Tumgik
arabellaemapuros · 8 years
Text
Resumo do Barroco (Literatura Brasileira)
O Barroco foi o período da Literatura Brasileira que se iniciou nos anos 1600, vindo depois do Quinhentismo (por isso pode ser chamado também de Seiscentismo).
Dualidades e Antíteses
Conflito entre o corpo e a alma, a vida terrena e a vida eterna, a vida virtuosa e a vida do pecado, a vida e a morte, a razão e a fé. É o conflito entre os princípios cristãos da Igreja Católica e os princípios do Renascimento  e do Classicismo (paganismo, racionalismo, antropocentrismo). O Barroco é uma época de conflitos de princípios opostos, é a época das antíteses, é a época em que se tenta conciliar o inconciliável. A Igreja Católica reage à Reforma Protestante com a Contrarreforma e com a Inquisição, procurando reprimir as manifestações culturais que vão contra as suas doutrinas. Portanto, esse é um período de contradições e de dualidades, onde o homem se vê perdido entre a doutrina cristã e as ideias do Renascimento (Classicismo).
Cultismo e Conceptismo
O homem barroco valoriza o cultismo, ou seja: a linguagem difícil e rebuscada, cheia de inversões e de jogo de palavras, empregando demais as figuras de linguagem. Ele também valoriza o conceptismo, que está associado ao pensamento complexo, ao raciocínio lógico, ao jogo de ideias. Ou seja: as palavras são rebuscadas e difíceis (cultismo) e as ideias e o raciocínio são complexos (conceptismo). 
O Tempo (Carpe Diem)
O tempo passa rápido, a vida é efêmera (é rápida), o tempo é veloz e destrói tudo. Tudo é instável e passageiro. O homem barroco vive esse conflito de modo angustiado.
Barroco em Portugal: Pe. Antônio Vieira
No Barroco Português, quem se destaca é o padre Antônio Vieira. Seus sermões estavam a serviço das causas políticas que abraçava e defendia. Defendia os índios contra a escravidão (mas não tinha a mesma postura com a escravização dos negros, limitando a apontar-lhes uma perspectiva de vida após a morte que compensasse os sofrimentos da vida). Seus sermões eram dotados de raciocínios complexos e lógicos, com metáforas, comparações e alegorias (um discurso que faz entender outro; exemplo: "semeadura" ou "semente do trigo" são alegorias que representam uma coisa só: a disseminação da doutrina cristã).
Barroco no Brasil: Gregório de Matos
No Barroco brasileiro, o grande destaque foi Gregório de Matos. Por ser irreverente e satírico ele recebeu o apelido de "Boca do Inferno". Sua poesia pode ser classificada como lírica, religiosa, filosófica ousatírica. 
Poesia Lírica: dualismo amoroso (carne X espírito), que leva a um sentimento de culpa cristão. A mulher é a personificação do pecado e da perdição espiritual (morte). O apelo sensorial do corpo se contrapõe ao ideal religioso. O poeta fica dividido entre o pecado (representado na mulher) e o espírito (cristianismo). 
Poesia Religiosa: obedece aos fundamentos do Barroco europeu. Temas: amor a Deus, culpa, arrependimento, pecado, perdão. Linguagem culta, com inversões e muitas figuras de linguagem. 
Poesia Filosófica: desconcerto do mundo, consciência da transitoriedade da vida e do tempo (carpe diem). 
Poesia Satírica: Criticou todas as classes da sociedade baiana de seu tempo. Linguagem diversificada, com termos indígenas, africanos, palavrões, gírias e expressões locais.
0 notes
arabellaemapuros · 8 years
Text
Resumo de Classicismo (Literatura Brasileira)
O Trovadorismo foi o período literário da Idade Média e o Classicismo foi o período literário da época do Renascimento (Idade Moderna). Entre esses dois períodos há um momento de transição chamado de Humanismo. 
O que você precisa saber sobre o Renascimento 
A doutrina da Igreja Católica dominou a vida do povo durante a Idade Média. Agora, na Idade Moderna, a Igreja vive a crise da Reforma Protestante e entra em choque com a evolução científica, que passa a considerar o homem como o centro do universo (antropocentrismo) ao invés de Deus (teocentrismo), além de exaltar o pensamento baseado na razão (racionalismo). Portanto, o homem passa a ser valorizado e, além disso, há uma volta à antiga cultura clássica da Grécia e da Roma antiga (daí vem o nome "Renascimento"), trazendo a mitologia e seus deuses de volta (paganismo). É por isso que nas pinturas renascentistas é bem comum vermos as pessoas sem roupa (valorização do corpo humano), além das figuras mitológicas. 
O período literário dessa época é chamado de "Classicismo" justamente por todas essas características do Renascimento: antropocentrismo (o homem no centro de tudo), racionalismo (valorização da razão) e paganismo (mitologia grega e romana). Era a época também das Grandes Navegações (universalismo: o homem rompe fronteiras e conquista o resto do mundo) e o grande destaque literário do período foi Luís de Camões, que escreveu Os Lusíadas, um poema épico que gira em torno da expansão de Portugal nas Grandes Navegações.
