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CROMALUME
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Onde os sentidos tocam o que só eu vejo.
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cromalume · 16 days ago
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Hoje eu acordei exatamente como o dia: cinzento e frio. Gélido e melancólico. Mas não daquela melancolia bonita, quase poética. Foi o tipo que rasga, que pesa no corpo inteiro e faz a garganta querer gritar o que o peito não dá conta de calar.
Demorei pra dormir, o mesmo tanto que levei pra entender a decisão que tomei. Dizer adeus nunca é fácil. Mas naquele instante, foi como morrer um pouco. Rasgou meu peito em partes tão pequenas que não consigo mais ver, nem tentar juntar.
Mesmo assim, mesmo com a dor que me afoga, sei que fiz o que precisava ser feito. Ficar perto de você estava me matando aos poucos. Era como afundar numa escuridão espessa, densa… E eu não tinha certeza se teria forças pra sair, se esperasse mais um pouco.
Não é culpa sua. São só as consequências dos meus atos. Eu sempre soube que esse adeus chegaria, só não imaginei que fosse tão cedo. Queria ter tido mais tempo. Mais momentos bons. Mas o fim sempre chega com esse gosto: o de que o que foi bom nunca é o bastante. A gente sempre quer mais.
Agora acabou. E só me resta prometer que vou ficar bem. Só me resta tentar. Só me resta a esperança de que, um dia, as cores voltem a ser vivas dentro de mim. Que as músicas voltem a ter textura, cheiro, nuance… Como tinham quando você as compartilhava comigo.
O que ficou foi a saudade. E as canções que você me mandava, dizendo que pensava em mim quando ouvia. Hoje, são elas que me seguram. São elas que tentam dar conta da dor da tua ausência.
-A
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cromalume · 2 months ago
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Hoje, senti vontade de mandar mensagem.
Você era a única pessoa com quem eu compartilhava tudo, cada detalhe do meu dia, cada cantinho do meu sentimento, cada dificuldade, cada felicidade. Uma pena…
Eu não fui essa pessoa pra você.
Hoje, senti saudade de compartilhar. Meu WhatsApp anda tão silencioso, deve ser porque eu só tinha você.
Era apenas você.
Hoje, senti falta de um porto seguro. De um lugar pra segurar firme quando tudo balança. Eu só tinha você. Mas você?
Você tinha tantos outros.
Você disse que pensou em mandar mensagem, mas não mandou, assim como tantas outras coisas que você disse que gostaria de ter feito e que me fariam feliz… mas nunca fez.
E todas elas se tornaram um grande “e se?”
Mas por quê? Faltou coragem? Ou você só… não se importava?
No meu quarto, o vazio me abraçou. Depois da queda do meu pai no banheiro, o medo apertou, ele não está bem.
E eu quis sair correndo… pro colo de alguém que não fossem meus pais. Porque eles já carregam tanto. Porque eu queria apenas carinho.
E chorar.
Chorar em paz.
Porque você escolheu não estar aqui?
Hoje, a saudade veio forte. Você era meu refúgio. Meu “vai ficar tudo bem”. Meu “estou aqui”.
Meu abraço garantido se algo acontecesse.
E agora?
Com quem eu vou conversar? Quem vai me lembrar que eu importo, em qualquer hora, em qualquer caos?
Eu estava me recuperando, voltando a sorrir, voltando a ouvir música, a comer, a viver…
Mas agora, depois de tudo, só restou a tristeza. Ou… o que sobrou de mim depois que ela chegou.
Está difícil. Mas eu ainda acredito que fiz o melhor por mim. Não por agora, mas por um depois.
Porque se machuca agora, imagina mais tarde, me entregando a alguém que nunca soube me sentir.
No fim das contas, acho que me apaixonei por alguém que não existia. Por uma ilusão que criei, uma versão de você que morava só em mim. Mas se você não existia,
como explicar tanta conexão?
Como explicar tanta perfeição? Como explicar tudo que fez… e tudo que senti?
E mesmo assim… mesmo assim, no fim, o que ficou foi a saudade.
-A
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cromalume · 2 months ago
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Hoje, nenhuma música tocou nos meus fones. Na verdade, nas últimas três semanas, nada realmente relevante tocou. Sabe aquela sensação de vazio, quando nada mais te preenche, e a simples ideia de sentir alegria parece não só errada, mas impossível?
Quem diria que um dia eu passaria por algo tão difícil, a ponto de me deixar sem chão... e, pior, sem vontade alguma de ouvir música, que é uma das coisas que mais amo fazer na vida.
