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Universo-6
[Fanfic] O Despertar do Miraculous | 9 - Visão Analitica
Matheus está deitado em sua cama, o quarto mergulhado em penumbra. Apenas a luz azulada do monitor em repouso ilumina seu rosto pensativo. Os Kwamis dormem, espalhados em cantinhos da estante ou dentro da mochila entreaberta.
Matheus encara o teto, os olhos abertos, a mente a mil. Seus pensamentos ecoam em silêncio:
— Aquele Android... mudou de estratégia quando percebeu que ataques mágicos não funcionavam. — A prioridade era clara: me capturar como Matheus. Mas quando viu o Miraculer, quis os dois... — O Conselho... eles têm recursos, inteligência, armas — pessoas treinadas no limite da perfeição. Espiões invisíveis até pros sentidos que herdei do meu pai. — E é por isso que me querem. Não apenas por quem eu sou..., mas pelo que eu posso ser. — Como Miraculer, criei acessórios que nem eles pensaram. Como Matheus, percebo o invisível. Eles não gostam de incertezas. Ou você está com eles... ou é uma ameaça que precisa ser controlada.
Ele fecha os olhos por um instante, respira fundo.
— Mas eu não vou ser mais uma peça no tabuleiro deles. — Eu faço minhas próprias escolhas.
Um leve brilho escapa de dentro da mochila. Tikki, mesmo de olhos fechados, sorri levemente, como se tivesse ouvido.
Corte para a janela. A noite cobre a cidade. Mas no céu estrelado... algo se move. Observando. Silencioso.
A noite avança silenciosa.
Matheus dorme profundamente, o corpo rendido pelo cansaço..., mas sua mente, inquieta, mergulha num pesadelo.
Corte brusco.
Barulhos abafados ecoam pela casa — rangidos de madeira, passos lentos. Matheus abre os olhos, o coração já acelerado. O quarto está escuro, mas algo está errado.
Ele se senta, ouve de novo... sons vindos do andar de baixo.
Com o coração na garganta, ele se levanta em silêncio. Cada passo até a porta parece durar uma eternidade. Desce as escadas devagar... os sons ficam mais claros. Um murmúrio. Um arrastar.
Chega à sala.
E congela.
Seus pais estão ali, amarrados, cobertos de cortes e hematomas. Sangue escorre pelos cantos da boca de sua mãe. O chão está manchado de vermelho.
Três agentes encapuzados os cercam. Um deles gira lentamente uma faca nas mãos, enquanto os outros dois olham direto para Matheus.
— Ele acordou. — diz um, frio como gelo.
Os olhos de Matheus se arregalam.
— N-não... — ele dá um passo para trás.
— Agora não tem mais pra onde correr.
O agente avança. Rápido.
Matheus grita — e acorda de repente, ofegante, coberto de suor.
Está em seu quarto. Silêncio total. A luz da manhã começa a entrar pela janela.
Ele respira fundo. Os Kwamis ainda dormem, alheios ao terror que ele acabou de viver.
Matheus passa a mão no rosto, tremendo.
— Foi só um sonho... só um pesadelo... — tenta convencer a si mesmo.
Mas o medo continua ali, porque parte dele sabe que aquele pesadelo...Pode virar realidade.
Matheus ainda sente o peso do pesadelo.
Ele se levanta devagar, lava o rosto no banheiro, o reflexo no espelho revela olhos cansados — como se não tivesse dormido nada. Veste o uniforme com calma, tentando controlar a respiração. Os pensamentos ainda ecoam.
“Foi só um sonho..., mas e se não for? E se for um aviso?”
Desce as escadas.
A luz do dia invade a casa, o cheiro de café fresco preenche o ambiente. Na cozinha, seus pais estão à mesa, sorrindo entre uma xícara e outra. O rádio toca uma música calma. É uma cena comum… e, ao mesmo tempo, preciosa demais para ser ignorada.
— Bom dia, filho! — diz a mãe, gentil.
— Dormiu bem? — pergunta o pai, com um jornal nas mãos.
Matheus hesita por um segundo. Então força um sorriso e senta-se com eles.
— Dormi sim... — mente. — Só um pouco agitado.
Ele come silenciosamente, observando os dois. Cada risada, cada olhar entre eles. O coração ainda apertado.
Após o café, os pais se levantam para os afazeres.
— Bom dia na escola, Matheus. — diz o pai, com um tapinha no ombro.
— Se cuida, tá? — completa a mãe, pegando a caneca da pia.
Matheus se levanta.
E os abraça. Forte. Como se aquele momento pudesse congelar no tempo.
— Ué... Que foi isso? — ela pergunta, surpresa.
— Só... obrigado por tudo. — Ele diz, abafado entre os dois.
Os pais trocam um olhar confuso, mas carinhoso.
— Te amamos, filho. Vai com calma. — diz o pai.
Matheus pega sua mochila e sai.
O sol brilha lá fora, a rua está tranquila. Mas ele caminha com os sentidos aguçados. Porque agora...Ele não quer mais ser pego de surpresa.
Chegando à escola, Matheus passa pelo portão com passos atentos. O ambiente parece normal... por fora.
Então ele a vê, encostada perto da entrada lateral.
— Bom dia, Elinda. — diz, se aproximando.
Mas algo o incomoda. Ela não responde de imediato, os olhos varrendo o pátio, os corredores, os rostos.
— Algo errado? — Matheus pergunta, já em alerta.
Sem responder, Elinda o puxa para trás de uma parede, um ponto cego entre o prédio principal e o ginásio.
— Sim, tem algo errado. — Ela sussurra, com os olhos firmes. — Ontem, ouvi meu pai comentando com minha mãe que o professor de educação física se demitiu.
— Do nada? — Matheus franze o cenho.
— Isso. Segundo meu pai, ele ganhou na loteria. Mas foi tudo muito rápido. E, logo depois, um substituto apareceu... tipo, minutos depois. Meu pai sequer comunicou oficialmente.
— Então alguém já sabia que ele sairia. — Matheus conclui. — Eles sabiam antes mesmo da decisão ser pública. Esse novo professor foi enviado por eles. Um infiltrado.
— Só pode ser. — Elinda confirma. — Mandei mensagem para o Miraculer... pelo comunicador. Só isso.
Matheus leva a mão ao ouvido.
— Temos que ficar mais atentos do que antes. — Matheus.
Elinda assente com a cabeça. Ambos respiram fundo e entram no prédio da escola.
O clima ali dentro está diferente. Silencioso demais.
Logo percebem o motivo: todos os alunos estão sendo direcionados à quadra. Algo fora da rotina.
No centro da quadra, o Diretor Evandro segura um microfone. Seu semblante está calmo, mas formal.
— Bom dia a todos. — Sua voz ecoa firme. — Venho comunicar que o professor Arlindo se desligou do corpo docente ontem à noite. Segundo informações, ganhou uma grande quantia na loteria e decidiu mudar de vida.
Sussurros percorrem os alunos. Murmúrios de surpresa e desconfiança.
— Mas a vaga já foi preenchida. Apresento a vocês o novo professor de educação física. — Conclui Evandro, fazendo um gesto para a porta.
Ela se abre lentamente.
Um homem entra.
Alto, atlético, com porte de soldado. Rosto fechado, barba cerrada, olhos frios. Sua presença impõe respeito... e algo mais. Algo errado.
Matheus sente imediatamente. Aqueles olhos... miram diretamente nele. Fixos. Intencionais.
Lentamente, ele leva a m��o ao bolso e retira um pequeno objeto metálico, fino e dobrável. Com um clique quase inaudível, o transforma em um óculos de tecnologia avançada.
Um brilho tênue azul percorre a lente.
— Avaliar. — Sussurra.
Seu olhar se volta para Elinda, ao lado.
[ANÁLISE] Habilidade Mágica: Manipulação de Luz e Energia.
Matheus pisca uma vez. Move a lente em direção ao novo professor.
— Avaliar. — Repete.
Os óculos brilham intensamente por um segundo.
[ANÁLISE] Habilidade Mágica: Leitura de Mentes.
Os olhos de Matheus se arregalam levemente.
— Ele... está lendo a mente de todos aqui. — Pensa. — Mas focado em mim.
Os óculos emitem um pequeno sinal de alerta: "Risco elevado".
Matheus engole em seco. Seus dedos apertam o punho fechado.
Elinda o encara, percebendo sua tensão.
— Você viu algo? — ela sussurra, preocupada.
Matheus apenas responde com um olhar... e um sutil aceno de cabeça.
A guerra silenciosa havia começado — e o novo inimigo estava dentro da escola, vestindo o disfarce de professor.
Após o anúncio e a dispersão dos alunos, Elinda e Matheus caminham rapidamente até um canto mais isolado, atrás das arquibancadas da quadra.
— O que foi que você viu? — Elinda pergunta, em voz baixa e firme.
Matheus verifica que ninguém os observa e responde, com o mesmo tom contido:
— O novo professor... Raul... tem a habilidade de ler mentes.
Os olhos de Elinda se arregalam.
— Como você sabe disso?
Matheus retira os óculos do bolso e o entrega a ela com cuidado.
— Eu criei isso. Chama-se Avaliatório. Ele usa uma combinação de escaneamento sensorial e leitura mágica residual. Avalia tudo — pessoas, objetos, habilidades. Tente por si mesma.
Elinda pega os óculos com certo receio, o encaixa no olho e ativa:
— Avaliar!
Um leve brilho percorre a lente. Ela volta o olhar para Matheus.
[ANÁLISE] Habilidade Mágica: Criação de objetos mágicos.
Elinda remove os óculos, ainda segurava o Avaliatório entre os dedos, examinando-o com um misto de admiração e incredulidade. Ela olha para Matheus, os olhos intensos.
— Matheus... você criou isso sozinho?
Ele assente, com naturalidade, mas sem arrogância.
— Sim...
Elinda dá um passo mais perto, sua voz quase um sussurro:
— Eu estudei tecnologia mágica a fundo com meu pai... e nunca vi um criador de objetos mágicos desenvolver algo com uma habilidade própria, semelhante às habilidades inatas das pessoas... Isso é... único.
Ela gira os óculos em sua mão, agora com mais reverência.
— Os artefatos mágicos normalmente aprimoram ou canalizam dons já existentes..., mas isso... isso replica uma habilidade. Avaliar pessoas... reconhecer padrões ocultos...
Ela o encara novamente, mais séria:
— São raríssimos os que nascem com esse dom criador — o dom verdadeiro, não o aprendido. Já li sobre eles, nos registros mais antigos do conselho, mas... nunca conheci um.
Elinda segura os óculos com firmeza e o devolve.
— Eles não podem pôr as mãos em você, Matheus.
— Por isso não podemos errar, nem por um segundo. — Ele guarda os óculos dentro da jaqueta. — Cada passo agora precisa ser calculado. Se ele pode ler mentes, o mínimo pensamento em falso entrega tudo.
Elinda sorri levemente, apesar da tensão.
— Então... a gente vai ter que aprender a pensar sem pensar.
Matheus dá um risinho de canto.
— Bem-vinda ao tabuleiro.
Eles trocam um olhar silencioso. A guerra de mentes havia começado — e eles estavam no centro dela.
A sala de aula prática de habilidades mágicas fervilhava com energia mística. A professora Bárbara, de postura elegante e olhar clínico, caminhava entre os alunos com as mãos para trás, observando com atenção cada demonstração.
— Muito bem, alunos. — disse ela, com voz firme, mas serena. — A aula de hoje será para aprimorar suas habilidades mágicas. Quero ver do que são realmente capazes. Nada de contenção.
Elinda ajusta sua postura, os olhos brilham com concentração. Matheus apenas fecha os olhos por um momento, respirando fundo.
Conforme os alunos começavam suas demonstrações — desde controle elemental até manipulação de energia interna — a professora Bárbara se movia lentamente entre eles. Seus olhos cintilavam discretamente com um tom âmbar, ativando sua habilidade.
Ela se detinha por breves segundos ao lado de cada um, murmurando para si:
— 43% de controle... 51%... 62%...
Quando se aproximou de Elinda, parou. Seus olhos brilharam mais forte.
— Interessante... 85%... estável. Evolução desde a última aula. — Ela comenta com um leve aceno de aprovação.
Elinda sorri discretamente, mantendo o foco em sua esfera de luz flutuante, manipulando-a com precisão refinada.
Bárbara então para diante de Matheus. Ele, sem alarde, criava uma pequena estrutura metálica flutuante a partir do nada — fina, complexa e com movimento próprio. A professora o observa mais atentamente.
Seus olhos captam os dados:
— ...Controle desconhecido... flutuante... instável... variável...
Ela franze levemente o cenho. Aquilo era raro.
— Seu controle não pode ser medido com precisão. — diz ela, quase para si mesma. — Você está escondendo algo, Matheus?
Matheus abre os olhos e sorri, educadamente.
— Só estou testando limites... professora.
Bárbara encara por um segundo, depois se afasta sem comentar mais nada, mas deixa um pensamento escapar, que Matheus ouve com atenção:
— Instável... ou variável?
Matheus lança um breve olhar para Elinda. Ela devolve o olhar com leveza, mas sua expressão era de quem entendeu: estavam sendo observados... e agora oficialmente, testados.
No fundo da sala, o novo professor de educação física, Raul, observava também. Sentado, braços cruzados, olhos fechados — mas claramente ouvindo... mais do que palavras.
— Que objeto está criando, Matheus? — pergunta a professora Bárbara, com interesse controlado.
Matheus não levanta os olhos. Seus dedos movem-se com precisão sobre um molde mágico flutuante.
— Um momento... estou quase terminando... — ele murmura. Um brilho azulado pulsa suavemente. — Pronto.
Um cubo metálico flutua diante dele, brilhando com runas gravadas em cada face. Ele o segura na palma da mão.
— Um cubo? — comenta um dos alunos com tom cético.
— Elinda, pode atacá-lo? — Matheus pergunta, erguendo o objeto.
— Claro. — Responde ela, preparando um disparo de energia luminosa. Ela lança.
O ataque atinge o cubo e... é absorvido sem som, sem explosão, sem impacto. A energia simplesmente desaparece.
— Pode ser mais forte. — diz Matheus, tranquilo.
Elinda intensifica o ataque. Uma rajada mais poderosa colide com o cubo. Mais uma vez: absorvido.
— Deixa eu tentar! — diz um outro aluno, invocando fogo. Ele lança chamas intenso. Nada.
Outro usa água. Nada. Depois vento, eletricidade, ataques físicos. Um por um, todos os ataques são sugados silenciosamente pelo cubo. O objeto nem sequer vibra.
— Ele não quebra... — comenta alguém, pasmo.
Matheus pega o cubo calmamente e caminha até a porta. Lá fora, ele olha para o céu, ergue o cubo e encosta a mão na face superior.
Um instante de silêncio.
De repente, um raio imenso de energia condensada dispara para cima com um estrondo abafado, atravessando as nuvens. Um clarão intenso ilumina a quadra por segundos.
A professora Bárbara arregala os olhos.
— O que foi isso? — ela pergunta, em voz baixa.
Matheus retorna devagar, o cubo agora inerte, com as runas apagadas.
— O cubo absorve qualquer tipo de ataque — físico ou mágico. Guarda toda a energia, sem limites visíveis... e, quando ativado, a libera de uma só vez. É como um capacitor... só que... mágico. — Explica ele, com simplicidade.
A professora não responde de imediato. Apenas observa o cubo com uma expressão de algo entre fascínio e apreensão.
Raul, o novo professor, também observa à distância. Mas o que lhe chama atenção não é o cubo — é a mente de Matheus... e o bloqueio crescente ao redor dela.
— Ele está se blindando... interessante. — Pensa Raul, abrindo os olhos lentamente.
Elinda apenas observa Matheus. Agora mais do que nunca, ela sabia: ele não era como os outros. Nem perto disso.
O pátio já estava mais vazio quando Matheus tirou algo do bolso. Um colar de metal escuro com uma pedra azul incrustada no centro, delicadamente lapidada.
— Um presente? Pra mim? — Elinda perguntou, surpresa, ao ver o colar em sua mão.
— Na verdade, é mais do que um presente. — Matheus disse, estendendo para ela. — Criei isso para nos proteger... contra Raul.
— O professor novo? — ela franziu o cenho.
— Sim. Ele tem habilidade de leitura mental. Criei um relógio pra mim e esse colar pra você. Ambos com a mesma função: emitem um campo neural que embaralha os impulsos cerebrais, como ruído branco... ele pode até tentar ler, mas não vai conseguir interpretar nada. — Matheus explicou.
Elinda pegou o colar com cuidado, examinando os detalhes.
— Ele estava observando à distância. — comentou, colocando o colar no pescoço.
— Eu vi. — Matheus respondeu. — Pareceu interessado... no cubo, no monóculo, e talvez até mais do que isso.
— Quem não estaria? — disse Elinda, olhando para ele com sinceridade. — A sua capacidade de imaginar já é surreal..., mas você cria o que imagina. Criou uma liga que absorve ataques físicos e mágicos... e ainda pode liberar tudo acumulado. Isso não é comum, Matheus.
Ele desviou o olhar, um leve rubor nas bochechas.
— Eu só... tento me preparar. Nunca sei quem é amigo ou inimigo. — Murmurou.
Elinda sorriu, tocando no colar com carinho.
— Agora estamos mais preparados. E... obrigada. Por isso. — Ela disse, com um brilho nos olhos.
— Sempre. — Matheus respondeu.
Longe dali, em uma sala escura da escola, Raul observava a cena em uma tela sutilmente escondida sob um holograma de parede. Seus olhos brilharam em silêncio.
— Muito mais interessante do que eu imaginava... — sussurrou.
Em uma sala escura, apenas iluminada por luzes tênues dos monitores holográficos, Raul se aproxima da parede metálica e retira um pequeno comunicador preso atrás da orelha.
Ele pressiona o dispositivo.
— Agente R, apresentando relatório. — Sua voz é fria, firme.
A resposta vem em seguida, distorcida por interferência digital.
— Relate, Agente. —
Raul faz uma breve pausa antes de responder.
— A tentativa de leitura mental dos alvos foi... inviável.
— Motivos? — a voz do outro lado soa mais cortante.
— O indivíduo Matheus desenvolveu acessórios... dispositivos pessoais que emitem interferência neural. Não consigo atravessar o bloqueio. — Raul respondeu com um leve toque de frustração. — O colar que a garota usa e o relógio que ele mantém no pulso emitem um campo irregular, similar a um distúrbio cerebral autogerado.
— Você está certo disso?
— Sim. Não foi uma defesa externa. Foi criada por ele mesmo. Continuarei a observá-los discretamente. Eles estão desconfiados.
Um longo silêncio se segue.
— Entendido. Nova prioridade: Relatar todas os feitos deles, sem confrontos diretos.
— Sim, senhor. — Raul desliga.
Ele guarda o comunicador lentamente, seu olhar se volta para o vidro escuro da janela da sala.
Abaixo, no pátio da escola, Matheus e Elinda andam lado a lado.
Raul franze o cenho.
— Você não é só um criador, garoto... algo em você está fora da curva... e nós vamos ter você em nossa equipe. — diz, para si mesmo.
À noite, o colégio parecia adormecido sob o céu escuro, com apenas a luz da lua refletindo nos vidros das janelas. O silêncio era absoluto... até que um leve clique ecoou.
Uma das janelas da sala do novo professor se abriu discretamente, uma figura encapuzada deslizou para dentro com leveza felina — era Miraculer.
Ele se escondeu atrás da cortina por um instante, ouvindo.
— Entrou? — a voz de Elinda ecoou em seu ouvido, vinda do brinco-comunicador.
— Entrei. — respondeu ele, observando ao redor, os olhos atentos a qualquer movimento.
Lá fora, posicionada em um ponto estratégico sobre o telhado oposto, Elinda mantinha os olhos brilhando com uma leve aura dourada.
— Certo... não tem ninguém ao redor. Área limpa. — Ela confirmou.
— Deve haver algo aqui... ninguém do Conselho se infiltra em uma escola sem ter um plano. — Sussurrou Miraculer, já vasculhando gavetas e papéis.
A sala era impecável, sem sinais aparentes de desorganização. Mas algo chamava a atenção — uma estante com livros muito bem alinhados, exceto por um: "Neuroleitura Aplicada: Teorias e Avanços."
Miraculer se aproxima, puxando o livro com cautela.
Clack. Um compartimento se abre na parede, revelando um cofre embutido com um painel de energia e uma trava biométrica.
— Achei alguma coisa...um cofre escondido. — disse ele, quase em um sussurro.
— Consegue abrir? — perguntou Elinda, já tensa.
Miraculer pega um pequeno dispositivo cilíndrico do cinto — uma de suas criações. Passos, vindos da porta.
— Tuppu... hora do show! — sussurrou ele, levando a mão ao miraculous do Macaco.
Uma luz amarronzada brilhou ao redor de seu corpo, cobrindo-o com um traje ágil e enérgico, com detalhes dourados e um cajado estendido em suas costas — o Ruyi Jingu Bang.
A porta se abriu com um rangido controlado. Raul estava ali, com o olhar frio e a postura rígida.
— Você me descobriu..., mas eu também descobri você. Que descuido. — Raul cruzou os braços, sorrindo com arrogância.
— Talvez... — disse Miraculer, com um sorriso torto. — Alvoroço!
Ele girou o cajado e lançou um feixe amarelado de magia diretamente no rosto de Raul. A energia se transformou rapidamente em uma boneca de pelúcia ridícula, que grudou no rosto do agente.
— O quê...?! — Raul arrancou a boneca com raiva.
Mas era tarde.
Raul tentou usar sua habilidade para ler a mente de Miraculer... e então, tudo saiu do controle.
— AAAAHH! — ele cambaleou para trás, pressionando as têmporas.
Imagens embaralhadas, vozes sobrepostas, pensamentos fragmentados — dezenas, talvez centenas de mentes �� gritavam na sua cabeça. Uma cacofonia insuportável.
Do outro lado da sala, Miraculer já estava na janela, olhando para ele uma última vez.
— Você queria ler minha mente... agora vai passar um tempo tentando encontrar a sua.
Ele salta.
Quando Raul retoma o controle, corre até a janela. Miraculer já desapareceu na escuridão da noite, como um fantasma.
Raul cai de joelhos, respirando com dificuldade, o suor escorrendo pela testa.
Ele leva a mão ao comunicador.
— Agente R... Miraculer... — sua voz falha. — Tem um Miraculous que atrapalha o uso de habilidades...
E no fundo de sua mente, as vozes ainda ecoam, como um pesadelo que não termina.
Em algum lugar desconhecido...
Uma mesa longa, de metal escuro, o conselho se reúne. O ambiente é iluminado apenas por hologramas flutuantes.
— O que temos? — a voz rouca do Cetro rompe o silêncio.
— Ainda não muito... — respondeu a Caneta, tocando um cristal em sua frente.
Um holograma azul-claro se ergue no centro da mesa, revelando uma lista:
Miraculous confirmados sob posse de Miraculer:
Joaninha: Invocação de objeto mágico com sorte surreal; restauração total ao final da batalha.
Gato Preto: Destruição total de tudo que toca, seja físico ou mágico.
Borboleta: Concessão de superpoderes temporários através da entidade Kamiko.
Dragão: Controle e transformação nos elementos: água, vento e raio.
Cavalo: Criação de portais de transporte instantâneo.
Rato: Multiplicação do usuário com cópias menores.
Touro: Invulnerabilidade a qualquer ataque de natureza mágica.
Macaco: Confusão e interferência de habilidades alheias com um objeto aleatório.
