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Um lugar, apenas!
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yevaaxx · 4 months ago
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Cativar
As pessoas chegam, com sorrisos que aquecem e palavras que acolhem. Plantam sementes em corações alheios, regam com atenção, fazem brotar esperança. E quando você menos espera, elas viram parte do seu mundo — parte de quem você é.
Mas o que ninguém te conta é que o ato de cativar carrega uma responsabilidade silenciosa. E que, às vezes, quem cativa não quer ficar. Vai embora sem aviso, sem explicação… como se nada tivesse florescido ali. E o que sobra? Um vazio. Um eco de promessas não ditas. Um silêncio pesado onde antes morava o som da presença.
É cruel perceber que, mesmo tocando fundo o coração de alguém, nem todo mundo quer ser abrigo. Nem todo mundo quer permanecer. A dor não vem só da ausência, mas do abandono disfarçado de liberdade. Como se amar fosse um erro. Como se sentir demais fosse exagero.
No fim, fica a gente. Tentando entender por que alguém acendeu tanta luz se no fim só queria apagar e ir embora. Fica a saudade de algo que foi, mas nunca prometeu ser. Fica a ferida de ser cativado por quem não quis carregar o peso de permanecer.
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yevaaxx · 4 months ago
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Carta, não de adeus, mas de perdão
Não escrevo estas linhas como um adeus, mas como um gesto humilde de arrependimento. Este não é um ponto final, mas talvez uma vírgula entre os capítulos de uma história marcada por sentimentos intensos, gestos impensados e silêncios que, por vezes, disseram mais do que eu gostaria.
Peço perdão a todos os que, de algum modo, feri — mesmo que sem intenção, mesmo que sem plena consciência do alcance das minhas palavras ou da ausência delas. Aos que sentiram o peso da minha instabilidade emocional, dos meus momentos de fúria, das minhas falhas em acolher quando era preciso, eu me curvo em sincera desculpa.
Reconheço que muitas vezes fui tempestade, quando se esperava de mim apenas brisa. Que permiti que emoções à flor da pele transbordassem como maré impiedosa, levando com elas a leveza que deveria ter oferecido. Desculpo-me pelas palavras duras, pelos olhares frios, pelo silêncio ensurdecedor que impus quando o diálogo teria sido mais justo.
E mesmo nos detalhes pequenos — aqueles que a pressa ou a distração me fizeram negligenciar — reconheço agora o quanto poderiam ter sido importantes. Às vezes, um gesto que faltou, um cuidado que escapou, também deixou marcas. E por essas marcas, também peço perdão.
Não justifico meus erros, apenas os assumo com honestidade e um coração disposto a evoluir. Que esta carta sirva como um passo em direção à cura, para mim e para aqueles que, de algum modo, se machucaram nos labirintos do meu ser.
Com humildade e esperança,
eu
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yevaaxx · 4 months ago
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*Você faz parte de mim”
Ainda tenho nossas primeiras palavras guardadas como relíquias de um tempo que já não nos pertence, mas que, de alguma forma, ainda me habita. Letras impressas em telas frias, mas que carregam o calor do que fomos — um calor que agora arde de maneira diferente, misturado com a brisa cortante da ausência.
Vejo você com ela, e sinto um peso silencioso no peito, uma dor que não é afiada, mas também não é branda. Não chega a ser dilacerante, mas também não passa despercebida. É um aperto que me prende por um instante e depois se dissolve no ar, deixando apenas o eco de algo que não sei nomear. Dói, mas não como antes. Dói, mas de um jeito estranho, quase brando, como se minha alma estivesse aprendendo a conviver com sua ausência, sem de fato aceitá-la.
E então me pego tentando entender onde você repousa agora dentro de mim. Já não sei se é um fantasma ou uma presença discreta, se ainda é amor ou apenas uma lembrança tatuada na essência. Seu nome ainda ressoa no meu peito, mas não sei se como uma oração ou um sussurro perdido no tempo. Você ainda está aqui, de um jeito que não sei explicar — um pedaço do passado que se recusa a ser apenas passado.
