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𝐑𝐄𝐃 𝗎𝗇𝖽𝖾𝗋 𝒈𝒐𝒍𝒅
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vouteencinar · 2 months ago
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this is a starter for @berenmequer !!
Beren andava rápido, os passos leves demais para alguém que não queria ser percebida. Çınar a seguia com a calma dos que sabem que não precisam correr. Quando ela dobrou o corredor de pedra entre as muralhas cobertas de hera, ele surgiu ao lado como uma sombra inconveniente. ❛ Você sempre foi tão boa com desvios… mas tá ficando previsível. ❜ A voz dele era baixa, arrastada, como se não estivesse se referindo à fuga em si — mas ao que veio antes dela. Sem esperar resposta, continuou, jogando o corpo contra a parede de pedra, braços cruzados. ❛ Relaxei uns medalhões falsos perto dos caçadores. Os bobos morderam a isca. A princesa italiana? Tá com terra até na alma depois da queda que levou. ❜ Sorriu, mas não havia humor. Houve uma pausa, longa o suficiente para que o silêncio entre eles voltasse a pesar como antes. Ele tentou parecer desinteressado, mas a ponta dos dedos tamborilava no antebraço, inquieta. ❛ Aliás, eu tô doente e você não sabe como me contar? Ou você só está fugindo por diversão mesmo? Não temos mais idade para brincar de esconde-esconde, Beren... ❜
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vouteencinar · 2 months ago
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this is a starter for @gaiasatanica !!
Çınar se abaixou com precisão quase carinhosa, para enterrar o medalhão falso entre duas pedras cobertas de musgo, deixando um pedaço de pano vermelho preso a um galho próximo — um chamariz. Ao ouvir passos se aproximando, recuou em silêncio, encostando-se ao tronco de uma árvore. “Vai lá, caçadora.” pensou, com um meio sorriso. “Reclame seu prêmio. E boa sorte explicando por que o coração parece... de estanho.” ❛ Parece seu dia de sorte, alteza. ❜ Foi a única coisa que realmente disse, educado, com leve cumprimento.
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vouteencinar · 2 months ago
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this is a starter for @alucicrezia !!
Lucrezia quase tocava o medalhão. Estava ao alcance da mão quando Çınar surgiu do nada, como um vulto entre galhos. Sem dizer uma palavra, empurrou-a com força lateral — o suficiente para desequilibrá-la e afastá-la do objeto. ❛ Desculpe, princesa. O musgo dessa floresta é escorregadio... ❜ Sorriu. Não de alegria, mas de um cinismo que beirava o desprezo.
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vouteencinar · 2 months ago
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this is a starter for @karvdag !!
❛ Você vai mesmo pegar esse? ❜ Çınar surgiu entre as árvores, braços cruzados, julgando a escolha do herdeiro de Anatólia. ❛ Está muito fácil, vão te chamar de preguiçoso. ❜ Sabia que para alguns, aquele tipo de provocação era perfeita. E Sarp parecia do tipo que cairia feito um patinho. Não que ele pudesse julgar muito, visto que faria o mesmo, mas aquilo não estava em discussão. ❛ Falta originalidade, uma histórinha para você contar sobre o quanto de desafios precisou enfrentar. A galera gosta disso, sabia? Agora, um príncipe que segue todas as regras e escolhe o mais fácil? Onde está o tempero? ❜ Caminhou em direção ao medalhão, ficando entre o azul e o objeto. Ombros se tocaram. Houve uma troca de empurrões. ❛ Tem certeza que vai pegar esse? ❜
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vouteencinar · 2 months ago
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this is a starter for @semprevencia !!
Estava sentado sobre uma pedra, assobiando uma canção que ninguém mais conhecia, quando a princesa de Castilla surgiu. ❛ Villavencia, certo? Esse aqui é seu mapa. ❜ Ele estendeu o pergaminho, olhos semicerrados, como se tudo fosse tedioso demais para se importar. ❛ Cuidado com a trilha do leste. As árvores… falam. ❜ Era mentira. Mas o mapa estava modificado, e o leste seria o caminho ideal, enquanto o oeste a levava direto para uma área inundada.
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vouteencinar · 2 months ago
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this is a starter for @princissadadisney !!
