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Observou ao que ela encheu duas xícaras com o chá, chegando a cogitar a ideia de envenenamento apenas por um segundo, não mais que isso, e logo debochou internamente da possibilidade. Infelizmente, haviam laços nesse mundo que transpunham o ódio e o rancor, e o deles era um desses, eram irmãos, claro, e tinham outros irmãos como todo nobre, mas mais que isso, acreditava fielmente que haviam sido os primeiros amigos um do outro. Não apenas por serem gêmeos, mas isso certamente contribuiu para o sentimento de companheirismo - sempre estavam ali um para o outro, e isso não se limitava à presença física. Tinha certeza de que havia sido o primeiro a ver a irmã chorar por suas desilusões amorosas, assim como ela havia sido a primeira a ver o desespero em seus olhos quando ele mergulhou no vazio da delinquência.
Arthas já estava acostumado com a forma direta que sua irmã gêmea utilizava para se dirigir a ele, incapaz de imaginar um mundo onde ela resguardasse seus pensamentos para si própria em sua presença ou se portasse de maneira solene quando estavam apenas os dois ali. Não odiava isso em Lucile, na verdade, apreciava a rispidez mesmo que não deixasse transparecer, mesmo que fosse algo que muitos entenderiam como insolência. Tanto tempo se passara desde suas transgressões, mas mesmo naquela época ela era uma das únicas pessoas que nunca suavizara suas palavras com ele. Levou seus dígitos à xícara, trazendo-a próxima de suas narinas e inalando o aroma doce da camomila e do hortelã, e, em seguida, bebericou um gole longo do chá que ela havia servido, sem dizer nada em resposta. Aguardaria o que ela tinha a dizer.
A simples menção ao casamento quase o fez engasgar com o chá, mas conseguiu se conter, limpando sua garganta. A xícara em sua mão logo jazia novamente no pires do conjunto de porcelana, à mesa, ao que ele franzia seu cenho à irmã. "Há quem diga que já passamos da flor da idade... Mas, claro..." Ele comentou, afinal, já estavam mais próximos de seus trinta que de seus vinte àquele ponto, mesmo que odiasse admitir. De qualquer forma, continuou a escutá-la, assentindo levemente ao que ela dizia e, então, entendeu onde ela queria chegar. O príncipe herdeiro, fruto primo da realeza, aquele que um dia tomará o trono como rei... "Então era isso que você queria..." Disse, pensativo, analisando a situação por um momento. "Não gosto da ideia de bajular a realeza ativamente... Acredito que amizades devam se formar naturalmente, mas..." Não continuou sua linha de pensamento. "Lucile, eu não acho que precise de mim para isso... Você tem a genética da família, é uma ótima observadora, tem um charme natural e se adapta bem a qualquer conversa." Não comentava coisas assim à toa, sempre o dizia com sinceridade, até porque com ela não precisava de firulas. "Ainda assim, se está pedindo minha ajuda, não tenho por que recusar... O que tenho a ganhar com isso?"
Lucile era ótima observando as minúcias da cena. Sempre foi, desde menina. Graças ao seu talento, ela conseguiu notar com clareza o segundo em que Arthas lançou seus olhos castanhos sobre a figura do bule de chá apoiado em um paninho de crochê, na mesa de madeira. A Lady se perguntou duas coisas depois disso: a primeira, se o irmão teria reconhecido com apenas uma inspecionada que aquela peça era um bordado feito à mão por ela. A segunda, se ele estava considerando a possibilidade de haver veneno misturado ao conteúdo do bule... o que não seria uma hipótese absurda — anos atrás, sim, certamente não seria.
Mas o presente era o presente. E o passado não cabia na caixinha de surpresas que Lucile havia preparado para este encontro. Ela sorriu, o gesto tão controlado quanto a mão que alcançou a asa do bule. Com elegância, serviu duas xícaras. Uma para ela, outra para Arthas. Sem pressa, levou a própria xícara aos lábios e tomou um gole generoso, garantindo a ele que nenhuma ameaça mortal estava sendo cultivada no espaço entre os dois. O chá permanecia intocado — a não ser pelas flores de camomila e hortelã que as amas da Lady colheram mais cedo, durante uma caminhada através do pomar. Lucile duvidava que Arthas queria saber isso, então ficou quieta.
"Certo. Considere-se desculpado." respondeu, objetiva e certeira. Ela não se deu ao trabalho de suavizar o tom; palavras firmes eram a sua especialidade. Enquanto falava, os olhos fixaram-se automaticamente na pequena cicatriz que cruzava a sobrancelha direita do irmão gêmeo. Durante um tempo de inocência, a garota acreditou que aquela marca significava um pedacinho da história de um herói corajoso e valente... até ela perceber que o heroísmo não caminha de mãos dadas com vilania. E Arthas dava as mãos à muitas coisas erradas na vida. Vamos direto aos negócios.
"Bom. Estou à flor da idade, não estou? Você também está. O que quer dizer temporada de casamento. O que também quer dizer "conexões" e, por consequência, influência na alta aristocracia." A Lady inclinou levemente a cabeça, acomodando as costas contra a cadeira como se estudasse um oponente num tabuleiro de xadrez.
"Veja. Estamos em tempos delicados," ela começou, como se explicasse a um aluno desatento. "Os nobres parecem ratinhos atentos, todos à procura por fraquezas, por pontos de ruptura. Se formos inteligentes — ou, pelo menos, se eu for —, conseguiremos converter um casamento comum em uma aliança que fortaleça o nosso nome por muitas gerações.." Lucile não sorriu, mas o brilho em seus olhos era quase perigoso. "… resumindo: eu quero o príncipe herdeiro. Quero ser a próxima imperatriz. E você me ajudará com isso, bancando o amiguinho íntimo de Sua Alteza, Kieran."
