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Encontros e desencontros, começos e recomeços. Mais uma vez a vida me trouxe de volta à estaca zero. “Tente de novo, boa sorte na próxima tentativa”. E seguimos. Todo ser nasce e morre sozinho. No final, um começo, e depois de todo começo, um final. Ciclos que se iniciam e se encerram, rasgando e sangrando o coração de quem estiver no caminho. As vezes rasga só de um lado. As vezes rasga de todos. Hoje em dia raro é sentir. Raro é ser sincero. Raro é ser de verdade. Relações líquidas escorrem pelo rosto dos azarados sentimentais. Responsabilidade afetiva não se compra na farmácia e muito menos no Zé do combo. Um dia você tem alguém do seu lado. No outro “quem é esse? Nunca nem ouvi falar”. E seguimos a vida de valores invertidos, amores sem profundidade, sentimentos vazios e camas cheias. Bebida na mesa e coração no congelador, bem do lado do gelo pro whisky. Sentimento só se sabe o que é porque tá na letra daquele pagode do pericles. Respeito e empatia é coisa de militante da internet. Gostar de alguém apenas por conveniência. E seguimos tentando novamente, e nunca tendo sorte na próxima vez. E na próxima. E na próxima. É tão louco sentir inveja de quem viveu em uma era onde relacionamento não era descartável, onde não existia tinder e todo esse catálogo pra sexo fácil, mesmo sabendo que era uma era onde mulheres não se manifestavam e eram submissas. O que aconteceu no meio do caminho? Nos rebelamos, queimamos sutiã, garantimos local de fala, brigamos por nossos direitos pra nos tornamos “demais”? Carregar o peso de ser chamada de mulherão da porra, pra nunca receber um real reconhecimento? Tanto fizemos pra voltar a nos tornamos submissas para que possamos vir a sermos aceitáveis? Mulher que fala demais? Não. Mulher que cobra demais? Não. Mulher que sente demais? Não. Mulher que chega junto? Não. Mulher que tem opinião formada? DEUS ME LIVRE (?) Mais fácil não precisar ser sincero, não precisar ser leal, não precisar ser de verdade. Não lidar com mulher que é mulher demais. O mundo de mentira é mais legal. A rede social que mente pra todos o tempo todo é mais legal. A festa no final de semana é bem melhor. A solidão é show. Copo cheio, almas vazias. E seguimos

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As vezes a gente acorda e pensa que seria um sonho poder dormir por 3 meses e acordar com a vida totalmente resolvida. As vezes da uma vontade de que todos os nossos problemas se resolvessem como em um passe de mágica. Aí você abre o olho e não existe mais nenhum boy te ignorando no WhatsApp, aquela sua amiga que vive fazendo comentários negativos sobre você, e mesmo assim você se importa com ela pelos anos de amizade, repara seu erro e simplesmente evolui. Você acorda em uma mansão instagramavel com paredes brancas, muitos vidros, uma biblioteca incrível, banheira no seu quarto e espaço pra todos os bichinhos que você quiser ter além do labrador babão deitado no tapete da varanda. Aí você vê que no seu emprego agora quem manda é você. A empresa é sua. Um excelente salário sem ser escravizada por chefes malas que fedem a cigarro. Aí você olha na agenda do celular e se depara com duas viagens dos sonhos programadas. Abre a conta do banco e parece até um número de telefone. Do lado esquerdo da sua cama, o amor-da-sua-vida- príncipe-encantado-do-carro-branco deitado sem camisa aproveitando um sonho tranquilo digno de quem acabou de fazer um sexo animal. Você levanta e coberta e descobre que está nua E magra E siliconada, sem mais vergonha do seu corpo, luz acesa durante o sexo pra sempre. Na sua cômoda tem uma gaveta com uma coleção inteira se vibradores novinhos em folha. Você tem o catálogo completo de roupas e sapatos da sua loja favorita. Você levanta e vê seu livro, aquele que você escreveu e teve vergonha de publicar, em cima da mesa da sala com um best seller escrito em letras curvas e garrafais.... Mas a verdade é que eu escrevo isso de um quarto abarrotado e empoeirado da casa dos meus avós. Não consigo mais nem pagar o aluguel do meu próprio apartamento. Estou desempregada. Colecionando decepções com família, amigos e namorados de merda. Tudo o que eu vejo a minha frente é a vontade de deitar na cama, dormir por 3 meses, e acordar com a minha vida resolvida em um passe de mágica, porque eu sinceramente não tenho mais vontade de lutar por nada do que eu disse acima, por nada do que eu quero. Dia após dia abrindo o mundo perfeito das redes sociais e vendo pessoas de mentira vivendo vidas de mentira e desejando que aquela seja a minha verdade. Carro, casa, contas pagas, jantares em restaurantes caros acompanhadas dos amigos do peito e amor da vida. Ontem uma blogueira ganhou de presente uma bota horrorosa da prada que custa o equivalente a um carro popular. Ra ra ra, apenas parem de esfregar nas nossas caras que aos 24 vocês tem tudo enquanto algumas pessoas como eu aos 26 não tem absolutamente nada além do nome sujo no Serasa. A sensação de que vivemos em uma sociedade onde a meritocracia é um jogo de bingo, que só ganha quem tem mais sorte. Uma dancinha no tiktok e voila! A vida perfeita vos aguarda. Porém você que fez duas faculdades, aula de inglês e espanhol, 3 cursos profissionalizantes por fora pra pesar o currículo e vários trabalhos de graça apenas por conhecimento, continua andando de busão lotado, acordando 6 horas da manhã e trabalhando pro comércio local como se isso fosse te levar a algum lugar algum dia. As vezes até leva: no meu caso ao hospital beirando um ataque de nervos. Atestado medico: ansiedade. Encaminhamento: psiquiatra. Psiquiatra: consulta 380 reais, 10 minutos dentro do consultório, um remédio que me fez mais mal do que bem e uma mensagem do médico me cantando no WhatsApp. A vida é patética.

