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littlepxtter:

Para Lilian, não havia muito ponto nos treinos que Abraham estava lhe dando, ele dizia querer nivela-la aos outros alunos, e apesar de Lily não ser uma pessoa convencida, ela era consideravelmente melhor do que eles, a diferença era que os outros eram mandados para missões reais, enquanto ela assistia, tudo por causa de seu pai. O que sempre a fazia pensar em qual o ponto de continuar com aquilo? Seu teste final se aproximava e a cada vez mais ela pensava em simplesmente desistir, deixar tudo para trás e sumir. Mas lá estava ela, terminando mais um treino pesado, sem reclamar. Ela franziu o cenho para ele, quando ouviu a proposta. — Você está sabendo da festa? Não sabia que a Victorie tinha te convidado, se quer sabia que se conheciam. - Estranhando. Ela nunca imaginaria Abraham e Victorie, mas também o que é que ela estava pensando, isso não significava nada e se significasse, não era bem da sua conta. —Não que seja da minha conta quem você conhece. - Estreitou os olhos e sorriu numa linha fina de lábios, negando com a cabeça. Não tinha certeza até aquele momento se iria ou não, mas seu amigos todos estavam lá, por que não? Ela merecia se divertir um pouco, não? Vinha sendo responsável a muito tempo. — Bom, já que vamos para o mesmo lugar, quer desaparatar juntos? - Ela ofereceu como se aquilo não significasse absolutamente nada. E não significa, estavam apenas indo para o mesmo lugar, se separariam assim que chegassem lá.

O auror assentiu positivamente com a cabeça. Mesmo que não conhecesse Victorie Weasley, o que não era o caso, vários trainees estavam comentando a respeito da festa ou mencionando o nome de Victorie nos últimos dias. “Nós frequentamos Hogwarts em épocas semelhantes”, apesar de ser alguns anos mais velho o bruxo tinha uma vaga lembrança da Weasley dos tempos de Hogwarts, e isso sem contar a conversa que tiveram no Caldeirão Furado há um tempo atrás. Contudo, deixou aquele último detalhe de lado. Não tinha relevância em contar para a Potter da conversa que tivera com a prima dela, sem contar que era um assunto que dizia somente a respeito de Bram e quanto menos comentasse sua vida pessoal com os outros era melhor – ele já tinha cometido o terrível erro de admitir para Lily que prestava atenção nas fofocas que circulavam a respeito dela, de forma que não queria correr o risco de comentar algo que não deveria novamente. Por um momento o Ogden ponderou a proposta da ruiva, questionando se era uma boa ideia aparecer com ela de forma tão pública e sem nenhum tipo de relação com o treinamento. “Vamos”, disse por fim. Eles só iriam chegar juntos na festa e iriam se separar, aquilo não significava nada. E antes que pudesse se arrepender de sua decisão, Bram ofereceu a mão para a ruiva para que eles pudessem apartar juntos.

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littlepxtter:

𝒻𝓁𝒶𝓈𝒽𝒷𝒶𝒸𝓀

— O que essa palavra significa? Rudadh. - Tentou repetir mas não soava certo. Já era a segunda vez só naquele dia e ela sabia que era algo que ele estava falando em relação a ela, isso a irritava. Aparataram no Quartel General dos Aurores e não perderam tempo, Lily deixou suas coisas de lado, tirou a jaqueta, pegou sua varinha enquanto Abraham organizava a primeira parte do treinamento. Ela olhou para a organização dele minuciosamente e então começou. Os obstáculos consistiam em algumas espécies de robôs encantados, que seguravam varinhas e atiravam os feitiços que Bram comandaria, era como se ela tivesse que duelar com várias pessoas ao mesmo tempo, e dessa forma ela podia lutar e usar feitiços sem se preocupar em machucar seu adversário. Era como sua mãe e pai haviam descrito, no quinto ano de Harry e quarto de Ginny, o mais velho treinou os amigos, já que eles não tinham um bom professor de Defesa Contra as Artes das Trevas naquele ano, por isso eles acabaram treinando na Sala Precisa de Hogwarts que providenciara robôs como aqueles. Lily sabia o que fazer. Avançou na direção do primeiro, mantendo seu olhar em outros dois que se aproximavam pela lateral, quando o primeiro estava prestes a lançar seu o feitiço, ela apontou a varinha e gritou. — Expelliarmus! - Ao mesmo tempo que a varinha voou longe, Lilian se abaixou fazendo com que o feitiço dos outros dois robôs atingissem um ao outro. — Glacius Duo. - E com isso vou o primeiro robô, agora sem varinha, congelar. Ela levantou rapidamente e se moveu com a mesma velocidade. — Reducto! - E então o primeiro robô explodiu em mil pedacinho. Seria muito fácil fazer aquilo com os outros robôs, que agora haviam se multiplicado, era só junta-los e explodi-lo, mas não. Ela sabia que Abraham estava lhe observando e ela queria mostrar a ele que ela sabia o que estava fazendo, que podia se defender, mas que principalmente ela era boa, mesmo que não fizesse sentido algum o porque ela quisesse se mostrar tanto para ele. — Deprimo! - Ela apontou a Bari há para um dos robôs e causando uma pressão excedente extremamente forte, que resultou numa violenta ruptura em seu alvo. Um a menos. Lily apontou para o próximo robô. — Elementia Circa! - E com aquele feitiço ela pode controlar o robô para destruir o próximo alvo com as próprias mãos mas enquanto fazia, um novo robô a pegou desprevenida, lançando-a longe com um feitiço. Lily acabou por bater com as costas contra a parede, perdendo o ar por alguns segundos antes de perder a paciências. — Entomorphis! - Ela apontou para o robô que havia lhe atingido e transformando-o em um besouro. Lily se aproximou e pisou em cima, enquanto o robô que ela controlava transformava outro alvo também em uma barata. A Potter, ofegante, acabou por pisar nas duas baratas, matando-as. — Reducto! - Ela finalizou. Destruindo o último robô. Quando ela virou-se para Abraham para saber o que viria em seguida, vou ele abrindo um baú e de lá saiu James. — Merda! - Ela praguejou. Ela sabia o que estava por vir. Lily viu James morrer em sua frente, mas rapidamente a figura dele se transformou em sua mãe morta, e então Albus, e Harry, Tia Hermione, tio Ron, e a cada novo rosto ela mais e mais perdia a respiração. Seu corpo todo tremia, inclusive o lábio inferior que ela mordia. Maldito bicho papão. — Ridikkulus! - Ela baixo disse ao levantar a varinha na direção de sua prima Rose Weasley, vendo ela se transformar em uma borboleta e sair voando se volta para de dentro do baú de onde havia saído. Lily engoliu em seco, e com o maxilar travado, ela levantou o olhar para seu treinador de forma impassível, dando o seu melhor para não demonstrar o quão aquilo a afetava. — Next?

