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xopin-blog · 12 years
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Não te dou o direito de vir cobrar-me satisfações, jogar-me contra a parede e ainda esperar que eu te receba aos beijos e palavras doces. Se quiser agir dessa forma, se pautar nas acusações e palavras diretas, não espere que eu te estenda a mão e te abrace. Não espere que eu te coloque debaixo dos meus braços, para depois ajoelhar-me aos seus pés. Se me vier com a frieza dos aspectos ruins de seu dia, te entregarei de volta exatamente o mesmo. Não fale comigo como se eu fosse capaz de absorver suas angústias. Irei apenas refleti-las e torna-las, para você, ainda mais intensas. Você não se livrará dos seus problemas por minha causa. Não posso resolve-los por você e você sabe disso. Arque com as consequências dos seus atos, suporte a reação da força que você mesmo incitara.
Liza
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xopin-blog · 12 years
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Daí um dia desses, ela decidiu que iria mostrar a ele todos os textos que escrevera sobre os dois. Juntou aquela dúzia de papeis rabiscados e, como quem não quisesse nada, entregou-lhe todos e disse, sem jeito, apenas "olha, umas coisas que eu escrevi". O menino pegou as folhas, disse que leria mais tarde e, já no dia seguinte, quando a encontrou decidiu, sem demora, contar-lhe tudo o que achou. E de todo aquele sentimentalismo exagero, que fora confessado com medo em tantas palavras, sobraram na citação do menino uns erros ortográficos. Deixou de lado todo o sentimento utilizado e apegou-se à gramática pura, principalmente, aos infinitos erros de regência. Pareceu, para ele, que ela não compreendia ao certo os possíveis significados do verbo cuidar, nem de querer ou aspirar. Para ela, pareceu o contrário: talvez fosse a ele que faltassem os significados... a ela faltavam apenas as preposições.
Liza
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xopin-blog · 12 years
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Não sou uma menina boa. Não sou uma menina má. Sou incapaz de estender a mão à quem, em silêncio, chora por ajuda. Sou egoísta a ponto de afastar-me, assustada com a simples presença de algum necessitado. Mas não consigo ser egoísta o bastante para simplesmente ignorar-lhe e seguir sorrindo alegremente pelas ruas da conturbada cidade. Sou má quando o preceito é ser boa e boa quando o preceito é ser má. Sou, então, nem uma coisa nem outra. Sou o meio-termo, a junção de tudo o que haveria de ruim nessas duas formas de se viver. Estou recolhida sobre o alto muro de paredes firmes, pela certeza de que aqui em cima, estou em segurança. Mas vejo e admiro os grandes mares que me observam por todos os lados. Perco-me da beleza da imensidão azul. Imagino-me com os benefícios que teria com o pecado e com a benevolência. Sonho com as graças da perdição em vida e com a belíssima salvação em morte. Mas não me movo, nem para um lado, nem para o outro. Fico olhando as águas me chamarem em ondas e deixo apenas que umas gotas de cada um dos lados respingue em mim. Mas não deixo que me molhem por completo. Fico na ponta dos pés, dou saltos e rodopios. Mas não mergulho. Não mergulho porque as águas parecem agitadas demais, conturbadas demais. Mesmo que o sol esteja forte e que eu precise de alguma forma de me refrescar. A queda é alta demais. O muro de concreto onde me meti é grande demais, calmo demais. Os mares são agitados demais. Fico então ainda em cima do muro, sozinha, quietinha, esperando o tempo e a vida passarem... Sem optar pela glória em vida ou em morte; alias, sem optar por glória alguma; sem optar por nada.
Liza
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xopin-blog · 13 years
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Breaking the Seal | by: Rafael Sarmento
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xopin-blog · 13 years
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Querida paixão,
Deixa-me ver tua face e aninhar-me em teu colo. Deixa-me saber de tua existência e venerá-la como se fostes deveras um deus. Deixa-me glorificar-te e fazer da tua imagem a mais digna razão da minha vida. Mas não me deixa porque preciso de tua presença. Por mais que não exista e seja nada mais que uma ilusão, por mais que eu ainda não conheça o teu sorriso e ainda não consiga roubar-lhe abraços ou beijos, eu preciso os mais belos sonhos, sem nada disso.