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"Tem razão... O que eu quis dizer é que não arrumem confusões que não possam ser resolvidas na base da diplomacia e de uma conversa bem dirigida." Algo que possa arruinar a vida de alguém ou acabar com essa de vez. Qualquer troca de ofensas seria apenas compreensível no atual momento, apesar de não incentivar ou aderir à ideia, como havia demonstrado até então. Escutou a descrição que ela sugeriu de si própria com atenção e, ao final, assentiu; cada um tinha sua própria realidade e não cabia a ele questionar os fatos que ela apresentava, até porque não a conhecia. Cada experiência moldava uma pessoa naquilo que ela se mostra e naquilo em que acredita, então, logo considerou que o passado a havia tornado realista como era, por quaisquer motivos que tenham sido, e isso não era algo ruim, mesmo que ela desse a entender que havia deixado de lado as esperanças para crer no concreto e palpável. "Nunca irá se decepcionar com o futuro de expectativas dessa forma." Concluiu com um leve sorriso. "Infelizmente, eu sou um sonhador, gosto do anseio que tenho pelo futuro utópico, pelo ótimo... Não acho que deixarei de ser um dia..." Até porque esse seria o dia em que o desespero novamente o consumiria, e não estava preparado para enfrentar aquele sentimento mais uma vez. "Seu comentário sobre já ter tido esperanças um dia e isso não ter trazido bons frutos, entretanto, me deixou curioso... Não vou perguntar o que levou a isso, claro, não seria de bom tom, porém, espero que um dia volte a ter um mínimo de esperança num futuro promissor." Hesitou por um momento. "Ou pretende evitar expectativas para sempre?"
❝Com toda certeza, ainda que mesmo que não seja sábio apontar dedos sem provas, infelizmente muitos o fazem.❞ Era um lamento sincero, ainda que a Colmain gostasse de apontar o dedo vez ou outra, tinha para si que era uma mulher razoável e até mesmo justa conforme podia. Claro, sempre iria pender para o lado que beneficiava a ela e sua família, mas isso era de praxe de qualquer família nobre que buscava se manter influente e no poder, havia sido criada para pensar daquela forma. ❝Acredito eu que o maior problema esteja em delimitar o que seria passar do ponto, algumas pessoas são mais lenientes do que outras.❞ E sempre haveriam aqueles que diriam que não haviam feito nada ainda, pois poderiam ser muito piores, o que jamais mudaria o fato de ter sido algo ruim. Contudo, a ruiva entendia a necessidade de se ater a algo externo para se eximir de culpa. Assentiu com a fala alheia, considerando um pensamento justo para quem não queria se entregar a melancolia. ❝Digo que sou realista na maioria dos dias, mas não significa que seja pessimista, é claro.❞ Tratou-se de explicar rapidamente, já andava se achando muito melancólica nos últimos tempos e a última coisa que buscava era o pessimismo. ❝Contudo, não sou esperançosa por que não me considero uma mulher de esperar e ter expectativas... Já as tive um dia e sempre foram quebradas, por isso opto por tomar a atitude quando quero algo ou mudar uma situação para algo positivo... Por mais que seja mais difícil em situações como essa.❞
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Byaerne pensava em suas interações com outras pessoas como passos em uma direção ainda indefinida, como um fio que seguiam em meio à neblina, sem saber ao certo o destino, mas com esperanças de que algo bom se revelasse. Infelizmente, nem sempre esse era o caso e ele nem sempre pensou assim, mas essa linha de pensamento era o motivo para ser relativamente otimista em relação às pessoas e suas relações para com elas. Por isso, com aquela à sua frente, mesmo que não partilhando de uma mesma realidade, ainda se perguntava onde tudo aquilo levaria, esperando que ela viesse a acreditar em suas palavras eventualmente. O cenho de Arthas se franzia levemente ao que ela falava sobre como a fumaça parecia ser um grande inconveniente para ela, mas tudo o que vinha à sua mente era a forma como ela parecia estar tentando evitar uma discussão ao adicionar 'com todo o respeito' ao final de suas críticas, e isso tornava aquilo até mesmo cômico ao seu entender. "Não precisa se preocupar com o que diz a mim... Fique tranquila, não vou te condenar ou começar uma briga por expor seus pensamentos." Comentou, deixando um riso leve escapar, controlado, ao que balançou a cabeça. "Há aqueles que se ofenderiam com tudo isso, mas eu consigo entender como pode ser um pouco diferente do que estão acostumados, afinal, o Cálice não enche uma sala de fumaça." O tom era leve, até mesmo divertido ou entretido, e pretendia manter a conversa assim, sem conflitos. "-Ou, ao menos, é o que imagino... Certo?" Deu de ombros. "De qualquer forma, um churrasco nunca é má ideia, então é quase um elogio."
Por mais suave que fosse o tom do outro, por mais que ela conseguisse notar os traços de honestidade no timbre de sua voz, Rowena ainda tinha a imensa dificuldade em confiar no khajol, o que era irônico quando se pensava que ela jamais tivera problemas em relação a eles, mas a mudança de ares e a convivência, estava tornando tudo mais delicado, completamente diferente. Suspirou pesado, deixando que os ombros caíssem com o ar que escapava dos pulmões. "Se é o que diz.", o julgaria então pelas palavras ditas, não pelas suposições que formava em sua mente. Rowena era, de fato, uma pessoa cética, não tinha e não cultivava muitas crenças, sempre pensava que o destino estava em suas mãos para desenhá-lo e assim o fez ao longo dos anos, alcançando cada pequena coisa que seu coração desejava, por único e exclusivo mérito próprio. Os deuses? Nada além de belas histórias para encantar os ouvidos facilmente iludidos do povo, sua realidade era um pouco mais dura, não tinha tempo para magia, mesmo que essa existisse de fato. Por isso, limitou-se apenas a assentir as palavras de outrem, num momento mais propício, talvez, falassem sobre os deuses do changelings, ou aqueles que ela considerava como algo divino, mas não agora, não na capela - por mais propício que fosse - e não quando já tinha sido rude o suficiente para com ele. "É. Infelizmente não estou tão otimista quanto resoluções.", fazia quanto tempo mesmo que estavam lá? Depois do incêndio, os dias foram virando amontoados cinzentos no consciente de Rowena, ela apenas se esforçava em sobreviver por mais um, sem que enlouquecesse e resolvesse tocar jogo em alguém. "Uns bons meses? Então talvez eu deva agradecer quem roubou o artefato, com todo respeito, pois mais umas semanas com aquela fumaça, e eu começaria a pensar que era um convite para fazer churras de alguém. Outra vez, com todo respeito, claro.".
