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Via Crucis
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"Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro." (Filipenses 1:21) | Devocionais inspirados pela leitura orante da Sagrada Escritura conforme concebida pelo Dr. Martinho Lutero. | Por Guilherme Arraes. | @arraesgui | V. D. M. A.
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viacrucisdevocionais · 11 months ago
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Como viver sabiamente
Instrução
Nossa vida é cercada por escolhas. A todo momento somos obrigados a decidir que roupa vamos vestir, o que vamos comer, onde vamos aproveitar o tempo livre, etc. Estas são escolhas relativamente simples e corriqueiras. Além dessas, existem escolhas que são mais substanciais, que envolvem muito mais coisas, pessoas e consequências. Por exemplo, o curso superior que vamos estudar vai influenciar toda a nossa carreira profissional e, consequentemente, toda a nossa vida; a pessoa com quem nos decidimos casar também é uma escolha para a vida toda; perdoar quem tem nos ofendido pode ter um impacto tremendo tanto nas nossas vidas quanto na vida dos ofensores; como decidimos ajudar aqueles que estão sofrendo; etc. Muitas são as escolhas que devemos tomar. Cada escolha implica uma ação. Cada ação tem um impacto em nossas vidas, nas vidas das outras pessoas e no mundo em geral. Mas segundo o quê devemos agir? Quais são os princípios que devemos considerar em nossas decisões? O que deve informar e direcionar nossas ações?
"Quem é prudente age com conhecimento, mas o tolo espalha a sua tolice", assim nos instrui a Palavra do Senhor (Pv. 13.16). Quer dizer, aquele que, diante das diversas escolhas da vida, deseja agir com prudência, deve buscar agir com conhecimento. Agir com conhecimento significa agir com discernimento e com entendimento (Pv. 2.11). Significa saber discernir cada decisão de acordo com o correto entendimento da justiça, do juízo e da equidade (Pv. 2.9). Significa compreender cada situação, cada pessoa, cada instrumento para que tenhamos vida em nossa alma, para que andemos com segurança e nos deitemos com tranquilidade (Pv. 3.21-24). O Senhor, por meio da Sua sabedoria lançou os fundamentos da terra e, por meio do Seu conhecimento, estabeleceu os céus (Pv. 3.19-20). Portanto, buscar conhecimento é, também, uma forma de louvor e adoração a Deus. De fato, "O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os insensatos desprezam a sabedoria e o ensino" (Pv. 1.7).
Busquemos, pois, ao Senhor, afim de obter sabedoria, discernimento e entendimento. Não vivamos como o tolo que vive pretensamente por meio da sua própria tolice, sem compreender a realidade, as pessoas, os meios e os fins; sem compreender, o mais importante, que é a sabedoria do Senhor. Estejamos sempre atentos ao ouvir a Sua Palavra, buscando nEla a régua para medir nossas ações. Louvemos a Deus em todas as nossas decisões, buscando agir com prudência, no santo temor, para a glória de Deus (1 Co. 10.31) e para o bem do nosso próximo (Mt. 7.12).
Gratidão
Graças lhe rendemos, ó Senhor, pois criastes os céus e a terra com Sua sabedoria e através dela sustenta tudo o que existe. O Senhor não recusa conhecimento e entendimento àqueles que buscam obter no santo temor (Pv. 2.3-10). Graças pelo Seu amado Filho, Jesus Cristo, que é a Sua Sabedoria, a Sua Palavra, que estava no princípio quando todas as coisas foram feitas por Ele e por meio dEle (Jo. 1.3,10). Ele que se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade (Jo. 1.14). Graças pelo Santo Espírito, o Santificador, que nos instrui com a mente de Cristo (1 Co. 2.6-16).
Confissão
Ó Senhor, confessamos que muitas vezes agimos como tolos. Não discernimos corretamente as situações, as pessoas e os instrumentos, agindo de forma inadequada. Mais importante ainda, não buscamos sabedoria no santo temor. Desprezamos com frequência a instrução e a sabedoria. Deixamos de confiar no Senhor, buscando alicerce em nosso próprio entendimento.
Oração
Senhor Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, a Santa Sabedoria, a Santa Palavra, concede-nos o Espírito Santo, afim de que tenhamos a mente de Cristo. Para que, tendo a mente de Cristo, pela Sua graça, possamos discernir todas as coisas com o correto entendimento. Oramos em nome de Jesus, nosso Senhor e Salvador, que vive e reina Contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, hoje e sempre, amém!
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viacrucisdevocionais · 1 year ago
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Onde está sua Bíblia?
Leitura: 2 Reis 22.
Instrução
Por diversas vezes, Israel e Judá¹ tiveram reis que não foram tementes ao Senhor, cometendo inúmeros pecados, principalmente, instituindo e praticando a idolatria. O culto aos deuses dos povos vizinhos foi assimilado juntamente com as suas práticas hediondas, como o sacrifício de crianças, por exemplo.² A Palavra do Senhor havia sido negligenciada, esquecida e ignorada. No entanto, o povo não tinha abandonado completamente o culto ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, mas vivia uma espécie de sincretismo religioso.³ Um grande achado colocaria em evidência toda a corrupção do Povo de Israel.
