cherryxjk · 4 years ago
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• Sinopse:
Em um universo onde existem seres sobrenaturais e tudo parece beirar o caos, Park Jimin se encantou justo por aquele que parecia ser o mais caótico.
Talvez tenha sido as tatuagens enfeitando seu corpo, ou o cigarro mentolado que ele segurava entre os dedos, talvez o desejo de revolução ou a alma atormentada pelos demônios do passado.
Park Jimin só sabia que Jeon Jungkook era o caos mais certo que apareceu em sua vida.
ou
Em um universo distópico onde existem seres sobrenaturais, em um mundo a beira do colapso no ano de 3020, Jeon Jungkook é filho do tirano prefeito da cidade de Seul
Park Jimin é uma fada de uma rara espécie que faz de tudo para proteger seu povo e luta pela sobrevivência em um mundo em que é constantemente caçado pela ganância tanto dos humanos, quanto de outros seres.
Tudo muda quando Jimin conhece Jungkook, ele perceberá que não precisa mais lutar sozinho, e que o amor é um sentimento muito mais forte e poderoso que o ódio.
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• Avisos:
Conteúdo +18, uso de drogas lícitas e ilícitas, linguagem imprópria, violência, poderá conter gatilhos, esteja atento!
Alguns personagens não irão se rotular com X sexualidade, eles vão gostar de quem gostarem e deu, assim como terão relacionamentos da maneira que se sentirem confortáveis, eles são livres ♡
Qualquer semelhança de algum personagem com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência, tanto quanto semelhanças de personagens com figuras públicas, coincidência (porém depende)
Várias questões serão abordadas, mas com foco na filosofia. Leiam essa fanfic com a mente e o coração abertos, respeitem diferentes pontos de vista e as diferentes opiniões ♡
• Gêneros:
Fanfic, Yaoi, romance, sobrenatural, fantasia, cyberpunk, filosofia (?)
Jikook!flex | badboy!jk | fairy!jm | +18
• Wattpad:
cherryxjk https://www.wattpad.com/user/cherryxjk
• Playlist de Fairy Tail:
Spotify: https://open.spotify.com/playlist/2UCo61Oorz6wk6WzOhMCB8?si=2_-foO7jQYKw966hMp4Ciw
Espero que gostem, boa leitura! 💜����🏼‍♂️
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''Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro.''
-Carl Jung
J U N G K O O K
''Vivemos as consequências da ganância humana, aqui e agora, assim como sempre foi. Até onde o ser humano vai? Qual é o seu limite? A violência é algo natural deles?
Desafiando sua própria moral para ter o que quer, matando e odiando aqueles que discordam de seus pensamentos e ideias. Ou impondo seus preceitos e subjugando os outros, seja por quê o outro ama alguém que é considerado pela sociedade como errado, ou por ter um gênero diferente, seja por uma crença, uma diferença física ou mental, ou um pensamento que não se assemelha ao do outro, ou por qualquer outra razão que ousarem inventar
Vemos ao longo de toda a história, tiranos sendo colocados no poder e sendo seguidos por um rebanho fiel de pessoas que idolatram comportamentos intolerantes, desrespeitosos, violentos, e por que? Por alienação? Por falta de pensamento próprio? Falta de informação? Ou simplesmente por que o tirano retrata os pensamentos e desejos do rebanho?
O ser humano tem medo do que é diferente? Por quê?''
Eu pensava enquanto encarava o teto daquele quarto desconhecido, senti uma fisgada na cabeça e um desconforto no estômago, mas que logo diminuíram, eram meus tão conhecidos sintomas de ressaca.
Um corpo à minha direita se mexeu e eu notei que estava completamente nu bem como o homem ao meu lado, "Quem era ele afinal?'' Mal pude raciocinar direito quando senti um segundo corpo à minha esquerda, uma mulher, também nua. ''Onde foi que eu me meti dessa vez? Um ménage?'' Sexo à três para mim era novidade.
