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belacalli · 2 years
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Resenha: Minha Vida de Ministra
Em "Minha Vida de Ministra", logo no início da leitura, nos deparamos com o discurso da nova Ministra da Educação, uma "mulher, negra, gorda e com vitiligo": Maria Valentina Moyo Hernandez, nossa protagonista, que assumiu o cargo com o intuito de revolucionar a educação.
As ideias da Maria Valentina para transformar o ensino básico são considerados, por muitos, como "utópicas" — inclusive no próprio livro — mas ideais para a melhoria do nosso ensino. Seu plano de mudança conta com uma quarta revisão da BNCC para incluir, como disciplinas obrigatórias, educação sexual e emocional; inteligência financeira; além de incentivar a criatividade e o conhecimento empírico; valorizar a história do Brasil e das comunidades como LGBTQIA+ e PcD. E claro: reformular também os métodos de avaliação e o vestibular.
Essa ânsia de mudanças é devido às próprias experiências; Maria Valentina lutou e batalhou para que jovens não precisassem passar pelas mesmas dificuldades que ela durante a adolescência e, movida por uma motivação muito bonita, encantou todos ao seu redor. Eu mesma, como estudante da área de educação, vejo como é incentivado, na formação do professor, as tais práticas que Maria Valentina propõe. No entanto, "é muito mais cômodo para o governo que a população seja o mais "ignorante" possível, afinal, dessa forma, a manipulação se tornará algo muito mais simples". Essa frase infelizmente é verdade. Não falta ideias, não falta mentes brilhantes e revolucionárias... O que falta é a vontade da parte dos governantes para colocá-las em prática. E é justamente para isso que Valentina está ali no cargo: para mudar isso!
Acompanhamos também Henrique, o Secretário Executivo do Ministério da Educação, que rapidamente se encantou pelos ideais da nova ministra. Mais do que isso, ele se apaixonou pela mulher forte que ela é... pela sua coragem e perseverança. É um personagem carinhoso e amoroso que está disposto a ajudá-la no que for preciso. E isso certamente traz um quentinho no coração.
Com os mesmos gostos e uma química inegável, eles se veem submersos num sentimento nunca sentido — por nenhum deles—, e rapidamente engatam numa relação de amizade e romance que, com o tempo, se torna cada vez maior.
Quanto à narrativa, ela abraça o ponto de vista de ambos os personagens, sempre recapitulando brevemente a cena anterior para dar um gostinho dos sentimentos e pensamentos da forma mais completa possível, entrando, dessa forma, no íntimo do personagem. A autora também se atenta aos detalhes cotidianos das personagens, suas relações e interações. E essa ideia de proximidade é curiosa, afinal, o título e o tema dão impressão de formalidade, mas Maria Valentina se prova um cidadã comum, que gosta de livros e de cantar as músicas da playlist (e políticos também beijam!)
Certamente, é uma obra que traz questionamentos muito válidos e importantes para a sociedade, mas vai além disso! A autora traz mensagens de superação, autoestima e esperança! Além de uma mensagem de amor.
E confesso que me surpreendi quando vi, nas páginas finais do livro, que Manu ainda está no Ensino Médio (estava crente que fazia letras também!). Fiquei muito feliz ❤️ É bom ver que os adolescentes se preocupam cada dia mais com nossa sociedade e cenário político. Afinal, eles são o futuro, certo?
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belacalli · 2 years
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Resenha: A Sombra Escarlate
A história se passa no século XIX, em Landstone, uma cidadezinha da Inglaterra que, como o próprio nome remete, é a "cidade das pedras". Enquanto a capital britânica estava aparentemente em tempos prósperos, as terras onde Scarlet Hale, nossa protagonista, nasceu eram retrógradas, e seu povo demasiadamente supersticioso — motivo pelo qual Scarlet desejava se mudar para Londres a fim de viver de arte. Infelizmente, devido à sua linhagem nobre e às expectativas colocadas sob as mulheres na época, seu sonho teria de ser interrompido. Mas, claro... graças ao seu espírito "revolucionário", Scarlet não desistiria sem lutar.
Paralelo ao seu desejo ardente de liberdade, uma série de assassinatos brutais acometem a pacata Landstone — sendo esse o início do declínio de Scarlet, que lentamente vê sua vida ruir diante dos seus olhos. E nessa premissa sombria, o livro já conseguiu capturar minha atenção e, mais do que isso... conseguiu se cravar na minha cabeça, criar raízes na mente ao ponto das cenas me visitarem mesmo quando eu não estava lendo. Foi curiosa e deliciosa essa sensação. Eu precisava saber quem era o assassino, se o povo falava a verdade, ou tudo não passava de uma grande histeria coletiva. Quando percebi, o livro tomou um rumo totalmente inesperado.
