Hello amantes da leitura! Estarei trazendo para vocês alguns livros famosos! (Que irei reescrever para poderem ler aqui no Tumblr), e também algumas histórias autorais! Tentarei trazer em média 3 capítulos por semana! Espero que gostem! Qualquer erro entrem em contato comigo que irei arrumar! Me sigam no Wattpad!! Beixos Beixos Desejo a todos uma boa leitura!
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Capítulo 2
Sábado, 20 de junho de 1942
Fiquei alguns dias sem escrever porque queria, antes de tudo, pensar sobre meu diário. Ter um diário é uma experiência realmente estranha para um pessoas como eu. Não somente porque nunca escrevi nada antes, mas também porque acho que mais tarde ninguém se interessará, nem mesmo eu, pelos pensamentos de uma garota de 13 anos. Bom, não faz mal. Tenho vontade de escrever e uma necessidade ainda maior de desabafar tudo o que está preso em meu peito.
"O papel tem mais paciência do que as pessoas". Pensei nesse ditado num daqueles dias em que me sentia meio deprimida e estava em casa, sentada, com o queixo apoiado nas mãos, chateada e inquieta, pensando se deveria ficar ou sair. No fim, fiquei onde estava, matutando. É, o papel tem mais paciência, e como não estou planejando deixar ninguém ler este caderno de capa dura que costumamos chamar de diário, a menos que algum dia encontre um verdadeiro amigo, isso provavelmente não vai fazer a menor diferença.
Agora voltei ao ponto que me levou a escrever um diário: não tenho um amigo.
Vou ser mais clara, já que ninguém acreditará que uma garota de 13 anos seja completamente sozinha no mundo. E não sou. Tenho pais amorosos e uma irmã de 16 anos, e há umas trinta pessoas que posso considerar amigas. Tenho um monte de admiradores que não conseguem tirar os olhos de cima de mim, e que algumas vezes precisam usar um espelho de bolso, quebrado, para conseguir me ver na sala de aula. Tenho uma família, tias amorosas e uma casa boa. Não; aparentemente parece que tenho tudo, exceto um único amigo de verdade. Quando estou com amigas só penso em me divertir. Não consigo me obrigar a falar nada que não sejam bobagens do cotidiano. Parece que não conseguimos nos aproximar mais, e esse é o problema. Talvez seja minha culpa não confiarmos umas nas outras. De qualquer modo, é assim que as coisas são, e não devem mudar, o que é uma pena. Foi por isso que comecei o diário.
Para destacar em minha imaginação a imagem da amiga que há muito tempo esperada, não quero anotar neste diário fatos banais do jeito que a maioria faz; quero que o diário seja minha amiga, e vou chamar esta amiga de Kitty.
Como ninguém entenderia uma palavra de minhas histórias contadas a Kitty se eu começasse a escrever sem mais nem menos, é melhor fazer um breve resumo de minha vida, por mais que seja contra a minha vontade.
Meu pai, o pai mais adorável que conheço, só se casou com minha mãe quando tinha 36 anos, e ela, 25. Minha irmã Margot nasceu em Frankfurt am Main, na Alemanha, em 1926. Eu nasci em 12 de junho de 1929. Morei em Frankfurt até completar 4 anos. Como éramos judeus, meu pai emigrou para a Holanda em 1933, quando se tornou diretor-administrativo da Dutch Opekta Company, que fabrica produtos para fazer geleia. Minha mãe, Edith Holländer Frank, juntou-se a ele na Holanda em setembro, enquanto Margot e eu fomos mandadas a Aachen, para ficarmos com a nossa avó. Margot foi para a Holanda em dezembro, e eu, em fevereiro, quando me puseram sobre a mesa como presente de aniversário para Margot.
Entrei imediatamente na pré-escola Montessori. Fiquei lá até os 6 anos, quando comecei a primeira série. Na sexta série, minha professora era a Sra. Kuperus, a diretora. No fim do ano, nós duas choramos quando dissemos um adeus de partir o coração, porque me aceitaram no Liceu Israelita, que Margot também frequentava.
Levávamos uma vida cheia de ansiedade, pois nossos parentes na Alemanha estavam sofrendo com as leis de Hitler contra os judeus. Depois dos pogroms de 1938, meus dois tios (irmãos de minha mãe) fugiram da Alemanha, refugiando-se na América do Norte. Minha avó idosa veio morar conosco. Na época estava com 73 anos.