— Oito miraculous… isso é o que sabemos até agora. — Murmurou o Diamante, cruzando os braços. — Mas deve ter mais.
— Não importa quantos. Precisamos reagir. — Resmungou a Espada, batendo o punho na mesa.
— Cautela. — Interrompeu o Olho. — Máquina, seu Android?
A Máquina ergueu o rosto.
— Resistiu bem. Mas... só pôde registrar dados do miraculous do Touro. Mesmo sem usar ataques mágicos, Miraculer venceu com estratégia e força.
— Então ele é tático, não só dependente dos miraculous... — observou a Muralha.
As imagens da luta aparecem sobre a mesa: Miraculer enfrentando o Android, desviando, reagindo, contra-atacando.
— Esses movimentos... — murmurou o Átomo, inclinando-se para frente. — São técnicas... muito específicas.
— Do Projeto Atena. — Completou a Máscara, os olhos semicerrados.
Um silêncio desconfortável paira.
— Você está sugerindo que Miraculer seja um dos jovens do Projeto? — questionou o Trigo, cético. — Todos estão sob nossa vigilância. Nenhum desapareceu.
O Átomo não respondeu. Apenas deslizou o dedo sobre o holograma.
Uma nova imagem surgiu: o rosto de Matheus.
— Meu neto é o único que está fora. — Sua voz era seca. — A Máquina enviou seu Android para buscá-lo... e Miraculer apareceu. Coincidência?
O grupo se entreolha em silêncio, processando a revelação.
O Cetro aperta os dedos sobre a mesa, os olhos fixos na imagem.
— Então... Matheus Duarte pode ser o Miraculer?
— É uma possibilidade... — conclui o Átomo, os olhos presos na imagem de Matheus projetada em azul holográfico.
— O relatório do Agente R é claro... — disse a Caneta, deslizando o dedo pelo painel à sua frente. — Durante a aula, Matheus criou uma liga metálica capaz de absorver ataques físicos e mágicos, e depois liberá-los de uma vez, como um capacitor mágico.
— Isso exige domínio de energia, estrutura de canalização e uma compreensão intuitiva do material usado... — murmurou a Máquina, fascinada. — É mais do que talento... é genialidade funcional.
— Ele criou objetos com propriedades similares as habilidades humanas.... — disse o Diamante, pensativo.
— Ele tem potencial para forjar acessorios tão poderosas quanto os miraculous... — continuou a Máquina, quase não sussurro reverente.
— Ou mais poderosas. — Acrescentou a Máscara. — Porque ele entende o princípio mágico e o integra com raciocínio tecnológico.
— Já não é mais apenas sobre espionagem ou contenção... — disse a Espada, cruzando os braços. — Estamos falando de um possível desequilíbrio no sistema mágico global.
— Um garoto... com mente criadora, habilidades mágicas híbridas e acesso a múltiplos miraculous... — o Trigo respirou fundo.
— ...pode ser o fim do nosso controle. — Completou o Cetro, com uma gravidade sombria. — Temos que decidir... vamos recrutá-lo? Neutralizá-lo? Ou...
Todos olharam para o Átomo.
— Ou descobrir até onde ele vai... sem sabermos se é nosso aliado ou nosso maior erro. — Ele respondeu, a voz tão firme quanto a dúvida em seus olhos.
O silêncio dominou a sala.
No holograma, a imagem de Matheus persistia. O rosto calmo, jovem, mas agora encarado como uma ameaça em potencial.
— FIM —
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Ficha de Personagem - Stella [Universo-37]

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Ficha de Personagem - Bloom [Universo-37]
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Universo-6
[Fanfic] O Despertar do Miraculous | 8 - Ameaça Reativa
Dias se arrastam. Depois, semanas. A rotina volta aos trilhos: aulas, deveres, a vida doméstica. Mas para Matheus, nada é igual.
Mesmo enquanto cópia equações no caderno ou ajuda a lavar a louça, seus olhos estão sempre atentos. Cada ruído estranho, cada sombra, cada pessoa nova nos arredores — tudo é analisado com cuidado.
Silêncio demais, em uma sala vazia.
— Já passou muito tempo... e não mandaram ninguém. — Pensa, observando pela janela da sala uma van branca estacionada há horas do outro lado da rua. — Ou talvez... tenham mandado alguém que eu ainda não percebi.
Um calafrio percorre sua espinha. Ele se afasta discretamente da janela.
Barkk, flutuando ao seu lado, percebe a tensão.
— Está pensando o mesmo que eu? — pergunta o kwami, com a voz baixa.
— Que o próximo espião pode não ser alguém de fora. — Matheus murmura. — Pode já estar aqui... no colégio, na vizinhança...
A imagem de Elinda vem a sua mente.
— Tenho que deixar isso apenas entre Miraculer e Matheus... não quero mais ninguém envolvido. — diz Matheus, a voz carregada de peso.
— Nem aquela garota?... Elinda. — Pergunta Sass.
— Eu queira... não... ela já se envolveu, desde o começo, por conta do Diretor... o pai dela. — diz Matheus. — E foi reforçado quando confiei a ela o miraculous do gato preto.
— Ela foi ótima! — Plagg exclama com entusiasmo.
— Foi mesmo. — Matheus sorri de leve. — Naquele dia... eu quase contei pra ela... que era o Miraculer. Desde então... sempre penso em dizer.
Silêncio. Tikki fala, suave.
— Confia nela?
Matheus suspira. Longo. Honesto.
— Convivo com ela desde o fundamental. Sempre a percebi de longe... tão confiante... Depois do despertar dela, ficou tão atarefada... Sim. Confio nela.
— Ela guardaria o segredo? — Ziggy pergunta, a voz flutuando com um leve tom de dúvida.
Matheus fica em silêncio por um momento.
— Eu não sei, Ziggy...acho que só ela pode responder. — Responde, firme. — Mas quero acreditar que...sim ela guardaria.
— Então vai contar? — Disse aflito.
— Não...por agora não. — Tranquiliza Matheus.
Enquanto isso, Elinda notou o comportamento inquieto de Matheus nas últimas semanas — olhares distantes, respostas curtas, sempre atento a tudo e a todos. Aquilo não era apenas cansaço.
O dispositivo de comunicação, discreto como um brinco comum em sua orelha esquerda, vibra levemente. Elinda leva a mão até ele com naturalidade, como se ajeitasse o cabelo.
— Miraculer? — Ela fala em um tom baixo, afastando-se discretamente da sala.
A voz do Miraculer ecoa pelo comunicador, séria e direta:
— Consegui identificar o espião. Descobri quem ele perseguia.
— Quem? — Elinda franze o cenho, apertando levemente o dispositivo.
— Era um aluno da escola. Ligado ao antigo Projeto Atena.
Os olhos de Elinda se arregalam.
— O Projeto Atena... aquele experimento militar de aprimoramento estudantil... mas ele foi encerrado há anos.
— Sim. E esse aluno foi plantado aqui. Mas o curioso é que ele não estava mais atrás de mim. — A voz de Miraculer se intensifica.
— Estava atrás de outro aluno... — Elinda começa a ligar os pontos. — Espera... ele parecia focado em alguém... você descobriu quem?
— Matheus da Silva Duarte. Também foi parte do Projeto Atena.
— Não... isso não faz sentido. Eu vi os registros. Depois do fim do projeto, todos os participantes foram transferidos ou sumiram do mapa. Todos... menos o Matheus. — Ela pausa. — Por que deixariam só ele?
— É a mesma pergunta que eu me fiz. Seja lá o que ele tem... ou é... foi o suficiente para desviarem o foco de mim para ele.
Elinda olha em volta, seus instintos em alerta.
— O que eu posso fazer?
— Observe. Fique de olho em Matheus. Veja se alguém se aproxima demais, se alguém estranho aparece. Se notar qualquer coisa fora do padrão... me avise imediatamente.
Ela respira fundo.
— Pode deixar. Pode contar comigo.
— Obrigado. — A transmissão termina com um leve chiado.
Elinda encara o vazio por um instante. Seu coração pulsa com um novo tipo de urgência. Agora ela sabia: Matheus não era apenas parte da missão. Ele era a missão.
Elinda retorna à sala em silêncio, o leve ranger da porta apenas ecoa para quem presta atenção — Matheus não reage. Ele está sentado em sua carteira, cabeça baixa, concentrado nos exercícios. O professor anda pela sala corrigindo respostas, e Matheus responde corretamente, mesmo sem olhar diretamente para o quadro.
Ela caminha até seu lugar, sentando-se sem pressa. Seus olhos não desgrudam dele.
Ele parecia o mesmo de sempre. Postura ereta, expressão calma, traços leves de cansaço sob os olhos. Às vezes, sua atenção parecia se perder no vazio, encarando um ponto indefinido no horizonte além da janela. Mas em segundos, voltava ao caderno, resolvendo equações com uma precisão quase automática.
Elinda o observa. Não apenas com os olhos, mas com uma consciência nova. Ela já o conhecia, mas agora... o via com outra lente. Um garoto comum, com gestos e hábitos comuns — e ainda assim, tudo nele parecia milimetricamente fora do lugar.
"Ele não mudou tanto desde o fundamental..." — ela pensa, lembrando dos corredores mais estreitos, das manhãs mais barulhentas.
Mesmo naquela época, Matheus já era alvo de rótulos — o “nerd”, o “esquisito”, o “invisível”. Mas Elinda sabia que não era apenas isso. Havia algo nele, algo que ela sentia e não sabia explicar. Foi por isso que, no início do Projeto Atena, ela falou com seu pai.
"Aquele garoto... Matheus. Ele é diferente."
Na época, seu pai apenas respondeu com um olhar pensativo e anotou o nome em uma ficha. Nada mais foi dito. Mas agora ela sabia: aquele olhar não era aleatório.
Matheus não era só diferente. Ele era uma peça de um tabuleiro muito maior do que todos imaginavam.
Fim de tarde. O céu alaranjado se reflete nos prédios enquanto Matheus caminha pelas ruas em direção a sua casa, a mochila jogada sobre um ombro. Seus passos são firmes, mas seus olhos... atentos. Algo não estava certo.
Um farfalhar. Uma sombra atrás do muro. Matheus diminui o passo, curva uma esquina, para subitamente atrás de uma cerca. Espera. Respira fundo.
Passos se aproximam.
Quando a figura cruza a divisa, ele salta.
— AH! — exclama uma voz feminina, ao cair no chão com impacto.
Matheus arregala os olhos.
— Elinda?! — diz, saindo rapidamente de cima dela.
Ele a ajuda a se levantar, limpando o cascalho das roupas dela com um gesto apressado.
— Tem algum motivo pra estar me seguindo? — pergunta ele, cruzando os braços.
Elinda desvia o olhar, visivelmente desconfortável.
— Só... questão de segurança. — Responde.
Matheus suspira.
— Por um segundo achei que fosse ele. — diz, olhando ao redor com cautela.
— Ele? — Elinda pergunta.
— Um cara chamado Dante. Ex-aluno. Também era do projeto Atena. — Matheus diz, com a voz mais baixa. — Estava me espionando... até que eu mostrei que sabia da presença dele. Sumiu. Mas tenho certeza que mandaram outro.
Elinda o encara por alguns segundos, processando a informação.
— Você percebeu tudo isso? — ela pergunta, surpresa.
Matheus volta o olhar para ela, sério, mas calmo.
— Sou filho de um ex-soldado das forças especiais... que participou do projeto militar Atena. — Ele toca na lateral da cabeça. — Ele me treinou a ver com mais do que os olhos. Eu percebo... com todos os sentidos.
Elinda engole em seco. Ela não duvidava.
— Bom... agora que estamos aqui, talvez seja melhor caminharmos juntos. — Ela diz, tentando suavizar o clima.
Matheus dá um leve sorriso.
— Desde que não tente me seguir de novo como se fosse uma sombra desajeitada. — brinca.
Ela sorri de volta, e os dois seguem lado a lado, o sol se pondo atrás deles.
Enquanto caminhavam lado a lado pela calçada vazia, o céu aos poucos mergulhava em tons azul-escuros. A conversa entre eles era baixa, densa, cheia de subentendidos sobre o projeto Atena, o passado oculto e os próximos passos.
Mas então... Um arrepio.
Os dois pararam ao mesmo tempo, como se um alarme silencioso tivesse disparado dentro deles.
— Sentiu isso? — Matheus pergunta, olhando por cima do ombro.
— Sim... uma presença. — Elinda responde, os olhos se estreitando.
Eles varrem o entorno com o olhar. Tudo aparentemente normal — carros estacionados, casas adormecidas, postes acesos. Mas o silêncio era denso demais.
Então...
Uma silhueta escura surge na estrada à frente. Distante — cerca de um quilômetro —, mas caminhando direto na direção deles. Seus passos lentos e calculados.
Elinda age rápido. Com um giro sutil das mãos, conjura uma esfera de luz e a lança adiante como um farol mágico.
A esfera avança, iluminando o caminho até revelar...
Um homem.
Alto, magro, pele tão pálida que quase reluzia sob a luz etérea. Seus olhos, mesmo à distância, pareciam sem brilho. O rosto sem expressão, como se esculpido em pedra. Vestia um sobretudo escuro, botas militares — sem pressa, sem hesitação.
— Definitivamente... não é um civil. — Matheus murmura.
— É ele? — Elinda pergunta, os olhos fixos na figura.
— Não sei... mas não é alguém comum. E está vindo direto pra gente. — Matheus. Seus músculos já preparados para reagir.
A esfera de luz de Elinda paira ao redor do homem, mas ele nem pisca. Só continua andando, como se a luz não o incomodasse — ou como se já soubesse que ela viria.
— Pare aí! — Elinda grita, a esfera de luz orbitando suas mãos.
Mas o homem não obedece. Continua vindo.
Ela não espera mais. Lança uma rajada de luz certeira, que atinge o rosto dele em cheio. O impacto o faz cambalear para o lado, mas ele não emite nenhum som de dor. Em vez disso...
ZZZK — Um som elétrico ecoa, e a pele artificial começa a derreter, rasgar. Por baixo da falsa carne, um rosto metálico reluz sob a luz mágica, olhos vermelhos piscando com frieza.
— É um... — Elinda recua, em choque.
— Android! — Matheus completa, com os punhos cerrados.
Sem hesitar, Matheus pega uma pequena esfera do bolso, com inscrições douradas ao redor. A ativa com um toque.
— Camuflagem: Fase Um. — diz a voz digital da esfera.
Ele a lança no chão. BOOM!
Uma nuvem de fumaça espessa e negra se espalha instantaneamente, ocultando-os da visão do inimigo. No mesmo instante, Matheus segura a mão de Elinda e sussurra:
— Pelo beco! Vamos sair do campo aberto!
Eles correm, o som dos passos do android agora mais pesados, ganhando velocidade na névoa.
Do interior da fumaça, o som de motores internos se ajustando e garras metálicas se ativando ecoa como um pesadelo tecnológico.
— Esse não é qualquer espião... — Elinda diz, ofegante, enquanto se esgueiram por trás de uma cerca.
— Ele foi enviado pra eliminar, não pra observar. — Matheus responde, ativando discretamente seu miraculous sob o casaco.
A fumaça começa a se dissipar. O som das botas do androide ressoa cada vez mais perto.
— Hora de mostrar pra ele que não somos presas fáceis. — Elinda diz, firme, os olhos brilhando em energia.
— Espera... — Matheus tenta alcançá-la, o tom apreensivo, mas tarde demais.
Elinda avança. Com um gesto, concentra a energia nas palmas e dispara uma poderosa rajada de luz contra o android. O impacto o empurra para trás... por um segundo.
— Sistema de defesa reconfigado. — diz uma voz metálica no interior do inimigo.
O android reage com brutal velocidade. Seu braço se transforma, revelando um canhão embutido. Um disparo sônico é lançado direto em Elinda.
BOOM — o som ecoa como um trovão.
Ela voa contra a parede e desaba no chão, imóvel.
— Elinda!! — Matheus grita, os olhos arregalados.
Corre até ela, se ajoelha, verifica sua pulsação. Está viva, mas inconsciente.
O mundo ao redor se fecha. A respiração dele acelera. As mãos tremem.
— Não... não previ isso... — Matheus pensa, o olhar perdido. — Eles... eles vieram pra me levar à força... então alguém já estava me espionando sem eu perceber... eu falhei...
Ele respira mais rápido. Mais fundo. O som ao redor começa a se distorcer. Tudo parece mais distante. Seu corpo congela.
— O que eu faço agora? — pensa, entrando em crise, a ansiedade explodindo como mil alarmes internos.
O android caminha lentamente em direção a ele, cada passo metálico reverberando no asfalto.
— Objetivo localizado. Iniciando protocolo de captura. — Declara a máquina, impassível.
Matheus encara o inimigo, o medo dominando.
O mundo ao redor de Matheus gira. Os sons estão abafados. O coração bate como um tambor em guerra.
— Eu... não consigo... — pensa ele, os olhos fixos no android se aproximando. Elinda continua caída ao seu lado. Vulnerável.
Mas então, como um farol atravessando a neblina, surgem vozes suaves, familiares, poderosas.
— Respira, Matheus... estou com você. — diz Orikko, calmo e firme.
— Você é mais forte do que pensa. — Tikki, serena como sempre.
— Não tem que ser perfeito... só tem que lutar. — Plagg, com seu jeito relaxado, mas sincero.
— Não é o medo que define você, é o que faz com ele. — Sass, sua voz ecoando como uma verdade ancestral.
— Você é o Miraculer. Você uniu todos nós por um motivo. — Barkk, confiante.
Matheus fecha os olhos por um segundo. Inspira. Expira. Sente o ar entrar e sair. O coração desacelera. As mãos param de tremer.
Ele olha para Elinda.
— Ela confiou em mim... todos eles confiaram. Eu não vou fugir. — diz a si mesmo, agora com clareza.
Ele se levanta devagar, os olhos firmes no android. A mão desliza até o bolso, de onde retira um objeto alongado, metálico, reluzente. Sem hesitar, o lança ao ar. Um flash poderoso explode, engolindo o ambiente em luz branca.
O android recua, seus sensores temporariamente cegos. Quando o clarão se dissipa… Matheus e Elinda já não estão mais lá.
— Inimigos desaparecidos... iniciando varredura térmica. — A voz metálica do android ecoa, fria.
Matheus, com Elinda nos braços, corre por entre os becos e áreas abandonadas da vizinhança. Encontra abrigo em uma antiga garagem soterrada pelo tempo. Coloca Elinda com cuidado no chão, checa seus sinais vitais.
— Ela está bem? — Tikki, surgindo ao lado, preocupada.
— Sim... só está dormindo. Deve ter sido algum tipo de habilidade do android. — Matheus. — Tikki, ligar pintas.
Tikki entra nos brincos. A transformação é imediata. O traje do Miraculer ressurge, firme, determinado.
Miraculer segura o ioiô com ambas as mãos, olhos fechados por um segundo.
— Vamos ver a solução... Talismã!
Uma energia dourada gira ao redor do ioiô. A magia se manifesta, tomando forma diante dele... Um objeto pequeno e reluzente surge em sua mão.
— Um diamante...? — Ele observa atentamente. — Resistente... duro... quase indestrutível... invulnerável. Isso deve ser a chave.
Ele fecha a mão sobre o objeto.
— Então vamos terminar isso... — Miraculer murmura, os olhos cravados no vazio à sua frente. — Desligar pintas.
A luz se desfaz, revelando Matheus novamente. O Talismã permanece em sua mão, brilhando com uma energia constante. Ele o guarda com cuidado.
A mão vai até outro bolso. Um novo Miraculous. Ele o ergue diante dos olhos.
— Vamos... Stompp, abrir caminho.
O Kwami surge por um instante, sério, focado. Uma aura azulada o envolve. O traje muda. As cores escuras ganham tons metálicos, detalhes robustos. O chifre estilizado no capacete reluz sob a luz tênue.
Transformado, Miraculer avança pelas sombras até emergir diante do Android.
— Presença detectada! Analisando... Miraculer... Protocolo secundário ativado. — A voz do Android, fria, quase sem emoção.
— Secundário...? — Miraculer estreita os olhos. — Aquele garoto é o primário?
— Capturar Matheus da Silva Duarte... é minha missão primária. — O Android declara.
Miraculer dá um passo à frente, a aura azulada crescendo em torno de seu corpo.
— Não vou deixar. — Ele gira os ombros. — Resistência!
— Novo parâmetro identificado. Ameaça. Prioridade atualizada: capturar ambos.
O Android ergue o braço. Um raio de energia dispara, atinge Miraculer em cheio... mas nada acontece. Nenhum arranhão. Nenhum recuo.
O Android se move para trás, processando.
— Agora sim... estamos equilibrados. — Miraculer, com um leve sorriso.
Ele puxa sua arma — um imenso martelo de guerra — o cabo reluzente, a cabeça forjada com símbolos antigos e energia pulsante.
Sem hesitar, ele parte para cima do Android.
O Android ergue o braço metálico para se proteger. O martelo de guerra desce com um impacto estrondoso.
CLANG!
Faíscas voam. O membro do Android cede, retorcendo-se sob a força bruta do golpe. O braço mecânico range e se dobra, inutilizado.
— Danos estruturais no membro superior... — A voz eletrônica chia.
Sem perder tempo, o Android recua e estende o outro braço. Símbolos se acendem. Magia condensada em forma de esferas negras é lançada contra Miraculer.
BOOM! CRASH!
As explosões cobrem o campo. Poeira e luz dançam no ar... mas quando a fumaça se dissipa, ele ainda está lá.
De pé.
Ileso.
Miraculer caminha lentamente, olhos fixos no inimigo.
— Isso não vai funcionar. — Ele diz, girando o martelo com uma só mão. — Com o poder do Touro, sou invulnerável a ataques mágicos.
O Android hesita. Seu olho ótico pisca em vermelho, recalculando.
— Ataques ineficazes. Protocolo de contenção física ativado.
Ele avança com velocidade surpreendente, punho metálico em punho.
Mas Miraculer não recua.
— Pode tentar. — Ele sussurra.
O martelo encontra o punho do Android em pleno ar. O impacto cria uma onda de choque que estilhaça janelas próximas. O Android é lançado para trás, arrastando-se pelo chão, faíscas saindo do braço restante.
Miraculer avança, resoluto.
— Você veio buscar Matheus... — ele levanta o martelo — ...mas vai voltar em pedaços.
O Android, mesmo danificado, se ergue com um salto potente, investindo com tudo contra Miraculer.
— Investida total! — sua voz robótica ecoa entre estática e chiados.
Mas Miraculer, olhos firmes e corpo já em posição de ataque, move-se antes que o inimigo se aproxime.
Com um giro ágil, o martelo azul-cintilante é impulsionado com força brutal, perfurando diretamente o tórax metálico do Android.
CRACK! — SCHLACK!
Um jato de óleo escuro espirra, pingando no chão como sangue artificial. O corpo do Android estremece, seus sistemas tentando manter o equilíbrio.
Miraculer encara os olhos eletrônicos do inimigo por um segundo silencioso.
— Missão... falha... — diz o Android, com voz trêmula.
Miraculer puxa o martelo de volta com força, fazendo o torso do robô pender para frente. Em um movimento firme e impiedoso, ele gira o martelo em arco e desfere o golpe final.
KRAAAANG!
A cabeça metálica voa, rolando pelo chão. O corpo do Android treme por um instante... e cai, inerte.
Mas, mesmo derrotado, um pequeno brilho vermelho surge em seu peito destruído. Um pulso digital se acende brevemente.
