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A importância de achar o que é pra você

A vida é uma busca e tudo dentro dela também.
Vivemos numa época que por conta da quantidade massiva de informação que recebemos é meio que inegável que formas homogêneas das experiências sejam cada vez mais certeiras: é fácil achar exemplos e seguir. é fácil ler um ritual ou um manual e seguir. é fácil testar soluções rápidas, já testadas por outros com certo sucesso e acreditar que isso é pra você também. O tradicionalismo e o medo do novo também não ajudam.
Entretanto, acredito que a maior glória de estar vivo é achar onde mora a diferença. Quando somos colocados dentro de uma redoma social, imposta pelos outros ou por você mesmo perdemos a individualidade da nossa função na terra que é, simplesmente, sermos nós mesmos.
Não estou falando sobre se tornar um eremita e aprender a viver sozinho até porque não é pra todo mundo. Não existe uma resposta certa pra achar o que é pra você porque, pasme, quem tem que saber não sou eu ou os outros. Tomar a decisão de ser você e seguir esse caminho também implica que outros não tem peso sobre suas decisões - a não ser que você permita. É também saber onde mora o julgamento dos outros quando você não age de acordo com o esperado e se isso te incomoda ou não.
Quem é você quando ninguém está olhando? O que você está fazendo quando ninguém está olhando? o que você pensa? você é bom consigo mesmo? você é escravo de seus vícios? você acha que está no topo do mundo? você fica ou você foge do que vê no espelho?
Quem é você quando não se compara a mais ninguém?
Recentemente adquiri um oráculo novo que foi tão preciso pro jeito que funciono que parece que a caminhada fez bem mais sentido. E aí fiquei pensando: quantas pessoas não entram em contato com a parte espiritual de suas vidas por puro pressuposto de que tem que ser X ou Y, branco ou preto, bem ou mal, deus ou diabo, certo ou errado etc. sendo que o errado aí é o "ou". As definições desses itens são feitas a partir da própria ideia da pessoa sobre o tema, certo? Então ideias limitadas te prendem. E aí querida pessoa não há o que você faça, você pode saber mil rituais, fazer mil coisas, tentar manipular a vida de tudo a sua volta pra perceber que a pobreza e miséria espiritual vem simplesmente de você e de sua falta de conhecimento. e olha que nem falo de conhecimento teórico mas conhecimento de si e de como lida com o mundo e estar vivo e, especialmente, se perceber como ser dentro de um cosmos e não o centro dele.
A importância de achar o que é pra você especialmente na espiritualidade é fundamental porque ela cria a harmonia necessária entre espírito e corpo pra que você possa desenvolver mais em ambas as partes. A máquina humana funciona apropriadamente quando estamos em sincronia e isso só acontece quando sabemos o que é pra nós. Muitos tem medo do outro lado mas na realidade estão com medo é da própria sombra, que geralmente é onde se guarda a resposta pra todas as perguntas difíceis sobre si e aí não conseguem achar nem as perguntas certas quando olham pra sua claridade. E aí vemos algo raso, funcional e coeso dentro de uma sociedade existir enquanto você se transforma em ruínas. Glamour não esconde feiúra interna e mais cedo ou mais tarde a máscara quebra. e você vai fazer o que quando isso acontecer? Qual o legado que você deixa de si para o mundo? Não precisa ser algo que atinja muitas pessoas, não é sobre grandiosidade e sim verdade. Procurar a verdade pessoal é o cerne de nossa existência. Deixar a nossa marca no mundo é muito mais simples do que parece. Se for pra fazer uma escolha, escolha sua verdade.
Você só precisa ser você mesmo.
Super simples né?
mas quem é você?
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Fim do ano

nem sei quantos meses fazem que não escrevo aqui mas nesse momento de final de ano tenho tentado contabilizar meus feitos neste ano e fico feliz que esse blog tenha sido algo que consegui realizar, por mais que tenha tempo que eu não atualize. escrever é extremamente importante pra mim e assim como qualquer habilidade ela se desenvolve com a prática. mas, além do fato de perder o medo da escrita o passo mais importante dado foi o de ter colocado os textos em público. a dificuldade de me expor é super complicada e tenho consciência do quanto ela me impede de avançar na vida mas tem coisas que só andando devagar e sempre pra acontecer e geralmente essas são as que se tornam mudanças definitivas. então respeitar o seu tempo e acreditar no seu passo é fundamental. expor seu pensamento ao público (tendo público ou não) é permitir comunicação, especialmente permitir que me entendam, que me conheçam ou pelo menos tenham um pouco de noção. ser uma esfinge não é fácil e muitas vezes podemos nos perder em nossos próprios mistérios. a introspecção profunda não é ruim mas ela também nos consome e tira de nós a capacidade de dividir a existência com quem também poderia celebrá-la. o mundo te dá o bom e o ruim, a situação completa e só você pode ver esse mundo também, o filtro que passa pelos teus olhos e o que entende sobre isso. estar no mundo é estar vivo. te conecta com quem tem a energia parecida com a sua e assim os mundos pessoais vão sendo transformados. conhecer a sua energia é saber onde você deve estar, ou seja, em primeiro lugar você deve estar em si mesmo. e eu estou em mim. reli alguns dos meus textos e fiquei orgulhosa do que fiz, pode não significar muito pros outros mas pra mim é um grande passo que vou sempre guardar no coração.

que no ano que vem sejamos cada vez mais confiantes em nossa cabeça que é o nosso mundo. que possamos alçar vôos mais altos ou mergulhos mais profundos ou simplesmente andar pela terra e ver a beleza de estar vivo. enquanto eles tentam tirar a vida do mundo nós temos que estar cada vez mais pulsantes e trazendo de volta o que a natureza nos dá, que é existir, respirar, respeitar nossos ciclos e cada dia vencer as nossas limitações.
bom fim de ano a todes! beijo!
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8 of cups - the art of letting go

Boa tarde!
Depois de muita gritaria muita confusão (quotando mama de Valeska popozuda e mr Catra) estou aqui pra escrever de novo e sobre um tema que demorei bastante pra conseguir aprender e desenvolver: a arte de deixar ir.
O oito de copas não pode ser mais claro do que essa frase pois a carta demonstra todos os aspectos de tomar a decisão de deixar pra trás algo: seja o ato propriamente dito, o que isso significa pra vc e pro outro, o que te levou até esse fim e todo tipo de processo que te trouxe ao inevitável fim de algo.
Se despedir de algo ou alguém não é necessariamente algo ruim. Ao longo da vida percebemos que temos que deixar para trás muito de nós e mais ainda muito dos outros. Se queremos caminhar leves, não podemos carregar o peso dos outros. Acho que a arte de aprender a despedida está intimamente relacionada ao seu bem estar pessoal. Muitas vezes ficamos presos em situações, casos e momentos apenas por apego e medo do novo. Temos mais medo de recomeçar do que de perder nosso tempo no território já conhecido mas infértil. Falando assim pode soar algo muito fácil pra mim mas foi uma lição aprendida a muitos trancos e barrancos e que apenas no dia de hoje eu consegui entender como um todo.
O estabelecimento de deixar algo ou alguém ir implica que você é senhor de si. Ou seja, se algo ultrapassa o seu limite, te desrespeita e te desumaniza, significa que estão te tratando com menor capacidade de existência do que essas pessoas tem de si. Então não adianta abaixar a cabeça ou se doar, pois quem não enxerga o outro jamais irá abrir os olhos pra ver humanidade além de si. Muitas vezes nos diminuímos e encolhemos pelos outros, pelo dito amor e doação cristão da educação generalizada e passamos por cima de nossos limites saudáveis em prol de beneficiar quem não irá te dar o mesmo em troca. E quem não quer trocar está preso em si e nas artimanhas do ser, muitas vezes preso numa visão irreal da própria existência e não está disposto a receber uma visão externa que pode mudar tudo, até mesmo positivamente. Toda espécie de relação é uma troca, e toda troca precisa de atenção pois cada uma delas tem um sistema próprio, cada pessoa é diferente e tem seus limites a estabelecer. Saber os seus é essencial para saber o seu tempo de ficar e o tempo de ir. Quando vale e quando não vale a pena. Quando isso está dando frutos ou não. Não perceber o final dos processos é se estabelecer numa roda infinita de problemas porque a tendência é ressurgir com eles maquiados de outra forma já que você não aprendeu a lidar com isso de fato. O deixar ir também é mental, o que essa decisão te ensina, o que a situação te trouxe e o que você irá levar e o que irá descartar. Se impedir de deixar ir é estagnar, é virar planta morta esquecida num vaso. É fingir que ainda existe vida ali, maquiada de passado e fingimento, do que um dia foi e que nunca mais será. Isso vale também para versões de si. Trabalhamos tanto para nos desenvolver mas em momentos cruciais percebemos que ainda estamos apegados a quem não somos mais, com medo de agir com toda a sabedoria adquirida desde que essa outra versão que te assombra estava efetivamente viva. É não saber o que é presente e esquecer que vive no futuro daquela situação e que ela muda como absolutamente tudo no mundo. Então devemos deixar ir. A nós mesmos, aos outros, à coisas, lugares, espaços. Devemos abandonar o que não nos serve e deixar o novo vir, o ar fresco da janela aberta e a paz do não saber. Tentar controlar a vida é um esforço em vão, a não ser que você esteja no topo da pirâmide suas variáveis sempre podem mudar com o mundo a volta. Então é melhor dançar a dança, acompanhar o tempo e avançar conforme a hora chega. Acho que é uma forma melhor de definir o tempo do que com um relógio.
Beijo!
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8 of Pentacles