Depois de maio de 1940, os bons momentos foram poucos e muito espaçados: primeiro veio a guerra, depois, a capitulação, em seguida, a chegada dos alemães, e foi então que começaram os sofrimentos dos judeus. Nossa liberdade foi gravemente restringida com uma série de decretos antissemitas: os judeus deveriam usar uma estrela amarela; os judeus eram proibidos de andar de carro, mesmo em seus próprios carros; os judeus deveriam fazer suas compras entre três e cinco horas da tarde; os judeus só deveriam frequentar barbearias e salões de beleza de proprietários judeus; os judeus eram proibidos de sair às ruas entre oito da noite e seis da manhã; os judeus eram proibidos de frequentar teatros, cinemas ou ter qualquer outra forma de diversão; os judeus eram proibidos de ir a piscinas, quadras de tênis, campos de hóquei ou a qualquer outro campo esportivo; os judeus eram proibidos de ficar em seus jardins ou nos de amigos depois das oito da noite; os judeus eram proibidos de visitar casas de cristãos; os judeus deveriam frequentar escolas judias etc. Você não podia fazer isso nem aquilo, mas a vida continuava. Jacque sempre me dizia: "Eu não ouso fazer mais nada, porque tenho medo de ser algo proibido."
No verão de 1941, vovó ficou doente e precisou ser operada; por isso, meu aniversário passou quase sem ser celebrado. No verão de 1940, também não tivemos muita coisa em meu aniversário, já que as lutas mal haviam terminado na Holanda. Vovó morreu em janeiro de 1942. Ninguém imagina quanto eu ainda penso nela e a amo. Essa festa de aniversário em 1942 deveria compensar as anteriores, e a vela de vovó foi acesa junto das outras. Nós quatro ainda estamos bem, e isso me traz à data atual de 20 de junho de 1942, e à inauguração solene de meu diário.
Sábado, 20 de junho de 1942
Querida Kitty!
Quero começar logo; está tão agradável e silencioso. Papai e mamãe saíram, e Margot foi jogar pingue-pongue com uns amigos na casa de sua amiga Trees. Eu também tenho jogado bastante pingue-pongue. Tanto que, com mais quatro meninas, formei um clube. Chama-se a Ursa Menor Menos Duas. Um nome realmente idiota, mas se baseia num erro. Queríamos dar um nome especial ao clube; e como éramos cinco, tivemos a ideia da Ursa Menor. Pensávamos que ela consistia em cinco estrelas, mas estávamos erradas. Tinha sete, como a Ursa Maior, o que explica o Menos Duas. Ilse Wagner tem uma mesa de pingue-pongue, e o casal Wagner sempre deixa a gente jogar em sua grande sala de jantar sempre que queremos. Como nós cinco gostamos de sorvete, ainda mais no verão, e como sente-se calor jogando pingue-pongue, nossos jogos costumam terminar com uma visita à sorveteria mais próxima que aceita judeus: a Oasis ou a Delphi. Há muito tempo paramos de ficar catando nossas bolsas ou algum dinheiro - na maioria das vezes a Oasis está tão cheia que sempre conseguimos encontrar uns rapazes generosos do nosso círculo de amizade ou admiradores para oferecer mais sorvete do que seríamos capazes de comer em uma semana.
Você provavelmente está um pouquinho surpresa por me ouvir falar de admiradores com tão pouca idade. Infelizmente, ou não, esse vício é geral em nossa escola. Assim que um garoto pergunta se pode me acompanhar de bicicleta até em casa e começamos a conversar, nove vezes em cada dez posso ter certeza de que ele vai se apaixonar no ato e não vai se afastar de mim por um segundo. Seu ardor acaba esfriando, especialmente porque ignoro seus olhares apaixonados e pedalo alegremente no meu caminho. Se a situação se complica a ponto de começarem a falar em pedir a permissão de papai, balanço de leve a bicicleta, a pasta da escola cai e o rapaz sente a necessidade de descer da sua bicicleta e me entregar a pasta, mas nessa hora já mudei de assunto. Esses são os tipos mais inocentes. Claro que existem os que mandam beijos ou tentam segurar seu braço, mas estão definitivamente batendo na porta errada. Desço da bicicleta e recuso a companhia deles ou ajo como se me sentisse insultada e digo claramente para me deixarem sozinha.