Hoje eu acordei com essa sensação estranha de querer tomar um caminhão de Rivotril só pra ver quanto tempo meu corpo aguenta dormindo. Acordei com a certeza de que pra levantar daqui só um guindaste levantando meu corpo cheio de gordura localizada em um pijama furado e velho, me colocando em algum lugar onde eu sentisse vontade de fazer algo seria capaz de me tornar uma pessoa útil. Hoje eu queria conhecer Deus e perguntar pra ele por que raios na eu to vivendo essa vida sempre tendo sido boa com todas as pessoas boas e más que cruzaram meu caminho. Os evangélicos acreditam que morre e acabou tudo. Fica tudo preto. Não quero pensar assim. A religião católica vive amedrontando a gente sobre céu e inferno, como se pouquíssimas atitudes seriam capazes de nos levar ao céu. Não quero pensar nisso. O espiritismo explica que eu vivo tudo isso porque eu pago pelos erros da vida passada. Uma vida que eu não conheço, que eu não sei nada sobre, que eu nunca nem vi. Então é por isso que minha vida amorosa é um lixo, financeira uma vergonha e mental nem existe? Eu não quero mais pagar por erros de alguém que nem sou eu. Chega. Se eu encontrasse Deus hoje, eu ia implorar por 3 meses dormindo e um clone que pudesse tomar todas as pancadas na cabeça que eu tenho levado nos últimos meses, como se eu fosse um fantoche de uma criança mazinha que me usa por um prazer vil que inclui minha dor e sofrimento. Eu até faço planos. Até penso em coisas que dariam certo. Mas levantar da cama e fazer, sem dinheiro, sem expectativa, sem esperança, sem apoio, é praticamente impossível. Prefiro ficar deitada esperando pela possibilidade de quem sabe, talvez, dormir por 3 meses graças a um caminhão de Rivotril.

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To usando sua blusa.

