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— Cara, nós estamos no mundo bruxo. Não é como se não fossemos obrigados a olhar fantasmas por sete anos seguidos em Hogwarts, e é muito fácil enfeitiçar um troço qualquer pra te assustar. Vai que você tem um admirador secreto que decidiu te fazer uma visitinha? Nada é impossível.

-Sério, eu juro para você: eu ouvi passos no meu quarto durante a madrugada, eu não fiquei com medo, obviamente, mas foi bem macabro. E, sim, eu tenho certeza de que não era meu colega de quarto, ele dorme como uma pedra e nunca acorda no meio da noite para absolutamente nada.

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— Qual é, Maggie... dá uma desculpa depois, inventa que foi estuporada e não conseguiu ir. Você sabe que me oferecer um não assim é a mesma coisa que me dar um tiro, e você não quer me dar um tiro, quer?

“Desculpe, mas hoje não poderei sair… Tenho uma detenção a cumprir…”

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Axel caminhava tranquilamente com seu copo de suco na mão, a pose desleixada e ao mesmo tempo felina de sempre indicava que estava tudo bem. Seu trabalho pessoal, ao contrário do que muitos imaginavam, parecia estar indo muito bem. Isso sem contar aquela calma sem sequer estar abusando nas ervas. Pensando nisso tudo, imaginou que o dia não poderia estar melhor até seu suco se entornar na blusa que usava por baixo da jaqueta. Murmurando um palavrão, se virou pra olhar quem era responsável pelo esbarrão que o fizera perder a bebida e suspirou. — Prepare-se pra morrer, você tem sete dias por ter ferrado com meu suco. — Tentou ser brincalhão para ao menos não ferrar com seu humor. — Isso acontece, relaxa... — E olhando de relance para as mãos alheias, notou que um pouco do seu suco havia ido parar nos papeis. Uma careta surgiu em seu rosto, antes que apontasse o dano. — É melhor consertar isso aí.

Charlotte batia as unhas impacientemente na mesa. Já estava sentada ali há quase duas horas e não havia tido progresso no roteiro que estava lendo. Já até perdeu as contas de quantas xícaras de café tomou, apenas para não cair no sono enquanto fazia sua leitura. Depois de mais alguns minutinhos a morena finalmente desistiu e se levantou para ir embora quando sem querer esbarrou em alguém. “Nossa, mil perdões. Não te vi aí.”

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— Indyha, já pensou em relaxar um pouco? Assim, você se preocupa com o futuro e eu entendo, mas não precisa ser de modo absurdo assim. O simples fato de sermos bruxos nos oferece de bandeja uma vida mais duradoura caso não nos envolvermos com magia negra, e então você se esquece de viver o presente e fica aí parecendo uma velha biruta e paranoica. A solução pra essa merda toda é parar de tomar café e estudar como uma pessoa normal. Caso estiver afim de continuar assim, vai em frente, porque eu não tô nem aí mesmo tendo perdido esse minutinho do meu tempo pra te ouvir falar sobre a sua saúde impecável. 

                               “A coisa é: eu nunca fui muito desleixada com minha saúde. Veja, eu como as quantidades certinhas de tudo, como lentilhas, ervilhas, e tomo chá de boldo. Só que esse ano eu estou dando duro para adiantar todas as minhas matérias e conseguir me destacar nesse curso, o que tem me diagnosticado com um deplorável abuso de cafeína. Sabe o que pode causar, em longo prazo? Inquietação, rápida frequência cardíaca, náuseas, tremores musculares e insônias, além de distúrbios do sono em curso, fadiga e a um declínio no desempenho físico. O problema é que eu não sei quando estou abusando, e vai que alguns anos e eu me descubro com pressão alta, um útero infértil ou pior: crianças com três braços e quinze dedos? Não sei porque estou falando de crianças. Quer me comprar um cookie?”