Mas que achado foi esse? O texto de 2 Reis 22 nos diz que foi encontrado, por acaso, nos tempos do rei Josias, em algum lugar do Templo, o Livro da Lei. Possivelmente, esse livro continha apenas o livro de Deuteronômio ou, também, os livros de Levítico e Êxodo. Diante de tal achado, o rei Josias veio a conhecer os pecados que ele e o povo estavam cometendo contra o Senhor e, tendo em vista as consequências que o seu pecado traria sobre eles⁴, o rei rasgou suas próprias vestes em sinal de sofrimento e arrependimento.
O povo de Israel e de Judá vivia de acordo com os seus próprios preceitos, adorando deuses estranhos e fazendo o que achava por bem. Enquanto isso, a Palavra do Senhor estava guardada e esquecida em algum baú do Templo, sem ser consultada, lida e escutada. Será que não temos vivido dessa forma? Será que não temos nos esquecido de buscar a Deus em sua Palavra a fim de vivermos corretamente? Será que não estamos fazendo o que bem entendemos?
Hoje vivemos em uma época semelhante àquela relatada em 2 Reis 22. Muitas pessoas vivem uma religiosidade diluída por opiniões infundadas, falsos mestres, falsas doutrinas, falsa sabedoria, falsa justiça e falsa felicidade. É comum ouvirmos frases como: "O que importa é ter um coração bom"; "Se te faz feliz, está tudo bem"; "Deus não se importa com quem você se relaciona"; "Todas as religiões pregam a mesma coisa"; etc. Pessoas que se dizem cristãs, mas que não buscam conhecer o que a Palavra do Senhor tem a nos dizer sobre como devemos viver. Pessoas que vivem achando que estão em paz com Deus. Pessoas que não têm dimensão do seu próprio pecado. Podemos não sacrificar crianças ou adorar outros deuses, mas certamente cometemos idolatria quando colocamos nossas opiniões e sentimentos acima da Palavra do Senhor; quando seguimos influencers, políticos e ideologias que estão em desacordo com a vontade de Deus; quando buscamos bens e dinheiro acima de tudo; quando depositamos nossa segurança em relacionamentos humanos ou em nosso próprio mérito; etc.
Em vista disso, eu lhe pergunto: Onde está sua Bíblia? Talvez ela esteja guardada em algum lugar da estante ou, até mesmo, aberta sobre a mesa em algum versículo. Porém, você tem de fato lido e buscado compreender a Palavra do Senhor? Talvez a sua Bíblia esteja como o Livro da Lei encontrado no Templo, guardada e esquecida.
O pecado do povo de Israel e de Judá teve consequências. Da mesma forma, o pecado que cometemos nos trás a morte eterna. Devemos, portanto, temer ao Senhor e sermos penitentes como foi o rei Josias, confiando em sua Palavra. Assim como Deus perdoou e abençoou o rei pelo seu coração contrito e penitente, nós também somos perdoados e abençoados quando nos arrependemos e confiamos na graça do Senhor. A boa notícia é que ‭‭"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça"⁵, "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".⁶ Dessa forma, "[...] a lei se tornou nosso guardião para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados pela fé".⁷
Gratidão
Graças rendemos ao Senhor, pois a Sua misericórdia se renova a cada manhã e a Sua bondade dura para sempre! Ele enviou Cristo Jesus para morrer em nosso lugar, tomando sobre Si nossos pecados para nos ofertar perdão, reconciliação e vida eterna.
Confissão
Perdoa-nos, Senhor, porque não consideramos a Sua Palavra em todas as decisões e em todos os momentos de nossas vidas. Frequentemente nos deixamos levar pela nossa própria vontade e pelos nossos próprios sentimentos, acreditando sermos justos por nosso próprio mérito.
Oração
Senhor Deus, Pai amado, tenha misericórdia de nós e, através da sua Palavra, envie o Espírito Santo a fim de que tenhamos a mente de nosso Senhor Jesus Cristo. Desse modo, poderemos discernir tudo espiritualmente, de acordo com a Sua vontade, para a honra e a glória do Seu nome. Por amor de seu Filho, Cristo Jesus, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre, amém!
Notas:
1. Após a morte de Salomão, o Reino de Israel foi dividido em dois por causa da revolta das 10 tribos do norte (Cf. 1 Reis 12).
2. Cf. 2 Reis 22.6. O Senhor havia proibido o sacrifício de crianças: Levítico 18.21; 20.3 e Deuteronômio 12.30-31; 18.10.
3. Como se pode notar na perícope escolhida, o Templo de Jerusálem ainda existia, entretanto, como é evidente no capítulo seguinte, o culto ao Senhor havia sido combinado com o culto aos deuses pagãos.
4. Para as consequências do pecado, ou da quebra da aliança com Deus, cf. Levítico 26 e Deuteronômio 28. Tudo isso se realizaria após a morte de Josias (Cf. 2 Reis 24 e 25).
5. 1 João 1.9.
