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TIA GLAUCÉRIA FAZ PICADINHO
Arlette, antes de se juntar ao bando, já havia montado o texto de Neumar Michaliszyn com a CIA Carnívora em Curitiba, onde apresentou pelo Festival Internacional de Teatro de Curitiba e ficou em cartaz no Teatro FALEC. Em novembro de 2017 começamos a montar uma versão Van der Ground dessa peça, com sonoplastia de Renan Cabral e direção de Felipe Schaitel.
Tia Glaucéria é uma professora que, casada com a própria profissão, é aposentada devido a um surto em sala. Insatisfeita, percebe que precisa reaprender a viver sem aulas, o que a leva a redescobrir-se e realizar mudanças até então impensáveis. Conduzindo-nos através de uma trama cheia de loucura e horror, revelando, assim, sua verdadeira personalidade, anteriormente soterrada sob a máscara social da professora queridinha, Glaucéria acaba por nos mostrar lados profundos e obscuros da educação brasileira.
O experimento performativo em arte de guerrilha do Bando de Arte Livre Van der Ground tem sido a prática mais relevante na minha vida como artista e cidadão. A verdade é que o Bando não nos traz um retorno financeiro significativo, por hora, não conseguimos sobreviver desse trabalho. Por ser uma forma anarquista de se produzir Arte, não temos intenção no retorno financeiro dos artistas envolvidos, o que, fora do mercado, nos abre possibilidades para experimentar formas não convencionais de Arte. Também percebo o Bando como alvo de interesse de professores de diversas áreas, e acredito que seja pela capacidade de disseminar uma ideia através do Terrorismo Poético, de causar uma epidemia. O Bando é, na maior parte, formado por docentes que ganham a vida no professorado, e buscam na Arte uma forma mais eficaz de comunicar e criar espaços de diálogo. Percebo a lamentável situação política do Brasil como sendo fruto do desentendimento, da absurda quantia de informações falsas e da falta de comunicação. Nosso país encontra-se dividido e magoado com a democracia. A população evita assuntos de política desde as eleições de 2018. Professores estão sendo perseguidos, filmados e denunciados por doutrinação ideológica. O Bando permanece para ressaltar a importância de se encontrar formas de um Teatro anarquista, preocupados em usar a arte como arma e estratégia. Agora, como professor, sempre atento às brechas, eu busco uma abordagem camuflada, sabotadora e capaz de se infiltrar no sistema. O Bando quer, parafraseando Antônio Carlos Belchior, “que esse canto torto, feito faca, corte a carne de vocês”.
- Felipe Schaitel
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O Bando de Arte Livre Van Der Ground é uma livre realeza decadente, manifestando o sagrado mas afundados em terror, tornando-se eterno por sempre morrer, o maior ato de amor. Agindo como ocupantes e bruxos urbanos revelamos segredos na estrutura sistema e lançamos feitiços e armadilhas nas ruas do império dominante. Lançando-se em guerras materiais e espirituais, emergir das sombras e assumir por um momento o trono de Imperador do Caos. As ações do Bando tratam de encontrar as frestas na realidade e dilatá-las para que se tornem caminhos, as passagens secretas que levam à forças da ordem do terror e do desejo sexual, a transmutação da energia que permeia o espaço público. Por instantes um portal é aberto, proporcionando experiências divinas e criando conexões de uma outra natureza, relações com significado irracional. Os atingidos ativam a percepção de outro plano e passam a conhecer uma nova forma de existência e coexistência. Enquanto ator-terrorista no Van Der Ground, me foi concedida uma evolução artística e espiritual, o contato direto com as entranhas invisíveis do sistema. O que abrimos para o público é o que abrimos para nós, a ativação de um terceiro olho, a visão do oculto em busca da