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Como uma pessoa que se cobra muito e desiste rapidamente das coisas, me entristece ver novos artistas - desenhistas, músicos, escritores, artesãos, entre outros - abandonando suas obras, ideias e paixões por conta da frustração e julgamento das pessoas. A maneira como você interage ou deixa de interagir com artistas influencia no jeito como enxergam a si e suas criações. O aprendizado e evolução são barrados pelo medo de errar. Por isso, quando vir um jovem artista mostrando seus desenhos, tocando um instrumento ou publicando suas ideias, incentive-os! Pode não estar perfeito, talvez haja algumas linhas tortas, talvez uma nota saia errada ou a proporção não seja das melhores, mas faz parte do aprendizado! Só se aperfeiçoa algo tentando. O bom resultado só vem depois de muito treino e estudo. Então curta, faça comentários construtivos, dê pequenas dicas, se entende um pouco do assunto, mas não critique apenas por criticar. Às vezes essas pequenas ações fazem o dia das pessoas, mostrando que há sentido em continuar e aperfeiçoar o que lhes fazem bem.
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Sozinho
Ele se sente sozinho, e tem plena convicção de continuará se sentindo, independente de quantas pessoas o cerquem. Não que ele tenha muitos amigos, um amor ou familiares mais próximos que seus pais (âncoras na vida do rapaz, e talvez as únicas pessoas que ele verdadeiramente ama e amará), mas ele teme que mesmo que houvesse milhares de pessoas o bajulando, paparicando, dando lhe atenção e chamando-o de melhor amigo, ainda se sentiria vazio. E que mania é essa de querer o impossível? Está ficando preocupante. Querer algo além das conversas vazias, de assuntos rasos e pessoas que usam tantas máscaras que nem se sabe se cara elas têm. Dói ver a relação dos outros e descobrir que você não tem nenhuma. Dói mais ainda perceber que até mesmo aquelas relações que ele observava e considerava verdadeiras, íntimas, continuam vazias.
Então por que ele seria o sortudo que a achar alguém que pudesse ser de verdade? Alguém com quem não houvesse máscaras atrapalhando a comunicação, expondo a alma um do outro e deixando a mostra suas partes feias, monstruosas? Alguém que pudesse falar como se estivesse falando consigo mesmo, de profundo entendimento. Isso não existe.
Mas… Talvez fosse bom. Ele gosta de estar sozinho, escutar o seu “eu”, ficar em silêncio ou em meio ao seu próprio barulho. Até o momento que não aguenta mais conviver consigo, quando a vontade de sair do próprio corpo para não lidar com o “eu” se sobrepõe. Alguém lembre-o de nunca se aproximar de alguém que nem ele, isso daria muito errado. Aí há duas opções: procurar consolo na fantasia ou colocar a máscara novamente e procurar alguém que o tolere, por dó ou por gostar da companhia, aí ele já não tem conhecimento. Dê risada de tudo, sorria, conte besteiras ao invés de fugir e ficar se doendo depois por não ter feito nada.
Afastar as pessoas é sua especialidade, sua monstruosidade, sua toxidade. Com o ego maior do que a amizade, ele se sente melhor superando tudo e todos, até mesmo os que queria manter por perto. Ah, Ah… É melhor ficar sozinho, isolado de tudo e todos antes que aconteça de novo. Conhecer a si mesmo por completo é seu objetivo, e ele apenas irá conseguir fazer isso só, então assim será.
O rapaz sai da janela e volta a se deitar na cama, olhando fixamente para o teto e uma pequena aranha na luminária, cujo só é visível por causa da luz da lua entrando pela janela. Ele se consola, porque, no fim, vamos morrer sozinhos mesmo.
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Voar
Voar nunca foi só uma ação para ele — é a vida, o sentimento, o que justifica sua existência. É os segundos de euforia, da adrenalina da corrida, do vento no cabelo, da melodia que faz a alma alçar voo e tudo se explica, tudo se encaixa, então o mundo deixa de girar, as pessoas congelam, tudo para. Só para ele. Assim, naqueles poucos segundos, que se transformaram em minutos, ele vive, como se não houvesse amanhã. Mais ninguém lá, apenas ele e a sensação da liberdade, a conversa da persona com o “eu” que tanto implorou para sair.