Aí está você. Agora estabelecemos as bases de nossa amizade. Até amanhã.
Sua Anne
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Capítulo 1
Espero poder contar tudo a você, como nunca puder contar a ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda.
Anne Frank, 12 de junho de 1942.
12 de junho de 1942
Espero poder contar tudo a você, como nunca puder contar a ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda.
Comentário acrescentado por Anne em 28 de setembro de 1942
Até agora você tem sigo uma grande apoio para mim, como também tem sido Kitty, para quem tenho escrito com regularidade. Esse modo de manter um diário é bem melhor, e agora mal posso esperar os momentos de escrever em você.
Ah, estou tão feliz por ter você comigo!
Domingo, 14 de junho de 1942
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam levantar essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu boas vindas, esfregando se em minhas pernas.
Pouco depois das sete horas, fui ver papai e mamãe e, depois, fui à sala abrir meus presentes, e você foi o primeiro que vi, talvez um dos meus melhores presentes. Depois, em cima da mesa, havia um buquê de rosas, algumas peônias e um vaso de planta. De papai e mamãe ganhei uma blusa azul, um jogo, uma garrafa de suco de uva, que, na minha cabeça, deve ter gosto parecido com o do vinho (afinal de contas, o vinho é feito de uvas), um quebra-cabeça, um pote de creme para o corpo, 2,50 florins e um vale para dois livros. Também ganhei outro livro, Camera obscura (mas Margot já tem, por isso troquei o meu por outro), um prato de biscoitos caseiros (feitos por mim, claro, já que me tornei especialista em biscoitos), montes de doces e uma torta de morangos, de mamãe. E uma carta da vó, que chegou na hora certa, mas, claro, isso foi só uma coincidência.
Depois, Hanneli veio me pegar, e fomos para a escola. Na hora do recreio, distribuí biscoitos para os meus colegas e professores e, logo depois, estava na hora de voltar aos estudos. Só cheguei em casa às cinco horas, pois fui à ginástica com o resto da turma. (Não me deixam participar, porque meus ombros e meus quadris tendem a se deslocar.) Como era meu aniversário, pude decidir o que meus colegas jogariam, e escolhi vôlei. Depois, todos fizeram uma roda em volta de mim, dançaram e cantaram "Parabéns pra você". Quando cheguei em casa, Sanne Ledermann já estava lá. Ilse Wagner, Hanneli Goslar e Jacqueline van Maarsen vieram comigo depois da ginástica, pois somos da mesma turma. Hanneli e Sanne eram minhas melhores amigas. As pessoas que nos viam juntas costumavam dizer: "Lá vão Anne, Hanne e Sanne." Só fui conhecer Jacqueline van Maarsen quando comecei a estudar no Liceu Israelita, e agora ela é minha melhor amiga. Ilse é a melhor amiga de Hanneli, e Sanne é de outra escola e tem amigos lá.
Elas me deram um livro lindo, Nederlandse Sagen en Legenden [Dutch Sagas and Legends], mas por engano deram o volume II, por isso troquei dois outros livros pelo volume I. Tia Helene me trouxe um quebra-cabeça, tia Stephanie, um broche encantador, e tia Leny, um livro fantástico: Daisy's bergvakantie [Daisy Goes to the Mountain].
Hoje de manhã, fiquei na banheira pensando em como seria maravilhoso se eu tivesse um cachorro como Rin Tin Tin. Eu também iria chamá-lo de Rin Tin Tin e o levaria para a escola; lá, ele poderia ficar na sala do zelador ou perto dos bicicletários, quando o tempo estivesse bom.
Segunda-feira, 15 de junho de 1942
Minha festa de aniversário foi domingo à tarde. O filme de Rin Tin Tin fez o maior sucesso entre minhas colegas de escola. Ganhei dois broches, um marcador de livros e dois livros.
Vou começar dizendo algumas coisas sobre minha escola e minha turma, a começar pelos alunos.
Betty Bloemendaal parece meio pobre, e acho que talvez ela seja. Ela mora numa rua que não é muito conhecida, no lado oeste de Amsterdã, e nenhuma de nós sabe onde fica. Ela se dá muito bem na escola, mas é porque estuda muito, e não porque seja inteligente. É muito quieta.
Jacqueline van Maarsen é, talvez, minha melhor amiga, mas nunca tive uma amiga de verdade. No começo, achei que Jacque seria uma, mas estava redondamente enganada.