Já te vi entre as montanhas mais altas, ofuscando a luz do pôr-do-sol. Já te vi entre os vazios de meu quarto, entre as frestas de minha alma. Já te vi chorando aos cantos, pedindo uma ajuda que só poderia ser minha. E fiz tudo isso sem nunca realmente te ver.
És nada mais que fruto de minha imaginação, uma fantasia que fiz para curar-me dos malefícios da vida. És, mesmo assim, tudo o que tenho porque todo o resto não me pertence.
O vento que seca as minhas lágrimas é ainda o mesmo que bagunça os cabelos daquela outra. O moço que entregou-me sorrisos ontem é o mesmo que sorri aos estranhos ao caminhar pela rua. A água que faz sumir meus pesadelos também refresca os que a tocam. Tua não existência satisfaz o meu ciúme tolo e também minhas obsessões. Tua não existência faz com que não possa encostar em nenhuma outra. Tua não existência faz com que você vague apenas sob os meus pensamentos e sob os de mais ninguém. Tua não existência faz com que seja apenas meu.
Mesmo assim, quero que exista porque me falta... Falta-me as carícias dos namorados. Falta-me o conforto dos braços. Falta-me a paciência das conversas que nunca foram faladas. Falta-me tua presença.
Quero que exista e que exista só para mim. Quero que deixe-me viver ao teu lado, mas não me deixe. Quero que seja onipresente e que esteja apenas comigo. E quero que sim e quero que não. O paradoxo me denuncia, deixa clara a paixão secreta que não escondo.
Liza. 
— Desafio das Cartas, carta à tua paixão.
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xopin-blog · 13 years
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1 - Carta para a tua paixão 
2 - Carta para a tua melhor amiga ou teu melhor amigo
3 - Carta para o teu ex-namorado/amor 4 – Carta para o teu irmão/ a tua irmã ou parente mais próximo 5 – Carta para os teus sonhos 6 – Carta para um estranho 7 – Carta para os teus pais 8 – Carta para o teu amigo virtual preferido 9 – Carta para alguém que queiras conhecer 10 – Carta para alguém com quem não falas tanto como gostarias 11 – Carta para uma pessoa falecida com a qual gostavas de falar 12 – Carta para a pessoa que odeias mais 13 – Carta para alguém que gostavas que te perdoasse 14 – Carta para alguém de quem te afastaste 15 – Carta para a pessoa da qual tens mais saudades 16 – Carta para alguém que não está na tua cidade ou país 17 – Carta para alguém da tua infância 18 – Carta para a pessoa que tu desejavas ser 19 – Carta para alguém que importunou a tua cabeça (bom ou mau) 20 – Carta para a pessoa que mais partiu o teu coração 21 – Carta para alguém que julgaste à primeira impressão 22 – Carta para alguém a quem queres dar uma segunda oportunidade 23 – Carta para a última pessoa que beijaste 24 – Carta para a pessoa que te deu a tua melhor memória 25 – Carta para a pessoa que sabes que estará lá nos tempos mais difíceis 26 – Carta para a última pessoa a quem fizeste uma promessa 27 – Carta para a pessoa mais amigável que conheceste por apenas um dia 28 – Carta para alguém que mudou a tua vida 29 – Carta para a pessoa a quem queres contar tudo, mas tens medo de o fazer 30 – Carta para o reflexo no espelho
Desafio das cartas
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xopin-blog · 13 years
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xopin-blog · 13 years
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xopin-blog · 13 years
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A única vontade que tenho agora é de te irritar um pouco e falar mal do seu livro favorito, por mais que eu tenha gostado dele, só para ver como você reage. Só queria ver aquela empolgação novamente nos seus olhos, defendendo com vigor que se trata do melhor livro de todos. Só queria ouvir você dizendo que só posso estar louca por não ter gostado tanto assim e que, com toda a certeza, não sei o que estou dizendo. Daí, você falaria sobre cada um dos personagens e citaria os nomes difícies decorados de todos eles. Me perguntaria se realmente o li e até mesmo questionaria o final do enredo. Eu responderia prontamente, tentando manter a face séria para não dar risada a tantas mentiras que eu já teria contado ao difamar com vigor cada uma das palavras do autor. Até que eu não me aguentasse e começasse a sorrir feito uma boba, encantada pela sua forma convincente de lidar com as discussões. Fingiria estar rendida e admitiria que o livro não é assim tão ruim. Só para ver suas mãos se levantando até lá em cima e depois se abaixando, enquanto você diria "não é tão ruim?" e continuaria nervoso. Eu apenas sorriria, com implicância.