Bram deu um pequeno riso ao escutar a pergunta de Lily Luna, sobre a expressão que ele tanto utilizava quando estava perto dela e que poderia parecer um tipo de ofensa. “Vamos ver como você vai se sair nesse treino e dependendo do resultado vou considerar a possibilidade de te contar o significado dessa palavra”, falou para ruiva. Ah, se ela soubesse como o significado era tão obvio e que estava na cara dela. No entanto, Abraham não falou mais nada a respeito do assunto e deixou com que a mais nova treinasse com os obstáculos. Os olhos atentos do auror acompanharam a Potter durante todo percurso, prestando atenção em cada um dos feitiços que ela utilizava e a rapidez de decisão a escolha de cada um dos feitiços. E quanto mais via a Potter duelando contra os obstáculos, sua certeza de que ela era talentosa aumentava – depois de anos atuando como treinador dos aurores o Ogden já tinha visto vários tipos de alunos passando pelo treinamento, alguns eram talentosos, outros tinham certas dificuldades mas conseguiam se destacar com muito treinamento e um esforço gigantesco, enquanto isso alguns não tinham sido feitos para seguir a carreira de auror. E, obviamente, Lily Luna fazia parte do grupo de alunos talentosos que já tinham passado pelo treinamento; Bram estaria mentindo para si mesmo se falasse que não via um potencial na ruiva, ou que não acreditasse que ela poderia chegar longe naquele meio. O único problema da jovem era o pai dela, uma vez que Harry tinha deixado explícito para todos do departamento dos aurores que não concordava com o caminho que a filha caçula estava seguindo, tanto é que Abraham tinha sido instruído a pegar leve com Lily Luna, sempre deixando a ruiva de fora de algumas missões mais perigosas e de outros exercícios complexos. “Muito bem, ruadh”, elogiou a ruiva assim que a série de obstáculos tinha acabado. 

De fato a Potter tinha tido um rendimento impressionante, desarmando e atacando os obstáculos com a rapidez desejada e não tinha deixado se afetar com a visão brutal do bicho papão em que todos seus familiares, as pessoas queridas dela, apareciam mortas. “Agora você vai duelar comigo”, por mais que os obstáculos tivessem sido planejados para criar certo nível de dificuldade dos trainees, eles não eram tão eficientes quanto uma pessoa. O bruxo caminhou até o centro da área de treinamento, ficando há uns bons metros de distancia da ruiva, respeitando os protocolos estabelecidos no departamento dos aurores e não hesitou antes de lançar um feitiço de ataque na direção dela. “Estupore”.

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Abraham Ogden nunca tinha concordado em pegar mais leve com a Potter no treino dos aurores, de sempre deixar a aluna numa zona mais segura e de conforto se comparado com os outros alunos que eram incentivados a se desafiar cada vez mais, participando de missões complexas e aprendendo em cada um dos desafios. Porém, o bruxo não podia ir contra o seu supervisor ou contra as ordens de Harry Potter, caso contrário seria colocado na rua. A solução que tinha encontrado era dar treinos extras para Lily Luna fora do horário de treinamento, para nivelar a ruiva com os outros alunos da turma, e desde que tinha começado com as aulas ele andava tenso temendo que algo de errado pudesse acontecer. O auror evitava pensar no que poderia acontecer caso alguém descobrisse o acordo que tinha com a ruiva, ou se as pessoas tivessem alguma ideia errada a respeito da proximidade repentina que tinha se estabelecido entre ele e a mais nova. “O que me diz de terminarmos mais cedo por hoje?”, eles já tinham passado uma série de exercícios, incluindo a prática de alguns feitiços de ataque e de defesa. “Imagino que você queira ir à festa hoje”.

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Desde a confusão que tinha ocorrido à vida de Bram estava sendo um verdadeiro turbilhão de emoções, além de muito trabalho. Para começar ele estava tendo que tomar conta dos machucados de Lily Luna, visto que levá-la para o hospital não era uma opção viável, e conversar com os pais da bruxa era pior ainda. Ele também estava participando da investigação sobre o caso, e por isso tinha sido instruído a conversar com Aurora Zabini – a advogada do diabo como o bruxo a chamava. E de todas as coisas que estavam acontecendo em sua vida, a pior de todas era precisar contar com a colaboração de Aurora para o desenvolver de seu trabalho. Os dois não se davam bem e era claro para qualquer um que eles se odiavam, que viviam trocando indiretas por onde passavam, e só de pensar em conversar com a bruxa o sangue do auror fervilhava de raiva. “Nós dois vamos ter que ter uma pequena conversinha”, avisou para Aurora a ser questionado sobre sua presença no escritório dela. “Estou participando da missão para investigar o caso, e algumas fontes sugeriram que eu te procurasse”.

⚖️ Era o dia seguinte a confusão, Aurora tinha acabado de chegar no escritório depois de praticamente passar a noite toda acordada. Os saltos do scarpin batiam no piso de madeira conforme caminhava em direção a sua sala, mas mal havia chegado perto da porta quando a sua secretária veio lhe dizer que Abraham Ogden estava lá dentro lhe esperando e um suspiro pesado escapou pelos lábios da advogada.