Me levantei cuidadosamente antes que aqueles dois desconhecidos acordassem e comecei a procurar minhas roupas pelo cômodo para então vestí-las logo, estava receoso de encontrar mais alguém por aí e descobrir que a noite passada tinha sido muito além que um ménage.
Eu lembrava que na noite anterior eu havia estado em uma boate com Namjoon e Yoongi, meus melhores amigos, e lembro de ter encontrado aquele homem e aquela mulher, mas eu não sei quem são eles, não lembro seus nomes, nada.
Peguei meu celular que estava sem bateria e saí porta afora, eu estava em um prédio pequeno afastado da área urbana, e eu não fazia ideia de que lugar que era aquele. O frio de Novembro estava se intensificando com a proximidade do inverno de Dezembro, me encolhi na minha jaqueta de couro preta que eu usava por cima de uma fina blusa, também preta, ou seja, eu não estava com as vestimentas apropriadas para o frio.
Andei pela calçada pegando uma carteira de cigarros mentolados do bolso da minha calça jeans enquanto brincava distraidamente com o piercing em minha língua, sentindo o pequeno objeto metálico em minha boca, levei um cigarro aos meus lábios, tentei acendê-lo com o isqueiro mas o vento impedia as chamas de fazer o trabalho.
Tapei com a mão o tabaco e consegui acender o cigarro em meus lábios, tragando-o profundamente, sentindo a fumaça arder em meus pulmões para em seguida assoprá-la para o ar, andei algumas longas quadras até começar a entrar no perímetro urbano para finalmente encontrar um táxi, apaguei o cigarro e joguei no lixo para então entrar no automóvel que me levou para o edifício onde eu morava com o meu pai.
Meu pai...
Ele era o prefeito de Seoul, e era mais um tirano se fazendo presente na história, a razão de boa parte do meu estresse, a causa do porquê eu evito ficar em casa, e também do porquê eu bebo até esquecer o meu nome e também o sobrenome que herdei dele, a bebida também me ajudava a esquecer que ele existia, maldito Jeon Hwan, eu odiava meu pai com todas as minhas forças, a forma como ele dizia que eu era sangue dele, ou como ele dizia que via ele mesmo em mim, essas falácias faziam eu me odiar terrivelmente. Me escorei na janela do carro e observei a cidade e as pessoas.
Ano de 3020, como chegamos até aqui? Hoje em dia apenas uma cidade de alguns países são habitáveis, e o número da população mundial foi cada vez mais reduzido drasticamente, cada país possui apenas uma cidade habitável com cerca de 3 milhões de habitantes, não existe mais presidente, apenas um prefeito para cada um desses lugares. Antes haviam 193 países no mundo, hoje em dia existem apenas 90, ou seja, 90 cidades, 90 prefeitos, 90 pessoas mais poderosas do mundo. E meu pai é uma delas.
Seoul, a única cidade habitável da Coréia, antes com mais de 9 milhões de habitantes, hoje em dia tem pouco menos de 3 milhões, acredito que este seja um bom exemplo para retratar como está o resto do mundo, ou seja, com a corda no pescoço.
Tanta tecnologia, tão pouca natureza, e o que até hoje é um mistério, seres sobrenaturais. De alguma forma Vampiros, Lobisomens, Feiticeiros e Fadas começaram a aparecer nos últimos 1.000 anos, no início os seres humanos tentaram eliminá-los como feito com tudo o que era diferente, mas com o andar do tempo eles passaram a coexistir com leis e acordos, com exceção das fadas... pobres fadas...
Elas são caçadas pelas espécies por causa da ganância. Humanos, vampiros, lobisomens e feiticeiros os caçam pois todos podem se beneficiar delas de alguma forma.
