Text


current affairs • lorde /// sullen girl • fiona apple
the strength of pearl imagery in music
17 notes
·
View notes
Text

algum dia, quando esse amor ainda era vivo, eu disse que queria te amar pra sempre. e que eu nunca deixaria de te amar.
sempre tive consciência de que mesmo que relacionamentos terminem, amores duram, por bem, ou por mal. e com você, eu sabia que sempre estaria aqui, em mim.
sem dúvidas, é o que sinto.
é socialmente aceita a ideia de que "ainda amar" um antigo amor é coisa de quem "não superou", tem que deixar pra trás, tem que parar de amar, parar de pensar. e embora eu de fato deseje não pensar mais em você tanto assim, cheguei aos termos de que não deixo de te amar nunca. e, bom, talvez não te superei, se superar é perder toda a vontade de estar com aquela pessoa e não vê-la e não desejar mesmo que com culpa uma pequena nova chance. nesses termos, é difícil superar. mas também outro dia ouvi alguém dizendo que superar é estar acima, e não devemos querer estar acima de ninguém, não se ganha nada com isso. de fato! não desejo estar acima de você ou de qualquer outra pessoa que amei em minha vida. não me sinto bem com a ideia de superioridade. mas gostaria, sim, que o constante pensamento de você abandonasse minha alma já tão atormentada. dramas à parte,
sei que um dia esse pensamento vai se enfraquecer, como ele já bem enfraqueceu desde que nossos caminhos se desencontraram, e apenas tenho que me manter firme no meu próprio; viver minha vida, e tudo mais.
mas, de certo, o entendimento do amor eterno fez morada já aqui. precisei separar o que é resquício de romance e o que é a construção de carinho sobre outra pessoa que fazemos em nós mesmos quando amamos.
seus gostos. ideias. sonhos. manias. desejos. humores. perturbações. pesadelos. suspiros. alma. tudo aquilo que te torna tu e aprendi a amar e lidar em todos esses anos. como deixar isso ir? não preciso. só tenho que saber seu lugar aqui. encontrar o lugar que não dói, que também não é luxo, item de colecionador. mas, talvez, de forma mais bonita, álbum de fotos. memória
memória.
lembrar de você não vai mais ser tortura, acredito. e a cada passo que dou, te amar vai ficando mais tranquilo.
talvez sempre vá doer. talvez sempre vá fazer falta.
tive amores que se foram e voltaram; de outra forma, nova pintura, novos gestos, meu coração também já novo. tem que tomar cuidado pra não reabrir feridas já cicatrizadas. tem que ser esperto, ligeiro, cuidadoso com esse coração. ele bate forte com as lembranças quando esses amores chegam, fica feliz, mas logo entende qual o novo lugar. amigos, que bom tê-los. crescemos e entendemos nossos lugares. crescemos e os olhos enxergam outras cores.
mas suas cores ainda são as mesmas, seu toque ainda é o mesmo, seu olhar, seu sopro e seu riso — nunca tiveram a oportunidade de mudar, apenas começaram a incendiar e queimar e me deixar em carne viva. pois tu foi o amor que se foi e nunca voltou. deixou recado falado que jamais voltará. então tive que rasgar sua pintura e refazer tudo do modo mais difícil. a colagem mais complicada que já fiz. mas entre tesouras e colas e páginas rasgadas, encontrei, ou estou encontrando, lugar para o seu amor que ficou. e é assim,
entendi,
que sempre irei te amar. como alguém que olha navios no horizonte com uma vã esperança, e então sai do porto e volta para a cidade. como o trem parar na plataforma e as portas se abrem e tomo um susto achando que você vai entrar mas nada acontece e as portas se fecham. a viagem segue. seguiria mesmo se você tivesse entrado.
se você voltar, já serei alguém diferente. e se não voltar, também.
mas, sim,
o amor dura.
se transforma.
por diversas vezes é algo que massacra, arruina, rasga, arde, deixa de joelhos com as mãos na cabeça murmurando "não", tempestade de granizo contra a pele e sussurros fantasmagóricos nos ouvidos
mas também pode ser uma simples flor no jardim iluminado pelo sol da primavera, o olhar no céu distante contando nuvens e ouvindo pássaros cantando e o tempo passando com tranquilidade, brisa gostosa na nuca e as pernas esticadas na grama macia.