Os Lusíadas
"Os Lusíadas" era a obra que representava o Renascimento, pois falava a respeito do povo heroico português que foi desbravar o mar, que descobriu o novo continente (antropocentrismo e universalismo). O herói é o povo português (e não apenas os marinheiros que desbravaram o mar). Os portugueses avançaram contra os mares desconhecidos, esmagaram as superstições dos monstros invisíveis que habitavam as águas e redesenharam os mapas do mundo.
A obra é uma "epopeia", ou seja, um poema épico de grandes proporções que narra o heroísmo e a bravura dos marinheiros portugueses que foram conquistar o mundo. 
A característica da mitologia grega também aparece na obra de Camões. Vários deuses aparecem em "Os Lusíadas": Apolo, Baco, Neptuno, Júpiter, Vênus, entre outros. Há uma parte do poema onde Camões pede inspiração às "ninfas do rio Tejo" para poder escrever, o que não deixa de ser uma característica mitológica.  
Estrutura
De modo geral, o poema é dividido em cinco partes: 
1) Proposição: Camões mostra o assunto de seu poema, dizendo que vai escrever sobre uma viagem de Vasco da Gama às Índias, além de exaltar a glória do povo português em sua expansão pelo mundo, espalhando a fé cristã (a obra mistura mitologia com cristianismo). 
2) Invocação: Camões pede às Tágides (musas mitológicas que ficam no rio Tejo) inspiração para escrever. 
3) Dedicatória: Camões dedica o livro ao rei de Portugal, dedicando as linhas do canto 6 ao 17 só pra isso. Camões diz ao rei (dom Sebastião) que confia a continuação das glórias  e das conquistas do povo que estão sendo narradas no livro.
4) Narração: é o enredo em si.
5) Epílogo: Finalmente, Camões termina a sua obra com o epílogo. Nessa parte, o poeta fica triste ao observar a realidade, não vendo mais as glórias e as conquistas no futuro de seu povo.
Poesia Lírica
Além do poema épico (Os Lusíadas), Camões também escrevia poesias líricas (que é a poesia "normal" como a gente conhece: poesia com sentimento, onde o autor dá voz a um Eu-Lírico). As poesias líricas de Camões eram escritas na medida velha (redondilhas) e seus versos eram decassílabos. O grande destaque de suas poesias líricas eram os seus sonetos (uma modalidade específica de poesia formada por quatro estrofes: duas de quatro versos e duas de três versos).
0 notes
arabellaemapuros · 8 years
Text
Resumo de Humanismo (Literatura Brasileira)
O que é?
Você viu que o Trovadorismo foi o período de produção literária da Idade Média marcado pelas cantigas, que eram cantadas (acompanhadas de música). 
Da cantiga para a poesia palaciana
Depois de um tempo, as cantigas deixaram de existir e foram substituídas por poesias mais elaboradas, que deixaram de ser cantadas e passaram a ser escritas. Essas poesias se restringiam aos palácios e às pessoas mais nobres e cultas. Por isso, esse tipo de poesia era chamado de poesia palaciana. Ou seja: no Trovadorismo, as poesias eram cantadas (cantigas) pelos trovadores. No Humanismo, a poesia deixou de ser acompanhada de música e ficou mais elaborada e mais culta (poesia palaciana).
Período de Transição
O Humanismo também é o período da história da Literatura Portuguesa situado entre a Idade Média e a Idade Moderna (Renascimento). O que vemos aqui é um momento onde o ser humano procura se valorizar mais, ou seja: o Teocentrismo (Deus no centro de tudo) e o domínio da Igreja Católica são substituídos pelo Antropocentrismo (o homem no centro de tudo). É uma época de grandes avanços científicos (destaque para Galileu, que provou a teoria heliocêntrica, dizendo que o sol é o centro do sistema planetário) e, assim, o homem passa a ser mais racional (Racionalismo).
Tipos de textos escritos no Humanismo:
Poesia Palaciana (Poesia Lírica): como nós já vimos, é uma  poesia mais elaborada do que as cantigas do Trovadorismo. É caracterizada por: redondilhas (maior e menor), ambiguidades, aliterações, assonâncias, figuras de linguagem. A visão da mulher continua sendo idealizada, porém existe mais sensualidade e intimidade. Os sentimentos do eu-lírico são mais aprofundados.
Crônicas de Fernão Lopes (Prosa): Crônicas que relatavam os acontecimentos históricos de Portugal. Fernão Lopes soube conciliar os fatos históricos às técnicas de narração com qualidade literária. Suas principais obras foram: "Crônica d’El-Rei D. Pedro", "Crônica d’El-Rei D. Fernando" e "Crônica d’El-Rei D. João I".