Com um aceno da varinha, ela abriu a porta de sua sala e entrou sem ânimo algum – O que você quer, Ogden? - foi apenas o que perguntou ao entrar, indo para seu lugar atrás da mesa e colocou a bolsa ali,acenando novamente com a varinha para que a janela a sua direita se abrisse um pouco e deixasse o ar entrar.

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sooahmazing:

ㅤㅤ━━ Eu sou uma estilista. ━ Colocou a mão contra o próprio peito, como se estivesse dizendo algo muito óbvio de se perceber. ━━ E pensar que sou quem vou ter que lidar com as consequências das minhas escolhas é muito assustador. ━ Franziu o cenho, suspirando alto logo na sequência e pegou aquela garrafa para beber um longo gole do conteúdo. Sooah era coreana, acostumada a beber, então era natural que conseguisse virar aquela quantidade de firewhiskey. ━━ O que você faz? ━ Perguntou assim que voltou a garrafa para cima da mesa. ━━ Um rosto bonito assim seria ótimo para as minhas roupas, você não tem interesse em ser modelo? ━ Alteou ambas as sobrancelhas com a sugestão, abrindo um sorriso novo para ele. ━━ Obrigada. Posso dormir na sua casa?

Enquanto comia seu jantar o bruxo escutava a mulher falando a respeito da profissão que tinha escolhido e das inseguranças que sentia a respeito daquela escolha, e ele a compreendia mais do que ninguém. No início de sua carreira como auror ele se questionava se tinha escolhido o caminho correto, ou se não tinha sido burro o bastante ao abrir mão de seu lugar na empresa da família, mas com o tempo tais dúvidas foram passando. Agora, com mais maturidade, Abraham conseguia enxergar que seguir o caminho que seus pais queriam não lhe trariam a satisfação que ele sentia com seu emprego atual, algo que nem todo dinheiro do mundo era capaz de comprar. “Eu trabalho como auror”, respondeu, tirando a dúvida da mulher. “Trabalhar como modelo? Realmente agradeço pela oferta, mas não acho que isso seja o meu estilo”, o bruxo tinha sido pego com aquela proposta inusitada de emprego, mas isso era praticamente nada com a pergunta que veio a seguir. “D-dormir na minha casa?”, repetiu apenas para garantir que tinha escutado a pergunta corretamente, e que não estava imaginando coisas. “Tenho um quarto de hóspedes que deve servir para você”, mesmo tendo algumas dúvidas se aquela ideia realmente era uma boa ou não, Bram não podia voltar atrás na sua palavra. O bruxo não podia correr o risco de largar a mulher sozinha no bar, ainda mais que ela apresentava alguns sinais de ter bebido bastante. E se ela se oferecesse para dormir na casa de outra pessoa, alguém que não tivesse caráter? O Ogden simplesmente não podia correr aquele risco.

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howlcr:

          “uhhh, i’m getting famous.” nate brincou, amolecendo-se na cadeira com a cara risonha e a voz debochada. passou a mão pelos fios castanhos, mordendo de leve o lábio inferior, e ergueu a mão para pedir um café. as íris azuis logo voltaram-se para o amigo, mas estava animado demais para parar quieto no lugar. a perna, então se balançava para cima e para baixo. a piada do outro o fez rir, fazendo a cabeça se inclinar de leve para trás. “hah! e não é? de que forma alguém começa a produzir whisky?” uma sobrancelha se ergueu, mas a pose marrenta (que ele nunca conseguia sustentar por tanto tempo, porque simplesmente não fazia parte da personalidade sempre animada) acabou se esvaindo em dois segundos. “who’d guess, huh? me and teddy.” e seu café havia chegado. tomou dois goles antes de continuar. “o que você quer saber? ando por aí fugindo de dragões, fabricando e consertando varinhas— mas parece que agora minha bunda ficou mais colada aqui em londres.” fingiu dar de ombros, como se a ideia não o assustasse. não tinha parado para pensar naquilo ainda. “fala sério, e no seu caso? nenhuma novidade desde que nos vimos por último? hah, duvido.”

“Só tome cuidado par não deixar a fama inflar o seu ego”, disse como forma de brincadeira, pois conhecendo Nate sabia que aquilo não era algo que combinava com a personalidade do amigo, de forma que nem precisava se preocupar com aquela possibilidade. “Você sabe que existe uma grande diferença entre produzir whisky e consumir, não sabe?”, perguntou para o amigo. “Tecnicamente são os meus pais que produzem e já faz um tempo que eu não experimento as últimas novidades”, quando mais novo Ogden gostava de gabar a respeito do negócio de sua família, e sempre que acontecia uma festa ele fazia questão de levar garrafas da boa e velha safra dos Ogden, praticamente incentivando a bebedeira de todos. Ele precisava reconhecer que quando era mais novo não tinha lá tantos limites, e ele não via problema em ficar bêbado como um gambá. Hoje em dia, o bruxo apreciava beber com moderação e tinha um pouco de limite se comparado com seu passado. “Se quer saber, não é tão surpreendente assim”, pontuou. Bram conhecia um pouco da história entre Teddy e Nate em Hogwarts, de forma que para ele não tinha sido nenhuma surpresa ao ficar sabendo do namoro, mas sabia que para algumas pessoas aquilo podia ser uma notícia e tanta. “Acho que a maior novidade que aconteceu comigo nesses últimos tempos foi ter ido a um encontro às cegas com ninguém mais do que Aurora Zabini. Dá pra acreditar no meu azar? Foi péssimo. E no trabalho eu sinto que consegui conquistar o ódio de Lily Potter, mas não posso culpá-la por isso”, falou, lembrando-se das coisas mais marcantes que tinham acontecido com ele.