D.Q.* é uma garota muito nervosa que sempre esquece as coisas, de modo que os professores vivem passando dever de casa extra para ela, como castigo. É muito gentil, especialmente com G.Z. E.S. fala muito e não é engraçada. Vive mexendo no cabelo da gente ou tocando em nossos botões quando pergunta alguma coisa. Dizem que ela não me suporta, mas não ligo, porque também não gosto muito dela. Henny Mets é uma garota legal, tem um jeito alegre, só que fala em voz alta e parece mesmo uma criança quando estamos brincando no pátio. Infelizmente, Henny tem uma amiga que se chama Beppy que é má influência para ela, porque é suja e vulgar.
J.R. - eu poderia escrever um livro inteiro sobre ela. J. é uma fofoqueira insuportável, sonsa, presunçosa e de duas caras, que se acha muito adulta. Ela realmente enfeitiçou Jacque, e isso é uma vergonha. J. se ofende à toa, chora pela menor coisa e, além disso tudo, é metida demais. A Srta. J. é a dona da verdade. Ela é muito rica e tem uma armário repleto de vestidos maravilhosos, que são adultos demais para a sua idade. Ela se acha linda, mas não é. J. e eu não nos suportamos.
Ilse Wagner é uma garota legal, tem um jeito alegra, mas é afetada demais e consegue passar horas gemendo e reclamando de alguma coisa. A Ilse gosta um bocado de mim. É muito inteligente, mas preguiçosa.
Hanneli Goslar, ou Lies, como todos a chamam na escola, é meio estranha. Costuma ser tímida - expansiva em casa, mas reservada quanto está perto de outras pessoas. Conta para a mãe tudo que a gente diz dela. Mas ela diz o que pensa, e ultimamente passei a admirá-la bastante.
Nannie van Praag-Sigaar é pequena, engraçada e sensível. Acho que ela é ótima. É muito inteligente. Não há muito o que dizer sobre Nannie.
Eefje de Jong é, em minha opinião, fantástica. Apesar de só ter 12 anos, é a própria lady. Age como se eu fosse um bebê. Além disso, é muito atenciosa, e eu gosto dela.
G.Z. é a garota mais bonita da turma. Tem um rosto bonito, mas é meio burra. Acho que vão fazer ela repetir o ano, mas claro que eu não lhe dei a notícia.
Comentário acrescentado por Anne mais tarde
No fim das contas, para minha grande surpresa, G.Z. não repetiu o ano.
E, sentada perto de G.Z., fica a última das 12 meninas: eu.
Há muito o que dizer sobre os garotos, ou talvez não muito, pensando melhor.
Maurice Coster é um de meus muitos admiradores, mas é uma tremenda peste.
Sallie Springer tem uma mente imunda, e todo mundo fala que ele já fez de tudo. Mesmo assim, acho ele fantástico, porque é muito engraçado.
Emiel Bonewit é admirador de G.Z., mas ela nem liga. Ele é bem chato.
Rob Cohen também andou apaixonado por mim, mas não aguento mais ele. É um patetinha antipático, falso, mentiroso e manhoso que se acha simplesmente o máximo.
Max van de Velde é um camponês de Medemblik, mas um cara legal, como diria Margot.
Herman Koopman também tem a mente suja, como Jopie de Beer, que adora paquerar e é completamente louco pelas garotas.
Leo Blom é o melhor amigo de Jopie de Beer, mas foi prejudicado por sua mente suja.
Albert de Mesquita veio da Escola Montessori e pulou de ano. É inteligente de verdade.
Leo Slager veio da mesma escola, mas não é tão inteligente.
Ru Stoppelmon é um garoto baixinho e bobo, de Almelo, que foi transferido para esta escola no meio do ano.
C.N. faz tudo o que não deve.
Jacques Kocernoot senta atrás de nós, perto de C., e nós (G. e eu) morremos de rir.
Harry Schaap é o garoto mais decente de nossa turma. Ele é legal.
Werner Joseph também é legal, mas as mudanças que vêm acontecendo ultimamente fizeram ele ficar quieto demais, por isso parece chato.
Sam Salomon é um daqueles cara valentões e destrambelhados, um verdadeiro palhaço. (Admirador!)
Appie Riem é bem ortodoxo, mas também um pestinha.
