome já indica seu temperamento, Gato, menino bonito e malandro.

Dora, a única menina do bando. Forte, a imagem de irmã, mãe e cuidadora do grupo. Volta Seca, o afilhado de Lampião. Entre tantos outros meninos. Cada um livre e preso aos Capitães. Fortes e fracos a sua maneira.

Houveram passagens e paragens que trouxeram calmaria, no meio a tanta aflição. Momentos de choro e de riso durante a leitura. E por fim, Capitães da Areia acabou com finais, muitos tipos de finais, de cada um dos meninos já feitos homens. Acabou em outra notícia de jornal.

“A temática das crianças que vivem nas ruas continua bastante atual. Para escrever Capitães da Areia, Jorge Amado foi dormir no trapiche com os meninos. Isso ajuda a explicar a riqueza de detalhes, o olhar de dentro e a empatia que estão presentes na história.” Zélia Gattai Amado

Capitães da Areia foi censurado, foi queimado em praça pública. E foi, pelo simples fato de falar sobre o povo brasileiro, a realidade brasileira daquele momento, daquelas crianças de Salvador. A literatura não está para fazer cócegas nos ouvidos, a literatura está para incomodar. Não incomodar no sentido de causar arruaça, incomodar no sentido de impactar, transformar, fazer refletir. E Capitães da Areia é um clássico, pois sempre passará uma mensagem, sempre fará refletir, nos trará o desconforto e por fim a realidade.

Compre Capitães da Areia físico ou E-book

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Há um tipo de tristeza que vem de saber demais, de ver o mundo como ele realmente é.

É a tristeza de entender que a vida não é uma grande aventura, mas uma série de pequenos momentos insignificantes, que o amor não é um conto de fadas, mas uma emoção frágil e passageira, que a felicidade não é um estado permanente, mas um vislumbre raro e fugaz de algo que nunca poderemos segurar em cima.

E nesse entendimento, há uma profunda solidão, um sentimento de ser separado do mundo, das outras pessoas, de si mesmo.

Virgínia Woolf

(*) Nota: Virgínia Woolf, in "Ao Farol" - 1927.

Arte Rubia Dantes

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Te entendo, Bukowski, meu maior problema também são as pessoas, elas me adoecem. 

Astrid Calisto 

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Grey's Anatomy

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Friends

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Talvez seja esse o meu propósito: estar bem para os olhos do mundo. E a noite desabar no mar de desilusões.

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E se não houver o amanhã?

Sinceramente, ficaria aliviada no estado que estou, ansiosa e mal pelo que está a minha volta, tudo parece tão sem sentido que me pego tentando fazer esse sentido ter sentido e é o que me acaba afundando.

Tudo que antes era bom, ótimo, se tornou algo maçante. Coisas que antes eram prazerosas hoje em dia se tornaram um vazio dentro de mim.

Então, agora nesse momento em que coloco todas as emoções em dúvidas, anseio, e remorso faz bastante sentido não me importar com o Amanhã.

O hoje já foi concluído que não há mais nada a se fazer, não há nascer do Sol que me faça me importar se não houver mais um dia.

Essa é a fase mais assustadora que já senti.

Rayra S.

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todo mundo fala que quando não se cabe em algum lugar, devemos ir embora, mas ninguém fala da dor de não caber, do desconforto de querer pertencer, mas não conseguir se encaixar, principalmente quando esse "lugar” é uma pessoa que você ama muito.

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Quando a presença machuca mais que a ausência, o adeus se torna um alívio ao invés de um martírio.

abismoadois

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Eu gostaria muito ter autocontrole em mim.

Não deixar que me afogue em meus pensamentos, que os acontecimentos ao meu redor não sugasse parte de mim.

Queria que as coisas fossem mais estáveis, equilibrado...

Sinto que estou me afundando e não me reconheço mais, não sei o que quero mais, não sei aonde estou indo.

Só espero que eu consiga me puxar disso, se não, já era o que fui, o que sou ou o que serei.

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Não sei fazer nada que não seja no automático. As vezes faço coisas sem pensar e finjo que estou bem.

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o pior pesadelo que uma pessoa pode ter é ela mesma.

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é difícil descrever o motivo de ser tão entregue a você. mas se fosse para resumir: é como se com você eu tivesse a segurança em poder fazer tudo

-es.

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Eu aceitei que vou ficar sozinha, mas isso não me dói, eu entendo que dou importância pra coisas pequenas e que ninguém mais liga; gosto de coisas difíceis de uma mesma pessoa gostar, meus interesses não são mais tão ambiciosos como um dia já foram. Depois de muito sofrer, a gente não almeja mais nada além de paz, nada além de um canto pra recostar a cabeça e apreciar um bom livro em silêncio ou dançar livremente em frente a um espelho gigante sem se preocupar com julgamentos alheios. Quero poder comer o que gosto assistindo aquela saga de filmes que já vi mais de quinze vezes em um lugar tão limpo que dê pra sentar no chão sem neuras. Quero poder transformar as coisas e deixar o meu lugar tão aconchegante a ponto de me permitir relaxar e dormir tranquila por oito horas consecutivas, faz tanto tempo que eu não consigo isso. Quero saúde física e mental, só o que eu peço. Depois de tudo o que passei, eu mereço isso.

Reclínios.