6. João 3.16.
7. Gálatas 3.24.
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viacrucisdevocionais · 1 year ago
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A Esperança da Luz
Leitura: 1 João 1.
Instrução
Deus é luz e nele não há trevas. Sua bondade é infinita e sua santidade é plena. É essa luz que se fez homem, habitou entre nós, realizou maravilhas, foi crucificado, morto e sepultado, mas ressuscitou no terceiro dia e subiu aos céus de onde um dia voltará. Cristo Jesus, o Verbo da vida, é luz incriada de luz incriada, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. É de Jesus, Filho de Deus e Filho do Homem, de quem testificam os santos apóstolos, São João incluso. Ora, se Deus é luz, como podem aqueles que têm comunhão com ele andar nas trevas? Não é justamente a luz que dissipa as trevas? Aqueles que andam nas trevas, aqueles que não praticam a verdade, aqueles que não vivem conforme os mandamentos de Deus, não podem ter comunhão plena com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Mas será que há um só justo sobre a terra? Não teriam todos pecado e, portanto, carecido da graça de Deus? São João é claro ao dizer que, se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos enganamos, não estando a verdade em nós. Porém, se nós confessarmos nossos pecados, o Senhor é fiel e justo para nos perdoar os pecados em Cristo Jesus, pois o seu sangue derramado na cruz nos purifica de todo pecado. Portanto, não tenhamos medo nem nos desesperemos ao pecar, pois, se reconhecermos que pecamos, a verdade está em nós e, se pedirmos perdão pelos nossos pecados, somos justificados mediante a fé no sangue derramado por Cristo.
Gratidão
Louvemos ao Senhor, nosso Deus, que não nos trata conforme nossa iniquidade, mas que nos redime através do sangue derramado por Jesus, nos tornando justos mediante a fé na obra e mérito de Cristo. Sejamos gratos, pois Deus nos oferta sua superabundante graça através da sua Palavra, que é Cristo, o qual vem até nós mediante a Proclamação e os Sacramentos, perdoando-nos os pecados e inculcando-nos a fé salvadora pela ação do Espírito Santo.
Confissão
Pai amado, tenha misericórdia de nós, pois frequentemente nos tornamos cegos para com sua luz, fechando nossos olhos para a verdade e nos voltando para as trevas. Muitas vezes, nosso orgulho nos leva a pecar e ainda nos amedronta ao sermos confrontados com a sua Lei. Confiamos em nós mesmos constantemente, deixando de nos agarrar à única e verdadeira Rocha da Igreja, Cristo Jesus, morto e ressurreto.
Oração
Senhor Deus, Pai amado, pela sua bondade que não tem fim, pela sua misericórdia que se renova a cada manhã e pelo seu amor que não acaba e que tamanho é ao ponto de enviar seu único Filho para morrer em nosso lugar, conforta-nos com o teu Santo Evangelho, dá-nos a certeza do seu perdão mediante a fé na cruz de Cristo. Envia teu Santo Espírito para que possamos andar conforme a sua luz. Em Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre, amém!
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viacrucisdevocionais · 1 year ago
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Provérbios 21.30
Não há sabedoria, nem entendimento, nem mesmo conselho contra o SENHOR.
Instrução
O entardecer do Iluminismo foi mais sombrio que os demais. No crepúsculo da idolatria da razão e da humanidade, aqueles que um dia juraram buscar a Verdade por amor, declarando a si mesmos como herdeiros legítimos dos pais helênicos, armaram uma emboscada para despir aquela que supostamente amavam, pois esta recusava seus aliciadores com tamanho desafeto. Com ódio fervoroso, arrancaram-lhe as vestes esplendorosas do Bom, do Belo e do Verdadeiro, abusando da sua mocidade, pervertendo sua majestade. Satisfeitos com sua obra atroz, lançaram sua vítima num poço profundo e esquecido. Ali ela permanece até que se cumpra a profecia da intrigante pintura de Jean-Léon Gérôme. Um dia ela virá novamente para açoitar cada um de nós. Todavia, ainda em tempo, podemos encontrá-la na Palavra do Senhor, que vem até nós através da Proclamação e dos Sacramentos. A Palavra do Senhor revela a graça de Deus Pai, a obra redentora de Deus Filho e a consolação de Deus Espírito Santo. Ela oferece o perdão, a reconciliação, a verdadeira sabedoria e entendimento. Ela oferece a mente de Cristo e a santificação.
O Senhor que criou os céus e a terra detém a verdadeira sabedoria, o mais alto entendimento e o mais rico e salutar conselho. É vã a nossa tentativa de dominar a Verdade pelas nossas próprias capacidades, sendo o nosso cortejo nada mais que uma dança descompassada diante da dama celestial.
Gratidão
Graças são devidas ao Senhor, que nos criou e que nos sustenta; que revelou a sua rica e primorosa Lei; que enviou teu Filho amado para nos redimir na cruz, ofertando-nos a redenção e a vida eterna; que instituiu os meios da graça para nosso benefício; que sopra sobre nós o seu Santo Espírito, dando-nos a mente de Cristo para discernir corretamente o que é verdadeiro e justo. Por conta do nosso pecado, não somos capazes de alcaçar a Verdade pelo nosso próprio empenho, muito menos a desejamos genuinamente, porque buscamos antes a nós mesmos a às coisas criadas, mas não ao Criador. 