*Iniciais conferidas aleatoriamente para preservar a privacidade das pessoas.
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Prefácio
Anne Frank escreveu um diário entre 12 de junho de 1942 e 1° de agosto de 1944. A princípio, guardava-o para si mesma. Até que, certo dia de 1944, Gerrit Bolkestein, membro do governo holandês no exílio, declarou em transmissão radiofônica que, depois da guerra, esperava recolher testemunhos oculares do sofrimento do povo holandês sob ocupação alemã e que estes pudessem ser postos à disposição do público. Referiu-se especificamente a cartas e diários.
Impressionada com aquele discurso, Anne Frank decidiu que publicaria um livro a partir de seu diário, quando a guerra terminasse. Assim, começou a reescrever e a organizar o diário, melhorando o texto, omitindo passagens que não achava tão interessantes e acrescentando outras de memória. Ao mesmo tempo, continuava a redigir seu diário original. The Diary of Anne Frank: The Critical Edition (1989), o primeiro diário de Anne, sem cortes, é citado como versão a, para distingui-lo do segundo, com alterações, conhecido como versão b.
A última anotação do diário de Anne data de 1° de agosto de 1944. Três dias depois, em 4 de agosto, as oito pessoas que se escondiam no Anexo Secreto foram presas. Miep Gies e Bep Voskuijl, as duas secretárias que trabalhavam no prédio, encontraram as folhas do diário de Anne espalhadas pelo chão. Miep Gies guardou-as numa gaveta. Depois da guerra, quando não havia mais dúvidas de que Anne estava morta, ela deu o diário, sem lê-lo, ao pai da menina, Otto Frank.
Após longa deliberação, Otto Frank decidiu realizar o desejo da filha de publicar o diário. Ele selecionou material das versões a e b, organizando-as numa versão mais concisa, posteriormente citada versão c. Leitores do mundo inteiro conhecem essa versão como O diário de Anne Frank.
Otto Frank levou em conta vários aspectos ao tomar essa decisão. Para começar, o livro tinha de ser curto, para adequar-se a uma coleção publicada pelo editor holandês. Além disso, omitiam-se várias passagens que tratavam da sexualidade de Anne; na época da primeira publicação do diário, em 1947, não se costumava escrever abertamente sobre sexo, muito menos em livros para jovens. Em respeito aos mortos, Otto Frank também omitiu várias passagens pouco elogiosas sobre sua mãe e os outros moradores do Anexos Secreto. Anne Frank, então com 13 anos quando começou o diário e 15 quando foi forçada a parar, escreveu sem reservas sobre as coisas de que gostava ou não gostava.
Quando morreu, em 1980, Otto Frank deixou os manuscritos da filha para o Instituto Estatal Holandês para Documentação de Guerra, em Amsterdã. Como se questionava a autenticidade do diário desde a sua primeira publicação, o Instituto para Documentação de Guerra mandou fazer uma profunda investigação. Assim que foi considerado autêntico, sem qualquer sombra de dúvida, publicou-se o diário na íntegra, juntamente com os resultados de um estudo exaustivo. The Critical Edition contém não somente as versões a, b e c, mas também artigos sobre o passado da família Frank, as circunstâncias relativas à sua prisão e deportação e o exame da caligrafia de Anne, do documento e dos materiais usados.
A Anne Frank-Fonds (Fundação Anne Frank) na Basileia, na Suíça, que como única herdeira de Otto Frank também recebera os direitos autorais de sua filha, optou por uma edição nova e ampliada do diário, para os leitores em geral. Esta nova edição não afeta absolutamente a integridade da antiga, editada por Otto Frank, que levou o diário e sua mensagem a milhões de pessoas. A tarefa de compilar a edição ampliada ficou a cargo da escritora e tradutora Mirjam Pressler. A seleção original de Otto Frank foi então acrescida de trechos das versões a e b de Anne. A edição integral de Mirjam Pressler, aprovada pela Fundação Anne Frank, contém uns 30% a mais de material e pretende dar ao leitor uma ideia melhor do mundo de Anne Frank.