sabotagem. Pombos-vigias, Cobras na sombra de prédios da metrópole do Éden, portadores do fruto proibido. Sempre foi um risco conhecer a verdade, e, diante do perigo, zombamos dos leões sem juba. O que une bando é o desejo de Algo em comum, a curiosidade metafísica que nos leva a procurar um nos outros, e no mundo, as respostas para as dúvidas da existência. É sobre Deus e sobre o Humano. Espionamos pelos buracos da parede e da carne, e sentimos que, só de procurar, encontramos. E nessas conexões, somos também transportados para uma outra realidade. As ações não carregam a proposta terrorista apenas no momento de sua execução, todo o processo de criação e preparação coloca, tanto os participantes quanto os envolvidos externamente, dentro de papéis que sugerem um ambiente hostil e incerto, a sensação de uma mudança próxima, um “algo vai acontecer”. Espaço do Bob’s é usado publicamente por terroristas para preparar um ataque, os clientes acompanham todo o processo. Momentos após, em frente ao restaurante, uma marionete humana esfrega um lanche na cara e denuncia: pessoas morrem consumindo esse produto. O produto não é apenas um lanche do Bob’s, o produto é a vida capitalista. Trabalhamos com as forças negadas, libertando tabus. Aqui você pode levar uns tapas, mas só se quiser. Venha ter uma realização espiritual através da dor! Entre em transe gozando! Fique nu! Celebre seu corpo e destrua todo o resto. Expor o corpo com marcas de tinta pela cidade: mãos, rostos, barrigas, coxas, costas, braços, pés, peitos, paus e bundas. Essa bunda é minha e você não faz ideia! O terrorismo poético começa quando os corpos se movem e as mentes refletem sobre o caminho sorrateiro para a liberdade. Um plano de fuga; um túnel subterrâneo é cavado e mesmo quem não cavou sente-se tentado a escapar.
- Duca
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Ação terrorista foi criada para a XØKE - Mo(n)stra Independente de Arte de Guerra, que aconteceu no dia 7 de dezembro de 2017. Três atores - dançarinos e um violonista - apresentam ações cotidianas na rua, que a princípio podem parecer naturais e inofensivas, mas que, na verdade, são o reflexo de uma imposição de regras sociais e culturais que escravizam o ser humano a muitos anos. Em KINKSTERS ressignificamos diversos objetos fetichistas para representar duas figuras de políticos, cheios de logotipos de marcas renomadas em seus ternos, que manipulam uma marionete-zentai.
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Nossa cultura gera a maior parte de sua pornografia motivada pelo ódio ao corpo - mas, como em certas obras orientais, a arte erótica em si mesma cria um veículo elevado para o aprimoramento do ser/consciência/glória. Uma espécie de pornô tântrico ocidental poderia ajudar a galvanizar os cadáveres, fazê-los brilhar com uma pitada de glamour do crime. (BEY, 1985, p. 32)
Após o fim da festa Sodoma, que deixou de existir no TREZE, nos unimos com a BAPHO Cultural para criar a SEX TAPE. Trata-se de uma festa-ritual com temática pós-pornô & libertária, regada a performance e projeções de porno terrorismo. Com mais liberdade para criar as performances, o Bando aproveitou a festa como laboratório e tem alcançado novos resultados cênicos.
Criamos ações novas para cada festa, mas, sobretudo, temos apostado no contágio e no sequestro como performance - ações especialmente criadas para essa uma pessoa. A escolha é feita a partir de jogos que misturam a virtualidade online com o aqui e agora, e, para isso, incluímos o WhatsApp, Instagram, Facebook, Twitter e outras mídias como possibilidade de contato e interferência. Também, na edição mais recente, criamos o Museu da Democracia, galeria que traz uma série de objetos e símbolos da época em que a Constituição brasileira não corria perigo, como, por exemplo, o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente.