Talvez seja isso. Talvez algumas pessoas nunca saiam completamente de nós. Elas se tornam parte do que somos, costuradas à nossa história com fios invisíveis, mas indestrutíveis. Você foi, mas ainda é. E eu sigo, sem saber ao certo se te deixo para trás ou se apenas aprendo a carregar você de uma nova maneira.
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yevaaxx · 4 months ago
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A ansiedade é um espectro insidioso, insinuando-se pelas frestas da consciência até que tudo o que se conhecia como “eu” se torne um reflexo distorcido, irreconhecível. Ela erode a identidade em silêncio, fragmentando pensamentos, desvanecendo certezas, transformando o cotidiano em um labirinto de inquietações e apreensões sem rosto.
O tempo torna-se um borrão. O passado é uma lembrança enevoada, o presente é insuportavelmente denso, e o futuro, uma promessa de catástrofe iminente. Cada batida do coração reverbera como um eco de presságios sombrios, cada respiração é superficial, incompleta, como se o próprio ato de existir fosse um peso insustentável.
Você tenta reunir os cacos dispersos da própria essência, tenta lembrar-se de como era habitar-se sem essa constante opressão interna. Mas a ansiedade não permite retornos fáceis. Ela apaga rastros, confunde direções, tornando a busca por si mesmo uma jornada exaustiva, quase quimérica.
E, no entanto, sob camadas de medo e incerteza, ainda há algo de você lá. Um resquício de identidade lutando contra a dissolução. Um sussurro tímido, mas insistente, lembrando que talvez — só talvez — seja possível encontrar o caminho de volta.
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yevaaxx · 4 months ago
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Há momentos em que anseio ser o navio, não o farol.
Exaure-me a permanência imutável, a incumbência de iluminar caminhos alheios enquanto permaneço enraizado na solidão da rocha. Sou a constância para os errantes, a claridade que guia, mas que ninguém verdadeiramente vê. Todos passam, poucos olham para trás. Resisto às marés furiosas, aos ventos impiedosos, às noites insondáveis—mas resistir não é viver. E viver sem partir é apenas um eco prolongado da própria ausência.
Quero, ao menos por um instante, libertar-me dessa vigília eterna. Quero ser o navio, abandonar certezas, lançar-me ao imprevisível, sentir o peso das águas indecisas conduzindo-me para onde eu não havia planejado ir. Quero perder-me em correntes desconhecidas, permitir que o sal do mar dissolva as amarras da previsibilidade, errar rotas, deixar para trás o peso da obrigação de ser âncora para outros enquanto permaneço à deriva dentro de mim mesmo.
Ser farol é ser promessa, mas quem me prometeu que eu deveria ficar? Que a minha luz só teria valor se projetada para guiar os outros? Talvez seja hora de apagar o feixe e, por fim, partir.
Que alguém mais ilumine. Que alguém mais vigie. Hoje, só desejo velejar—e que o mar decida meu destino.
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yevaaxx · 4 months ago
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Não mais uma menina
Me peguei refletindo sobre isso na volta para casa, enquanto repassava, quase mecanicamente, o ritual de pegar a chave e o bilhete, como se o simples ato de estar preparada para o que me aguarda fosse uma maneira de acalmar os medos que, silenciosos, ainda se aninham dentro de mim. Agora, sempre desço pela frente, o caminho familiar que percorro já mapeado pelo meu corpo, como se cada passo fosse uma tentativa de reafirmar o controle, por mais ilusório que ele seja. Mas, no fundo, ainda me sinto uma menina—uma menina frágil, cujos olhos buscam por refúgio no escuro, cujos passos hesitam diante da vastidão do mundo que se estende além da segurança dos muros que cercam minha casa.