Procurando em vão sentir seu cheiro nela depois de já lavada umas 3 vezes desde a última vez em que você esteve aqui. Eu tento sentir seu cheiro no travesseiro que você usava. Se eu soubesse que o fim estaria logo ao lado, eu teria demorado mais pra enfiar a fronha na maquina e teria cheirado com a intensidade de um viciado até que o cheiro gostoso do seu perfume novo tivesse um fim. Eu tento ouvir você roncando alto quando acordo de madrugada, mas tudo o que eu escuto é meu silêncio que grita. Eu as vezes olho pra janela do meu quarto e vejo a gente pulando ela de madrugada, enquanto você ria de mim toda vez que eu me machucava no parapeito de madeira. Eu vejo o fundo dos seus olhos no fundo das minhas lembranças. Eu ainda escuto você falando que não esperava ter me conhecido, mas me conheceu e agora não dava mais pra voltar atrás. Eu ainda vejo você sentado na sala trabalhando concentrado, de vez em quando olhando pra mim com cara de quem gostava da minha presença ali, sentada no seu sofá, segurando um copão de festa cheio de água pra me ajudar a solucionar mais umas das minhas ressacas enquanto você bebia mais que um opala e acordava pleno. Eu ainda acho graça lembrando daquele dia em que você foi conhecer minha irmã e minha prima e acabou ficando completamente bebado de whisky. E de quando estávamos transando no chuveiro e tivemos que parar porque seu amigo bateu de carro depois de sair bebado da sua casa. Eu ainda ouço você falando que confia em mim. Eu ainda não consigo escutar nenhuma música do delacruz porque todas me lembram você. Toda vez que eu vejo um carro igual ao seu passando na frente da minha casa, eu acho que é você chegando arrependido pra me dizer que sente muito, que se arrepende, que me quer de volta. Eu não consigo mais sair da minha cama pelo lado esquerdo porque lembro da gente transando no chão do quarto pra não fazer barulho ou quebrar a cama velha da casa dos meus avós. Eu não consigo manter nenhum tipo de contato com os seus amigos pra não ver você sendo feliz sem mim. Eu recusei o convite do churrascão de aniversário da minha tia pra não correr o risco de cruzar por você na sua cidade. Eu ainda penso na gente. Eu ainda sinto sua falta. Eu ainda to aqui. Mas no fundo eu rezo pra que amanhã quando eu acordar eu não esteja mais.

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Eu acho engraçada essa sua cara de pau, e a forma com a qual você volta pra minha vida como se nada tivesse acontecido.

Eu já tinha até me esquecido de você. Esquecido o tom da sua risada, das suas tatuagens sem sentido, e do quão quentes são os beijos que você dá nas minhas costas durante a noite. Tinha esquecido de como soava o seu sotaque me chamando de linda. Tinha esquecido do dia em que você apareceu na minha porta dizendo que tinha comprado uma galinha de brinquedo chamada Tilze, com direito a demonstração com sonoplastia de como ela botava ovo. Tinha esquecido do cheiro do seu cigarro, do gosto do seu beijo de cerveja gelada e nicotina. Tinha esquecido como você roncava engraçado, e como você também zoava a forma com a qual eu ronco. Tinha esquecido de como você me fez odiar Dark side of The moon do início ao fim. Tinha esquecido de quando você vendeu seu carro e botou meu número no site só pra você não ficar recebendo ligações. Tinha esquecido o quanto você ama dormir sem roupa, e o quanto eu odeio. Não sabia nem ao menos se você tinha mudado de carro ou se você continuava morando no mesmo lugar...

Parece que se passaram anos. Eu já não via mais sua sombra fumando cigarro de palha pendurado na janela da minha sala, enquanto escutávamos alguma música do Pearl Jam. Eu já tinha me esquecido do seu gosto musical estranho, e do jeito que você acompanha suas musicas favoritas batucando no volante enquanto dirige. Estranho demais te ver aqui de novo, no meu sofá, reclamando dos meus copos e dizendo como sempre que sentiu a minha falta.

As vezes eu acho que nada mudou, mas tudo tá diferente. Tudo! Eu queria ter a nobreza do perdão, mas sinceramente, acho que você nem ao menos merece.

Eu espero um dia te ver por aí. Sendo admirado pelos seus pequenos detalhes por outra pessoa. Espero que eu também pare de me apegar a desilusões assim como você foi pra mim. Quem sabe um dia nos encontramos por aí... Com o coração maduro, saudade no peito, e finalmente, vontade de fazer acontecer. Sem mais mágoas, sem mais perdões pendentes.

Hoje eu lavo a minha alma. Isso é um até logo, ou até nunca mais.

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Eu realmente só sei dançar com você.

Só com você eu sigo o ritmo, eu sinto paz, eu não piso no pé.

Só com você toca aquela música bonita no fundo da minha alma.

Só com você eu não erro os passos.

Parece que o mundo congela, e que todo mundo para o que está fazendo pra olhar. Parece que só nós dois existimos ali, naquele momento. Parece que pode chover canivete, acontecer um terremoto, cair uma bomba em cima da gente, que nada nos faria parar essa dança. A gente aguentaria ali, firmes, focados, dançando a passos lentos mesmo que na realidade saia do som um funk 150 bpm.