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"Quem sabe..." Ele comentou, seu olhar deixando a antiga amiga e seguindo as ondas suaves que haviam se formado com o distúrbio ocasionado pela moeda. "O que sei é que quanto menos pensar sobre isso, mais rápido os resultados surgirão." E talvez aquilo fosse algo mais psicológico do que realmente mágico, afinal, se focassem suas mentes somente no desejo acabariam ignorando o que acontecia ao redor deles, fechando portas que poderiam estar abertas para ter seu pedido realizado. "Não vou te perguntar o que pediu, até porque eu acho que dá azar... Mas espero que se realize." Assentiu a ela com um sorriso, seu olhar encontrando o dela por um momento antes de desviá-lo novamente. "Tenho alguns assuntos a resolver e acredito que você também tenha seu próprio caminho a seguir..." Ajustou a gola de sua camisa discretamente e inspirou fundo, vestindo um sorriso gentil. "Foi bom revê-la, Sigrid." Declarou. "Conversas com você me lembrou de bons momentos do passado." O que não era usual quando sua mente flutuava à história de sua vida. "Posso considerar isso um 'até logo'?" Questionou, incerto, e aguardou por um momento a resposta antes de partir com um leve aceno.
ENCERRADO.
"Não tenho motivos para carregar moedas comigo." Respondeu, ponderando as últimas vezes na qual carregara algumas moedas. A verdade é que não deixava Hexwood com frequência e sempre quando fazia eram para visitas rápidas em vilarejos com objetivos muito bem definidos. A aproximação do antigo amigo causou tensão, lançando vislumbres da amizade perdida. Havia um ímpeto de se afastar, mas Sigrid permaneceu parada, surpresa quando em sua mão fora depositada uma moeda. Não achava que depois de tudo Arthas ainda seria gentil, comprovando que talvez não conhecesse completamente o amigo. Ou tivesse se esquecido dele. Pensou a princípio em devolver a moeda, mas também queria testar sua fé na fonte. Então apenas fechou os olhos rapidamente e fez um desejo. Quero que meus amigos possam ser felizes e jogou a moeda, um desejo altruísta para definir se aquilo funcionava ou não. Em um momento de incertezas diversas, queria que aqueles que fossem queridos pudessem desfrutar e tranquilidade e alegria. Então jogou a moeda, abrindo os olhos em seguida. "Você que tem experiência nisso... quanto tempo costuma demorar para saber se deu certo? Dias? Semanas?" Indagou, sem olhar para o amigo, os olhos fixos na fonte, como se a qualquer momento pudesse brilhar de alguma forma diferente.
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Tudo o que o outro rapaz dizia era verdade, estava atrasado em seu pedido de desculpas e ele tinha seus motivos para pensar como pensava a respeito de Arthas. O Bayaerne escutou as palavras do outro e assentiu, dando espaço para o outro, se desejasse seguir em frente, no entanto, ele não deixaria a última parte passar sem fazer claras suas intenções. "Você está errado." Declarou, encontrando o olhar do outro com convicção. "Se eu pudesse desfazer tudo o que fiz no passado ao 'moleque franzino' de que fala, eu pagaria o preço que custasse... Mas não posso. Por isso, minha única opção é pedir desculpas." Infelizmente, o que havia passado havia passado, mas isso não queria dizer que oportunidades para se redimir não viriam à frente, só teria que encontrá-las. "Eu sei que não vou mudar sua opinião com palavras, mas espero fazê-lo perceber que não minto em breve."
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Arthas se impressionava como ambos eram considerados da elite da sociedade, da nobreza, e mesmo assim mal carregavam consigo posses para comprovar tal status. Era cômico, se pensasse muito sobre aquilo. "Nenhuma? Eu perguntaria o que faria se encontrasse algo de seu desejo, mas acredito que tenha seus métodos para adquirir algo assim." O riso leve escapou, controlado, seguido de um suspiro leve à ideia. "Obrigado." Agradeceu por tê-lo reassegurado daquilo, afinal, era bom que alguém ainda tivesse fé em sua sanidade depois de tudo o que fizera e de todos os problemas que ocasionara. Perguntava-se até que ponto ela sabia da trajetória que tomara sua vida depois de terem seguido por caminhos diferentes. Aproximou-se da antiga amiga, segurando sua mão para que não jogasse seu brinco à fonte, considerando que mesmo depois de todo aquele tempo ainda tinha o mínimo de intimidade para fazer ao menos aquilo. "Temo que aceitem apenas moedas." Respondeu com um leve sorriso, projetando de um dos bolsos de suas roupas uma moeda, a depositando na mão de Sigrid. "Essa é minha última... Faça valer." Disse um pouco mais baixo, afastando-se, então, dela, dando espaço para que fizesse seu pedido sem se intrometer naquilo. Podia parecer um ritual bobo, mas era algo reconfortante mesmo assim.
Ele não parecia tanto com o Arthas que conhecia, porque seu amigo não costumava ser tão formal. Era mais sorridente em suas aventuras, mas também mais inconsequente. Alguns anos haviam se passado e insistia a sensação de que não mais o conhecia muito bem. Sentia falta dele, mas não tinha certeza se estava disposta a retornar a amizade, tampouco sabia se ele queria. Parecia uma questão complicada demais, então se permitia suspirar e pensar em coisas bobas como fontes que realizavam desejos. "Você faz certo, porque eu mesma não tenho nenhuma moeda comigo." Os itens de valor que tinha eram as próprias joias. As divindades da fonte aceitariam um brinco como oferta? "Você não parece um louco." Tratou de assegurá-lo, completando mentalmente que ele estava certo. "Não sei se quero fazer um pedido." Confessou, dando um passo em direção a fonte e observando as moedas. "Não acho que a fonte vai ser capaz de realizar tudo o que eu quero. Isso é para os deuses maiores." Era ambiciosa demais e estava cada vez mais enroladas em problemas, de maneira que uma grande oferta para Rá parecia a melhor solução. "Posso tentar fazer o teste. Nunca joguei uma moeda em uma fonte para testar... acha que vão aceitar um brinco?" Perguntou, retirando um para jogar ali. A conversa com Arthas ainda fluía rápido e fácil, deixando-a um pouco triste.
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Tudo o que o outro rapaz dizia era verdade, estava atrasado em seu pedido de desculpas e ele tinha seus motivos para pensar como pensava a respeito de Arthas. O Bayaerne escutou as palavras do outro e assentiu, dando espaço para o outro, se desejasse seguir em frente, no entanto, ele não deixaria a última parte passar sem fazer claras suas intenções. "Você está errado." Declarou, encontrando o olhar do outro com convicção. "Se eu pudesse desfazer tudo o que fiz no passado ao 'moleque franzino' de que fala, eu pagaria o preço que custasse... Mas não posso. Por isso, minha única opção é pedir desculpas." Infelizmente, o que havia passado havia passado, mas isso não queria dizer que oportunidades para se redimir não viriam à frente, só teria que encontrá-las. "Eu sei que não vou mudar sua opinião com palavras, mas espero fazê-lo perceber que não minto em breve."