Confissão
O ser humano tenta, mais ainda hoje, alcançar o verdadeiro por si mesmo e em si mesmo, sem o auxílio do Senhor. O “eu” pós-moderno é o árbitro do bem e do mal, do certo e do errado, do verdadeiro e do falso. Não há mais solo firme, tudo está assentado sobre a areia movediça da subjetividade relativa. Ai de nós! Ai de nós, pois um dia a Verdade sairá do poço em que a lançamos para nos açoitar eternamente! 
Oração
Senhor Deus, Pai amado, tenha piedade de nós através do seu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Não nos trate conforme nossa iniquidade, mas conforme sua misericórdia demonstrada na Cruz do Calvário. Sopra sobre nós o seu Espírito a fim de que nos seja dada a verdadeira sabedoria, o verdadeiro entendimento e o verdadeiro conselho. Amém!
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viacrucisdevocionais · 1 year ago
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Romanos 8
Instrução
Como posso andar pela vereda do Senhor se com todas as minhas forças sou incapaz de praticar o bem? Minha intenção é má, minhas obras perversas, meu amor interessado. Minha carne é inimiga de Deus, ela odeia os seus desígnios e escarnece suas obras. A si mesma coloca acima do trono do Altíssimo, como se o pó de que vieste fosse mais excelso que o pó das estrelas, as quais, apesar do seu esplendor, também estão sujeitas à morte. De nada vale a soberba. De nada vale todo conhecimento humano. De nada vale toda riqueza do mundo. De nada vale a vanglória. Se andamos pela carne, andamos como cadáveres em constante putrefação, pois cada dia é um dia a menos, cada passo é um passo a mais em direção ao sepulcro. Os vermes anseiam pelas vísceras dos orgulhosos. Estamos condenados pela carne, nela não há esperança.
Ora, mesmo se fosse açoitado centenas e centenas de vezes, mesmo se fosse ofendido centenas e centenas de vezes, mesmo se fosse perfurado centenas e centenas de vezes, mesmo se fosse crucificado centenas e centenas de vezes, não haveria mérito algum em mim para minha salvação. Há somente um digno de ser chamado redentor. Este é Cristo Jesus. Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Verdadeiro Deus de verdadeiro Deus. Homem como eu. Nele não há condenação. Quer dizer, aquele que está em Cristo, através do Espírito Santo, é justificado pela graça do Pai. A sua inclinação é a vida e a paz. A morte não tem mais poder sobre ele. Este terá vida e vida abundante por toda a eternidade. Nada se compara com o que o Senhor preparou para aqueles que o amam. Nada pode separar aqueles que amam ao Senhor do seu amor infinito. Pela fé na obra e mérito de Cristo, temos esperança, porque somos justificados.
Gratidão
Gracas a Deus por isso! A sua misericórida se renova a cada manhã e a sua bondade não tem fim. Ele se compadece dos fracos e humilhados. Ele despede os ricos de mãos vazias. Ele envergonha os soberbos. Por amor de nós, enviou seu único Filho para morrer em nosso lugar a fim de que fôssemos justificados não por nossas obras, mas pelo mérito daquele sem mácula alguma, cujas vestes são mais alvas que a neve, aquele que é o que Ele é, o Alfa e o Ômega, Princípio e Fim, Senhor dos senhores. 
Confissão
Em vista de tamanha dádiva, quão miserável sou eu, Senhor, pois constantemente não confio em sua graça, mas busco conforto em mim mesmo e em coisas vãs que me são ofertadas por este mundo.
Oração
Que eu seja apto a confessar minha fraqueza diante da sua Lei. Que eu seja apto a confessar que sou pecador e que nada posso fazer para merecer a sua salvação. Que a soberba passe longe de mim e que deste modo não busque esperar em mim mesmo. Concede-me, Senhor, pela graciosa inclinação do Espírito, o dom da fé. Em Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre, amém!
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viacrucisdevocionais · 1 year ago
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Mudança na forma dos devocionais do Via Crucis
Até então a ideia original deste blog era a publicação semanal de devocionais baseados nas leituras previstas no lecionário para o calendário litúrgico da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). Toda semana é lido nas congregações da IELB uma perícope do livro de Salmos, do Velho Testamento, outra perícope retirada de uma epístola apostólica e outra de algum Evangelho. Os sermões, em geral, são elaborados a partir dessas leituras. No entanto, não só o tempo e o trabalho demandados pela leitura e estudo das diversas perícopes, mas também o caráter devocional deste blog nos fizeram repensar tal abordagem.