Esses minutos passam a ser hora, e depois de experimentar flutuar, ele se aventura a ir mais alto, sua cabeça a mil por hora, vivendo tudo que ele jamais viveu em terra. Voa rápido, fazendo piruetas no ar, manobras jamais vistas, criadas de seus devaneios e alimentadas pelos mais verdadeiros sentimentos, desde o grito agoniado preso na garganta, a nostalgia, até a pura alegria e amor não comunicados. As várias vidas pelas quais já passou em sua mente, cujo só consegue encontrar no céu, são acompanhadas de harmonia, melodia e ritmo. Músicas às vezes tristes, às vezes animadas, às vezes… apenas o bruto, profundo. De qualquer forma, elas alcançam a alma dele, a fazem vibrar, completam seu ser e então ele avoa mais alto. Palavras e imagens se formam em seus pensamentos, com clareza e sendo tão íntimas de si que ele só consegue aceitar quando está no ar. Tudo vira poesia, uma história profunda, quando está voando.
Descidas e subidas, adrenalina e vento. Tão bem dita é essa liberdade! A essa altura o rapaz já tem certeza de que suas bochechas doerão de tanto sorrir e rir de nada de mais — apenas saindo livremente e vendo tudo de cima, as luzes da cidade o convidando para observá-las, as florestas implorando para serem exploradas e os morros, montes e montanhas pedindo para serem sobrevoados. Deus, tudo é tão lindo de cima! Ele poderia passar a eternidade assim! E o que o impede? Não poderia…?
É quando a hora se torna horas, que ele começa descer, de repente, despenca. Até tenta se segurar nas nuvens, tenta se segurar nas mil e uma vidas que ali viveu, mas elas se dissipam. Chegando ao chão, percebe estar em seu quarto, ou melhor, em sua cama. Olha para o relógio: três e vinte e duas da manhã.
O choro vem naturalmente, do fundo do peito. Ah, como ele pôde se iludir novamente com tal êxtase? A realidade o atinge como um trem. Os soluços ameaçam sair, mas ele precisa conter. Ninguém pode saber. Até a última gota da euforia que havia experimentado é sugada e então… As cores começam a desbotar, o mundo fica normal.
— Merda… — sussurra o rapaz, passando a mão pelo rosto e enxugando as lágrimas. Ele se levanta, cambaleia até a janela e abre-a. Sobe nela e ali fica sentado, no quarto andar do prédio, sentindo o ar fresco e observando a rua junto da natureza que sua cidade proporciona. Recostando a cabeça no batente da janela, ele começa a relaxar de novo, agora recuperado do mal-estar que o atingiu. Não que ele fosse se matar, ele não era doente… Ele só precisava de uma migalha da realidade que representasse voar.
Voar nem sempre é assim, com esse pesar todo após os devaneios. Muitas vezes, são momentos mágicos que se integram a outros momentos mágicos, como uma viagem de carro e música alta. Mas a madrugada tem dessas, de deixar até o ser mais raso um pouco pensativo, melancólico. É por isso que as madrugadas são o momento do rapaz, onde ele conversa consigo mesmo e com o mundo que vê, mesmo que esse mundo não escute. E então ele volta a sorrir, um sorriso cansado. Sim, esse é o momento dele, sem máscaras, sem ninguém, apenas ele. Uau, um sentido o rapaz tem, afinal!
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Fluidez
O teatro estava completamente vazio. Caminhando no corredor entre as várias cadeiras, o rapaz segue em direção ao palco, iluminado por um holofote. Ele senta-se frente ao piano, embasbacado com tamanha beleza, e abre a tampa. Aquele lugar lhe inspirava, deixava suas mãos soltas para tocar da maneira que sua alma o guiasse — dedilhando aqui e ali, até achar um sentido para seguir, uma nota que o lembrasse uma música inteira em milissegundos. E assim começou, mergulhando em música e tocando com todo seu ser, o piano sendo a extensão de si.
Tão absorto estava que não percebeu a jovem, subindo o palco e começando a se conectar com a música — dançava, e fez isso de maneira tão surreal que poderia ser a melodia, harmonia e ritmo em cada movimento que executava. Fluida como líquido, rodopiava pelo palco, absorta em seu próprio momento, entregue ao som. O rapaz então nota-a, mas surpreendentemente não para de tocar ao ver a desconhecida chegar onde até então só havia ele. Não, ele continua, mais absorto ainda na atmosfera cheia de emoção e vida em seu sentido mais puro — sem. Seria um pecado parar de tocar e tirar a fonte que até então alimentava os movimentos da jovem, em sintonia de quem havia treinado a vida toda para isso, ao mesmo tempo, tão natural como se o destino a tivesse levado ali apenas para extravasar o que sente, o que tanto reprimiu. Os dois dominam o teatro como artistas principais, entregando tudo de si em cada nota, em cada salto. Era lindo de ver ela dançar, arrepiava ouvi-lo tocar, aquilo era voar. Agora ele via, estavam voando, juntos.