Para os humanos, o sangue daqueles seres é usado como ingrediente principal de uma nova droga chamada Falidium, cuja sua procedência é desconhecida por todos, essa substância tem o efeito parecido com o da cocaína e até mesmo LSD, outras pessoas descrevem efeitos incríveis e indescritíveis, mas a droga é altamente viciante, possui consequências terríveis, e claro, é totalmente ilegal.
O sangue de fada é o mais saboroso para os vampiros e suas carnes são as mais macias e apetitosas para os lobisomens. Já feiticeiros as matam para roubar sua magia que duram por um tempo limitado de algumas horas, eles usam essa magia para seus poderes ficarem mais fortes. Alguns outros das espécies capturam fadas para vendê-las no tráfico, ou até mesmo vender seus órgãos no mercado negro, ou simplesmente por matar.
Teorias da conspiração dizem que as espécies só conseguem viver em harmonia porque descontam toda a sua raiva e violência nas fadas, mas na minha opinião isso é só mais uma das inúmeras desculpas para tentar justificar tanta ganância, ódio e massacre.
Em Seoul existem grandes empresas, financiadas pelo meu ''querido'' pai, uma empresa de carne de fada, dirigida por um lobisomem, uma focada no sangue delas, dirigida por um vampiro, e uma empresa de armas contra esses seres, já que elas se curam com seus poderes e o meio de fazer elas não conseguirem é com aço, material que faz muito mal a elas, que ao mínimo toque pode queimar suas peles , tudo isso movimentando uma boa grana que vai pro bolso, mais uma vez, do meu ''querido'' pai, seus sócios e os empresários desses lugares.
Por causa de toda essa caça, as fadas são forçadas a viverem escondidas nas cidades, impossibilitadas de fugirem por que as 90 cidades habitáveis do mundo possuem mais um detalhe, cada uma delas é cercada por um muro de concreto de tremenda largura e mais alto que o maior edifício que uma cidade é permitida ter, e porquê? Por causa dos seres sobrenaturais desconhecidos que vivem lá fora, chamam eles de demônios, mas a verdade é que ninguém sabe realmente o que eles são, qualquer um que sair por estes muros, pode morrer estraçalhado por alguma daquelas bestas feras, alguns dizem que parecem lobos, o que é uma ofensa para os lobisomens, outros dizem ser algo muito assustador, algo tão tenebroso que não teria como descrever, a verdade é que ninguém que realmente viu verdadeiramente um demônio sobreviveu para contar a história.
Não tem como sair da cidade por terra, o único meio é voando, com aviões, helicópteros ou qualquer coisa do tipo, ou seja, as fadas não tem condições de saírem para além dos muros, entretanto se alguma conseguir fugir das cidades, vai precisar sobreviver aos demônios, mas talvez viver aqui dentro seja muito pior.
Nunca ouvi falar de alguma delas que tenha fugido, os muros são cercados por guardas, prontos para conter o que quer que tente sair ou entrar, mas como dito, nunca ouvi dizer de nenhuma fada que tentou sair e nem de nenhum demônio que tentou entrar, apenas vivo com a constante incerteza sobre a segurança desse mundo que se agarra aos últimos resquícios de vida.
O que salva as fadas é ninguém saber onde elas se escondem, acreditasse que elas usam magia para conseguirem se esconder, só sei que agradeço aos céus por elas estarem conseguindo se ocultar e se protegerem, que continue assim.
Eu, assim como a minoria da população da minha cidade, e possivelmente do mundo, é totalmente contra toda essa caça as fadas. Quando eu era mais novo eu tentei participar de um protesto, mas logo depois eu fui muito mal falado na mídia, e quando meu pai descobriu, me bateu até eu perder a consciência, me trancou no quarto por dias, quando eu discordava dele ele tentava me silenciar com agressão, então eu parei de participar de movimentos porque a mídia colocava todo o foco em mim, e os próprios manifestantes das causas não me viam com bons olhos, muitos me odeiam, e tudo por causa de quem é o meu pai.