"Sempre acompanhei o trabalho do Bando através das redes sociais. Apesar de estudarmos na mesma instituição, não tinha muita intimidade com ninguém do grupo. Então, fiquei muito feliz quando recebi um dia uma mensagem do Schaitel dizendo que eles iam fazer uma reunião para conversar sobre ações para uma performance e "seria maravilhoso se você pudesse aparecer também pra gente pirar juntos", nas palavras dele. Pra mim, foi um momento muito mágico. Eu estava em um período pós término do doutorado e um pouco perdida na minha vida teatral. Foi um momento de reaproximação com a arte. Eu participei de poucas performances com o Bando, mas foram suficientes para eu reencontrar o meu brilho artístico. Me reencontrar. O Van Der Ground possui uma dinâmica linda, repleta de liberdade, acolhimento, aceitação, compreensão. O Bando é agregador. Todas as ideias são válidas, todas as pessoas são bem vindas. E isso torna o trabalho vivo e muito único. O "Van Der" trabalha com a ideia de risco. Nas performances, nos colocamos em risco e exposição, trabalhando com a nudez, o erotismo, a sensualidade, o fetiche, o tabu. Nos colocamos assim, em um lugar limítrofe, onde existe uma exteriorização e isto é elevado do cotidiano, gerando uma noção de “acontecimento”. O risco é, por si só, gerador de acontecimentos. E acredito que isto constitui muito a estética do grupo. Nas ações que participei, sinto que trabalhamos na esfera da dimensão performativa da intimidade. E como se faz isso? Talvez explorando a experiência real do processo. Os questionamentos sobre o corpo vigiado, controlado, e sobre como transgredi-lo e libertá-lo, martelavam em minha mente durante e após as performances, e isso foi extremamente instigante para mim. Nos trabalhos que pude participar, na Famigerart e nas edições da Festa Sex Tape junto com o Bando, eu trazia à luz minha principal pergunta: "O que me mobiliza?" A resposta poderia ser que não existe uma pausa consciente no performativo e isso envolve o processual do fazer, a lógica da prática em si. Mas sei com certeza que uma das coisas que me movem é a possibilidade de causar efeitos em mim mesma, enquanto ser performativo e também efeitos no espectador, buscando dissolver fronteiras entre o cotidiano e o extra-cotidiano. Senti, dentro desses trabalhos, minha voz reverberada, minha imagem refletida. Como atriz/pesquisadora, eu ainda busco minhas respostas. E encontrei no Van Der Ground um espaço lindo e real para descobertas."
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Cartas de amor nascem, brotam, atravessam o limite da ordem e do prazo. Cartas de amor são caóticas. O Bando de Arte livre Van der Ground (gosto de falar assim, com nome e sobrenome) é um caso de amor, impulsivo como qualquer paixão e eterno como a tatuagem no meu corpo com o nome que homenageia o meu grande amor. “VAN DER GROUND”. Ao me deparar com o Caos e suas possibilidades e aceitá-lo, e tentar incorporá-lo, o Vander (apelido carinhoso) me libertou da solidão de viver artisticamente, agora tenho o Outro, o Bando, eles, elas, nós. Sempre na luta, Amo.
- Arlette
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O bando foi convidado pela produtora BAPHO para participar da terceira edição da Famigerart - Mulher em Cena, evento sem fins lucrativos que aconteceu no dia 8 de outubro de 2017. Apresentado pela Drag Queen Suzaninha Richthofen, o evento contou com a colaboração de artistas de Florianópolis e região que apresentaram números artísticos nas mais diversas formas de expressão.
Essa foi uma ação muito especial para nós, porque foi a primeira vez que o Van der Ground teve uma performance criada apenas por mulheres do Bando. Assumiram a frente com o Correio Amoerótico e recolheram os fetiches do público - revelados em dado momento da festa.
O “Vander” como carinhosamente apelidamos, é um monumento, um amuleto/talismã, um membro da família e ao mesmo tempo um objetivo. Ele possui características próprias, ao ponto de andarmos na rua e identificarmos em pessoas e em lugares, algo que nos remeta a ele. Ele também já foi “ela’, quando as mulheres do Bando optaram por performar sozinhas. Eu entrei no Vander por convite do Schaitel e da Laise para fazer uma oficina de dramaturgia, como eu ensaiava no mesmo horário, não fui. Em um dia de boicote ao TCC, fiquei sabendo que um encontro do Vander ocorreria, resolvi aparecer. Esse momento não foi um momento em que me percebi bem-vinda, minha presença quase não foi notada como algo novo, muito pelo contrário, é como se eu sempre tivesse pertencido à aquele grupo. “Os desajustados” estavam ali para fazer a arte que os agradava, mas também que os desafiava. Algo me chamou atenção, em nenhum momento minha capacidade enquanto atriz foi questionada, não que eu não fosse avaliada, mas é como se não houvesse a necessidade de me provar boa, ou útil para o grupo. Eles confiam em mim. Apesar da minha experiência ser nula com teatro de rua, minhas ideias eram levadas em consideração, eram testadas e inclusive se aglutinaram nas performances, que hoje não sei muito bem o que ali eu sugeri. As performances são tanto