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— Eu entendo. Depois de anos com vocês, mulheres, falando nos meus ouvidos sem uma porra de pausa consegui entender que representatividade pra vocês é correspondente a tudo. Gosto do Wizard Rock porque a maioria esmagadora das músicas se trata do universo onde nasci, têm comparações com criaturas mágicas e essa coisa toda, mas pra mim o Muggle Rock sempre foi bem mais expressivo e humano. A verdade é que eu nunca estive aí pra quem tá cantando. Se bem que em uma época fiquei doido pela Joan Jett depois de ouvir Bad Reputation e Do You Wanna Touch Me, uma em um filme antigão e outra através de uma amiga nascida trouxa. Eu só acho que muita gente reclama tendo talento pra investir em uma carreira musical aqui no mundo bruxo e não faz nada. Realmente, precisamos de mais mulheres no Rock pra eu babar em. 

Por que eu acho o cenário musical do Wrock, a.k.a. Wizard Rock, uma bela duma porcaria? Falta de representatividade feminina. Claro que não estou dizendo que no mundo trouxa é muito diferente, mas lá a gente tem mulheres bem expressivas no rock, sabe? JOAN FUCKING JETT CARALHO!!!! Não é meu gênero musical também, então talvez seja só implicância minha… acho que n’As Esquisitonas tem algumas mulheres, mas você entendeu meu ponto? Isso faz sentido? A vida faz sentido?

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cherylrules:

Isso foi rude e você claramente não tem o dom de se aliar à mente maligna das mulheres. Hum… eu não sou do tipo que toma cachaça, mas tomo alguma outra coisa. Pode vir à calhar. Vamos.

— Pra uma rainha, você está sensível demais às porcarias que saem da minha boca. Mas o dom exigido aqui é empatia, porque se eu defendesse a outra pessoa você iria me massacrar, e se eu defendesse você estaria sendo otário, pois Cheryl Umbridge não está nem aí em ser apoiada ou não. Ser “rude” me pareceu a única opção. Um firewhiskey? Alguma coisa o que? Você precisa ser específica. — E começou a caminhar com ela pela rua estreita de Hogsmead, o olhar variando entre as mais diversas coisas que se tinham para observar.

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turnerthepage:

– O que, também tá na lista negra das autoridades, blondie? Ele parou de te tratar como criança? Porque pra mim continua o mesmo. – Ela o acompanhou na risada, torcendo o nariz discretamente com o cheiro do cigarro. – Hm… Uma mistura de tudo menos festa no dormitório, o mais legal.

Só não falo que estou me aventurando pelos cantos desse campus porque você provavelmente ia me chamar de louca com toda essa história de histeria e teorias da conspiração.

— Sempre estive, pois é. E ele diminuiu o ódio por mim desde que Minerva, antes de adoecer, depositou a confiança na minha pessoa. Um grande erro da parte dela, mas se estou aqui significa que deu certo. — Dando de ombros, se permitiu encará-la ao mesmo tempo que jogava o resto do cigarro no chão. Pisou naquele resto e cruzou os braços enquanto a escutava. — Louca? Não, você não é louca. No máximo curiosa, sei disso porque estou aqui também. Se bem que anda sendo ato de coragem visitar os jardins a essa hora.

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felixfeliciux:

Você está sendo muito grosso. Eu devia gritar que você está aqui, sabia? Só porque foi grosso comigo. O que fez para ela sair correndo atrás de você?

— Você ousaria gritar e correr o risco de ter a cabeça decepada só porque eu supostamente fui grosso com você? Não viu nem a metade. E a única coisa que eu fiz foi existir, porque ela dizia que tinha sonhado com nosso casamento e coisas do tipo. Temo mais esse tipo de perseguição do que a raivosa.

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— Nah. Não tenha tanta pressa, e nem tanta preocupação. Boa parte das pessoas daqui estão acostumadas a perderem seus bichinhos pelos terrenos e passarem o dia todo procurando pra no fim os próprios animais os acharem. Iguanas em especial são extremamente capazes de executarem essa função, uma vez que a esse ponto já deve ter gravado todas as características do dono no mapeamento cerebral que fazem. Estudei répteis por um ano inteiro antes de decidir comprar uma cobra.

