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Eclipse's Herald - AnatoFinnstark

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Em eras passadas

A pouca dor era oceânica

Hoje

Muita dor é "não foi nada".

E nada se torna pois passa.

Passa mas deixa marca.

Seria porquê crescemos,

E o aquilo que nos feria

Não nos acompanhou no caminho?

"Sorria" eu digo

A cada dia com tom mais sombrio

Mais sóbrio e menos tolo

Mas prefiro parecer um

E continuar nos bastidores...

Onde há todos

Os amores e dores

Onde há odores e gostos

Cores sem fim no interno

Que infinda-se ao além

Numa música sem fim.

Voltei.

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Eclipse by Alexey Egorov

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Nômade

Faz tempo que não paro por aqui para escrever algo... O tempo tomou decisões sobre coisas que eu pensava não ter tempo para fazer. Quem diria. Os ventos nunca estiveram tão fortes, as velas tão ajustadas, as preces em sintonia e os dilemas em poesia. Tudo já foi escrito, tudo é uma questão de sinfonia na escrita. Tudo é questão de condução dos atos de realização de potências que vibram de outras esferas e que tudo movem, desde montanhas até o grão temporal que estou (assim como você) inserido. Épico. É o adjetivo que mais descreve o como vejo as coisas quando assumo uma perspectiva mais ampla (principalmente quando nos bastidores) sobre o que faz as engrenagens terem algum motivo para existirem e funcionarem em prol do que quer que seja. Troco o saudosismo por vontade de mais aqui e mais agora. Troco a nostalgia por presença. Subverto os 4 elementos, transformo o meu nada em tudo, pois o que é dentro é como o que está fora e vice-versa, assim como o que está em cima é como o que está em baixo, e a roda da fortuna há de girar.

A roda não para. Pede movimento.

Siga em frente.

Não pare no tempo.

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(des)espero

E assim sendo, Cada pouco mais áspero Uma hora a corda estoura Que loucura seria não ceder Mas não mensuro nem meu silêncio Muito menos meus ruídos Talvez isso sejam apenas delírios Então que eu não dê ouvidos Só quero ouvir risos Doces e sem pressa Pra fingir não sentir Pois eu já não sei onde isso começou E não sei onde vai terminar Então que seja doce o intervalo entre ambos Ou que possamos acreditar e ter fé Que um dia já foi e voltará a ser.

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Gene

No seu canto cria o próprio espaço Canta e marca o passo, dança sem pressa Dessa música tens de saber ouvir Mas, mais que isso saber sentir. Segue atento, constante em silêncio Ato sem alarme É o sino que toca A hora é sempre agora Sem aviso Ser vivo Não pense ser delírio Nem todas as caixas da racionalidade comportam nossa egoísta mania de querer explicar aquilo que nos faz únicos; Se na molécula está o registro Quem tá vendo isso aqui?

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Ando precisando escrever, pois apenas ler já não basta.

Asas com a beleza do brilho do sol, alto em busca do por do sol e o despertar do luar.

Tempo é apenas necessário para aquilo que é material se situar, existem coisas que são imateriais e com isso atemporais, falo sobre algo que está além de nós, mas junto ao mesmo tempo.

Tempo. Quanto desse que nos limita há para tudo que nos (co)move?

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Coffee stained parchment and your ardent admiration

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Meus devaneios oníricos são tão quentes que afastam o cinza e frio dos dias de hoje e me levam para as quentes tardes de verão.

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Música.

Uma música familiar toca ao fundo... ... uma que fazia tempos que não era tocada. Aquela que anda na sua solidão, com sonhos perdidos no tempo, e a questão: para onde o vento o irá soprar? Talvez ela queira entender o momento, pois talvez seja a hora de repensar; não há mais porquê não acreditar, não há mal nenhum em se deixar levar.

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Carta 1.

Já não temo as noites sem lua e sem estrelas; na verdade, as vezes o que eu temo é sobre o conforto que eu sinto ao imaginar o abraço de uma noite dessas. Mas mesmo assim, penso nisso com conforto. Não é o tipo de discurso que eu deveria pensar. Mas fazer de conta que não penso sobre isso me tornaria escravo disso. Há algo que está de pé aqui dentro que faz eu buscar pela luz ao fim de cada capítulo obscuro que se encerra. Talvez essa seja uma luz própria em busca de outra que seja no mínimo de mesma essência, de mesmo sentido das coisas que motiva e cria. Mas parece ser cada vez mais difícil manter essa luz acesa, essa chama com calor. Como duas velas que ao juntarem-se expandem seu fogo, sua luz, seu calor, é essa chama. Infelizmente não se trata de algo como uma vela, que pode ser reascendida com algo externo que provoque calor suficiente para queimar seu pavio. Eu sei que está cada vez mais difícil, eu sei que é clichê falar isso, também sei que é extremamente fútil falar que mesmo que eu falasse sobre todas essas coisas as pessoas não entenderiam, então por isso guardo em silêncio ou em poucos versos cartas como essa, a quem quer que esteja lendo-a.

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Não saber onde o caminho vai dar, como um leve paisagismo do que se enxerga longe.. é também dar um passo para surpreender-se. É um mundo belo, fora das expectativas deste. Onde não escapa da alma sensível... qualquer coisa de diferente.

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O processo é lento mas a constância é o marco que torna toda grande pedra em areia, eis o sublime toque do inevitável e do imensurável, do espaço entre o nada absoluto e o que há.

Tão sublime e ao mesmo tempo belo, eis a dança que é a fúria entre o aqui e o intangível, que um dia me terá de volta em seus seios belos.