de quem atua, quanto de quem produz, dirige, etc. No início eu me distraía demais ao ensaiar na rua, meu olhar se perdia com os passantes. Aos poucos passei a me concentrar em mim, nas minhas ações e ainda estou aprendendo a dosar meu olhar, energia e percepção interna com o externo, com o que acontece ao meu redor. A hierarquia é fluida, percebemos através do interesse e da propriedade em um determinado assunto, assumimos este como autoridade diante de dúvidas e opiniões. Também há um respeito pelos membros mais antigos e fundadores, quase como se fossem lendas, “O Jonas”, especificamente. O papel do Schaitel como diretor é como uma verificação, uma checagem, se o que estamos fazendo condiz com o esperado. Quando não concordamos, apenas conversamos e testamos. O teste, eu diria, tem papel tão importante quanto o risco. Nos permitimos testar, nos permitimos errar. Colocamos a cara, o corpo e alma até quando estamos terrivelmente errados no lugar, hora, tema e no desempenho. Encaramos como experiência e não temos vergonha diante de outros artistas, julgadores e acadêmicos, estamos a salvo entre nós. Não sentimos necessidade de nos justificar, defendemo-nos quando necessário, embora adoremos o debate. Aceitamos as habilidades de um como benéficas para nós, nunca batemos o martelo em relação a função de cada um, transitamos quando necessário e somos generosos nas evidências. A amizade aconteceu depois do Vander, a união e os laços criados vão além da cumplicidade, é aonde eu sei que posso estar amarrada a um poste, nua, na rua, gritando algum texto sórdido e incomum, que eles estarão me apoiando em cena e fora dela. A questão do risco é muito presente. Não só porque grande parte de nossas intervenções são performances, mas porque muitas vezes são na rua,em festas e somente muito recentemente estivemos protegidos pela distância palco-plateia. Gostamos do fluxo e do que eles nos oferecem como reação imediata. O risco nos uniu, entre olhares nos percebemos, nos cuidamos. Isso não nos custa nada, fazemos quase que automaticamente. É difícil identificar minha caminhada artística antes do Vander. É como se eu conseguisse identificar algum trabalho substancial somente depois de trabalhar com o Vander, não apenas porque me transformou como pessoa, me colocando como agente e observadora, mas também porque mudou o mundo a minha volta. Ao questionar convenções sociais que antes eu apenas aceitava, percebi ao meu redor os materiais (que hoje são elementos fetichistas), ferramentas com extrema potência estética, que causa desconforto e ao mesmo tempo curiosidade no público. As relações embora nem sempre clara e nem sempre questionadas, são postas em xeque, despidas, quando vistas da ótica do fetiche. O preto, o branco, o pombo, os ratos, as ruas, o underground, o rock, o ritual, o metafísico, o grotesco, o risco, o teste, o erro, o flanar, o inédito, o único, o sujo, o velho e o novo, o cyberpunk , o steampunk , o terrorismo poético, a magia, o Artaud e o Hackim Bey, fazem parte do que é a filosófica/estética trash, do Bando de Arte Livre. Nossas referências vão desde os quadrinhos lidos, até os pensadores mais aclamados, não questionamos importância, não temos como classificar uma melhor que outra, elas apenas nos compõem. Arte livre porque não teria como ser diferente, a arte é livre, tão livre quanto é ligada, quanto assina contratos com nossa realidade e compromisso político. Temos uma rotina de estudos, que embora tenha seus picos de produtividade, ainda assim é uma constância. Assim como ensaiamos na rua, estudamos na rua, as escadarias do centro já foram cenário de nossas leituras. A noção de que performamos apenas por estarmos juntos, é algo que nos enche o ego. Somos um grupo homogêneo apesar de todas as diferenças. Vivemos juntos, não apenas dividimos a cena, o serviço, a responsabilidade e o cuidado, dividimos o destino, quebramos a cabeça nas questões pessoais de todos, e o que há de mais genuíno, nos admiramos enquanto pessoas, enquanto artistas. Enchemos os olhos com o que há de beleza em cada um. Quando começo a falar do Bando, muitas vezes fico com medo de ser injusta e nos pintar como perfeitos, quando na verdade estamos muito longe disso, mas funcionamos bem, e enquanto funcionarmos juntos seremos duradouros e orgulhosos de tudo, até dos erros. Eu gostaria que houvesse mais diversidade no grupo, querendo ou não somos todos brancos, de classe média. Nossa aliança mais valiosa nesse sentido foi com a produtora Bapho, que nos deu espaço em eventos LGBTQ+ e que se simpatizam com nossas propostas. De qualquer forma estamos abertos às alianças, a novos membros e a possível rotatividade dentro do grupo. Esse caso artístico-amoroso existe há mais de um ano da minha parte, mas já havia sido arrebatada pela coragem e o caráter experimental das outras apresentações que havia assistido. Confesso que nunca almejei fazer parte do ando, apenas aconteceu, como um presente, como uma possibilidade de reencontro com o que existe de potente, com que está para ser redescoberto. Numa tentativa, em um teste, em risco e no erro, seguimos, flanando.