Ah é, tinha esquecido que podia ser de alguém de curso. Eu vou procurar por ele mais tarde, se for realmente dele deve estar desesperado.

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inflamcvel:

“Deve ser muito estranho mesmo, ainda mais na Alemanha. Ah, sei lá, eu já tinha me acostumado um pouco com Beauxbatons, e era pior porque eles construíram Beauxbatons. E eu fui expulso de lá, aí você consegue ter uma noção. Mas só porque eu tinha me acostumado com as pessoas, e tal, já conhecia quase todo mundo. Eu não estou reclamando da atenção em si, sabe? Só que as pessoas olham pra mim com esse olhar de expectativa na aula de Alquimia como se eu fosse descobrir uma nova propriedade, ou algo assim. Eu sei bem, espera só minha família saber que eu vou cursar Artes Bruxas.”

— Grande surpresa deve ter sido a do pessoal quando souberam que um Flamel foi expulso. Digamos que provavelmente esperavam que você fosse todo pintoso, i feel you. Quando fui expulso de Durmstrang meus pais tiveram que pagar uma fortuna para que a notícia não se espalhasse, se bem que o processo foi discreto. Sei como é se acostumar, e de repente se encontrar em um lugar diferente. E não os julgue, sério. O ser humano precisa ter expectativa em alguma coisa porque seu maior desejo é vivenciar algum acontecimento histórico, e pra maioria nós estamos na geração mais sem graça de Hogwarts; tirando o Dumbledore Institute, tudo já foi explorado e não temos nada para descobrir. A chegada de Bernardo Flamel, descendente de Nicolau Flamel dá esperança a eles de que algo mude, de que de repente saia a tal notícia no jornal dizendo: “Flamel descobre nova propriedade alquímica em Hogwarts.” Artes Bruxas? Uau. Admito que por essa eu não esperava. 

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— Na verdade, eu compreendo parte desse seu conceito de estranho, uma vez que sempre me fodi com todo mundo olhando pra minha cara devido ao sobrenome “Kaisekamp”. Uma grande merda, admito. Mas é comum que todos olhem pra você sendo que está em território padrão de pessoas da sua família, dado que você não é nem um pouco padrão. Sempre tem aquela coisa impactante, certo? As pessoas não esperavam que eu fosse cursar Magia Antiga. Nem eu esperava, pra ser sincero.

“Você não faz ideia do quão estranho é estar na aula de Alquimia, e as pessoas constantemente olharem pra mim nas horas mais impróprias. Quer dizer, eu sei que às vezes não dá pra resistir e minhas tatuagens são fodas, mas discrição também é legal. Eu nem sei porque eu entrei nessa aula, eu sabia que isso ia acontecer. É o que acontece com qualquer pessoa da família Flamel fazendo aula de Alquimia.”

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— Boatos, Tyler, boatos. Mas é, você é uma pessoa extremamente responsável e dedicada, toda essa baboseira de homem adulto que todo mundo detesta porque queria de verdade era estar tomando boas doses de firewhiskey. Adrien não fez mais do que o dever dele em te tirar de casa, e a Amber... nem precisa de incentivo. Aquela lá é doida. Enfim, não me culpe. A primeira coisa a ser pensada quando alguém some agora é que tá com Histeria. Foda mesmo. Isso dos feitiços foi sinistro, um paradoxo que funcionou, como o ditado “os opostos se atraem”. Achei bacana, embora perigoso pra caralho. Geralmente mando você tomar no cu, mas agora vou só contar que ando trabalhando em um projeto pessoal pra enaltecer meu interesse para com o curso. De interessante não tem porra nenhuma, mas até que não tá chato também. 