De qualquer forma, o prefeito nunca conseguiu me calar ou me fazer mudar meus pensamentos, muito pelo contrário, e agora com meus 22 anos, ele não ergue a mão em minha direção, porque ele sabe muito bem que eu vou revidar.
[...]
Chego em frente ao edifício onde eu moro, o maior edifício de Seoul, pago o taxista e me dirijo a entrada já avistando o porteiro abrindo as portas de vidro.
-Bom dia senhor Jeon. - Ah como eu odiava ser chamado assim.
-Bom dia - Respondo de forma educada e me dirijo à um dos elevadores com o intuito de subir para a cobertura
Entro no luxuoso apartamento e me movo rapidamente para meu quarto sem nem ao menos saber se meu pai estava por lá, não me interessava em nada saber da presença dele.
Coloquei meu celular para carregar e fui tomar um banho, tirando todo aquele cheiro de álcool, cigarro e sexo que estava impregnado em mim, eu me sentia imundo. O estilo de vida que eu levava estava me matando, eu fazia questão de tentar sair na mídia como um playboy desgraçado, e meu pai reclamava toda vez sobre minha imagem diante dos eleitores dele, e é aí que eu fazia pior, mas na cabeça dele nada daquilo era pior do que eu me unir à ''anarquistas", como ele chama, para ele era melhor um filho entrando em coma alcoólico do que participar de um movimento que vai contra ele, ou melhor dizendo, que eu entre em coma alcoólico fora dos olhares da sociedade, e tenho certeza que ele apoia que eu transe com todo mundo, ou melhor dizendo, que eu transe com mulheres.
De qualquer forma, meu pai pagava para os jornais acobertarem toda a minha vida, e os jornais que não o fizerem são fechados, até que chegou o ponto de toda a mídia da cidade estar sob o controle de Jeon Hwan, era mais fácil para o meu pai fingir que eu não existo, e fica ainda mais fácil para ele quando a sociedade sabe muito pouco a meu respeito, o que ele precisasse esconder aos olhos dos outros, ele o faria. E por isso mesmo que eu insistia naquele estilo de vida, para meu pai sempre gastar uma alta grana me acobertando e claro, tornar mais difícil a vida dele. Mas até isso se tornou habitual ao ponto de parar de ter efeito.
Ele odiava que os jornais descobrissem quando eu estava com um homem, eu sou bisexual, mas meu pai gosta de fingir que não e eu gosto de irritá-lo, gosto de ir contra ele, meu pai é o pacote completo, homofóbico, racista, fascista, abusivo e o que mais você conseguir imaginar de horrível.
Foi por causa dele que minha mãe pegou seu jatinho e se mandou para o outro lado do mundo, ela mora na cidade habitável do Brasil, eu tinha 14 anos quando acordei em uma manhã e minha mãe tinha simplesmente evaporado, meu pai ainda entra em contato com ela por questões de negócios, eles mantém uma fachada de lindo casamento, resumindo, não me dou bem com meus pais, eu até entendo minha mãe não ter aguentado mais o meu pai, mas não entendo ela ter me deixado aqui com ele.
Não vejo muito em meu futuro, mas espero poder desaparecer para longe dos meus pais, como minha mãe fez.
Cansado de me lamentar no banho sobre coisas que eu já aceitei, ou penso que aceitei, desliguei o chuveiro e saí rumo ao meu quarto, parei a caminho do closet para ligar meu celular e ser bombardeado com uma enxurrada de mensagens do Namjoon e do Yoongi, mensagens como "Onde foi que você se meteu seu merda?" ou "Você deixou a gente aqui e foi transar não é?"
Respondi as mensagens para tranquilizá-los e como retorno recebi mais uma enxurrada de mensagens com palavrões e xingamentos, eu ri e bloqueei a tela do celular, me arrastando para o closet.