Liza Bolarg.
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xopin-blog · 13 years
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Ontem me contaram que para escrever bem, temos que escrever como os grandes autores. Decidi olhar um livro de um grande autor. Perguntei ao papai qual era um bom autor. Ele me entregou um livro grosso e disse que tinha mais de duzentos anos. Fiz uma careta. Pessoas com mais de duzentos anos não conseguem se aguentar em pé direito. Famílias com mais de duzentos anos já não conseguem ter o sangue tão puro. Bicicletas com mais de cinco anos já ficam pequenas. Já para roupas dois anos é o bastante para que não sirvam. Não sei por que um livro com mais de duzentos anos serviria. Mesmo assim, decidi dar uma chance a ele. Talvez fosse apenas velho, poderia ter muito a ensinar. Comecei lendo o título "Vinte mil léguas submarinas". E logo entendi o que precisava fazer. Precisava juntar as palavras difícies com as fácies. Afinal, até um bebê sabe o que significa vinte mil. Mas para saber o que esse tal de Júlio quis dizer com "léguas submarinas" precisei procurar um dicionário. Acho que uma pessoa mais velha não precisaria de um dicionário. Meu pai, por exemplo, nunca precisou e sempre soube de tudo. Bom, pensando nessa mistura de coisas difícies e fácies é que decidi como seria meu título: "Meu elusivo Vento", porque "meu" e "vento" todos sabem o que é, mas para a palavra "elusivo" os mais novos, como eu, precisariam de um dicionário. Se você sabe o que é, pode pular o restante deste post e ir para o próximo. E se não sabe, deixe de ter falsas esperanças. Não vou te contar. Júlio também não me contou o que eram "léguas submarinas". E, sabe, me disseram que para escrever bem preciso fazer como os grandes autores.
Meu elusivo vento — Liza B.