❛ Aceita ajuda, alteza? ❜ Perguntou, surgindo por trás de Carissa como um sussurro entre as árvores. ❛ Conheço uma clareira onde nem a luz entra. Ninguém vai encontrar seu segredinho lá. ❜ Não o agradava, exatamente, ser o capacho do Sumo Sacerdote, mas talvez, mostrar a incapacidade dos azuis que se distraíam com as mínimas coisas, fosse surtir um bom efeito para a causa. Ele sorriu, gentil, educado, ao que sinalizava o caminho à frente, instruindo que ela fosse primeiro, mas logo a acompanhando.
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vouteencinar · 2 months ago
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this is a starter for @sofiyadaputa !!
O medalhão quase brilhava nas mãos da princesa Sofiya — e isso o irritava. Não o brilho, mas a confiança. Num momento de distração, enquanto ela examinava uma trilha, Çınar apareceu como quem apenas passava. Com um movimento sutil, seus dedos deslizaram pela mão dela, o medalhão sumindo como se tivesse evaporado. ❛ Ops. ❜ Ele sussurrou, jogando o objeto para dentro da mata espessa, sem olhar para onde cairia. ❛ O medalhão voo. Acontece, alteza... ❜
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vouteencinar · 3 months ago
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this is a starter for @serrvtore !!
Bateu duas vezes com os nós dos dedos na porta, firme, mas sem pressa. Quando a voz autorizou a entrada, ele girou a maçaneta e adentrou, já com a postura ereta e o queixo levemente elevado. ❛ Senhor Serratore. ❜ Fechou a porta atrás de si e caminhou até a distância adequada, as mãos cruzadas nas costas. Vê-lo de perto sempre era... algo. Ainda mais quando a luz batia de um jeito que lembrava ela — aquela mulher que aparecia nos livros de história e nas lendas das barracas de feira. A mãe dele. A Corça. Foco, Çınar. Engoliu seco, mantendo o olhar firme e inabalável, mesmo que sua mente traísse a fachada sóbria com pequenos surtos de admiração disfarçada. ❛ Relatório da ronda entregue na primeira hora da manhã. Nenhuma anormalidade detectada, fora o habitual trânsito de nobres azuis ignorando os corredores restritos. ❜ Uma pausa. Um leve erguer de sobrancelha. ❛ Mas suponho que isso já tenha chegado aos seus ouvidos. ❜ Ajeitou a gola do uniforme. Estava limpo, alinhado, como sempre. Não por vaidade — por disciplina. ❛ Estou à disposição para novas ordens, senhor. Ou… ❜ Levemente mais contido. Um resquício de admiração mal domada escapando: ❛ ..qualquer missão que exija mais do que o protocolo. ❜ Buscar uma água? Um cafézinho? Ele poderia fazer isso por Tiziano.
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vouteencinar · 3 months ago
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this is a starter for @guardinhc !!
Era esperado ver tantos azuis circulando por Treatan, mas o que realmente incomodava Çınar era vê-los fardados — como se precisassem de mais armas para se proteger num lugar que ele jurava manter seguro com a própria vida. Ainda que não fosse totalmente verdade aquilo. Foi durante a ronda do meio da tarde, nos corredores voltados ao jardim interno, que ele viu Niklas. O azul andava com aquela postura treinada que não se escondia atrás de fardas. Era claro: não estava ali como mais um nobre. Estava a trabalho. Guarda pessoal, diziam. Çınar desacelerou o passo, detendo-se ao lado dele. ❛ Impressionante, não? ❜ Comentou, o olhar voltado para os vitrais do jardim. ❛ O tipo de lugar em que até os fantasmas abaixam a voz pra não incomodar. ❜ Virou-se então, encarando o homem. ❛ E ainda assim, temos guardas pessoais vindos de fora. Como se os de Althara não dessem conta. ❜
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vouteencinar · 3 months ago
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this is a starter for @poetatcrturada !!