Arthas estava longe de ser a pior das lembranças de sua infância, mas era uma das únicas que ainda retinha–e talvez por isso o ódio fervesse em seu sangue ao encará-lo daquela maneira. Tadhg respirou fundo, buscando o próprio centro: para alguém que se orgulhava do próprio autocontrole, estivera perigosamente perto de falhar segundos antes. As palavras arremessadas aos seus pés lhe pareceram vazias: não se importava se ele queria se desculpar; as vontades do Byaerne falavam mais sobre a consciência pesada do que sobre a intenção de desfazer o dano causado. Não se iludia por um segundo sequer com a possibilidade de que fossem genuínas. ❛ Não acha que está... ❜ Fingiu contar nos dedos conforme começou a respondê-lo, um gesto de descaso calculado. ❛ ...uns vinte anos atrasado? ❜ Questionou em tom neutro, como se a pergunta fosse genuína e não uma maneira de desdenhar da oferta de paz. Não tinha interesse em apaziguar o pobre coração de quem havia feito da sua vida um inferno. ❛ Não me interessa se você está tentando ser uma pessoa melhor. Você é um desperdício de oxigênio, e só não tem mais o mesmo peito inflado porque eu já não sou um moleque franzino a quem você pode torturar por esporte. ❜ Aquela era a verdade destilada, e Tadhg não tinha interesse algum em o perdoar. Cada osso do rosto que tinha diante de si parecia implorar para ser quebrado, e queria que ele sofresse: se não em suas próprias mãos, talvez nas do destino, que havia de cobrar. ❛ Agora saia do meu caminho. ❜
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Ela estava certa. Haviam muitas variáveis para aquilo e nem todas eram tão previsíveis quanto gostaria, e era por isso mesmo que esperar, mesmo que fosse uma péssima opção, ainda era uma das melhores naquele contexto. "Muitos se beneficiariam com os conflitos, principalmente considerando a economia, mas seria acrescentar ao conflito apontar dedos no momento... Provas são essenciais." Pelo menos aquela parecia uma abordagem razoável. Novamente teve que assentir às palavras dela, considerando que a tensão já trazia seus resultados mesmo agora - talvez até pelo fato de que alguns só estavam esperando um motivo para gerar confusões até então. "Se não passarem do ponto, acredito que esteja tudo bem no final do dia..." Desde que ninguém acabasse perdendo a vida por brigas bobas, o que levaria a mais confusão e mais inquietação. A pergunta da garota à sua frente serviu apenas para que refletisse sobre sua dúvida... Se Arthas fosse classificar seu tipo em outro momento de sua vida, talvez cogitasse refutar tal suposição, porém, desde que frequentara o reformatório decidira seguir por um outro caminho, um que levava a menos dor e sofrimentos àqueles ao seu redor, mesmo que não o rendesse de tudo o que sofria em resposta. "Acho que sou. Prefiro imaginar que o futuro nos trará bons frutos que aguardar um pesadelo em vida." Sua explicação não era genial, mas era o que sentia. "E você? O que se considera?"
Tinha noção de que suas opiniões quando o assunto fossem changelings acabariam por ser divergentes, ainda mais quando vinham de casas tão diferentes e com uma rivalidade de anos. Claro, Deirdre não tinha pretensões de tomar as dores de sua família para si por completo e optava manter sempre uma relação consideravelmente amena com os Byaerne, mesmo que tomasse para si o direito de discordar da forma com a qual lidavam com os meio feéricos. Contudo, não era ela a herdeira do ducado e por isso não se intrometia ou sequer expressa suas opiniões a respeito, há menos que lhe fosse pedido é claro. ❝Existem diversos motivos pelo qual poderiam incitar tal conflito, ainda que o ideal seria pensar em que se beneficiaria com ele.❞ E considerava que era óbvio imaginar que Uthdon fosse ser o mais beneficiado com um conflito interno no império, se Aldanrae estivesse decaindo em seus próprios conflitos internos isso daria uma brecha para que os atacassem e estivessem em vantagem. E talvez fosse a conexão com Morrigan que sempre a fazia pensar pelo lado da guerra, das batalhas e nas inúmeras causalidades que viriam com elas. E que agora com o sumiço da pira aquela conexão pudesse estar se esvaindo lhe preocupava profundamente, por que poderia significar que ficaria incapaz de ter qualquer presságio de morte, que a voz de Morrigan estaria distante demais para ser ouvida. ❝Infelizmente, receio que as brigas sem sentido e infrutíferas acabarão por ser as mais frequentes dado ao estresse e tensão.❞ A própria Colmain não era melhor das pessoas quando estressada ou irritadiça, ainda que não fosse arrumar guerra com ninguém, talvez apenas uma ou outra intriga não calculada. ❝Acho que nos cabe apenas esperar pelo melhor, com isso devo perguntar, é do tipo esperançoso?❞
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"Tudo que é fantástico é limitado. Senão seria apenas cotidiano e ordinário, certo?" Comentou com um leve sorriso, um pouco menos tenso, mas ainda tentando decifrar o outro. "Touché...." Respondeu, mas logo ponderou. "Mas... Há quem diga que existem pessoas que mal conseguem pensar antes de falar... Digo que é uma dádiva." Na verdade, ele mesmo havia sido há algum tempo um como o que descrevia, que tecia frases e expelia palavras como se não fossem mais que sons, ignorante, rebelde, gratuitamente indevido. "Espero que nada muito terrível também... Certo?" Questionou, hesitante. Bastava o presente que viviam, não precisavam de um possível maior desastre no futuro.
Ele encarou o rapaz com olhos cuidadosos, sentia que ele parecia estar lhe escondendo alguma coisa, mas não sabia o que. Porém, deixou de lado sua desconfiança quando ouviu as palavras dele. " não é exatamente fantástico, ainda mais se ocorre tão poucas vezes. " deu de ombros não querendo se prolongar no assunto, afinal, Heimdall era um deus bem caladão. " ler sua própria mente não é uma coisa que fazemos sempre? " indagou, pois tinha ficado confuso com a resposta do outro, desconfiado que ele podia estar mentindo para ele. " tipo... pensar. " ponderou por mais um momento, estreitando os olhos para ele. " nada muito fantástico, posso garantir. " optou pela mentira assim como o outro.
