dinnerwithwolves

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Nascemos com a arte nos dedos.

Com o lúdico entre as orelhas.

Nascemos com o peito cheio.

Vozes, melodias, medos, o chocalho

do móbile no berço.

Crescemos e mantemos entre dedos,

nossa imaginação, nosso mundo.

Precisamos do porto, do farol e do colo.

Crescemos e somos nós e nossos gostos.

Vozes, melodias, medos, as moedas batendo

no bolso da calça.

Envelhecemos e o horizonte se estreita.

Com o lúdico tentando voltar em cores desbotadas.

Envelhecemos e a arte não nos basta.

Vozes, melodias, medos, o vento la fora se mistura

com o tilintar dos comprimidos no copo.

Tem dias que a poesia não faz diferença.

Tem dias que o colo não cura.

Mas aquece os pés e nos diz que não estamos

sozinhos.

Em meios às vozes, melodias e medos,

não estamos sozinhos.

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Thank you, Sly.

Sly Stone by Stephen Palet (1969).

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ploop

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Debbie Harry and Iggy Pop - 1977

Photographer: Chris Stein

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Late Night Diner, Shinjuku 新宿

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Early morning train in Japan, 1964 - by Nicolas Bouvier (1929 - 1998), Swiss

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Passo a catraca.

Sento em meio banco que sobra livre.

Carro cheio.

Um rapaz maquiado procura a passagem.

Olho a fila de carros na saida de uma das maiores escolas da cidade.

Por cada carro, um padre enche os bolsos.

A fé move montanhas, verdes e sem impostos.

Uma moça carrega uma mandala na mochila.

Tem o ar de tranquilidade de um passarinho.

Olhando para todos os lados em ritmo acelerado.

Do lado uma senhora olhando as fotos dos netos

no celular. Foi aniversário do menino.

Bolo, balões e Homem Aranha.

Um rapaz magro, ossos tentando sair do corpo, tosse alto.

O cobrador conversa com o motorista sobre a promoção de pneus no bairro.

" - Quando eu comprar um carro vou mandar blindar"

A moça da mandala desce e cai na escada.

Sorri sem jeito com dentes manchados de batom.

Um senhor comenta que na India caem do trem todos os dias.

O rapaz alternativo com falta de B12 faz que não foi com ele.

São três e quinze da tarde. Penso na lista do dia.

Está tudo em ordem.

" - Vai descer!" grita a senhora com camiseta do

AC/DC.

O motorista ignora.

Pensa na Itaipava que deixou gelando e nos chinelos.

Sobem três estudantes barulhentos.

Abanam pra outro que ficou na parada.

Ele se esconde de vergonha atrás de uma espinha.

Olham pra guria com fones. Sorriso nulo ao som

de tecno bossa.

Passo a praça com atletas de cristo e desço.

Volto a música.

Confiro as chaves enquanto Mick Jagger e Lady Gaga dançam na minha volta.

Paro pra amarrar os tênis.

Duas orelhinhas e um nó.

#onibus #cidade #portoalegre #escrita #contos #rollingstones #ladygaga

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A máquina perfeita

e com tantos defeitos.

É perfeita de fábrica.

Limpa e sem vícios.

É uma máquina pura.

Com o tempo as impurezas

e vírus vão sendo instalados ali.

E cada um deles muda as características

e mesmo que apagados são impossíveis

de ser limpos totalmente.

Algumas conseguem isolar esse vírus.

É possivel reprimir o vírus e impedir que ele domine a programação.

São guardadas em gavetas que devem ficar

intocadas, porque a cada revisão da gaveta o vírus ganha uma nova carga, mesmo que mínima.

O que a maquina precisa é fazer que aquela anomalia perca a importância.

E ela perde, desde que seja deixada na gaveta e que o anti vírus que chega, seja usado.

É importante a manutenção.

É Imprescindível que seja utilizado, ou perde a validade.

Algumas máquinas gostam do vírus ou na sua programação está como se aquilo que é maléfico faz parte do sistema, quando não, nunca deveria estar ali.

Nesses casos, não raros, o efeito tóxico vira regra e em muitos momentos até a cura é vista como doença.

É exatamente o que o vírus quer.

Ai ele domina todo o sistema e vai corroendo

internamente e deixando sem defesa.

Algumas dessas pragas aparecem na raiz, outras

"farejam" o sistema ja infectado e ali de instalam.

São parasitas.

Só com a capacidade de cura e aceitar que existe

o auxílio, as vezes parecem um pequeno suporte, um programa inútil, quase como um jogo de Tetris, mas que na realidade esta ali para acompanhar os passos para a cura.

Não elimina, não toma a máquina pra si.

Está ali para o bem.

Espera e aguarda a percepção

de que o sistema vai aceitar

que o bem existe.

Porque existe.

Processo de limpeza precisa de uma esponjinha, seja leve, ou áspera as vezes.

Nem todas as máquinas tem isso.

Quando aparece, faça uso.

#humanidade #relacoestoxicas #narcisistas

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by fuelandfires

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Keith Richards, Mick Jagger, and Lady Gaga.

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Time for work…

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Tokyo, 1989 Suginami, Tokyo, Japan. 日本 東京 杉並区 高円寺南 Photography by Michitaka Kurata

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-J. R. R Tolkien

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Alleged alien photographed on September 22, 2004 at 10:45 pm with a Kodak DX4530 camera, the photo was taken by a security guard in an abandoned office in Rayones, Nuevo León, Mexico.