O prato ainda mal havia assentado no estômago quando Çınar decidiu fazer o que poucos imaginariam de alguém como ele: foi à biblioteca. Era um dos poucos lugares onde a presença vermelha parecia invisível. Não havia protocolos ou relatórios a revisar ali — apenas o som abafado das páginas virando e o cheiro antigo do couro encadernado, misturado à poeira que insistia em morar nas estantes mais altas. Estava prestes a subir a escada de ferro, em busca de um volume sobre a história bélica da dinastia tarnarviana — nada mais, nada menos — quando a visão periférica captou algo. Ou alguém. ❛ Lady Tayte. ❜ Ele cumprimentou, antes mesmo de pensar. Estava aprendendo a importância dos títulos para os nobres da Althara, e ainda que tudo aquilo não passasse de vaidade para ele, ele seguia. O tom mais baixo que o usual, respeitando o ambiente… mas também porque ela sempre o fazia falar mais devagar, com tranquilidade. Ela estava sentada entre dois pilares de luz que atravessavam o vitral, como se o cenário tivesse sido montado para ela. E talvez tivesse sido. ❛ Procurando conhecimento, ou distração? ❜ Os dedos dele seguravam um livro, mas os olhos agora estavam nela. Não porque queria. Porque era prudente saber onde se pisa — e com Tayte, o chão sempre parecia bonito demais pra ser seguro.
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vouteencinar · 3 months ago
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this is a starter for @marydaglory !!
O céu já ameaçava escurecer, tingindo os muros de mármore com sombras alongadas e tons alaranjados quando Çınar dobrou o último corredor de sua ronda. O silêncio antes do toque de recolher era sempre estranho — como se o palácio segurasse a respiração, esperando algo acontecer. E, como sempre, acontecia. Ela estava ali. Encostada na entrada do labirinto, como se fosse dona do lugar — ou de qualquer um que por ali passasse. Maria da Glória. Vermelha como ele, mas mais perigosa do que qualquer ameaça que ele tenha enfrentado como guarda. E ele parou. ❛ Lady Maria, o toque de recolher será soado em breve. ❜ A voz dele soou seca, formal, como mandava o protocolo. Mas havia uma hesitação nos olhos. Ele sempre hesitava perto dela. ❛ Essa área será fechada. ❜ Esclareceu por fim, suave. Quase temendo que ela pedisse que ele a acompanhasse. Ou pior, o desafiasse ao correr para dentro do labirinto. Ainda que ela fosse uma vermelha, a segurança da brasileira era sua responsabilidade, e ele seria obrigado a correr atrás dela. Como sempre fazia, ainda que mascarado em dever. Çınar suspirou, os olhos fechando por um segundo como se buscasse alguma força no fundo do peito. ❛ Pode retornar ao seu dormitório, por favor? ❜
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vouteencinar · 3 months ago
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O estrondo perfumado cortou o ar como um tapa de luva encharcada de ácido. O cheiro adocicado se espalhou depressa — Delina Exclusif, talvez, mas com uma pitada de desespero e irresponsabilidade. A fumaça rosa tingia o ambiente, mascarando por segundos a gravidade do ocorrido. Çınar agiu no reflexo. O corpo do azul cambaleava a centímetros do impacto quando o guarda o puxou pelo ombro, arrastando-o para trás de uma coluna. O estrondo ainda reverberava nos tímpanos quando ele o soltou, checando o estado do diplomata com um olhar rápido e direto. ❛ Tá inteiro. Respira. ❜ Seco, como sempre. O vermelho se ergueu no mesmo instante, já vasculhando com os olhos treinados até encontrar o alvo. Barbara Windsor. Caminhou com passos firmes até a princesa, desviando dos estilhaços, dos olhares chocados e da purpurina que ainda flutuava pelo ar como confete em desfile. ❛ Alteza. ❜ Sua voz cortou o ar com a mesma precisão de uma lâmina bem afiada. ❛ Seu gesto, além de imprudente, quase custou a vida de um embaixador. ❜ Os olhos de Çınar eram gelo por trás do uniforme coberto de poeira rosada. Ele não levantou o tom. Não precisava. ❛ Por determinação da guarda, vou conduzi-la até a Sala do Sumo Sacerdote. ❜ Deu um passo para o lado, indicando o caminho com o braço, como um verdadeiro cavalheiro. Um cavalheiro que, naquele instante, queria que houvesse qualquer punição divina esperando atrás daquela porta.