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vmustbeaweasley:

O Ogden parecia determinado a não me revelar sua completa identidade e eu, mesmo tendo deixado o copo de lado desde o início daquela conversa, ainda buscava em todos os cantos da mente por seu nome. Ao menos, caso o jornaleco de boatos decidisse noticiar minha noite por falta de opções mais interessantes, a manchete seria “Victoire Weasley tem noite de bebedeira ao lado de moreno misterioso” ao invés de “ Victoire Weasley é vista bêbada e sozinha debruçada em um balcão de bar”. Ele tinha razão, ele havia melhorado consideravelmente minha noite.

—Oh, você é o filho rebelde que abandonou os negócios?! —Questionei, observando os olhos escuros sem obter grandes certezas a seu respeito. Eu costumava dizer que minha maior fraqueza era demonstrar demais o que eu estava sentindo. Se estava eufórica, qualquer um saberia, bastava ver em meus olhos. Se tinha medo, ficava claro que algo me apavorava. O homem a minha frente parecia inexpressivo, quase como se fosse treinado para não ser como eu. Apesar disso tudo, era expressivamente bonito. — E o que foi que desviou você deste caminho? — Perguntei, apontando com a cabeça para a garrafa de bebida.

Ri, baixinho, quando mencionou que havia ficado ofendido. Notei uma pontada de bom humor em suas palavras, o que me deixou um tanto quanto mais confortável com toda aquela situação em que havia me metido.

—Em minha defesa, são tempos difíceis, Ogden. É difícil saber em quem confiar. — Talvez eu estivesse falando demais, mas as palavras saíram tão rápidas que minha mente sequer acompanhou.  —Terei uma chance de me redimir?

O bruxo assentiu com a cabeça, confirmando sua identidade, e levemente surpreso pela forma que era conhecido. Bram não podia negar que em seus anos em Hogwarts ele havia demostrado um comportamento bastante rebelde e irresponsável, e só tinha conseguido mudar graça aos esforços e a tremenda paciência de Minerva McGonagall que estava disposta a colocá-lo na linha de uma vez por todas. Mas já fazia tantos anos que achava que os rumores e fofocas ao seu respeito tinham acabado, mas, aparentemente, a fama de ser um bruxo rebelde iria o acompanhar por muitos e muitos anos – não importava se ele tinha mudado desde então e das conquistas que tinha feito nos últimos anos, todos ainda o veriam como o aluno rebelde dos tempos de Hogwarts. Já em relação a não ter assumido os negócios da família, o Ogden suspeitava que a fama tivesse se dado devido as constantes brigas com seus pais durante a época – ele não duvidava que houvesse saído a respeito das brigas em alguma revista de fofoca. , uma vez que os confrontos dele com seu pai davam o que falar. “Eu queria sair da comodidade e tentar conquistar algo por mérito próprio, e não apenas pelo meu sobrenome”, Bram teve a escolha de seguir pelo caminho mais fácil e por mais tentador que fosse, ele não se arrependia de sua escolha ao ir pelo caminho mais desafiador. “Além do mais, aquilo era algo que os meus pais desejavam. Eu nunca tive interesse de trabalhar nos negócios da família”, completou. Na época tinha sido um grande baque contar a verdade para seus pais, mas depois de tantos anos e de ver que Abraham não iria desistir de se tornar auror tão facilmente – nem mesmo por uma quantidade razoável de dinheiro – eles até que estavam lidando melhor com a situação. “O que me diz de dividirmos algumas fritas? Me parece uma boa forma de redenção”.

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ollivandcrfelix:

👾 Não só pensei, como estou totalmente convencido de que isso realmente aconteceu – comentou calmamente, nem um pouco abalado – visivelmente, mas no fundo estava irritado – por sua provocação não ter dado certo. Felix adorava irritar os amigos, por isso, acabava fazendo aquilo com Abraham, mas o homem sempre era mais difícil… parecia que ser um velho ranzinza, o deixava imune de qualquer provocação e quem acabava se irritando no final, era o próprio Ollivander – Muito obrigado, pareceu minha avó falando comigo – virou os olhos, embora o sorriso divertido permanecesse em seus lábios e quando ele falou, o mais novo fingiu pensar um pouco na resposta – Talvez. Vai me dar um beijo para eu parar de falar sobre isso? - perguntou piscando os olhos na direção dele, estava brincando, é claro, mas não ia mentir que se o auror quisesse, ele também iria querer – Vai bebe aí, garanto que sua comida vai ficar melhor – encheu um copo para o homem, estendendo-o em sua direção com a destra enquanto a canhota segurava o próprio copo, tomando um gole demorado – Juro que não coloquei nenhuma poção ou veneno.

O bruxo deu uma risada antes de voltar sua atenção para o jantar que estava esfriando aos poucos com o passar. “Pode ir se acostumando que daqui a pouco chega sua vez”, falou apenas para aterrorizar Felix. Bram se lembrava muito bem quando era adolescentes e os adultos a sua volta falavam que em algum momento ele teria que mudar de postura, que ele não podia continuar daquele jeito com o comportamento rebelde e irresponsável. Na época ele não acreditava que era possível mudar, ou que fosse querer mudar, mas lá estava ele: a prova viva de que era possível ajudar alguém que era considerado um caso perdido por todos. “Já pensou que isso foi intencional?”, respondeu em um ótimo humor, não deixando se abalar com as provocações. Na verdade, Bram até que estava achando graça de tudo. “Primeiro você me compara a sua avó e agora quer me beijar. Por acaso você tem algum tipo de fetiche estranho que eu não conheço?”, aproveitou para provocar Felix novamente, fazendo graça com o rapaz. Por ser filho único Bram não sabia como era a convivência entre irmãos, mas imaginava que as provocações eram parecidas com a que ele e Felix trocavam, um sempre enchendo o saco do outro. “Vou  beber para você parar de me atazanar. For Godric’s Sake, você consegue ser mais irritante do que seu irmão e o Teddy juntos, sabia? Diria até que é um talento especial”.