- Nina
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Na manhã do dia 03 de outubro de 2017, ainda na Semana de Artes Cênicas do Centro Acadêmico Augusto Boal (CEART - UDESC), pela programação do EBA – Explode a Bolha Acadêmica, o Bando performou na oficina aberta do ERRO Grupo. A ação itinerante aconteceu com o objetivo de evidenciar os ícones do capitalismo que transpassam por toda a Av. Me. Benvenuta. A regra desse jogo era baseada em duas ações: venerar e exorcizar. O primeiro verbo para tudo que remetesse ao capitalismo, e o segundo para tudo que fosse sujeira. Nessa rua existe uma academia de crossfit cujas paredes são de vidro. Tudo o que acontece lá dentro é visível da calçada, na rua. Semanas antes, o Bando observou o comportamento das pessoas que frequentavam o lugar, e percebeu uma relação fetichista muito potente entre quem assiste como voyeur do lado de fora e quem ostenta suas formas e habilidades como exibicionista do lado de dentro. Tudo na academia é espetacular: as vestimentas coloridas e coladas, os movimentos repetitivos, o suor no chão, a casca de banana jogada fora, homens musculosos e barbados se balançando em pneus, etc. No dia da oficina, aproveitamos a intervenção proposta pelo ERRO para uma intervenção do Bando. Colamos um cartaz escrito “NÃO ALIMENTE OS ANIMAIS” que permaneceu até o fim do dia.
Mudou a minha vida. Essa frase resume a minha relação de amor e odio com o grupo Van der Ground. Veja bem, quando eu conheci o Schaitel, o Jonas e a Gabrielli, tinha acabado de me formar no ensino médio e logo me matriculei no curso de teatro, mas não me sentia incluído no círculo artístico/acadêmico dos estudantes de arte da UDESC. Pensava em abandonar o curso de teatro e focar na empresa de doces do papai, porque não me encaixava, me sentia perdido. Achei minha bússola no Bando e fiz uma trégua temporária entre minhas inseguranças e a arte. Quando eu entrei no grupo ele acabara de nascer, era um recém nascido, um bebê feio, mas ainda faltava algo. Acredito que era eu que estava faltando. Nos completamos e aprendi muito com esse bebe feio, o bebê Vander. Cresceu todo tortinho, e, quando senti que meu papel como o tio Rabugento já estava completo, decidi partir. Sei que nossos caminhos ainda vão se cruzar. Eu nunca vou deixar de vestir a camisa.
- Edu
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EBA - EXPLODE A BOLHA ACADÊMICA
No dia 02 de outubro de 2017 o Bando foi convidado para explodir a bolha acadêmica junto do público no Hall do CEART, na inauguração da Semana de Artes Cênicas, que é promovida pelo CAAB (Centro Acadêmico Augusto Boal - CEART/UDESC). Instauramos um jogo em que o público foi convocado a ler a carta aberta de Antonin Artaud aos Reitores das Universidades Europeias, de 1925, com premiações tão justas e meritocráticas quanto nossas instituições. A ação foi conduzida por Duca Ramos e Yasmin Bogo, que estrearam em cena pelo Van der Ground.