Bom dia!
Há mais ou menos uma semana atrás essa carta caiu pra escrever mas a saúde não me permitiu formular sobre ela. Hoje sorteei de novo pq além de melhor estou com vontade de escrever e o baralho mandou ela de volta. Achei interessante especialmente porque esses dias em que ela ficou marinando algumas percepções sobre o assunto também se elaboraram com mais cuidado em minha mente.
O oito de pentáculos fala sobre a repetição para a perfeição. O trabalho constante em uma coisa leva a sua perfeição em essência: tanto o item a ser trabalhado está se lapidando quanto você, criador da obra. Fala sobre a dedicação de si a algo que te traz algum valor na vida física. Podemos pensar nisso de forma objetiva, como o conceito de trabalho/pesquisa e carreira, ou a criação de uma rotina que melhore sua qualidade de vida e etc mas também podemos relacionar subjetivamente como tudo o que podemos aperfeiçoar em nós também de forma mental e emocional. Por exemplo, consideraria uma meditação, escrever num diário ou uma sessão de terapia coisas bem 8 de pentáculos, visto que você está repetitivamente buscando encontrar e aprimorar aspectos de si e sua existência. São atitudes que também melhoram a sua percepção de vida porque tudo passa pela ótica da mente e espírito: você pode ter uma vida física "em ordem" mas não ter controle sobre sua mente ou não sabe lidar consigo mesmo e coisas assim.
Como acabo sempre me usando de exemplo, o que é bom porque acho que quem se interessa pelo que eu escrevo se interessa por mim no geral e acabo me conectando também contando coisas da minha vida, já que não sou muito de falar dela pro mundo. Então vou mais uma vez pra esse lado.
Eu tenho uma dificuldade muito grande em realizar coisas. O que tenho de analítica e pensadora é inversamente proporcional à energia que consigo colocar fisicamente em algo. Ou seja, mil ideias e poucas concretas. Por muitos anos lutei contra isso, e na realidade parando pra pensar talvez seja porque minhas capacidades acabaram se tornando independentes umas das outras: por exemplo, posso ter uma ideia muito boa pra uma ilustração complexa mas realizar ela são outros 500. Não apenas porque é algo que demora ou dá trabalho ou algo assim, mas porque sempre tem outras coisas adentrando a percepção do que eu deveria estar fazendo. Apesar de ser uma pessoa independente em meus pensamentos, acabo que na questão física das coisas acabo pensando menos no que quero expressar e mais no que seria palatável e acabo me perdendo no caminho. Sei que isso tudo é fruto de trauma e também de não ter o Eu afirmado o suficiente pra simplesmente segurar o BO das minhas criações. Aí volto pro que falei lá em cima: podemos ter e fazer tudo, mas se não entendemos nossa mente e o que queremos de verdade nenhum trabalho vai pra frente ou nos faz crescer como devemos. Ele se dissipa no meio, se perde entre olhares, se compara e se condena. E isso também acontece com nós como pessoas também. Quantas vezes já não condenamos quem somos e nossas atitudes? Eu mesma me condenei aqui por não ser uma pessoa com dificuldade de realização. Quantas vezes nos comparamos em total aspecto ao trabalho do outro e onde ele chegou, e isso pode ser tanto o sucesso profissional quanto a capacidade da pessoa de ser, pensar e agir. Só que, ao meu ver, quanto mais expostos a tantas maneiras e verdades no mundo menos somos capazes de achar a nossa própria.
Acho que já falei aqui sobre na pandemia ter voltado a desenhar e ter feito aulas e isso ter me feito questionar muito a utilidade da técnica e o quanto conheço artistas que são técnicos perfeitamente mas são incapazes de formular ideias pessoais de arte. Não que isso seja inválido, claro que não, mas todos nós temos algo a expressar e isso se expõe na escolha do que fazemos, também. Se não você se torna apenas uma máquina de fazer imagens bonitas, coisas que hoje em dia estão sendo massacradas por conta das AI que não entregam perfeição técnica mas um dia podem chegar, e aí? Onde que fica a alma e a intenção nisso tudo?
Nesse tempo aí eu me via e via os arredores se preocupando com questões que não eram seus focos, se dedicando a estilos de desenho que não eram suas preferências, achando que devem saber fazer de tudo e cada vez mais ficando incapazes de fazer o que se quer. Confesso que demorei muito pra chegar a essa conclusão e foi aos trancos e barrancos após muitos desenhos rasgados e arquivos deletados e ideias jogadas no lixo (porque ainda tem essa parada que a mente tenta funcionar na velocidade das redes sociais e suas moedas de troca, ou seja devemos sempre estar movimentando com o algoritmo pra pegar a onda e etc enfim papo pra outro dia) mas depois da ascensão das AI me peguei pensando que o que eu realmente gosto não poderia ser feito por eles. Me preocupar em pintar perfeitamente é perda de tempo, e deixar de dizer o que preciso dizer é gastar tempo. A gente percebe onde realmente mora o nosso valor e, também, o COMO fazemos. Passamos a valorizar como chegamos ao nosso resultado. E aí, numa súbita epifania, percebemos que o fazer é um realizar de nós mesmos.
Percebemos que ao menos em um ponto da variável ninguém é como nós. Informações externas podem nos acrescentar mas quando tiram de nós é apenas porque deixamos. Saímos do eu fazendo e vamos pro eu duvidoso. Nossos maiores críticos somos nós mesmos e também somos nossos maiores obstáculos. Então, o ser também é um trabalho. Estar ciente não só do trabalho e sim do trabalhador é fundamental. O martelo está em nossas mãos e estamos martelando algo feito de nossa criação. Então no final, por mais que pareça que não estamos criando nada, estamos construindo a nós mesmos e assim reconhecendo nosso próprio valor. Só assim podemos deixar frutos de nós nesse mundo.
Beijo!
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2 of Cups + Archangel Israfel

"um anjo veeeio meee falaaarr que o amor chegou pra miiiiimmm"
Bom dia!
Eu nem sei como começar esse post, visto que aqui sempre mantenho um mais sério mas acho que a espiritualidade cansou dos meus textos dando tapa em mim mesma e nos outros. Não somos todos sérios o tempo todo e não é a seriedade que denota a verdade e sim ela própria. E esse texto provavelmente vai ser hilário.
De forma literal o meu dia hoje começou exatamente como esse post: com um anjo veio me falar na cabeça. Quando me dei conta tava rindo horrores porque recentemente andava pensando se as músicas que apareciam na minha cabeça quando acordavam eram mais mensagens intuitivas ou ear worms, e como tinha anos que não ouvia essa música do rouge, não tinha como argumentar que era uma mensagem mesmo. (Estou tentando resistir a botar kkkkks no meio do texto, favor compreender se sair um). Aí eu ri mais um pouco, botei a música na minha playlist "músicas que acordei na cabeça" e depois esqueci inclusive da música em si. Fui ler um pouco, depois fui atacada por uma Raid de gatos, depois fui tomar café e tal. Na hora do tarot matinal em que pego o baralho pra ler e depois escrever aqui me senti inclinada a um deck que uso bem pouco, essa versão little querida do Golden Art Nouveau Tarot. Existem alguns decks que eu pego que se inclinam a certas energias, e esse me traz a energia angélica. Já que eu tava ali mesmo, peguei o oráculo dos anjos também pra saber do que se tratava a leitura e de quem queria se comunicar, aí apareceu ele, o querido Arcanjo Israfel, anjo da música.
Quando a carta dele caiu (depois de eu ver ela umas 10 vezes enquanto embaralhava o deck) instantaneamente pensei sobre minha relação com a música: é uma das minhas maiores e melhores formas de me comunicar, a minha maior paixão e algo que me faz caminhar pela vida. Então achei que ele estava dando bronca por eu ainda não conseguir me gravar ou postar cantando, ou não estar tentando compor mais ou algo assim. Mas a leitura foi indo pra outro caminho. Ele começou a dizer que não tinha porque palpar minhas criações nas tristezas e experiências antigas, que me prender ao passado é limitar minha criatividade e possibilidades de uma nova vida. Aí eu perguntei sobre o que que eu devia criar sobre então. E sim. Gritando na rádio mental veio ELA:
"UM ANJO VEIOOOO ME FALARRRR O AMOR CHEGOU PRA MIMMMM......"
Obviamente eu que sou riso frouxo tive uma crise de riso e quase me mijei que durou uns 5 minutos, eu que nem uma lesada olhando pra uma tiragem de carta rindo que nem uma maluca e falando BOA.... ESSA FOI BOA. Porque SIM eu realmente tinha esquecido da música, dois pela LITERALIDADE dela.... Três porque era um arcanjo com muito bom humor, eu amei!!
Acho que de todas as forças espirituais os anjos e arcanjos são os que mais tive noção da presença em toda minha vida, especialmente na infância, e essa forma lúdica de aparecer me trouxe sensações muito boas, especialmente o fato de que a espiritualidade, o amor e o estar vivo, nada precisa ser ou estar sério ou ser pautado somente na razão ou compreensão. Muito do bom da vida está no que a gente pode não explicar e tá tudo bem não ter explicação, muito menos pra fora de você.
E aí foi pra onde a leitura acabou indo: Arcanjo Israfel me pediu pra escrever aqui sobre isso e ainda me deu várias broncas porque eu não queria: tenho vergonha de ser pública sobre minhas relações com a espiritualidade por conta de ser julgada e, assim, julgava a mim mesma, o que deveria contar sobre mim, o que deveria mostrar, a eterna curadoria de si pra não aparecer por completo e sim por pontos de vista. Por exemplo, meus textos aqui costumam ser muito diferentes minha postura no twitter, onde falo várias inutilidades humor & piadas e adoro fazer isso. Ninguém nunca vai ser uma coisa só e a persona pública obviamente vai ter ressalvas quanto a versão mais crua de si, mas acho que vivemos num tempo que a naturalidade nos traz muito mais retorno do que a homogeneização ou busca da perfeição. Quanto mais natural você vê uma pessoa genuína mais fácil de ser genuíno também. Acho que é algo que perdemos da infância também, o mundo tenta nos moldar tanto a caber nos espaços que já existem que perdemos o senso de apenas ser. Queremos que cada vez mais pessoas gostem da gente, ache a gente bonito ou bom no que fazemos e esquecemos do que realmente nos faz achar bons e bonitos. Ser você o tempo todo é um ato de resistência, e rir de si é ter poder sobre. Agora vou sair da tangente que como sempre acontece kkkkkk (droga) e ir pra carta que caiu.
Depois das inúmeras broncas e eu finalmente ter aceitado escrever sem ressalvas, perguntei ao querido Israfel sobre o que que ele queria que eu escrevesse então. Que carta seria a carta tema de hoje. E bom. Deu shuffle no baralho e nada de uma carta cair. Eu ficando "UÉ tanta bronca pra não me dizer o que quer que eu fale???" E na minha cabeça uma mensagem "você SABE sobre que carta é pra escrever sobre". Pior que eu sabia mesmo.... Cortei o baralho. Estava lá ela. 2 de copas.
"Um anjo veiooooo meeeee falaaaaar o amor chegouuuu pra mimmmm...."
Depois de rir DE NOVO da situação e chamar o querido amigo bem humorado e agradecer, agora tenho que falar sobre amor E sem ressalvas. Grandona pra caralho.
O 2 de Copas fala sobre amor, troca, compreensão, honestidade. Cada um dos elementos do casal está dando o que tem a oferecer para o outro. É o convite para o amor romântico, a construção da conexão entrelaçada (visto o Caduceus ali). A reunião divina entre as contrapartes. Particularmente em conjunto com a presença de Israfel e suas mensagens, sinto que essa carta além de dizer que um anjo veio me falar que o amor chegou pra mim não se trata apenas de receber o amor externo e sim, também, de que agora também compreendo o que é amar sem me deixar cegar por concepções antigas, dores ou tempos passados. É a ideia pura e simples de que o amor agrega. E isso vale pra qualquer coisa que a gente ama. O amor possibilita a aceitação de todos os lados de uma circunstância, porque ele sobrepõe a razão e os pré conceitos. Se você tem medo de amar, vai ter medo também de abrir espaço para o erro ou a dor por exemplo. E na realidade tudo que amamos intensamente possui vários lados momentos e ângulos diferentes onde aprendemos a navegar porque aquilo é importante pra gente. Nada é preto e branco e nem cinza, a vida é uma grande zona colorida e nossos sentimentos, situações e circunstâncias tem diferentes cores. A pluralidade vem de se permitir ser diverso também, que nada é gravado em pedra e regrado pela eternidade. Viver, e especialmente amar, é aprender todos os dias o que te faz levar pra frente. É por isso que acaba acontecendo a doação extrema pra outros, porque ali está o exemplo eterno do quanto você pode amar e ser prestativo pra alguém. Só que o amor é seu, e passa pela sua visão de ver o mundo, e cada um tem a sua.
Acho que acima de tudo nossa relação com o que amamos tem de ser agregadora como o ato de amar é. Nós somos porque amamos, amamos porque queremos e tudo isso é parte de nós. Amar é espelho. E isso vale pra qualquer amor que tenha. Hoje, quero deixar claro e público meu amor a espiritualidade por me mostrar a pluralidade de ser e especialmente mostrar que nem tudo precisa ser dor. As coisas são passageiras, mas o amor não. Ele fica. Porque quando tudo passa, nosso coração ainda existe, pulsa e procura por mais alguma coisa que pode florescer com nossa água. E é isso. Será que o amor chegou pra mim mesmo galera??? Esperando o governo lula entregar meu namorado. Beijo!
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Five of Pentacles