Eu posso apenas fechar os olhos e agradecer. Esse momento é nosso. Meu e seu. E mesmo que não terminemos nossa vida juntos, eu sei que sempre que você escutar uma música tocando no fundo da alma, é de mim que você vai lembrar.

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Um simples toque seu é o suficiente pra me tirar de órbita.

O seu carinho no meu cabelo parece fazer meu corpo todo levitar, sair do chão. Arrepia minha nuca, meus braços, pernas. Sinto você me tocando com leveza. Sinto o calor da sua mão e seu toque macio. Você conduz seus movimentos com maestria, me sinto um velho violino a ser tocado por um músico experiente. Sua respiração parece sincronizada com a minha, somos agora uma orquestra de pequenos sussurros e gemidos com intervalos de respiração ofegante. Somos uma sinfonia em sintonia.

Seria bonito se alguém pudesse nos ver de fora agora.

O amor, o sentimento, o nosso enlaçar de pernas e mãos enquanto nos descobrimos e redescobrimos cada vez mais, a cada olhar mais, como se já não nos conhecêssemos o suficiente. Somos feitos de paixão e tesão. De loucura e sanidade.

Somos uma obra de arte nesse momento só nosso. O quarto agora tem cheiro de nós. Meu perfume com minha pele, seu perfume com sua pele. Nosso suor.

Olho pra parede e vejo nossas sombras proporcionadas pela meia luz amarelada do meu antigo abajur. Nossos corpos dançam no sentido horizontal no compasso exato da canção que eu escuto dentro de mim.

Parece uma cena de um filme, do nosso filme, desse filme que eu e você estamos criando e que logo mais será lido, visto ou contado por alguém.

Nós vamos fazer história, meu amor.

E não é qualquer história... É a nossa história.

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Eu me abri com você.

Me abri como quem abre a janela do quarto em uma manha ensolarada de um domingo. Lá fora uma brisa leve me indica que existe a esperança de um dia agradável como eu não tenho a um tempo. Não tenho por não me permitir ter. Quem sabe uma praia com os amigos, tomando um mate com limão e comendo um biscoito globo na areia escaldante do posto 11. Quem sabe eu não adquira um bronze a mais no corpo e quem sabe no coração da minha alma carioca. Quem sabe um mergulho no mar não seja tudo o que eu preciso pra descarregar as energias ruins que você deixou pra trás quando eu me abri pra você.

Nós eramos exatamente assim: Você era o domingo ensolarado. E eu? Eu tive esperança. Esperança de você ser conforto, mar, sol, alma bronzeada. Eu esperei de você que não transformasse minha calmaria de um domingo de sol em uma tempestade com vento em plena segunda na hora do rush. Mas foi exatamente como uma tempestade que você saiu da minha vida, deixando meu coração de verão como se fosse um eterno dia nublado e que chove fino.

Eu fiquei assim, sem entender.

Eu esperei seu recado na minha caixa de mensagens vazia. Esperei sua ligação pra poder ouvir sua voz arrependida do outro lado da linha. Eu esperei você pegar seu carro novo e vir até a minha casa, você ainda sabe onde eu moro. Mas você nunca veio. Eu me abri com você como quem abre a sacola de um presente dado por uma tia distante. A gente nunca sabe o que pode ter ali, mas ainda existe esperança de ser alguma coisa pelo menos útil. Me abri como quem abre a conversa no whatsapp com alguém que ama, na esperança de uma mensagem qualquer. Me abri como quem abre a conta no banco, na esperança do pagamento já ter caído. Me abri como quem abre a porta de uma casa nova, na esperança de uma vida melhor e tão nova quanto a casa. Eu me abri e esperei de você muito mais do que você pode me dar muito mais do que você quis me dar. Você foi embora e levou a minha esperança com você. Levou meu verão, meu bronze, meu brilho. Minha janela aberta pra brisa entrar. Mas se você quer saber já chega de dias nublados por aqui, cansei. Já chega de coração chuviscando. Eu me permito ir, deixar ir. Eu me permito abrir a janela e ver que o dia bonito me chama pra viver uma vida sem você, onde exista esperança de que la fora ainda tem um lugar ensolarado pro meu coração finalmente se encontrar. Com ou sem você, eu espero o sol voltar com ar de quem já esperou demais. Eu me permito trocar a tempestade das minhas noites mal dormidas pela felicidade dos pequenos momentos de pé descalço na areia quente.   Eu me permito te deixar ir. Eu te deixo ir pra me encontrar novamente.