Meus melhores amigos, Namjoon e Yoongi, eles não são humanos como eu, Namjoon é um lobisomem e Yoongi é um vampiro, é inusitado que sejamos melhores amigos, eles fazem parte de espécies que sofrem preconceito por parte de alguns humanos e até mesmo entre eles, já que Namjoon e Yoongi possuem as mesmas opiniões que eu a respeito do nosso sistema. Os dois são a minha família e eles tornam esse mundo menos sombrio, me fazem ter fé nas coisas.
Também são incríveis parceiros para tudo, inclusive para festas, sendo seres sobrenaturais eles são muito resistentes a bebida alcoólica, mas eu não, por isso noite passada eu fui o único bêbado do trio.
Paro em frente ao espelho dentro do closet, eu gostava do que eu via, não tinha reclamações sobre minha aparência física, eu descontava bastante do meu estresse na academia e no saco de pancadas que ficava em uma sala especial no segundo andar do apartamento, e tudo isso resultou em um corpo bem definido, mas a parte de mim que eu mais gostava eram as várias tatuagens que eu tinha espalhadas pelo meu pescoço, abdômen, braços e mãos.
Me vesti com uma blusa de moletom e calça jeans preta, sequei meus cabelos, e fui pra cozinha onde a empregada já estava terminando de colocar o almoço na mesa, tomei um comprimido para a dor de cabeça que insistia em voltar e me sentei à mesa, logo meu pai ou melhor, o "incrível" prefeito da cidade de Seul, entrou na cozinha ajeitando a gravata cinza com seu habitual terno preto.
Ignorei a presença dele como sempre fiz e encarei a televisão que tinha na cozinha, um aparelho fino como se fosse apenas um vidro, e praticamente era, com as imagens quase palpáveis, eu passava os canais dela apenas com um acenar de mãos, parei ao ver Kim Seokjin falando no jornal, ele estava falando para uma plateia de jornalistas e outras pessoas em geral.
-Anarquista! É isso o que ele é! - Meu pai dizia irritado enquanto apontava para a televisão a frente.
-O quê?! Ele é um conceituado médico e cientista que está tentando acabar com a violência contra as fadas! E você vem chamá-lo de anarquista? - Eu respondi com raiva.
"Seokjin! O prefeito da cidade diz que as fadas são perigosas! O que você tem a dizer sobre isso?" Um repórter da platéia perguntou, "você já viu alguma fada fazendo mal à alguém? Conhece alguém que tenha visto?" Jin perguntava enquanto todos negavam, e então ele continuou "Isso é apenas uma das inúmeras tentativas do prefeito de justificar esses crimes cometidos contra as fadas! Porque sim, são crimes".
-Babaca! -Meu pai falou alto e bateu o punho na mesa fazendo a coitada da empregada dar um pulo, mas ela já estava acostumada com as idiotices dele. -Ele quer me difamar em rede nacional!
-Ele só falou a verdade! E isso não se trata apenas de você pai, se trata em parar de fazer mal a seres inocentes. -eu respondi com raiva enquanto me levantava e caminhava em direção ao meu quarto, eu saí daquele ambiente antes que eu me afundasse naquele mar tóxico que se formava onde quer que meu pai estivesse, e se tem algo que eu aprendi convivendo com ele, é que não adianta discutir com ele, uma mente fechada que não se abre para nenhuma outra opinião que não seja a dele.
Escutei meu pai dar uma risada debochada e dizer algo, mas eu já tinha fechado a porta, caminhei até a sacada do meu quarto enquanto eu acendia mais um cigarro entre os lábios, me escorei na bancada de vidro para fumar e observar a cidade, não existia mais simples casas como as que eu vi em fotos de 900 anos atrás, agora tudo era apenas prédios e mais prédios, propagandas luminosas e então mais propagandas, eu morava na cobertura do edifício mais alto de Seul, prédio esse em que vivia apenas a elite, pessoas do governo e presidentes de grandes empresas, e eu odiava cada canto e cada pessoa desse edifício, a maioria daqui apoia, financia e participa da violência contra as fadas, crimes como disse Kim Seokjin, ninguém sabe ao certo como toda essa caça começou, eu só sei que quando eu vim a esse mundo as coisas já eram assim.