"Dados transmitidos."
Miraculer respira fundo, percebendo o que aconteceu.
— Eles sabem... — murmura. — Agora não vão parar...Fechar caminho...
Ele desativa a transformação com um comando silencioso. A luz azul some.
Stompp flutua ao seu lado, tenso.
— Acha que isso foi o pior? — o Kwami pergunta.
— Não... foi só o aviso. — Matheus responde, olhando para o céu noturno.
Matheus se aproxima do local onde Elinda repousa, inconsciente sobre a grama amassada.
— Ela ainda não acordou. — diz Stompp, surgindo com expressão preocupada.
Matheus se ajoelha ao lado dela, observando atentamente sua respiração leve.
— Acho que o efeito do ataque do Android era permanente... a menos que ele próprio o desativasse. — Comenta, pensativo.
Sua mão vai ao bolso. Ele retira os brincos do miraculous da Joaninha.
— Tikki, ligar pintas.
Uma luz suave o envolve. Em instantes, Miraculer está de volta, trajado e pronto.
Ao lado dela, o talismã — o diamante mágico — permanece no chão, reluzindo com energia acumulada. Ele o ergue, fixando os olhos nele com firmeza.
— Miraculous Ladybug! — declara, arremessando o diamante no ar.
Dele, uma explosão de joaninhas mágicas se espalha pelo ambiente, voando em redemoinhos de energia vital.
As pequenas criaturas mágicas dançam ao redor de Elinda, entrando em seu corpo adormecido. Aos poucos, seus dedos se movem, os olhos se contraem... até que finalmente, ela respira fundo e abre os olhos.
— Matheus...? — diz, ainda zonza.
— Desligar pintas. — Sussurra ele, desfazendo a transformação.
Num piscar de olhos, o traje desaparece. Tikki e Stompp somem, correndo rapidamente para dentro da mochila aberta ao lado dele.
Matheus a ajuda a se sentar, aliviado.
— Está tudo bem agora. — diz com um sorriso discreto.
Enquanto caminham pela calçada já escurecida, Matheus conta o que aconteceu depois que ela desmaiou.
— Depois que você caiu... o Android tentou me capturar à força. Mas o Miraculer apareceu. — diz ele, com um leve tom enigmático.
— Espera... eu perdi a parte em que o Miraculer destruiu um Android?! — Elinda reage, frustrada, mas aliviada. — Inacreditável...
— Foi intenso... mas está resolvido. Pelo menos, por agora. — Matheus comenta, sem esconder a tensão ainda nos ombros.
Eles viram a última esquina e a casa de Matheus aparece logo adiante, iluminada pela luz suave do poste mais próximo.
— Bem... é aqui. — Matheus diz, parando diante do portão. — Tem certeza de que vai ficar bem sozinha? Posso te acompanhar até sua casa.
Elinda sorri de leve, mexendo no próprio cabelo com um gesto automático.
— Vou ficar bem... além do mais, eles estão atrás de você, não de mim. — diz com um olhar firme. — Eu sei me virar... quando não sou impulsiva.
— Certo... mas qualquer coisa, me avisa. — Matheus fala, abrindo o portão. — E… obrigado por hoje. Mesmo com tudo isso.
— Ah... claro... sem problemas... amigos são pra isso. — Elinda diz, sorrindo com um leve rubor, antes de virar e seguir seu caminho.
Matheus entra em casa com um sorriso contido nos lábios. Fecha a porta com cuidado. Pela janela, os Kwamis observam discretamente Elinda se afastando pela calçada da janela do quarto.
— Ela gosta dele, não gosta? — Duusu pergunta, empoleirada no encosto do sofá.
— Os sentimentos dela... estão divididos. — Nooroo responde, sereno.
— Divididos? Como assim? — Daizzi inclina a cabeça, confuso.
— Entre Matheus... e o Miraculer. — Nooroo explica.
— Apaixonada pelo mesmo garoto. — Roaar comenta, balançando o rabo com leve sarcasmo.
— Mas ela ainda não sabe que são a mesma pessoa. — Tikki suspira.
— Sinceramente, ela já devia ter percebido. Está tão óbvio. — Plagg revira os olhos.
Nesse momento, Matheus surge no corredor, com uma toalha, desconfiado.
— Do que vocês estão falando?
Todos os Kwamis se viram ao mesmo tempo.
— Nada! — dizem em uníssono, sorrindo de forma suspeita.
Matheus ergue uma sobrancelha, mas não insiste. Apenas ri baixo.
— FIM —
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Universo-37 - A Fada e O Dragão | Harmonix & Sirenix
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Harmonix Na jornada rumo ao Sirenix Harmonix A magia brilha e nos faz sonhar Harmonix Temos que ser fortes, mais fortes do que nunca Estamos prontos O que vier, vamos enfrentar como um só Com a dádiva da natureza Harmonix A força do destino vai nos levar Harmonix O arco-íris dança ao nosso redor Harmonix Vamos além, mais fortes do que antes Nada nos para Unidos, venceremos com um só coração
================================================
Eu sinto o poder do Sirenix Pronto para o mundo do mar profundo Eu sinto a magia da Estrela de Água Uma fonte de força que vem do meu coração
Eu protegerei o oceano eu sou um... Com Oceano Infinito
Eu sinto a onda de Sirenix (sirenix) Mais forte, enquanto mergulho no mar azul Eu sinto a energia da Estrela de Água (sirenix) O poder do mar flui do meu coração
Agora o oceano infinito Flui através de mim como uma poção mística
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Universo-6
[Fanfic] O Despertar do Miraculous | 6 - Olhos que Espreitam

A escola está em festa, alunos correm pelos corredores com faixas, cartazes e até bandeiras improvisadas. Fotos de Miraculer e Solaris estão estampadas nos painéis digitais e murais. Professores parabenizam os dois heróis do torneio enquanto a diretora tenta, sem muito sucesso, conter a euforia.
No centro do pátio, o troféu reluz sob a luz do sol. Alunos tiram fotos, alguns tentam tocar, outros gritam o nome da dupla como se fossem celebridades, porém, entre a multidão, alguém observa em silêncio, com o capuz do uniforme parcialmente levantado e uma mochila justa ao corpo, a figura se move com calma. Seus olhos vasculham os arredores, analisando cada detalhe. É um aluno como qualquer outro... à primeira vista. Ninguém percebe sua presença prolongada, mas ele está ali — disfarçado, à espreita.
Enquanto isso, em uma ala mais afastada do ginásio, Matheus participa de um dos treinos regulares da escola. Armado com um bastão de treino, ele se move com velocidade e precisão, desferindo golpes contra os alvos móveis e se esquivando com habilidade.
O treinador, um homem experiente e rígido, cruza os braços enquanto observa.
— Impressionante... — murmura. — No começo do ano ele mal sabia segurar a base do bastão direito... agora, parece que treinou por anos.
Matheus para, respira fundo, limpa o suor da testa e se posiciona novamente. Há determinação em seus olhos, como se tivesse um objetivo maior, algo que o impulsiona além do normal.
O treinador se aproxima.
— Você está se superando, Matheus. O que mudou?
Matheus sorri de leve, meio sem jeito.
— Acho que... encontrei um motivo pra ficar mais forte.
O treinador o encara por um instante, então assente.
— Continue assim. Mas lembre-se: técnica sem propósito é apenas vaidade. Não perca isso de vista.
Matheus apenas acena, mas seu olhar rapidamente se volta para o pátio ao longe, onde o troféu brilha... e onde Miraculer e Solaris ainda recebem aplausos.
E mais adiante, nos corredores... a figura disfarçada continua observando, imóvel, como se aguardasse o momento certo para agir.
No ginásio parcialmente vazio, o som dos bastões de treino ecoava entre as paredes, até que o treinador precisou se ausentar por um momento. Foi então que, atravessando a parede como uma sombra veloz, Tuppu surgiu.
— Temos um problema! — gritou, com sua voz aguda e tensa, planando até Matheus.
Matheus, ainda segurando o bastão de treino, se virou com calma, apesar do susto.
— Calma, Tuppu, respira... — disse, abaixando a arma. — O que aconteceu?
Tuppu pousou em seu ombro, ofegante, os olhos arregalados.
— A Barkk sentiu um cheiro estranho... muito estranho. Há um intruso na escola. E ele... ele está atrás de você.
— Tem certeza? — Matheus franziu o cenho, olhando em volta. O ginásio parecia tranquilo. Alunos riam no pátio à distância.
— Sim! Nooroo e Duusu se aproximaram sem ele perceber. Ele estava falando com alguém por um relógio. As palavras exatas foram: “Vou encontrar o Miraculer.”
Matheus ficou em silêncio por um instante, os olhos sérios. Então olhou para a parede que separava o ginásio do pátio.
— Então ele está perto. está tentando descobrir quem eu sou... — murmurou.
Tuppu assentiu.
— Ele está se movendo pela escola, se escondendo entre os alunos. Mas não parece um aluno... Barkk disse que o cheiro dele não é comum. Não é só disfarce.
Matheus fechou os olhos por um segundo, respirando fundo. Quando abriu novamente, sua expressão era outra — focada, preparada.
— Hora de descobrir o que ele quer... e por quê.
Ele estendeu a mão em direção à mochila que repousava num banco, enquanto Tuppu mergulhava para dentro dela.
— Primeiro tenho que reunir os Kwamis, com eles a solto esse intruso pode percebê-los e capturá-los.
Como criador e guardião dos miraculous, Matheus convoca os Kwamis até ele, quem vem até ele.
Os Kwamis, reunidos em semicírculo à frente de Matheus, silenciaram após suas palavras. O ar ao redor parecia pesar com a tensão.
— Um intruso está na escola — repetiu Matheus, firme. — Barkk sentiu um cheiro estranho, Nooroo e Duusu o confirmaram. Ele está atrás do Miraculer. E se está atrás dele... é provável que esteja atrás de todos vocês também.
— Ele não pode nos encontrar! — exclamou Mullo, o pequeno kwami do rato, cerrando os punhos minúsculos, os olhos arregalados de medo.
— Calma, Mullo — murmurou Wayzz, sua voz serena como sempre, mas agora carregada de gravidade. — O guardião saberá o que fazer. Ele sempre sabe.
Matheus assentiu, os olhos passando por cada um dos Kwamis — de Kaalki flutuando ereta, a Pollen com suas asas trêmulas, até Ziggy, que olhava em silêncio, orelhas baixas.
— Por segurança, vou recolhê-los. Vocês precisarão voltar ao meu universo de bolso — disse, abrindo a palma da mão. — Junto com seus respectivos Miraculous.
— Entendido. — respondeu Sass com um leve movimento de cabeça. — Se essa ameaça é real, é melhor evitarmos qualquer risco.
Um por um, os Kwamis assentiram. Como num ensaio silencioso, começaram a se mover: Nooroo e Duusu flutuaram lado a lado, suas expressões sérias; Barkk, ainda com os pelos ouriçados, se posicionou ao lado de Kaalki; Trixx ergueu uma sobrancelha, mas não contestou.
Matheus estalou os dedos. Um selo mágico brilhou no chão, formando um círculo sob seus pés e se expandindo, envolvendo todos. Um portal multicolorido se abriu atrás dele — o acesso ao seu universo de bolso, um espaço mágico onde os Miraculous e seus Kwamis podiam se refugiar e permanecer ocultos do mundo exterior.
— Voltem, e fiquem atentos lá dentro — ordenou Matheus. — Eu encontrarei esse intruso. Ninguém toca em vocês... ou no Miraculer.
Os Kwamis começaram a atravessar o portal em ordem, quando todos já haviam entrado, Matheus fechou a mão. O portal se desfez com um lampejo suave de luz.
Agora sozinho no ginásio vazio, ele respirou fundo. Seus olhos brilharam com determinação.
— Tenho que avisar Elinda sobre isso.
Matheus leva a mão até uma das orelhas com um fone acoplado ao ouvido — um dispositivo que ele mesmo havia desenvolvido, projetado com segurança quântica, comunicação unidirecional criptografada, e um protocolo que ocultava totalmente a identidade de ambos os usuários. O canal era reservado apenas para situações críticas, e Elinda — era a única com quem ele o compartilhava.
Com um leve toque, o sistema é ativado. Um bipe discreto indica que a comunicação foi estabelecida.
— Solaris. — diz Matheus, sua voz distorcida por um modulador interno. — Há um intruso na escola. Confirmado por Barkk, Nooroo e Duusu. Ele está procurando a identidade do Miraculer.
Do outro lado, a voz de Elinda surge com clareza, ainda que ligeiramente ecoada pela distorção:
— O quê? Mas como ele entrou? Isso é sério?
— Muito. Ele usou um disfarce entre os alunos. Está armado com informações e pretende agir. Os Kwamis já estão em segurança no universo de bolso. A prioridade agora é evitar que ele descubra — e evitar pânico.
— Entendido... — responde Solaris, respirando fundo. — Quer que eu fale com ele?
— Não. Apenas fique atenta. Mantenha os olhos abertos. Qualquer movimento suspeito, informe por aqui. E por favor, sem impulsividade.
— Você fala isso como se eu fosse agir sem pensar...
— Porque você age sem pensar.
Silêncio por um segundo.
— ...tá justo. Mas não se preocupe. Vou cuidar disso.
— Confio em você. Encerrando canal.
Matheus desligou o dispositivo com um gesto sutil. A voz dela ainda ecoava em sua mente, firme, mas nervosa. Ele sabia que Elinda era impulsiva, mas também sabia que, quando necessário, ela era capaz de se controlar — principalmente quando se tratava de proteger alguém.
No corredor central da escola, Elinda caminha com passos firmes, os olhos atentos escaneando cada rosto que cruza. Em sua mente, ecoam as palavras do Guardião: “Há um intruso na escola. Ele está atrás do Miraculer.”
Ela dobra uma esquina apressada, distraída por seus próprios pensamentos — e esbarra com força em alguém.
— Ah! — exclama, cambaleando para trás e caindo sentada.
— Você está bem? — pergunta uma voz conhecida.
Ela ergue os olhos e congela por um instante.
— M-Matheus... — responde, surpresa. — Sim, só... me distraí.
Matheus oferece a mão com um sorriso calmo. Ela aceita e se levanta.
— Tá tudo bem, Elinda — diz ele, ajeitando a mochila no ombro. — Mas você parece estar procurando alguém.
— Hã? Não... só tô meio tonta, só isso... — disfarça ela, desviando o olhar.
— Quer que te leve pra enfermaria?
— Não, obrigada. Já tô melhor.
Matheus a observa em silêncio por um segundo. Seu olhar revela mais do que diz. ��Ela acha que posso ser o invasor...”, pensa ele. “E não sabe esconder nem um pouco...”
Enquanto isso, não muito longe dali, um par de olhos atentos observa a cena de longe, escondido entre os alunos que circulam pelo corredor.
O homem ajusta levemente o capuz do uniforme escolar falso e leva o pulso à boca, falando para o relógio disfarçado:
— Nenhum sinal do Miraculer..., mas encontrei a parceira dele. Solaris.
A voz metálica e fria responde no fone embutido:
— Não a perca de vista. Ela deve nos levar até ele.
O intruso recua para a sombra de um armário, os olhos fixos em Elinda e Matheus.
No corredor iluminado pelo fim da manhã, Matheus e Elinda trocam um breve olhar.
— Bom... vou nessa — diz ele, com um leve aceno.
— Tá certo... até mais, Matheus.
Eles se afastam em direções opostas. Elinda segue rumo à ala leste da escola, tentando parecer natural, mas seus sentidos estão atentos. Enquanto isso, Matheus, ao dobrar o corredor, lança um último olhar por cima do ombro… e percebe.
Entre os estudantes, uma figura caminha no mesmo ritmo que Elinda, mantendo distância, mas atento demais. Os olhos fixos nela. O disfarce não engana Matheus.
— Te peguei, pensa ele.
Sem hesitar, Matheus muda sua rota. Discretamente, entra na multidão de alunos e passa a seguir o homem. Sua respiração se mantém controlada, os passos leves. Ele sabe que não pode perdê-lo… nem deixar que perceba estar sendo seguido.
No canto sombrio de um armário de material esportivo, Matheus observa o invasor com atenção, calculando o momento certo.
— No meu tamanho natural, não posso me aproximar sem alertá-lo… — murmura consigo mesmo. — Mas se eu ficar pequeno...
Um mini portal surge em sua mão, saindo o Miraculous do rato dele.
— Mullo, hora de roer.
Uma luz rosada suave o envolve, e o traje se forma em torno de seu corpo: uma vestimenta ágil, de tons acinzentados e rosados, com detalhes que lembram bigodes e orelhas de rato. O Miraculous do Rato está ativado.
— Multiplicar.
Num piscar de olhos, Matheus se divide em várias versões diminutas de si mesmo, do tamanho de ratinhos. Eles deslizam silenciosamente entre mochilas, mesas e rodapés, passando despercebidos por estudantes e professores.
As miniaturas de Matheus se espalham, algumas observando de longe, outras avançando mais. Uma delas se aproxima sorrateiramente do invasor, subindo por sua mochila até o ombro. Lá, ela se acomoda sob a gola da jaqueta, praticamente invisível.
De onde está, Matheus pode ouvir cada palavra. Analisar cada gesto. E principalmente… ver o rosto do invasor.
Enquanto suas pequenas cópias seguem o invasor em silêncio, uma delas se posiciona em um ponto estratégico — o suficiente para enxergar seu rosto com clareza. Matheus, em sua consciência dividida, processa a imagem em tempo real. Seus olhos se arregalam.
— Eu conheço esse rosto… — pensa, chocado. — Ele é do antigo programa de aprimoramento de talentos especiais… o Projeto Atena.
Ele se lembra: era um dos garotos treinados não só para se tornarem guerreiros, mas espiões e caçadores. Os que desapareceram depois que o projeto foi "desativado".
Na lateral de um corredor vazio, Matheus, ainda disfarçado como estudante comum, observa à distância. O invasor, Dante, se esconde rapidamente ao ver que Elinda quase o flagra.
— Nenhum sinal do Miraculer. — Murmura Dante, falando com o relógio em seu pulso.
Do outro lado da linha, uma voz fria e calculista responde:
— Essa aproximação não está funcionando. Volte a se disfarçar entre os alunos. Observe de longe. Miraculer vai aparecer, ele sempre aparece por ela.
— Entendido. — Responde Dante, frustrado.
Em um ponto mais reservado da escola, os clones rosados reaparecem e se reagrupam, unindo-se em uma única figura: Matheus, já parcialmente transformado, escondido entre os arbustos da área externa.
— Unir. — diz ele calmamente, sentindo as cópias se fundirem.
Ele fecha os olhos por um instante, respirando fundo.
— Descansar.
Desativa a transformação. A energia rosada do Miraculous se dissipa. Ele agradece Mullo com um leve sorriso, alimenta o Kwami com um petisco de energia e guarda o Miraculous com cuidado.
— Obrigado, Mullo. — diz Matheus em voz baixa. — Agora vamos manter os olhos abertos. Eles sabem que estou aqui... e querem o que temos.
Na sala de treinamento da escola, os alunos se revezavam em um exercício de avaliação, onde deviam demonstrar tanto agilidade quanto raciocínio rápido em combates simulados. O ambiente era tenso, mas silencioso, todos atentos às instruções do professor.
— Elinda — chama o professor, com a prancheta em mãos. — Sua vez.
Ela se posiciona no centro da área delimitada. Ao sinal, o teste começa: alvos móveis surgem, obstáculos se ativam, e Elinda se move com impressionante agilidade. Ela desvia, salta, se esquiva com leveza e rapidez. Mas, em algumas situações estratégicas, ela hesita. Ao tentar planejar movimentos mais complexos, perde tempo valioso.
Ao final, o professor anota algo e comenta, com tom construtivo:
— Em agilidade, é formidável. Sua velocidade é excelente. Mas precisa treinar seu raciocínio tático em meio ao combate. Isso pode ser decisivo em situações reais.
Elinda assente, ofegante, e se afasta do centro.
— Matheus — chama o professor em seguida.
Matheus caminha com calma e se posiciona. O teste reinicia. Assim que os alvos surgem, ele se move com precisão: menos rápido que Elinda, mas cada ação é calculada. Ele antecipa os movimentos do ambiente, identifica os padrões, e utiliza até os próprios obstáculos como vantagem. Seus ataques são pontuais, eficientes, e suas defesas sempre pensadas com antecedência.
Quando o tempo encerra, o professor faz uma breve pausa antes de comentar:
— Excelente controle e raciocínio em combate. Não se trata apenas de reflexos, mas de enxergar além do óbvio. Muito bem, Matheus.
No fundo da sala, Dante observava Matheus com atenção redobrada. Seu olhar se estreitava a cada movimento do garoto. Ao fim do teste, ele murmurou consigo mesmo, com um misto de surpresa e inquietação:
— Esse jeito dele... — Pensou, franzindo o cenho. — É igual a... não... não pode ser... ele era um dos alunos do Projeto Atena?
Sem perder tempo, Dante se afastou discretamente, saindo da sala pelos fundos. Caminhou por um corredor mais vazio e tocou discretamente em seu relógio de pulso, ativando o canal de comunicação reservado.
— Agente Delta, entrando em contato... Unidade Alfa, responda — disse, em tom urgente.
Segundos depois, uma voz distorcida soou pelo pequeno alto-falante:
— Unidade Alfa. Algum problema, Delta?
— Possível identificação de um integrante do Projeto Atena — relatou Dante, firme. — Um programa que foi fechado oficialmente pela escola, mas...
— Eu sei do que se trata — interrompeu a voz, fria e autoritária. — Isso não é possível. Todos os envolvidos nesse projeto deveriam estar sob nosso controle.
Dante hesitou um segundo, então reforçou:
— Esse garoto não está. Ele pode ser uma ameaça, ou uma peça-chave que não conhecíamos.
Houve uma pausa.
— Mudança de prioridade. — A voz de Alfa retornou, decidida. — Fique de olho nesse possível integrante. Nada de contato direto. Apenas observe. E relate tudo.
— Entendido. Desligando.
A conexão se encerrou com um leve ruído. Dante fechou o relógio com um leve estalo e, com o semblante carregado de tensão, voltou a circular entre os alunos, agora com um novo foco. Seu olhar estava fixo em Matheus — não mais como um simples estudante, mas como uma incógnita perigosa.
Dante continuava seguindo Matheus pelos corredores, mantendo uma distância segura, mas visivelmente atento a cada passo dele. Matheus, por sua vez, percebeu de relance a sombra constante atrás de si. Seu olhar se estreitou, os pensamentos acelerados.
— Ele está me seguindo agora... — pensou Matheus, mantendo o ritmo calmo. — Será que suspeita que eu sou o Miraculer? Não... não dei motivo pra isso. Tenho sido cuidadoso.
Ele se virou discretamente em um corredor, dobrando por uma rota menos movimentada. Dante o seguiu, sem hesitar.
— Então por que me seguir? — Matheus refletia, mantendo os olhos atentos ao reflexo das janelas. — No teste... ele viu meu desempenho. Surpreso. Assustado, até. E depois saiu às pressas...
O pensamento seguinte o atingiu com força:
— Ele me reconheceu do Projeto Atena. Saiu pra relatar. Mas... por que agora? Quem ele é de verdade? E o que quer de mim?
Matheus apertou os passos discretamente, a mente já formulando um plano. Se Dante estava investigando, era hora de virar o jogo — descobrir quem realmente era o caçador... e o que ele sabia.