A minha experiência com o Van der Ground foi algo muito singular. Eu tinha acabado de entrar na universidade e o bando veio como uma explosão bem peculiar na minha vida. Tive contato com pessoas muito inteligentes que viam a arte de formas que eu não tinha familiaridade, e aprendi que nem sempre a arte é para ser bonita, as vezes ela tem que incomodar, tirar da zona de conforto, e principalmente provocar questionamento. Foi isso que o "Vander" fez comigo. Fui colocada em situações que me levaram à descobrir várias coisas sobre mim mesma, novos aspectos da minha personalidade, gostos e desgostos, jeitos de ver o mundo e a cidade, e, principalmente, me proporcionou a vivência e as trocas de um grupo de pessoas muito diferentes, mas que ansiavam fazer arte juntas. Ou seja, era um constante questionamento: qual é o meu papel e de que formas eu contribuo para a existência e permanência desse grupo? Ainda não tenho certeza se descobri a resposta, mas sei quanto o "Vander" contribuiu para a MINHA permanência como indivíduo e como artista, na universidade e na sociedade. Hoje, mesmo estando afastada do Bando, não consigo me ver fora, sinto que lá sempre haverá um lugar para mim e para qualquer outra pessoa que tenha verdadeira Vontade de entrar no caos e na loucura do Van der Ground.
- Yasmin
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As oficinas de dramaturgia e improvisação do Bando de Arte Livre Van der Ground são resultado de uma série de laboratórios de escrita criativa chamado Ateliê de Dramaturgia - cujo texto parte de estímulos advindo das artes visuais e permanece em constante transformação. Esta é uma proposta desenvolvida pela professora e dramaturga Adelia Nicolete , em que se pretende trabalhar colagem, a escuta e o jogo cênico. O Bando selecionou alguns desses métodos e adaptou à sua forma e necessidade de fazer teatro na rua. Nossa intenção é compartilhar exercícios de criação do Bando, mostrar como produzimos, fazer teatro, mas não um teatro textocêntrico. Queremos alcançar o entendimento de que o texto é mais um elemento dramatúrgico do fazer teatral. É normal, nos processos criativos de teatro e dança, que um artista tenha uma ideia e então convide outros para colaborar na criação efetiva de sua proposta. Mesmo em alguns processos chamados de criação coletiva, o que se percebe é uma colcha de retalhos de ideias ou uma sequência de ideias encadeadas, cada participante colaborando com uma parte da criação.
Adelia Nicolete é Doutora em Pedagogia do Teatro pela ECA- USP (2013). Desde 2010 conduz Ateliês de Escrita Criativa, Dramaturgia e Memórias.
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Terceira apresentação da PEIOTE: Roda de Leitura Dramática, no dia 18/10/2016. Nessa, uma leitura de As Mãos de Eurídice , de Pedro Bloch, interpretado por Jonas Martins e Renan Cabral no Bar do Pacheco.
Em As Mãos de Eurídice , de Pedro Bloch, fizemos uma roda de leitura dramática, e foi a primeira vez que a trilha sonora se baseava em criar efeitos no meio da leitura, através de improvisações e temas. O jogo era criar uma costura entre som e texto, favorecer o diálogo entre o interprete e a dramaturgia. Essa foi uma das experiências em que mais pude testar formas de intensidade da voz de ator e a música, como dinâmicas e volumes.
- Renan
Renan, em seu relato, evidencia a importância da transdisciplinariedade no nosso trabalho como Bando de Arte Livre. Não somos um grupo de Teatro, apesar de fazermos Teatro. Somos um grupo de Arte que busca o conhecimento científico de outras Artes e áreas de conhecimento.
Eu, Jonas Martins, Teatreiro mulambo vivendo à margem desde os 7. Ou 8. Não importa. Eu. Sempre quis um tipo de arte que dinamitasse o pré-estabelecido. Fui pra estrada, visitei países, comi migalhas, dormi na rua. Nunca perdi meu caderninho nem a fé nos irmãos. Anoto tudo. Viajo. Alucino. Sou um ente querido das paredes do mundo. Vou a vela pelos ventos. Aí, teve um dia que foi assim: vem meu mano Felipe. Cara, a gente precisa de uma caixa de papelão pras roupas das pessoas da fila da Sodoma. Eu me senti num show do pink Floyd. Sério. Fundamos eu e Felipe um grupo que era bando. Era banda era bandalheira. Era tudo que a instituição não queria. Era arte/terror. Então eu nunca quis viver no casulo acadêmico das artes pré-fabricadas, dos santos absurdos fumando Free nas sacadas d e prédios da avenida Hercílio luz. Eu queria estar com a raça que ri e matuta. Dos que andam nas ruas descalços, dos que são sinceros em te pedir um gole de pinga e trazem um ensinamento que a universidade não dá! O Bando surgiu nisso.