Eu te deixo ir.

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Sentada na areia eu observo a onda bater. As vezes mais cheia, as vezes bem pequena. Respiro fundo o cheiro de maresia, enfio com vontade meus pés na areia fina e já não tão quente como estaria mais cedo, fecho meus olhos pra me concentrar no barulho das ondas. Procuro em vão a calma e a tranquilidade que você tirou de mim. Decido então mergulhar mesmo tendo medo de água escura, essa hora já não se enxerga mais nada e já não tem ninguém na praia. Só eu, o barulho do mar e meus pensamentos. Mergulho como se estivesse mergulhando em mim. Mergulho como se estivesse procurando pelo antigo eu que se apagou quando a ansiedade chegou pra ficar na minha vida. Deixo meu corpo ser levado pelo balanço das ondas enquanto penso em você. Enquanto penso em nós dois e em tudo que poderíamos ter vivido juntos nessa vida. E enquanto penso em como eu te queria aqui. Sinto a sensação de ser levada pela correnteza e sinto a necessidade de dar uma risada, não sei se de nervoso, não sei se eu to feliz, não sei. Sei que ironicamente eu me sentia exatamente assim: Sendo jogada de um lado pro outro na bagunça dos seus sentimentos enquanto você de forma egoísta decidia em que buraco da sua vida me enfiar. E acabou que foi a minha vida que você de fato bagunçou. Onde eu cabia? Nem eu sei. Eu nunca soube. Você nunca foi sincero o suficiente pra me dizer. As vezes penso em simplesmente deixar o mar me levar pra onde ele quiser. Amanha sai a noticia nos jornais da maluca que se afogou na praia de Ipanema as 3 da manha de uma terça-feira, “e nunca mais foi vista”. Minha mente vaga por tudo que eu poderia ser se não houvesse me dedicado tanto a nós dois. Onde eu estaria agora? Em qualquer lugar do mundo, porém não aqui. Não chorando as 3 da manhã praticamente implorando pra ser assaltada nessa praia deserta. Mas Deus, onde quer que ele esteja agora, defende os bêbados. As vezes eu me culpo por tudo que aconteceu com a gente. As vezes eu sinto tanta raiva de você, que eu quebraria um prato pelo simples prazer de quebrar alguma coisa, imaginando que o prato é seu sentimento, e como eu gostaria de fazer com os seus sentimentos o que você fez com os meus. As vezes eu culpo seu signo, as vezes seu antigo relacionamento. As vezes eu culpo o universo e as vezes eu duvido das divindades. Eu sinto tudo ao mesmo tempo, em uma confusão infeliz de incertezas e dúvidas que insistem em andar de mãos dadas comigo a cada passo novo que eu dou. E por falar em passos novos, eu nem sei a direção que eu to indo. Tudo muda a cada segundo, tão de repente quanto o nosso fim. Eu me sinto intensamente confusa sobre tudo, como se eu tivesse desaprendido coisas básicas como por exemplo a andar. Nada faz sentido ao passo que tudo faz sentido. Nada me acalma enquanto eu procuro você onde você nunca esteve. Nada. O que eu sinto, agora, sobre tudo, é um grande e doloroso nada. Eu quero que o mar leve esses sentimentos, junto com todas as lembranças boas que eu tenho de você. Se apegar aos momentos ruins sempre ajuda a esquecer mais rápido. Eu quero que o mar afogue meu medo de me entregar de novo, meu medo de gostar de alguém. Quero que ele leve você de mim tão facilmente quanto você me arrancou da sua vida. Foi tão fácil pra você. As vezes eu quero que ele me leve, e me jogue em um mundo onde as pessoas se respeitam, ontem existe reciprocidade e mutualidade infinita. Eu idealizo o mundo perfeito, onde você jamais me trataria com tamanha indiferença. Acordo pra minha realidade, sinto a dor mental de novo chegando ao físico. Foi isso que você deixou pra mim. Confusão, sentimentos conturbados, dor na alma. VAZIO. 