Na sala do Conselho, as doze figuras mascaradas estavam sentadas em formação semicircular. As luzes eram suaves, mas concentradas no centro da mesa. O Cetro tomou a palavra.
— Muito bem... — sua voz era firme. — Máquina, apresente o relatório.
A Máquina se levantou, ativando um holograma no centro da sala. A imagem tremeluzente mostrou documentos, arquivos e, em seguida, um vídeo do teste de combate com Matheus.
— Como todos sabem, o Projeto Atena foi um programa experimental do colégio Diverse, criado há sete anos com o propósito de aprimorar talentos excepcionais. — Iniciou A Máquina.
— Sim, foi aprovado por nós. — comentou A Caneta, cruzando os braços. — Foi útil, mas encerramos no ano passado. Por que trazer isso à tona agora?
— Durante a missão de nosso agente Delta, designado para identificar o Miraculer, surgiu uma informação relevante. — Continuou A Máquina, ajustando o holograma para exibir a ficha de um aluno. — Matheus da Silva Duarte. Estudante atual do colégio Diverse. Ex-integrante do Projeto Atena.
— Pode confirmar isso? — perguntou O Trigo, com tom desconfiado.
— Sim. Registros oficiais mostram que ele foi matriculado no projeto por seu pai, Alex Duarte. — respondeu A Máquina.
Ao lado direito da mesa, O Átomo se remexeu discretamente em sua cadeira.
— Como ele passou despercebido por tanto tempo? — questionou A Muralha, visivelmente irritada.
— Aparentemente... — disse A Máquina, analisando os dados. — Na época, ele foi considerado sem potencial significativo para seguir no programa. Um erro de avaliação.
— Um erro gritante! — exclamou A Espada. — Ele demonstrou uma combinação rara de agilidade e raciocínio.
— Ou talvez não tenha sido um erro. — disse calmamente O Olho.
Todos se viraram para ele.
— Explique. — Ordenou O Cetro.
— É possível que ele realmente fosse inferior aos outros participantes na época. — respondeu O Olho. — Mas após o encerramento do projeto, pode ter continuado a se aprimorar por conta própria. Sabemos que seu pai era um soldado altamente treinado, dispensado após um ferimento. Foi ele quem o inscreveu. Treinamento caseiro. Sem registros oficiais.
— Isso explicaria como ele passou despercebido até agora. — Concluiu A Máquina.
O silêncio caiu sobre a sala. A luz do holograma projetava a imagem de Matheus em posição de combate. Seu rosto calmo. Seus olhos atentos.
— Então temos outro jogador inesperado no tabuleiro... — murmurou O Cetro.
Na sala do Conselho, a tensão cresceu subitamente. O Cetro fixou os olhos sobre O Átomo, percebendo a inquietude em sua postura contida.
— Caneta. — disse com firmeza.
— Sim, Cetro? — respondeu A Caneta, pronta.
— Nome completo dos pais do garoto.
A Caneta consultou o painel à sua frente e respondeu em tom neutro:
— Lange da Silva Duarte e Alex Pedroso Duarte.
O Cetro virou-se lentamente para O Átomo, com um olhar inquisitivo.
— Átomo… — sua voz soou como uma lâmina. — Alex Pedroso Duarte não é o seu filho?
Por um breve momento, o silêncio tomou conta da sala.
O Átomo recostou-se levemente na cadeira, sua máscara imóvel, mas sua voz carregava algo entre nostalgia e desconforto:
— Sim… — admitiu. — É meu filho. Não o vejo há anos.
Um murmúrio sutil percorreu o semicírculo.
— Então… — disse A Roda, juntando as peças. — O garoto é... seu neto?
O Átomo assentiu devagar, A Máscara inclinou levemente a cabeça.
— Isso muda tudo. Um neto de um membro do Conselho com ligação ao Projeto Atena...
— Agora entendemos por que ele escapou do nosso radar. — Acrescentou O Olho. — Seus laços com este Conselho podem ter atuado como blindagem... mesmo que sem intenção.
— Ou... — ponderou O Cetro, se levantando. — Talvez o destino esteja cobrando um velho acerto de contas.
Todos ficaram em silêncio novamente, diante da revelação inesperada.
— A partir de agora — declarou O Cetro. — Matheus da Silva Duarte será classificado como “observação de prioridade máxima”. E Átomo... queremos sua total transparência.
O Átomo não respondeu de imediato. Apenas assentiu, com uma lentidão carregada de sombras do passado.
O Átomo se manteve firme, mas havia um peso contido em sua voz, como se cada palavra lhe custasse mais do que deveria.
— Como disse, não tenho contato com meu filho há anos. — Declarou. — Nem sequer sabia que ele havia se casado... e muito menos que tinha um neto. E nego, com todas as minhas forças, que meus status neste Conselho tenham influenciado em qualquer decisão ou ocultamento.
O silêncio na sala era absoluto. Todos os membros o encaravam, tentando ler além da máscara, além das palavras. A Caneta foi a primeira a quebrar o silêncio.
— Os registros mostram que Matheus passou despercebido porque sua avaliação inicial foi mediana. Nada nele indicava potencial elevado... na época.
— Isso é possível. — disse A Máquina, reforçando. — Se houve uma falha, foi nos protocolos de triagem, não por influência política.
A Espada cruzou os braços.
— Mesmo assim... um descendente direto de um dos nossos, emergindo agora com talento? É coincidência demais.
— Ou destino. — Murmurou A Máscara, enigmática.
O Cetro observou o Átomo por mais um instante, como se ponderasse as ramificações de tudo aquilo.
— Seja como for... — disse enfim. — Matheus continua sob observação. Mas por ora, nenhuma ação direta será tomada. Átomo, esperamos que se mantenha imparcial.
— Já estou comprometido com este Conselho. — respondeu o Átomo com gravidade. — E não deixarei laços de sangue interferirem na segurança do mundo.
— Esperemos que continue assim. — concluiu O Cetro.
E o Conselho, silencioso e dividido entre suspeitas e segredos.
— FIM —
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Universo-6
[Fanfic] O Despertar do Miraculous | 7 - Rastros Ocultos

Naquele dia, Matheus seguiu com suas atividades escolares como de costume, apesar de sentir constantemente o olhar de alguém o acompanhando. Ele sabia — o invasor ainda o vigiava.
Ao retornar para casa, não comentou nada durante o jantar. Observava, em silêncio, cada ruído, cada sombra do lado de fora. Quando subiu para o quarto, manteve-se calmo até ouvir o som suave das paredes sussurrando.
Os Kwamis atravessaram discretamente a parede, reunindo-se à sua volta com expressões sérias.
— Vasculhamos toda a casa, Matheus — disse Tikki, firme. — Nenhuma escuta, nenhuma câmera.
— Mas ele ainda está lá fora — resmungou Plagg, com os braços cruzados. — De olho.
Matheus foi até a janela, olhou por entre as frestas da cortina, então a fechou com calma.
— Ele está vigiando cada movimento meu — disse em voz baixa. — E agora que sabe onde moro… não vai parar tão cedo.
— O que vai fazer agora? — perguntou Fluff, pousando em seu ombro.
— Primeiro preciso descobrir mais sobre quem está por trás disso — respondeu Matheus, sem tirar os olhos da janela. — Ele mudou o foco do Miraculer para mim. Isso é pessoal.
— Deve ter relação com o Projeto Atena — arriscou Roaar, com a voz grave e séria.
— É o mais provável. Meu pai insistiu muito para que eu participasse. — Matheus andava de um lado para o outro. — Ele já tinha me inscrito, mas quando fui reprovado, pareceu... aliviado. Algo ali não bate. Mas antes de tudo, preciso entender aquele relógio que ele usa. É diferente.
Ele estendeu a mão e invocou um dos miraculous sobre a mesa.
— Nooroo… — chamou com firmeza. — Asas cresçam.
O pequeno Kwami foi envolvido pela luz mágica e puxado para dentro do broche. Uma aura roxa tomou conta de Matheus, o traje se formou, envolvendo Matheus com sua aura mística, e, em poucos segundos, uma nova Kamiko surgiu em sua mão — reluzente, energética.
— Asas caiam.
Com um estalo suave de luz, o traje se desfez, e a energia da Kamiko foi redirecionada. Ela se fundiu ao seu celular, cobrindo-o com uma névoa roxa que se infiltrou pelos circuitos e tela, fundindo o dispositivo ao poder da informação absoluta.
Agora com acesso direto e mágico aos dados da internet, Matheus começou a busca.
— Vamos descobrir… que relógio era aquele.
Com a Kamiko ativada em seu celular, os olhos de Matheus refletiam símbolos e códigos em roxo conforme ele vasculhava a rede. Imagens de relógios, arquivos escondidos e registros confidenciais passavam pela tela em segundos. Ele digitava com rapidez, sua mente focada em cada detalhe que se lembrava.
— Achei — murmurou.
Com um gesto, ele transferiu os dados do celular para o notebook. A Kamiko deixou o aparelho, voltado a ser uma borboleta branca. Matheus analisava o que havia encontrado, franzindo o cenho.
— Modelo único... altamente customizável... — murmurava enquanto lia. — Aqui está... foi confiscado pelo exército há três anos.
Duusu, que pairava próxima, inclinou a cabeça, surpresa.
— Por que o exército confiscaria uma marca de relógio? — perguntou, sua voz suave carregando desconfiança.
— Espionagem — respondeu Matheus, ainda olhando fixamente para a tela. — Se o dispositivo foi usado para comunicações sigilosas ou vigilância... o exército não correria o risco de deixá-lo cair em mãos erradas. Eliminando o acesso público, impediram qualquer interceptação.
Ele se recostou na cadeira, os olhos ainda atentos.
— E se esse é o mesmo modelo que Dante está usando... então ele está trabalhando para o governo... ou para alguém que tem acesso a arquivos que deveriam estar selados.
Matheus segura o Miraculous do Coelho entre os dedos.
— Agora que tenho as informações que preciso... hora de olhar mais de perto. — Ele ergue o olhar. — Fluff, sentido horário!
O pequeno kwami gira no ar antes de ser absorvido pelo Miraculous. Uma luz azul clara e cintilante envolve Matheus, dando lugar a um traje elegante e ágil, com orelhas de coelho estilizadas e detalhes prateados.
— Toca de Coelho. — diz ele, estendendo a mão à frente.
Diante dele, um portal branco e circular se abre, girando suavemente como uma espiral de luz. Miraculer dá um passo à frente, entrando.
Do outro lado, ele surge na Dimensão da Toca — um espaço vasto e esférico, onde janelas flutuantes circulares pairam ao redor, cada uma mostrando momentos do tempo: passado, presente e futuro.
Ele respira fundo, observando atentamente cada janela.
— Vamos ver, Dante... o que você está escondendo? — diz Miraculer, com os olhos fixos na linha do tempo, pronto para encontrar a resposta.
Dentro da Toca, flutuando entre os fragmentos do tempo, Miraculer ajusta sua atenção. As janelas da linha do tempo de Dante passam diante de seus olhos. Ele para em uma: nela, Dante recebe uma carta lacrada. Assim que termina de lê-la, a queima.
— Hm... primeiro contato por carta. — Murmura Miraculer. — E logo destruída.
Ele avança mais nas janelas. As seguintes mostram Dante recebendo instruções, mas agora apenas por meio do relógio.
— Evitaram ao máximo o contato direto... nem mesmo o próprio Dante conhece seu superior. — Conclui Miraculer, pensativo.
Ele recua, refletindo por um momento. Então, muda o foco.
— Se não posso rastrear a origem pelo Dante... — ele estende a mão, abrindo uma nova janela flutuante — ...vou rastrear pelo próprio relógio.
As janelas mudam. Agora mostram a linha do tempo do dispositivo: da sua fabricação até momentos desconhecidos. Ele se prepara para mergulhar ainda mais fundo. Miraculer percorre as janelas flutuantes do tempo, ajustando o foco para a linha do tempo do relógio. Ele observa atentamente os registros até encontrar um ponto específico.
— Aqui... — murmura. — O momento em que o modelo foi confiscado pelo exército.
As imagens mostram caixas sendo lacradas, documentos selados e soldados transportando os aparelhos. Mas logo as janelas começam a se embaralhar.
— Não vai além disso... — diz, frustrado. — Não vou olhar um por um.
Ele volta um pouco no tempo, ajustando sua busca para os arredores do evento. Uma janela se abre mostrando uma movimentação em uma base militar. Um homem se destaca entre os outros, dando ordens.
Miraculer amplia a imagem, focando no nome bordado na farda.
— General Wade Eiling... — lê em voz baixa. — Parece ser o comandante da base. Se alguém tem acesso... é ele.
Ele observa a figura do general por mais alguns segundos antes de fechar a janela.
— Um novo alvo para investigar. — Declara, com firmeza, antes de abrir um novo portal e deixar a Toca do Coelho para trás.
Enquanto a linha do tempo do General Eiling se desenrola diante das janelas da Toca do Coelho, algo no fundo de uma das imagens chama a atenção de Miraculer. Ele pausa. Dá zoom. Seus olhos se arregalam.
— Pai?... — sussurra, pasmo. — Ele era... um soldado?
Com um gesto, ele muda o foco para a linha do tempo de seu pai. As janelas revelam fragmentos do passado: fardas, bases militares, reuniões sigilosas. Mas o que mais o impressiona é ver seu pai em ação — não em combate, mas com as mãos estendidas, manipulando algo no ar.
— Nanites... — diz Miraculer, ao ver milhares de microestruturas metálicas flutuando ao redor do homem.
As imagens mostram seu pai construindo máquinas com precisão cirúrgica, moldando armamentos diretamente do ar com o poder da Manipulação de Nanites. Dispositivos de combate. Armaduras. Armas com tecnologia avançada.
— Ele... usava os poderes dele para o exército... — murmura Miraculer, recuando um passo, ainda processando a revelação.
Com a respiração mais pesada, ele fecha as janelas uma a uma, ficando em silêncio, absorvendo a verdade recém-descoberta.
Miraculer continua observando as janelas da Toca do Coelho, agora focado na linha do tempo de seu pai. Uma nova imagem chama sua atenção: uma base militar. Alarmes soando. Chamas.
Ele assiste, perplexo, a um acidente. Uma máquina, instável, criada com nanites, entra em colapso. Há uma explosão. Seu pai é arremessado contra a parede. Soldados correm para ajudá-lo. A cena desacelera, destacando o olhar atordoado de dor e confusão em seu rosto.
— Isso... — murmura Miraculer. — Foi isso que aconteceu...
Avançando um pouco, ele vê os relatórios: perda total de uma perna e perda parcial de controle sobre os nanites. Diagnóstico médico: trauma neurológico. Incapacidade de manter as habilidades de forma estável. E então, a decisão: dispensa do exército.
Miraculer abaixa os olhos, pensativo.
— Ele nunca me contou nada disso... — diz, com a voz baixa. — Sempre parecia tão tranquilo... como se nunca tivesse lutado.
As janelas vão se apagando devagar, refletindo a tristeza em seu olhar. A verdade, silenciosa e pesada, fica ali com ele. Miraculer avança um pouco mais na linha do tempo e encontra uma nova janela. Ele observa. A imagem se forma: seus pais estão sentados na sala de casa, conversando em voz baixa.
— Falou com sua chefe sobre os acessórios? — pergunta Alex, o pai de Matheus, ajeitando algo sobre a mesa.
— Sim, ela avaliou o item — responde Lange, com uma expressão cautelosa. — Ficou surpresa com o nível de magia que ele emana... por sorte, só percebeu isso. Não viu o que ele realmente pode fazer.
— Não contou de onde veio, certo?
— Claro que não. Ela acreditou na história do baú antigo. — Lange suspira. — Não acho que ela acreditaria que um adolescente, que despertou seus poderes há menos de um ano, seria capaz de criar um artefato como esse.
Alex solta um leve riso de incredulidade, balançando a cabeça.
— Impressionante... ele se dedicou muito. Talvez por causa do pai que perdeu. Seu pai...
— Ele o amava — diz Lange, com os olhos marejados. — Pode ser isso. Mas... fico pensando: nosso filho já está num nível tão alto... e se alguém descobrisse? O que fariam com ele? Não quero que ele passe pelo que você passou...
Alex a encara, firme.
— Ele não vai. — Ele segura as mãos dela. — Aquele acidente... foi o suficiente pra eu entender. Eles só se importam com o que podemos oferecer. E quando não podemos mais...
Ele não termina a frase. Apenas a abraça. A câmera revela então, discretamente, uma perna metálica por baixo da calça: a prótese que carrega como lembrança do que perdeu.
Miraculer observa tudo em silêncio. O reflexo da janela o mostra pensativo, os olhos úmidos, o coração pesado com a verdade que acabara de descobrir.
Dentro da dimensão da toca do coelho, Miraculer assiste em silêncio, os olhos fixos na imagem flutuante diante dele. Ele aperta os punhos.
— São os mesmos... — pensa, com a voz carregada de indignação. — Os mesmos que dispensaram meu pai quando ele não era mais útil... agora estão atrás de mim. Como Matheus... e como Miraculer.
Seu olhar se endurece. Ele gira a manivela do tempo e a imagem muda. A linha volta ao general Wade Eiling.
— Não vão sair ilesos disso. — diz, determinado.
Avançando na linha, encontra o momento exato. O general caminha por um corredor escuro de uma instalação militar. Ele para diante de uma porta reforçada. Ao abri-la, uma figura o aguarda na penumbra.
O homem veste um longo sobretudo escuro e uma máscara ornamentada com o símbolo de um cetro dourado em destaque no centro da testa. Seu rosto está completamente oculto.
— General Eiling — diz a figura com uma voz firme e distorcida. — O projeto está em andamento?
— Sim, Cetro. — Responde o general, batendo continência. — O agente Delta está em campo. Houve um desvio de objetivo: o garoto... ele é um ex-integrante do Projeto Atena. E parece que evoluiu consideravelmente.
A figura do Cetro cruza os braços.
— Continue observando. Ainda não é hora de agir. Quando o momento chegar... vamos trazê-lo para nós. Quer ele queira, ou não.
A imagem congela. Miraculer respira fundo.
— Então é esse o nome dele... Cetro. — Murmura. — Agora eu sei quem realmente está puxando os fios.
Na dimensão da toca do coelho, Miraculer observava as imagens projetadas diante dele, atento a cada detalhe.
O Cetro desligou a transmissão com um gesto leve.
— Já sabemos. Ele está fora do nosso alcance, não segue nossos protocolos e tem artefatos capazes de desequilibrar tudo.
— Qual o próximo passo? — perguntou o Fogo, impaciente.
— Observação — disse o Olho. — Ainda não interferiremos, mas vamos nos aproximar dele.
Todos assentiram, enquanto as luzes da sala se apagavam, uma a uma. O Conselho estava em movimento.
Miraculer avançou na linha do tempo e viu outra cena:
Na sala do Conselho, doze figuras mascaradas estavam em formação semicircular, as luzes focadas no centro da mesa.
A Caneta consultou o painel.
— Lange da Silva Duarte e Alex Pedroso Duarte.
O Cetro olhou para o Átomo, inquisitivo.
— Átomo... Alex Pedroso Duarte não é seu filho?
Silêncio.
— Sim — respondeu o Átomo, com nostalgia — é meu filho. Não o vejo há anos.
Um murmúrio percorreu a sala.
— Então... — disse a Roda — o garoto é seu neto?
O Átomo assentiu devagar.
— Isso muda tudo. Um neto de um membro do Conselho ligado ao Projeto Atena.
— Por isso ele escapou do radar — acrescentou o Olho.
— Ou o destino cobrando um velho acerto — ponderou o Cetro.
O silêncio voltou.
— A partir de agora — decretou o Cetro — Matheus da Silva Duarte é “observação prioridade máxima”. Átomo, esperamos sua total transparência.
O Átomo não respondeu de imediato, só assentiu lentamente, carregado de sombras.
— Não tenho contato com meu filho há anos — disse com peso — nem sabia do casamento dele, muito menos do neto. Nego que minha posição influenciou qualquer decisão.
Silêncio absoluto. Todos o encaravam, buscando algo além da máscara.
A Caneta quebrou o silêncio.
— Os registros mostram que Matheus foi avaliado como mediano. Nada indicava alto potencial na época.
— Se houve falha — reforçou a Máquina — foi nos protocolos, não por influência política.
A Espada cruzou os braços.
— Mesmo assim... um descendente direto de um de nós surgindo agora? Coincidência demais.
— Ou destino — murmurou a Máscara.
O Cetro observou o Átomo.
— Seja como for... Matheus segue sob observação. Por ora, sem ação direta. Átomo, mantenha-se imparcial.
— Estou comprometido com o Conselho — respondeu o Átomo — não deixarei laços de sangue atrapalharem a segurança.
— Esperamos isso — concluiu o Cetro.
Miraculer deu um passo para trás, afastando-se da Toca do Coelho.
— Sentido anti-horário... — murmurou, enquanto uma luz azul clara o envolvia, desfazendo o traje com suavidade.
Matheus permaneceu imóvel por alguns segundos, o coração acelerado, a mente girando em mil pensamentos. As revelações sobre seu pai, o exército, e agora a presença inesperada de seu avô paterno no Conselho… tudo se entrelaçava em uma teia muito maior do que imaginava.
Ele fechou os olhos por um instante, tentando digerir a verdade que pesava sobre seus ombros.
— Eles estão todos ligados a isso — disse, em voz baixa, como se confessasse a si mesmo. — E eu estou no meio dessa guerra que nunca escolhi.
Matheus respirou fundo, sentindo o peso da responsabilidade crescer.
— Agora, mais do que nunca… preciso estar preparado para o que vem pela frente.
Matheus caminha até a janela do quarto, ainda fechada. Com um gesto calmo, abre as cortinas e empurra a vidraça. O ar da noite invade o cômodo enquanto ele observa o horizonte com o semblante carregado de pensamentos.
Do outro lado, em uma posição privilegiada, Dante acompanha tudo através da luneta de observação. Seus olhos se estreitam ao notar o movimento do garoto.
— Pra onde ele tá olhando...? — pensa, franzindo o cenho.
Subitamente, o olhar de Matheus se desvia e se fixa diretamente nele. O contato é direto, frio, como se perfurasse a distância.
Dante congela.
— Ele me viu! Não... ele sabia... — a mente de Dante dispara. — Aquela parada repentina no corredor... a virada brusca... ele sentiu minha presença...
Num segundo, Dante se vira e dispara em corrida.
— Unidade Alfa, aqui é o agente Dante! Fui descoberto! — diz, ativando o comunicador no pulso enquanto corre entre becos estreitos e escadas de serviço.
A resposta vem rápida, seca.
— Agente Dante... como deixou isso acontecer?
— Eu não deixei — responde ofegante. — Ele percebeu sozinho... é mais habilidoso do que estimamos.
— Esse garoto... não é normal — pondera uma voz na Unidade Alfa, do outro lado da linha. — Detectar um agente de campo em menos de um dia?
Dante salta uma cerca, aterrissa mal, mas continua correndo.
— Quais são as ordens?
— Desapareça por enquanto. Um novo agente será enviado para assumir a missão.
— Confirmado. — E Dante desliga, desaparecendo entre os telhados da cidade.
Dentro do quarto, Miraculer permanece imóvel, o olhar fixo no horizonte. Com o Miraculous do Galo ativo, seus olhos brilham em tons dourados enquanto o poder da sublimação flui por seu corpo.
— Visão de longo alcance... — sussurra.