um bom livro que toda vez é diferente. assim são os amores, seja quais forem e quanto tempo durarem.
te amo, sim, te amo. te amarei enquanto viver. enquanto for humano. enquanto ainda me pertencer a beleza e a vulnerabilidade do sentir, do se emocionar, do sorrir e do chorar.
quando a tempestade for a liberdade deliciosa de dançar na chuva, sem medo, sem agonias, só por sentir.
eu quero me sentir vivo sem você, sem o medo de te ver, sem que esse amor seja sempre um dilúvio devastador em meu peito.
existir sem dor. só pelo amor.
amar pra sempre, sem dor.
0 notes
Text

inscrito em minha pele, tento apagar seu nome dela. não consigo, não sei o que fazer. é cruel que tanto tempo depois ainda esteja aqui, me atormentando. me encontro possesso, no sentido mais demoníaco da palavra. rastejo pelo chão, ofegando, minhas mãos agarram a cama enquanto me contorço, a coluna quebrando ao meio e minha cabeça se atirando diversas vezes na parede na tentativa de esquecer essa dor. possuído pela memória, pela culpa que eu não deveria carregar, pela lembrança do que um dia foi e o remorso do que se tornou. torturado pela inexistência do futuro, e por tudo que achei que nele encontraríamos. dentro do labirinto que nos enfiamos, continuei sozinho. agora estou perdido nele, tateando as paredes na esperança de encontrar um lugar comum, qualquer pista que me leve à saída. como você encontrou? como você saiu daqui? você também deu um triste beijo de despedida e fechou uma porta que bloqueou esse lugar para sempre?
esfreguei minha pele com pedra para tentar apagar os resquícios do seu toque, mas eles não saem da minha mente. suas palavras, as quentes e as frias, rodeando minha cabeça feito redemoinho. caindo feito chuva que encharca e sufoca, com lama se formando nos meus pés e deixando o solo difícil de andar sem escorregar. no meio da escuridão, seus olhos, pesados, mortais, vigilantes de minha queda. perderam o brilho que um dia tiveram ao me ver. me olham, agora, com desprezo, porque já não significo nada além de algo ruim, uma comida amarga e dura de mastigar, que você cospe no prato e joga fora por saber que não vai te fazer bem.
eu não aguento mais remoer o passado. mas além disso, eu não aguento mais querer saber de você. às vezes digo que não quero, mas não consigo me convencer. parabéns a mim por não ter fuçado suas redes sociais como quem olha pelo buraco da fechadura para espiar a vida alheia. mas tenho sim visto sombras de você nos lugares mais aleatórios. sempre estive. e nunca se torna fácil. os lugares por onde já passamos, os lugares que você frequenta ou costumava frequentar, carregados do medo de te encontrar ali. qualquer homem com seus traços se torna um fantasma de você, do qual eu me assusto e corro até perceber que não é você. e na verdade eu nunca sei se corro de você ou para você. eu nunca sei se estou fugindo da situação ou se quero que ela aconteça.