A escrita de devocionais deve ser voltada, principalmente, para uma aproximação mais individual e subjetiva. Ou seja, um devocional deve buscar o engajamento pessoal do leitor/ouvinte com o texto bíblico e a reflexão proposta, onde o ler/ouvir não é meramente um ato de recepção passiva, mas uma disposição ativa voltada ao entendimento e à prática piedosa. Sendo assim, buscamos outra forma de apresentação dos devocionais na leitura orante proposta pelo Dr. Martinho Lutero em seu escrito de 1535, "Como se deve orar, para o Mestre Pedro Barbeiro".¹ Nesse texto, Lutero, atendendo ao pedido de seu barbeiro, ensina como orar a partir do Pai Nosso, dos Dez Mandamentos e do Símbolo Apostólico. Esse modo de orar pode ser estendido também à leitura da Sagrada Escritura, como assevera o próprio Lutero.
Em vista disso, os devocionais do Via Crucis serão escritos de agora em diante seguindo a estrutura de oração proposta pelo reformador, tornando a própria leitura das Sagradas Escrituras um ato orante. A estrutura em questão possui quatro passos: (1) a instrução; (2) a gratidão; (3) a confissão; (4) a oração. Isto posto, o devocional irá começar com uma reflexão sobre o ensinamento do texto de referência, buscando compreender e explicitar o que o Senhor quer nos ensinar através da sua Palavra. Em seguida, em resposta a Deus pela sua Palavra, pela sua instrução, pela sua graça, misericórdia, bondade, etc., expressará gratidão ao Senhor. Em terceiro lugar, reconhecerá nossa fraqueza, nossa limitação, nossa inclinação pecaminosa, pedindo perdão por não cumprirmos o que o Senhor ensina. Por último, pedirá ao Senhor em oração que ele nos ajude a compreender e a andar conforme sua boa, perfeita e agradável vontade expressa em sua Palavra.
É certo e verdadeiro que, por nós mesmos, não conseguimos amar a Deus com todo nosso coração, com toda nossa alma e com todo nosso intelecto, sendo impossível para nós compreender e cumprir seus mandamentos. É mais certo e verdadeiro ainda que não é a forma que lemos ou oramos que nos garante a reta disposição do conhecer e do agir conforme a vontade do Senhor. Não são obras, mas exclusivamente a graça de Deus que, em Cristo Jesus, pela ação do Espírito Santo, nos confere a verdadeira retidão. O método doravante considerado pelo Via Crucis é uma busca pela instrução e pela graça que vem através da Palavra do Senhor, em Cristo Jesus, pela orientação do Espírito Santo. Assim sendo, a metodologia considerada não é um fim em si mesmo, muito menos uma tentativa de elevar o proceder humano acima da ação divina. Na leitura orante da Sagrada Escritura, colocamos nossos corações, nossa esperança e nossa confiança em Deus apenas.
Por fim, convidamos a todos que lerem os devocionais a fazerem de tal forma que a leitura provenha primeiramente do coração, dispondo-se a ouvir a Palavra do Senhor em contrição e humildade, em diálogo aberto e sincero com Deus.
Que o Pai, o Filho e o Espírito Santo seja conosco e nos ajude! Amém!
Notas
1. Clique no texto sublinhado para ter acesso à obra de Lutero.
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viacrucisdevocionais · 2 years ago
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Estendendo o Perdão
Leituras
16º Domingo Após Pentecostes (17/09/2023)
Salmos 103.1-12
Louvemos ao Senhor, pois ele não retribui as nossas iniquidades de acordo com o nosso pecado, tamanho o seu amor por aqueles que o temem, a sua misericórdia está sobre eles. Ele perdoa nossas iniquidades, cura nossas doenças e nos resgata da cova, dando-nos verdadeira vida.
Gênesis 50.15-21
O coração daqueles que amam ao Senhor e conhecem a sua misericórdia sabe perdoar as ofensas cometidas contra si, pagando o mal com o bem, retribuindo de forma generosa aquilo que fora feito de modo violento e destrutivo. 
Romanos 14.1-12
Devemos respeitar os hábitos e opiniões divergentes de nossos irmãos em Cristo de acordo com a liberdade cristã, garantida pelo Evangelho de nosso Senhor, quando aqueles não forem biblicamente repreensíveis e forem feitos para a honra e glória do Senhor, pois não são as obras externas, como abstenção ou não de certos alimentos, que garantem a graça de Deus. É Cristo quem acolhe e sustenta cada um, tendo nos comprado com sua morte e ressurreição.
Mateus 18.21-35
Assim como o Senhor perdoa nossos pecados abundantemente em Cristo Jesus, também nós devemos perdoar ao nosso próximo, pois a graça de Deus, que perdoa todas as nossas dívidas, se estende da mesma forma aos outros.
Devocional
“Errar é humano.” Muitas vezes dizemos isso para justificar nossas faltas, para sair de alguma situação desconfortável ou para amenizar nossa culpa. Raramente dizemos que “errar é humano” quando se trata dos outros. Aos outros não deixamos que se estenda o direito de errar. “Eu ofendi Fulano, mas ele fez isto e aquilo comigo”, “Eu odeio Cicrano porque ele deixou de fazer tal e tal coisa por mim”, etc. Muitas são as justificativas para reduzir nossa culpa e aumentar o erro ou a falta do nosso próximo. 
