preencher o vão que fica quando se ama em vão na língua da palavra escrita no silêncio da solidão
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o sol se repartia
em pedrinhas
no fundo das águas
rasas e cristalinas
estão nos meus olhos
ainda; as pedrinhas
e a menina
-memórias-
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sinto-me assim
como as árvores no inverno
tão vestida de nada
sem raízes
caminho pela estrada
nu de tudo o que já foi
folhas retornam com o vento
como flashback em minha memória

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queria que a vida me desse duas lágrimas para chorar
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quanto falta para eu envelhe(ser)
há alguns sulcos estranhos acima de minha sombrancelha
rodopio envolta em ideias bizarras
há uma confusão dentro de mim
uma inevitável necessidade de solidão
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uma fina esperança alimenta um sonho que esmaece na memória
esforço-me para mantê-lo ao meu alcance
devagar perde sua força e cede lugar para a abnegação ascética
mortifico meus sentidos e sigo a passos lentos contentando-me com a contemplação da vida terrestre
nessa aceitação quase divina ponho fim ao meu sofrimento
sigo na paz do silêncio e solidão
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seu carqueja descansa no pote no balcão da cozinha
espera
assim como meu coração esperou por seu amor
olho para a carqueja como uma prova viva de que você existiu
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escrever dói demais
sangra
arranha
cada palavra uma contração
por que escrevo, então?
para expurgar
limpar as impurezas
purificar
uma folha de papel em branco
um dedo que circula no ar
não pense que sou doida
mas tenho que gravar
senão neste
em qualquer lugar
a mente pode me trair
desse momento não mais lembrar
tenho que escrever
tenho que reter
tenho que purgar
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tenho saudades do meu carinho por você
do meu toque no seu corpo
transformando seu humor
produzindo amor
tive vontade de receber carinho
de sua mão no meu corpo
transformando meu humor
produzindo amor
deu ruim
só produz amor
quem tem amor
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pálida é a esperança
talvez tenham apercebido a minha morte
morri ou mataram-me por tempo indeterminado sem que eu possa levantar minha cabeça e tirar os olhos do chão para contemplar as belas coisas da vida sem sentir vergonha
que palavra de fogo abrirá caminho novamente e incendiará a ânsia do meu viver
que verbo soterrará o medo e a incerteza
que adjetivo elevará meu ego
a esperança é pálida
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tenho perdido o gosto por algumas coisas
será pecado desistir do que mais se amou um dia
tive o dom de produzir cigarras e passarinhos
hoje perco o sono com seus cantos estridentes
na minha janela
tentei produzir amor
mas que coisa estranha é essa
algumas espécies
não vingaram
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nada mais cabe em mim
por esses dias de tempo infinito
onde a ausência estica a dor da alma
e o coração no peito
aumenta o encurtamento do ar
o que dizer de minha partida
levo na mochila
somente a vida
cética
só
cismo
silêncio
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caminho porque é preciso caminhar
espanta a dor de ficar parado
mas já não carrego comigo a esperança
não almejo sonhos
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pedes- me rima no poema
que se quer encontro palavras
indiscritível é o sentir
incertas minhas verdades
insanas as ideias
irreparáveis os erros
insubstituível o sonho que findou
intolerável a dissonância de sentimentos em palavras rimadas
imerso no obscuro está meu poema
infindável é a poesia que dele brota
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eu tinha um jatobá que me fugiu da memória
apenas sei que tinha
nasceu da semente lapidada pelos dentes de meu pai
não encontro mais o jatobá no meu quintal
nem no canto da memória
em que dia será que ele partiu
deixando esse branco
esse vazio
será que é assim que a vida se acaba
vai apagando tudo aos poucos
até chegar no nada
absolutamente nada
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nada mais cabe em mim
por esses dias de tempo infinito
onde a ausência estica a dor da alma
e o coração no peito
aumenta o encurtamento do ar
o que dizer de minha partida
levo na mochila
somente a vida
cética
só
cismo
silêncio
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tantas e tantas vezes morri
morri muito junto com muitos amores
morri como uma onça albina tentando rimar o sol
única
rara
lendária e albina
como num jogo de game que ultrapassa os limites da realidade
extremamente rara estica-se ao sol
não rima
não rima
só por se albina
acho que não
rima ricamente com a cobiça do homem que desdenha de sua cor e provoca tanta dor
rima preferida do amor
viver como uma onça e albina fere a alma menina que só quer uma mão em caminho ao sol
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