por vezes, te encontrei em lugares virtuais que esquecia que você ainda estaria. e a tortura se torna física, palpável, lendo seu nome e suas palavras sobre algum assunto aleatório, e eu esqueço por um segundo que tudo aconteceu e volto a te admirar como outrora. daí, as facas voltam a surgir. temos uma relação amorosa: dou murros em suas pontas espontaneamente, e elas da mesma forma furam minha pele onde quiserem. peito. garganta. olhos. dedos. sexo. toda e qualquer lembrança de você me corta. quem dera fosse bom. quem dera o sangue que sai de mim te expurgasse. se eu pudesse sangrar até tirar você de mim, eu sangraria trezentas vezes. já vomitei outras trezentas, até minha garganta arder em chamas e eu me virar no chão com dor e o gosto insuportável de bile na boca. nada adiantou. essa praga não sai. e eu duvido que você esteja assim. eu te conheço. infelizmente, eu te conheço, e nem você poderia negar. eu imagino suas palavras esmagando meu nome como um triturador de carne, mal-dizendo meu espírito a todos apenas para depois falar "tudo bem, aconteceu, não quero carregar isso". só que você carrega tudo por aí. você sente todo o peso do mundo, e eu me somei a ele. provavelmente teceu versos sobre o quão cruel é a dor de ter me encontrado, alguém que te fez duvidar do amor de novo. quantas coisas você gostaria de ter ouvido e não lhe foram ditas. não consigo apontar como você me imagina em seus sonhos, mas aposto que não são boas. mas também acho que você fez de tudo pra se livrar de mim, e talvez tenha conseguido. ou finge muito bem. ocupa a mente com outros temas e outros lábios, e fica tudo bem. pra quê pensar em algo que te fez mal? em algo que você talvez nem queria tanto assim? você nunca me quis tanto, eu tenho certeza. eu fui a projeção de algo, mas se você pensar bem, eu sou o oposto do que você queria para você. eu sou estupido, inútil, feio e, oras, feliz demais para contemplar sua frieza e hostilidade com o mundo, não é mesmo? menino idiota que sorri pras adversidades da vida. eu não sou isso, nunca fui. mas por diversas vezes parecia que você me enxergava assim, mesmo sem dizer. e agora, como você me enxerga? será que você tentou ver minha vida através de buracos nas fechaduras? ou já conseguiu me tornar tão insignificante que não tem mais essa dúvida?
às vezes, parece que isso é o pior: sentir que não significo nada. que você conseguiu ultrapassar o último estágio do luto e alcançou a plenitude de nunca mais pensar em mim. por mais doloroso que possa ser, que sorte a sua. eu queria estar assim.
eu não aguento mais conviver com essa dor, esse peso, essa tortura. e é como se eu pudesse ouvir sua risada distante me vendo sofrer.
eu não sei o que fazer ou pra onde correr.
o que é que me faz continuar assim? depois de tanto tempo, por que seu nome continua a me torturar como uma maldição? o que tenho que fazer pra me curar? por que você não sai daqui? de mim?
eu vomito e sangro e rasgo minha pele e rastejo pelo chão mas nada melhora.
eu choro, grito, estremeço, nada alivia.
eu corro pelo mundo fugindo da sua lembrança, da sua existência, apenas para correr na direção dela novamente.
eu me odeio por pensar que você é a oração que eu precisava ouvir para me exorcizar.
eu odeio pensar que, depois de tanto maldizer, era sua voz que eu queria ouvir.
se eu fujo tanto de você, por que ainda quero te ver?
no escuro, sob o tique-taque de um relógio parado, espero ansioso pela salvação.
0 notes
Text

existe um sentimento aqui que não consigo nomear. talvez seja saudade, mas soa como remorso, que parece tristeza mas é diferente de qualquer uma que eu já tenha sentido. vem também uma constante decepção, que é interna, é autopunitiva, me faz me sentir culpado e desmerecedor até das lágrimas que às vezes pontuam meus olhos. como se nem isso eu pudesse sentir, como se eu estivesse fadado ao sofrimento de me sentir culpado pelo sofrimento de outra pessoa.
eu ando com as mãos nos bolsos, sentindo o vento bater forte em mim, e observo a paisagem, as pessoas, tentando achar alguma coisa que não sei o que é. um conforto, uma salvação. sento no ônibus e olho pela janela: quero morar no céu nublado. quando acordo, faço a cama devagar, um passo a passo de uma reconstrução que não quer acontecer, nem sei como deveria. brinco com meu gato e lembro de você sorrindo brincando com ele, uma pausa na nossa tempestade. tomo minha vitamina de frutas, lembro que nunca mais vou fazer dois copos, um pra mim, um pra você. vejo vídeos fofos de animais, não posso mandar pra você, e não é só porque você me bloqueou. vou pro trabalho, me distraio por 6 horas, rio e me estresso como todos os dias, e quando saio, tudo recomeça. não tenho ninguém pra perguntar como foi o dia e contar como foi o meu, e não consigo forçar a conversa com meus amigos pra fazer isso.
meu drama é meu, só meu. a dor é minha, a perda é minha. e eu me afogo no sentimento como costumava me afogar em seus braços. mas agora sou só eu.
só eu, e o mar, e o ar, o vento forte, meus pedaços voando por aí até conseguirem se remontar.