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Momentos de paz eram escassos na vida da nobreza. Hora estava atendendo eventos com sua família, hora estava realizando suas funções como estudante de Hexwood e no pouco tempo livre que tinha se focava em complementar em sua postura. Sua mente não era refúgio, era uma prisão, uma que o confinava e torturava com as inúmeras lembranças do que foi seu passado, mas optava por ver isso como uma oportunidade de se aprimorar ao invés de se remoer na sentença vitalícia; optara há muito por redenção. Em casa, na residência do ducado, a equitação era o que em Hexwood seria a meditação: momentos vazios repletos de tranquilidade, momentos em que sua mente não o incomodava e em que não tinha que se importar com o olhar de outros sobre si. Era apenas ele e seu cavalo...
O retorno ao quarto foi seguido de surpresa pela carta embaixo de sua porta, cujo estilo era único de sua gêmea - não precisou ler o conteúdo para saber do que provavelmente se tratava. Ainda assim, leu com calma as belas letras desenhadas no papel branco à tinta de pena, perguntando-se qual podia ser o motivo do convite. Não acreditava que ela em qualquer momento o houvesse perdoado por sua maior transgressão, apesar de saber que ela provavelmente o entenderia se soubesse seus motivos; não os diria, eram seus e apenas seus, até porque não queria soar como o Duque com a forma como poderia expor sua razão. Uma hora, tinha fé que ela o perdoaria e as coisas voltariam a ser como eram no passado distante.
Arrumou-se com um banho quente e colocou roupas adequadas à ocasião, encaminhando-se para o local onde ela se encontrava, abrindo as portas e a encontrando ali com seu chá. Escutou-a e, então, exibiu um sorriso em sua direção, leve, cordial. "Peço perdão pelo atraso, irmã." Ele começou, aproximando-se vagarosamente e puxando uma cadeira para se sentar, oposta a ela. "Mas, se tivesse enviado alguém para me avisar, eu teria chegado mais cedo, só encontrei sua carta quando retornei dos estábulos." Comentou, observando o bule à mesa. "A que devo o chamado?"
𝒇𝒍𝒂𝒔𝒉𝒃𝒂𝒄𝒌 — 1 mês atrás. residência principal dos byaerne. à tarde. @vrthvs
Lucile gosta do seu irmão gêmeo. É sério, ela gosta mesmo. Não como se gosta de um cachorro maltrapilho que você pega na rua por acaso, mas como outro ser humano que na verdade têm uma parte secreta da própria Lucile dentro dele. Veja, ela nunca precisou se deixar levar pelas promessas ilusórias que as jovens da sua época costumam acreditar, sobre passar a vida à procura da metade que lhes foi destinada ao nascer — essa outra metade sempre foi Arthas; seu gêmeo, ao invés de um homem com quem ela deveria se casar um dia.
... Isso quer dizer que a relação dos irmãos deveria ser a melhor do mundo, correto? Errado!
Hoje Lucile sentia-se inspirada à sorver o cheiro adocicado das flores. Ela pediu a uma empregada que preparasse uma pequena festa do chá no jardim da residência principal do Ducado de Byaerne. O Duque? Era um homem extremamente ocupado e jamais se preocuparia com os planos que sua filha Lucile fazia em seu tempo livre. Se ela estivesse certa — e acredite: ela sempre está — o pai teria saído para acompanhar outros nobres da alta sociedade. O que significa conversa de homens. O que também significa putas e o cheiro acre do charuto, mas todo mundo prefere ignorar os eventos escandalosos que acontecem no interior das pequenas reuniões do Duque e seus comparsas... inclusive os filhos e a própria Duquesa.
Coberta da cabeça aos pés pela educação que a jovem recebeu desde a infância, Lucile apanhou uma xícara de chá. A porcelana era rosada e o conteúdo estava morno contra os dedos. Arthas não demoraria muito a revelar sua presença na festinha particular da irmã — ou assim ela esperava, porque havia deixado um bilhete solicitando o prazer da companhia dele debaixo da porta do seu quarto. "Querido irmãozinho," ela tinha escrito. "… hoje está um lindo dia! E apesar de saber que você volta cheirando à grama da sua caminhada com os cavalos, olha: eu exijo que me acompanhe bebendo um chá."
Um chá. Como se a relação entre os dois fosse... normal. Haha. Apenas um momento para ser desfrutado entre gêmeos, aos olhos do público — mas Lucile era esperta e tinha planos diferentes sobre os tópicos da conversa que se desenrolaria ali, protegidos pela paisagem verde do jardim.
De repente, as portas se abriram. Era a hora. "Um minuto e três segundos atrasado." Lucile abriu um sorriso, olhando o rapaz com o objetivo de desvendar o quê raios o pestinha estaria pensando por trás do rosto. Ela sabia que essa procura era fútil. Não se sabe quando, mas em certo lugar da história... Arthas começou a esconder suas emoções com a habilidade de um soldado treinado pelo exército. "Às vezes acho que faz de propósito, sabe? Chegar atrasado. Um minuto. Só pra me irritar."
Se remexeu na cadeira, apreciando o conforto do estofado contra suas costas. Assim como a porcelana escolhida, as cadeiras também possuíam um toque de sofisticação meticuloso e muito bem ornamentado. Tensa desse jeito, se não fosse pela suavidade da almofada, a garota sofreria com dores fortes durante à noite.
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FLASHBACK.
Arthas mantinha seu olhar no dela, aquela sensação estranha de reconhecimento mas, ao mesmo tempo, não recordação, envolvendo-o com um misto de contradição e confusão. Não se deixou levar tanto assim pelo sentimento, no entanto, optando por focar na conversa que tinham a ficar se remoendo em possibilidades. Talvez ela estivesse certa, talvez tivesse outra coisa além das máscaras e da bebida interferindo naquele momento, e talvez ele não se importasse com isso. Era bom, uma vez em anos, não ter olhares maldosos ou críticos sobre si, ele apreciava a oportunidade de poder relaxar por um instante e não temerem que ele retornasse aos seus antigos hábitos.