São Pedro Apóstolo, certa vez, perguntou ao Senhor Jesus: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” (Mt. 18.21). Ele o fez acreditando que sete vezes seria uma quantidade generosa. Veja bem, sete vezes não é uma vez, duas vezes, três vezes, mas sim sete vezes, uma porção razoável. Porém, o Senhor Jesus lhe respondeu: “Não digo a você que perdoe até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt. 18.22). Ou seja, a quantidade é irrelevante. Não importa quantas vezes tenhamos de perdoar, importa que perdoemos sempre a quem nos tem ofendido. Não suponhamos, portanto, sermos mais merecedores da graça de Deus que os demais, julgando injustamente e desprezando nossos irmãos, “Pois todos temos de comparecer diante do tribunal de Deus” (Rm. 14.10). Todos pecaram e carecem da glória de Deus, não há justo, nem um sequer (Rm. 3.10,23).
Felizmente, o Senhor decidiu nos tornar justos gratuitamente “por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé. Deus fez isso para manifestar a sua justiça, por ter ele, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos, tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, a fim de que o próprio Deus seja justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm. 3.24-26). Se hoje somos considerados justos, o somos porque Deus nos perdoou em Cristo Jesus, através da sua obra na cruz, pelo seu próprio mérito. Portanto, louvemos ao Senhor como o salmista (Sl. 103), pois ele não retribui nossas faltas conforme a sua justa ira, mas conforme sua misericórdia em Cristo Jesus. 
Que o amor de Deus Pai, a graça de nosso Senhor Jesus Cristo e a ação do Espírito Santo, nos mova a perdoar todo aquele que nos tem ofendido, assim como ele nos perdoou (Cl. 3.13-14). Que possamos agir como José, que mesmo tendo sido vendido como escravo injustamente pelos irmãos, os perdoou, retribuindo-lhes o mal com o bem (Gn. 50.15-21). Amém!
Oração
Senhor Deus, Pai amado, graças te damos, pois, através do sacrifício de Cristo Jesus, teu filho amado, perdoa-nos todos os pecados! Testifica em nós a fé salvadora e justificadora na obra de Cristo pela ação do Espírito Santo, dando-nos um coração apto a não só reconhecer o seu perdão, mas apto também a perdoar todo aquele que nos fizer mal. Por Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador, amém!
Referências
BÍBLIA SAGRADA NOVA ALMEIDA ATUALIZADA (NAA). São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
JACOBY, A. H. 16º Domingo após Pentecostes. Igreja Luterana, São Leopoldo, Recursos Homiliéticos | Série Trienal A | 2022-2023, 2023. Disponível em:<http://revistaigrejaluterana.com.br/index.php/revista/article/view/301>. Acesso em: 17/09/2023.
KRETZMANN, P. E. Popular Commentary of the Bible. 2 vols. St. Louis: Concordia, 1923–1924. Disponível em: <http://www.kretzmannproject.org/home.htm>. Acesso em: 17/09/2023.
THE LUTHERAN STUDY BIBLE. English Standard Version. Saint Louis: Concordia Publishing House, 2009.
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viacrucisdevocionais · 2 years ago
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O Remédio da Confissão
Leituras
15º Domingo Após Pentecostes (10/09/2023)
Salmos 32.1-7
Nossos pecados são um fardo para nós, mantendo-nos sob a mão pesada da justiça divina quando tentamos mantê-los ocultos de Deus. No entanto, assim que confessamos nossas transgressões ao Senhor, Ele, por sua misericórdia sem fim, nos perdoa e nos preserva da tribulação, cercando nossa vida com cantos alegres de livramento.
Ezequiel 33.7-9
Assim como o profeta Ezequiel, somos chamados por Deus a proclamar não só a ira do Senhor, mas, também, proclamar que todo aquele que se arrepender e se desviar do mau caminho encontrará misericórdia da parte de Deus e será liberto da morte eterna. 
Romanos 13.1-10
Toda autoridade foi instituída por Deus para que os bons sejam protegidos e os maus sejam punidos. Devemos, portanto, respeitar e obedecer às autoridades por dever de consciência, não só por temor, ofertando-lhes tudo o que lhes é devido. De semelhante modo, devemos amar ao nosso próximo, devendo nada a ninguém, pois o amor é o cumprimento da lei divina.
Mateus 18.1-20
Devemos cuidar para não induzir nossos irmãos em Cristo ao erro e ao pecado, principalmente os menores em idade, conhecimento e maturidade, visto que, pelo infinito amor de nosso Senhor Jesus Cristo, o Bom Pastor, estes foram feitos os maiores no Reino dos Céus. Nesse sentido, com a intenção de abominar o pecado tanto cometido por nós quanto pelos nossos irmãos, devemos sempre estar atentos às nossas ações, admoestando uns aos outros caridosamente.
Devocional
O pecado é como um bolor que cresce nos cantos escuros com pouca incidência de sol. Quanto mais mantemos ele escondido, mais ele se prolifera, infestando o nosso coração, "consumindo nosso vigor e envelhecendo nossos ossos", como afirma o salmista (Sl. 32.3-4). Porém, além do diagnóstico da enfermidade do pecado, o salmista oferece uma receita para combatê-lo: "Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor secou como no calor do verão. Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Eu disse: 'Confessarei ao Senhor as minhas transgressões'; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado" (Salmos 32.3‭-‬5).