0 notes
Photo
DONNA: Do you think that if you were falling in space… that you would slow down after a while, or go faster and faster?
LAURA: Faster and faster. And for a long time you wouldn’t feel anything. And then you’d burst into fire. Forever… and the angels wouldn’t help you. Because they’ve all gone away.
2K notes
·
View notes
Photo

A Summer’s Day on the Lake Henri Biva (French, 1848-1929) Date unknown Private collection Painting - oil on canvas
15K notes
·
View notes
Text

minha mão inquieta mexe em si mesma. os dedos girando os anéis, lenta, rapidamente. rotacionando, pra frente e pra trás.
algo sempre está errado, mesmo que não esteja. e de um momento normal, pleno, um fio se desfaz. aquele fio que fica aparente num tecido recém costurado, e tão facilmente pode ser puxado e desfazer-se do tecido. suavemente indo,
desfazendo, indo.
puxando meus pensamentos consigo, e à medida que vai, se acumula em si mesmo, embola,
simplesmente assim, e é tão difícil
desfazer.
nunca tenho a intenção de, mas acontece, e ficam eles ali, acumulando na garganta e fazendo coçar minha língua.
hoje em dia, parece que é tão difícil falar quanto era cinco anos atrás. o tecido que consegui costurar, cheio de erros, desfeito e refeito tantas vezes. eu fico quieto na reflexão da inquietude da mente, tentando alinhar todos os pensamentos e decidir qual vai sair primeiro. o tempo se acumula, tanto quanto o fio embolado, e com o tempo eu tenho tentado lidar e deixar esse tempo mais breve, leve. dentro, o tempo é outro. dentro, uma eternidade se acumula, até consertar tudo e me deixar sair. mas tenho consciência que fora o tempo é tão lento quanto dentro, e quem me espera falar fica no limbo da tortura que eu mesmo causo. desculpem-me por isso.
pode parecer que não estou, mas estou pensando, e pensando no que me perguntaram, e alinhando pensamentos, e desembolando fios, e meus dedos inquietos, girando os anéis, apertando-se. olhos em algum lugar, como se olhar pra longe fosse me fazer achar a resposta mais rápido.
paciência é uma virtude. bom quando é recíproca.
./
ele me ouve e diz coisas que eu talvez precise ouvir. e o pedaço egoísta do espelho quebrado dentro de mim odeia ouvir outra pessoa estando certa. e os outros pedaços tentam fazer o vizinho egoísta aceitar, entender, compreender.
e há um pedaço solitário, que não quer entender nem ser entendido.
(eu ouço as palavras dele, olhos distantes, coisas são ditas)
e há um pedaço solitário, que não quer entender nem ser entendido. o pedaço que quer escapar, não pensar, existir numa existência pura e plena, vaga, vã. tão inocente quanto uma criança,
que ao menor barulho estranho, gesto estranho, esbarrão de uma pessoa desconhecida,
resmunga em chateação e incômodo. um "tsc" murcho, triste, infantil, reclamão.
e tão silencioso quanto um velho, um ancião, que sentado, olha a paisagem verde molhada num dia de cinza chuva nublada. e pensa em tudo que passou, e lembra que tudo tem fim.
(agora ele me fala sobre eu ainda ter ele e meus amigos pra aliviar tudo isso.)
eu me pergunto se esse pedaço quer ser salvo. salvo da vida, salvo das perturbações, dúvidas, de si.
não.
dentro dos pensamentos, sentimentos inquietos. todas as estradas levam a algum lugar, mas esse lugar não é um único lugar.
(parece que todas as pessoas passam pelos mesmos problemas, ele diz).
sim. todos têm demônios e alguns se parecem. mas todos enfrentam à sua própria maneira. próprio tempo. acertos e erros. costura, descostura.
não, não há quem possa me salvar. nem amigos, amores, família, divindades, objetos, sonhos. às vezes não acredito em nada disso. porque sempre que acho que posso achar uma salvação, o fio desfaz.
eu o mantenho fazendo e desfazendo a costura. em algum momento eu rasgo tudo e choro e começo de novo.
ele me diz que vai passar. tem uma lágrima no meu olho esquerdo.