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Vermelhos, azuis, execução, bla bla bla! Barbara não estava nem aí pra quem vivia ou desvivia, mas tinha algo que ela queria mostrar para todas aquelas câmeras: sua bomba perfume! Era bem legal: a bomba explodia, causava um estrago, mandava uma galera pra UTI, mas tinha o exato aroma do Delina Exclusif. — Ok, meus pombinhos, olhem isso. — Os dedos pequenos e delicados da princesa inglesa seguravam a bomba cor de rosa em formato de coração. — A gente puxa esse pino e… — Os olhos azuis vasculharam o lugar, e repousaram numa estátua feia, que Barbie achou que poderia ser eliminada (assim como algumas nações). Com um sorrisinho bem humorado, lançou o objeto na direção da estátua, imediatamente transformando-a em pó. Só não contava que MUSE apareceria quase próximo o suficiente para ir de base também. Bom, pelo menos agora todo o ambiente estava rosa, purpurinado e cheiroso — Viram?! — Direcionou um sorriso orgulhoso para a câmera. — E alguém deu sorte de não ter ido junto. Boa noite pra todo mundo.
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vouteencinar · 3 months ago
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A voz dela ainda ecoava no corredor quando Çınar apareceu, parado logo à frente com as mãos cruzadas nas costas e o olhar fixo. O uniforme impecável denunciava que ele não estava ali por acaso — e muito menos para bater palmas. ❛ Nada, Alteza. ❜ A palavra saiu com o tom neutro que ele dominava bem, mas havia ali um fiapo de sarcasmo que qualquer ouvido minimamente atento poderia captar. ❛ Apenas cumprindo meu dever. A segurança do auditório foi comprometida por excesso de euforia… ou desespero, dependendo do ponto de vista. ❜ O olhar dele varreu os bastidores como quem procurava algo — ou alguém que pudesse tirá-lo dali antes que precisasse engolir mais daquilo. Voltou a encará-la, firme. ❛ Se desejar deslocar-se até seus aposentos, posso acompanhá-la. Ou providenciar uma escolta. Imagino que não queira lidar com… admiradores exaltados. ❜ Um leve meneio de cabeça, formal. Profissional. Mas seus olhos, ainda fixos nela, diziam o que a boca não podia: Se dependesse de mim, você já estaria bem longe daqui.
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A acusação pública de envolvimento com casa de apostas? Melinda claramente não estava levando nada disso a sério. E daí se milhares de vermelhos tinham perdido dinheiro no joguinho online? Ela não tinha enfiado uma arma na cabeça de ninguém — e convenhamos, o retorno tinha sido ótimo. Saindo das entrevistas do dia, Mel tinha feito um trabalho de gênio ao se fazer de sonsa com todas as acusações. “Bom, eu acho que isso é tudo que eu tinha pra falar sobre o assunto. Que os Sete Santos abençoem o nosso dia! ‘Bora pra cima, galera!”, disse com um sorriso, antes de se levantar da mesa e sumir nos bastidores, onde x outrx já a esperava com aquele olhar. “O quê?” ela soltou, já longe das câmeras.
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vouteencinar · 3 months ago
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A porta se abriu de forma abrupta, e Çınar quase levou a mão ao coldre por puro reflexo. Mas não precisou. O vulto que atravessava o batente não era uma ameaça — ao menos não armada — e sim o príncipe. Um azul inofensivo, se bem se lembrava dos arquivos. O guarda não demonstrou surpresa. Apenas se pôs mais ereto, uma das mãos repousando nas costas, como se esperasse uma justificativa formal. ❛ Alteza. ❜ Cumprimentou com um aceno breve de cabeça, a voz firme como sempre. Os olhos analisaram o outro por um instante, mais para averiguar possíveis riscos do que por respeito à realeza. ❛ Se busca refúgio, posso lhe indicar um caminho seguro para um local que está fora do alcance das câmeras. Por enquanto. ❜ Sugeriu, pois já havia aprendido que eles desejavam um pouco de privacidade naquele local e, porque, depois poder lembrá-lo desse pequeno favor.
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Salão das Sementes, 15:07.