A habilidade se manifesta imediatamente. Seus olhos atravessam ruas, quarteirões, estruturas. E então, o vê — Dante — saltando entre os telhados, em fuga, cada movimento ágil e desesperado. Em segundos, desaparece no labirinto urbano.
Miraculer desfaz a transformação.
— Pôr do sol. — Murmura, e uma luz azul clara envolve seu corpo, dissolvendo o traje em partículas cintilantes.
Orikko surge, flutuando suavemente, repousando na palma da mão de Matheus. Ofegante, o kwami se alimenta, recuperando energia.
— Acha que acabou? — pergunta, ainda comendo.
Matheus observa o céu tingido de dourado, os olhos firmes, a mente já traçando o próximo passo.
— Não... provavelmente vão mandar outro. Alguém mais experiente, talvez mais perigoso... — diz, fechando a mão lentamente. — Mas vou estar pronto.
— FIM —
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Universo-37 - A Fada e O Dragão | Amorix - A Magia do Amor
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O poder de Amorix Vai te envolver O poder de Amorix Te faz renascer
Pois o amor sempre vence, Transforma a escuridão em luz, E a paixão que arde sem fim É o que nos conduz.
O poder de Amorix Vai te completar Unindo coração e alma, Vem pra restaurar
Deixe o amor que vive em você Se espalhar, iluminar, Como a chama que renasce No abraço da verdade, sem hesitar.
Quando um dragão e uma fada Se entregam com o coração, O fogo se une à água, Despertando uma nova transformação.
Assim, em cada suspiro, Em cada olhar que se faz sincero, Surge Amorix, o poder da união Que torna o impossível, verdadeiro.
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Universo-37 - A Fada e O Dragão | Believix Cover
V1
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Believix Só precisa acreditar A magia vai te encontrar Você tem o poder E tudo pode mudar
Believix Deixe o coração falar Ele vai te guiar Com o brilho do Believix Yeah
Believix Acredite sem temer Em Dragões e Fadas A força está em você Essa é a magia
Believix Sinta o poder surgir Transforme a escuridão em luz Com a magia de Believix Yeah
V2
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Verso 1 Believix se acende em você Quando deixa o sonho florescer Num sopro de fé e coração Brota a luz da transformação
Pré-Refrão Sinta a brisa que vem do céu É o chamado, é o mel Guia firme, pura emoção Renasce em você a magia então
Refrão Basta acreditar, Believix vai brilhar No toque da alma, o mundo inteiro a girar Dragões e fadas, num só pulsar Voa alto e deixa a mágica te guiar
— — —
Verso 2 Escute o eco dentro de ti Ele sabe a estrada onde ir Cada sonho é faísca de poder Pronto para a vida renascer
Pré-Refrão Ouça o coração falar Ele mostra onde quer chegar Vibre forte, sinta no ar O universo a conspirar
Refrão Basta acreditar, Believix vai brilhar No toque da alma, o mundo inteiro a girar Dragões e fadas, num só pulsar Voa alto e deixa a mágica te guiar
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Universo-6
[Fanfic] O Despertar do Miraculous | 5 - Entre Luz e Sombras
Miraculer e Solaris (Elinda) se posicionam para o próximo confronto contra a escola Shadows. A arena mergulha em expectativa. O juiz ergue a mão e dá início ao combate.
Solaris, decidida, ergue os braços.
— Armadura de luz!
Seu corpo é envolto por placas reluzentes, moldadas por pura energia solar. Ao lado, Miraculer ergue um novo miraculous.
— Nooroo, asas cresçam!
Uma aura roxa envolve seu corpo, transformando seu traje em um elegante terno escuro com detalhes prateados, e um par de asas de borboleta translúcidas desponta de suas costas. É o poder da empatia e do vínculo.
A dupla rival, representantes da escola Shadows, surge como vultos, manipulando sombras densas e agressivas. Seus ataques são coordenados e implacáveis. Solaris avança, bloqueando e desviando como pode, mas as sombras consomem sua força. Sua armadura começa a trincar.
Vendo isso, Miraculer age rápido. Ele retira a bengala de seu traje e abre sua extremidade. Uma borboleta branca emerge, pousa em sua mão e, ao ser envolvida pela energia roxa, transforma-se em uma Kamiko. Ele a lança.
— Vá até ela... ela precisa de você.
A Kamiko voa em um rastro de luz, alojando-se na presilha de Solaris. Uma máscara de luz púrpura se forma sobre seu rosto. Ela para por um momento... e então sua consciência é puxada para outro lugar.
Plano mental.
Ela se vê em um vazio etéreo, cercado por reflexos de si mesma em diferentes momentos: vitória, medo, coragem, dúvida.
— Mas o que...?
Uma silhueta roxa translúcida se materializa à sua frente.
— Olá, perdoe a intromissão. Senti seu desespero. Vim ajudar.
— Miraculer? — pergunta, confusa.
A figura sorri e revela sua identidade: é de fato Miraculer, em sua forma com o Miraculous da borboleta.
— Tá... isso foi meio dramático — diz ela, com um meio sorriso.
— Dramático? Talvez. Eficiente? Com certeza. — Ele se aproxima. — Esse lugar é sua mente, Elinda. É aqui que a Kamiko se conecta com você.
— Mas... o que é essa Kamiko? E como você está aqui?
— O Miraculous da borboleta me permite sentir emoções e criar laços com elas. A Kamiko é uma extensão disso: uma projeção de poder moldada pela sua personalidade, pelos seus sentimentos e pelo que você mais deseja agora.
— Um poder? Superpoder? Você pode dar isso a qualquer um? Mesmo que... mesmo que ela já tenha algum?
— A qualquer um. — Miraculer sorri. — Se ela aceitar. E ao aceitar, posso intensificar o que já existe ou criar algo novo. Mas temos pouco tempo.
Elinda respira fundo. O vazio ao redor vibra levemente, como se sentisse a decisão se aproximando.
— Eu aceito.
Miraculer estende a mão, firme e confiante.
— Então... como devo chamá-la?
Ela segura a mão dele, firme como uma promessa.
— Supernova.
No exato instante em que suas mãos se tocam, uma onda de energia roxa se expande em todas as direções.
No plano físico, tudo acontece em milissegundos.
Uma névoa roxa envolve Solaris, envolvendo-a como um casulo de luz e sombra. Quando a névoa se dissipa, Elinda ressurge — renascida. Seu traje reluz com tons dourados e violeta, cintilando como a superfície de uma estrela prestes a explodir. Seus olhos brilham como dois sóis em miniatura.
Os alunos da escola Shadows recuam instintivamente, cobrindo os rostos com os braços — a luz que emana de Supernova é tão intensa que corta a escuridão à força.
Miraculer observa ao fundo, um leve sorriso no rosto.
— A luz nasce da sombra... e hoje, brilha mais do que nunca.
Os alunos da escola Shadows, mesmo hesitantes, lançam um novo ataque. Esferas sombrias, feixes de trevas e lâminas feitas de pura escuridão voam em direção à Supernova.
Mas nada a atinge.
Com um simples estalar de dedos, a luz que emana dela se expande como uma onda de calor solar. Os ataques são desfeitos no ar — dissolvidos, consumidos pela claridade intensa que a rodeia.
Supernova levanta uma das mãos, o olhar firme. Um movimento suave e elegante dos dedos, como uma maestrina regendo sua orquestra — e uma rajada luminosa irrompe, veloz como um raio.
Os adversários são atingidos com força, mas não brutalidade. Caem no chão da arena, atônitos, cegos por instantes, o corpo vibrando com a energia pura da luz.
O silêncio toma conta do local.
A plateia, os técnicos, até os narradores... ninguém consegue reagir de imediato.
Então, uma das vozes do alto-falante rompe o silêncio, trêmula:
— E-essa foi... Supernova, representante da escola Diverse...
A outra voz completa:
— Vitória da equipe Diverse no segundo round!
A plateia explode em aplausos. Supernova respira fundo, sentindo o calor da própria energia envolver seu corpo. Miraculer, ao lado, cruza os braços com um sorriso contido.
— É, Elinda... — ele diz baixinho. — Você nasceu pra brilhar.
Assim que seus pés tocam o chão da arena, a aura de luz ao redor de Supernova começa a suavizar. Miraculer caminha até ela com passos calmos, sua expressão firme, mas serena. Com um gesto, ele ergue a bengala e gentilmente remove a Kamiko de sua presilha.
A névoa roxa envolve Elinda, que fecha os olhos. Aos poucos, a armadura de luz desaparece, sua roupa retorna ao normal — e Solaris volta a ser apenas Elinda, exausta, mas com um brilho novo no olhar.
A Kamiko, agora dispensando a energia roxa, gira no ar algumas vezes como em agradecimento, e então voa até a bengala de Miraculer, pousando dentro dela. Ele fecha a tampa com cuidado.
— Asas caiam. — diz ele, com um suspiro leve.
A luz roxa se dissipa de seu corpo e sua aparência volta ao normal. Nooroo voa para fora de sua mochila, ainda um pouco ofegante, mas com um sorriso satisfeito.
Elinda, agora ao seu lado, encara o chão por um momento. Depois, ergue o olhar para ele.
— Isso foi... surreal.
Miraculer responde com um sorriso contido.
— E isso foi só o segundo round.
A câmera da transmissão foca nos dois — dois adolescentes, exaustos, mas de pé, lado a lado, em meio a uma arena marcada por energia e silêncio reverente. A plateia explode novamente em aplausos.
Os narradores voltam a falar, empolgados, descrevendo o uso tático da Kamiko e a transformação inédita em "Supernova", o novo nome que já começa a ecoar entre os fãs nas arquibancadas.
Do alto, o juiz os observa por um momento e, com um leve sorriso, anota algo em seu bloco.
As semanas se passam. Batalha após batalha, Miraculer e Solaris enfrentam adversários cada vez mais desafiadores — colégios experientes, times com poderes devastadores, estratégias imprevisíveis. Cada confronto deixa marcas, mas também lições. Eles se adaptam, crescem, evoluem.
Ora vencem com precisão cirúrgica. Ora, vencem no limite da exaustão. Mas vencem.
Ao final da última partida, o placar é claro. Eles são os campeões do campeonato nacional.
No centro da arena iluminada, em meio à chuva de luzes e aplausos ensurdecedores, Miraculer e Solaris se entreolham, respirando fundo. O juiz ergue o braço:
— Vencedores: Colégio Saint Victor! Com os combatentes Miraculer e Solaris!
Fogos de artifício mágicos explodem no teto da arena. O público, em êxtase, grita os nomes deles. Câmeras os cercam. As redes sociais entram em colapso. Entrevistas, microfones, elogios. Mas ali, no centro de tudo, há apenas um momento silencioso entre os dois.
— Conseguimos... — Murmura Elinda, ainda com a armadura de luz esmaecendo.
— Conseguimos. — Confirma Miraculer, com um sorriso cansado.
Enquanto a arena ecoava com aplausos e gritos de celebração, em um local isolado, longe dos holofotes e do público, uma sala escura era iluminada apenas pela luz azulada de um grande monitor transmitindo a final do campeonato.
Doze figuras estavam sentadas em uma formação semicircular. Cada uma usava uma máscara distinta, com símbolos gravados em dourado: um Olho, uma Muralha, uma Caneta, uma Roda, um Cetro, um Diamante, um Trigo, uma Engrenagem, uma Máscara, uma Espada, uma chama representando o Fogo e um Átomo. Eles observavam em silêncio o momento em que Miraculer e Solaris eram declarados campeões.
A figura com a máscara do Cetro quebrou o silêncio, sua voz grave ecoando pela sala:
— Como podem ver... temos algo novo e extremamente poderoso em nosso mundo agora. Objetos mágicos que não estão sob nosso controle.
A figura com a máscara do Diamante inclinou-se ligeiramente para a frente.
— Caneta, relatórios?
A figura com a máscara da Caneta respondeu sem hesitar, com um tom firme e objetivo:
— Nada. Este "Miraculer" está fora de todas as nossas bases de dados. Nenhum registro prévio, nenhuma ficha, nem mesmo cruzamento de imagem.
— Isso é impossível. — Resmungou A Espada. — Nada é sigiloso para você.
A Caneta assentiu, como se também não acreditasse no que estava dizendo.
— Já acionei todos os protocolos. Inclusive a Máquina.
A figura com a máscara da Engrenagem — A Máquina — ergueu um dispositivo holográfico de seu pulso, projetando dados flutuantes.
— Analisei redes, satélites, sensores de energia e banco de dados privados. Nenhuma digital, nenhum rastro. É como se ele... não existisse até agora.
O Olho observava tudo em silêncio, os dedos entrelaçados. A Máscara recostava-se na cadeira, como se já tivesse previsto esse momento. O Trigo e a Roda trocavam olhares silenciosos. A Muralha permanecia imóvel.
Foi então que o Átomo falou pela primeira vez:
— Isso não é só poder. Isso é origem. Antiga, escondida, protegida. E, pelo visto... independente.
Um silêncio denso pairou no ar. O Cetro, com um leve movimento, desligou a transmissão.
— Então já sabemos. Ele não está sob nossa vigilância, não segue nossos protocolos e possui artefatos que podem alterar o equilíbrio global.
— Qual o próximo passo? — perguntou o Fogo, com um brilho impaciente nos olhos.
O Olho enfim falou:
— Observação. Ainda não interferiremos. Mas vamos tentar nos aproximar dele.
Todos assentiram em silêncio. As luzes da sala se apagaram, uma a uma. O Conselho estava em movimento.
De volta à arena, câmeras disparavam flashes, microfones se estendiam por todos os lados e repórteres se amontoavam tentando capturar qualquer palavra de Miraculer e Solaris. Mas eles não estavam interessados em dar entrevistas. Exaustos e ainda processando tudo o que viveram, os dois se afastaram rapidamente, ignorando os gritos por atenção e perguntas apressadas.
Nos corredores que levavam aos dormitórios reservados aos competidores, Elinda bufava de frustração.
— Eles são sempre assim... — Reclamou. — Desesperados por uma manchete, qualquer frase vira escândalo.
— Como você lidava com isso antes? — perguntou Miraculer, ajustando a máscara.
Antes que ela respondesse, uma voz familiar surgiu atrás deles:
— Não lidava. — disse Evandro, aproximando-se com as mãos nos bolsos. — Não nesse nível, pelo menos. Mas, conhecendo o tipo, não me surpreenderia se começassem a inventar boatos.
— Tipo o quê? — indagou Miraculer, desconfiado.
Evandro deu de ombros com um sorriso provocador.
— Sei lá... algo como: "Miraculer e Solaris... o novo casal do campeonato."
— Pai! — exclamou Elinda, completamente corada, escondendo o rosto com as mãos. — Você não tem filtro?
— Ei, só estou dizendo, já vi coisas piores. Eles fazem de tudo por audiência.
Miraculer riu de leve, mas o clima já começava a pesar de novo com o som de passos e vozes de jornalistas se aproximando.
— Precisamos sair daqui... sem usar a porta da frente. — disse ele, olhando ao redor.
Sem hesitar, Miraculer ergueu o braço e ativou um novo miraculous: um pingente com formato de ferradura. Uma luz azulada emergiu.
— Kaalki, galopar! — exclamou.
Uma luz intensa tomou forma diante deles, revelando um majestoso cavalo branco com olhos brilhantes e uma presença quase etérea.
— Algum lugar específico? — perguntou Miraculer, já com a mão estendida para Elinda.
Ela sorriu, ainda um pouco envergonhada.
Um portal cintilante se abre bem no centro da sala de estar da casa de Elinda e Evandro, cortando o ar com uma suavidade mágica. O brilho azulado ilumina o ambiente enquanto eles atravessam a passagem dimensional. Assim que o último pé cruza o limiar, o portal se fecha suavemente com um som sutil, como o fechar de uma cortina de seda.
Dentro da casa, tudo volta ao silêncio — aconchegante, familiar. Miraculer respira fundo e, com um gesto calmo:
— Desmontar. — Sua voz ecoa suavemente.
O traje desaparece em partículas cintilantes, revelando sua forma normal. Ele se ajoelha por um momento e abre a pequena bolsa lateral. De lá, tira um pequeno biscoito de aveia com mel.
— Aqui, Kaalki. — diz com carinho.
A kwami do cavalo surge, com um brilho elegante, e aceita a comida com um sorriso sereno.
— Sempre uma viagem elegante com você. — Comenta ela antes de desaparecer novamente, entrando no miraculous que ele guarda com cuidado sumindo no ar.
Elinda observa em silêncio, ainda impressionada com a tranquilidade e o controle com que ele lida com tantos poderes diferentes.
— Um dia você vai ter que me contar como consegue manter tudo isso organizado. — diz ela, meio rindo, meio séria.
— Quando você estiver pronta pra cuidar de kwamis famintos ao mesmo tempo, a gente conversa. — Responde ele com um leve sorriso cansado.
Evandro, escorado no batente da porta, apenas cruza os braços, observando os dois.
— Pelo menos agora temos alguns minutos de paz... — diz ele.
Mas seus olhos demonstram algo mais — ele sabe que o campeonato pode ter acabado, mas algo maior está se formando no horizonte.
Na sala iluminada suavemente pela luz do fim de tarde, a atmosfera muda do épico para o cotidiano em questão de segundos. A mãe de Elinda, Sônia, surge no topo da escada com um sorriso calmo no rosto.
— Oh, voltaram rápido. — comenta com naturalidade, enxugando as mãos num pano de prato.
— Miraculer nos deu uma carona. — Responde Evandro, ainda recostado no batente, com o tom despreocupado de quem já viu de tudo.
Sônia olha para Miraculer com genuína curiosidade e simpatia.
— Ah, então você é o famoso Miraculer... gostaria de ficar para o jantar?
Antes que ele possa responder, o celular vibra no bolso. Ele o puxa, dá uma olhada na tela e ergue o dedo num gesto de "um segundo".
— É a minha mãe... — diz, já atendendo. — Oi, mãe... sim, eu tô bem... tô na casa de uma amiga... sim, é uma garota... por que vocês têm que agir assim? — Ele revira os olhos discretamente, rindo sem querer.
Sônia escuta a conversa, divertida, e se inclina para falar mais alto:
— Ele pode jantar aqui!
Do outro lado da linha, dá pra ouvir a mãe dele perguntando algo.
— Ah, é a mãe dela... sim, ela perguntou... tá bom... mais tarde eu tô em casa... tchau.
Ele guarda o celular, um pouco sem graça.
— Posso jantar aqui.
— Maravilha. — Sorri Sônia com um brilho satisfeito no olhar. — Vem, filha, me ajuda a preparar a janta.
— Claro, mãe. — diz Elinda, ainda um pouco corada, lançando um olhar lateral para Miraculer antes de seguir para a cozinha.
Evandro ajeita o colarinho da camisa, dá um último olhar para os dois jovens na sala e diz com tranquilidade:
— Fique à vontade, só vou resolver uma questão. — E sai pelo corredor, os passos ecoando suavemente pelo piso de madeira.
Miraculer, agora sozinho, observa o ambiente ao redor. A casa tem um ar acolhedor, com móveis de madeira clara, plantas nos cantos e retratos familiares nas paredes. Ele caminha devagar, explorando com os olhos cada detalhe, até que uma porta entreaberta chama sua atenção.
Ele se aproxima e a empurra com cuidado. Do outro lado, uma sala mais estreita, bem iluminada, se revela. É uma espécie de galeria pessoal — a sala de troféus de Elinda.
Estantes organizadas com perfeição exibem medalhas, troféus, certificados emoldurados e fotos de campeonatos. Há prêmios de esgrima, xadrez, olimpíadas de matemática, competições esportivas e até concursos de redação. Tudo meticulosamente disposto.
Miraculer caminha por entre as prateleiras, seus olhos percorrendo os objetos. Ele para diante de uma foto em especial — Elinda mais nova, com um largo sorriso no rosto, segurando uma espada de esgrima e um troféu dourado. Ao lado dela, Evandro sorria com orgulho, a mão apoiada no ombro da filha.
Ele sorri com leveza, admirado.
— Você sempre foi incrível... — murmura para si mesmo.
Naquele momento, um leve aroma vindo da cozinha — algo entre alho e cebola dourando — o faz sorrir. E também lembrar que, por enquanto, há coisas mais simples a aproveitar... como o jantar.
Miraculer se aproxima da cozinha, sentindo o calor acolhedor do ambiente e o aroma cada vez mais intenso vindo das panelas. Com um leve sorriso, encosta-se no batente da porta e fala:
— Querem ajuda?
Sônia, que mexe uma panela no fogão enquanto Elinda corta legumes na bancada, se vira um pouco surpresa, mas sorridente.
— Não precisa, querido. — Responde com gentileza. — Nós lidamos com isso.
— Tem certeza? Eu ajudo minha mãe na cozinha quando posso.
Sônia o observa por um instante, avaliando a sinceridade no tom dele. Então, dá de ombros, ainda sorrindo:
— Bem... ajuda nunca é demais.
Elinda ergue os olhos, quase em desafio, segurando a faca com uma mão e uma cenoura com a outra.
— Sabe picar sem destruir os dedos?
— Sei sim, prometo não causar baixas.
— Ótimo. — Ela empurra para ele uma tábua e um punhado de tomates. — Vamos ver do que você é feito, Miraculer.
Enquanto ele se junta a elas na preparação do jantar, a tensão das batalhas, os holofotes da arena e até mesmo os comentários dos mascarados parecem se dissipar por um instante. Ali, na cozinha aquecida por afeto e aromas familiares, eles são apenas três pessoas — cozinhando, rindo e compartilhando o raro momento de paz.
A mesa é posta com cuidado, o jantar servido em pratos simples, mas feitos com carinho. O ambiente é iluminado por uma luz suave, e o som dos talheres se mistura às conversas leves e ocasionais risadas. Evandro se junta a eles, se acomodando à mesa com um leve sorriso, o tipo de sorriso que só aparece quando se está em paz.
Após a refeição, Elinda se levanta sem dizer nada e começa a retirar os pratos com naturalidade. Miraculer se move para ajudar, mas Sônia o interrompe com uma fala inesperada:
— Minha filha fala muito de você.
Miraculer congela por um instante, surpreso, segurando o copo de água pela metade.
— Sério? — pergunta, com um leve rubor, quase tentando disfarçar a surpresa.
Sônia ri suavemente, cruzando os braços enquanto observa Elinda se afastar com os pratos.
— Sim, e olha que ela não costuma falar muito sobre garotos... mesmo que muitos tentem se aproximar dela. — Completa, com um olhar cheio de significado.
Evandro solta um risinho contido, tentando não chamar atenção, e Elinda — que ouve da cozinha — deixa cair um talher com um pequeno estalo, seguida de um resmungo:
— Mãe!
Sônia apenas dá de ombros, divertida.
— O que foi? Estou só dizendo a verdade.
Miraculer abaixa os olhos por um segundo, visivelmente tocado, mas também tentando esconder o sorriso que se forma no canto dos lábios.
— Bom... fico feliz por isso. Elinda é... alguém especial. Muito.
Elinda volta à sala, fingindo não ter ouvido, mas com as bochechas ligeiramente coradas.
Miraculer se levanta calmamente, dá um leve sorriso aos pais de Elinda e caminha até a cozinha. Encontra Elinda já com as mangas levemente arregaçadas, organizando os pratos na pia. Ele se aproxima em silêncio, pega um pano de prato e começa a secar os utensílios que ela lavava, como se aquilo já fosse uma rotina entre eles.
Elinda vira-se, surpresa ao vê-lo ali ajudando.
— Você não precisava... — começa ela, com a voz um pouco mais baixa.