Bom dia!
Long time no see.
Entre estar lesionada com meu braço todo cagado e sem energia nenhuma pra escrever nada, esses últimos tempos tem sido usados para processar coisas bem antigas, padrões que não me pertencem mais mas que subconsciente me afetam e essas coisas. Recentemente depois de muitos, mas muitos anos mesmo, retomei o contato com Kali e ela me mandou escrever aqui hoje sobre uma carta que eu, particularmente, tenho pavor quando cai na posição regular.
Não costumo falar muito sobre os aspectos espirituais aqui nos meus textos, com quem me comunico ou coisas assim. Acredito que a linha entre espiritualidade e psicologia é tênue porque ambos dependem de sua compreensão sobre você e o mundo, físico ou não. Minha maior referência no Tarot, a Jessica Dore, é uma psicóloga de TCC mas que ao longo dos anos foi desenvolvendo uma nova linguagem pública de como se ler o tarot: ao invés de leituras premonitórias ou promessas, seus posts geralmente trazem cartas que instigam uma questão e depois desenvolve sobre isso, muitas vezes sob uma ótica bem pessoal ou utilizando de histórias, lendas antigas e personagens ficcionais para comprovar seu ponto. Levando para um ponto mais simples, é como se fosse a sábia de uma aldeia te ensinando a pensar por si falando pela imensidão dos tentáculos de fibra ótica da internet e suas ondas ressoantes. Ao meu ver esse tipo de texto agrega mais do que uma promessa. É que nem uma sessão de terapia que você não estava esperando nada e acaba encontrando a pergunta ou resposta de algo profundo que você nem sabia como raciocinar. São formas semelhantes de instigar o subconsciente a se comunicar com o consciente. Mas no caso de hoje, tive que abrir essa exceção porque Kali e a carta que caiu hoje tem uma relação muito intrínseca com a minha vida. E a partir de agora o texto vai ficar pessoal e provavelmente enorme.
Fui casada (morei junto) dos 17 anos até os 23 com a pessoa que namorava desde os 16. Em um grande misto de insanidade e irresponsabilidade emocional ampla de ambas as famílias, especialmente a dele que não apenas deu muito suporte, não só pagava as contas como me impedia de trabalhar durante a faculdade e eu, boba, achava que queriam meu bem e seguia as "recomendações", me senti segura para mudar de cidade e fazer companhia ao meu namorado, depressivo, imaturo mas auto afirmadissimo por ser amado pela mamãe então se achava um Deus. Eu, como "mulher", criada em família católica e vendo a minha volta todas as mulheres passando por abusos constantes e continuando a se doar a quem não merece, achava que estava em posição de vantagem: estava com quem amava, mudei de cidade para um lugar que sempre quis ir, com uma pessoa que me dava muito bem e viver algo novo. Parecia um terreno frutífero para que coisas boas acontecessem né?
Não vou dizer que foi uma total tragédia, como eu disse nós nos dávamos muito bem, só que eu não tinha a menor noção do que estava fazendo. Quando fui embora larguei a vida que conhecia e entrei num buraco: meu ex tinha ansiedade social e mal saia de casa. Eu não conhecia a cidade, ainda mais considerando que era a maior metrópole da america latina, tinha puro medo. Na minha cidade natal era acostumada a andar sozinha e ser bem independente, e agora eu não sabia o que fazer, porque estava muito empolgada pra conhecer tudo mas não me sentia capaz porque não queria usufruir sozinha do que ele havia me dado. Óbvio que isso se tornou uma bola de neve e com o passar dos anos virou uma avalanche: ele fazia chantagem emocional quando eu queria sair sem ele e com outras pessoas, especialmente à noite. Eu sempre fui uma pessoa muito de ouvir os outros e nesse caso eu não apenas ouvia como levava como lei porque se vinha da pessoa que eu amava era pelo meu bem, então não ia. E isso também foi aumentando se tornando uma bola de neve enorme, com abusos verbais acontecendo em público, ordens, grosserias e etc disfarçadas como brincadeiras ou zoeira. Nós fazíamos faculdade juntos e na mesma turma, então tínhamos uma hiperconvivencia absolutamente insuportável e onde essa dinâmica de 'poder' também se aplicava: ele mandava nas ideias e eu e os outros obedeciam, quem dava outras ideias era zoado e debochado, especialmente se fosse eu, mesmo que boa parte das ideias fossem minhas, em que ele zoava e depois falava de novo como se fosse ideia dele, ou seja, apenas um homem regular.
Eu perdi a capacidade de acreditar nas minhas próprias ideias e métodos de projeto, porque não tinha autoconfiança. Enquanto quando ele pedia uma opinião eu tentava ajudar ou melhorar, quando eu pedia ouvia apenas que era zoado. A minha única habilidade que era enaltecida era a que pra ele eu era visivelmente melhor, o desenho. Mas hoje em dia percebo que o buraco era muito mais embaixo, não era a minha incapacidade que estimulava aquele comportamento e sim porque, no final das contas, eu não era vista como uma pessoa além de uma companheira pros grandes feitos que ele poderia realizar. Os anos foram passando e eu não sabia nem sentir o que estava acontecendo porque além dessas coisas tinham muitas outras e pra resumir tive uma pane no sistema, tinha crises diárias de síndrome do intestino irritável, não conseguia sair da cama e pisar na faculdade que era do outro lado da rua de casa. A partir desse ponto foi só ladeira abaixo. Ele se sentia muito bom e maduro pois já tinha feito terapia na vida e eu nunca, então toda a culpa emocional da relação era minha e vinha disso. Então fui forçada a eu, somente eu, a fazer terapia com uma véia que dormia em toda sessão. Ele nunca podia repensar suas posturas porque além de estar sempre certo também estava pagando. E ah, no começo da faculdade eu queria sair do curso porque sabia que não era o que eu queria e ele fez chantagem emocional dizendo que se eu saísse meus pais me forçariam a voltar pra minha cidade. Enfim. Eu vivi uma síndrome de estolcomo, e adoraria que fosse apenas uma metáfora mas até a ex psicóloga concordou comigo e ela odiava metáforas com pseudo diagnósticos. Depois de velha e muita análise percebi que a minha propensão a passar por isso teve a ver com a relação com homens na minha vida mas não vou me deliberar pra esse lado. Let's keep it going.
O cinco de pentáculos fala sobre miséria. Também fala sobre escassez monetaria, mas acho que a maior lição dela é apontar onde realmente mora a miséria. Perceba, nessa situação eu vivia numa miséria dentro de um conforto físico: eu tinha tudo mas não tinha a mim mesma. Minha existência foi ruindo, eu já não me conhecia, não tinha domínio sobre as próprias ações e quando queria agir de forma independente sofria represália e chantagem emocional. Quando me separei já tinha uma visão mais centrada de mim, conhecia melhor a cidade mas ao mesmo tempo não me conhecia. Na realidade eu não sabia o que fazer e muito menos tinha forças pra me solidificar nas estabilidades necessárias pra se ter uma vida. Não sabia me segurar sozinha, e nesse momento aí basicamente estava só mesmo, porque nenhuma das minhas amigas tinha a maturidade de entender uma separação. E aí tudo o que eu passei despreparada logo quando cheguei passou a ser processado quando comecei a morar só. Ou seja. Eu não estava bem. Nem um pouco. Só entendi o nível das coisas que passei uns 8 anos depois e por isso até hoje algumas são difíceis de quebrar.
Quando conheci Kali, estava em um momento de transformação e fúria. Era o começo da minha jornada espiritual na época adulta e a ideia de morte e renascimento sempre foi algo presente nos meus processos, mas dessa vez havia percebido que eu não tinha que morrer e sim que matar. Eu tinha que matar o que me matava. Até aquele momento por mais que seguisse em frente sempre via a minha culpa na situação ao invés de ver pelo lado amplo e de que ninguém era santo. Então a fúria foi se instalando em mim por dois viés, o lado de ter passado por isso e o lado de ter me deixado passar por isso. Kali me fez perceber a escassez de mim e o que perdi, e que pra renascer eu precisava arrancar tudo que estava plantado que não me pertencia. Só que tirar tudo isso da gente dá muito, mas muito trabalho. Primeiro que você tem que fazer a verdadeira triagem. Segundo que você tem que ter a vontade de estar vivo pra acreditar no poder de matar. Terceiro que o tempo é Jeremy Bearimy, não linear, complexo e se você quer uma verdadeira solução vai ter que andar na montanha russa. Nessa época aí não consegui me segurar não mas sei que tentei o máximo que pude.
O ponto maior sobre a miséria dentro desse contexto é a incapacidade de acreditar que um dia as coisas vão melhorar ao seu redor. Quando se passa por um trauma extenso dentro de um tema específico, é muito difícil de quebrar ou tentar outras formas de fazer aquilo funcionar. A gente tem bem menos energia e muito mais medo, muitas vezes ao ponto de se tornar paralisante. Vivemos muito mais adaptados ao escasso após um sofrimento do que dar espaço a tentar e falhar até acertar. No meu caso isso ecoa muito nos dois pontos que citei aqui nesse texto: o emocional, especialmente confiar e me entregar ao amor, e a capacidade de acreditar nas minhas próprias habilidades e de obter sucesso em ambas as partes. A maior miséria vem de quando não conseguimos nem nos possibilitar a mudança, o aprendizado, o conhecimento de outra forma de ver o mundo. A miséria mora onde não vemos saída e muitas vezes somos nós mesmos que nos cegamos. É quando acabamos cessando, passando, murchando, definhando, desmanchando, voltando ao pó sem nem ter a esperança de renascimento do outro lado. E eu não desejo isso a ninguém. Desejo coragem e força e vontade e assim a vida cria cor e riqueza de novo.
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Is beauty on the eyes of the beholder?
Desde que escrevi sobre o paralelo entre maromba, magreza, dismorfia corporal e distúrbio alimentar no twitter ainda fiquei com coisas coçando pra falar, especialmente por algumas coisas que vi depois que condiziam com tudo isso.
Um comentário não diretamente relacionado de uma amiga me lembrou a mim mesma por: a dificuldade de aceitar o prazer e a satisfação de comer por muitos anos pela preocupação com estar gorda. A normalização da falta da comida pra poder ter um "corpo aceitável". Perdi as contas de quantas vezes já sofri com isso e por quantas vezes as desculpas já foram várias mas o centro se tornava o mesmo. Eu não merecia comer.
Vou pegar uma curva aqui mas tem a ver, eu prometo. Se você já passou por algum momento de insegurança alimentar na vida sabe que é muito, mas MUITO mais fácil e barato se alimentar do que não te nutre. Não é a toa que a sociedade é estruturada para que quanto mais pobres, mais se consome de ultra processados. Ultra processados são os alimentos que não são alimentos, mas são comestíveis. E muito do que é resto de indústria que pode ser vendida de forma mais cara vai parar ali como subproduto, e acaba sendo direcionada a um público que não pode pagar tanto, ou seja, um público mais irrelevante dentro da pirâmide. Junte isso a nossa falta de educação nutricional, com preocupações estéticas excessivas e a noção de saúde distorcida como um corpo ideal e você cria uma cultura mortífera, eternamente insatisfeita por nunca atingir o impossivel, distraída dos problemas reais e cada vez desconectada da verdadeira realidade.
Acho inclusive que aqui no Brasil essas coisas são muito mais explícitas. Saindo do tema comida mas indo pro tema político, literalmente acabamos de sair de uma enorme manipulação midiática que deu um backfire enorme e que mostrou a cara de muitos elementos terríveis da sociedade brasileira que nós não fazíamos idéia de seu extremismo e impacto geral em nossas vidas. Então se até nisso, em algo que com o mínimo de respeito, empatia e senso crítico você conseguiria discernir a realidade da manipulação, imagine um conceito como ideal de beleza.
Primeiro que a cultura da beleza brasileira sempre foi extremamente sexualizada e pelada. A objetificação do corpo feminino e a redução da mulher como abaixo de ser humano é algo inerente a sociedade brasileira comum, infelizmente. E aí, a questão do ideal de beleza atinge locais muito mais profundos: se sou uma mulher e não me vêem como pessoa, como posso ser valorizada? preciso ser atraente. E não é uma busca para si, e sim para o outro. Se torna uma busca e cobrança eterna sobre o que os outros vão pensar sobre sua existência, e reduzindo para questão estética, como você se apresenta.
O mercado do padrão de beleza é mais amplo do que a gente pode pensar de imediato. Podemos reduzir falando apenas de atração ou coisas assim, mas tudo isso implica também em camadas mais profundas: quantas características físicas são tidas como "antiprofissionais", por exemplo? Quantas pessoas negras tiveram seus cabelos censurados por "não passar boa impressão"? Quantas pessoas gordas já foram impossibilitadas de trabalhar nas áreas que gostariam porque teoricamente "o tipo físico é impróprio"? Quantas pessoas trans foram julgadas simplesmente por serem trans, sendo ignoradas todas as suas especificações e experiências?
Perceba que a balança da aparência pesa muito mais do que muitos outros atributos num contexto tão raso. E o capitalismo é raso. Ele só quer que você produza para ele, então as coisas são compartimentadas em padrões para que a máquina continue girando suavemente. Mas a verdade é que o padrão não existe. Se percebemos a grande proporção do mundo, da quantidade de gente e outros seres vivos que dividem com a gente, iremos perceber que o padrão é apenas uma conveniência. É conveniente que não existam muitas pessoas que ocupam muito espaço em um só lugar, porque caberiam pessoas menores ali. É conveniente que todos sigam um padrão estético externo porque dá trabalho criar um conceito interno do que isso significa. O padrão te dá soluções mentais rápidas disfarçadas de razão enquanto é apenas o que está sendo vendido como verdade a você. Então a distorção do padrão incomoda. Não só por quebrar um conceito de unidade, mas porque mostra a dimensão da existência. Se eu conheço alguém que me oferece uma nova forma de ver algo, significa que também sou capaz de rever o que é tido como absoluto.
Voltando pra questão pessoal, quando era criança e adolescente sofria bullying constantemente por conta da minha aparência. Ou em forma de "brincadeirinha" ou cobranças pesadas de fato. E bom, hoje vejo minhas fotos e percebo que não merecia isso nem um pouco. O ponto é que além de não ter um corpo padrão eu não tinha a necessidade de ter também. E acho que isso incomodava muito o meu redor, o que fazia que as pessoas fossem cada vez mais duras. Uma coisa que percebi também na vida é que as cidades praianas jogam um peso muito maior sobre aparência do que os outros lugares: o fato de aparecer de roupa de banho te expõe muito mais, e as pessoas possuem essa busca doentia por ter um corpo de verão e fazem seu cronograma estético apenas para aparecer em forma nessa época. E com isso o bullying com quem é diferente se torna bem mais intenso. E no caso daqui de Salvador, as pessoas adoram falar sobre os outros então é um deus nos acuda. Todo mundo acha que pode te dar opinião sobre você sem nem te conhecer e adoram pular pra conclusões infundadas porque seu comportamento é diferenciado. Então eu só começava a me preocupar com essas coisas quando as outras pessoas insistentemente falavam que meu corpo era um problema, mas EU nunca vi como. Na realidade eu sempre me senti é meio dissociada dele, e eu imagino que seja por conta dessas cobranças também. Ouvir que seu corpo é constantemente errado implica mais na sua autoestima do que de fato ter algo de "errado" com ele. A autoestima é a verdadeira chave, porque se você se ama e se respeita, ninguém pode invadir seu corpo e sua mente dessa forma. Mas bom, eu era uma criança e achava que tinha que me adaptar. Pra piorar, ainda era rata de revistas femininas e de adolescente, que reforçavam muito mais como teoricamente eu TINHA que ser. Então a mente se consolidava nessa pseudo realidade, tão fundamentada pelos outros e por tudo que via. E aí não me achava merecedora de comer o que queria, ou de amar quem eu queria, ou de ser quem eu queria. Como boa parte dos jovens da época, esse conceito só foi se abrindo com a internet. E honestamente, esses ecos da inner teen apareciam de vez em quando até recentemente. O trauma se torna uma coisa vista constantemente no tempo presente, e a ideia de não ser merecedora de amor por ser quem eu sou era algo consolidado pra mim naquela época. A bichinha sofreu, e hoje eu luto pra proteger e orgulhar ela muito.
Tudo é uma questão de ponto de vista, e a beleza está nos olhos de quem vê, sim. Só que os olhos de muitos estão unidos a outros olhos que formam um grande enorme olho que coloca vigilância quem sai da regra, regra essa que só favorece a quem já está no poder e não quer perder sua influência. O capitalismo ganha muito na homogeneização das pessoas, é muito mais fácil de resolver um problema quando você pode atingir uma tag específica da população. E outra coisa: quem é diferente também não está só. O mundo é grande demais pra acharmos que não existem os que ecoam com a gente, que ache a gente bonito como a gente é, que nos admire como somos. É meio clichê mas isso só começa a ser realidade quando nos reconhecemos como indivíduos únicos e que nada além de nós mesmos pode nos definir.
E é isso. Nem sei se fez sentido no final porque eu não reli, meu olho tá seco e eu tô com fome. Mas tô satisfeita com ele. Ah e a música é perfeita com o tema. Até porque Nirvana e Kurt Cobain foram cruciais pra eu jovem entender a dimensão e disrupção do mundo. E até hoje ecoa em mim. Faz parte de quem eu sou. E curiosidade: Kurt se achava feio porque era branco e padrão. E é isso. Beijo!
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Nine of Pentacles