Scarlet é uma personagem cativante. Seu espírito é livre e sua mente é aberta. Você realmente torce por ela e pelo seu sucesso, especialmente quando é perseguida por crimes que acreditamos não ter cometido. Cada vez mais, o livro continua te surpreendendo, se tornando mais sombrio e dramático, mostrando camadas e mais camadas da própria Scarlet e a verdadeira face das pessoas ao seu redor. Adianto que, em "A Sombra Escarlate", você encontrará personagens com defeitos e qualidades, passíveis de apreço — ou de ódio.
As palavras escolhidas pela autora são muito bem pensadas e perfeitamente adequadas para a época retratada. Exigirá um vocabulário um pouco mais rebuscado sim, mas casou perfeitamente com a obra e sua escrita. A narrativa envolta de mistério e horror brinca com as expectativas e com o imaginário do leitor, fazendo refletir se aqueles terríveis atos são alimentados pelo sobrenatural de fato, ou são movidos por emoções cruas e humanas.
Os momentos finais foram uma verdadeira montanha-russa de emoções. Não poderia dizer que fiquei surpresa com as revelações, mas muito satisfeita com a forma qual a autora expôs toda a verdade numa cena tão... humana. E quando cheguei no último capítulo, na última palavra da história... não soube o quê pensar. Como bem disse anteriormente, um lado compreendia a cadeia de eventos que levaram àquela trágica conclusão, e o outro — mais coração — sentia-se indignado pelo desfecho dos personagens. Mas, após esfriar um pouco mais a cabeça, percebi que havia, de fato, me encantado do início ao fim. E não acho que poderia ter um final melhor.
Inevitavelmente, gosto de finais impactantes. E, com certeza, "A Sombra Escarlate" será inesquecível.
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belacalli · 2 years
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Resenha: IT - A Coisa
"Crianças, a ficção é a verdade dentro da mentira, e a verdade desta ficção é bem simples: a magia existe." — Stephen King.
É verdade, a magia existe. Em It, acompanhamos uma cidadezinha no Maine que está sempre repleta de acontecimentos macabros e trágicos ao longo da sua história. É muito mais que um palhaço assassino devorador de criancinhas, nós acompanhamos o limite da mente humana e principalmente a sua força.
O título da resenha é, basicamente, um pensamento que estava presente na maior parte da leitura. Derry é uma cidade que, descrita inclusive algumas vezes por alguns personagens, "É um lugar ruim; um esgoto". As cenas que mais me chocaram não era sobre a Coisa, mas o quê os humanos eram capazes. As pessoas pareciam predispostas à loucura; à maldade; e pior: à apatia. Estranhamente omissas.
Mas, em meio essa mistura desumana de preconceitos e barbáries, acompanhamos sete crianças que descobrem o poder da amizade e da imaginação. Amigos que enfrentam suas próprias dificuldades e encontram, um nos outros, poder para transformar a realidade, força para superar os desafios.Crianças que acompanhamos de pertinho, brincando, sofrendo, gargalhando. Seus trocadilhos, suas provocações, suas ideias infantis mirabolantes. E seus medos... principalmente seus medos.
O livro é extenso e, por vezes, cansativo. Ele é intenso, envolvente, pesado. Algumas cenas são simplesmente indigestas. É arrastado, mas muito bem escrito, detalhado. Você entra no livro, se coloca no lugar, sente as emoções e se apega aos personagens. É como se você fosse mais que um telespectador... fosse parte do "clube dos Otários".
Foi o que senti... que voltei à infância.E acredito que o livro seja exatamente sobre isso, sobre a infância.A transição entre a imaginação fértil e a dura perspectiva da vida adulta que nos força, muitas vezes, a matar a criança interior. Como nós eventualmente nos esquecemos dos dias felizes e inocentes, só porque o tempo passa e a idade chega. Como esse processo tão natural pode ser tão triste e assustador.
Querendo ou não, o tempo passa e as coisas mudam. E esse contraste entre nostalgia e tristeza é tão forte, que você eventualmente pensa nas coisas que também esqueceu, nas mudanças ao seu redor que talvez nem tenha percebido.
Sim, o tempo passa, nós crescemos.Mas, sempre carregamos esses momentos em nós. Porque essas crianças "não são necessariamente a melhor parte de você, mas já foram o depósito de tudo que você poderia se tornar."
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belacalli · 2 years
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Resenha: Demonologistas
O livro “Demonologistas” (edição essa da Editora Darkside) não traz somente a biografia do casal Ed e Lorraine Warren, mas uma verdadeira lição sobre o mundo espiritual, além de detalhes sobre alguns dos dez mil casos sobrenaturais trabalhados (dentre eles, por exemplo, “Amityville” e “Annabelle”).
Gerald Brittle, o autor do livro, preparou perguntas extremamente relevantes sobre o mundo espiritual e as criaturas que habitam nele, além de acrescentar às respostas arquivos reais e exclusivos dos casos, como, por exemplo, transcrições de fitas de possessões e fotografias de cenas (bem perturbadoras, diga-se de passagem). É um livro real, arrepiante.