Como mulher, esse medo persiste, mas já não é mais o mesmo. Ele se metamorfoseia, assumindo a forma de uma ansiedade crônica, um alerta constante, como se cada sombra escondesse um perigo iminente. O mundo, agora, não é apenas grande e assustador, mas imprevisível. E a noite, que antes era apenas uma sequência natural de horas, se transforma em um território hostil, onde até o som mais simples—o farfalhar das folhas, o estrondo distante de um carro—se torna uma ameaça velada.
É um minuto, ou talvez menos, do ponto até minha casa. Um minuto que, à primeira vista, parece irrisório. Mas é o minuto mais longo e angustiante do meu dia, o único momento em que, por mais que eu tente negar, me vejo vulnerável, exposta à iminência de algo que não sei nomear. Um minuto que arranca de mim a leveza da juventude e me força a carregar o peso da experiência, da desconfiança, da necessidade de estar sempre alerta, mesmo quando o único reflexo que encontro em mim é o de uma menina assustada.
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yevaaxx · 4 months ago
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Será que me veem ou realmente me enxergam?
Habito um corpo que os outros parecem reconhecer, mas que para mim é um enigma insondável. Caminho entre olhares que me percorrem, mas não me atravessam. Sou presença e, ao mesmo tempo, ausência—um vulto esculpido pelas expectativas alheias, uma silhueta que se molda conforme o espaço que me concedem. E, no entanto, quando a noite desaba e o mundo se silencia, resta apenas a pergunta que me consome: quem sou eu, além do que projetam em mim?
Gosto do que aprendi a gostar ou apenas aceitei os desejos que me foram dados? O que, em mim, é genuíno e o que é reflexo de vozes que sussurraram em meu ouvido por tanto tempo que já não sei distinguir as minhas das delas?
Talvez eu tenha me dobrado tantas vezes para caber que perdi minha forma original. Talvez tenha me dissolvido em tentativas incessantes de pertencimento, até que me tornei apenas um mosaico de retalhos emprestados, colados com o medo de não ser suficiente.
E se não houver nada sob todas essas camadas? Se, ao me despir de tudo que absorvi, restar apenas o vazio?
Se ao menos alguém me olhasse de verdade. Se ao menos eu soubesse como me olhar sem receio do que encontraria.
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yevaaxx · 4 months ago
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"A Chama que Ainda Arde"
Um dia, alguém há de me amar como já amei quem nunca soube me segurar.
Carrego essa esperança com a fragilidade de uma chama ao vento, oscilando entre a persistência e o apagar definitivo. Já me desfiz em entrega, já depositei afeto em mãos vazias, acreditando que o calor do meu amor poderia preencher o que, no fundo, sempre foi ausência. Mas o que restou foi apenas o eco de mim mesma—uma sombra tênue do que um dia fui, espalhada em lembranças que não me pertencem mais.
Ainda assim, permaneço. Não por fé, mas porque desaprender a esperar é um fardo tão árduo quanto o próprio vazio. Talvez um dia alguém enxergue em mim o que tantos olharam sem ver. Talvez me ame sem que eu precise moldar-me em formas irreconhecíveis. Talvez, enfim, me escolha.
Ou talvez não. Talvez esse amor nunca venha, e eu tenha que aprender a existir sem a promessa de um encontro. Mas, enquanto a chama resistir, sigo adiante—mesmo trêmula, mesmo incerta—na esperança de que, se esse amor chegar, ainda me encontre inteira.
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yevaaxx · 4 months ago
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barganha
substantivo femininoinformal
1.
m.q. PECHINCHA.
°O que é barganha no relacionamento?
a pessoa tenta negociar consigo mesma ou com a outra, muitas vezes por meio de promessas de mudança ou esforços para reconquistar, maneiras de trazer o relacionamento de volta.