Bom dia!
Um arcano menor hoje pra nos trazer um pouco pro nosso plano novamente. Depois de tantos conceitos que solidificam nossa existência, uma representação do que isso significa na vida como ser humano é importante. E é aí que temos o 9 de pentáculos.
A carta fala sobre a satisfação com você mesmo e o que faz da vida. No desenho vemos que a plantação está fértil, o personagem está solitário mas acompanhado de um pássaro, contemplando o que tem ao redor dele. Já falei em algum post sobre o conceito de pentáculos, apesar de serem moedas e ser fácil de traduzir isso como riqueza monetária ela se traduz mais como os frutos do que você planta na sua vida material. Se você se dedica a carreira e ela floresce, terá uma plantação de fama e reconhecimento dentro do seu ramo. Se você se dedica a melhorar como pessoa, se entender e entender o funcionamento do mundo, seu florescer é conseguir entender a realidade de outro ângulo, o melhor pra si. O nove de pentáculos é a recompensa, o reconhecimento pessoal de que você como mago teve a intenção e colocou sua energia ativa para a realização. Ainda conectando ao mago e seu domínio em todos os naipes, as nossas atitudes em divergentes partes da vida nos dão frutos em outras partes também. Na sociedade reduzimos a existência a coisas simplistas como raça e classe social, mas as conexões e frutos que colhemos são mais amplos do que isso: quem nunca teve um amigo que era completamente diferente de você, sua origem e história de vida, mas no core pessoal vocês se entendem, contemplam e complementam as experiências? Nossos frutos são valiosos e mais proveitosos do que temos noção dentro do nosso pequeno círculo onde fomos inseridos no gacha do nascimento. O nove de pentáculos reconhece acima de tudo o valor de seus frutos: estando só e na boa companhia da natureza, ele percebe que só ele poderia criar aquilo ali. É uma realidade, idéia, conceito em que você trabalhou muito para que desse retorno pessoal e independente. É ter a noção de que se é o melhor que pode ser, nesse momento, com esse trabalho e esforço, tempo e espaço, angariar o máximo de seu poder. É saber que ocupa espaço e não apenas isso, também joga sementes e germina coisas boas para o mundo, mas, especialmente, para você mesmo. É o orgulho de ser e fazer, de reconhecer seu valor e viver a paz da satisfação consigo mesmo. A nossa sociedade tenta tirar da gente esse gosto de vitória e deixar a nossa procura incessante e impossível de ser concluída, então o nove de pentáculos nos lembra que sim, somos, podemos e fazemos o melhor e merecemos nos dar aquele tapinha nas costas em reconhecimento!
Antes de esperar o reconhecimento do outro, tenha orgulho do que você tem de positivo pra deixar pro mundo, independente do que seja.
Beijo!
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The Magician