Kim Seokjin é um médico e cientista que pesquisa, e estuda, as espécies, principalmente as fadas, seu laboratório e consultório ficam no campus da universidade em que eu curso Artes Visuais, ele também é o principal líder de campanhas para o fim da violência às fadas, ele é realmente uma inspiração.
Mandei uma mensagem para Namjoon e Yoongi, para nos encontrarmos na nossa cafeteria de sempre. Vesti um suéter de gola alta escuro, junto com um sobretudo preto, e mantive minha calça jeans de mesma cor que o resto, calcei uma Timberland e enrolei um cachecol vermelho em meu pescoço, e então saí do meu quarto indo em direção a porta de saída do meu apartamento.
-Senhor Jungkook! Vai sair sem almoçar?- Rosa perguntou, percebi que meu pai estava na sala falando ao celular.
-Vou! Obrigado Rosa.- Disse para a empregada e sai do meu apartamento, então chamando o elevador.
☆☆☆
As ruas de Seul estavam geladas por causa do vento frio e cortante que levantava meus cabelos, puxei o cachecol para cobrir até a altura do meu nariz enquanto eu caminhava em direção a cafeteria.
Eu não conseguiria almoçar em casa, não olhando para a cara do meu pai, como aquele homem pode ser o prefeito? Ele é quem mais apoia essas brutalidades. Como ele pode ser meu pai?
Quando dei por mim já estava entrando na cafeteria Mr. Coffee, lá dentro avistei Min Yoongi e Kim Namjoon na mesa do fundo ao lado da janela de vidro que dava para a rua, acenei para eles que retribuíram, tirei meu sobretudo e meu cachecol enquanto andava em direção a mesa, então me sentei de frente para os dois.
-Nunca mais desapareça da minha vista com dois desconhecidos Jeon Jungkook! -Namjoon me repreendia como se eu fosse uma criança irresponsável, e eu não poderia negar que minhas atitudes pareciam com as de uma.
-Pra' onde você foi afinal? -Yoongi perguntava escorando o rosto em uma das mãos
-Não tenho ideia, só sei que acordei pelado no meio de dois estranhos, em uma casa estranha, em um bairro estranho. -Falei como se não fosse nada
-Ah, esse moleque! Eu deveria te comer vivo. -Namjoon falava quase rosnando e me fazendo rir ladino.
-Era no distrito dos lobisomens? Ou no distrito dos vampiros?...Quem sabe no dos feiticeiros? - Yoongi perguntava nomeando a divisão da cidade que era algo considerado o mais seguro, já que por exemplo, dizem que vampiros e lobisomens não se dão bem, besteira na minha opinião, já que vejo um vampiro e um lobisomem sendo amigos bem na minha frente.
-Não faço ideia.- Respondi sem demonstrar muito interesse em saber
-Você não toma jeito, poderia ter morrido, nunca se sabe quem pode ser mal intencionado, ainda mais com o filho do prefeito. -Yoongi falou
-Ah, não diga isso de ''filho do prefeito'' em voz alta. - Eu respondi tapando os meus ouvidos.
-Deixa eu adivinhar...Nos chamou aqui por que não aguentou lidar com seu pai e está fugindo para os braços de seus amigos! Acertei? -falou Namjoon sorrindo de lado com os braços cruzados sobre a mesa.
-Acertou! Eu estaria perdido sem vocês.- Eu disse suspirando e olhando o tablet plugado na mesa, ao meu lado direito, que continha o menu da cafeteria.
-A gente sabe.- Yoongi disse dando de ombros.