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dolohovgirl:

Alexa tinha terminado um interrogatório de mais de dez horas quando foi informada que teria de fazer hora extra vigiando uma vizinhança predominantemente trouxa, queria recusar, mas sabia que levantaria suspeitas demais, então apenas foi para sua casa poder trocar de roupas, usando algo mais confortável para passar a noite em claro. No caminho para a vizinhança leu tudo que podia do caso e agradeceu por ter companhia naquela noite, odiava ficar de tocaia sozinha, sempre significava trabalho demais, quando aparatou no local combinado sorriu levemente para Bram, não eram exatamente amigos, mas se suportavam o bastante para trabalharem bem  juntos.  — Sempre e você? — Perguntou num meio sorriso, olhando para cima, até encontrar uma casa aparentemente abandonada com um terraço que lhes permitiria se esconder e observar boa parte da vizinhança. — Pois é, aparentemente só vamos ver as ruas vazias. — Alexa era sempre cordial, embora não soubesse muito jogar papo fora com pessoas que não eram de seu circulo, sempre pisava em ovos com todos de fora, afinal seu sobrenome já fazia boa parte das pessoas desconfiar dela, não que se importasse muito com isso. — Realmente, aliás podíamos ficar ali não? É alto o suficiente para vermos todas as ruas, mas ainda conseguimos ficar escondidos. — Apontou para a casa abandonada e esperou a resposta dele para então aparatar no lugar que tinha apontado a poucos minutos. … A brisa gelada fazia com que Alexa passasse as mãos pelos braços por baixo da capa preta que usava, mas também fazia com que seus longos cabelos ficassem voando para todos os lados, então tentou os ajeitar de um jeito que não atrapalhasse mais.. — E então, os novos trainees estão dando muito trabalho? — Perguntou, quebrando o silencio da noite, mesmo sem olhar para ele, já que observava as casas a sua volta.

Após um dia cansativo treinando os jovens aurores o que Abraham mais queria era uma boa noite de sono, mas seus planos tinham mudado de forma muito abrupta - algo bastante comum no trabalho. Quando recebiam uma missão não havia nada que os impedia de cumprir o que tinham que fazer. E por mais que ele e Alexa Dolohov não fossem lá grandes amigos, o bruxo apreciava pela companhia da outra autor naquela missão porque aquela seria uma noite e tanta. “Sinceramente, eu não sei o que é pior. Ficar observando ruas vazias ou precisar lutar contra alguns miseráveis”, comentou mais para si mesmo do que para a companheira de missão, enquanto encarava o céu de Londres tentando imaginar como seria o restante daquela noite. A verdade era que mesmo se sentindo completamente acabado, Bram ainda preferia entrar numa boa luta do que simplesmente sentar e esperar para ver se algo de relevante acontecia. “Nice one, Dolohov”, elogiou a parceria pela perspicácia dela ao observar o esconderijo perfeito e que permitia que eles tivesse uma visão privilegiada do bairro, podendo observar tudo o que ocorria pelo local. Os dois não demoraram para aparatar no local indicado pela auror, e se não estivesse focado no trabalho o Ogden até poderia apreciar a vista bonita que tinha ao seu dispor. “Pode ficar com minha jaqueta”, falou tirando a peça e entregando para Alexa, para que ela pudesse se proteger do frio gélido. “E quando eles não estão causando problemas, Dolohov? Um dia desses precisei ir até a casa da Potter para convence-la a voltar para os treinos. Agi como se fosse a babá dela, e não o treinador”.

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littlepxtter:

Rolou olhos pois aquilo era tudo o que podia fazer. Se não estava falando pra ela porque falar afinal? Aquela manhã estava sendo pior do que o esperado. Quando acordara naquela manhã às seis, para se preparar e ir treinar e então acabara indo correr, somente para voltar para casa e se jogar no sofá e dormir mais, não imaginava que seu mau humor iria ladeira a baixo quando acordou assustada com Abraham Ogden a sua porta. Agora, depois de toda aquela confusão de sentimentos fervilhando dentro de si, tudo o que queria era que ele largasse do seu pé, por isso concordou ir com ele, balançando a cabeça afirmativamente de maneira sútil, quase imperceptível. Mas quando ele a apressou ela voltou a revirar os olhos. — Posso me trocar primeiro? - Mas se quer esperou pela resposta dele, saiu da sala em direção ao seu quarto, já que iria treinar seria preciso roupas confortáveis, por isso pegou sua calça de ioga, uma regata, colocou seu tênis e uma jaqueta por cima. Prendeu o cabelo num rabo de cavalo alto porém bagunçado, pegou sua mochila e voltou para sala menos de dez minutos depois. — Você aparata, não estou com cabeça pra isso. - Pegou sua varinha em cima da mesa, colocando-a no bolso. E então abriu a porta para eles, trancando-a assim que saíram. Virou-se para ele e avançou, segurando em sua mão para aparatarem, mas quando o fez surpreendeu-se com o toque, o que era uma atitude tola, o que ela pensou que seria afinal? Era ridículo, ela nunca havia pensado no que seria segurar a mão dele, porque pensaria e porque diabos estava pensando agora? — E então? Nós vamos ou você desistiu? - Ela perguntou quebrando o silêncio e o contato. Novamente não havia se tocado que estavam se encarando por algum tempo. Para o de iriam mesmo? Para o Ministério? Ela se pegou pensando e revirando os olhos com a ideia. Ela perderá aquela batalha?