O elogio o pegou de surpresa e ele não conseguiu evitar o riso divertido que escapou, leve, porém, um que não se lembrava a última vez que permitira aparecer. Com certeza bem antes do reformatório, possivelmente antes até de seu caminho seguir para um lado de que pouco se orgulhava. Àquele ponto, sua vida já tinha virado um circo, um pesadelo à luz do dia, mas se forçava a trazer esse circo a outros - seu maior erro. "Não diga isso tão cedo. Ainda há suficiente tempo de música para acontecer uma ou duas pisadas." Brincou, balançando a cabeça em negativa, mas logo voltou a ajustar sua postura à ocasião.
Acompanhou o movimento dela, mas algo deu errado no meio do caminho, ele não sabia se havia sido erro seu ou dela, já que não era acostumado a danças tão elaboradas. Agiu instintivamente para agarrá-la ao que colidiu contra seu peitoral, suas mãos encontrando estabilidade na cintura dela, o olhar preocupado com o bem-estar dela durando não mais que um instante antes de notar a proximidade e, então, o rubor nas bochechas da garota que logo se alastrariam às suas como se fosse possível o contágio. "Está tudo bem. Tenho certeza de que não foi um erro seu, esse chão certamente está desnivelado." A brincadeira serviu para tirar da situação um pouco da tensão enquanto a salvava de se envergonhar por qualquer coisa. Foi então que notou a estadia prolongada de suas mãos onde estavam e logo as retirou para encontrar as dela. "Minha opinião não mudou."

𝐹𝑙𝛼𝑠𝘩𝑏𝛼𝑐𝜅.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ"Desde que não suba para a cabeça, ego inflado não faz mal, é até bom." Comentou, um leve erguer de ombros e um sorriso contido marcando sua indiferença quanto a isso. Era estranhamente satisfatório ver que pouco a pouco ele parecia estar mais confortável em sua presença. "Bom, você tem um bom ponto, mas ainda assim..." ela fez uma careta "pode chamar de intuição feminina, mas eu sinto que tem alguma coisa além do que sabemos. Mas, sendo sincera, já desisti de tentar entender." Um riso soprado escapou de seus lábios e então seus olhos, assim como os dele, se voltaram para aos pessoas ao redor, no entanto, retornar seu olhar para a companhia, percebeu que ele já a observava.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤAgora tão próxima dele, sentia uma familiaridade ainda maior oriunda daqueles olhos, como se já tivesse os encarado muitas vezes antes daquela. No entanto sua memória ainda a estava traindo sempre que tentava se recordar. O elogio a afastou dos pensamentos, fazendo surgir um sorrriso largo em seus lábios. "A prática traz algumas vantagens." Disse com um leve ar de convencimento, sustentando o olhar dele enquanto se permitia ser guiada. "Você, por exemplo, fez uma péssima propaganda de si mesmo, mas está se mostrando um ótimo dançarino, sequer pisou no meu pé até agora." Apesar da brincadeira, seu elogio era genuíno, assim como a vontade de ouvir novamente o risada dele.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSeguindo a coreografia, afastou-se levemente, girando o corpo com o mesmo gracejo das ondas, apenas para retornar aos braços dele logo em seguida. No entanto, ao antecipar o giro por um breve instante, acabou colidindo contra o peitoral dele. A proximidade inesperada deixou suas mãos espalmadas sobre a região, e seus rostos ficaram a meros centímetros de distância. Devagar, ela ergueu os olhos, encontrando o olhar dele fixo no seu. Um leve rubor começou a subir por suas bochechas, algo que ele certamente notaria. “Acho que você me elogiou cedo demais,” murmurou, a voz baixa, mas audível o suficiente naquela distância íntima. A tentativa de humor sendo sua válvula de escape para a vergonha. “Perdão,” completou, sem conseguir disfarçar o sorriso tímido.
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Arthas parou suas passadas, levando suas mãos de encontro uma à outra às suas costas, escutando-a enquanto ela o julgava sem mesmo conhecê-lo apenas por ser parte de um contexto e carregar consigo o nome khajol. Não fez menção a raiva ou a qualquer sentimento negativo, apenas escutava, assentindo vez ou outra enquanto tentava entender para onde ela queria seguir com todas aquelas críticas mascaradas com floridos, muitas que ele mal sabia de onde ela havia retirado tal desinformação. "Não, não é minha primeira vez... Eu treino frequentemente. O treino me ajuda a focar minha mente." Ele respondeu a primeira pergunta que ela havia feito como se houvesse sido uma verdadeira pergunta e não uma pontada maldosa. "Quanto a ser chocante ou não soldados treinando... Não. Foi um comentário acerca do que está acontecendo por aqui... O Cálice de vocês sumiu, agora nossa Pira... Muitos estão desfocados com tudo isso." Ele explicou seu ponto, apesar de entender que talvez estivesse errado em ter feito um comentário tão bobo. "E, não. Dez horas é muito cedo para nós, khajols, acho que onze seria melhor... Quanto ao brunch, muito provavelmente também incluiríamos alguns docinhos para acompanhar, não é mesmo?" Disse com seriedade contrária à brincadeira que obviamente complementava, exibindo um leve sorriso ao final. Aproximou-se alguns passos, com calma. "Qual é a sequência de hoje? Ou vai treinar o que der vontade?"
quando wülfhere era mais do que blocos de pedra e cinzas seus estudantes eram de personalidade um tanto parecida entre si, todos da mesma espécies, todos sem escolha sobre o próprio futuro, a disciplina militar era a única vida que conheciam, e os poucos que tinham memórias sobre como era a rotina fora daquelas paredes eram forçados a esquecer fosse para sobreviver ou para não sofrer. mas em hexwood era dificil não perceber como haviam dois mundos completamente diferentesm, era gritante, revoltante e mesmo assim, havia curiosidade em ambas as raças uma com as outras. --- um visitante! --- constatou ela, como se fosse a anfitriã daquele espaço e não que o objeto da curiosidade fosse ela e não a ala de treinamento. --- seja bem vindo então. --- fez um gesto amplo para o resto da sala, ainda pouco habitada, enfaixando os punhos que começavam a pulsar em dor. --- desde que tinha sete anos, não por vontade própria você deve imaginar, mas sabe o que dizem sobre os hábitos... e você? é sua primeira vez? --- perguntou, os olhos claros recaindo sobre a figura do khajol com interesse. --- é tão chocante assim que soldados treinem? --- perguntou, achando um pouco de graça. --- o que me deixa curiosa é que você esteja acordado tão cedo. vocês não acordam as dez, com mordomos para lavá-los e vestí-los e tomam brunch com brioche e champanhe antes dos estudos?