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Você abriu o portão da sua casa e eu não sabia o que fazer. Eu sentia que já te conhecia intensamente, mesmo quando nós dois estávamos trocando mensagens por apenas um mês. Porém virando noites pra falar sobre a vida e sobre como a gente já se gostava, mesmo sem esperar que isso pudesse acontecer com duas pessoas tão repentinamente. No caminho, eu me tremia dos pés a cabeça. Eu não sabia se te beijava, se esperava você dar o primeiro passo. Dentro de mim, um sentimento de romance bobo de colegial, com uma esperança enorme de estar indo na direção certa, talvez pela primeira vez na minha vida. Eu não consegui disfarçar meu nervosismo. Eu mal consegui segurar a garrafa de cerveja que você me deu, e torci meu pé no nosso primeiro “encontro”, eu passei mal no dia seguinte e tive que fingir que tava tudo bem, quando na verdade eu estava morrendo por dentro de pura ansiedade. Meus amigos já tinham e alertado que eu era assim, meio doida, e por um momento eu achei que esse meu jeito agradava você. Eu me sentia em casa. Eu me sentia descobrindo você enquanto eu, livro aberto que sou, já tinha te entregado todo o ouro. Eu tentei desvendar seu coração machucado, pensando em vão que eu poderia ter chegado na sua vida pra te ajudar a superar todos os traumas reprimidos. Eu e mina síndrome de Madre Teresa de Calcutá. Eu achava que eu era capaz de fazer você sentir o mesmo que eu. Sim, eu me iludi. Me iludi quando achei que nosso começo bom seria indicio de que você queria a mesma coisa que eu. E eu queria você. Do fundo do meu coração machucado. Eu gostava do jeito que você ria, do seu jeito simples, de não ligar e nem gostar de grandes luxos. Eu amava a forma que você tratava seus amigos, e como você era próximo deles. Eu achava lindo como você cuidava dos seus avós, com tamanha dedicação e carinho. Eu achava engraçado te ver nos seus momentos de lazer, e sentia atração em te ver sentado na mesa da sala concentrado no que você amava fazer, que é o seu trabalho. Eu comecei a ouvir pagode e gostar. Eu respeitava seu passado mesmo que pra mim fosse difícil viver algo que eu nunca vivi. Eu não ligava de ficar 4 horas em um carro, camelo, ônibus ou jetski pra ir de encontro a você. Eu ia feliz. Esperando por nossos dias tranquilos e nossas noites dormindo agarrados, mesmo quando a insonia batia e eu saia da cama 7 da manha pra fazer companhia pro seu avô. No fim, nada disso importa na realidade. Não foi suficiente pra nós. Nada disso importa se só eu sinto coisas bonitas sobre você, se só eu te admiro. Nada disso importa quando eu quero me abrir com você, quando eu quero alinhar expectativas, e você não. Quando eu quero tudo e você nada. Absolutamente nada. Quando um não quer, dois não brigam. Como eu já te disse uma vez: a vida é feita de ciclos, que tem inicio meio e fim. O nosso foi breve, mas foi intenso e verdadeiro por aqui. Eu quero que você saiba que pra sempre eu vou me orgulhar de você. Mesmo que de longe, pois tive que te deixar ir antes que eu me machucasse mais. Obrigada e desculpa. Sinto muito. Até breve, ou até nunca mais. Seja feliz.

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Encontrei no bloco de notas eu texto sobre nós dois e sobre o sorriso bobo que você me tirava a cada notificação sua. Engraçado como em pouco tempo tudo pode mudar. É muito verdade que sentimento independe de tempo. Muito verdade que gostar de alguém pode ser um tiro no escuro. Se doar sem nunca saber se vai receber o mesmo em troca. Sentir sem saber se existe a reciprocidade. Não sei em que momento tudo mudou pra você. Quando tudo deixou de fazer sentido e onde deixou de existir nós. Eu sinto um vazio dentro de mim que parece que nada ta conseguindo preencher. Eu espero sua notificação que nunca vem. Que talvez nunca mais venha. E dói na alma. Dói no corpo. Me arranca um pedaço e vai me deixar uma cicatriz maior e muito mais feia do que aquela que eu tenho no meu joelho direito. 