“Já era para ter se trocado há tempos”, respondeu sem perder a oportunidade de dar uma leve alfinetada na Potter. Se ela não tivesse sido tão teimosa eles já poderiam estar na academia dos aurores, quem sabe até terminando o treino do dia, mas achou melhor manter-se de boca fechada antes que pudesse falar algo que desagradasse a ruiva ainda mais. Bram já tinha feito o suficiente ao se enrolar em suas palavras, falar o que não devia e acabar extendendo a discussão mais do que gostaria. O que era para ser uma simples conversa sobre a ausência de Lily Luna nos treinos e como deveria mudar de postura para não ser expulsa tinha se transformado num interrogatório sobre a vida pessoal dela, mais especificamente sobre os relacionamentos amorosos da ruiva, e em acusações sobre como Abraham exercia seu trabalho - em sua defesa, o Ogden apenas estava seguindo ordens de seus superiores. Não era algo que ele concordava, mas não era algo que ele podia ir contra. Seu emprego estava em jogo e ninguém em sã consciência teria a coragem de desafiar as ordens diretas de Harry Potter. “Sem problemas, ruadh”, disse ao pegar na mão da bruxa para que pudessem aparatar. Em todo momento ele tentou não pensar no contato da pele dela com a sua, ou como a mão dela parecia pequena em comparação a sua. Felizmente não demorou muito para que eles chegassem ao Quartel General dos Aurores, onde os treinos costumavam a acontecer, e o bruxo conseguiu afastar os pensamentos a respeito de Lily Luna que faziam questão de brotar em sua mente. “Vamos colocar logo com esse treinamento”, anunciou. A primeira parte conquista em desarmar obstáculos. Era necessário ter um raciocínio rápido para escolher qual feitiço que usar em cada situação, além de sempre estar atento a sua volta. Bram afetou da área do treinamento, com um sorriso no rosto, apenas imaginando como a Potter iria se sair naquela primeira parte.

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vicbelavk:

Se enroscou ainda mais em seu casaco, suspirando pesadamente e rolando os olhos ao ouvi-lo falar sobre como acabaria com ela no próximo treino. Independente do quão ruim estava, estaria pronta. “Um deles é o senhor Dante Belavk.” riu sem muito humor ao citar o nome do próprio pai, um honroso auror, que já era bem conhecido pela sua rigidez, mas nada era comparado ao treinamento que dera para ela em casa. A jovem Victoire poderia até dizer que por pouco não aprendeu a lutar antes mesmo de aprender a andar. “E eu não indicaria pegar dicas com ele.” fez uma leve careta ao tamborilar os dedos pela madeira do balcão, bebericando mais um pouco da cerveja. “Te embebedar? Eu não sabia que era possível um homem do seu tamanho ficar bêbado apenas com um drink… Está me superando Ogden, não sabia que era mais fraco que eu nisso.” riu sozinha, ainda com o copo de cerveja entre os dedos, estendido para ele. Não que ela estivesse muito sóbria naquele instante, mas só começou a perder o equilíbrio depois do segundo ou terceiro copo, e não esperava vê-lo trocando os pés como ela muito antes disso. “E qual seria a graça de te embebedar? Eu não preciso disso pra dar conta do Senhor Teimosia.” sorriu, passando os olhos pelo ambiente e observando as pessoas que ali estavam.

Então quer dizer que ela era filha de Dante Belavk? Bem que Abraham deveria ter desconfiado anteriormente pelo sobrenome  em comum. “Eu bem que conheço esse nome…”, Abraham, assim como outros aurores que tinham se formado antes dele e alguns de seus colegas de turma, tinham uma grande fascinação pelos grandes nomes que tinham passado pelo departamento. E Dante Belavk era um deles. Todo mundo já tinha ouvido pelo menos uma coisa a respeito dele, o que incluía Bram. “Dica anotada”, embora o bruxo tivesse uma admiração por outros aurores importantes e que tinham marcado a história do departamento, ele não tinha o intuito de mudar a forma que ensinava para os trainees. “Para sua informação a minha resistência é alta…”, era impossível ter crescido no meio da produção de firewhisky sem desenvolver algum tipo de resistência, tanto é que Bram não ficava bêbado com facilidade. “…o único problema é que as pessoas sempre falam que é apenas um copo, ou uma garrafa, mas sempre acabam exagerando e passando do limite em algum momento”, ele mesmo fazia aquilo durante sua adolescência, levando bebidas para as festas e deixando que as coisas fugissem do controle com facilidade. “E quem disse que você consegue dar conta de mim?”

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vicbelavk:

“Eu não me esqueci do treino, nunca me esqueço, você sabe disso melhor do que ninguém.” ao contrario da grande maioria, Victoire sempre foi excessivamente disciplinada, esforçada e dedicada ao seu treinamento, era um dos poucos lugares onde realmente se sentia bem, então daria o seu melhor para agradecer a sensação que aquilo lhe causava. Belavk deixou seu corpo magro ceder a cadeira, deixando uma risada baixa com a frase de Bram. “É o que dizem, mas gosto de acreditar que existe uma boa alma bem no fundo do peito daquele ranzinza.” provocou, apoiando a palma da mão em seu próprio peito em uma dramatização teatral. Vic costumava ser bem mais polida sem a ajuda da bebida em seu organismo, mas aquele não era um diapropicio para sustentar mais mascaras que já estavam pesadas demais quando sóbria. “Além do mais, tenho certeza de que ele terá um pouco de compaixão com a sua aluna favorita.” brincou, estudando suas expressões por alguns segundos, sem saber se ela estava sendo uma companhia agradável o suficiente para aquela noite. Mal se reconhecia sem todas as mascaras e armaduras, mal sabia como agir. “E eu já lidei com piores.” um sorriso triste dançou pelos lábios rosados com a breve lembrança dos treinamentos rigorosos de seu pai, ou até mesmo de um alguém verdadeiramente desalmado como seu ex, foram quebrar justamente uma pessoa como ela, Victoire, que nunca havia sido alguém vulnerável ou fraca, sequer sabia como era ser daquele jeito, mas agora se sentia exatamente assim. Sacodiu levemente a cabeça para que as lembranças fossem embora e retomou a postura original. “Vai, só um gole não irá te fazer mal, me faça companhia.” murmurou, enchendo um outro copo e estendendo ao Ogden.