A confissão é, portanto, um meio pelo qual obtemos a graça de Deus que restaura nossos ossos e revigora nosso ser, exterminando a infestação do pecado que faz pesar sobre nós a Lei do Senhor, ofertando-nos as boas novas do Evangelho da reconciliação com Deus Pai. Pois está escrito em 1 João 1.9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça."
Por isso, tenhamos confiança na Palavra de Deus, estando seguros de que nossas transgressões, quando confessadas de forma sincera e penitente, são perdoadas pela obra e mérito de Cristo. É por essa obra, e somente por ela, que somos perdoados, conforme São Paulo aos Colossenses (2.13-14): "E quando vocês estavam mortos nos seus pecados e na incircuncisão da carne, ele lhes deu vida juntamente com Cristo, perdoando todos os nossos pecados. Cancelando o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz."
Jesus é o Bom Pastor que vai ao encontro da ovelha perdida, desgarrada por causa do pecado (Mt. 18.10-14), tomando-a em seus braços e trazendo-a de volta para pastos verdejantes e tranquilos. O seu amor e cuidado se estende a nós, também, através do Santo Ministério instituído por Cristo em sua Igreja (Mt. 28.16-20; Ef. 4.9-16; Ez. 33.7-9), para servir como autoridade em seu lugar, pregando publicamente sua Santa Palavra e administrando os Santos Sacramentos, os quais são meios da graça para o perdão dos nossos pecados, para o consolo de nossas almas e para nossa santificação. Por isso, devemos honrar e respeitar os ministros colocados sobre nós, como admoesta São Paulo (Rm. 13.1-7).
Que o Senhor, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, incline nossos ouvidos para ouvir o clamor do Santo Evangelho, desviando-nos dos caminhos da maldade, a fim de que não sejamos condenados à morte eterna pela Lei de Deus, mas que possamos gozar da bem-aventurança eterna em Cristo Jesus, amém!
Oração
Senhor Deus, Pai amado, graças te damos, pois, mesmo quando éramos teus inimigos, tu nos amastes ao ponto de enviar teu único Filho para morrer em nosso lugar, ofertando-nos gratuitamente a redenção de nossos pecados e a vida eterna. Graças te damos pelos meios que instituístes para nos alcançar com sua graça salvadora. Inclina nossos ouvidos para tua Palavra e, por meio do teu Santo Espírito, testifica em nós tua Verdade, dando-nos um coração contrito e sempre disposto a confessar nossos pecados. Por Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre, amém!
Referências
BÍBLIA SAGRADA NOVA ALMEIDA ATUALIZADA (NAA). São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
FALLER, R. S. 15º Domingo após Pentecostes. Igreja Luterana, São Leopoldo, Recursos Homiliéticos | Série Trienal A | 2022-2023, 2023. Disponível em: <http://revistaigrejaluterana.com.br/index.php/revista/article/view/300>. Acesso em: 06/09/2023.
KRETZMANN, P. E. Popular Commentary of the Bible. 2 vols. Saint Louis: Concordia, 1923–1924. Disponível em: <http://www.kretzmannproject.org/home.htm>. Acesso em: 06/09/2023.
THE LUTHERAN STUDY BIBLE. English Standard Version. Saint Louis: Concordia Publishing House, 2009.
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viacrucisdevocionais · 2 years ago
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Sofrimento e Confiança
Leituras
14º Domingo Após Pentecostes (03/08/2023)
Salmos 26
Alegremo-nos sempre no Senhor, afastando-nos do mal e daqueles que o praticam, confiando que Ele é justo para conosco, pois sonda nossos corações, nossa mente e nossas intenções.
Jeremias 15.15-21
O Senhor é fiel mesmo quando duvidamos da sua fidelidade, mesmo quando questionamos a sua providência, mesmo quando o sofrimento abala nossa confiança nEle. Portanto, retenhamos o que é bom e não desviemos da sua Palavra.
Romanos 12.9-21
Sejamos pacientes, confiemos no Senhor, rejeitando o que é mal e nos apegando ao que é bom. Não deixemos que o mal nos domine, mas vençamos o mal com o bem, submetendo-nos à vontade e à justiça de Deus, amando uns aos outros como Ele nos amou.
Mateus 16.21-28
Tomemos a nossa cruz, aguentemos pacientemente nosso sofrimento, assim como Cristo o suportou, para que no final, pela sua graça, recebamos a bem-aventurança da vida eterna.
