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Sic
A grandiedade do efêmero
Resume-se à tua intensidade
Intocável apesar do garimpo
Escavando teu poço,
Nunca te encontrei a fundo
Sorte de quem alcança teu solo
E o cultiva até florescer
A mais linda das plantas
Te faço de colo
Submerso no teu mundo, afundo
A fundo
E naufrágio ao polo
De amargura e tristeza me forço
À sobrevivença, vago, imploro.
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Alma, áurea, calma.
A alma é o que viaja mais longe
Corpos não seguem,
Eu não te sigo
Barreiras não são suficientes
Geografia não tem o mínimo quesito
Sinônimo nem antônimo
Meu coração segue junto ao teu
Minh'alma vaga por onde teus caminhos te guiam
Sombra da vida que rodeia a morte
Sigo te acompanhando a cada passo
Conectada ao teu ser vivo, levando
Levanto
Mesmo que em dias regressivos
Anseio tua áurea
E me deleito, na tua calma.
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Coordenadas
Norte, Sul, amor
Estradas caminham pela dor
Centro, Oeste, calor
Engano-me
Sinto-me mais distante
Ma(i)s longe, te peço
Sobressaia
Que fique a par
A intempérie da tua respiração de fronte a minha
Se torna vulgarmente mais dolorosa
Te ter junto ao meu acalento
No meu raciocínio oblíquo, tormento
E quando a temperatura do teu calor
Envolve-se no meu ser
Perco-me em teus lábios
Recordando amiúde do que é crer
Que de algo mais adentro sinto ardor
Banalmente chamado de amor.
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Vênus
Sobrevivo por tuas entre caudas
Multiplico entre tua alma
E transpiro tua essência
Como se fosse minha sobrevivência
Vives tua vida como se fosse única
Afundo-me como se fosse a última
Dose do teu eu tão pudico
Petrifico!
O sentimento mais noturno
E me acabo no vazio mais profundo
Estas feliz e eu tão triste
Espero que não o compartilhes
O som que existe
No mais, melancolia resiste
Sincero eu te afirmo
Revolucionária, anarquista
Do coração mais metalizado,
Doce és martirizado.
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Eco do Ego
Te olho quando não me olhas
Te quero quando não me queres
Sempre falas que é ego
E nego
Te nego
Porque a verdade nem sempre é aceita
Nem sempre és aceita
Por muitos és machucada
E por ti, tu te curas
Alma bela e coração sincero
Inteligência que resplandece
Poucos de compadecem
Mas será que te amas
Ou só te conformas?
Te olhas no mesmo espelho
Ou no reflexo dos olhos alheios?
Amo quem tu és
Te odiei pelo o que eras em outro alguém
Quem diria? Eu nunca
Entrementes, te peço que fiques
Abrigo!
Que tuas flores sejam jardins
E que tuas chuvas nunca estiem
Pois mesmo de longe,
Te mando águas,
Tempestades,
De toda bondade que há.
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Contratual
Hobbes ou Rousseau?
Quem te acompanha?
Vais confiar em quem é estável na ternura
Ou quem se permanece na turbulência?
De qualquer forma
No final das contas
Ninguém se permanece altruísta
E aí?
Hobbes ou Rousseau?
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Carbono
Se eu penso que te amo
E tu pensas que amas outro alguém
No mundo das ideias, quem está certo?
Ninguém.
Quem racionaliza sentimento
Quando se é apenas designado a sentir
E quem irá julgar o que sentes
Pois se teus fósseis sentiram o mesmo,
Algum dia.
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