A roupa leve de tecidos esvoaçantes que a jovem usava flutuava com suas voltas, quedas e subidas, sempre de maneira dramática e exalando a música que ele tocava, era uma representação visual das sensações que o som trazia. Tudo nela gritava vida e, com seus olhos fechados e expressão serena, usava o corpo como extensão do “eu” naquele lapso de liberdade. Sua perfeição e ruína em um único giro, um único salto, o levantar e baixar dos braços assim como os movimentos das pernas. Sentia-se completa com a arte.
Ele tocava já inconsciente do movimento de suas mãos e pés, apenas sentindo cada nota reverberando por si e transbordando pelo teatro inteiro. O rapaz não achou paz nos sons melancólicos que saíam do piano, mas sim intensidade, convidando-o para se entregar mais ainda. Naquele momento, já não era mais o jovem tocando de maneira mecânica e calculada, era a alma em cada tecla pressionada. Isso chamava-a, era como um encantador lhe guiando com sua flauta, de maneira tão doce que o peito chegava a doer.
Quando a música acabou, os dois ainda se sentiam anestesiados, respiraram fundo e então se preparam para encarar um ao outro, não sabendo sequer o nome da pessoa com quem haviam entrado em sincronia perfeita durante a performance. Ela está com um sorriso suave estampado nos lábios, tão sincero que ele retribuiu do mesmo jeito e os dois ficaram sorrindo como bobos. Era como se já se conhecessem a vida toda depois daqueles minutos de pura conexão, eles não se aproximam, nem se apresentam, estavam confortáveis com a presença um do outro.
— Essa foi a melhor execução de Chopin que já ouvi, foi incrível — comenta a garota, depois de alguns segundos apenas o encarando.
— Então você claramente não escutou muitas interpretações das músicas dele — ele brinca, ainda encantado com a jovem.
— Sabe, eu teria aceitado um simples “obrigado” pelo elogio.
— Mas foi você que deu vida à música, senhorita. Dançou de um jeito tão bonito, espontâneo…
— Senhorita? — Ela ri — estamos em qual ano, cavalheiro?
— Então como devo dizer? Ainda não sei como te chamar.
— Não, senhorita está ótimo. Gostei disso, é cortês — a jovem diz com tom divertido, o que de certa forma era estranho para ela, já que não estava atuando. De terno se sentiu confortável o suficiente para brincar com um cara que acabou de conhecer. O sorriso do rapaz aumenta, aquela mulher lhe despertou curiosidade.
— Era minha desculpa para saber seu nome — ele balança a cabeça de um lado para o outro, fingindo decepção — acho que perdi minha chance.
— Toque mais uma música e talvez eu pense se lhe digo ou não, cavalheiro — o sorriso dela aumenta.
— Você pode pedir a que… — a fala do rapaz é interrompida por um som chato, estridente e repetitivo.
Ele acorda com os barulhos vindo da escrivaninha do seu quarto, e então se obriga a levantar e ver o que é. O rapaz abre a gaveta e pega o relógio de bolso empoeirado de tanto tempo sem ninguém o usar, atendendo o chamado.
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Revisei meu blog e vi que esqueci de tirar do rascunho uns trezentos textos (corta para uma semana revisando freneticamente as notificações sem achar nada).
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Being a girl is: wanting to go to bed early but deciding to just get on tumblr/wattpad/Ao3 for a little bit and then end up finding a fic series that you really like and read until well past your usual bedtime then keeping on because it’s already past your bedtime. Then being mad when you wake up in the morning because you overslept your timer.
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me logging onto tumblr after consuming a new piece of media

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The DC version of the Bechdel Test is just “can we get through this scene/comic/movie without mentioning either Batman or Superman?”
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Shoutout to the fictional characters who live rent free in my head, paying for nothing but emotional damage.
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I feel bad for all the straight men who never got to experience the feeling of being 13 staying up till 3am reading fan fiction
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the audacity of the official dc account to even post this 😭
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