Devocional
O sofrimento é algo comum em nossas vidas. Há quem diga que viver é sinônimo de sofrer. Não importa a classe social, não importa a idade, não importa o país, não importa o gênero, todos sofrem de algum modo, por algum motivo. Seja por saudade de um ente querido ou daquela pessoa que um dia fora muito próxima, mas deixou de ser; seja por causa de alguma enfermidade, por causa da rotina estressante, pelo abandono dos pais, pela ansiedade, pela dificuldade financeira, etc. Muitos são os motivos do sofrimento. Nem mesmo os que creem e temem ao Senhor estão isentos do sofrimento. O profeta Jeremias é um exemplo disso. “Fica sabendo que por causa de ti [, Senhor,] tenho sofrido afrontas” (Jr. 15.15c), diz o profeta. De fato, por conta do seu ofício diante de um povo desviado do caminho do Senhor, ele sofreu inúmeras aflições: foi açoitado e preso a um tronco por um guarda do Templo (Jr. 20.2), acusado de traição, rebelião e deserção (Jr. 26;37.11-16), sofreu conspiração (Jr. 18.18;12.6), foi preso numa cisterna (Jr. 38.1-13) e detido no átrio da guarda (Jr. 38.14-28).
Diante do sofrimento, Jeremias indaga ao Senhor, “Por que a minha dor não passa, e a minha ferida me dói e não admite cura?” (Jr. 15.18a), chegando, até mesmo, a duvidar de Deus, dizendo, “Serias tu para mim como ribeiro ilusório, como águas que enganam?” (Jr. 15.18b). Ora, quantas vezes nós também não duvidamos da providência e do cuidado de Deus? Nessas horas ficamos propensos ao pecado, o qual oferece inúmeros prazeres para aplacar nossas dores. No entanto, tal qual o canto da sereia antecede a morte e, tal qual a água do mar sacia a sede momentânea, mas aumenta a desidratação, dessa forma é o pecado. Suas promessas são vazias e o seu remédio, ilusório. O prazer do pecado é passageiro e escravizante, pois quanto mais procuramos seus manjares, menos obtemos conforto e segurança (Jó 15.20-35).
Em resposta ao lamento de Jeremias, o Senhor diz: “‘Se você se arrepender, eu o farei voltar e você estará diante de mim. Se separar o que é precioso daquilo que não presta, você será a minha boca. Eles se voltarão para você, mas você não passará para o lado deles. Farei de você um forte muro de bronze diante deste povo. Eles lutarão contra você, mas não conseguirão derrotá-lo, porque eu estou com você para salvá-lo e livrá-lo deles’, diz o Senhor. ‘Eu o libertarei das mãos dos iníquos e o livrarei das garras dos violentos” (Jr. 15.19-21). Ou seja, mesmo diante do questionamento e da dúvida de Jeremias, Deus promete graça ao profeta caso ele se arrependa de seus pecados e guarde em seu coração a sua Palavra.
Da mesma forma, Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador, nos convida a negar a nós mesmos, isto é, nossas dúvidas, nosso orgulho, nossa inclinação ao pecado, tomando nossa cruz de sofrimento para segui-lo confiantemente (Mt. 16.24), “Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; e quem perder a vida por minha causa, esse a achará. De que adiantará uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará uma pessoa em troca de sua alma? Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme suas obras” (Mt. 16.25-27). Nesta vida teremos aflições, mas Cristo venceu o mundo, morrendo na cruz e ressuscitando ao terceiro dia para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo. 3.16; 16.33). Sendo assim, conforme exorta São Paulo aos Romanos (12.12): “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação e perseverem na oração.”
Tenhamos, portanto, confiança no Senhor, confiança na obra redentora de Cristo, esperando somente em Deus o nosso galardão e a bem-aventurança, para podermos declarar juntamente com o salmista: “Faze-me justiça, Senhor, pois tenho andado na minha integridade e confio no Senhor, sem vacilar. Examina-me, Senhor, e prova-me; sonda o meu coração e os meus pensamentos. Pois a tua misericórdia, tenho-a diante dos olhos e tenho andado na tua verdade” (Sl. 6.1-3). Somente Cristo é capaz de nos dar a água que sacia nossa sede e que nos dá a vida eterna (Jo. 4.13). Nenhum sofrimento presente pode ser comparado à glória de Deus a ser revelada em nós no seu Reino vindouro (Rm. 8.18-25).
Que Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, nos ajude. Amém!
Oração
Senhor Deus, Pai amado, graças te damos, pois, mesmo quando duvidamos da tua providência, o Senhor permanece fiel, ofertando-nos sua graça derramada abundantemente na Cruz do Calvário. Envia teu Santo Espírito para nos consolar durante as aflições, dando-nos a fé justificadora em Jesus e a esperança do teu Reino vindouro. Não nos deixe vacilar nem duvidar da tua bondade e da tua misericórdia. Por Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre, amém!
Referências
BÍBLIA SAGRADA NOVA ALMEIDA ATUALIZADA (NAA). São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
DOS SANTOS, V. V. 14º Domingo após Pentecostes. Igreja Luterana, São Leopoldo, Recursos Homiliéticos | Série Trienal A | 2022-2023, 2023. Disponível em:<http://revistaigrejaluterana.com.br/index.php/revista/article/view/298>. Acesso em: 03/09/2023.
KRETZMANN, P. E. Popular Commentary of the Bible. 2 vols. Saint Louis: Concordia, 1923–1924. Disponível em: <http://www.kretzmannproject.org/home.htm>. Acesso em: 03/09/2023.
THE LUTHERAN STUDY BIBLE. English Standard Version. Saint Louis: Concordia Publishing House, 2009.
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