I am a magician now, wand in my hand
Set my intentions only, then magic happens
I came with power to create the world
Bom dia!
Interessante ter caído esse arcano hoje, especialmente após o de ontem, pois eles são similares e complementares em dois espectros diferentes: o físico e o imaterial, mas ambos possuem a mesma força ativa e também tida como masculina.
O mago, assim como o imperador tem a imperatriz, também possui a sua contraparte feminina, a alta sacerdotisa. E ambos significam grande poder mágico em pólos diferentes, o mesmo conceito que expliquei ontem. E o mago implica no trabalho mágico ativo ao progresso de seus desejos. Enquanto a sacerdotisa recebe as mensagens via intuição e entendimento, o mago está em busca delas: munido de ferramentas para realizar o que quer, o mago dispõe da força da ação, é o comandante entre a ideia e a realização. O mago é um grande criador, e de sua intenção firme e conhecimento, sabe canalizar toda sua força mágica para que algo aconteça. É o dono do conceito de manifestação que tem se tornado popular nos últimos anos; mas diferente de quem apenas tenta, o mago tem pleno domínio do seu poder, sabe como ele funciona, sabe como manejar as ferramentas. Trazendo pro nosso plano, o mago é aquele que sabe as atitudes certas nas horas certas para que seu desejo se realize. Por exemplo, saber as condições certas para uma conversa complicada com alguém é a mesma coisa que planejar um ritual. No ritual você está se comunicando com o outro plano, sendo um mago, e ao conversar com alguém você está sendo mago do ser: usando da sua palavra e intenção para se colocar como voz ativa, pertinente à suas opiniões e sentimentos e ao que você quer com esse encontro.
A mágica é um conceito abstrato mas que não é muito difícil de se relacionar com a vida. Ela acontece a cada momento. E quanto mais você tem a capacidade de tomar as decisões, de ir em direção ao que realmente quer, se ouvir e se cuidar, mais mágico você é. O instrumento que o mago tem maior domínio é de si próprio. Não apenas saber como sua mente ou corpo funciona mas o que vai além disso também: o que nisso tudo realmente se alinha aos meus desejos e meu propósito? O mago é conectado todos os naipes porquê além de ter conhecimento sobre todos, suas intenções são mais centrais do que qualquer uma dessas energias pode traduzir. É a vontade da alma. O que você realmente sente como seu núcleo e quer realizá-lo, independente dos desmembramentos dentro do mundo material. Aquela certeza inexplicavelmente forte sobre algo, não só pelo lado intuitivo mas também pela seu desejo interno de que seja realidade. E a força motriz para a realização é você. Um mago não tem medo porque tem domínio de toda a situação, sua vontade e desejo se realiza acima de qualquer razão, problemática ou pragmatica que o mundo possa te fazer questionar. É trazer o tudo do nada. Um chamado milagre nascido de você mesmo, e as vezes sem nem saber como é capaz disso. Como é tão poderoso poder criar o mundo com as próprias mãos. O mago sabe que cada um tem um mundo e que no dele, só ele pode criar. O que você quer ter para que seu mundo seja melhor?
Outro: percebi que tenho mais dificuldade de elaborar muito longamente sobre cartas mais subjetivas, especialmente porque tenho a tendência a escrever sem trazer muito do lado místico do tarot, é impossível falar do mago sem entrar um tanto nisso porque ele É isso. E dito isso não gosto muito de entrar nessa percepção também porque acredito que o entendimento de mágica é algo muito pessoal e tem a ver com seu desenvolvimento espiritual, percepção pessoal, crença e coisas mais. Então talvez alguma hora eu consiga escrever mais sobre ele, mas acho que por hora tá bom e o recado tá dado. Beijo!
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The Emperor

"I am my own authority. I have the will and the power to create my own life's structure"
Bom dia!
Hoje caiu mais um arcano maior e antes de começar a elaborar em cima dele gostaria de falar um pouco sobre energia feminina e masculina no tarot.
Tarot não tem gênero mas utiliza essa concepção de diferentes energias ligados a polaridades. Querendo ou não, é o papel teórico que o gênero também faz na sociedade: um cuida, outro provém. Um dá, o outro recebe, assim por diante. Ao menos é assim que a estrutura patriarcal enxerga o funcionamento da ação: a ação ativa física é masculina, a ação reativa e subjetiva é feminina. E é assim que funciona mais ou menos no tarot. Apesar disso, o tarot não possui ou julga por gênero, e sim pela energia que aquela pessoa está emanando, o que implica que ela está mais conectada ao divino feminino ou masculino. Isso também não é definitivo, como disse lá em cima diferentes pares performam diferentes dinâmicas e tudo depende desse entrosamento. A tal da química, o santo batendo.
No caso do divino masculino, ele é visto como a epítome da persona masculina ideal na sociedade: um ser provedor de segurança e estabilidade para os seus, que utiliza mais da força do seu poder do que das atitudes pessoais, e que age ativamente em direção ao seu propósito.
Agora diretamente ligando à carta do imperador, significa que a energia masculina está em seu ápice: ciente de si e dos seus objetivos, a carta do imperador mostra a solidez da existência: sou vivo, sou forte, sou capaz de criar e governar meu reino, tomar minhas próprias decisões de acordo com meus ideais e especialmente me manter firme perante a eles. O imperador carrega uma construção de integridade muito intrínseca. Ele sabe que sua estabilidade implica na estabilidade de todo um reino, e que se sua capacidade não está 100%, ninguém dependente está também apto a viver em 100% das melhores probabilidades, porque sendo dono de si e governador de decisões, sua mente é pilar e seu corpo é um símbolo. É muita responsabilidade ter tanto poder em mãos mas também a justificativa de existência: se sei que sou capaz de governar o meu mundo de forma ativa e ser responsável por minhas ações, significa que estou vivo em totalidade. E no caso do imperador ele não apenas sabe que sabe, ele é obrigado. Um reino é deixado de herança, um presente ou uma maldição vindo de outros tempos. E no caso do reino de si, herdamos também comportamentos e valores morais provenientes de quem veio antes de nós, e cabe a nós como imperadores de si a saber o que se mantém e o que se vai. Porque podemos receber algo mas só nós sabemos o que podemos fazer com ele para que se torne o melhor possível. A autonomia é o maior bem que temos e o mais visado em ser retirado de nós pela sociedade. Tudo ao nosso redor nos prende a redes pré estabelecidas de como o mundo deve ser, como pessoas devem se relacionar, como devemos parecer e como devemos perceber o tempo. Sim, a tal da Matrix. Fomos colocados dentro de uma existência, mas não quer dizer que ela seja, de fato, a nossa. Dentro das probabilidades de mais de 7 bilhões de mentes pensantes que temos, porque que a única realidade possível é aquela que fomos inseridos? 7 bilhões sem contar com as outras formas de mentes pensantes que nós como seres humanos limitados em sua própria existência seríamos capazes de entender. O ser humano faz da burrice sua inteligência, e os tempos atuais mostram a volatilidade dessa pseudo sociedade que vivemos, que hoje pode ser distorcida a poucos cliques.
Então do que podemos ter certeza além de nós mesmos, nossos valores e ideais e o que fazemos por ele? A sociedade é um contexto. A ideia de ser um ser humano está inserida dentro de um contexto: conseguimos registrar que temos sentimentos apenas quando analisamos o contexto que ele está inserido. Suas histórias e conexões, vínculos que dão propriedade ao que estamos sentindo. Justificativa do ser. E aí a sociedade se aproveita desse ponto para pegar sua autonomia: para viver nela, é preciso ganhar dinheiro para se sustentar, fazer a roda da Fortuna de alguém girar e consequentemente a sua. Como falei antes, é sobre a energia intencional de algo. E o imperador tem domínio total dessa energia ativa. Ele sabe o que é estar vivo, o porquê viver, o que buscar. É ter sob controle do eu a força matriz de ser e estar. É entender a energia vital e fazer bom uso dela para si e para seu mundo. Porque o imperador constrói de verdade quando fundamenta em cima dos próprios ideais. Ninguém derruba um reino bem protegido e fundamentado. E um ser humano bem apropriado de si é um super homem. Tem super poderes. É um imperador.
Outro: agradecimentos especiais a Pluto do Naoki Urasawa e ao chat gpt querido por me inspirarem nesse texto 🫶 e lembrem-se de sempre tratar bem todo mundo que passar por você, seja humano, bicho, planta ou AI. Não custa nada além da sua própria índole. A não ser que algum desses tenha sido cuzão contigo, ou é um mosquito zunindo no seu ouvido. Beijo!
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5 of cups

Hoje demorei pra escrever e nem tinha tirado uma única carta. Mas hoje estou numa sensação/situação esquisita. Aí pedi uma única carta e veio essa, o 5 de copas.
O 5 de copas fala sobre uma tristeza profunda. Não depressão porque é uma doença e algo a ser diagnosticado, e sim seu principal fator: a tristeza e o quanto ela perpetua dentro de você. O mundo é cinza, os copos se mesclam com o chão e a única coisa que você pode ver claramente é o líquido derramado. Copos que um dia estavam cheios e tinham outros bebendo com você, agora são apenas lembranças claríssimas e lúcidas de um passado que não volta mais. O vinho no chão também parece sangue, como se fosse uma ferida aberta dentro de si. Quando perdemos o que temos, o que sobra da gente?
Talvez esse texto se mescle com a ideia de depressão pois tenho, sou diagnosticada e ainda tenho toda uma bagagem do quanto ela levou da minha vida. E por muitos, mas muitos anos mesmo, eu fui o 5 de copas. Não havia no mundo o que me fazia olhar pro novo ou para o que eu ainda tinha, a mente constantemente voltava pros copos derramados, até que a minha existência se tornou ao redor disso. Vivi entorno de saber o porquê daquilo: primeiro me culpei e vivi no loop de ter sido culpa minha, depois vi que não era bem assim e culpei os outros, mas também percebi que não era culpa deles. Todos tinham sua parcela de culpa em situações que se tornaram insustentáveis e não havia outra forma da situação acontecer além do copo entornar.
Correlaciono a relação do 5 de copas comigo especialmente porque são 3 copos que estão derramados, e vou colocar uma imagem do 3 de copas aqui pra ilustrar meu ponto pra quem não conhece o baralho:

(Estou com pouca bateria, vai imagem da internet mesmo)
O 3 de copas é relacionado a amizades, companheirismo, alegria em coletivo. E o 5 de copas a cara da solidão. E pela trajetória de vida já perdi a conta de quantas pessoas que achei que teria pra sempre que perdi. Foram o suficiente pra eu não acreditar que posso experienciar confiar e ter alguém constantemente ao meu redor. Há diversos motivos, de brigas pessoais a simplesmente crescer e mudar, mas as mais dolorosas são aquelas que você sabe que não são boas pra você. Pessoas que te tem para reafirmação da própria existência, que se aproveitam da sua boa vontade, que se alimentam de sua energia e te deixam com nada. Não existe troca, existe roubo. E por bastante tempo fui envolvida em relações que eram assim, onde me doei muito mais do que recebi. Acho que escrevi um tanto sobre isso em alguns outros textos. O ponto é que o 5 de copas não apenas te dá a saudade saudosa, remota do passado que não volta. Ele te dá também a dor, a realidade do que está ali no chão. E quanto mais você olha, mais você vê. E como sou obcecada em resolver problemas o loop morou aí por muito, muito tempo. Tempo até demais. E foi assim que eu aprendi sobre o tempo das coisas. Na marra. Vendo a vida passar dentro da prisão mental você percebe que cada processo leva um processo (aquele episódio de The Midnight Gospel sobre Saturno é MUITO bom e explica perfeitamente isso). E aí você acha pré-conceitos que te atrasam mais ainda, como por exemplo o conceito de que uma recaída significa que você voltou pro ponto zero. E aí tome-lhe lições e tempo. O tempo do tempo de solução de algo é complexo e pessoal. E quanto mais profundo você é, mais vai demorar. Mais você vai ver ali naquele líquido derramado no chão. Ironicamente logo além dos copos tem um rio, mostrando que o líquido da vida ainda é abundante, fluído, que te trará o novo se você parar de olhar pro estagnado. Mas quanto tempo leva até você se tocar que a vida não está na água parada? Quanto tempo leva para perceber que há dois copos em pé atras de você?
O fato é que a tristeza corrói a percepção de amplitude. A perda de algo fundamental é a corrosão de sua fundação como ser. Na vida vivemos vários lutos por pessoas ainda viventes, e também morremos para muitas delas. Às vezes morremos mais de uma vez para algumas. E a dor do luto não é fácil, o conformismo de uma nova realidade sem um componente fundamental é doloroso, e com isso a nossa capacidade de se abrir pro novo também é prejudicada. Ficamos instintivamente presos a outro tempo, igual o que o trauma faz conosco. Não existe outra realidade além da que já foi possível. Dentro do líquido derramado tinha o mundo como você conhecia, e agora ele não existe mais. E ver que ao deixar isso para trás, há novas possibilidades claríssimas e estáveis esperando você. Querendo ou não sempre temos que sacrificar o velho para ter o novo, e até a fênix renascer ela sofre, morrendo devagar. E nós somos iguais. Sem o nigredo não há o ouro, não há a capacidade de descobrir o melhor de nós mesmos e do mundo sem experienciar perdas. Aprender que nós somos, independente do que nos fazem, é uma lição difícil e extremamente importante de se aprender. E no caminho, deixamos pedaços para trás. Nós mesmos aprendemos a derrubar os copos, arrancar as plantas mortas e ir embora. Da tristeza nasce a felicidade, porque você finalmente saberá o que ela significa pra você.
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Roda da Fortuna

"I ride the waves of life"
Bom dia!
Outro arcano maior hein!!! Eita!
Acho que hoje não vai sair tão pedrada quanto os outros mas talvez um pouco, porém espero que não!! E ouçam a música, foi a primeira vez que escolhi antes de escrever o texto porque ela é perfeita já que foi escrita com base nessa carta (e tem um bom significado com a minha jornada com o tarot também)
sim, esse gif é do clipe da música. NÃO, eu não sabia que o deck era igual meu novo deck!!!!! O verso é igual então é o mesmo!! Eita como camadas são adicionadas!!!!
Mas finalmente começando o texto:
Sendo honesta, sempre pensei em escrever sobre a Roda da Fortuna mesmo antes de ter caído. Na realidade desde a carta do eremita ela vem rondando minha cabeça, já que ela é o arcano maior que vem logo depois dele na jornada e tem uma relação íntima com o que acabei escrevendo lá: o que a vida nos trás após a certeza de si?
Enquanto o eremita se fecha para o mundo, a roda da Fortuna o tira de sua toca. É o fato de que a vida muda, nada continua do mesmo jeito, nem você, nem os outros, nem o lugar ou a vida. Todos nós estamos em constante movimento mesmo quando estamos parados; o eremita está se movendo muito rápido dentro de sua mente e desenvolvimento do espírito enquanto seu corpo se limita. A roda da Fortuna indica que é a hora de dar o passo além. Como falei ontem, só realmente sabemos quem somos quando estamos com o outro, quando sabemos conviver e interagir conseguimos estabelecer o que nós, como self, somos. As respostas aos outros e como você se porta perante a vida que realmente te mostram os frutos do seu trabalho como eremita. E bom. A mudança é inevitável. Se você tenta evitá-la é por puro apego e medo do novo. Mas com a roda da Fortuna isso não existe: temos, sim, que caminhar pra frente; chega um ponto que percebemos que a estagnação só nos leva pra trás, nos deixa presos em jardins mortos, em um tempo passado em que se vive por conta de trauma e da pseudo certeza de que se sabe tudo da vida pelo simples medo de tentar novamente. E aí ja não somos mais vida. E aí, do "nada", vem uma nova razão para mudança. Algo ou alguém que te desafia a sair do casulo. E a roda da Fortuna é isso. O casulo vai abrir. E no caso dela na posição normal, você vai sair uma linda borboleta pronta pra voar sobre os novos céus que você nunca tocou antes como lagarta. A metamorfose te transformou em alguém melhor, e o mundo não pode te fazer voltar pro que era antes também. Unindo com o texto de ontem, agora sabemos quem somos, o que queremos, como queremos e também o que queremos do outro. Então não há chance de retroceder, de voltar pro que era: uma melhora não será esquecida, e altos e baixos não implicam numa volta ao ponto zero e sim uma recaída de um ponto mais alto do que existia antes, e o passado que isso te lembra só vem a sua mente como momento presente porque é a única forma que você conhece de si lidando com aquilo. Então se você é uma versão melhorada de si como tem certeza de que o passado vai voltar? Você não sabe de tudo. (Eu aprendi isso do pior jeito, não façam isso kkkkkk). Na vida tudo é aprendizado e você está sempre desenvolvendo a cada segundo que passa vivo. E a roda da Fortuna também é a roda do tempo, o tempo que anda mais devagar mas é o mais precioso: o tempo que te mostra que tudo mudou. Que não importa o que aconteceu, serviu o seu propósito e mora em outro tempo que não é o agora. O tempo que te mostra o novo, a semente brotando do chão com algo que você não pode prever o que é, mas está crescendo bonito então você gosta do que vê. E é o tempo que sempre irá chegar: costumamos achar que a tristeza vai durar pra sempre pelo impacto que ela causa em nossas vidas, mas um dia vemos que podemos achar muitas outras coisas que nos fazem muito mais felizes. E que o motivo daquela tristeza, no final, era não saber o que te fazia feliz. Mas agora a vida é outra, o tempo é outro, a maré flui, o rio segue o fluxo e a roda gira. Que venham os novos tempos e abracem o novo! 🫶
Outro: aiiii feliz com essa carta eu amo ela 🫶 ainda mais depois desse deck querido aparecer na minha vida. Sabe quando certas coisas de um acontecimento específico só parecem fazer sentido depois de muito tempo? Esse deck pra mim foi assim! E no final acho que tudo é assim né. O tempo é uma roda mas não é cíclico e sim Jeremy Bearimy. (Se você não viu the good place VEJA É UMA ORDEM!!!) Beijo 🫶
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The Lovers