Há três semanas, tive um dos dias mais difíceis que já vivi. Algo que achei que jamais enfrentaria, mas precisei. Precisei me despedir, no momento que mais estava amando, isso foi algo que me desestabilizou por dentro e matou uma parte de mim que eu nem sabia que podia morrer. Não sei descrever exatamente a sensação. Só sei que dói.
Desde então, foram raros os momentos em que me permiti ouvir uma música de verdade. Nada soa certo. Nada parece tocar. No caminho pro trabalho, coloco os fones no ouvido, abro o Spotify, deslizo por infinitas playlists, mas nada me chama. Nada parece digno de som. A única coisa que faz sentido é o silêncio, e meus pensamentos gritando por dentro. A única melodia que escuto é o som ensurdecedor de um coração machucado e de uma confiança quebrada.
Os dias nublados que eu tanto amo agora ardem na pele. A magia do fim de tarde e o encanto de um par de olhos castanhos sorrindo pra mim, acabaram. Os finais de semana perderam a maciez da voz dele me chamando de amor. O cheiro, o abraço, o conforto… tudo se tornou áspero, duro, quase intragável.
A solidão grita mais alto que o trânsito e as milhões de pessoas e histórias passando por ali. E eu me pergunto: será que um dia meus dias voltarão a ter cor? Será que voltarão a ter aquele tom rosa e macio, só por saber que alguém me esperava no fim do dia? Será?
Porque ainda dói. Ainda dilacera. Porque, mesmo agora, eu ainda vejo seus olhos, mas eles não têm mais o mesmo brilho e nem a mesma cor quando olham pra mim. Sua atenção não é mais minha. E sei que, se já não está, em breve sua atenção estará voltada para aqueles olhos verdes… vazios e fraudulentos.
Sinto o amargor na boca em lembrar que não ouço mais seu bom dia carinhoso, seu boa noite cheio de afeto… ou o simples "Se cuida, meu amor. Me avisa quando chegar."
Nesse momento, não sei exatamente onde estou emocionalmente. Só sei que nada toca meus ouvidos. Nenhuma nota sequer. Às vezes, uma melodia suave ressoa, tímida, quase como um fio de esperança. Outras vezes, algum surto de energia me faz lembrar que a música ainda vive em mim.
Mas agora... A única coisa que ressoa dentro de mim é o gemido ensurdecedor da saudade.
Você já se perguntou qual é a sensação de precisar matar e enterrar alguém dentro do seu coração... ... enquanto essa pessoa continua viva lá fora?
-A
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cromalume · 2 months ago
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Há coisas que só acontecem dentro de mim.
Quando uma música começa, o mundo muda de cor. Às vezes é dourado e quente; às vezes, cinza e áspero como o chão antes da chuva. As vozes, os acordes, os espaços entre as notas… Gosto do silêncio entre os versos, da respiração antes do agudo, do som escondido no fundo da mixagem. Gosto de vozes que sabem ser suaves, e de guitarras que pintam o ar de cinza, chumbo, vinho escuro, tudo me toca com uma textura própria. Algumas canções são macias como uma manta num dia frio. Outras têm o peso metálico de uma espada em movimento.
Gosto de um dia nublado, do vento que anuncia a mudança e da chuva que começa devagar. De caminhar pelas ruas molhadas à noite, depois da chuva, e sentir o conforto de entrar num lugar quentinho ouvindo uma música que encaixa perfeitamente naquele instante. Gosto de lembrar de uma pessoa só porque uma nota soou do mesmo jeito que ela falava. Gosto da calmaria da Yebba e do abismo da voz do Maynard.
Gosto do final de tarde de um sábado, depois de limpar meu quarto, de deitar com a janela aberta e ver o céu pintado em tons de laranja queimado, rosa suave e azul desbotado. Gosto de mergulhar no Spotify como quem explora um novo planeta, de descobrir uma canção como se ela tivesse me escolhido para aparecer. E nessa hora, gosto de cantar sozinha, no meu quarto, baixinho, como quem cuida de um segredo, onde ninguém me ouve além de mim mesma.
Talvez esse seja só um diário de uma pessoa que sente demais. Um lugar onde som vira imagem, e imagem vira afeto. Um espaço onde cada música é uma memória, uma cor, um lugar, um tempo só meu. Um lugar onde as músicas que me tocam ganham palavras, às vezes desenhadas, às vezes borradas, mas sempre sinceras.
E se um dia alguém ler esse diário, que possa ouvir todas as coisas que vejo e escutar tudo que sinto.
-A
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