Gil Vicente (teatro): início do teatro leigo (desvinculado do teatro cristão). Teatro rústico e primitivo, que critica o homem e os seus costumes com o propósito de reformá-los (teatro moralizante e reformador). Destaques: Auto da Barca do Inferno, Auto da Lusitânia, Farsa de Inês Pereira. Veja o resumo e a análise do Auto da Barca do Inferno aqui.  
Esclarecendo: os autos são peças teatrais que abordam principalmente a temática religiosa. Já as farsas são peças de caráter cômico. São mais curtas e são baseadas no cotidiano. 
Portanto, de modo geral, podemos destacar esses três aspectos no Humanismo: Gil Vicente (teatro moralizante que critica a sociedade), Poesia Palaciana (mais sensual e elaborada do que as cantigas do Trovadorismo) e Fernão Lopes (crônicas históricas com qualidade literária).
0 notes
arabellaemapuros · 8 years
Text
Resumo de Trovadorismo (Literatura Brasileira)
Para começarmos a estudar Literatura Brasileira nós precisamos, inicialmente, compreender o início da Literatura Portuguesa. As primeiras manifestações literárias em língua portuguesa ocorreram na Idade Média, quando Portugal ainda estava em processo de formação. Esse período é conhecido como Trovadorismo. Portanto, o Trovadorismo é o primeiro período da história da Literatura Portuguesa e é o primeiro que nós iremos estudar.
Marco Inicial
O Trovadorismo surgiu na Idade Média, no século XII e o seu marco inicial foi a "Cantiga da Ribeirinha" (ou "Cantiga da Garvaia"), escrita em 1189 por Paio Soares de Taveirós.
Por que "trovadores"?
Como a maior parte do povo não sabia ler nem escrever, o gênero que mais se destacou no período do Trovadorismo foi a poesia, que era cantada (daí vem o nome “cantigas”), acompanhadas de música e de dança. Os trovadores compunham e cantavam essas cantigas, que eram escritas e reunidas em livros chamados cancioneiros. 
Agora, vamos à parte mais importante da matéria: vamos falar a respeito dos tipos de poesia trovadoresca. 
Classificação das Cantigas
As cantigas podiam ser Líricas (de Amor ou de Amigo) ou Satíricas (de Escárnio ou de Maldizer). 
Cantiga de Amigo (Poesia Lírica): ambiente rural, linguagem simples e forte musicalidade (ex: paralelismo – repetição de palavras ou frases). Eu-lírico feminino, que vive se lamentado porque o namorado foi para a guerra. Amor natural e espontâneo. Obs: nesse contexto, "amigo" tem o mesmo sentido de "namorado". 
Cantiga de Amor (Poesia Lírica): linguagem mais rebuscada, ambientação aristocrática das cortes. Eu-lírico masculino, que vive se declarando para uma mulher idealizada, inatingível e distante (amor cortês: convencionalismo amoroso). Seu amor nunca é correspondido e o homem sempre é inferior à mulher, como um vassalo (servo feudal) em relação ao seu suserano (senhor feudal). 
Cantiga de Maldizer (Poesia Satírica): Crítica direta, linguagem agressiva e zombaria. Às vezes apareciam até palavrões. Eram cantigas usadas para falar mal das pessoas de modo explícito. 
Cantiga de Escárnio (Poesia Satírica): Crítica indireta, linguagem sutil (jogo de palavras), ironia e duplo sentido. O nome da pessoa que era zombada não era revelado. 
Além das cantigas (poesia), havia outros tipos de textos:
Novelas de Cavalaria (Prosa): adaptações das canções de gesta (poemas que narravam aventuras heróicas). Aventuras fantásticas de cavaleiros lendários e destemidos. Detalhes da vida e dos costumes da sociedade da época.
Teatro: Mistérios (episódios bíblicos), milagres (episódios da vida dos santos), moralidades (didático-moralista, com personagens abstratos ou defeitos morais). 
Características do Trovadorismo
Como você já sabe, o Trovadorismo surgiu na Idade Média e ele se desenvolveu em meio ao domínio da Igreja Católica, da visão teocêntrica do mundo (Deus no centro de tudo) e do moralismo religioso. Além disso, outro aspecto do período é a questão do feudalismo e das relações de vassalagem, que nas cantigas ficou conhecida como
vassalagem amorosa
(nas cantigas, o homem se coloca como o vassalo ou servo da mulher amada). 
Segue, abaixo, a "Cantiga da Ribeirinha", texto considerado o marco inicial do Trovadorismo. Logicamente, na Idade Média a língua portuguesa era bem diferente de como ela é hoje.
No mundo nom me sei parelha, mentre me for como me vai, ca ja moiro por vos – e ai!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi en saia! Mau dia me levantei, que vos enton non vi fea! me foi a mi muin mal, e vós, filha de don Paai Moniz, e ben vos semelha d’haver eu por vós guarvaia, pois eu, mia senhor, d’alfaia nunca de vós ouve nem ei valia dua correa. E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
1 note · View note
arabellaemapuros · 8 years
Photo
Tumblr media Tumblr media
Imprimi esse cronograma de estudos e vou tentar me guiar por ele.
0 notes