Aquele era, sem sombra de dúvidas, o momento do dia mais detestado pelo príncipe. Afinal, não bastasse as câmeras constantemente o seguindo - algo que, infelizmente, era mais presente em sua realidade do que ele gostaria - ainda teria que responder às perguntas de um dos jornalistas. E, pela sua experiência, elas eram sempre as piores possíveis. Entre sorrisos e desculpas de que precisaria encontrar o irmão, Lorenz se afastou do grupo ávido pela próxima manchete sensacionalista e adentrou a primeira porta que encontrou. Àquela altura, adentrar a sala de sua própria execução seria menos ruim do que permanecer cercado dos microfones.
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vouteencinar · 3 months ago
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O desjejum tinha terminado há pouco, e Çınar deixava os fundos da cozinha do palácio, onde os vermelhos faziam suas refeições — separados, como sempre. Já vestia o uniforme da guarda, ainda com o colarinho levemente desalinhado pela pressa em sair dali. Não gostava de permanecer mais tempo que o necessário. Ao caminhar pelo corredor lateral, a maçã que seria sua sobremesa escorregou de sua mão, rolando até parar aos pés de alguém. Ele se abaixou para pegá-la, e, nesse breve gesto, a corrente no pescoço escapou da camisa. Duas pequenas placas metálicas pendiam dali, tilintando quase inaudíveis. Só percebeu quando o olhar de alguém prendeu-se nelas por tempo demais. ❛ São só as minhas placas de identificação. ❜ Murmurou, quase seco, recolocou-as com um movimento direto e sem nenhuma cerimônia. Deu uma mordida na maçã em seguida, sem explicar mais nada e sem questionar o interesse, como se aquela parte dele não estivesse mais em exibição.
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vouteencinar · 3 months ago
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𝐟𝐥𝐚𝐬𝐡𝐛𝐚𝐜𝐤 ( night circus )
A testa ainda repousava na dela quando sentiu os dedos escorregarem pelo seu peito, rompendo com urgência os botões de sua camisa. O beijo dela incendiava o que a fruta havia acendido, mas que nela encontrava combustão. Os beijos de Çınar responderam no mesmo compasso: intensos, dominados, famintos por anos de contenção. Seus lábios desceram até o pescoço dela, famintos, marcando território sobre uma pele que ele nunca ousara tocar assim antes. Quer dizer... Não podia dizer que o pensamento nunca havia lhe ocorrido. Ela era uma mulher linda, que compactuava com a causa em que ele acreditava, que o havia acolhido quando a própria família virou as costas para ele, que o convidou para ser pai de sua filha. Que formou uma família com ele, ainda que não fosse totalmente verdadeira. Então, é claro, o pensamento lhe ocorria esporadicamente, mas nunca havia cedido daquela forma. Sempre havia sido racional o suficiente para saber que não deveria. Não podia se aproveitar da vulnerabilidade dela, não podia se apegar àquilo, não podia... Algo nele tremia — um músculo tenso no maxilar, um suspiro contido na garganta. As mãos firmes dele deslizaram pelas laterais do corpo dela, segurando-a com força demais para ser apenas desejo. E então, ele parou. O beijo cessou com um último roçar demorado, como quem fecha um livro que ainda quer continuar lendo — não era tão simples resistir ao poder daquelas frutas envenenadas. Mas ainda assim, mesmo na beira do abismo, havia um homem ali. Havia o melhor amigo da infância de Sanem. O guardião de uma história que não podia ser engolida pelo calor de uma noite. Alguém que tinha razões para resistir. E talvez por isso, mesmo com o corpo clamando para continuar, ele recuou. Não foi um chamado — ninguém interrompeu. Foi ele. Respirou fundo, como se saísse de um transe, e afastou o rosto devagar, como se arrancar-se dela doesse mais do que qualquer ferida em batalha. ❛ Se eu ficar… não vai sobrar nada de mim. ❜ Disse baixo, rouco, tocando o rosto dela com ternura. O olhar turvo, febril, mas firme. Endireitou-se, puxando a camisa entreaberta de volta como quem tenta recompor uma armadura estilhaçada. ❛ Amanhã… eu quero me lembrar disso sem culpa. ❜ E então se virou. Não correu. Mas também não hesitou. Porque se parasse para olhar para trás, não partiria.