“Quem foi que te disse isso? Eu não tô com Histeria não, vira essa boca pra lá e bate na madeira três vezes. Sumi esses tempos porque sou um cara muito dedicado aos meus estudos e tenho passado a maior parte do tempo isolado no meu quarto estudando, só que o Adrien me obrigou a sair e ver a luz do sol. Ele e a Amber quase me expulsaram de casa, cê precisava ver.”

“Mas Histeria? Fuck no, xô agouro, já sou fodido demais na vida, se ficasse doente agora seria foda, né não? Sou jovem demais pra morrer. Não que eu ache que todo mundo que pegou Histeria vai morrer! Ainda mais agora que as coisas estão melhorando por causa da cura. Você ouviu falar? Eu achei inteligente demais usarem a cruciatus e o patrono, quem diria, né? Dois feitiços tão diferentes, tão opostos, unidos por um propósito em comum. Sugeri ao professor que estudássemos sobre porque, você sabe, quanto mais gente obtendo informações melhor, mas ele veio com um papo de assunto sigiloso e blá blá blá. Anyway, o que é que tu manda? Espero que sua vida esteja mais interessante que a minha.”

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— Olha, Rosetta, parece um pouco com a espécie da de um cara meio biruta que faz Magizoologia, mas por já ter visto a maldita causando o terror por aí sei que não é a mesma. Vale perguntar pra ele se ele comprou uma nova, ou sair gritando por aí pra ver de quem é.

Oi, você tem ideia de quem é essa… iguana? Ou seria camaleão? Mas enfim, o dono deve estar suando frio, já que ela não deveria estar aqui. Ela apareceu na minha aula do nada, e achei melhor a pegar antes que alguém pisasse nela sem querer.

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— Puta que pariu, Cher. Entendi que você não tem paciência pra ensinar as coisas pras pessoas sendo que elas deveriam ter se esforçado mais pra aprender, e blá blá blá. Meio que foda-se, vamos só tomar uma cachaça e esquecer que você passou por essa situação extremamente desagradável hoje, tá legal?

[…]…. e daí eu perdi a paciência de explicar. Se a pessoa é burra e não sabe o básico de termos técnicos sendo estudante de Direito, é óbvio que não tem vocação. Não dá pra forçar vocação em uma pessoa. E eu dificilmente vou perder meu tempo tentando ensinar algo que esse estudante desagradável devia ter aprendido lá no primeiro semestre.

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— Fala sério, ô moleque. Eu tenho mais coisa pra fazer do que ficar te seguindo. Tô tentando despistar uma maluca que sismou comigo ali perto do Instituto, e se ela me achar por sua causa dê adeus à sua vida.

“Hummm… Você está me seguindo, ou é só impressão minha?”

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— Contar pra alguém? Qual é, até parece que eu tenho alguma moral pra isso. Sem contar que eu iria me foder junto contigo caso Percy Weasley decidisse nos tratar como crianças outra vez. Nada impossível, considerando a implicância dele comigo e com meio mundo. — Soltou uma gargalhada, olhando de relance pra garota ao lado antes de tragar seu cigarro. — Deixa eu pensar nas possibilidades... Insônia? Festa do pijama no seu dormitório? Odeia dormir? Exagerou no café hoje? Todas as opções são compreensíveis.

– Eu sei que eu não devia estar aqui a essa hora, xuxu. É senso comum. O que nos leva à próxima dedução óbvia: você não vai contar pra ninguém, ‘né não?  – Falou com um sorriso largo e nervoso, apesar de acabar de ter sido interrompida de seus devaneios. Fala sério, andar pelos jardins de madrugada não deveria ser um ato digno de tanto espanto assim!, Taro pensou consigo mesma, quase externizando um revirar de olhos. 

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Look at us telling each other lies and lies about how we felt about how it was just one night about how it didn’t affect me nor you. Here’s the truth: I think I actually like you more than I intended to.

a book I’ll never write  (via tonkinwrites)

@axeloso

(via

cherryrcd

)