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A forma como seus iguais pensavam nos montadores de dragões era algo que não partilhava e que se culpara diversas vezes por no passado ter sido influenciado tão facilmente a compartilhar dessa visão distorcida. Não gostava de pensar em superioridade ou inferioridade e conhecia muito bem o peso dos olhares e a pressão que vinha com esses; no caso de Arthas, havia sentido no julgamento, devido sua história, mas não compreendia esse conflito entre as duas contrapartes. "Em minha mente, se Hexwood fosse aquela a ser destruída, acredito que eu gostaria de ser recebido com o mínimo de compaixão e respeito... Por mim, vocês são bem-vindos pelo tempo que custar." Pontuou, deixando transparecer sua forma de pensar. Ambos os lados tinham seus pensamentos uns sobre os outros, e ambos os lados contribuíam para as desavenças, mas isso não tinha que moldar um pensamento sobre cada indivíduo. O Byaerne assentiu com as palavras dela, ele também acreditava naquilo, em aceitar ajuda de qualquer lado para enfrentar aquele momento. "Sim... Qualquer ajuda é bem-vinda... Então, se quiser me contar dos seus Deuses em algum outro momento, eu adoraria ouvir. Mesmo que já tenha dito que não é uma pessoa de muita fé." Afinal, era bom que expandisse seus horizontes culturalmente falando, considerando que seu patrono não mudaria de forma alguma. Devia muito a Hórus. "Digo o mesmo sobre o Cálice de vocês." Respondeu em reciprocidade. "Espero que tudo isso se resolva logo e possamos recuperar esses dois artefatos." Expôs seu sentimento. Havia certo pesar em sua voz, mas isso desapareceu com um leve sorriso que surgiu nos cantos de seus lábios. "Tenho que admitir que demorei uns bons meses para me acostumar com a fumaça, mas agora acho que vou até sentir falta."
O corpo já se movia para a saída quando Rowena sentiu-se travar no instante que a voz de outrem se fez mais firme, deferente do questionamento inicial. Num giro sobre os calcanhares, colocou-se, outra vez, a observar o outro. Uma parte dela, por menor que fosse, concordaria com tal premissa, se a capela em questão não estivesse nos limites da academia que, não ironicamente, era o espaço ocupado pelos khajols. "Entendo, mesmo que nossos deuses sejam diferentes.", no presente talvez. Se ele tinha recorrido ao lugar, acreditava na fé antiga, o que poderia ser um diferencial para com os outros. "No entanto, estamos no seu território, não é? Digo, a academia inteira pertence a vocês, ou pelo menos é isso que seus colegas fazem questão de lembrar a mim e aos meus.", o quanto não eram bem-vindos no espaço, mesmo que tivesse sido uma ordem do imperador. O breve arquear de sobrancelha contornou a expressão da Llwelyn, a ênfase nas últimas palavras, a forma que ele tentava colocar-se distinto dos seus, um comportamento interessante para um khajol. "Nunca fui uma pessoa de muita fé.", replicou, avançando novamente no sentido das estatuas, dando ao outro o benefício da duvida. "Mas acho que estamos enfrentando momentos difíceis demais e que qualquer ajuda seria bem vinda. Sinto muito pela Pira de vocês, mesmo que eu não sinta falta alguma do fumacê.".
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Agora que parava para pensar, sua pergunta realmente havia sido algo muito complexo para quebrar o gelo com outra pessoa, e o retorno dela fez com que ele tivesse que pensar um pouco mais do que gostaria na resposta. "Nada tão fantástico..." Ele comentou, considerando o dom que o outro dizia ter. "Se eu me concentrar bastante, consigo ler mentes..." Ele contou como se fosse um segredo bem guardado. "Por enquanto, só a minha, no entanto." Um leve sorriso surgiu em seu rosto ao que desmascarou sua própria mentira, mas logo balançou a cabeça em negativa. "E o que guarda esse futuro que você viu?"
𝒄𝒍𝒐𝒔𝒆𝒅 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓 . 𓂅 @vrthvs
onde: salão principal
ele disse: "so what kind of... uh... craft do you do."
Um momento de paz era tudo o que Rhys pedia em sua mãe, pois sua mente só começava a trabalhar de modo efetivo depois de uma ou duas xícaras de café e, além disso, ele gostava de passar seus momentos no café da manhã em silêncio, não estando pronto para conversar com ninguém. Porém, toda sua paz imaculada tinha sido interrompida pela pergunta do rapaz, fazendo com que um olhar rancoroso fosse lançado para ele antes que Rhys pudesse pensar em mudá-lo. " craft? " repetiu a palavra com desdém, respirando fundo, antes de virar-se para ele e encará-lo. " eu prevejo o futuro em sonhos. " apenas o dele próprio até o momento e era um futuro muito promissor, diga-se de passagem, então ele não via problema em focar no básico. " e você, que tipo de craft você faz? "
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"Fico feliz de ouvir isso." Ele disse com remanescentes da formalidade antes de deixar aquilo de lado por fim. Na verdade, se fosse ser sincero, não estava tão disposto assim a ser o lorde cavalheiro que tentara construir como sua imagem desde seu retorno - uma figura elusiva para mascarar seus erros passados. Sua cabeça estava cheia e a meditação custava a trazer frutos desde que tudo acontecera, até porque os conflitos entre as contrapartes também afetariam em muito a segurança daqueles que desejava proteger, e apenas isso importava naquele momento. "Apenas um ou dois... Acho que vou ter que carregar mais moedas comigo no futuro caso decida parar em uma fonte." Brincou com um leve sorriso que logo se desfez ao que seu olhar a deixou para encontrar a fonte com o questionamento. "Não sei... Mas prefiro me agarrar ao talvez positivo do que deixar às mãos da chance." Parou para pensar por um momento. "Pareço um louco falando... Mas você entendeu." Balançou a cabeça em negativa antes de deixar o sorriso retornar, discreto. "Por que? Também quer fazer um pedido?"