— Eu sei. Mas quero. — Responde ele, tranquilo, sem desviar o olhar da louça.
Por um momento, o som da água correndo e dos pratos se encaixando sobre o escorredor é tudo que se ouve. Elinda tenta disfarçar um sorriso enquanto continua o que fazia.
— Você é meio... diferente, sabia?
— Um diferente bom ou ruim?
— Ainda estou decidindo.
Na sala, Sônia e Evandro observam a cena em silêncio. Ela apoia o queixo na mão, sorrindo de leve.
— Eu disse que havia algo ali. — Murmura Sônia, quase como se falasse consigo mesma.
— Eles são jovens, mas têm algo... autêntico. — Responde Evandro, cruzando os braços. — E autêntico, nesse mundo cheio de aparências, vale muito.
Sônia concorda com um aceno, antes de se levantar.
— Vou preparar um chá. Deixem os dois terminarem ali... no ritmo deles.
Na cozinha, Elinda fecha a torneira e vira-se para Miraculer com as mãos ainda um pouco molhadas.
— Obrigada por isso. Por tudo, na verdade.
— Eu que agradeço. Você confiou em mim, quando podia ter feito o contrário.
Ela o encara por um instante, séria, mas com um brilho nos olhos.
Miraculer sai pela porta da frente sob o céu estrelado, a luz da varanda iluminando levemente o rosto dele. Ele respira fundo e se vira para Sônia e Evandro, que o acompanham até a saída.
— Obrigado pela hospitalidade, foi uma noite muito agradável. — diz ele com um leve aceno de cabeça.
— A casa está sempre aberta para você, querido. — Responde Sônia, sorrindo calorosamente.
— Se cuide. — diz Evandro, com um tom mais contido, mas sincero.
Miraculer se afasta alguns passos, então estende a mão e sussurra com firmeza:
— Longg, tempestade!
Uma aura vermelha intensa envolve seu corpo, cintilando como brasas ao vento. Em poucos segundos, a transformação acontece: o traje escarlate de dragão envolve seu corpo, com detalhes que lembram escamas e marcas orientais. Seus olhos brilham brevemente enquanto ele se concentra.
— Dragão de vento!
Com um giro ágil, seu corpo se desfaz em uma corrente de ar, tornando-se praticamente invisível, exceto por uma leve distorção no ar e o som suave de uma rajada. A corrente de vento se ergue e parte velozmente pelo céu, cruzando os telhados da cidade sob a luz da lua.
Sônia observa a cena de boca ligeiramente aberta, maravilhada.
— Uau... isso nunca vai deixar de ser impressionante.
Evandro cruza os braços.
— Ele é mesmo... diferente.
Enquanto isso, voando em sua forma etérea, Miraculer sente o vento o envolver com liberdade. Ele sorri sob a máscara, os pensamentos tranquilos, carregando consigo não só os poderes dos miraculous... mas a confiança que está construindo com aqueles ao seu redor.
— FIM —
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Universo-37 - A Fada e O Dragão | Enchantix Cover
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[Elaris]
Enchantix Ooh-ooh-oh Enchantix! Pó mágico a brilhar, Poderes a despertar!
Enchantix! Com força vou lutar, Meu limite superar!
Potência infinita, Pó mágico reluz, É o poder Enchantix, Que o sol e a luz conduzem!
Enchantix! Super poderes me guiam, Força e magia que brilham!
Enchantix!
[Makoto]
Enchantix Brilhante pó de fada, a me envolver Magia de Enchantix, sinto o poder crescer Minhas forças estão ao máximo, eu vou além Invencível, preparado, não temo ninguém
Magia, Enchantix, ilumina meu ser Tão belo, tão forte, pronto pra vencer Minha energia pulsa, um fogo real Sou um dragão verdadeiro, meu brilho é imortal
Cintilando tão alto, em cada visão Enchantix transforma, é pura evolução
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Universo-6
[Fanfic] O Despertar do Miraculous | 4 - Confiando e Crescendo
No dia seguinte, Matheus se prepara para o campeonato.
— Bem... acho que estou levando tudo.
— Espera aí — diz Lange, cruzando os braços. — Quem está indo para o torneio é o Miraculer. Se Matheus não aparecer na escola hoje, não acha que vão desconfiar?
— Isso eu resolvo fácil, mãe — diz Matheus, pegando o Miraculous do pavão. — Duusu, levante a cauda!
Uma luz azul intensa o envolve. Agora com o traje de pavão, ele abre seu leque e retira uma pena branca. Fecha a mão em torno dela, liberando uma energia azulada que envolve sua mão — um amok.
Ele pega um livro, e o amok voa até ele, alojando-se entre as páginas. Uma névoa azul começa a se formar, ondulando no ar. Com movimentos cuidadosos e concentração, Matheus molda a névoa até criar uma réplica perfeita de si mesmo. A sentivida pisca, respira e, de forma convincente, pega seus materiais escolares e sai em direção à escola.
— O que foi isso? — exclama Alex, espantado.
— O poder do pavão — responde Miraculer. — Ele permite dar forma física às emoções. No caso, moldei uma exatamente como eu. Ninguém vai suspeitar de nada.
— Aquela coisa não vai enganar ninguém — diz Lange, desconfiada. — Só tem sua aparência...
— Aquela “coisa”... é uma sentivida — enfatiza Miraculer, firme. — Ela tem todas as minhas memórias — exceto as ligadas ao Miraculous — e vai me repassar tudo quando eu voltar.
Seus pais trocam um olhar silencioso.
— Abaixar cauda.
Envolto em luz azul, seu traje desaparece.
— Agora está tudo certo. Pronto pra ir.
— Vê se toma cuidado — diz Lange, preocupada.
— Vai lá e detona, filhão! — anima-se Alex.
— Eu vou — diz Matheus, colocando a máscara e erguendo o Miraculous do cavalo. — Kaalki, galopar, viajar!
A luz azul-turquesa o envolve, vestindo-o com o traje de cavalo. Um portal mágico se abre à sua frente. Ele dá um passo firme e atravessa, desaparecendo. O portal se fecha atrás dele com um brilho suave. Miraculer chega ao local do campeonato, onde Evandro o aguarda.
— Olha, garoto... por um segundo achei que não viria — diz Evandro, rindo.
— Desmontar...
A luz turquesa o envolve novamente, desfazendo seu traje.
— Eu cumpro minhas promessas, diretor.
— Melhor irmos logo, o campeonato está começando — diz Elinda, já se adiantando.
Miraculer e Evandro (pai de Elinda) seguem logo atrás. Na entrada, Evandro cuida do check-in dos dois. Eles são levados pelos funcionários até o alojamento durante o torneio.
— Wow... esse alojamento é... enorme — diz Miraculer, admirando o lugar.
— Só o melhor para os melhores — fala Elinda, andando pelo local.
— Muita humildade da sua parte.
— Obrigada.
— Sabe que foi ironia, certo?
— Ok... — interrompe Evandro. — Gosto que interajam, mas agora temos que ir à arena principal para o começo do campeonato.
Ao chegarem à arena, os presentes assistem à cerimônia de abertura, que se inicia com um discurso do presidente. Em seguida, os participantes se preparam para o início do campeonato.
— Bem-vindo, espectadores! Vamos chamar nossos duelistas... representando o colégio Lumen: Luiz, com suas habilidades luminosas... e Felipe, com sua geocinese!
Eles entram e são aplaudidos por seus colegas na plateia.
— Representando o colégio Diverse: Elinda, também conhecida como Solaris... e Miraculer, o criador de objetos!
Eles entram com aplausos abafados; os comentários começam.
— A garota tem até uma chance, mas ele... nem pensar.
— Não aguenta um minuto nessa arena!
— Vai criar o quê? Uma varinha mágica?
Luiz, Felipe, Solaris e Miraculer se posicionam em seus lugares na arena. O juiz inicia o combate. Solaris voa com seus poderes e parte para o ataque. Miraculer invoca o Miraculous da joaninha e o ativa. É envolto em uma luz avermelhada, o que surpreende os oponentes. Solaris aproveita a distração e ataca Luiz, que se defende no último segundo. Felipe ataca Miraculer, que por sua vez se defende com o ioiô girando em alta velocidade.
Solaris continua seu voo em círculos altos, disparando rajadas de luz em direção a Luiz, que agora tenta contra-atacar com feixes concentrados de energia luminosa. As explosões iluminam a arena, provocando exclamações na plateia. Eles trocam golpes rápidos, como se dançassem em meio ao brilho ofuscante.
Do outro lado, Felipe controla o solo sob os pés, erguendo pilares de rocha para desequilibrar Miraculer. Este, com movimentos precisos, salta por entre os obstáculos e arremessa o ioiô contra uma das colunas, que desmorona sobre o adversário. Felipe se protege com uma muralha de pedra e recua.
— Sorte que você sabe brincar com corda! — grita ele, preparando outro ataque.
— E você com blocos de montar! — rebate Miraculer, girando no ar e pousando com leveza.
Solaris, percebendo que Luiz está enfraquecendo, decide encerrar a luta rapidamente. Ela concentra energia nas palmas e dispara um raio intenso. Luiz ergue uma barreira de luz para se proteger, mas a força do ataque a empurra até a borda da arena. Ele cai de joelhos, ofegante.
— Juiz, ele ainda está na luta! — diz um dos narradores, empolgado. — Mas por quanto tempo?
Felipe percebe que Luiz não vai aguentar muito tempo e corre em seu auxílio, surpreendendo Solaris com um ataque pelas costas. Rajadas de rochas voam em direção a ela, forçando-a a recuar e assumir uma postura defensiva.
Luiz, agora ao lado de Felipe, inspira fundo e canaliza sua energia. Um campo de luz começa a se formar ao redor dos dois. Felipe finca os pés no chão e estende as mãos. Pedras se elevam e se fundem com a luz, criando uma cúpula densa de energia e matéria.
— Defesa combinada: Prisma de Gaia! — grita Felipe.
A barreira reluz, quase pulsando. Solaris dispara rajadas solares. Miraculer arremessa o ioiô com força máxima, tentando encontrar uma falha. Nada. A barreira permanece intacta.
— Estamos perdendo tempo — diz Miraculer, suando. — Vamos perder por limite de tempo.
— Tem alguma solução? — pergunta Solaris, pousando ao lado dele, também ofegante.
Miraculer fecha os olhos por um instante. Então ergue o ioiô.
— Sou uma... Talismã!
A energia vermelha gira ao seu redor. Um objeto cai em sua mão: uma chave comum, metálica e reluzente.
— Uma chave? O que vou fazer com isso?
Ele observa a chave atentamente, franzindo a testa.
— Não deve ser para abrir alguma coisa... — murmura, olhando em volta. — Chaves servem para abrir, certo? Mas isso seria óbvio demais. O que mais fazemos com chaves? Cópias! Entregamos cópias a pessoas em quem confiamos!
Ele ergue os olhos para Solaris, como se a resposta estivesse diante dele.
— É isso... confiar. Talvez eu precise... dividir o poder. Dar um Miraculous a ela?
Ele hesita, o coração acelerado. A plateia observa em silêncio tenso. Solaris o encara, surpresa.
— No que está pensando?
Miraculer respira fundo, decidindo.
— Em confiança.
Ele para de frente para ela, segurando um pequeno anel preto entre os dedos.
— Elinda, nessa situação só tem uma solução... este é o Miraculous do gato preto. Ele concede o poder da destruição. Com ele, você poderá destruir qualquer coisa com um simples toque.
Ela ergue a mão para pegá-lo, mas hesita.
— Quando esse duelo terminar, devolverá o Miraculous para mim. Posso confiar em você?
— Completamente.
Ela pega o anel. Assim que o toca, uma luz esverdeada irrompe do objeto. Da energia que se forma, surge uma pequena criatura flutuante de olhos brilhantes.
— Então vai confiar meu poder a ela? Ousado. Gostei — diz Plagg, com um sorriso travesso.
— Mas... o que é isso? — pergunta Elinda, surpresa.
— Sou Plagg, Kwami da Destruição. Concedo superpoderes — responde ele com naturalidade.
Ela olha para Miraculer, confusa, ainda processando tudo.
— Explico depois! Agora só coloque o anel e diga: “Plagg, mostrar as garras!” Rápido!
— Certo! — diz ela, já colocando o anel. — Plagg, mostrar as garras!
Uma luz esverdeada a envolve como um turbilhão. Quando se dissipa, ela está com um traje escuro, elegante, com detalhes em verde e garras reluzentes — uma nova heroína, moldada de acordo com sua personalidade. Os olhos brilham com energia selvagem.
A plateia entra em silêncio por um segundo... e então explode em murmúrios e gritos.
— Incrível! — exclama um narrador. — Solaris... ganhou um novo traje.
— Que acessórios são esse desse tal Miraculer?
No centro da arena, os oponentes observam a transformação. A barreira do Prisma de Gaia ainda pulsa, mas agora uma nova força surge diante dela.
Elinda flexiona os dedos e encara a cúpula com um leve sorriso no rosto.
— Muito bem. Vamos ver do que esse poder é capaz.
— Para ativar o poder, diga “Cataclismo” — instrui Miraculer, firme. — A próxima coisa que tocar com a mão onde estiver o anel será destruída. Mas atenção: depois de ativar o poder, você tem cinco minutos antes de voltar ao normal. E só poderá se transformar de novo depois de alimentar o Kwami.
— É muita informação..., mas assimilo rápido. — Elinda respira fundo, então ergue a mão. — Cataclismo!
A energia negra explode ao redor de sua mão como uma aura viva, pulsante, quase líquida. Um brilho sombrio toma forma, vibrando com poder absoluto.
Com um salto felino ágil e certeiro, ela avança. Ao tocar a barreira, a cúpula do Prisma de Gaia é desintegrada num estalo seco, como vidro estilhaçado sob pressão.
A multidão se levanta em uníssono. Um silêncio surpreso percorre a arena antes que os gritos tomem conta.
Felipe e Luiz arregalam os olhos, mal tendo tempo de reagir. Eles tentam se esquivar quando Elinda gira com seu bastão — agora empunhado com maestria — forçando-os a recuar. Porém, antes que possam reagrupar-se, o ioiô de Miraculer gira em alta velocidade e se enrola ao redor de ambos, prendendo-os com precisão cirúrgica.
— Fim de rodada! — declara o juiz, levantando a mão. — Vencedores do primeiro round: Miraculer e Solaris!
A plateia explode em aplausos, surpresa pela reviravolta e pela combinação improvável, mas poderosa.
Elinda desfaz a postura de ataque, ainda ofegante, e olha para Miraculer com um leve sorriso.
— Isso foi intenso...
— E estamos só no primeiro round — responde ele, sorrindo de volta.
Do alto da arena, os organizadores observam com interesse renovado. Um deles murmura:
— Vamos ter que revisar nossos registros... isso nunca aconteceu antes.
Na área de descanso B.
— Desligar pintas. — diz Miraculer.
A transformação se desfaz em uma onda de luz avermelhada. Tikki surge, visivelmente cansada. Ele a segura com cuidado, pega um doce da bolsa e o oferece.
— Aqui, Tikki. Isso vai te ajudar a recuperar as energias.
Ela sorri fraco, mas feliz, e começa a comer.
— Oi... — Solaris chama a atenção dele. — Eu também vou ter que esperar cinco minutos pra recarregar?
— Ah, não. — Responde Miraculer com um sorriso. — Só diga: “Esconder garras.”
— Esconder garras. — Repete ela.
Imediatamente, sua transformação se desfaz em um brilho verde, e ela retorna à forma normal.
— Ahh, estou exausto... — reclama Plagg, flutuando lentamente ao lado deles. — Vou demorar muito tempo pra me recuperar...
— Que pena, Plagg... — diz Miraculer, tirando um pedaço de queijo da bolsa. — Eu tinha um camembert pra você, mas já que está cansado...
Num piscar de olhos, Plagg voa até o queijo e o agarra com as duas patinhas.
— Nunca estou cansado demais para comer camembert!
Miraculer e Solaris riem juntos, aliviados após a tensão do combate.
Enquanto isso, na área de descanso A, olhos atentos observam a movimentação na área B, onde Miraculer e Solaris descansam.
— O que são esses acessórios? E essas criaturas?! — diz o técnico do colégio Lumen, visivelmente aflito, andando de um lado para o outro. — Não tem nada sobre isso em lugar nenhum... Nós não temos chance contra isso!
— Fique quieto. Sabemos o suficiente. — Responde o patrocinador da dupla, encostado na parede com os braços cruzados, mantendo a calma. — Sabemos que o novo poder dela destrói o que toca. Isso já é alguma coisa.
Ele se aproxima de Luiz e Felipe e os chama com um gesto discreto.
— Venham aqui... preciso que ouçam o plano.
Os dois se aproximam, atentos. O patrocinador abaixa o tom de voz e fala com firmeza:
— Quando ela ativar aquele poder... o tal “Cataclismo”... e vier destruir as defesas, um de vocês deve se pôr na frente. Receber o golpe.
Os dois arregalam os olhos, em choque.
— O quê?! — exclama Luiz, indignado. — De jeito nenhum!
— Sabemos o que esse poder faz em objetos... mas não em seres vivos. — Argumenta Felipe, tenso. — Pode ser fatal!
— Eles são jovens demais pra se arriscarem assim! — diz o técnico, tentando intervir.
O patrocinador encara todos com frieza.
— Eu sou o patrocinador. Se perderem, me perdem junto. E mais: isso tem natureza mágica... deve haver um jeito de reverter. Magia sempre tem um preço, mas também tem brechas. Vocês só precisam dar o tempo que precisamos pra reagir.
Luiz e Felipe trocam um olhar tenso, o peso da decisão pairando entre eles.
Todos voltam à arena. A tensão no ar é quase palpável.
Miraculer ativa o Miraculous da joaninha — luz avermelhada o envolve em espirais de energia. Solaris, ao seu lado, veste novamente o traje do gato preto, cercada pela aura verde e sombria do poder destrutivo.
Do outro lado, Luiz e Felipe tomam posição. Mas algo está diferente. Em seus olhos, não há apenas foco: há conflito.
Felipe hesita. As palavras do patrocinador ecoam em sua mente, mas seu corpo recusa obedecer.
Luiz sente o peso da responsabilidade. A voz de seu pai, a expectativa, a pressão de não falhar. Ele engole em seco. “Se eu perder... serei uma decepção.”
— Talismã! — grita Miraculer.
O ioiô gira, energia vermelha o envolve — e um objeto cai em sua mão: um espelho pequeno, com moldura prateada.
Ele o observa por um instante... depois o guarda. Precisaria no momento certo.
Desvia de um ataque de Felipe, mas é surpreendido por uma investida forte — o golpe o lança ao chão. O espelho escapa de sua roupa... e se parte ao atingir o chão.
Miraculer olha, em choque. O espelho partido... sinal de má sorte. De algo que não pode ser evitado.
Felipe ergue uma nova barreira defensiva.
— Não vamos perder de novo! — ele grita.
— Cataclismo! — brada Solaris, avançando com ferocidade.
— Solaris, espera! — grita Miraculer, se levantando.
Mas ela já está a centímetros da barreira. A mão envolta na energia destrutiva avança...
E então, num relâmpago, Luiz surge entre ela e a barreira.
O tempo parece parar.
A mão de Solaris encosta em Luiz.
Uma explosão negra silenciosa. A aura do Cataclismo se espalha como uma teia de rachaduras pela armadura de Luiz... e então, ele cai.
— Nãããão! — grita Felipe, correndo até o amigo.
Solaris dá um passo para trás, em estado de choque, as mãos tremendas.
Miraculer corre até Luiz, ajoelhando-se ao lado do corpo imóvel.
— Luiz...? Luiz, fala comigo... — sua voz falha. — Isso... isso não era pra acontecer...
A arena mergulha num silêncio aterrador. Até os narradores estão sem palavras.
Os paramédicos entram correndo na arena, acompanhados por técnicos de suporte mágico. Luiz está desacordado, sua energia vital instável. Solaris observa em choque, sem conseguir se mover. Felipe está ajoelhado ao lado do amigo, segurando sua mão.
O técnico da equipe Lumen e o patrocinador atravessam o campo às pressas. O patrocinador se adianta, apontando um dedo acusador para Solaris.
— Fez isso de propósito, garota! — vocifera ele. — Está achando que engana quem?
— N-não... foi um acidente! — responde Solaris, a voz trêmula, os olhos arregalados.
— Não me venha com essa. — Rosna ele, agora se voltando para o juiz e os organizadores. — Esses acessórios são perigosos. Extremamente instáveis. Devem ser confiscados agora mesmo!
Miraculer se aproxima lentamente, observando a tensão crescente. Mas algo não está certo. Os olhos do patrocinador... aquela confiança arrogante. A maneira como agiu logo após o acidente...
E então ele entende. Não foi apenas uma aposta — foi um plano. O patrocinador sabia o que aconteceria. Sabia que se Solaris causasse um dano como aquele, ela seria proibida de usar o poder novamente. Com isso, o time deles venceria por W.O.
Miraculer cerra os punhos. Mas não responde. Ainda não.
— Ainda não, senhor. — diz ele calmamente, se afastando.
Corre até onde o talismã em forma de espelho caiu. Agacha-se e pega um fragmento.
“Tudo pode evoluir, meu neto,” ecoa a voz de seu avô em sua mente. “Tudo pode crescer... e se tornar mais forte.”
Ele fecha os olhos. A energia vermelha do milagre gira fracamente em torno dos cacos. Ele se concentra.
— O que ele está fazendo agora? — pergunta o patrocinador, com desdém. — Vai resolver tudo com o espelho mágico quebrado?
Miraculer se vira abruptamente para ele, os olhos cheios de determinação. O patrocinador dá um passo para trás, instintivamente.
— Precisamente.
Miraculer ergue o braço, jogando o fragmento para o alto com toda sua força.
— Miraculous Ladybug!
Por um instante... nada.
O fragmento começa a cair. Todos observam em silêncio. Solaris leva as mãos à boca. Felipe olha com descrença, mas então — uma explosão suave de energia rosa irrompe do fragmento em pleno ar, liberando uma nuvem de pequenas joaninhas cintilantes. Elas voam pela arena em todas as direções, cobrindo cada centímetro, curando arranhões, reconstruindo estruturas......e envolvendo Luiz.
Lentamente, ele inspira com força, tossindo levemente, e abre os olhos.
— O quê...?
— Luiz! — grita Felipe, o abraçando, aliviado.
Os narradores, perplexos, trocam olhares enquanto tentam descrever o que acabou de acontecer:
— Eu… eu não tenho palavras! — exclama o narrador 1. — Acabamos de testemunhar algo que vai entrar para a história dos torneios!
— Isso… isso foi um milagre. Literalmente! — diz o narrador 2, ainda boquiaberto. — Nunca vimos nada assim. Um objeto magico curando um ferimento causado por um poder de destruição absoluta!
— Se eu não tivesse visto com meus próprios olhos, diria que era impossível — complementa o narrador 1. — Mas essas joaninhas... esse brilho... foi real!
A multidão está em êxtase. Gritos, aplausos, celulares gravando tudo. Outros estão simplesmente paralisados. Até mesmo membros da organização se levantam, sem conseguir disfarçar o espanto.
Solaris ainda observa Luiz, incrédula. Miraculer a encara por um instante, depois solta um suspiro aliviado.
O patrocinador, antes confiante, agora está pálido. Seus olhos se movem rapidamente de Luiz para o Miraculer. Ele dá um passo para trás, sussurrando para si mesmo:
— Que poder esse?