Em 1998, veio à luz a existência de cinco páginas anteriormente desconhecidas do diário. Com a permissão da Fundação Anne Frank, uma longa passagem datada 8 de fevereiro de 1944 foi então acrescentada ao fim da anotação já existente naquela data. Uma curta alternativa à anotação de 20 de junho de 1942 não foi incluída aqui porque uma versão mais detalhada desse mesmo dia já faz parte do diário. Além disso, em razão das descobertas de 1998, a anotação de 7 de novembro de 1942 passou para 30 de outubro de 1943. Para mais informações, o leitor pode recorrer à quinta edição da The Critical Edition holandesa revisada (De Dagboeken van Anne Frank, Nederlands Instituut voor Oorlogsdocumentatie, Amsterdam: Uitgeverij Bert Bakker, 2001).
Ao escrever a segunda versão (b), Anne criou pseudônimos para as pessoas que figurariam em seu livro. Inicialmente, quis chamar a si própria de Anne Aulis e, mais tarde, de Anne Robin. Otto frank optou por chamar os membros de sua família pelos próprios nomes e acatar a vontade de Anne com relação aos demais. Com o passar dos anos, a identidade das pessoas que ajudaram as famílias do Anexo Secreto tornou-se amplamente conhecida. Na presente edição, as pessoas que ajudaram aparecem com os nomes verdadeiros, como merecem. Todas as outras figuram com os pseudônimos usados em The Critical Edition. O Instituto para Documentação de guerra designou iniciais arbitrariamente para as pessoas que preferiram continuar anônimas.
Os nomes verdadeiros das outras pessoas que estavam escondidas no Anexo Secreto são:
A Família van Pels
(De Osnabrück, Alemanha)
Auguste van Pels (nascido em 9 de setembro de 1900)
Hermann van Pels (nascido em 31 de março de 1898)
Peter van Pels (nascido em 8 de novembro de 1926)
Chamados por Anne, em seu manuscrito, de: Petronella, Hans e Alfred van Daan; e, no livro, de: Petronella, Hermann e Peter van Daan.
Fritz Pfeffer
(nascido em 30 de abril de 1889, Giessen, Alemanha): Chamado por Anne, em seu manuscrito e no livro, de Albert Dussel.
O leitor pode ter em mente que boa parte desta edição se baseia na versão b do diário de Anne, que ela escreveu quando estava com cerca de 15 anos. Às vezes, Anne voltava e comentava uma passagem que escrevera antes. Esses comentários estão bem marcados nesta edição. Naturalmente, a grafia e os erros de linguagem de Anne foram corrigidos. Afora isso, o texto foi preservado basicamente como ela escreveu, posto que qualquer tentativa de alterá-lo e torná-lo mais claro que seria inadequada em uma documento histórico.
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Entrada!
Hello amantes da leitura!! Tudo bem com vocês?? Esse é o Diário completo de Anne, sem cortes! Por isso quero que saibam que os 2/3 primeiros capítulos são as informações iniciais, que contam um pouco mais do livro! O Diário em si começa no capítulo 1!! Espero que gostem! Bexos bexos Boa leitura! <3
Edições Bestbolso O diário de Anne Frank
Anne Frank nasceu em 1929, na Alemanha, filha de um banqueiro e de uma dona de casa. Aos 4 anos de idade, Anne foi obrigada a sair do país com sua família após a chegada de Adolph Hitler ao poder. Em 1942, com a perseguição aos judeus deflagrada também na Holanda, Otto Frank, sua mulher e filhas unem-se a mais quatro pessoas e decidem se esconder dos invasores alemães. Por dois anos, até serem delatados, eles tiveram que viver limitados ao anexo do sótão do escritório de Otto Frank. No esconderijo, o diário de Anne era o único instrumento de liberdade que ela possuía, e, nele, relatou a vida cotidiana do Anexo Secreto, as transformações sofridas por cada um dos que ali residiram e a angústia daqueles dias. Anne Frank morreu de tifo, no campo de concentração Bergen-Belsen, aos 15 anos.
Anne Frank nasceu em 12 de junho de 1929. Ela morreu aprisionada no campo de concentração Bergen-Belsen, três meses antes de completar 16 anos.
Otto H. Frank foi o único membro da família que sobreviveu ao Holocausto. Ele morreu em 1980.
Mirjam Pressler é premiada autora de livros infanto-juvenis na Alemanha.
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Hello Amantes da Leitura!!
Hello Galera!! Tudo bem com vocês?
Estarei postando livros famosos por aqui!! Me deem sugestões de livros para escrever aqui também!!
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https://www.wattpad.com/user/CamilaKampmann
Bexos bexos!
Boa leitura <3
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