Fizemos nossos pedidos para o almoço ali no tablet e ficamos conversando até uma garçonete trazer esses pedidos, Capuccino e ovos mexidos pra' mim, suco de laranja e bife de gado mal passado para Namjoon, e sangue 0- para Yoongi. Aquela cafeteria em que estávamos, nós costumamos frequentar muito ela, é a única cafeteria que conhecemos que não vende nem carne e nem sangue de fada, a única cafeteria que vende sangue de outros tipos por doadores voluntários, lugar perfeito para um vampiro como Yoongi se sentir mais confortável.
-Jungkook! Eu falei com Jin que você gostaria de conversar com ele, e ele me disse que adoraria te receber em seu escritório na universidade hoje a noite antes das aulas. -Namjoon falou de repente, eu pedi a ele para falar com Seokjin, já que Namjoon cursa medicina e o jovem médico era seu orientador nos projetos da faculdade. Mas eu havia pensado que ele tinha se esquecido.
-Obrigado Joonie! De verdade. -Eu agradeci, Namjoon abriu a boca para responder mas foi interrompido por Yoongi que disse:
-"Jin"?! Quanta intimidade com seu orientador de projeto.
-A-ah, o-o quê que você quer dizer com isso?
Depois disso os dois começaram a pegar no pé um do outro, eu apenas observava e dava risada, era sempre divertido estar com Namjoon e Yoongi, os dois faziam meus dias melhores e faziam com que eu esquecesse dos problemas.
Depois de sairmos da cafeteria nós passamos a tarde na casa de Yoongi, esse era um dos poucos dias em que podíamos passar a tarde com ele já que estava nublado e a luz do sol não passava pelas espessas nuvens de chuva que impediam o Yoongi de queimar até a morte.
No final da tarde passamos pela minha casa para pegar meus materiais, Sketchbooks, caixas de tinta aquarela, pincéis, e outros materiais para desenho que eu costumo deixar em casa, o resto dos materiais ficam na minha sala de aula. Depois disso entramos no carro de Namjoon e fomos rumo à nossa Universidade, eu estava ansioso pela conversa que eu teria com Kim Seokjin.
☆☆☆
J I M I N
Eu caminhava entre o aglomerado de fadas que conversavam alto, sem medo das outras espécies nos ouvirem, já que estávamos bem escondidos no subsolo da cidade de Seul, em uma mina abandonada, que agora era nosso lar, os candelabros improvisados com ferro velho e as velas feitas artesanalmente, eram espalhados pelas paredes de pedra, deixando o lugar com uma boa iluminação aconchegante, embora não existisse mais nenhuma fonte de luz além das velas, todos sabíamos que era noite.
Eu segurava um cesto com pães em uma mão e com a outra eu entregava um para cada fada que repartiam com suas famílias, enquanto isso minha amiga Rosé distribuía copos com água para todos.
A terra das minas não era fértil para as fadas da terra conseguirem plantar algo, mas na mina havia água, então as fadas da água fizeram um ótimo trabalho com magia criando fontes, ou seja, tínhamos água mas não comida, o alimento que conseguimos era das nossas saídas as noites atrás de comida.
As fadas eram divididas em elementos, as fadas da terra tinham poderes que as permitiam manipular o solo e fazer plantas crescerem, as da água podiam manipular rios, mares, chuva. Fadas do fogo tinham poderes das chamas, e as do ar podiam fazer grandes ventanias ou leves brisas. Nós tiramos os poderes da natureza, mas infelizmente vivemos em uma era em que tudo é artificial em sua maioria, por isso nossos poderes enfraqueceram mais e mais, atualmente fazemos como podemos com o que possuímos, mas é muito pouco.
Já eu, não me encaixo em nenhuma categoria, na verdade eu nasci com uma rara condição em que eu posso manifestar os poderes dos 4 elementos, e dizem as lendas que as fadas como eu podem apresentar poderes que vão muito além dos 4 elementos, se isso é verdade eu não sei, afinal eu nunca demonstrei nada de especial em relação aos meus poderes que se encontram tão enfraquecidos que eu mal consigo mover um pouco de água.