O auror até poderia argumentar contra Victorie, mas estaria pegando no pé da bruxa sem necessidade nenhuma. Ela fazia parte do seleto grupo de alunos que sempre chegava pontualmente nos treinos e que faziam tudo conforme ele mandava, sem causar nenhum topo de transtorno durante as aulas. Aquele seleto grupo de alunos, que realmente se dedicavam no treinamento, que realmente estavam lá por acreditar e por querer servir na profissão era o que fazia tudo valer a pena, era o que fazia Bram chegar contente em casa após um dia cansativo de trabalho. “Se eu fosse você eu não teria tanta certeza assim. Aquele carrasco não gosta de dar um segundo de descanso durante os treinos”, e aquele era um ponto que o bruxo não podia negar, nem mesmo dizer que não passava de uma simples brincadeirinha. Ele não gostava de facilitar o treinamento para os alunos, ainda mais sabendo da capacidade dos bruxos, como era o caso de Victorie.  Na visão de Bram, os desafios eram o que tornava os treinamentos tão dinâmicos e faziam com que os jovens aurores melhorassem cada vez mais. “É mesmo? Depois quero saber os nomes dessas pessoas, quem sabe eu não pego algumas dicas”, falou em um tom de brincadeira. Apesar da fama que ele tinha construído dentro do departamento, de que não pegava leve com os alunos, Bram também fazia questão de ser justo durante os treinamentos. “É impressão minha ou você está tentando me embebedar? Pois fique sabendo que eu não sou de ceder tão fácil”, Abraham Ogden era conhecido por sua teimosia, e dificilmente mudava de ideia quando colocava algo na cabeça.

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littlepxtter:

Uma risada de escárnio rompeu pelos lábios da mais nova. Ele fora um tolo? Revirou os olhos e negou com a cabeça, se fosse responder àquilo ela não seria nada gentil com sua escolha de palavras. — São todos ridículos por falarem isso e você está sendo pior por acreditar. - Ela estava mesmo chamando seu chefe de ridículo na cara dele? Droga, precisava parar de encontrar Abraham fora do local de trabalho, daquela forma bem… intima, afinal ele estava na sua casa, na sua sala, no seu sofá. Ela se esquecia quem ele era. Olhou por um longo segundo dentro dos olhos dele, perdida naquele sentimento de clareza de pensamentos, esquecendo-se da realidade la fora. Mas então estalou a língua e balançou a cabeça em negativa. — Que seja, eu não tenho caso algum com o McLaggen. - Nem nunca havia pensado nele daquela forma, a não ser por tremenda brincadeira. Toda a raiva, que estava aos poucos deixando seu corpo, voltou quando ele falou que a academia de aurores é lugar para treinar e não para ficar namorando. Lily fechou as mãos em punhos enquanto ela respirava fundo algumas vezes. —Você não tem o direito algum de falar assim comigo. Não comigo que nos últimos dois anos sempre cheguei as sete da manha e só sai as dez da noite enquanto todo mundo chegava as oito e saia as quatro. Não… você definitivamente não pode falar isso pra mim. - Não para ela, a pessoa que mais levava aquele treinamento, exceto pelo ultimo mês quando tudo desmoronou. — E se vai continuar tentar me insultar por causa de fofocas, então sai. - Fechou os olhos controlando sua raiva, quando abriu se afastou dele no sofá em direção ao seu quarto ou qualquer outro lugar, ele sabia onde era a saída. Mas quando estava prestes a sair do cômodo, ela ouviu sua voz e parou. Foi naquele momento que ela decidiu que ele era o pior chefe do mundo, o mais idiota, o mais pé no saco irritante que existia, mas acida de tudo, teimoso e de alguma forma muito estranha, ela gostava dele. Reviro os olhos também pensando que talvez ela se arrependesse daquilo, mas quando olhou por sobre os ombros ela somente perguntou. —Se eu aceitar treinar com você, você promete me deixar em paz?

Se estivessem no ambiente de trabalho Abraham não iria permitir aquele tipo de conduta, mas como estava na casa da bruxa – que por sinal nem tinha o convidado, ele que havia aparecido por lá por pura e espontânea vontade -, escutou calado tudo que Lily Luna tinha para dizer e por mais que odiasse admitir a ruiva estava com razão. Ele tinha sido ridículo por dar ouvido àquelas fofocas sem nenhum tipo de fundamento, e mais ridículo ainda por acreditar no suposto relacionamento entre Lily e McLaggen mesmo sem ter nenhum tipo de evidencia relevante – o fato de treinarem juntos não significava nada, exceto de que tinham uma confiança mútua entre si. “Cool. Cool. Cool. Cool”, falou, deixando claro como estava desconfortável com o tópico daquela conversa tentando repassar em sua cabeça como tinham ido parar naquele tópico. Por que Bram tinha que ter aberto a boca gigante dele para falar sobre o suposto relacionamento da ruiva? Nada daquilo estaria acontecendo se ele tivesse focado no que era importante: a ausência e de Lily nos treinamentos e nada mais. Porém, era tarde para voltar atrás e só lhe restava não tocar em nenhum outro assunto que envolvesse a vida pessoal da Potter, ou da vida romântica dela. “Eu não falei isso direcionado para você, apenas estava reforçando as regras que existem e não há nada com que você precise se preocupar”, o bruxo passou a mão nos cabelos, sentindo que a cada sentença dita ele entrava numa confusão muito maior. Talvez fosse melhor ele ir embora, antes que falasse algo improprio novamente, mas decidiu ficar quando a ruiva demonstrou um interesse nos treinos secretos que ele estava disposto a oferecer – algo para nivelar ela ao restante da turma. “Prometo nunca mais comentar nada sobre sua vida pessoal ou romântica, e se escutar alguma fofoca ao seu respeito vou ignorar”, respondeu. “Agora podemos ir para a academia ou vou precisar te carregar no colo e te arrastar até lá?”