Para começar, gostaria de pontuar sobre a “Annabelle”. Sim, essa que rendeu alguns filmes e noites de pesadelo à algumas pessoas. Bem, além de ganharmos um cartãozinho super ‘fofo’ da Annabelle (valeu Darkside!), temos também um capítulo inteirinho só para a boneca de pano.
Foi quase uma surpresa quando li e percebi que não havia espírito algum possuindo a boneca! Na verdade, Ed esclareceu: “Espíritos não possuem objetos; espíritos possuem pessoas. Em vez disso, o espírito apenas movimentou a boneca pelo lugar, criando a ilusão de que ela estivesse viva”. Então, por que o espírito seguiu a boneca? O trecho seguinte do Warren explica perfeitamente essa questão: “Como vocês moças acreditavam que era o espírito de uma garotinha, Annabelle, a aparência e a realidade eram a mesma coisa. Em resumo, vocês se mantiveram abertas, e um espírito negativo e enganador tirou vantagem disso.” — em outras palavras, elas permitiram esse contato e, vendo que poderia atingi-las por meio da boneca, ele ficou ali.
Talvez você esteja se perguntando “Mas, quem em sã consciência permitiria que um espírito negativo entrasse em contato?” e você se surpreenderia com a resposta. A questão é que, de todos os casos contados no livro, mais da metade começou com um objeto específico: um Tabuleiro Ouija.
E se você é amante de filmes e livros de terror, deve estar familiarizada com a temática. Pode parecer algo interessante para se fazer se você gostar de adrenalina e estiver entediado (ou simplesmente testar por excesso de ceticismo), mas definitivamente não é uma boa ideia brincar com o desconhecido. Como disse certa vez o psicólogo Carl Jung: “Se nossa civilização tivesse que perecer, seria antes devido à estupidez que ao mal”.
Pois é, mesmo um inocente jogo de tabuleiro pode trazer espíritos — inclusive inumanos — que não são bons hóspedes. Mas, já se perguntou por que eles são atraídos e decidem transformar a vida das suas vítimas num completo inferno? A resposta é bem simples, eles odeiam Deus e, consequentemente, sua criação. Por isso é comum que eles atentem também pessoas bondosas — e por isso que detestam objetos sagrados e abençoados... especialmente durante uma possessão.
E sim, eu sei... A palavra ‘possessão’ certamente remete àquelas maquiagens exageradas, vozes grossas e movimentos que possivelmente quebrariam alguns ossos..., no entanto, a realidade consegue ser tão horrível — ou pior — do que as encenadas em estúdios.
Ed explica que há diversos tipos exorcismos (e cada religião tem o seu), mas o que comumente vemos em filmes é o ‘Rituale Romanum’. Em essência, ‘exorcismo’ significa literalmente “expulsar espíritos malignos em nome de Deus” No livro, há também um trecho explicando que há escrituras que indicam que Jesus transmitiu aos seus discípulos o poder de exorcizar o demônio do corpo do homem. O Capítulo 10 do evangelho de São Lucas diz:
“Aquele que vos ouve, a mim ouve; e aquele que vos rejeita, a mim rejeita; e aquele que me rejeita, rejeita Aquele que me enviou. [...] Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda força do inimigo; e nada vos causará dano. Mas não vos regozijeis nisso, que os espíritos se vos submetam, regozijai-vos de ter vossos nomes escritos nos céus.”
Mas, calma! Não é qualquer um que pode fazer um exorcismo! É necessário que haja uma preparação, uma qualificação para isso! Por exemplo, os padres exorcistas da Igreja Católica fazem o ‘jejum negro’ e pedem bastante orações (Até missas!) para se protegerem e garantirem o sucesso do exorcismo.
Além disso, para que seja aprovado um exorcismo, é necessário um longo procedimento e investigação que envolve entrevistar todas as pessoas relacionadas ao caso; se houve relatos de fenômenos exteriores; o indivíduo deve também passar por um minucioso exame médico para garantir que não haja tumores cerebrais, desequilíbrios hormonais e narcose, por exemplo, além da avaliação psiquiatra.
Posso dizer que, apesar de ser um tema controverso e que levanta diversas discussões, é um livro interessante para aprofundar seus conhecimentos sobre o oculto. Muitos desacreditam dos relatos e duvidam da mediunidade de Lorraine — e não pretendo entrar nessa pauta, pois é como disse Milho Wonka: “O sobrenatural existir ou não, só depende de você. Do que você acredita, do que você conhece, ou até mesmo do que você tem medo”.
A questão é, independente do que você acredita, é realmente uma obra riquíssima em detalhes que te faz questionar esse sobrenatural, esses fenômenos paranormais que, para algumas pessoas, se prova real... como é o caso das diversas famílias afligidas pelos seres incorpóreos que o casal Warren ajudou ao longo das décadas de carreira.
E mesmo que eu não tenha uma religião específica, achei algumas informações bem interessantes para acrescentar ao meu conhecimento sobre espiritualidade. Como sempre digo, conhecimento nunca é demais... especialmente quando falamos de algo tão misterioso e potencialmente perigoso.
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