A conhecida voz masculina tirou Sigrid de seus devaneios, causando um sobressalto rápido. Estava perdida demais nos próprios pensamentos para notar Arthas e agora que fizera, não poderia ignorá-lo. Não quando ele tão diretamente tinha iniciado uma conversa. Então Sigrid o encarou, brevemente recordando-se da amizade antes de retornar os olhos claros para a fonte. As pessoas depositavam dinheiros e desejos ali, duas coisas que a khajol muito possuía... se fosse jogar uma moeda para cada desejo, afundaria a fonte com o peso das pratas. "Arthas." Proferiu o nome como um cumprimento, deixando de lado a formalidade exagerada. "Eu estou bem." Não estava, mas não era algo que queria discutir em público, com alguém a quem muito tempo não chamava de amigo. "Fazendo muitos pedidos?" Indicou a fonte com a cabeça, tendo presenciado o gesto dele de jogar uma moeda. "Acredita que isso pode dar certo?" Dessa vez a sentença saiu mais suave, embora apreensiva. Gostava de se agarrar a quaisquer esperança de alguma de suas preces poderiam ser atendidas rapidamente.
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Seria impossível que o outro não se lembrasse dele, disso ele sabia bem, principalmente considerando tudo o que fizera o rapaz à sua frente passar em sua juventude, quando poder e a rebeldia lhe subiam à cabeça tão rápido quanto seu ego se inflava com os elogios e as bajulações das pessoas erradas sempre que cometia um erro irreparável. O ódio era claro no olhar de Tadhg, e Arthas podia culpar apenas a si mesmo por isso, tanto que não reagiu quando viu em sua periférica o movimento da mão do outro, compreendendo que o perigo que passava naquele momento era apenas um reflexo do trauma que oferecera ao ex-vizinho. "Eu quero me desculpar. Por tudo o que fiz..." Ele foi direto dessa vez. Não queria estender tudo aquilo, afinal, pelo menos naquilo se entendiam: ambos eram pessoas de poucas palavras e cujas palavras continham seu intuito e sua sinceridade. "Não vou pedir que me perdoe pelo que te fiz passar no passado, eu mesmo não sei se me perdoaria. Mesmo assim, peço desculpas. Eu cometi muitos erros no passado e estou tentando ser melhor que isso agora... Não quero deixar isso passar sem falar nada."
É claro que o filho da puta havia tirado aquele dia para lhe dirigir a palavra. Teria sido tão mais fácil para ambos se o ex-vizinho simplesmente tivesse seguido em seu caminho na direção oposta mas, parado diante de si e com a sua melhor cara de coitado, Arthas parecia ter recém-descoberto o dom para a atuação. Já não eram meninos mas, ao fitá-lo sem as habituais ressalvas de quem o tentava evitar, notou o quanto ele havia mudado. Já não era maior ou mais forte, para começo de conversa, e tampouco o intimidava–seria fácil o matar e, ali onde estavam, tinha confiança na própria capacidade de sair impune. A ideia era tentadora–sempre estava armado, afinal. Como se percorrida por um espasmo, a mão esquerda fez o mais ínfimo dos movimentos antes de estacar, como se estivesse prestes a sacar uma das adagas somente para desistir no último momento. Invés disso, optou por ouvi-lo, talvez para dar-lhe a oportunidade de oferecer um novo motivo para odiá-lo. ❛ Não seja imbecil–é óbvio que eu me lembro. ❜ Foi o que respondeu em vias de cumprimento, como se fosse possível esquecê-lo. Gastou seu autocontrole ao fazer um esforço consciente para relaxar a postura enrijecida, e então deu um passo na direção do outro até ter invadido seu espaço pessoal–havia certo prazer em fazer com ele o que havia feito consigo, usando a diferença de altura na tentativa de o intimidar. Se olhares pudessem matar, o seu seria a mais letal das armas. ❛ O que você quer? ❜
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O sorriso surgiu, calmo, em seu rosto com o que ela ofertou, entendendo que era uma brincadeira e não levando tão a sério assim o comentário feito. No momento seguinte, entretanto, a frase dela ecoou em sua mente por um momento, "[...] alguém do tipo não teria a competência ou o conhecimento necessário"... Aquilo bastava para Arthas entender a opinião dela sobre os visitantes. Se fosse considerar sua própria visão, não os via com olhares de julgamento, até porque ele sabia bem o peso de tal frieza apontada para si - ainda que a ele fossem fundados os julgamentos. Não a levava a mal pela forma como falava ou achava que ela pensava, até porque conhecia de perto o preconceito contra o diferente, ele mesmo o havia fomentado ainda jovem algumas vezes, sempre sob a influência das más companhias que tinha na época, e era uma das coisas que prometera nunca fazer novamente. "Eu acredito que alguém esteja tentando instigar os dois lados a um conflito." Não escondeu sua opinião, assentindo uma vez com a cabeça. "Agora... O motivo para isso ainda é algo que não descobri..." Haviam tantas opções, mas nunca aquelas que ficavam escancaradas eram as corretas. Se quisesse entender a mente dessa pessoa ou desse grupo, teria que ir atrás de descobrir coisas que provavelmente estavam mais bem escondidas do que gostaria. "Só espero que essa tensão não nos leve a brigas sem sentido, para ser sincero..." Comentou com um suspiro calmo, tentando não se apegar muito ao nervosismo. "Acho que nos resta aguardar, não é?" Um riso leve escapou, sem graça.
❝Se formos considerar que possivelmente quem o fez estava esperando um momento de distração geral, não acho que a presença do álcool ou não demonstraria tanta diferença... Só precisava que todos estivessem distraídos o suficiente no salão.❞ E citar aquelas palavras lhe deixava profundamente desgostosa, visto que colocava todos na instituição como tolos descuidados. Afinal, tão focados em se agarrar a um evento e algo que fosse distrativo, que nem sequer passou por suas cabeças que poderiam ser atacados em momento de fragilidade. Afastando a mão da frente do rosto, se virou para que pudesse encarar Arthas, ponderando sobre qual resposta seria a mais aconselhável a ser dada ali. ❝Minha opinião, acredito que depende... Se for a comentar com algum outro membro da minha família seria obrigada a dizer coisas bem agressivas.❞ O sorriso ofertado era quase macabro, ainda que fosse nítido em seus olhos que apenas brincava com ele e nada mais. ❝Não acho que tenha sido nenhum changeling revoltado, a Pira certamente estava muito bem protegida e alguém do tipo não teria a competência ou o conhecimento necessário para tal ato... O que acaba implicando em opções não muito agradáveis ou favoráveis para nós, mas facilmente poderia se tratar de alguém que já estuda essa possibilidade a muitos anos.❞ E muitas outras teorias poderiam sair disso, mas ela não via por que compartilhar muito mais com ele, não quando ele não havia lhe fornecido nada até o momento. ❝E qual seria a sua opinião sobre o assunto?❞
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