Eu realmente gostei de você, e esse é o mal em ser intensa. Em viver com muita intensidade todos os amores e desamores. Todas as perdas tornam-se doloridas mesmo que no fundo já esperadas. Eu realmente acreditei na gente. Desejei você aqui deitado na minha cama, me abraçando enquanto me iludia com suas palavras doces. Pra que? Agora só me resta a saudade do que eu talvez tenha inventado de você, ou do que você talvez tenha realmente sido, porém se perdeu pelo caminho. 

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O que arde cura

Minha mãe já dizia que o que dói ou arde, cura. Mas de todas as dores que eu já senti, as piores não se pode curar com um merthiolate da vida. Eu to falando de machucado da alma, do coração. To falando de uma dor que machuca tanto, que transcende o intocável e passa a doer no físico. A perda é sim um processo, assim como o esquecimento, e talvez seja uma das aceitações mais difíceis da vida. Sempre dói, em todos os sentidos que a perda pode ter. O que eu esperava de nós? Muito mais do que apenas corpos unidos porém vazios de sentimento, eu queria mão dada, alma entrelaçada e nós dois caminhando na mesma direção. Queria a tranquilidade de pensar em um futuro, construir um sentimento sem medos ou culpas. Parafraseado Cazuza: Quero a sorte de um amor tranquilo. Queria mais do que apenas esperar pra ser. E se nunca fosse? E agora la vou eu no meu eterno processo de me quebrar por inteira e juntar meus cacos já tão quebrados, que quando juntos novamente nunca voltam a ser o que um dia foram. Realmente as vidas que tocam as nossas tem o poder de nos modificar, de marcar a gente. São cicatrizes na alma ora expostas, ora escondidas em um lugar que só a gente consegue acessar. As quedas sempre tocam a gente. E a vida é uma constante aprendizagem, mesmo que pra aprender doa na alma. 

Deixa doer. Deixa chorar. Deixa arder a alma. Deixa sentir.

Tudo faz parte do processo. A gente tem que se permitir passar por tudo, até que um dia pare de doer. Porque para. Sempre para. É só deixar ir.

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Diante desse caos que eu tenho vivido só consigo pensar que o melhor elogio que alguém poderia me fazer agora, seria me chamar de lar. Aconchegante, quentinho, acolhedor. Lar que abriga meu corpo, alma e sonhos. Que assiste a todos os meus momentos sejam eles felizes ou tristes. Que não desaba sobre mim. Se mantém firme, sempre ali me esperando voltar depois de mais um dia cansativo. Eu quero ser lar de alguém.

Morada.

Eu quero ser seu lar.

Eu quero ser meu lar.

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Coisas que eu deveria organizar:

Minhas gavetas

Minhas playlists

Meu tempo

Meus sentimentos.

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Dobrei as pontas das folhas

Pra guardar pra sempre

As melhores poesias daquele livro que você meu deu

Quer saber o que me intriga?

Todas elas falavam de amor

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Você não me merece. Não merece minhas mensagens carinhosas e muito menos o sentimento que eu tenho por você. Você não me merece cantando pra você, dançando pra voce, tentando te tirar uma risada quando eu vejo que não está nos seus melhores dias. Você não merece todo o esforço que eu faço pra não demonstrar meu ciúme, e nem a cara de paisagem que eu preciso fazer quando você me conta sua histórias que nunca me incluem, mesmo que eu estivesse disponível para fazer parte delas. Não merece que eu fique te esperando me chamar pra sair, não merece que eu desista dos meus planos por você. Enquanto eu fico aqui esperando sua mensagem que nunca vem, onde será que esta você? Distribuindo todo o carinho que eu ansiava pra outra pessoa? Rindo com outra pessoa, cantando e dançando com outra pessoa? Beijando, abraçando e dormindo na posição que a gente mais gosta, com outra pessoa?? E dia após dia desperdiçando meu carinho, meu amor, até que ele finalmente vire pó.

E como eu desejo que ele vire pó.

Antes pó do que saudade.

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A minha felicidade tem olhos castanhos, um jeito meio bobo de sorrir, uma fala mansa, um carinho gostoso. Minha felicidade chegou de mansinho e foi ficando, foi entrando na minha vida como quem não quer nada, e grudou em mim de um jeito que eu já não sei mais me ver sem. Minha felicidade tem um sotaque mineiro gostoso de ouvir, tem um jeito doce de ser, foi me ganhando e espero que nunca me perca, porque quem gosta tanto de ser feliz como eu, gosta de fazer do motivo da felicidade o mais feliz do mundo também.

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