Na ala de descanso B, o ambiente é silencioso. O burburinho da arena mal chega até ali. Solaris caminha devagar até Miraculer, que está encostado em uma parede, ainda absorvendo tudo que aconteceu.
— Esconder garras. — diz ela, sua voz baixa. A luz esverdeada se dissipa enquanto a transformação desaparece. Ela estende o anel a ele. — Por favor... pegue de volta.
Miraculer o segura com cuidado. Ela dá alguns passos para trás, como se precisasse de espaço para respirar.
— Por que confiou em mim? — pergunta, sem encará-lo diretamente.
— Desligar pintas. — Ele desfaz sua transformação também, exalando um longo suspiro. — Porque era necessário.
— Você viu o que eu fiz. — Ela finalmente o olha. Há dor e culpa em seu rosto. — Eu quase... matei alguém. Fui impulsiva. Não percebi o que você viu.
Ele se senta no banco próximo e faz um gesto para que ela o acompanhe. Hesitante, ela se senta ao lado.
— Se serve de consolo... — ele diz com um leve sorriso — foi o talismã que me mostrou.
Ela ri, sem graça, mas agradecida pelo alívio.
— Esses miraculous... são poderosos demais. Não pode entregá-los assim... a qualquer um.
— Você não é qualquer uma, Elinda. — Ele a encara com firmeza. — Eu te conheço há anos. Estudamos juntos, treinamos juntos. Sei quem você é. E você... usou esse poder com coragem. E coração.
Ela abaixa a cabeça, emocionada.
— Obrigada por confiar em mim. Mesmo quando eu não confiei em mim mesma.
Miraculer se levanta, estendendo a mão para ela.
— Ainda temos muito a fazer. Mas agora... vamos juntos.
Ela segura a mão dele, mais firme do que antes.
— CONTINUA —
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Universo-6
[Fanfic] O Despertar do Miraculous | 3 - Identidade Secreta
No dia seguinte na sala de aula, todos estão na sala fazendo as atividades.
— Atenção alunos, o surgimento desse Miraculer... — Diz o Diretor, por um alto-falante na sala. — Nos preocupa, gostaríamos de falar com ele, esse anúncio está sendo passado em todas as salas, se ele estiver ouvindo, gostaríamos de falar com ele, se estiver ouvindo venha até a minha sala; agradeço a atenção.
Os alunos começam os murmúrios.
— Vamos fazer silencio, pessoal, ainda estão em aula.
Matheus está pensativo, ele deveria ir ou não.
Na hora do intervalo, ele ainda está pensando.
— Ouviu o anúncio do diretor? — Questiona um aluno da sala de Matheus.
— Que anúncio? Não ouvi nada, me conta — Responde a aluno de outra sala.
— O anúncio só foi na minha sala? — Pensa Matheus. — Eles descobriram, não...é outra coisa, tenho que verificar.
Ele vai até o banheiro e se tranca na cabine, ele invoca o miraculous do galo.
— Orikko, nascer do sol. - Sussurra Matheus, se transformando. — Sublimação.
Segurando a caneta pena, uma áurea envolve a caneta, ele escreva na mão “Habilidade de super adição”, ele começa a ouvir tudo ao seu redor, o que dói no começo, mas se concentrado, ele foca onde quer ouvir, na sala do diretor.
— Acha que isso vai funcionar? — Indaga Evandro.
— Claro que vai, anunciamos na sala um hoje. — Diz o professor — Esperamos, ele não vier vamos para a próxima sala e fazemos o mesmo, quando anunciamos na sala dele e ele vier saberemos a sala que ele pertence.
— Reduziremos a área de procura e só vamos ter quem ver quais alunos tem a habilidade de criar objetos magico, genial. — Elogia Evandro
— Vamos ter que contar que ele não saiba que estamos fazer isso em cada sala em períodos diferentes e não ao mesmo tempo como no anúncio. — Enfatiza o professor
— Ele é um adolescente, não pensam muito. — Despreza Evandro. — Me surpreende que ele tenha escondido a identidade, adolescentes sempre querem ser o centro das atenções.
Miraculer já ouviu o suficiente
— Pôr do sol. — Miraculer voltando a ser Matheus, alimentando Orikko. — Vamos ver se sua afirmação está correta Diretor Evandro.
Os dias se passam, Matheus fica atendo as conversas entre os alunos de outras salas, existem 10 salas, dia a dia o diretor anuncia em cada uma apenas, Matheus espera até a última sala ter o anúncio.
Na sala do diretor.
— Essa é a última sala e ele não veio ainda. — Evandro está cansando de esperar. — Ele tem que estar nessa.
— Vamos ter paciência, Evandro.
A janela se abre, um vento forte entra, Miraculer usando o miraculous do dragão surge do vento.
— Então...queriam falar comigo?
— Bem...primeiramente... — Evando se levanta para cumprimentá-lo. — É um prazer vê-lo pessoalmente.
— O prazer é meu...
— Sente-se. — Diz o professor, arrumando um lugar.
Todos se sentam.
— Bom, o motivo de tê-lo chamado é que... — Inicia Evandro.
— É sobre minha identidade, certo? — Interrompe Miraculer.
— Eh...sim, veja bem, alguém com um talento como o seu, criou acessórios inimagináveis.
— Miraculous! — Anuncia o professor.
— Isso vai revolucionar o mundo de objetos mágicos. — Enfatiza Evandro. — Vai poder ter tudo o que deseja, só tem que me deixar gerenciar tudo pra você.
— Diretor Evandro, professor... — Inicia Miraculer. — Não quero uma revolução, não quero fama ou dinheiro, se é isso que estão oferecendo, criei os miraculous em homenagem a alguém.
— Homenagem? Pra quem? — Evandro curioso.
— Alguém especial pra mim. Que se foi a um tempo, ele os projetou, mas conseguiu cria-los e me deixou responsável, mesmo sem saber se teria tal habilidade, me desculpe, mas não vou vender isso.
Miraculer se levanta.
— Se era pra isso, perdeu seu tempo, Diretor, tenha um bom dia, Dragão de raio — Seu corpo se converte em eletricidade e sai pela janela.
— Espera! — Exclama Evandro, vendo-o sair como um raio.
— Não se preocupe Diretor. — Enfatiza o professor. — Sabemos de qual sala ele é.
— Então identifique-o. — Fala Evandro, com um sorriso. — Ele não vai escapar dessa vez.
O professor sai da sala para realizar a identificação, minutos depois ele volta.
— E então? — Evandro quer saber.
— Então... — Começa o professor. — Tem um aluno nessa sala que tem a habilidade, mas...
— Mas o que?
— Eh...uma aluna.
— Quê? Me deixa ver isso.
— Já verifiquei. — Entregando a ficha. — 3 Vezes.
— Não pode ser, Miraculer é um garoto, pelo menos aparenta ser.
Num canto da sala, uma mini cópia do Miraculer com o Miraculous do rato sai, se encontrando com as demais.
— Unir...descansar. — Alimenta Mullo.
— O que vai fazer agora? — Indaga Mullo a Matheus.
— Posso ter despistado a diretoria da escola, mas não sei por quanto tempo, no momento vou me concentrar no campeonato nacional.
Ele guarda o Miraculous e volta para aula, no caminho ele ouve conversa de alguns alunos.
— Parece que o diretor descobriu a identidade do Miraculer...a Débora da sala 10.
— Sério? Mas ela é uma garota, Miraculer aparenta ser um garoto, não?
— Sim, mas pode ser aquela máscara que ele usa, esconde literalmente tudo sobre ela.
— Até isso, ela criou o disfarce perfeito então.
Matheus se preocupa um pouco.
Na sala 10.
— Atenção alunos da sala 10... — Anuncia o diretor. — A aluna Débora Rocha, comparecer à diretoria.
Débora fica surpresa com a chamada, se levanta nervosa e vai até a diretoria, ela repassa tudo em sua mente do que poderia ter feito para ser chamada assim.
Ela se encontra em frente ao diretor.
— Então...estamos aqui novamente.
— Novamente? — Débora diz confusa.
— Não tem que fingir, eu sei que é você...Miraculer.
— Senhor...acho que o senhor está precipitado...
— Você não me engana, criar objetos mágicos é sua área, criou uma máscara para que não pudesse ser reconhecido de nenhuma forma, mas sou mais inteligente e ultrapassei você.
— Senhor Diretor, eu não sou o Miraculer, se tem tanta certeza porque não me testa?
— É uma excelente ideia.
Na arena, Débora está ansiosa, se preparando, invocando uma armadura e uma lança.
— Muito bem, seu oponente vai ser o Professor, Luiz.
Luiz entra na arena todo equipado.
— Isso é realmente necessário? — Indaga Débora.
— Não se preocupe, vou pegar leve. — Luiz diz. — Até você se soltar.
Luiz parte para o ataque rápido, Débora se defende por reflexo, ela se afasta dele e joga a lança contra ele, Luiz desvia.
— Não foi muito inteligente lançar suar arma. — Despreza Luiz.
Débora entende a mão, a lança que está cravada no chão se mexe e volta pra mão dela.
— Impressionante... — Luiz joga sua adaga no chão e puxa uma espada. — Tenho algo parecido.
Ele ataca pela frente, ela defende, mas percebe algo vindo por trás dela, ela desvia, era a adaga.
— Tem reflexos rápidos, mas minha telecinese é mais rápida.
Ele ataca dos dois lados muito rápido, ela não vai conseguir bloquear dos dois, ele se protege como pode fechando os olhos, ela espera o impacto, mas nada acontece, ela abre o olho, um campo de força verde está ao seu redor.
— Que jeito leve de testar uma aluna... — Diz Miraculer da arquibancada, com o miraculous da tartaruga. — Professor.
— Mas...eu achei que... — Luiz está incrédulo.
— Ele nos enganou! — Evandro exclama.
— Pois é, deve ser difícil de admitir, não é diretor? Afinal como você mesmo disse...é mais inteligente que um adolescente, uh?
Evandro parece bem irritado, mas mantem as aparências afinal, tem outras pessoas vendo-os, Miraculer desce até a arena.
— Sair da concha. — Miraculer se destransforma e guarda-o. — Tenho uma proposta, Diretor Evandro
— Que tipo de proposta?
— Como sou um dos vencedores do torneio da escola, participo do campeonato com dupla da sua filha, de livre e espontânea vontade, em troca você e os membros da diretoria me deixam em paz em relação a minha identidade.
— Por que aceitaria isso? Já está dentro do campeonato.
— Vocês não sabem quem eu sou, não podem me obrigar sem essa informação, mas se eu participar, vão ser conhecidos como a escola onde um aluno criou acessórias mágicos extremamente poderosos, o que acha?
— Não tenho muitas opções, não é? — Evandro suspira. — Tudo bem, aceito.
— Perfeito, estamos de acordo. — Miraculer invoca o miraculous do cavalo. — Kaalki, galopar!
— Tem algum jeito de entrar em contato com você?
— Não se preocupe, vou saber, viajar! — Miraculer abre um portal e passa por ele, sumindo.
— Ele não para de impressionar. — Exclama Evandro, rindo.
— Ainda vamos... — Inicia Luiz.
— Deixa isso pra lá, temos um acordo com ele e sou um homem que honra acordos.
— Mas ele é um adolescente!
— Um adolescente genial, devo comentar, ele percebeu seu plano, nos enganou e impediu você de fazer algo imprudente contra uma aluna, achei que estava pegando leve.
— Eu estava, só que...eu...me empolguei...
— Beleza, vamos, tem que tirar isso. — Evandro se dirige a Débora. — Você foi incrível garota, são itens bem interessante, continue assim.
— Obrigada, Sr. Diretor.
Na arquibancada, Elinda observou tudo.
— Esse Miraculer.. é realmente um garoto interessante.
A noite, Evandro chega em sua casa.
— Oi querido, como foi o dia? — pergunta Sônia, esposa dele.
— Foi bem, só uns contratempos.
— Por acaso seria de um aluno que criou objetos mágicos e se atende pela identidade de “Miraculer”?
— Sim... — Evandro surpreso. — Como sabe disso?
— Nossa filha me contou...o que me surpreendeu, ela nunca fala sobre garotos comigo, mas desse ela comentou.
— Sério? Ela disse algo a mais?
— Nada muito explícito, só que está ansiosa para lutar ao lado dele no campeonato nacional.
— Uh...esse garoto é realmente inacreditável.
— Por quê?
— Você sabe não é fácil chamar atenção da nossa filha e olha que muitos tentaram.
— Ela nunca teve esse foco, foram sempre em estudos e treinos desde que ela despertou, talvez isso seja bom pra ela.
— Eh...pode ser que sim.
— Aconteceu algo no trabalho hoje, uma das minhas funcionárias chegou em minha sala — Discorre Sônia, enquanto arruma a mesa. — Pedindo para ver o nível de mana em um item que ela nas coisas do pai e esse artefato tinha um nível bastante alto, nunca vi igual.
— Ficou com ele para analisar, não é? — Indaga Evandro.
— Sim, aquilo era uma raridade, ela não sabia quem o fez, se foi o pai ou outra pessoa, vou descobrir mais quando analisar...pode chamar a Elinda, já está tudo pronto.
— Já estou indo. — Saindo.
Enquanto isso, Matheus em sua casa em sua casa, seus pais conversam a sós.
— Falou com sua chefe sobre os acessórios? — Pergunta Alex, pai de Matheus.
— Sim, ela avaliou o item. — Responde Lange, mãe de Matheus. — Lá ficou surpresa pelo nível de magia que ele emana, por sorte ela só viu isso e não que isso pode fazer.
— Não contou a ela de onde veio, certo?
— Claro que não, ela acreditou que achei em um baú antigo, não acho que ela acreditaria que um adolescente que não faz nem 1 ano que despertou seus poderes seria capaz de criar um artefato como esse.
— Impressionado...ele se dedicou bastante, não é? Deve ser por ter perdido o avô, seu pai.
— Ele o amava, é possível...fico pensando, nosso filho está num nível muito alto pra criar isso, se descobrisse, o que aconteceria com ele? Não quero que ele passe pelo que você...
— Ele n��o vai! Aquele acidente...foi suficiente pra eu perceber, eles só se importam pelo que podemos oferecer...e quando não podemos mais...
Eles se abraçam, mostrando que uma perna de Alex é uma prótese.
Matheus está em seu quarto, os Kwami estão voando por seu quarto, ele está pensativo.
— Matheus...tudo bem? — Tikki se aproxima dele. — Está como essa afeição a um bom tempo.
— Só estou pensando, Tikki. — Responde Matheus. — Eu vou para o campeonato, tenho que contar pro meus pais, mas como faço isso sem mentir?
— Mentir pra eles é tão necessário assim?
— Sim...quero dizer não...nem sei mais, depois do que aconteceu hoje, não sei mais ao certo, é fácil mentir pra quem não é próximo de você, mas pra quem é próximo... mentir deixa tudo tão complexo.
— Complexo? — Plagg diz. — Quer dizer mais empolgante.
— Não... — Diz Trixx. — Mais emocionante.
Os Kwamis começam a falar ao mesmo tempo.
— Silêncio! — Exclama Matheus, fazendo a bocas dos Kwamis sumirem — Desculpa...pode falar. — A bocas deles voltam. — Agradeço a tentativa, mas vocês não sabem como funciona mundo humano, podem ter visto do plano que estavam, mas uma coisa é ver e outra é viver nele.
— Matheus, você possibilitou a nossa estrada para o mundo humano. — Diz Tikki. — Estamos aprendendo ele por meio de você, o que você fizer vamos aceitar e aprender.
— Então...devo fazer o certo. — Fala Matheus, se levantando da cama.
Ele desce as escadas e vai até o quarto de seus pais.
— Pai... mãe. — Ele bate na porta.
— Filho... — Seu pai, Alex, abre a porta. — Está tudo bem?
— Sim é... só uma coisa que queria dizer a vocês.
— O que é filho? — Diz sua mãe, Lange.
— Podem me seguir até meu quarto. — Diz Matheus, indo até o quarto.
Seus pais o seguem, semelhante entender o que está acontecendo, no quarto.
— O que foi filho? — Lange está preocupada.
— Isso...— Matheus mostra o grimório, entregando a eles.
— Um livro... — Diz Alex, abrindo.
Eles vêem a carta de Wuag Fu.
— É do meu pai... — Lange, está se acreditar.
Eles lêem a carta.
— Mas isso está vazio. — Alex foleando o grimório.
— Como? — Matheus pega o grimório e o foleia. — Está escrito sim pai.
— Só você pode lê-lo. — Lange diz. — Meu pai o encantou.
— “O grimório irá responder a você.” — Lembra Matheus. — Foi isso que ele quis dizer.
— Mas o que tem ai que quer nos contar?
— Bem...o vô, deixou instruções para criar objetos mágico, nunca vistos antes. — Ele invoca em cima de uma mesas. — Ele chamou de Miraculous.
Alex e Lange veem.
— São bonitos, o que fazem? — Pergunta Alex.
Matheus pega o Miraculous da raposa e coloca, Trixx sai.
— Essa é a Trixx, um Kwami, criaturinhas de outro plano que personificam conceitos abstratos, os Miraculous são como âncoras que os mantém em nosso plano e por consequência podem dar poderes.
— Que tipo de poderes? — Pergunta Lange.
— São bem variados, cada um tem um Kwami e cada tem sua própria frase de ativação, Trixx, disparar! O poder da ilusão, Miragem!
Ele some e volta quando se meche.
— Ela some quando se meche ou é tocada...Recolher...tem tantos poderes. — Ele vai falando enquanto liberta os Kwamis.
— Filho... — Diz Alex. — A quanto tempo você os criou?
— Desde...o começo das aulas.
— E só nos contou agora? — Enfatiza Lange.
— Não quis preocupar vocês com isso, já tinha preocupações demais.
— Filho... — Suspira Lange, indo até ele. — Você é mais importante que todas as nossas preocupações, tá bom.
— Bom... — Inicia Alex. — Mostrou esses miraculous pra mais alguém?
— Sim, pra escola inteira, em um torneio, mas com uma identidade secreta. — Ele coloca a máscara.
— Nossa... — Os dois supressos. — Como?
— Mesma ideia dos trajes dos miraculous, muda caraterísticas físicas que usamos para reconhecer alguém, nem magia ou tecnologia pode me identificar, acredite já tentaram.
— Tem mais alguma coisa para nos contar? — Indaga Lange.
— Sim, por conta de ter vencido o torneio...Miraculer, eu, vai para o campeonato nacional, amanhã.
— Certo... — Alex chocado. — É muita informação pra uma noite só.
— Estou orgulhosa e decepcionada... — Diz Lange. — Mentiu pra nós sobre aquele dia que chegou tarde, mas pelo menos contou a verdade, antes que algo pior acontecesse, quer mesmo ir nesse campeonato?
— Sim, ainda mais que fiz um acordo com o diretor, pra ele não ficar procurando quem sou por trás da máscara.
— Esse Evandro, sempre foi muito inconveniente. — Fala Alex. — Quem vai ser sua dupla?
— A filha dele, Elinda.
— FIM —
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Universo-6
[Fanfic] O Despertar do Miraculous | 2 - Os Miraculous
No dia seguinte, Matheus acorda com os Kwamis dormindo em cima dele, ele tira e os coloca na cama cuidadosamente e se levanta, ele arruma suas coisas para a escola, desce para o café da manhã, pega alguns alimentos e sobe para seu quarto novamente, ele alimenta os Kwamis.
— Isso é bom! — Pollen diz.
— Melhor coisa que comi. — Wayzz comenta.
— Comida humana é a melhor. — Trixx elogia.
— Que bom que gostaram, agora está na hora, Tikki, Plagg, Trixx, Pollen, Wayzz, Nooroo, Duusu, Mullo, Stompp, Roaar, Fluff, Longg, Sass, Kaalki, Ziggy, Tuppu, Orikko, Barkk e Daizzi.
Um mini portal se abra um a um os Kwamis passam, se juntando a seus miraculous, em uma dimensão de bolso de Matheus, ele pega suas coisas e vai para a escola.
Chegando na escola, todos estão no mural, vendo um anúncio, a escola está promovendo um campeonato de habilidades, dois finalistas serão os representantes da escola no campeonato nacional do país.
— Não diz como é a inscrição.
— Não tem que colocar o nome?
— Não, tem o local onde vai acontecer, é aparecer, dar o nome, pode até ser um inventado e participar.
— Por que vai ser desse jeito?
— O diretor acha que ficaria mais dinâmico e para não limitar as inscrições.
— Faz sentido.
Matheus passa por eles, ouvindo a conversar, ele se pergunta.
— Deveria participar, não consegui testar a capacidade todas os miraculous, vai ser anônimo mesmo, por que não?
Matheus vai para a sala de aula, depois da aula, ele vai para o local do campeonato, ele chega na arquibancada, a maioria da escola estava lá, na arena, Elinda duela com outro aluno que controla o vento, mas ela o derrota, a plateia explode.
— Elinda é a melhor!
— Ela com certeza vai estar na final
— Como filha do diretor, não poderíamos esperar menos que isso.
Matheus se afasta dali, coloca a máscara que criou para que ninguém o reconheça e caminha até o local para entrar no campeonato.
— Mais um para o campeonato, certo, pode ir.
— Quem é aquele? Não consegui reconhecer
— Nem eu, deve ser um aluno do segundo ano.
— Ele levou a sério o anonimato.
— Pois é.
Ele entra na arena, o seu oponente se anuncia.
— Fabio Borges, está aqui, pessoal. Esse é meu oponente...quem é você?
Ele não responde.
— Silencioso, né. Muito bem, se é assim.
Fabio usa seus poderes e chama seus animais para o combate, Matheus invoca o miraculous da raposa.
— Vai vencer meus animais com um colar? Ridículo!
Fabio percebe uma criaturinha parecido com uma raposa sair do colar em uma esfera de luz, isso o confunde, na tela ninguém parece ver a criaturinha, mas alguns com binóculos a vê e comentam
— Que bichinho é aquele do lado do mascarado?
— Parece uma mini raposa, nunca vi algo parecido.
— Deve ser alguma criatura mágica.
O juiz inicial a partida.
— Trixx, disparar!
A transformação surpreende todos.
— Mas o que...não importa, ataquem!
Os animais de Fabio parte para cima de Matheus, com sua agilidade e força aprimorados, não é difícil de desviar.
Fabio não acredita no que vê.
— Como está fazendo isso? Que colar é esse? É magico, não é?
A plateia está agitada.
— Nunca vi um colar que pudesse fazer isso.
— Ele deve ter criado ele.
— Então ele é um criador de objetos mágicos, muito talentoso e poderosos para criar um colar assim.
Matheus percebe que tem animais demais atrás dele e toma uma decisão, ele puxa sua arma, uma flauta, Fabio debocha dele.
— Um flauta, sério?
Matheus toca e ativa o poder da raposa.
— Miragem!
Ele cria ilusões dele ao redor, ao mesmo tempo ficando invisível, deixando Fabio confuso.
— Que?!! Como??!! Onde ele foi?! Ataquem todos!
Os animais atacam os clones, que se desfazem ao encostarem, mas nas costas de Fabio, Matheus se aproxima sem ele perceber e com um golpe da flauta o derruba.
A plateia fica atônita.
— Ele criou clones e ficou invisível ao mesmo tempo?
— Achei que ele só tivesse uma habilidade, a de criar objetos mágicos.
— Essa habilidade extra deve ser do colar que ele invocou.
— Quem é ele? E por que da máscara? O que ele tem a esconder?