As únicas coisas que deixavam minha diferença em evidência eram meus cabelos claros e meus olhos, "azuis como o mar" como costumam me dizer, eu nunca vi o mar pessoalmente, só por fotos muito antigas, hoje em dia eu não sei se ele ainda existe, e se por ventura ele existir eu duvido que ele ainda seja azul como me disseram ser à 1.000 anos atrás.
Tudo o que eu sei é que minhas características físicas são comum entre as fadas que nasceram como eu, mas em 20 anos, eu nunca encontrei nenhuma outra como eu, ninguém sabe nossa origem, entretanto meu povo deposita muita confiança em meus poderes, eu sinto isso pesar em mim junto com a sensação de inválido, afinal, eu não conseguia fazer nada por eles, eu gostaria de poder mudar esse mundo.
Larguei o cesto vazio em uma mesa de madeira velha ali perto, aqueles que ficaram sem um pedaço de pão foram alimentados por suas famílias que repartiam seus pedaços, mas eu não tinha família, eu não conheci meus pais e fui criado por uma velha fada até meus 10 anos, que foi quando ela veio a falecer, sinto sua falta e sou muito grato à ela pois tudo o que sou e tudo o que sei hoje em dia foi graças a ela.
Me sentei na cadeira ao lado da mesa e observei as outras fadas, estavam felizes se alimentando, e fiquei feliz por elas, porque se eu estou sem alimento quer dizer que alguma fada ali irá se alimentar hoje, eu jamais seria egoísta ao ponto de deixar alguma delas passar fome, antes eu do que qualquer um do meu povo.
-Hey Jiminnie!- Rosé veio correndo na minha direção, seus cabelos longos voavam com seus movimentos, ela parou na minha frente e me olhou espantada.
-Hum? Não sobrou pra' você? Espera que eu vou achar um pedaço.- ela dizia se virando mas eu segurei seu braço antes que ela fosse pra' algum lugar.
-Não precisa, eu to bem. -Eu disse calmo
Naquele momento algumas fadas começaram a tocar música em seus instrumentos improvisados e feitos a mão, mas que produziam belíssimos sons, os outros começaram a dançar e a puxar outras fadas para a roda, em meio a miséria e ao medo tudo o que nos restou foram uns aos outros e a música, a arte sempre se fez presente nos piores momentos da história, ela nos fazia ter esperança e acendia uma luz na escuridão, a música, a dança, a arte eram o que nos salvava.
Rosé continuo dizendo por cima da música:
-Você se sacrifica muito pelos outros! -Exclamou chateada, mas antes que pudesse dizer que era preciso pelo meu povo, 3 garotinhas que aparentavam ter entre seus 8 anos apareceram.
-Dança com a gente MinMin!- Elas falavam animadas enquanto me puxavam pela mão para o meio das outras fadas que dançavam animadamente.
Eu e as 3 garotinhas demos as mãos e fizemos uma rodinha, eu tentava acompanhar seus passos curtos e desengonçados de um jeito fofo, eu ria com aquelas menininhas, é nesses momentos que eu tenho certeza de que todo o sacrifício vale a pena pelo meu povo.
-MinMin! Canta pra' nós MinMin, por favor!- Elas pulavam a minha volta e puxavam as minhas roupas, que como as das outras fadas, eram apenas trapos.
-Tudo bem, Tudo bem! Já podem parar!- Eu falava rindo, todos a minha volta me olhavam com expectativa, sempre aquele olhar que eram como facas em meu peito. Respirei fundo e me dirigi para perto das fadas que estavam tocando instrumentos e comecei a cantar uma música conhecida por todos ali, no mesmo momento os instrumentos começaram a ser tocados.
Fui cantando com o coração, música que tinha grande significado...
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