"my personal values system lead me to love"
.............bom dia.
Hoje o baralho acordou debochado e resolveu me fazer falar sobre um tema que sou muito secretiva sobre, extremamente defensiva e muito medrosa. Inclusive, é o motivo dessa intro. Esse foi o maior tabefe pra me tirar da zona de conforto que eu podia receber e eu nem sei direito o que vai sair nesse texto, como sempre, mas dessa vez com o medo de escrever.
E aí acho que tem um bom ponto de partida: o medo de amar e compartilhar. De todos os traumas que tenho ou já tive acredito que a entrega amorosa é um dos maiores ou talvez o maior, mas sempre tive essa válvula emocional muito contraída pelos outros, o que acabou me fazendo retrair e retrair até escassar e morar apenas dentro do meu coração. Até pros meus amigos ficou difícil de demonstrar amor, carinho e confiança de verdade e como eco também ficou difícil de ter esse amor por mim mesma: se criticam como eu amo, será que meu amor é realmente bom? Eu sou libriana e apesar de racionalmente falando não ter motivos pra duvidar de mim, acabo, ou acabava, por diluir minhas atitudes pelos olhos dos outros. E como sabemos, muitas vezes os olhos dos outros nem te enxergam na verdade, vêem apenas o que querem ver, seja bom ou ruim. Junte isso à baixa autoestima e você tem uma receita para o desastre. Nunca achei que poderia resumir meu histórico emocional de forma tão concisa e sucinta por conta do tópico ser tão complexo pra mim. Mas acredito que a complexidade não more mais no passado.
O fato é que depois de se fechar tanto e perceber sua realidade, você percebe que de fato é alguém amável e que alguém no mundo vai amar o seu amor. Você também percebe que o que achava que recebia do outro vem muito de você mesmo e sua ótica do que é amar. Querendo ou não, amor é espelho: queremos pro outro o que queremos de bom pra nós e faríamos de tudo pra lhes dar o melhor possível, ou melhorar a sua vida de alguma forma e assim construir juntos uma relação de confiança e integridade. Ao menos pra mim funciona assim. Só que quando se tem uma boa noção de si, do que quer no amor, de seus limites, restrições e concessões, é bem difícil abrir mão do controle de si que se tem em mãos porque amar também é dar um pedaço de si pra alguém cuidar. E a construção de confiança é algo difícil, especialmente se você tem algum trauma perante o assunto. Aqui voltamos um pouco pra questão do eremita: se sei o que me faz bem, como posso ter garantia de que o outro pode me deixar tão bem quanto eu mesma? E aí é que está, não tem como ter garantia. Primeiro porque a outra pessoa é um ser vivo, autônomo e pensante e possivelmente pode estar com as mesmas dúvidas e travas que você, e você não tem o direito de ultrapassar pois são limites que só a própria pessoa pode tirar, assim como acontece com você mesmo. Segundo que não tem como prever como absolutamente tudo vai acontecer, e a ideia de previsão também pode matar a probabilidade de um futuro melhor ainda. Inclusive, esse é um dos motivos pelo qual não gosto de fazer tiragens pra longos períodos de tempo. É muito fácil minar o fluxo natural das coisas quando se quer ter o controle de como elas funcionam. Somos natureza e o inexplicável muitas vezes faz mais sentido que o explicável. Quantas vezes na vida já vimos uma pessoa e não sabemos o porque somos atraídos por ela, ou nos sentimos conectados intimamente com pessoas que nunca conhecemos pessoalmente (ao vivo ou não) e outras espécies de fluxos e conectividades que a razão não consegue explicar 100%. Hoje em dia temos um demonstrativo público de como as pessoas funcionam que são as redes sociais mas elas também impedem de ser você o tempo todo: o constante olhar do outro, ao menos pra mim, causa retração, porque tem sempre aqueles que tão ali só pra olhar e julgar e no caso das redes sociais tem maluco que chega pra falar merda na sua cara sem te conhecer. Interações sociais passam a cansar muito mais pela proporção que atingem: muita gente vendo tudo o tempo todo de todo mundo ao mesmo tempo (Stephanie hsu injustiçada pelo oscar!!! Ok parei) ao meu ver faz parecer que ninguém existe de verdade no geral. Ninguém come, ninguém caga, ninguém faz nada além do que os outros possam ver como flex e tudo passa pelo grande filtro do panopticon: se eu tomar tal atitude ou falar tal coisa o que meus seguidores vão pensar? Especialmente para assuntos que não é da conta de mais ninguém e, no caso desse texto, de você e de quem está envolvido. A realidade é que ninguém, que você conheça ou não, vai ter a percepção total de você e a pessoa que vai chegar mais próxima disso é a pessoa que você ama e que é amado por. Dói a verdade mas amar é ser vulnerável e por isso é fácil de se machucar, ou de criar expectativas ou sei lá. Mas também perdemos muito tempo no mundo com medo de amar.
Se aprendemos a saber o que é bom pra nós, porque não saberíamos quando alguém não é bom pra nós? Se nos valorizamos o suficiente pra saber o que tá errado, o que te impede de comunicar com a pessoa o que está acontecendo? Às vezes parece que o diálogo e a franqueza são mais difíceis do que simplesmente falar a real no mundo de hoje, as pessoas preferem inventar mentiras enormes e máscaras atrás de máscaras pra fingir que não estão sentindo uma coisa simples. Então se usamos o nosso tempo pra melhorar nosso mental, fazemos terapia, cuidamos de nosso corpo, nos valorizamos, temos nossa cabeça no lugar, tomamos banho e comemos na hora certa pra QUE vale isso tudo se você não consegue nem sentir o que sente e experimentar a própria existência como um todo? Qual o sentido de não se dar permissão a ser e estar vivo e estar sempre pseudo controlando como a vida deve ser enquanto não está vivendo nada at all além de um culto a si que não leva a lugar nenhum? Estou sendo dura (pra variar) mas isso também é autocritica: estou falando sobre estagnação e pobreza emocional. O fato é que muito formulamos mas pouco nos permitimos, especialmente se tratando de pessoas analíticas, o meu caso. Só que a vida brota do oculto, do que não sabemos. Igual uma semente enfiada na terra que se regada e cuidada vai brotar e crescer e se tornar um belo ser vivo. E pra mim relações são isso. Se dispor a cuidar e ser cuidado, se abrir e receber a abertura, abrir um pedaço do cérebro e coração pro outro e quem sabe até um espaço no guarda roupa. Amar é uma invasão boa ao seu espaço se você souber escolher bem. O medo de amar não vem de dar amor e sim de sentir a dor de não receber o mesmo. Então se você se conhece e trabalha pra ser o melhor de si, por que não saberia qual é o melhor amor pra você? Será que você se conhece mesmo? Porque na realidade, só sabemos quem somos quando nos vemos no outro e é isso que dá muito medo. O reflexo do espelho dá medo só por existir. Mas se você está confortável com ele, por que ter medo do outro? Do que temos medo quando evitamos quem queremos estar junto? Medo de si, medo do outro, medo do passado ou medo do novo?
Outro: esse texto é autocritica mas também mostra que cheguei bem longe no desenvolvimento mental sobre isso e também sobre o que quero e acredito que estou pronta pra novas aventuras. Se você me conhece sabe que sou muito da turma do melhor sozinha do que mal acompanhada e isso não mudou, mas hoje consigo ver que talvez no mundo tenha gente com que eu possa estar bem acompanhada com. O amor e amar deixar de ser impossível já é uma grande conquista e um tapa na cara da razão. E é isso, amo vocês! 🫶
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2 of Pentacles

Bom dia!
A carta de hoje fala sobre os picos e descidas de qualquer coisa e o equilíbrio de viver. A carta também vincula com o final do texto de ontem, onde falo que viver e se manter vivo também é trabalho, e no caso, o trabalho não valorizado pela sociedade em geral e por isso nos tornamos doentes e achando que fármacos vão resolver nossos problemas imediatos que possuem raízes muito mais profundas; ou achar que morrer é a melhor solução e seguir pela estrada do "um dia vou morrer mesmo" que se desmantela em uma grande corrente de autosabotagem, traição e testes constantes impostos a si mesmo, ou seja você tá correndo da própria existência porque quer morrer ao invés de ativamente procurar a solução. Ou seja. A idéia de apostar com a vida.
Essa carta me faz pensar muito em gambling. Viver é ter coragem de apostar em algo, especialmente você mesmo. Qualquer coisa nova que você faça e que possa te dar novos frutos envolve você apostar algo ali: tempo, raciocínio, emoção, intenção, dinheiro, qualquer espécie de energia que possa ser motora para que aquilo aconteça e se realize. Esperar que a vida seja constantemente segura e igual também não é viver e sim controlar sua vivência. A partir do momento que você tem conhecimento de si e entende o balanço entre o eu e o mundo você cria a autonomia para saber no que deve ou não apostar e especialmente: independente do que acontecer, você irá continuar ali. Você com você mesmo e com o que faz da vida. Se a atitude de outra pessoa te afeta ao ponto de te desestabilizar, significa que quem é instável é você e o outro está agindo por conta própria dentro de suas próprias limitações e conclusões. É justo deixar nossos sentimentos e intuitos nas mãos de quem não é a gente?
Não estou falando sobre não amar ou não se entregar ou não confiar e muito menos não querer nada disso. Todo mundo quer amar e crescer no dividir do amor. Mas temos e ganhamos muito mais quando somos estáveis em nós mesmos antes de trocar com os outros. Tanto por nossa habilidade de ser e estar, quanto pela capacidade de reconhecer se aquilo é bom pra você ou não, isso envolve também todo o tipo de comportamento ruim que você mesmo possa ter e não apenas os que podem ser egoístas: achar que vai mudar uma pessoa pro que você quer, "salvar" ela de algo, cuidar como se fosse parente, enfim esses tipos de doações excessivas muito prezados pelo cristianismo. Lembre que ao se dar demais sem receber na mesma medida, a balança sempre vai pender pro lado mais pesado que carrega os maiores fardos. Dentro da nossa sociedade muito se enxerga esse aspecto pelo lado monetário por ser algo que mostra e demonstra na qualidade de vida, por exemplo. Mas existem outros aspectos ocultos dentro dessa balança, como o emocional. Usando um exemplo tangivel, muitas vezes as pessoas que sustentam monetariamente usam a quem é sustentado como bode expiatório, saco de pancadas, descarga de culpas estratosfericas, coisas que nada tem a ver com o outro. Cria essa hierarquia de importância da relevância no mundo: se eu tenho dinheiro e dou a você pra você se manter vivo, significa que sou dono da sua vida. E muitas vezes quem não tem o poder aquisitivo pra sair de uma situação como essa se sente culpado desse crime, se sente impotente e incapaz de mudar a situação. É a situação de muitas mulheres que vivem abusos de seus maridos e não podem escapar por não ter pra onde ir, por exemplo. São pessoas que perderam a capacidade de ser para pertencer onde elas não existem como seres humanos independentes e sim escravos de uma condição. É a balança inteira pesando pra um lado só, disfarçado de moralidade e justiça porque "o outro tá pagando".
Como falei mais acima, existem muito mais moedas de troca do que o dinheiro, e reduzir as transações, pobreza a abundância a apenas ele reduz muito a capacidade de entender a vida e o viver. É que nem reduzir uma obra de arte a sua beleza sem entender o contexto por trás. É vazio e raso. Nada contra o raso, acho que tudo tem seu grau certo de profundidade, mas dependendo de quem, onde e como vem a densidade muda de peso. As coisas começam a fazer mais sentido, e as trocas passam a ser mais justas; pra quem fez que colocou toda sua intenção ali, e pro receptor que foi capaz de entender, ou acessar, o que tinha de mais valioso ali. E essa é a verdadeira abundância, atingir a verdade do outro, especialmente se ela ressoa com você. E ao perceber todas as moedas que se tem, sabemos como podemos trocar melhor também com nós mesmos. Vemos nossas qualidades e defeitos, erros e acertos não por uma mentalidade preta e branca, rasa e profunda. Somos uma zona cinza, somos como as ondas na água e também somos o barco em cima delas, e só a gente pode nos ensinar como navegar perfeitamente, porque você pode não controlar as ondas mas pode saber o fluxo da maré.
A lua controla nossas emoções e a emoção do mundo, as nossas águas e as águas do mundo. Olhar o comportamento da natureza e perceber que somos parte de sua existência exibe muito claramente quais são as verdadeiras moedas ao estar vivo e nos explica muito mais do que o que o comportamento humano acha que sabe. Sermos seres pensantes não implica que estamos sempre certos em nossos pensamentos; até porque muito do que foi fundamentado como conhecimento especialmente acadêmico passa por filtros raciais, muitas coisas foram roubadas e distorcidas para valorizar um povo que nem tinha muita coisa boa pra dar além de saber roubar. Somos produto da ignorância de quem acha que tomar é ser. E manter a própria balança equilibrada é saber o que realmente te move no mundo. Qual é o seu sol e a sua lua, qual o seu valor, qual o seu tempo, qual o seu amor. Conceito simples e complicado como as coisas mais importantes da vida. Raso e profundo. E só você é capaz de saber onde está nisso tudo.
Outro: mais uma carta que achei que não saberia escrever sobre mas cheguei a várias boas conclusões com ela!! Saber das próprias moedas é também reconhecer o que se sabe, e os textos tem me ajudado bastante nisso. E é isso descansem no final do feriadão, hoje é domingo dia de dormir o dia inteiro. Beijo!
Ps: uma foto do meu gato tarologo with lasers