O juiz anuncia.
— O vencedor é...! eh...tem algum nome que eu possa falar?
— Uh...Miraculer.
— Ok, o vencedor do duelo é....Miraculer!
Uma equipe vai até Fabio para verificar seu estado, ele se levanta recusando e vai embora emburrado. Miraculer desativa a transformação.
— Recolher.
No próximo duelo, ele enfrenta uma aluna espadachim.
— Tem um colar com uma habilidade interessante, mas não vai ser suficientes para me vencer.
O juiz autoriza o início da disputa.
Ela parte para o ataque com sua espada, ele desvia do golpe e invoca o miraculous da tartaruga. Ela vê a criaturinha semelhante a uma tartaruga.
— Você está me surpreendendo bastante sabia?
— Que bom...Wayzz, entra na concha!
Miraculer em novo traje, desvia e defende os ataques dela, ela está começando a ficar irritada.
— Não sei que acessórios são esses, mas não são mais poderosos que eu... “As chamas antigas, eu as invoco, fulmine meu inimigo ao simples toque!”
A espada dela se envolve em chamas, ela parte com tudo para cima dele, ele ativa o poder da tartaruga, erguendo o escudo.
— Casco!
Um campo de força verde esférico surge em torno dele, o ataque dele é desferido, mas o campo de força o protege, ela tenta todos os ataques que sabe, mas nada parece desestabilizar o campo de força, ela usou todas as suas forças, está cansada e acaba desmaiando.
O juiz anuncia e Miraculer desativa a transformação.
— Vencedor...Miraculer!
— Sair da conha.
Uma equipe vai até Blaze, após uma avaliação ela se encontra bem, apenas um esgotamento de mana muito rapidamente, ela é tirada de maca.
O próximo duelo, uma aluna que manipula gelo, Marina.
— Você teve sorte nos dois duelos, Miraculer, mas não terá nesse.
O juiz autoriza.
Ela lança seus ataques de gelo nele, ele invoca o miraculous da abelha.
— Quanto desse acessórios desse você?
— Ficaria surpresa...Pollen, ativar zumbido!
Ele com um traje que lembra um zangão, parte pra cima dela com sua arma, um pião, ela se defende com estacas de gelo.
— Ainda está surpresa?
— Isso vai acabar aqui é agora! "Neve e gelo venham até mim, um frio tão intenso que não terá fim...”
Ela ainda recita, ele ativa o poder da abelha.
— Já perdi a paciência, Ferroada!
Ele corre até ela, antes que ela pudesse reagir e atacar ele com seu feitiço, ela a acerta a paralisando.
Ele desativa a transformação e liberta Marina da paralização.
— Desativar zumbido.
— Miraculer...vence!
Todas das arquibancadas comentam.
— Que acessório são esses? Nunca vi igual?
— Será que foi ele que os criou sozinho?
A Equipe médica leva Marina da arena.
— Todos os duelos foram decididos. — Anuncia o juiz. — A primeira finalista é: Solaris, conhecida como Elinda...o segundo é: Miraculer.
Solaris (Elinda) e Miraculer (Matheus) entram na arena, assumindo os pódios.
— Vi seus duelos...foram impressionantes. – Elogia Elinda. — Suas técnicas foram diretas, sem enrolação, seus acessórios são inéditos, nunca vi igual, parabéns.
— Obrigado. — Miraculer responde timidamente. — Você foi incrível em seus duelos também.
— Oh... você me viu?
— Claro, você é a mais poderosa e popular da escola, não tinha como não te perceber.
— E quem é você, por baixo dessa máscara? O que tem a esconder?
— Tudo sobre mim, acabei de mostrar a todos aqui, os acessórios que criei, como acham que reagiriam se soubesse que sou, como me tratariam ao saber...seus comportamentos mudariam, tentando se aproximar, não com sinceridade, mas com interesse, acho que nem eu saberia diferença essas “amizades”.
— Ele tem razão. — Elinda pensa sobre o que ele falou. — Eu mesma passo por isso, nunca sei ao certo quem é meu amigo de verdade ou se só está comigo por interesse, pelo que posso oferecer a ele.
— Mas essa máscara protege minha família. — Miraculer continua. — Meu feito vai sair dessa escola, chegar na mídia e quem sabe o que pode causar, não vou colocá-los nisso.
Os alunos são liberados para entrar na área. Eles correm até Solaris e Miraculer.
Os fãs de Solaris falam com ela.
— Aquilo foi incrível, acabou com ele.
— Um golpe certeiro no orgulho dele, nem tinha chance.
Alguns alunos vão até Miraculer fazer perguntas.
— Você mesmo criou esses acessórios ou herdou eles?
— Quem é você...de verdade?
— Eu mesmo criei esses acessórios, os Miraculous e minha identidade no momento é um segredo. — Respondendo as perguntas, Miraculer invoca o miraculous do rato. — Mullo, hora da roer... Multiplicar!
Ele se multiplica, diminuindo no processo, escapando da vista de todos.
— Ele é imprevisível... — Pensa Elinda, rindo. — Em todos os sentidos.
As miniaturas de Miraculer se encontram, em um local segura.
— Unir! — As miniaturas se unem novamente. — Descansar.
Voltando ao normal, ele se senta no chão exausto, suspirado e removendo e guardando a máscara quântica.
Ele se recupera e se levanta, saindo dali, Matheus chega na sala de aula.
— Esse Miraculer é bom. — Marcio fala com Flokis. — Como ele chamou mesmo os acessórios que ele criou?
— Miraculous... — Responde Flokis. — Bem sugestivo e poderosos.
— Mesmo tendo alguns poderes semelhantes à de outras pessoas, até mais fortes e Ele mostrou poderes que eu nem sabia que existia!
— Ele e Solaris vão representar nossa escola no campeonato nacional.
— Pode me chamar pelo meu nome mesmo. — Elinda, aparecendo na sala. — Solaris é só meu nome na arena.
— Desculpa...eu não... — Flokis fala nervosa.
— Tudo bem. — Elinda se senta em seu lugar.
— Eh... Elinda. — Inicia Márcio — Você falou com o Miraculer, certo? Pode dizer o que saber?
— Bem...ele é interessante. — Responde Elinda. — Usa uma máscara pra proteger quem são próximos a ele, já que os Miraculous...pelo que vi, são extremamente forte.
— Como saber que ele não está mentindo? — Matheus se intromete na conversa.
— Por que ele mentiria? — Elinda está com a pergunta.
— Não sei, as vezes mentimos para nós proteger, talvez não seja por algo tão nobre que ele escondeu a identidade, talvez sejam só as inseguranças dele que o fazem se esconder do demais.
— Fala dele ou de você? Matheus da Silva Duarte. — Retruca Elinda.
— Nem todos nascemos com privilégios, como você, Elinda Ferreira Lima. — Matheus reponde asperamente. — Pode mostrar seu rosto sem ser ridicularizada, já para nós, quando descobrem nossos talem nos sugam até não termos mais nada para oferecer e depois descartam como se fosse lixo!
Todos olham chocados, Elinda está perplexa, Matheus percebe que falou demais.
— Desculpa, eu não... — Matheus fala com a voz retraída.
Matheus sai da sala rapidamente.
— Ele se soltou dessa vez. — Diz Márcio.
— Dessa vez? — Elinda questiona.
— Nunca vimos ele levantar a voz assim, pra nada, mesmo que o tenho prejudicado. — Fala Flokis.
Elinda olha para fora, pensando.
Enquanto isso na sala de reunião da diretoria da escola, os membros da diretoria estão reunidos.
— Acredito que todos presente saibam o motivo dessa reunião. — Inicial o diretor Evandro — Miraculer; Habilidades: Criar e invocar objetos magico, alguma noção da identidade dele?
— Tiramos fotos dele durante o torneio e usamos um software para comparar com as fotos de todos os alunos de que temos cadastrado e... nada, mesmo com as fotos com os trajes diferentes, não encontrou nada.
— Então ele não é dessa escola! — Exalta um coordenador.
— Vamos nos acalmar — Apazigua um professor. — O campeonato foi anunciado no mesmo dia que ocorreu, quanto tempo levaria pra quem é de fora saber disso?
— Não muito, os alunos têm meios de comunicação — Responde o coordenador.
— Mas nossos seguranças não viram ninguém suspeito entrando, eles perceberiam, são bem treinados e tem uma lista com foto do todos os alunos. - Ressalva o diretor.
— Miraculer é um aluno que criou acessórios com poderes fantásticos e desenvolveu um jeito de não ser identificado, mesmo com tecnologia e magia juntos. — Enfatiza o professor. — Ele é formidável, depois da sua filha diretor.
— Ela conversou com ele, achou ele misterioso e sensacional — Diz Evandro. — É a primeira vez que ela fala de um garoto com tanta admiração, temos que descobrir quem ele é.
— Mas senhor, se ele não quiser ser identificado, não tem como.
— Tem sim, senhores tenho uma ideia. — Afirma o professor.
— FIM —
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Universo-6
[Fanfic] O Despertar do Miraculous | 1 - O Legado do Grimório
Neste mundo, aos 16 anos se ter um despertar, cada pessoa desperta uma habilidade única — um dom que não só revela um traço especial de sua personalidade, mas também determina seu caminho na vida. Essa habilidade pode variar amplamente: de poderes que aprimoram a criatividade, àquelas que intensificam a empatia, à força física ou até mesmo à capacidade de resolver problemas de forma quase sobrenatural.
Matheus era um garoto normal, até completar 16 anos, ele desperta a habilidade de criar e invocar de objetos mágicos.
Na escola, o contraste era evidente. Enquanto Matheus ainda tentava entender os limites de sua recém-descoberta habilidade, seus colegas pareciam brilhar com dons impressionantes:
Lívia, – Controle do Tempo.
Rafael – Força Sobre-humana.
Clara – Empatia Avançada.
Theo – Manipulação Elemental.
Marcio – Absorção de Materiais.
Flokis – Magia de Cura.
Elinda – Controle sobre a Luz.
Fabio – Telepatia Animal.
Comparado a eles, a habilidade de Matheus parecia... simples. Afinal, criar uma mochila encantada ou invocar uma chave mágica não causava o mesmo impacto que dobrar a realidade ao redor. Ele começou a sentir o peso das expectativas e das comparações, mas o que ninguém percebia era que, com criatividade e estratégia, a capacidade de Matheus tinha potencial para superar qualquer outro dom. Só que ele ainda não sabia disso. E ninguém esperava que o garoto comum com uma habilidade “baixa” pudesse mudar tudo.
Fabio, apesar de seu jeito calmo e da afinidade com os animais, demonstrava uma postura diferente com Matheus.
— Vai invocar uma varinha pra se defender, Matheus? - Sendo sarcástico. - Cuidado, pessoal, ele pode criar... uma xícara mágica!
Essas provocações constantes começaram a incomodar Matheus, mesmo que ele tentasse ignorar.
— Já deu, Fabio. — Márcio, com sua personalidade protetora, foi o primeiro a intervir. — Deixa o cara em paz.
— Ele só tá tentando se encontrar com a habilidade dele, como todos nós. — Flokis, gentil como sempre, também tentou apaziguar. — Isso não ajuda em nada.
Mas Fábio não recuava. Seu olhar sempre carregava um certo desdém quando se dirigia a Matheus. Até que, em um dia comum de aula, Elinda se aproximou do grupo.
— Fábio... por que você está fazendo isso? — Com sua luz suave refletindo nos olhos de todos, ela disse calmamente
O tom dela não foi ríspido, nem acusatório. Foi direto. Sincero.
Fábio ficou em silêncio por alguns segundos. O brilho nos olhos de Elinda o desarmou mais do que qualquer argumento. Ninguém nunca tinha visto Fábio hesitar assim.
— ...Tá bom. Foi mal.
E ele se afastou.
A surpresa foi geral. Não apenas por ele ter parado, mas por ter ouvido justamente Elinda. E Matheus, por mais que ainda se sentisse pequeno diante de todos, percebeu que algo tinha mudado. Talvez sua habilidade ainda não brilhasse... mas aos poucos, ele estava começando a deixar sua marca.
Depois que Fábio se afastou, um silêncio estranho pairou entre o grupo. Elinda, antes de sair, virou-se levemente para Matheus, seus olhos ainda brilhando com aquele reflexo dourado que parecia sempre dançar ao redor dela.
Ela sorriu.
Não foi um sorriso forçado, nem um daqueles que se dá por educação. Foi um sorriso sutil, tranquilo… quase cúmplice. E então, sem dizer uma palavra, virou-se e saiu pelo corredor iluminado pela luz que ela mesma parecia carregar.
— Tá. O que foi isso? — Márcio franziu a testa.
— Ela nunca se mete nessas coisas. — Flokis cruzou os braços, confuso. — Por que agora?
Matheus não respondeu. Ele apenas olhava para o lugar onde Elinda tinha estado, ainda com a expressão de quem acabava de presenciar algo que não fazia sentido.
Porque, de todas as pessoas... por que ela o defenderia?
Esse gesto simples, esse sorriso silencioso, plantou uma semente de dúvida e curiosidade não só nos outros, mas principalmente dentro de Matheus. Talvez, ele pensou, sua habilidade não fosse tão invisível quanto parecia. Ou talvez... Elinda soubesse de algo que nem ele sabia ainda.
Naquela noite, Matheus subiu ao sótão mais por tédio do que por vontade. Era um lugar antigo, abafado, repleto de caixas empoeiradas que guardavam memórias da família — lembranças que poucos ousavam mexer desde que seu avô materno, Wang Fu, havia partido.
Enquanto vasculhava uma das caixas mais antigas, empurrada para o fundo, Matheus encontrou um objeto envolto em um tecido grosso de seda vermelha. Ao desenrolá-lo, seus dedos tocaram a capa de um livro de couro escuro, antigo, com um símbolo dourado e estranho cravado no centro — algo entre um olho e uma flor estilizada, que parecia pulsar sutilmente sob a luz fraca do sótão.
Dentro, repousava uma carta com sua caligrafia cuidadosa e familiar:
"Para Matheus, meu neto,
Se você está lendo isso, é porque completou 16 anos — e, com sorte, despertou sua habilidade. Talvez o mundo não entenda o valor dela. Talvez nem você entenda... ainda. Mas saiba que sua habilidade não é pequena. Ela é rara. E poderosa.
Este é o Grimório dos Miraculous. Um compêndio antigo, que carrega o conhecimento daqueles que podiam fazer o que agora você pode: criar e invocar objetos mágicos. Não objetos comuns. Mas relíquias capazes de mudar o rumo da história. Eu fui um deles. Minha habilidade era Infusão Mágica — imbuía objetos com energia e intenção. Você, Matheus, herdou mais do que sangue: herdou um legado. O grimório irá responder a você. Estude-o. Aprenda com ele. E, acima de tudo, confie em si mesmo — mesmo quando os outros não confiarem.
Com amor, Wang Fu"
Matheus segurava a carta com mãos trêmulas, seu coração disparado. O livro parecia quase reagir ao seu toque, como se reconhecesse sua presença. A habilidade que todos desprezavam... talvez fosse a chave de algo muito maior.
Ao folhear o Grimório dos Miraculous, Matheus viu que o interior era repleto de anotações minuciosas, diagramas detalhados e páginas que misturavam magia com ciência, história com filosofia. Era como se o livro fosse vivo — uma extensão direta da mente de seu avô Wang Fu.
Entre os muitos capítulos, um chamou sua atenção: “Artefatos Convergentes”. Nesse trecho, Wang Fu detalhava uma série de acessórios mágicos projetados para canalizar habilidades através de ligações com criaturas de planos além do visível — entidades mágicas que poucos sequer sabiam que existiam.
“Estes acessórios, que chamo de Miraculous, são o resultado de anos de estudo sobre a conexão entre o espírito humano e as criaturas do Véu. Eles não são apenas objetos encantados. São condutores. Simbioses. Portais compactos de magia viva.”
“Cada um deles deve ser construído com componentes raros — E deve ser infundido com magia que responda a um tipo específico de criatura: o portador só alcançará o verdadeiro potencial quando estiver em harmonia com esse ser.”
Desenhos de anéis, brincos, pulseiras, colares… todos com formas únicas e símbolos arcanos intricados. Ao lado, os nomes das criaturas que os inspiraram: Joaninha, Gato Preto, Raposa, Tartaruga, Abelha, Borboleta, Pavão, Rato, Cachorro, Cabra, Dragões, Tigre, Cobra, Boi, Galo, Coelho, Cavalo, Macaco, Porco, entre outros. Mas todos os projetos estavam marcados com selos em vermelho:
“NÃO COMPLETO. REQUER HABILIDADE EXPECIFICA PARA CONFECÇÃO”
Logo depois vinha uma anotação, escrita de forma mais livre — como se fosse uma confissão:
“Tentei buscar apoio. Financiamento. Mas ninguém se interessaria sem ver resultados. E eu… não podia entregar o segredo a qualquer um. Há conhecimento aqui que pode ser belo — ou perigoso. Não confiei em mãos gananciosas. Só em você, Matheus, deixo a semente.”
Matheus fechou o grimório lentamente, sentindo o peso de um legado que agora era seu. A habilidade que parecia inútil para o mundo era, na verdade, a única chave capaz de transformar os projetos de seu avô em realidade.
Como tinha acabado de entrar no período de férias da escola, ele tinha tempo suficiente para treinar e se aprimorar em sua habilidade, para enfim criar os acessórios que seu avô criou.
Os dias se passam, Matheus treina e aprimora sua habilidade, criando objetos simples, um colar de cura, anel de estamina, pulseira de mana, com o tempo, suas criações ficam mais fortes e chega o dia em que ele vai tentar criar o primeiro miraculous.
Conto todos os materiais necessários, ele fica em frente dos mesmos e fecha os olhos, ele mentaliza os brincos da joaninha, se concentrando, infundido sua mana nos materiais, com certo esforço e dificuldade, ele consegue. Ele abre os olhos e vê os brincos da mesma forma que as ilustrações do grimório.
— Será que funcionou? — Ele segura os brincos, pensando.
Uma esfera de luz vermelha sai dos brincos, ele cobre os olhos,
— Oi, sou Tikki, o Kwami da... — Uma criaturinha que se assemelha a uma joaninha surge.
— Criação...meu vô deixou essa informação no grimório. — Completa Matheus, surpreso.
— Você é neto daquele senhor, não é? Então...você conseguiu!
Tikki começa a voar ao redor, é a primeira vez de dela no mundo humano, Matheus ainda está processando o que acabou de criar. Tikki acorda ele dos pensamentos.
— Pronto para continuar?
— Certo qual era mesmo a frase de ativação? — Ele colocando os brincos. — Ah! Tikki, ligar pintas!
Tikki é sugada pelos brincos, Matheus ganha um traje temático de joaninha de acordo com sua personalidade.
— Certo, agora além das minhas capacidades físicas terem sido aprimoradas, tenho uma nova habilidade, ok a palavra para ativação do poder é... Talismã!
Ele recebe uma caixa de ferramentas toda pintada de vermelha com pintinhas pretas.
— Bem, acho que isso quer dizer pra terminar o que comecei.
Os brincos apitam, 1 das cinco pintinhas se apagam.
— A contagem de transformação automática de idade funciona, desligar pintas!
Seu traje desaparece, Tikki sai dos brincos meio cansada, ele a alimenta com um biscoito.
— Obrigada...como foi?
— Melhor impossível, tudo funcionando perfeitamente, pronto para criar os próximos.
Durante os próximos dias Matheus trabalha na criação dos demais Miraculous, com uma ajudinha da Tikki, ele cria 19 miraculous; Joaninha (Criação), Gato Preto (Destruição), Raposa (Ilusão), Abelha (Submissão), Tartaruga (Proteção), Borboleta (Transmissão), Pavão (Emoção), Rato (Multiplicação), Boi (Determinação), Tigre (Exaltação), Coelho (Temporização), Dragão (Perfeição), Cobra (Intuição), Cavalo (Migração), Cabra (Paixão), Macaco (Irrisão), Galo (Pretensão), Cachorro (Adoração) e Porco (Exultação)
É tarde, Matheus está trabalhando em algo
— Esse garoto não descansa? — Plagg questiona.
— Vou ver como ele está. — Tikki voa até Matheus. — Matheus...tudo bem?
— Uh...sim Tikki, só terminando isso.
— Uma máscara?
— Seus trajes mágicos podem confundir padrões que as pessoas usam para identificar as outras, seja por qualquer meio tecnológico ou magico, mas eu tenho o limite da contagem quando uso o superpoder, então com base nas máscaras dos trajes, crie essa máscara, com a mesma funcionalidade, posso usar ela antes de me transformar e assim, mesmo que me destransforme minha identidade permanecera em segredo.
— E se você estiver desacordado?
— Essa máscara não sai, a menos que seja eu ou que eu permita sair
— Oh, você é bem inteligente...como seu avô
— Valeu Tikki, acabei aqui, vamos dormir, amanhã vai ser um dia cheio.
No dia seguinte, Matheus se levanta para sair, ele toma café da manhã, se despede de seus pais e sai, ele chega em um canteiro de obras abandonado, isolado da cidade.
— Vamos começar os testes
Ele invoca o miraculous do gato preto, que aprece em seu dedo, Plagg surge.
— Achei que nunca fosse começar.
— Vamos ver do que é capaz, Plagg, mostrar as garras!
Matheus ganha um traje temático de gato preto de acordo com sua personalidade.
— Cataclismo.
Ele destrói uma construção inacabada.
— Isso é perigoso, esconder garras!
Ele passa o dia testando os poderes dos miraculous que criou, aprendendo.
Mais tarde, ele guardou o último miraculous que usou, pegando seu celular.
— Está tarde...e minha mãe ligou...30 vezes! Melhor correr!
Ele invoca o miraculous do dragão.
— Longg, tempestade! Dragão de vento!
Seu corpo vira ar, ele sai como um vento indo até sua casa, entrando num beco próximo, voltando a ter um corpo.
— Céu limpo.
Ele guarda o miraculous e vai correndo até sua casa.
Sua mãe está na porta.
— Muito bem mocinho! onde estava e porque não atendeu minhas ligações?
— Eu...estava em uma construção abandonada...e... não atendi, porque...estava testando minhas criações.
— Posso saber como são?
Ele confirma invocando um bracelete, na mesa de jantar, sua mãe analisa o mesmo.
— Isso tem status interessantes.
— Querida, tem que fazer isso agora?
— Quieto, estou vendo o que meu filho criou.
Ela coloca o bracelete e sente algo diferente.
— Wow, sinto que fiquei mais forte e minha mana aumentou
— Bom é isso que deveria fazer, mãe, criei para aumentar a força física e a mana do usuário.
— Sim, mas aumenta drasticamente, nenhum objeto magico criado antes tem esse nível e estou nessa área de análise a anos.
— Olha só, parece que nosso filho é um prodígio em criar objetos magico.
Depois da janta, Matheus sobe para seu quarto, seus pais conversam.
— Esse bracelete não é comum, quem poderia imaginar, ele ganhou essa habilidade a 3 meses e já é capaz de criar isso.
— Isso me preocupa, querido...ele vai chamar muita atenção, não quero que ele se envolva nesse mundo e se ele...
— Calma, querida...respira amor, ele vai ficar bem, nosso filho já está crescido para lidar com isso.
— Tem razão...às vezes quando olho pra ele...vejo meu pai.
Enquanto isso no quarto de Matheus, ele está pensativo.
— Meus pais não podem saber sobre os Miraculous, pelo menos que eu os criei, isso é o certo, não é?
— FIM —
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