é cansativo ser assim. eu não sei o que me movimenta.
talvez haja algum sonho lá longe que eu vislumbro e acho interessante. talvez haja algo no mundo que me faz olhar pra dentro e querer algo. é o que eu acho quando sinto meus tênis caminhando sobre a grama e asfaltos molhados após a chuva e o nublado no céu é reconfortante. ou quando o céu é quente e azul e suave, e há uma brisa vindo de algum lugar e me faz observar o horizonte.
os carros passam e a vida passa. talvez tudo passe.
não existe salvação. pelo menos não lá fora.
e minha inquietude sabe disso. e o chão molhado e o céu quente também. assim como o pedaço solitário.
o fio se desfaz, e costuro de novo.
0 notes
Text
i go to sleep thinking about you
i wake up thinking about you
i hide under my blankets wishing
i was hiding inside your arms
wishing I had myself all around you
all over you
all under you
wishing that the only distance between us
was the space between our mouths
in that 2 seconds pause to breathe
between a kiss and another
and sharing that same breath
we share the same feeling
the same desire
the same need
the same dream
of keeping ourselves in this moment
this rare moment we can't waste
a rare moment of a rare feeling
and I crawl in this bed
waiting, waiting, waiting
for the day we're gonna see each other again
and we can share this kiss
this breath
this need
this feeling
these smiles...
0 notes
Note
m- meu deus.......
Cancer rising culture ??
I gushed over them in the past. Still obsessed with them.
CANCER RISING
🦀 they love all bodies of water (sea, ocean, river, waterfall)
🦀 there is a softness and roundness in their face
🦀 they like to nurture others, but turn moody when their efforts are not noticed
🦀 love snow
🦀 Christmas is one of their favourites
🦀 sending memes to their friends just because they want to see them smile
🦀 also using memes as a way to deal with emotions of daily life
🦀 they protect their loved ones (friends, family)
🦀 you have a problem with their friend, you have a problem with them
🦀 staying at home, but still appreciating if their friends invite them out
🦀 it’s the thought that counts really
🦀 so nostalgic over photo albums
🦀 so many baby pictures
🦀 they invented #throwback hashtag
🦀 can’t move on, because they are still stuck on someone from the past
178 notes
·
View notes
Text

{arquivos de dezembro; 20}
às vezes eu não presto atenção no que você diz
ou eu presto, mas acabo esquecendo
e você fala que eu nunca ouço
mas eu ouço
é que eu fico preso no jeito que você fala, no jeito que você diz as coisas com tanto gosto, tanta alegria
e pode ser qualquer coisa, qualquer aleatoriedade,
eu gosto de te ouvir.
eu gosto de te ouvir, seja lá o que você esteja falando.
eu gosto de me perder enquanto te ouço e só conseguir nadar nas ondas do som da sua voz, sem realmente ouvir nada, mas ouvindo tudo ainda assim
porque me faz sentir coisas
me faz cair muitas e muitas vezes
cada vez mais dentro de você
e cada vez mais fora de mim.
e me faz sentir aconchego
e vontade de te puxar pra perto
e vontade de destruir a distância física que nos separa
e vontade de falar no canto do seu ouvido
um sopro de honestidade sentimental em meio às loucuras que minha mente provoca e as cacofônicas batidas do meu coração
em meio a turbulência que o seu ser provoca em mim
em meio ao impacto da sua existência contra a minha
em meio às nuvens de eletricidade que envolvem nossos corpos
em meio a sua não compreensão de tudo isso
em meio a sua própria confusão sentimental
diante de todas as verdades que eu ainda não entendo
na frente de todos os meus medos, derramados como vinho ou como roupas sujas no chão.
as coisas que eu quero falar e não consigo e quando tento soam inúteis e falhas
e o peso que eu desequilibro quando seguro tudo
e a falta de noção que as vezes me ampara
e a incerteza do que nós somos
e o medo, e a insegurança, e a desordem
e a sua voz, falando, falando, falando
e eu me perdendo, caindo, girando e me encontrando
e querendo estar
em você
e em cada palavra que você diz
porque cada palavra que eu digo carrega um pouco de você também
até, em um sonho louco,
estarmos na fala um do outro
tão costume quanto poderia ser
e falar, falar, falar, falar....
3 notes
·
View notes