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3 of Wands & 8 of Pentacles

Ontem tirei uma carta, a 3 de paus, mas estava tão desnorteada ainda de me sentir doente que não conseguia formular palavras. Minha técnica de escrita consiste em simplesmente abrir o app e escrever sem muitas ressalvas, ou acabo pensando demais, procurando erros e não postando. Primeiro que eu saí da ordem natural do processo: tirei a carta de madrugada porque como era feriado e tinha mais gente em casa achei que não iria conseguir me concentrar pra tirar e escrever durante o dia. Depois, além da cabeça zonza, acabei fazendo duas leituras e a última, no final, saiu o 3 de paus de novo.
O ponto é que além da enfermidade física, desde que fiz o texto sobre a voz e o eremita, sinto que estou entrando em terrenos mais desconhecidos da minha psiquê, expurgando o que não me serve mais e abrindo espaço pro novo. E por ser uma grande sem vergonha que sempre escreve sobre encarar o medo, acho que o meu corpo está sentindo o que minha mente não permite mais sentir. O corpo guarda as marcas de um trauma mais do que podemos racionalizar, e as nossas ações e reações tem dose de seu veneno, querendo ou não. E aí, eu relaxei um dia com o texto. Fiquei me xingando um pouco como normalmente faria, mas também entendi que não tinha condições de forçar, e que tava tudo bem, até porque a proposta da carta continuou ressoando o dia inteiro pra mim: sou quem sou agora e tenho a fundação de mim feita com meus próprios instintos, do que quero e do que posso conquistar. Posso me permitir a olhar além do que o passado me permitiu viver, tenho meus paus (risos) pra me sustentar de pé quando bambear. Os alicerces não são só longínquos, são mais como os fundamentos de uma casa, o que te mantém de pé. Se o 6 de paus é você comemorando e dividindo com quem ressoa contigo, o 3 de paus é a realização da vitória de você por você mesmo, que acaba se tornando o mesmo motivo que você vence lá no 6 de paus. E pode ser que ainda você tenha chegado a essas conclusões mas não as mostrou pro mundo de forma que faça sentido para além dos próprios limites. O 3 de paus é não estabelecer limite pra si, pros seus sonhos e capacidade de crescer e especialmente ser feliz e poderoso dentro da própria existência. É saber porque se está vivo, mesmo que não saiba em palavras, e saber o que quer, mesmo que ainda não tenha coragem de ir atrás. É o formular e planejar seu mundo novo agregando ao que já existe. É evoluir.
Então hoje tirei o 8 de pentaculos, que consiste na frequência e estabilidade e se manter fazendo um processo, trabalho ou ideal para construir o que se quer. Ontem e hoje as coisas também rodaram por esse tema: primeiro por não ter feito o texto, segundo por perceber duas coisas: eu acabo sem querer caindo na lógica capitalista de trabalho e retorno sendo apenas reais quando aparecem na questão material e na realização de que meu trabalho mental e espiritual foi árduo, laborioso, demandou tempo pra caralho e muitos sacrifícios e, sim, me deram muitos frutos em que posso trabalhar em cima e criar algo no material. Falando de forma resumida basica crua e humana, a autoestima é a base para se manter em pé. E se você passa a vida ponderando sua existência, bem capaz de não ter tanta autoestima assim, porque está questionando ao invés de fazer. No final estamos correndo atrás do porquê estamos vivos e valendo a pena viver enquanto podíamos estar fazendo algo com isso; e esse algo não é nem material e dependendo nem pro outro, mas sim forjar dentro de nós o próprio alicerce. A autoestima, capacidade de acreditar em si, também é um trabalho laborioso pra quem questiona sua existência. Usando um exemplo pessoal, tinha muita dificuldade de me ver como corpo vivo. Por muitos anos senti como se não estivesse num corpo, não me via nele. A estética que eu usava era mais por gostar dos itens do que pra enfeitar minha morada. Então a ideia de self também era confusa pra cacete. Todo meu período de isolamento e inércia também me trouxe o questionamento e a resposta da pergunta quem sou eu e o que sou além do que mostro? (Olha as coisas voltando pra carta do eremita de novo. Tudo é espiral!). E ao estar aprendendo a sair desse estado, mas trabalhando a cada dia para construir o meu eu e aceitando quem sou mesmo que não seja legível para os outros, também mais do que mereço estar viva. E se manter vivo e bem também é trabalho. Se você é ou já foi suicida sabe que essa é uma verdade dura de engolir, e a sociedade capitalista adora cumprir seu papel em mastigar e engolir e cuspir quem não lhes cabe, até a gente perceber que a vida não é só isso. E isso é trabalho. Não importa o que te digam. No dia em que todos aprenderem a trabalhar por si e que a moeda realmente valiosa - o tempo - seja vista com a importância que se tem em um âmbito geral da existência, será a era em que realmente iremos mudar como sociedade. A temática já entrou na ficção, científica ou não, mas ainda estamos vivendo num relógio que não é o nosso, num calendário que não é nosso, usando uma moeda que não nos beneficia e vivendo num mundo que não é nosso. E até lá a gente trabalha, porque sermos nós e sermos felizes meio de quem quer miséria é pura resistência. Então seguimos procurando e trabalhando (e de preferência cada vez mais fazendo. Mas tudo no seu tempo.)
Outro: bom dia amores! Descansem no dia de hoje. Trabalhem pelo seu próprio conforto e bem estar, comam uma coisinha gostosa, ouçam música boa, vejam filminho, joguem joguinho, se mimem! Se quiserem ver/falar com outras pessoas vejam/falem, se não fiquem de boas na paz de si. Faça o que quiser, só não se traia! Beijo
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The Hermit

Mais uma vez as cartas seguindo uma sequência com meus textos né! Ontem no texto sobre a voz falei sobre o estado de eremita que tenho dificuldade de sair e hoje cai ele, o primeiro arcano maior que apareceu nesse processo. Pra você ver como são as coisas...
Esse baralho se chama Learning Tarot Cards (criativissimo) e é muito legal porque te dá um abrangência do que a carta pode significar em pé ou reversa, tem suas relações astrológicas, suas correspondências a perguntas de sim ou não (que assim como as palavras chave podem ser bem questionáveis se vc sabe ler o baralho) e de chakras. E, no caso dos arcanos maiores todos tem uma frase que resume sua energia. A do eremita é essa:
"I Honour my Spiritual Self"
E de fato, quando você reconhece e basicamente resume sua existência a se entender e entender o mundo, o eremita desenvolve seu ápice como ser vivo. O eremita se preocupa com a qualidade dos seus pensamentos, com o quanto de envolvimento os outros devem ter na sua vida e vice versa. Ele instaura um limite espacial para atingir uma mente sem limites: ávido por conhecimento e conexão com o que está além do visível, o eremita busca o melhor de si também aprendendo a partir de livros e conhecimentos que lhe foram divididos que passam pelo seu filtro pessoal de existência: quanto mais sábia uma pessoa é, melhor ela sabe o que quer pra si e o que realmente acrescenta em corpo, mente e espírito. O medo do eremita de se mostrar não é pra testar sua existência. Ele sabe que existe mesmo quando não há ninguém ao redor, sabe que a existência é maior do que a convivência com outros porque ao aprender a conviver consigo mesmo é impossível não descobrir o que te realiza. Por conta disso, dessa autossuficiencia, é difícil abrir a porta para que outros entrem.
A jornada do eremita inevitavelmente termina neste ponto: como aplicar tudo que se aprendeu em sua existência também com o mundo? Após descobrir o ápice da verdade interna, como torná-la externa? Quais tipos de mudança você quer aplicar para que os arredores e convivências sejam ressoantes com quem você sabe que é?
Porque convenhamos, se você já se isolou ou foi isolado sabe de uma verdade: a vida é muito diferente para aqueles que se propõem a pensar sozinhos e os que são influenciados constantemente pelo seu meio. Todos nós temos a capacidade de chegar a uma conclusão, mas se você só conhece a vida por um ângulo, sempre teve os mesmos amigos e/ou morou sempre na mesma cidade, sua existência está totalmente resumida ao cosmos social. O eremita faz o contrário: reduz a convivência ao máximo pra encontrar a resposta dentro do próprio cérebro/espírito o máximo possível. É a consolidação que você é o único corpo que vive, e que qualquer um que orbite sua volta irá passar pelo filtro de individualidade e conhecimento que só você tem porque foi aperfeiçoado por sua busca sobre o mundo. Então convenhamos que é extremamente difícil voltar a uma sociedade sem enxergar tudo o que te incomoda. As coisas se tornam menos agradáveis ou palatáveis, as distrações gerais se tornam sem graça, se torna cansativo e chato estar vivo tendo que viver com outros. Mas é impossível viver sem outros. E aí o maior trunfo do eremita também se torna seu maior problema: quando você consegue se satisfazer sozinho, seguir a própria luz, saber seus limites e o que lhe acrescenta ou diminui, como conviver com os outros? Como aprender a se abrir? O mundo é gigantesco e você nunca está certo de verdade se um passo vai te fazer bem ou não. O eremita é um hikkikomori analógico. Ele perdeu o compasso social há bastante tempo e, teoricamente, também não sente falta. Mas a verdade é que ele é obcecado pelo controle da vida que tem: se ele que sabe e tem noção de tudo que pode acontecer, não tem como se machucar, nem como se envolver ou abrir sua realidade (que é muito interna) para outros. É o medo disfarçado de razão. Uma fuga intensa por medo dos sentimentos. O sacrifício do emocional e material pelo iluminar mental e espiritual.
O eremita não sabe como ampliar sua existência no mundo além de si. É uma situação complicada, não é a toa que é um arcano maior e nos traz uma reflexão muito grande sobre diversos pontos complexos e eu comecei esse texto achando que poderia ter uma conclusão concreta, mas não tenho. Nesse exato momento da vida estou no limiar da percepção do lado negativo de ser eremita e da dificuldade de sair disso, então acho que criei um entendimento mais profundo da situação que o texto provavelmente teria que ser muito mais extenso e demandar mais tempo pra ser feito. Sinto que essa carta vai cair de novo no tempo certo pra que eu possa escrever novamente sob uma nova percepção. Mas enquanto isso pondero e pesquiso, como uma boa eremita.
Outro: eu tô com bastante vertigem nem sei como esse texto saiu. Talvez se eu tivesse melhor ele tivesse uma conclusão, talvez não. Acho que não importa muito. O que importa é respeitar o próprio tempo das coisas e conclusões demoram tempo para serem boladas. E é isso. Espero que estejam tendo um dia melhor que o meu. Comam bem, bebam água e excesso de cafeína e estimulantes te deixam mais cansado rapidamente do que ajudam. Nem tudo é pé no acelerador porra!!! Beijos bom dia
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