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Casey Deidrick as Sam Anselm in Tentacles (2021)

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with: @dolohovgirl​

Já era final da tarde quando Abraham foi informado de que teria que trabalhar até mais tarde naquele dia, que após o treinamento deveria fazer vigila em um bairro predominantemente trouxa de Londres, em que estavam acontecendo alguns ataques esporádicos pela região. Felizmente nenhum trouxa havia se ferido até o momento, mas, ainda assim, era necessário que o Ministério tomasse as devidas providencias para evitar  futuros ataques na região. Aquele trabalho podia ser bastante cansativo e exigia muito do aurores, que era necessário que eles ficassem atentos a tudo que estava a sua volta, mas por sorte Bram tinha uma companhia para aquela noite: Alexa Dolohov. “Preparada para o restante da note?”, perguntou para a bruxa assim que aparataram em um beco menos movimentado, procurando por possíveis lugares onde eles poderiam ficar de alerta – se a forma animaga dele não fosse tão chamativa, a de um leopardo negro, ele até poderia usar isso a seu favor, mas com certeza a população de Londres iria estranhar se visse um leopardo negro passeando pelas ruas da cidade casualmente. “Algo me diz que não vamos ter tanta emoção nessa noite...”, os ataques não tinham um padrão e vinham acontecendo de forma aleatória, de forma que era difícil dizer quando o próximo iria acontecer, de forma que era provável que eles não precisassem lidar com nenhuma ameaça naquela noite. “...pelo menos temos companhia’, o auror ficava com o pé atrás com Alexa em algumas questões, mas mesmo com isso preferia a colega do que ser obrigado a lidar com tudo aquilo sozinho.

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ollivandcrfelix:

👾 Os olhos claros de Felix viraram nas órbitas quando o mais velho falou consigo como se fosse sua babá. Estava acostumado com a conviver com o auror, mas tinha raiva quando este parecia lhe ver como uma criança de doze anos – Eu não planejo ficar mais bêbado do que um gambá, mas agora que você falou… quer beber comigo? Não seja um velho ranzinza – provocou o amigo, levando o copo cheio aos lábios para tomar um gole demorado de sua bebida, sem desviar os olhos esverdeados do rosto masculino – E quem disse que eu quero alguém cuidando de mim? Eu não tenho cinco anos, Ogden – fechou a expressão, irritado com aquele pensamento e negou lentamente com a cabeça – Vamos lá, para de ser reclamão e bebe alguma coisa comigo.

“Já pensou que eu tenha me tornado um velho ranzinza?”, levantou o questionamento, uma vez que a provocação não tinha funcionado tão bem. Às vezes, o próprio Bram sentia-se como um velho ranzinza, reclamando de coisas que adorava fazer quando era mais novo – ele não sabia se aquilo era um reflexo de sua idade, da quantidade de trabalho que vinha pegando de forma que se sentia acabado em alguns dias, ou se era um reflexo das duas coisas. “Tudo bem Sr. Já Sou Adulto e Não Preciso da  Ajuda de Ninguém”, falou com o intuito de irritar e provocar o mais novo. “Se eu aceitar tomar uma você para de falar desse assunto na minha cabeça?”

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vicbelavk:

Quando se está no processo de recuperação alguns dias são melhores do que outros, há dias em que você se ocupa e se enche de distrações até mal lembrar do buraco em que se meteu, dias em que tudo parece estar ‘certo’ de alguma forma, mas aquele definitivamente não era um daqueles dias. Victoire se encontrava apoiada no balcão do pub, sem fome e com menos ainda vontade de cozinhar havia deixado a janta para um outro dia, decidindo satisfazer-se apenas com a bebida. Não era de beber muito, visto que tinha pouquíssima tolerância para álcool e qualquer exagero facilmente poderia causar acidentes irreversíveis, mas aquele era um dia especial, um dia em que a Belavk não conseguia mais ficar em casa encarando as paredes brancas e vazias, um dia em que ela realmente precisava esquecer. “Pode apostar, o meu bom gosto é conhecido por todo o estado.” comentou, rindo para ele. “E você… não está bebendo nada?” a pergunta parecia tola já que ela mesma podia ver a falta de bebidas alcoólicas na mesa do homem, mas ainda assim se surpreendeu. “É bom que não queira, Bram. Já é o suficiente quando faz isso nos treinos e…” se preocupa? eram palavras estranhas de se ouvir, inesperadas demais para uma terça a noite nos fundos de um bar. “Dias difíceis pedem medidas extremas.” disse a morena, dando de ombros e deixando um leve suspiro escapar pelos lábios. “Estou em um estado tão deplorável assim? Para ser… preocupante?” ergueu os olhos para ele, em uma mínima careta enquanto entornava mais um gole. “Prometo ir mais devagar se você prometer pegar mais leve comigo amanhã. Não que eu precise, é só que é injustiça querer lutar comigo nesse estado.” Ou talvez estivesse mesmo precisando dar uns golpes a mais para recobrar a sua consciência.

Como treinador dos aurores, Abraham Ogden sempre fazia questão de agir com seriedade e disciplina dentro da academia, de forma que não aceitava brincadeirinhas, desordem e não fazia questão de agir com simpatia. Seus alunos estavam lá para se tornarem aurores, e não para fazer amizade. Fora do treinamento o bruxo adotava uma postura bastante diferente, era mais simpático e recepitivo, e por aquele motivo não hesitou em demonstrar um pouco de preocupação ao ver Victorie Belavk descontando suas frustações na bebida. “Hoje decidi ficar apenas com o suco de abóbora”, respondeu. “Diferente de alguém aqui eu não me esqueci do treinamento amanhã, e você sabe o que dizem a respeito do treinador. Que ele é um desalmado que não se importa com os alunos e que pega pesado com eles apenas por diversão”, falou citando algumas coisas que já tinha escutado a seu respeito. De fato Bram podia ser muito exigente, e não facilitava em nada para os alunos durante os treinamentos. “Deplorável não é a palavra correta”, Vic não estava tão ruim naquele ponto concluiu o bruxo ao observar a morena,, mas era perceptível que aquele era um dia difícil. “Olha, eu admiro a sua capacidade de tentar negociar, mas isso está fora de cogitação”.