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xopin-blog · 13 years
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'Recuso-me a provar que existo', diz Deus, 'pois a prova nega a fé, e sem fé não sou nada.' Diz o homem: 'Mas o peixe-babel é uma tremenda bandeira, não é? Ele não poderia ter evoluído por acaso. Ele prova que você existe, e portanto, conforme o que você mesmo disse, você não existe. QUED*'
O Guia do Mochileiro das Galáxias  —  Douglas Adams
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xopin-blog · 13 years
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Para o meu amigo que acredita no amor, mas duvida de que ele um dia bata em sua porta. Ela vai se chamar Paula ou Lucy ainda estou em dúvida. Como te disse á noite em quanto você desacreditava em mim, ela tem que ter bochechas rosadas de menina, e gestos simples. Por mais que seja flutuante e intelectual, quero que lhe chame para fazer estripulias de menina aventureira. Pode ser só um acordar de manhã e preparar chocolate quente ou escalar a montanha mais alta do México. Que seja. Eu quero que ela acredite em você e te dê um murro no estômago cheio de amor, por você desconfiar tanto que é capaz. Ela irá guardar seu drama em um pote e rir da cara que você faz. Eu te juro que ela será sua. E por mais que você tenha dúvidas dos contos de fadas que escutou, ela ira criar uma história única a cada amanhecer. Você vai tocar em seu sorriso sem culpa. E abrir um sem receio de se perder. Eu te juro, amigo, você vai cantar em seu ouvido a canção que jurou ser preciosa para dividir com alguém. Mas como uma pérola esquecida no mar, você resgatará todas as suas qualidades ocultas no jeito dela de falar, no jeito dela de insistir o mesmo pedido, no jeito dela de falar sobre amor mesmo triste. Ela, antes de tudo, será o amor na sua forma mais singela e prestativa. Vocês vão pegar um ônibus e decidir o ponto de chegada no par ou impar. Você vão tecer segredos de infância como se em algum momento ele ainda existisse. Seus desejos, os desejos dela, irão se colidir em uma dança casual. Mas vocês não vão ter planos. Dessa vez eu te juro você não vai encher a cara de livros e seminários educativos, não vai enrugar de tanto amor não recebido, de tanta vontade de devolver o que não foi dado. Dessa vez eu te juro que será uma graça te ver amando, com as portas abertas que é pra não duvidar.
Jessica F.
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xopin-blog · 13 years
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Para quem quiser aprender mais um pouco ou se divertir com o que já sabe, observe o pequeno texto abaixo.
Ele era um agente, decerto, de patente baixa. Há pesar no seu cargo. A pesar, dizia ele que não levava para casa desaforo. Se não o fazia, arrastava suar preocupações por toda via, irritado com o emprego de certo salário e carga horária desproporcionais. A gente sabia mais ou menos do quê se tratava todo aquele desgosto, apesar de nunca tê-lo sentido na pele. Mas alguns ainda tinham alguma implicância contra o jeito fechado daquele homem, senão fosse uma profunda admiração mal resolvida. 
Liza Bolarg
  Vocabulário:
Agente: pessoa que pratica uma ação; pessoa que trata de negócios alheios; representante; membro da força policial. 
Gente: pessoas.
A gente: um grupo de pessoas; sinônimo popular para o pronome "nós".
Decerto: com certeza
De certo: de determinado.
Há pesar: Há peso.
A pesar: Para servir de peso; para servir como referência.
Apesar de: mesmo que.
Toda via: toda estrada; todo caminho. 
Todavia: entretanto.
Mais: +
Mas: todavia.
Se não: caso não; quando não.
Senão: do contrário; de outro modo; caso contrário; porém.
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xopin-blog · 13 years
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Querido diário, este é o primeiro contato que eu tenho com o senhor (ou posso deixar de lado as formalidades e lhe chamar de você? A última opção faria parecer que se trata de alguém bem próximo a mim por isso escolho ela, sem perguntar a sua opinião porque só procuro a opinião de quem seja realmente próximo. Não somos próximos ainda, este é o nosso primeiro contato. Portanto, não ouse expor as suas opiniões e eu tento também não expor as minhas. É que acho complicado te dizer tudo o que penso a um estranho, assim de cara. Acho que poderíamos começar conversando sobre algo menos íntimo. Opiniões costumam ser pessoais demais. O que acha de me dizer seu nome? Explicar como você funciona, me dizer de onde veio... Ou... Tudo bem, fique nesse silêncio contínuo. Eu te entendo, eu também não me sentiria assim tão a vontade respondendo essas coisas a um estranho. Talvez seja por isso mesmo que eu tenha começado este bate-papo confuso e não consegui me abrir ainda. Era para isso que você deveria servir, não? Para que eu pudesse me abrir contigo e te dizer tudo o que sinto e penso... Mas... Ah, você sabe. Ainda somos tão estranhos. Não gostei muito desta conversa.) Finge que deu erro na página e que tudo isso se perdeu, está bem? Aí recomeçamos do zero. Será, bom, menos estranho. Lhe prometo.
Liza Bolarg
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