- Jonas
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No começo eu achava que era uma banda. Até que pude presenciar Negraluna. Mais tarde vi um pedaço grande de pau pendurado no mangue da Faed - me disseram que foi a Vander que colocou ali, muito tempo atrás. Descobri que ele foi da ação EX-POSIÇÃO. Quando entrei eram Sky e Edu recrutando pessoas através das oficinas de dramaturgia e ações no centro da cidade. Estávamos pesquisando o “flanar”. Experimentamos corporeidades diferentes, tendo os pombos e a Rua, ou elementos dela, como referência. Muita gente entrou, passou, saiu ou ficou, como uma espécie de “Zona” de passagem. Se fazer, refazer e fazer de novo. É como um organismo se adaptando com o que tem, se reciclando. O Vander é sobre lidar com o possível, com o que está aqui e agora. Como muita gente já foi ou teve algum tipo de contato com o Bando, muito do que se discute no grupo é semeado na sociedade por essas inúmeras pessoas. Inclusive por mim. Eu fiquei, e desde então temos desenvolvido e criado muitas ações. Ao total foram 9, entre as que participei. Apresentamos na XOKE: mostra de arte de guerra, na mostra universitária da cidade, no Rosa dos Ventos, Floripa Teatro, fizemos uma oficina/ação com o ERRO grupo, participamos da semana acadêmica e promovemos oficinas de Terrorismo Poético. Em todo caso sempre damos um jeito. Adaptamos com o que temos, criamos gambiarras em pouquíssimo tempo. Uma das peculiaridades que gosto, no Bando, é a transdisicplinaridade de linguagens em cada ação. Dança, Design, Teatro. Vivemos trabalho, brigas, perrengues, cervejas. É importante toda treta que nos aparece. As brigas e desafios superados selam o sentimento de irmandade que nos cerca. Nos fazem bando, não irmãos de sangue, mas unidos pela Vontade comum de fazer arte; que nos mantém juntos.
- Lai
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#kabbalah#thelema#golden dawn#dança contemporânea#teatro#performance#tree of life#árvore da vida#Aleister Crowley
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NEGRALUNA
Solo de dança executado por Gabrielli Veras e inspirado no mito da árvore da vida da Kabbalah. Acontecido no dia 20.11.201666, Negraluna incorpora um ser que transita entre o mundo terreno e o sagrado, que vive um processo constante de transformação.
Negraluna foi uma composição em dança-ritual com base nos princípios das Sephiroth da árvore da vida cabalística, que são colocados em cena a partir de um jogo entre corpo, luz e som. É a criação de um mundo temporário e alimentado por aqueles que decidem compartilhar do rito de passagem.
A influência do Bando em minha prática artística, e na vida, foi: ação. Ação, do verbo agir. Fazer, acontecer. Integrei o Bando desde o começo de suas atividades, sendo assim, pude participar de suas primeiras ações e acompanhar a evolução artística e estética pela qual, eu percebo, que o Bando passou Considero o período no qual atuei como integrante do grupo de extrema importância para a minha formação como profissional no meio artístico. Tive experiências não só na parte de performance, mas também na parte de produção das ações. Ao longo de dois anos como participante, realizamos uma série de ações que, ao meu ver, tinham em seu cerne o desejo de promover o acontecimento e a ocupação dos espaços. Assim, eu vejo que rapidamente a ideia de bando foi se concretizando e, em pouco tempo, já não éramos apenas três, mas vários indivíduos unidos pela gana do fazer acontecer. A ideia de pertencimento também foi um ponto chave para que o grupo se estabelecesse como Bando. Foram adesivos, camisetas, panfletos, ações que apesar de não parecerem artísticas em primeira instância percebo que foram essenciais para sanar o desejo humano de pertencer há um grupo e logo as ações artísticas se tornaram uma extensão do desejo de agir que este bando, cada vez mais unido, tinha. A noção de bando foi algo que me tocou muito durante meu trajeto como integrante e me levou a, futuramente, considerar o processo colaborativo como questão central quando penso em trabalho coletivo. A sensação é de que nós acontecemos, agimos, e, por mais que os três elementos que começaram esse fogo tenham seguido separados, sinto que algo sempre irá reverberar dentro de mim. Avante Van der Ground!
- Gabi
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