𝐄𝐍𝐂𝐄𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎.
Em qualquer outro contexto, o nervosismo teria afogado os sentimentos femininos, transformando-os na ponta do mesmo iceberg que afundara o Titanic. Ao longe, quase imperceptível, inofensivo, mas de uma profundidade que derrubaria gigantes. Ao lado de Çinar, porém, ela não precisava fingir, tampouco esconder a vulnerabilidade que surgia ocasionalmente para recordá-la que ainda era humana - a mesma vulnerabilidade que fora ensinada a abandonar. Ali, em frente ao seu melhor amigo, Beren não tinha medo de afirmar o quanto precisavam dele em suas vidas - não apenas dez anos atrás, mas hoje e também daqui a vinte anos. "Encarcerado." O tom jocoso não foi capaz de atenuar a intensidade de sua mirada, não quando sempre haviam sido melhores em se comunicar através de olhares. Seus dígitos alcançaram o maxilar masculino, desenhando-o lentamente até alcançar as madeixas escuras. "Para nós? Você é o maior que já existiu." Era mais do que a gratidão por ter aceitado fazer parte daquela loucura. Era mais até do que as noites mal dormidas, do colo oferecido a Cemre quando ela se machucava, das risadas arrancadas nos dias de mal-humor. Era tudo aquilo e muito mais. "Sempre será." Completou, os olhos fechados ao encostar a testa contra a dele. "Çinar, essa missão é nossa. Vamos vencer ou fracassar juntos." Por um instante, Sanem voltou a soar mais como si mesma, como a jovem determinada a lutar por um futuro melhor. "E como, pela Cece, não podemos fracassar, então venceremos juntos." A turca precisava se ater àquele pensamento, qualquer outra ideia a faria desistir de tudo e buscar um local seguro para filha. E era provavelmente esse mesmo pensamento a assombrar o Atakan. A expectativa inflou seu peito, este palpitando com mais emoções do que ela poderia nomear. E o mesclar de sensações familiares com aquelas desconhecidas apenas tornava tudo mais avassalador. Naquele momento, a Fruta da Paixão Ardente reivindicou seu preço, incendiando-a por dentro - e exigindo que aquela chama fosse partilhada com alguém por quem ela nutria sentimentos fortes. As mãos femininas escorregaram pelo torso alheio, apertando-o contra si como se buscasse fundir seus corpos. Seu beijo não era romântico - mesmo que composto por traços do carinho que compunha a relação deles - era exigente, desesperado, insaciável. Sem pensar muito a respeito, a destra alcançou os primeiros botões da camisa alheia, desfazendo-os com a pressa de quem parecia ter esperado aquilo a vida inteira, completamente alheia ao local em que se encontravam - ou às implicações daquilo.
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vouteencinar · 3 months ago
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this is a starter for @darianversion !!
O pano da tenda ainda roçava nas costas quando ele parou, firme. A brisa da noite parecia mais densa depois da voz que acabara de ouvir — aquela maldita voz, naquela maldita tenda. Porque estava se divertindo com as artimanhas dos azuis? Talvez a voz estivesse certa, afinal. "Toda causa tem um preço. E o seu já começou a ser pago." Não houve explicações. Mas Çınar não precisava de uma. O problema era se alguém mais tinha ouvido. Endireitou o corpo, afastando os resquícios de fraqueza como se fossem poeira sobre o uniforme, mas sua expressão permanecia carregada — uma tensão discreta, mas visível a quem sabia olhar. E Darian sabia. O ministro francês, impecável até no escuro. Estava por perto demais da tenda para o gosto de Çınar. ❛ Ministro. ❜ Seco. Direto. O olhar de Çınar encontrou o dele apenas por um instante, mas com intensidade suficiente para buscar pistas — alguma mudança no rosto, alguma provocação. ❛ Essa ilha não para de surpreender. ❜ Comentou, quase como quem joga isca, testando a superfície das intenções do azul. Não perguntou se ele havia escutado. Mas todo o corpo do guarda gritava essa dúvida. E atrás dos olhos castanhos, já se preparava para mentir se fosse necessário.
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