Viver imersa em você me trouxe muitos sentimentos e sensações, parte delas inesquecíveis já a outra parte é a que se me fosse possível te tiraria das minhas lembranças tal qual um cirurgião com um fragmento alojado, assim foi você para mim um projétil alojado em minha mente por anos, meses e dias.
Você trouxe a tona sentimentos dos quais achei que jamais seria capaz de sentir novamente, me cativou e dançou a valsa lenta comigo, mas não se fez meu carrasco e sim meu belo lobo em pele de cordeiro, no mundo animal me tornaria facilmente a presa fácil que sofre com a síndrome de estocolmo, esperando que um dia o lobo olhe para mim com amor como eu, apenas um coelho bobo,
Me recordo de suas declarações e suas belas mentiras disfarçadas de lindas promessas, e como uma apaixonada incurável que sou aceitava suas idas e vindas enquanto meu peito se apertava mais a cada noite em que você dormia tranquilo e com bons sonhos, enquanto meu coração se fundava em meu peito, me implorando piedade e que tentasse parar de deixá lo ser ferido de tal forma, tudo que eu queria em relação a nós era poder respirar fundo e dizer um eu te amo leve e sincero que um dia se fez presente mas agora era uma frase costumeira como um bom dia ou boa noite.
Tentei dessa vez fazer diferente, sair do transe e fazer você feliz de verdade, livre de toda minha obsessão e toxicidade, no final talvez o lobo fosse eu todo esse tempo ou apenas me olho e só o que consigo ver é você, vestígios de você por toda parte e ainda no reflexo do meus olhos cansados e viciados em você.
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yevaaxx · 4 months ago
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último ato de amor
Não consigo me recordar com clareza se nosso fim foi em uma segunda ou em uma terça—nosso fim… uma coisa engraçada de se dizer. Em meus sonhos, me via adornada em um longo vestido branco, a cor que sempre afirmei que jamais usaria em um casamento. Mas por você, tudo se tornava fluido, até mesmo aquilo que não me agradava. Eu moveria montanhas e mares, mudaria o mundo em busca de uma utopia por você, alteraria o passado, desvendaria o futuro e transformaria suas dores nas minhas. Suas dores eram as que mais me feriam, seus olhos de criança ansiando por voltar a 2012, um ano que nunca compreendi verdadeiramente.
O motivo pelo qual não recordo o dia do nosso fim é que ele se desfez aos poucos, como a luz ao entardecer. Fui despertando para a realidade à minha volta, percebendo a essência que você realmente era, ou quem sempre foi. A frase "o amor é cego" ressoa além da aparência; ela fala sobre como nos tornamos incapazes de ver as falhas do outro. Cegos na esperança de que tudo se resolveria, que a dor se dissiparia, e humilhando-nos por alguém que jamais faria o mesmo.
Vi-me amando sozinha, não era a primeira vez, mas foi a primeira em que me retirei antes de você se cansar de me usar e partir com a habitual desculpa: “não sou eu, sou você.” Eu fui embora quando percebi que havia outras—não uma, nem duas, mas várias opções que você poderia escolher, prontos para brincar de príncipe encantado com cantadas vazias e elogios repetidos, como se fossem versos de um poema desgastado. Fui tola em grande parte do tempo, ignorando os avisos que me cercavam, convencida de que poderia mostrar a você o que era amar de verdade.
Quando percebi que seus toques já não tinham a mesma suavidade, que seus dedos se afastavam dos meus, a dor me atingiu como uma tempestade. Seus ouvidos, antes tão atentos, estavam alheios à minha voz, e sua risada, que antes iluminava meu mundo, se tornara um eco distante. As conversas, que antes dançavam entre nós, tornaram-se escassas e frias, deixando um vazio imenso. A amarga consciência de ser tão azarada no amor me consumia. Achei que passaria a vida ao seu lado, mas seria cruel permanecer, sabendo que seus olhos jamais brilhariam novamente por mim. Assim, em um último ato de amor, deixei que você partisse, levando consigo a esperança que um dia iluminou meu coração.
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